Minas Faz Ciência 45

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ENGENHARIA DE TRÂNSITO

Contra as buzinas do apocalipse Estudos do Núcleo de Transportes da Escola de Engenharia da UFMG buscam discutir a mobilidade urbana e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos Maurício Guilherme Silva Jr.

Em Socráticas, seu livro póstumo, o escritor, pensador e crítico literário José Paulo Paes (1926-1998) publicou um poema que, à luz dos atuais acontecimentos, poderia ser chamado de “premonitório”. Para explicar o (novo) fim dos tempos, o autor paulista vaticina, de modo irônico, nos breves – mas profundos – versos de Apocalipse: “O dia em que cada habitante da China tiver o seu Volkswagen”. Para além de sua intensidade estética, o chiste

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poético de Paes acaba por “fotografar” o cenário que, dia a dia, parece estar mais próximo das megalópoles e suas vastas populações: caso não se invista na redução do número de veículos em vias públicas, assim como na instauração de produtos, princípios e projetos inovadores de mobilidade urbana, o crepúsculo dos tempos parece não demorar. Afora necessárias mudanças comportamentais, o antídoto à tenebrosa

MINAS FAZ CIÊNCIA • MAR/MAI 2011

predição realizada já na abertura desta reportagem parece estar, com ênfase, no investimento em pesquisas científicas e tecnológicas. Trata-se, em suma, de estudos capazes de não só diagnosticar os problemas viários das gigantescas cidades, como de apresentar criativas e solidárias soluções para melhoria dos fluxos de veículos e pedestres, o que, de diversos modos, resultará em melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. “O


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