Minas Faz Ciência 58

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Imagens de satélites As pesquisas, inéditas no País, tiveram início em 2009, com aporte financeiro da FAPEMIG, por meio de recursos do edital Demanda Universal. “O uso de imagens de satélite de média resolução mostraram-se extremamente eficientes para identificação e quantificação de áreas irrigadas por pivô central. Devido a suas formas circulares, essas áreas podem ser facilmente reconhecidas por meio de análises visuais”, explica Elizabeth Ferreira, coordenadora do projeto, que atua nas áreas de Sensoriamento Remoto, Cartografia e Geoprocessamento há cerca de 20 anos. De acordo com a pesquisadora, a acessibilidade à tecnologia de monitoramento por satélite ainda é recente no Brasil. “Até a década de 1980, os estudos usavam imagens capturadas por aviões. Esse tipo de fotografia oferece menor nitidez do que as imagens de satélite. Com o tempo, a tecnologia tornou-se acessível e uma série de softwares para manipulação desse formato digital passou a ser distribuída gra-

tuitamente, o que possibilitou o uso dos satélites com finalidade agrícola no País”. Apenas no final dos anos 1990 é que a área ganhou expressivo avanço no Brasil, com a implementação do Programa Sino-Brasileiro de Satélites de Recursos Terrestres (Cbers, na sigla em inglês), que pôs em órbita o primeiro aparelho voltado a programas de “imageamento” do território brasileiro. O projeto resultou de parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast). Para sensoriamento das áreas de irrigação, a equipe utilizou o satélite Cbers 2B, versão aprimorada, que entrou em atividade em 2007. O processo de varredura geográfica do Estado – que domina uma superfície superior a 585 mil km² – foi realizado entre 2008 e 2010. Foram necessárias 88 fotografias para cobertura de todo o território. “O sensor do satélite usado fornece imagens de uma faixa de 113 km de largura no terreno, com resolução espacial de 20 metros, o que significa que objetos de dimensões inferiores a esta medida não

MINAS FAZ CIÊNCIA • JUN/JUL/AGO 2014

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