Mobiliário Neoclassico Luso Brasileiro

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MOBILIÁRIO LUSO BRASILEIRO Início do século XVII até fim do século XIX Prof. Fauno Guazina – História do Mobiliário


MANUELINO Estilo de 1600 a 1700

Manuel I (Alcochete, 31 de maio de 1469 – Lisboa, 13 de dezembro de 1521), apelidado de "o Afortunado" e "o Bem-Aventurado", foi o Rei de Portugal e Algarves de 1495 até à sua morte. Era o filho mais novo do infante Fernando, Duque de Viseu e filho do rei Duarte I, e sua esposa a infanta Beatriz de Portugal, neta do rei João I. Manuel ascendeu ao trono após a morte de seu primo o rei João II, que não tinha herdeiros legítimos e o nomeou como seu sucessor.


Manuelino   O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de gótico português tardio ou flamejante   Estilo arquitetônico, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte.   Embora já existisse desde o reinado de D. João II. Éra uma variação portuguesa do Gótico final, bem como da arte luso-mourisca ou arte mudéjar, marcada por uma sistematização de motivos iconográficos próprios, de grande porte, simbolizando o poder régio.   Incorporou, mais tarde, ornamentações do Renascimento italiano.   O termo “Manuelino” foi criado por Francisco Adolfo Varnhagen na sua Notícia Histórica e Descriptiva do Mosteiro de Belém, de 1842.   O Estilo desenvolveu-se numa época propícia da economia portuguesa e deixou marcas em todo o território nacional.


Manuelino


D. JOÃO V

Estilo de 1700 a 1750 João V (Lisboa, 22 de outubro de 1689 – Lisboa, 31 de julho de 1750), apelidado de "o Magnânimo", foi o Rei de Portugal e Algarves de 1706 até sua morte. Era o segundo filho do rei Pedro II e sua segunda esposa Maria Sofia de Neuburgo. O longo reinado de 43 anos de João pode ser dividido em dois períodos: uma primeira metade em que Portugal teve um papel ativo e de algum relevo na política europeia e mundial, e uma segunda metade, a partir da década de 1730, em que a aliança estratégica com a Grã-Bretanha gradualmente assumiu maior importância, e o reino começou a sofrer uma certa estagnação.


Dom João V   As características do mobiliário D. João V no Brasil pouco diferem dos modelos lusitanos; nada foi introduzido de novo, quando, pelo contrário, alguns atributos de uso corrente do mobiliário neste período em Portugal foram simplificados pelos nossos ebenistas caboclos.   As volutas e os entalhes dos móveis de além-mar eram profundos e tão bem recortados, que iam aqui sendo reduzidos a talhas rasas e às vezes a pobres recortes, onde aqui e ali iriam aparecer entalhes para justificar a palavra talha.   No entanto, não foi no mobiliário doméstico ou caseiro que este estilo teve o seu ponto alto. Foi no mobiliário religioso que ele apareceu no seu esplendor.   O estilo D. João não foi um estilo criado e sim inspirado em outros estilos já existentes, como Luís XV, Queen Anne e Chippendale.


Dom João V


DOM JOSÉ I Estilo de 1780 a 1816

José I (Lisboa, 6 de junho de 1714 – Sintra, 24 de fevereiro de 1777), apelidado de "o Reformador", foi o Rei de Portugal e Algarves de 1750 até sua morte. Era o terceiro filho do rei João V e sua esposa a rainha Maria Ana da Áustria. O reinado de José I é sobretudo marcado pelas políticas do seu secretário de Estado, o Marquês de Pombal, que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesa, transformando Portugal num país moderno.


Dom Jose I   É caracterizado pelo uso ainda comum do precedente D. João V. O estilo caracterizou-se pelas estruturas e formas que foram sendo modificadas tendendo ao Rococó. A estrutura dos móveis foi de influência francesa, porém em relação à tipologia a influência foi Inglesa.   Evento - No Brasil, o estilo corresponde a época em que viveu Aleijadinho – arquiteto, escultor e entalhador que interpretou o estilo nas portadas das igrejas e púlpitos.   Tipologia - Mesa de encostar, cômoda-escrivanhinha, canapé, cadeira com splat recortado, orat ório em jacarandá da Bahia e cedro com portas em marchetaria e detalhe superior entalhado.   Madeiras: Jacarandá da Bahia, Cedro, Cabriúva.


Dom Jose I


DONA MARIA I Estilo de 1700 a 1750

José I (Lisboa, 6 de junho de 1714 – Sintra, 24 de fevereiro de 1777), apelidado de "o Reformador", foi o Rei de Portugal e Algarves de 1750 até sua morte. Era o terceiro filho do rei João V e sua esposa a rainha Maria Ana da Áustria. O reinado de José I é sobretudo marcado pelas políticas do seu secretário de Estado, o Marquês de Pombal, que reorganizou as leis, a economia e a sociedade portuguesa, transformando Portugal num país moderno.


Dona Maria I   Foi Sheraton o criador dos móveis simples e de linhas retas, que no Brasil e em Portugal formaram o estilo D. Maria I. Seu período em Portugal e no Brasil é de 1780 a 1825. Não existiu aqui um centro de fabricação desse mobiliário. Encontramos em todo o país peças do estilo e podemos tentar classificar tais móveis, em certas regiões brasileiras, a nosso gosto.   Outras características para identificação são: a presença de cavilhas ( pequenos bastões de madeira usados no lugar dos pregos), inclusive o encaixilhamento conhecido como "rabo de andorinha" e o brilho, ou alto brilho, obtido através da fricção de álcool com pedra-pomes em pó e friccionado com pedra-pomes em pedra mesmo.


Dona Maria I   Em Pernambuco, por exemplo, encontrávamos móveis D. Maria I com características especiais: seus filetes, mais largos do que nas demais regiões, e o sabor regional sempre presente   cajus, abacaxis embutidos nos espaldares das cadeiras e nas frentes e tampos de mesas, flores holandesas, tulipas embutidas, em ramos, onde boninas e margaridas se abraçam num buquê, o que pode ser visto nas cabeceiras das camas.   Já na Bahia vamos encontrar camas com pássaros e flores embutidos, e amarrando seus talos, fitas que formam laços exagerados, de pontas caídas. Nas cômodas, flores entrelaçadas são muito complicadas. As talhas só vão aparecer como guarnição das cabeceiras das camas de encosto sextavado. Nestas, guirlandas de folhas e flores vão aparecer entrelaçadas, bem ao gosto da época. Essas talhas, em madeira pura ou dourada, só aparecem nas camas portuguesas e nas de origem baiana.


Dona Maria I


Mobiliário Brasileiro Até o século XIX


BANDEIRANTE . 1600 a 1700   Tipologia: Oratórios, arcas e bancos mineiros que tem filiação artística no renascimento italiano (savonarola).   Mesas com gavetas e mesas de refeições que traziam gravadas as iniciais dos proprietários.   Armários que só passaram a serem produzidos no Brasil, no século XVII.   Camas ou catre, originário da China que chegou ao Brasil trazidos por portugueses.   Madeiras: Cedro, canela, preta ou branca, o vinhático e o Jacarandá (não foi utilizado na produção de catres).


BANDEIRANTE . 1600 a 1700


D. JOÃO VI

Estilo de 1816 a 1850 João VI (nome completo: João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança) BTO (Lisboa, 13 de maio de 1767 — Lisboa, 10 de março de 1826), cognominado O Clemente, foi rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves de 1816 a 1822, de facto, e desde 1822 até 1825, de jure. Desde 1825 foi rei de Portugal até sua morte, em 1826. Pelo Tratado do Rio de Janeiro de 1825, que reconhecia a independência do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, também foi o imperador titular do Brasil, embora tenha sido seu filho Pedro o imperador do Brasil de facto.


D.JOÃO XVI . 1816 a 1850   Mesas de influência francesa, cômodas com ornamentos em flabelos.   Camas com dossel aonde as cabeceiras também apresentam essa ornamentação.   Demais ornamentações: Ponta de diamante, rosetas, juncos e cordões.   Obs: Frequentemente o estilo é confundido com D. Maria I.   Madeiras: Jacarandá e Jacarandá preto.


D.JOÃO XVI . 1816 a 1850


BERANGER . 1820 a 1860   O francês Francisco Manuel Béranger chegou à capital pernambucana em 1822, estabelecendo-se com uma pequena oficina de móveis entalhados na rua da Florentina.   Ele era um apaixonado pelas nossas flores e frutos e fez uma série de talhas com esses motivos, aproveitando-os nos seus consolos, cadeiras e, especialmente, nos sofás, conhecidos como "sofás Béranger", ou pernambucanos, cujos encostos se apresentavam cheios de curvas largas, onde cornucópias despejavam romãs, cajus e abacaxis apareciam numa composição muito harmoniosa.   Fabricados geralmente em jacarandá, estes móveis, notadamente os sofás, apresentavam os encostos profusamente trabalhados e os assentos quase sempre de palhinha, com os pés um tanto exagerados e em talha profunda. Foi ele o introdutor entre nós do verniz conhecido pelo nome de "verniz de boneca”. Uso da palha ao invés do veludo. Também chamado de Vitoriano Brasileiro.


BERANGER . 1820 a 1860


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