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a função social da arte a função social da arte

Na Luta

Nos somamos as trabalhadoras e os trabalhadores da arte e cultura de Crato e pedimos 2% do Orçamento para Cultura que é pedir o mínimo de investimentos municipais para fortalecer esse setor econômico que segundo dados do Observatório Itaú Cultural em 2020 representou 3,11% do PIB brasileiro, ultrapassando a indústria automotiva. Sem falar no fato de a cultura é um direito do povo, ela cumpre importante papel na constituição simbólica do ser humano e o fortalecimento do pensamento crítico.

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O Sindicato da Performance, festival internacional que fomenta a criação, circulação e formação nessa linguagem artística tão diversa e plural que, no Brasil, genericamente chamamos de performance, nasce do desejo de um artista e produtor cultural que atua na área, colocando o seu corpo pra jogo e desejando jogar com outros corpos dispostos.

Seguimos desejando, essa é nossa cina. Desejamos agir nas fronteiras, questionar os limites e lançar outros olhares sobre o laço social para dizimar preconceitos, abrindo espaço para a descoberta sincera do outro e de seu lugar no mundo. Queremos ser encontro.

Nascemos olhando para o que tem acontecido no eixo Norte-Nordeste e no sul global. Buscando contatar artistas desses territórios minorizados por diversos motivos – políticos, econômicos, sociais. Nascemos nos envolvendo nas batalhas para abertura de espaço para a linguagem aqui no Ceará e hoje podemos fazer uma edição do festival com subsídio do Edital de Incentivo às Artes da Secult CE e o mais importante, sem precisar se esconder ou dissimular em outra linguagem.

Temos conseguido chegar a mais pessoas, nossa meta agora é como fazemos para que mais pessoas caibam em cada edição do Sindicato, além de criar outros mecanismos para o fortalecimento da linguagem, através da circulação, mas também por meio da formação e da articulação com os equipamentos culturais da região, que tem sido essenciais para a realização do Festival com o tamanho que ele se apresenta para vocês.

Ampliando os diálogos com a cena cultural no Cariri, esse ano fazemos duas importantes conexões – a Batalha do Cristo e a Queermesse. Duas cenas que dialogam diretamente com a performance e que atuam na região a um tempo, a batalha abrindo espaço para a palavra que emana sobretudo de corpos historicamente marginalizados, racializados e empurrados para as periferias; já a Queermesse, uma ainda jovem realização da cena drag do Cariri que reúne drags de diferentes gerações e abre espaço pra essa forma de arte e vida que emana de corpos dissidentes, tudo isso sendo feito desde o interior, sob todas as dificuldades que a política cultural e social da região impõe.

Nesse jornal trazemos uma fagulha da potência que brota no Cariri, território que se espraia pelos sertões e vales do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí, no miolo do Nordeste, terra ancestral tocada por divinos diversos. Que esse festival sirva de oxigênio para alimentar a insurgência desse conjunto de trabalhadoras da arte. Dessas fazedoras de novas realidades. Vem com a gente dar esse grito de rebeldia e construir outras formas de viver e de fazer arte.

Expediente

O Jornal O Corpo, do Sindicato da Performance, festival internacional que circula pela região do Cariri com edição anual, com uma visão da linguagem no Brasil com foco no eixo Norte-Nordeste e no mundo com foco no sul global, ensaiando sempre um olhar para o que está correndo por fora do mercado da arte, em estado de resistência e teimosia. | @sind.perfor.art @fatozero

Edição: Lívio Pereira | Textos: Violeta Luna, Lucas Dilacerda | Diagramação: Fatozero Edições

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