Coleção: Cuidando de nós | Livro 5 - Família

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Copyright © 2015 by: Isa Magalhães Coordenação Editorial: Isa Magalhães e Vitor Eloy Revisão: Paola Benevides Projeto Gráfico: Fabricio Alencar Diagramação e Ilustrações: Fabricio Alencar Coordenação Comercial: Luiz Duarte Imagens: Imagem Copyright, 2015. Usada sob licença da Shutterstock.com, autorizada pelos modelos.

Impressão 1ª edição Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Magalhães, Isa Coleção Cuidando de Nós – Família participativa - Juntos somos mais fortes! - Isa Magalhães, Ludis Editora – Fortaleza, Ce. Ilustração: Fabricio Alencar; 54p.: il. ISBN 978-85-68993-14-9 1. Educação. 2. Competências Socioemocionais I. Temas Transversais

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem o consentimento por escrito das Editoras. Todos os direitos reservados às Editoras:

Ludis Editora Rua Pascoal de Castro Alves, 277 - A B. Vicente Pinzon. Fortaleza/CE CEP 60.181-225 - Fone: (85) 3103.1304

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Apresentação Família, amor e pertencimento - 07 Educando as emoções da família - 15 Família participativa – Juntos somos mais fortes! - 25

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Anexos Anexos 1 - Teste: qual o seu estilo de de ser pai ou mãe? - 35 Anexo 2 - Contando a história da minha família - 43 Anexo 3 - Educando com valores - 47 Anexo 4 - Caderno de gratidão - 53



Apresentação Olá, você que é pai ou mãe de um(a) aluno(a), ou mesmo responsável por ele(a)! Tenho um convite a lhe fazer, mas, antes, gostaria que refletisse sobre algo. Se você está lendo este texto é porque um dia um(a) professor(a) lhe ensinou a ler e escrever, não é verdade? Podemos dizer que os professores abriram um novo universo para nós. Você já pensou nisso? Nas primeiras páginas, o livro já vai pedir que você faça um monte de coisas e seja criativo(a), seja você mesmo(a)! E nada de dizer: “ah, meus desenhos são horríveis!”, o que vale a pena é a tentativa. Infelizmente, quase sempre nos esquecemos desse simples fato quando crescemos. Mas foi através do trabalho dos educadores que o mundo cresceu. Portanto, todos nós devemos muito aos professores e todas as pessoas que trabalham na escola. Meu convite é: venha participar de um projeto para ajudar a escola a ajudar você e os seus filhos, mesmo que a escola tenha sido criada para servir à sociedade, sem a participação integral de todos que fazem parte dela – gestores, professores, alunos e familiares, pouco poderá fazer. Cooperação é a palavra mais importante para o sucesso de todos. Assim, pergunte-se: como posso ajudar a fazer uma escola melhor para meus filhos? Cada um terá a sua resposta, a minha é: participando, conhecendo, conversando, colaborando! Essa é a proposta do projeto Cuidando de Nós, que trabalha com temas como: violência, drogas, comportamento social e projetos de vidas, com os alunos. Se aos professores cabe a missão de ensinar, aos pais cabe a missão de educar. Ensinar e educar são complementares, mas ensinar pode se restringir a mostrar conteúdos, enquanto educar é formar seres humanos. Abra seu coração, fortaleça sua vontade e venha colaborar para fazer da escola um espaço de afeto, acolhimento e aprendizagem para os nossos filhos. Comece lendo este livro. Tenho importantes assuntos a conversar com você. Minha gratidão por você me ajudar a fazer um mundo melhor. Com amor, Isa Magalhães 7



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FamĂ­lia, Amor e Pertencimento


Viver é vencer desafios diários. E neste momento atual da humanidade, com a imensa velocidade das informações e transformações sociais, as dificuldades se avolumam. Mas não podemos perder a esperança de construir um mundo melhor.

O que é família? Segundo o dicionário, família é um conjunto de pessoas que possuem grau de parentesco entre si e vivem na mesma casa formando um lar. E apenas de mãos dadas, juntos, escola e família, pode- A família tradicional é aquela formada pelo pai e pela mãe, unidos por matrimônio ou união estável, com um ou mais filhos. mos vencer esses desafios.

A família é a organização mais antiga do ser humano.

família na pré-história: papéis muitobem definidos (pela capacidade e força de cada um).

Mas a família foi mudando ao longo dos tempos... família CAMPONESA: Mulheres cuidam das crianças e da casa, tecem e cozinham. Os homens cuidavam das plantações, das construções e do comércio.

Fonte das imagens: http://slideplayer.com.br/slide/1261983/

A família moderna

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Modificações na Família após a Década de 1960 Cresceu o número de separações e divórcios transformando a instituição familiar, devido a muitos fatores, como mudanças de mentalidade, valores, a religião ter perdido sua força e a mulher ter conseguido maior liberdade econômica. A família tradicional com o casal e os filhos mudou. Atualmente, temos vários modelos: mãe ou pai solteiro e filhos, mãe ou pai separado e filhos, pais que casam novamente e juntam os filhos, avós criando netos, famílias com filhos adotivos, casais homoafetivos e seus filhos.Vivemos os tempos da diversidade!

http://www.amplos.pt/projectos/como-e-a-tua-familia

UNIÃO HOMOAFETIVA NO BRASIL • Em 2003 (Bahia) foi assinado o primeiro contrato de união estável a partir de uma relação homoafetiva. • Em 2006 uma pernambucana de 66 anos ganha na justiça o direito à pensão do INSS por morte de companheira. • Em 2008 (Paraíba) aconteceu a primeira celebração pública de uma união homoafetiva. • Em 2011 o Supremo Tribunal Federal aprovou por unanimidade as Uniões Homoafetivas - Os casais homossexuais têm os mesmos direitos e deveres que a lesgislação brasileira já estabelece para casais heterossexuais. “O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo será permitido e as uniões homoafetivas passam a ser tratadas como um novo tipo de família”. 11


Infelizmente, isso não é possível em muitas famílias. O que fazer? Não existe uma fórmula pronta. Não existe a família perfeita. Cada um deve ter a intenção de tentar fazer o seu melhor. No entanto, o mais importante não é a perfeição familiar, e sim o afeto que os filhos recebem. o afeto que os pais transmitem traz segurança e bem-estar para todos. Mas o que fazer quando os pais não conseguem passar afeto? Eles devem buscar se conhecer e entender onde está o bloqueio, melhorando, assim, a relação familiar.

A Família nos Tempos Atuais

Cresceu o número de separações e divórcios transformando a instituição familiar, devido a muitos fatores, como mudanças de mentalidade, valores, a religião ter perdido sua força e a mulher ter conseguido maior liberdade econômica. Mas uma coisa não mudou: o importante para a criança ou o adolescente não é o tipo de família, e sim, se estão sendo cuidados e amparados pelos pais ou responsáveis, estejam eles juntos ou separados. Eles querem uma família, mesmo que muitas vezes o discurso de rebeldia dos adolescentes mostre o contrário.

• Na estrutura familiar, os filhos são os membros mais vulneráveis às situações de conflitos no grupo e, neste sentido, estão mais expostos que os demais, justamente por não ter autonomia e capacidade plena de defesa e resolução. • Com relação aos adolescentes, a situação é praticamente a mesma, com o agravante de que, muitas vezes, eles são depositários de expectativas e esperanças de ascensão do grupo familiar, sofrem com a frustação destas expectativas, tanto pelo contexto familiar de sobrevivência, como pelo contexto de possibilidades de inserção social.

O papel da família é fundamental para o desenvolvimento psicoemocional das crianças e adolescentes. Ainda é a família que transmite os valores morais e sociais de base para a nossa socialização, bem como as tradições e os costumes que passam de geração em geração. Isso é bom ou ruim? A família é a referência na formação dos jovens. Essa realidade ninguém pode negar. Como também é real, como Depende dos valores que serão passados. foi dito antes, que não importa o modelo familiar, e sim, o Nesses tempos de muitas mudanças sociais, as relações tipo de afeto e acolhimento que o filho ou filha recebe. familiares também estão confusas e cheias de conflitos. O ideal seria um ambiente familiar de harmonia, com va- Filhos não cuidados chegam à adolescência com fortes lores como afetos, proteção, respeito e todo apoio necessário possiblidades de serem desajustados, porque ninguém nem nada substitui o amor e o cuidado da família. na resolução dos problemas de seus membros. 12


A Constelação Familiar Aceitando os Pais como São! As famílias não devem se conformar com conflitos e desarmonias, podem procurar meios para melhorar a convivência. A Constelação Familiar, por exemplo, é uma terapia para resolver os “emaranhamentos” (problemas confusos entre as pessoas de uma família), do filósofo, terapeuta e professor alemão Bert Hellinger.

Para Bert Hellinger, só teremos paz interior quando aceitamos amar, mesmo com os conflitos. Assim, “tomar” os pais é receber tudo o que eles têm, tanto de bom como de ruim. Não é possível selecionar, separar isso. Não é possível darmos aquilo que não temos. A não aceitação dos pais significa que os filhos querem receber apenas o que é bom dos pais, rejeitando o que não gostam. Quando filho ou filha critica, julga, condena e reclama dos pais, não consegue receber no coração que seus pais têm para lhe dar, começando, assim, os conflitos de comportamento.

A solução? O respeito e o amor devem ser restabelecidos. Isso acontece quando os pais assumem seus papéis e não se Bert Hellinger curvam para os filhos, afinal, eles são “os pequenos” e o pai e a mãe são “os grandes”. Essa é a Lei da Ordem Hierárquica Hellinger, por exemplo, descobriu que existem leis in- familiar: quem vem primeiro tem mais direito. conscientes que regem o nosso comportamento no grupo familiar, que ele chamou as “leis de ordens do amor”. No entanto, este “não curvar-se” é feito com amor e não com violência. Amor é dizer NÃO explicando o porquê, é dar Segundo ele, “uma criança só pode estar bem consigo limites pensando no filho, pois a vida irá dar-lhe limites mesma quando toma seus pais (...) e os respeita do jeito de alguma maneira. que são, sem querer ou desejar algo diferente”. Isso requer que os pais aprendam a pensar, sentir e agir O que é “tomar os seus pais”? É receber os pais como são. de forma mais equilibrada, para que, assim, os filhos acreTomar é ir além de aceitar, é algo incondicional. Sabemos ditem no amor de seus pais, recebendo o que os pais têm para que para algumas pessoas isso é muito difícil devido a trau- dar de forma tranquila. Bert Hellinger descobriu que a nossa mas e dores da infância. 13


As Três Leis Descobertas por Bert Hellinger Bert Hellinger descobriu que a nossa consciência familiar obedece a três leis naturais em todos os grupos humanos, seja uma família, uma escola ou uma empresa:

Bert Hellinger

Lei do Pertencimento – todos têm direito a pertencer a sua família. Lei da Ordem Hierárquica – os mais velhos têm mais direito que os mais jovens. Quando a ordem hierárquica não é respeitada, os mais jovens se sentem no direito de criticar e julgar os mais velhos, isso desestabiliza a família. Lei do Equilíbrio Entre o Dar e o Receber – os pais dão amor e proteção e filhos recebem e honram. Os professores dão ensinamento e os alunos recebem e honram.

Quando essas leis não são cumpridas por algum motivo, surgem problemas no grupo familiar ou na escola.

E como são essas leis na sua família? Vocês se respeitam? Os pais dão e os filhos recebem com amor? 14


Agora é com você!

Leia a fábula e termine este capítulo, escrevendo sobre como essa estória pode lhe ajudar a entender sua relação familiar.

O Cão e a Casa Certa vez, um cãozinho abandonado, vagando sem destino, encontrou uma casa no meio do campo e entrou para descansar. No interior da casa, viu muitos outros cães quietos a olhar para ele. Surpreso, abanou a cauda em sinal de cumprimento aos outros cães. Feliz, viu todos fazerem o mesmo para ele. Satisfeito com o que viu, mas percebendo que o espaço já estava ocupado, o cãozinho deu meia volta e foi-se embora, dizendo lá para consigo: “Mas que lugar tão agradável! Que amigos afetuosos, um dia voltarei só para cumprimentar os meus amigos”. Em seguida, outro cachorro que por ali passava, entrou na mesma casa e no mesmo quarto, mas ao deparar-se com outros cães, olhou desconfiado e, num ar agressivo, levantou o pelo e rosnou. Todos fizeram a mesma coisa e o cachorro saiu dali correndo, assustado, dizendo: “Livra-me, que lugar tão horrível este! Nunca mais volto aqui!”.

A alguns metros daquela casa havia uma placa que dizia: “Visite a casa dos mil espelhos”.

(Autoria desconhecida)

Moral da História: Enxergamos nas outras pessoas aquilo que somos, o que temos dentro da gente. Como um simples sorriso pode trazer bem-estar aos outros e a nós mesmos? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------15


Como é ter um comportamento amigo na família? Você tem este comportamento? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Seus filhos têm comportamentos agressivos ou amigos? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Escreva como é a sua relação com os filhos: ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Pense nisso: os filhos, na maioria das vezes, refletem o comportamento dos pais. 16


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EDUCANDO AS EMOÇÕES DA FAMÍLIA


“O significado das coisas não está nas coisas em si, mas sim em nossa atitude com relação a elas.” (Antoine de Saint-Exupéry)

A ÁRVORE DO COMPORTAMENTO

Antoine de Saint-Exupéry

que só os objetos inanimados não mudam. Os seres humanos são capazes de mudar de ideia, valores e conduta. Por exemplo, se você foi educado de maneira autoritária, com castigos corporais, quais foram as consequências disso em sua vida? Você se tornou mais ou menos amoroso(a)? Muita gente que foi agredida na infância tem um discurso do tipo: “apanhei e aprendi!”. Será que aprendeu de verdade? Os que falam isso, na verdade, estão se protegendo da dor que essas lembranças trazem.

Quem são os Nossos Filhos? Para educar, precisamos conhecer nossos filhos. “Mas eu Nosso comportamento é fruto da interpretação daquilo que acreditamos, como as folhas de uma árvore em cuja raiz estão as nossas crenças. E são as crenças que nos fazem interpretar as situações de maneira positiva ou negativa, daí, reagimos.

conheço meus filhos!”, diria você. Sim, você que é pai e mãe sabe quem é o seu filho. No entanto, já conversou verdadeiramente com ele ou ela, olhando em seus olhos? Já se perguntou: quem é este ser que ajudei a dar vida? Essa é a pergunta que todo pai e mãe deve fazer sobre seus filhos.

Assim, observamos que muitas famílias têm sérios problemas de relacionamento porque não conhecem suas crenças, não conhecem suas raízes. Ao conhecer as crenças, entendemos os valores, o que é considerado certo ou errado na educação da família.

Entender o temperamento, as necessidades emocionais, a individualidade de cada filho é tão importante na educação como dar-lhe comida e escola.

Principalmente na adolescência, uma das fases de maior mudança na vida humana. Mudanças físicas, no jeito de pensar, sentir e agir, o que traz muitos conflitas nas rela Muitos pais não gostam de pensar sobre isso, dizendo: fui ções pais e filhos. educado(a) assim, e vou continuar a fazer assim! A questão é 18


Temperamentos e Comportamentos Assim como nós, os nossos filhos também apresentam diferentes tipos de temperamentos e emoções que vão influenciar no comportamento em casa e na escola. É importante os pais observarem os filhos para conhecê-los bem, e assim, saber como educá-los. Entender o temperamento de cada filho ajuda a educálo. Isso porque cada filho é diferente um do outro e, assim, para estabelecer as regras familiares, observe seu filho ou sua filha. Por exemplo, filhos tímidos precisam de incentivos para se tornar confiantes. Filhos de temperamento irritado precisam de carinho, mas também de limites claros e assim, por diante.

Adolescência – Fase das Grandes Transformações Éssa fase da vida em que os filhos adolescentes começam a conhecer o mundo lá fora, e têm acesso a álcool, drogas, violência, sexualidade e outras experiências da vida. Isso porque a adolescência é o momento de fazer amigos e compartilhar experiências, medos, sonhos e segredos. Mas quando bem conduzidos por uma educação com regras, limites e afeto, a maioria dos adolescentes passam por esta fase de maneira tranquila, mesmo os de temperamento mais agitado. Ao ensinar valores e regras importantes para toda a vida, conhecer colegas e amigos, acompanhar de perto as atividades escolares, esportivas e sociais dos filhos, são maneiras dos pais auxiliá-los a lidar com seus problemas e preocupações. 19


Educação Emocional da Família

Embora não existam pais perfeitos, pais focados na alfabetização emocional dos filhos aproveitam os momentos Você já ouviu falar em Educação Emocional ou alfa- frustrantes ou de emoções negativas das crianças e adobetização emocional? São termos que surgiram em nossa lescentes, para ensiná-los importantes lições de como se época porque vivemos momentos nos quais as crianças não comportarem. estão sendo ensinadas a lidar com suas dores e frustrações. Estamos educando jovens que têm dificuldade de ouvir não, E ensinam os valores humanos para fortalecer as emoções de frear os impulsos e desejos, ou até mesmo de se concentrar. dos filhos. Valores como pedir desculpas, cooperar, respeitar, ser afetuoso e educado com os outros. Estamos formando seres imaturos que possivelmente vão se refugiar em drogas, sexo e violência. O que fazer? Alfabe- Ensinam, ainda, que a autodisciplina faz a diferentização emocional. Ensinar os filhos a lidarem com vida de ça quando enfrentamos as frustrações, a dor, a ansiedade forma mais real possível. diante dos desafios da vida. Mas para isso, os pais devem observar os sentimentos dos filhos, e dar limites de acordo com seus temperamentos, Existem quatro passos que os pais podem dar, para a edumostrando-os até onde podem ir, ensinando-os a como li- cação emocional dos filhos e, também, ajudá-los a desendarem com os altos e baixos da vida, são os pais equilibrados. volver a autoestima. São eles: 1) Conhecer suas próprias emoções. Os pais primeiro precisam conhecer suas próprias emoções para entenderem as emoções de seus filhos. Pergunte-se: como eu sou? Como reajo ou ajo quando estou nervoso(a)? O que eu faço quando meus filhos me irritam? Mostro o meu amor pelos filhos? Como? 2) Reconhecer as emoções dos filhos. Tem pais que tentam ignorar os sentimentos dos filhos, principalmente os considerados negativos, como raiva, medo e tristeza, esperando que eles passem sozinhos. Infelizmente, não é assim que as emoções funcionam. Os sentimentos negativos são normais. Todo mundo sente. O problema é quando só valorizamos os sentimentos mais negativos. Valorizar os sentimentos dos filhos é demonstrar apoio e cuidado. 3) Ajudar a criança a falar das emoções. Os pais que demonstram compreensão com os sentimentos dos filhos ganham a confiança. Para isso, preste atenção com o coração para sentir verdadeiramente o que seu filho está sentindo, pois a criança ou o adolescente que expressa às emoções sente-se compreendida. 4) Mostrar os limites ajuda os filhos com seus problemas. Falar para os filhos que seus sentimentos não são o problema, e sim, o mau comportamento, é dar limites. Ensinar que todos os sentimentos são naturais, temos apenas que aprender a lidar com eles, para evitar comportamentos mal educados ou destrutivos. Portanto, os pais podem impor limites aos atos, mas não aos sentimentos dos filhos. 20


Quando os filhos aprendem em casa a lidar com as emoções negativas (raiva, medo e tristeza), que geram impulsos e comportamentos destrutivos, aprendem a buscar soluções para seus problemas e conflitos porque compreendem que a vida é feita de tristeza e alegria, raiva e calma, amor e ódio. A diferença está em como usamos nossas emoções.

questioná-los. Peça que ao sentir algo ruim, questione: “o que realmente estou sentindo?”.

Nunca negue os sentimentos negativos dos filhos, mas também não os estimulem. Faça-os perceber que as emoções positivas fazem bem, assim, quando os filhos estiverem alegres e felizes, validem essas emoções com elogios ou abraços, Para uma educação emocional, os pais podem ajudar este gesto de aprovação fará com que eles valorizem mais as incentivando crianças e adolescentes a pensarem em seus emoções que os fazem sentir-se bem. problemas, fazendo perguntas do tipo: o que você realmente quer? O que você está sentindo? Quais as melhores opções de Os Valores Humanos – Bases das Emoções Construtivas solução para esse problema? Você já ouviu a velha frase “só damos o que temos”? Ela é A educação emocional ensina os filhos a reconhecerem a mais pura verdade. Por isso, é que a chamada Inteligência as emoções que constróem (alegria, amizade, afeto, coope- Emocional é um tipo de inteligência que garante o bem-esração), as emoções que podem destruir (inveja, ciúme, raiva) tar e a felicidade dos nossos filhos, porque ao cultivarmos e as emoções da dor (medo e tristeza). essa inteligência, saberemos nos controlar para educar com Os pais só podem impor limites e responsabilidades aos equilíbrio e diálogo. filhos quando eles entendem suas próprias emoções.

Assim, ensine os filhos a aceitarem suas emoções e pensamentos mais emocionais, dizendo para esperar o calor passar. Mostre que sentir ou pensar coisas ruins faz parte da natureza humana. A questão é não alimentá-los, e sem

A Inteligência Emocional é construída pelos valores humanos positivos. Vamos descobrir qual é o nível da inteligência emocional da família? Escolha na figura abaixo dois valores que são vividos, ou que deseja vive-los, na sua família:

Pense e responda: como esses valores e sentimentos são vividos na sua famí lia? DESCRENÇA TRISTEZA SOLIDARIEDADE MALDADE ESCASSEZ

IGNORÂNCIA ÓDIO

AMOR

COMPREENSÃO

ABUNDÂNCIA

EGOÍSMO

FÉ 21

BONDADE

FRACASSO

ALEGRIA


Para Bert Hellinger, os filhos precisam “tomar” os pais no coração, e os pais podem ajudar neste processo, usando a sensibilidade e a firmeza. Não é uma ou outra, são as duas juntas! Firmeza é indicar as regras da família, e sensibilidade é falar com amor, demonstrado aos filhos a importância da disciplina e regras na vida, pois aonde eles forem, serão cobrados por isso. Para colocar limite não é necessário castigar ou punir, mesmo que às vezes isso seja necessário. Colocar limites é conversar e dizer claramente o que os filhos podem ou não podem fazer. Dite as regras quando são crianças e dialogue quando adolescentes.

O que é o Amor na Família? Será que amar é dar tudo aos filhos? É se doar de tal forma

que não sobra nada para você? Com certeza, não. Amar os filhos ou alguém da família é fazer o que tem de ser feito e isso, muitas vezes, significa dizer não, dar limites e castigar, se preciso for!

Diga NÃO à Violência na educação! Pais que foram agredidos na infância costumam também agredir seus filhos, física ou verbalmente, gerando crianças e adolescentes hostis. Mas não adianta culpar os pais desses pais. Cada um fez o que sabia e podia, mesmo não sendo o certo.

Amor é doação com responsabilidade. Caso os pais não É como Bert Hellinger disse, devemos “tomar” nossos pais, demonstrem amor com limites, os filhos não saberão como recebendo-os e aceitando-os como são ou como foram. Isso gera se comportar, não terão em quem se espelhar, porque vão respeito e amor. acreditar que tudo podem. O importante é não repetir a agressividade recebida, se não Então, será a vida que vai dar esses limites, e não será tão amorosa! desejarmos que os filhos se tornem adultos violentos. Ao reconhecer o padrão agressivo da família, teremos que nos esforçar para mudar. Não é fácil, pois o que aprendemos na infân A educação que fortalece a autoestima dos filhos é um cia é a nossa base. Porém, não impossível! alicerce da paz. Mas pais que não têm autoestima não poderão Comece procurando dialogar, que significa falar e ouvir o colaborar nessa educação. Até a qualidade do amor que sentem outro. “Tenho dificuldade de conversar.” Muitos pais dizem isso. fica comprometida, porque uma mãe ou um pai que não gosta Falar com os filhos não é fazer discursos, é falar com amor, é deixar de si vai se sentir inseguro para educar verdadeiramente. o coração falar mais do que a razão. Falar com o coração é dar li Por isso, os pais que desejam ser referência e bem educar mites com amor. Isso sempre dá certo! seus filhos, começam eles próprios se autoeducando. Ninguém consegue dizer não e falar das regras familiares sem autoes- O importante é entender que agressão física só gera mágoas e tima ou mostra flexibilidade com autoridade, para que filhos rancores, não educa. Usar a firmeza não é bater, é dialogar com aprendam a ter atitudes e tomar decisões com responsabilidade. regras claras para que os filhos entendam seus limites.

A Educação Precisa de Firmeza e Sensibilidade

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As Palavras que podem construir ou destruir Nossos filhos! Outra coisa importante são as palavras ditas pelos pais. Elas têm muito poder. Por isso, todo cuidado com o que fala para seu filho. Se estiver com raiva, então, é mais perigoso. Espere ficar tranquilo para falar sobre a situação. Muitas vezes, cansados do trabalho ou de outras situações da vida, acabamos falando coisas que não queremos ou cedendo às chantagens para “nos livrarmos” dos pedidos insistentes dos filhos. A negociação das regras é importante quando os filhos crescem. Ao ouvir suas opiniões e argumentos, eles também vão ouvir o que você teme dizer. Isso é dialogar. O diálogo contribui para a formação da personalidade de crianças e adolescentes. Aprender a dialogar com os nossos filhos é ensiná-los valores como respeito, cooperação, bondade e compreensão.

Autoridade e disciplina traz Equilíbrio

Outra coisa importante são as palavras ditas pelos pais. Elas têm muito poder. Por isso, todo cuidado com o que fala para seu filho. Se estiver com raiva, então, é mais perigoso. Espere ficar tranquilo para falar sobre a situação,

Existem pais que não sabem exercer sua autoridade com firmeza. Ou exageram e se tornam crítico demais, ou relaxam e deixam o bar Os pais não devem ter medo de mostrar autoridade. Se ficarem co correr sem rumo. O ideal é o caminho do meio. “mendigando” amor dos filhos para se sentirem queridos, não conseguirão colocar limites e educar com firmeza. Vão ter difi- Existem muitos estilos de pais, embora não exista uma fórmula fechada de educação, conhecer como somos como pais ajudar culdade de repreendê-los com respeito. a encontrar o equilíbrio. Descubra o seu estilo como pai ou mãe. A educação baseada na autoridade ensina crianças e jovens a amarem sua família, apesar das imperfeições. Mas autoridade não é autoritarismo! Ter autoridade é educar pelo exemplo e afeto. Ser autoritário é educar pela violência, seja verbal ou física.

Faça o teste “Como é o seu Jeito de ser Pai ou Mãe?”, que está no final desse livro, no Anexo 1. Boa sorte! 23


Alienação Parental A dor da escolha Você já ouviu o termo “Alienação Parental”? Significa um dos pais colocando os filhos contra o outro, usando uma frase do tipo: “seu pai abandonou você”, “você deveria sentir vergonha da sua mãe”, “seu pai não dá dinheiro para manter você”, “sua mãe não se importa com você”, dentre outras frases que mancham a imagem do pai ou da mãe, causando conflito e insegurança nos filhos.

os filhos participem de seus conflitos pessoais, mesmo sabendo que isso às vezes é impossível.

Infelizmente, muitos casais se separam entre si, separando-se também dos filhos. Alguns pais ou mães magoados colocam seus filhos contra um dos pais, gerando o afastamento, ou simplesmente, por exemplo, o pai vai embora e nunca mais aparece. E mesmo sendo questões muito pessoais, que não cabe aqui analisar, o ex-casal deve procurar maneiras de não deixar que

Filhos que são obrigados a negar um dos pais para ficar ao lado do outro, geralmente desenvolve algum comportamento destrutivo.

Agora é com você!

No entanto, a pior coisa que pode acontecer a uma criança ou adolescente é ter que optar por um dos pais. Usar os filhos como ato de vingança contra o ex-parceiro ou ex-parceira é crime, chama-se Alienação Parental.

Nunca peça aos seus filhos para ouvirem ou resolverem os seus problemas. Vocês são os adultos. Filho é filho e pais são pais. Ponto final.

Leia a fábula e termine este capítulo escrevendo sobre como essa estória pode lhe ajudar a educar os seus filhos.

Os Cegos e o Elefante Numa antiga cidade da Índia viviam sete homens sábios que moravam juntos, mas eram todos cegos. E quando as pessoas tinham problemas recorriam à ajuda dos sábios, que embora fossem amigos, às vezes discutiam sobre quem seria o mais sábio. 24


Certo dia, chegou à cidade um comerciante montado num enorme elefante. Os sábios cegos nunca tinham tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele. O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou: - Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar nos seus músculos e eles não se movem; parecem paredes! - Que tolice! – disse o segundo sábio, tocando nas presas do elefante. – Este animal é pontiagudo como uma lança, uma arma de guerra! - Os dois estão enganados – falou o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante. – Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia! - Vocês estão totalmente malucos! – gritou o quinto sábio, que mexia nas orelhas do elefante. – Este animal não se parece com nenhum outro. Os seus movimentos são bamboleantes, como se o seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante. - Pois eu acho que todos estão errados! – irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante. – Este animal é como uma rocha com uma corda presa no corpo. Posso até pendurar-me nele. E ficaram horas debatendo, aos gritos. Até que o sétimo sábio cego, que estava dentro de casa, saiu para saber o motivo da discussão. Ele vinha conduzido por um menino, e pediu que ele desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo, e disse: - É assim que as pessoas se comportam diante da verdade. Pegam apenas numa parte, pensam que é o todo, e continuam tolos porque estão vendo apenas uma parte da verdade e brigando para ter razão.

Moral da História: muitas vezes entramos em conflitos tentando defender a nossa verdade, quando existem muitas verdades. Como você age quando deseja que a sua verdade seja aceita na famíla? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------25



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FAMÍLIA PARTICIPATIVA JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!


É algo que começa quando os pais abrem o coração para escutar com interesse as experiências vividas pelos filhos, ensinando, com isso, valores sociais importantes do tipo: “Nós somos o que fazemos respeito ao próximo e colaboração. repetidas vezes. Portanto, Para formar uma Família Participativa, os pais devem se a excelência não é um ato, autoconhecer e, assim, trabalhar as emoções de seus filhos mas um hábito.” estimulando-os a falarem e expressarem seus sentimentos e emoções. Essa é base do diálogo. Quando conseguimos falar o (Aristóteles) que sentimos, conseguimos entender a nós e aos outros. Ensinar a bondade e a capacidade de se colocar no lugar do outro fortalece a empatia, um dos valores mais importantes no relacionamento social. As crianças que recebem dos pais os ensinamentos emocionais os levarão para o resto de suas vidas. Conversamos anteriormente sobre a importância da Inteligência Emocional para desenvolver a capacidade do jovem em ser autoconfiante e interessado nas atividades escolares. Como também fortalece comportamentos capazes de frear o impulso para ações destrutivas do tipo violência, drogas, sexo inseguro.

Como se Tornar uma Família Participativa? E qual é o papel da família no processo de amadurecimento

emocional dos filhos? A família é a base e quanto mais participativa, mais integrada. Dessa forma, quando os pais entendem e conhecem seus filhos e suas rotinas, sabem quem são os seus amigos, como estão na escola, qual é o comportamento social quando saem, quais os seus sonhos e as suas dificuldades.

Essa é a família participativa, através da qual interagem uns com os outros. Isso não significa que não tenha problemas, conflitos e brigas, algo impossível de existir, porque a vida é cheia de conflitos. No entanto, uma família participativa consegue eliminar bastante esses conflitos com diálogo e afeto. 28

Quatro Passos da Família Participativa Passo 1. Ser fiel aos valores da família. Este é o primeiro passo. Descubra quais são os valores humanos importantes para você e sua família. Isso vai protegê-los das cobranças e da pressão do mundo, da competição que nos leva à comparação um com o outro e nos faz perder o referencial de quem somos, nos deixando inseguros.

Passo 2. Pratique a gentileza. Ser gentil começa na edu-

cação e no cuidado com os outros. É importante sermos mais gentis conosco mesmos e, assim, também com os filhos e com o mundo. Um “bom dia”, um sorriso, uma palavra de incentivo nos deixa mais felizes e também as pessoas a nossa volta. Passo 3 . Fique inteiro na relação com os filhos e esposo(a). Quando estamos inteiros em nosso momento presente e na relação com os outros, a ansiedade vai embora. Conversar olhando nos olhos dos filhos ou do(a) esposo(a), mesmo que esteja falando palavras duras, passará amor. As pessoas ficam abertas para ouvir mensagens em que sentem afeto.

Passo 4. Seja exemplo, seja gente que inspira gente.

A melhor educação é aquela que é feita pelo exemplo. Você sabe que uma imagem vale mais que mil palavras. O princípio dos pais na família é a liderança. Ser líder é inspirar e comandar ao mesmo tempo. Para isso, é preciso ser líder de si mesmo, autor de sua própria vida, refletindo e agindo com consciência e atitude.


A Escola Nasceu para Ajudar a Família A escola é um sistema para auxiliar as famílias na educação de seus filhos, e os pais têm direitos e deveres para com ela. Direito de saber sobre as propostas educacionais que a escola oferece, e o dever de participar dessas propostas. Porém, nem sempre o vínculo entre a escola e a família é formado por diversos motivos, entre eles, a dificuldade que algumas famílias têm de participar por falta de tempo ou, então, porque não acha importante participar dos eventos escolares.

Escola e família têm papéis diferentes, mesmo com o objetivo em comum de educar a criança e o adolescente. Ao participar da vida escolar, os pais mostram aos filhos que acreditam na educação, na escola e nos professores. Quando a família está perto e interessada, a criança ou o adolescente se sente seguro e motivado a estudar.

E nestes tempos conturbados da nossa sociedade, os filhos precisam muitíssimo de nós. Pode acreditar, a participação ativa e amorosa em suas vidas faz a diferença, principalmente em seus futuros. O problema é que, quando a criança ou adolescente sente que os Pode até ser que os filhos adolescentes reclamem disso, pois pais não se importam com a escola, também não participa ou aceita acham que pai ou mãe na escola é para vigiar, é mico! No entanto, a escola como algo importante para a sua educação. Ao contrário, essa ação motiva também os educadores para uma maior qualidade do ensino, e mais tarde, os filhos acabam aceitando a sua participação. vai achá-la chata e sem graça. Possivelmente, essa é a raiz das muitas dificuldades que assistimos atualmente nas escolas, com os alunos desrespeitando os professores, não participando das aulas e cometendo vários atos de vandalismo.

E a adolescência é o limite, é a última oportunidade dos pais participarem profundamente da educação dos filhos. Depois de adultos, eles têm suas próprias vidas. A educação básica e humanitária começa na família, a escola apenas lapida essa educação com Quem nunca disse ou ouviu a famosa frase, quando um profes- outras informações. Por isso, os pais precisam entender que, mesmo cansados e sem sor é rigoroso com o aluno: tempo, devem colocar os filhos no mesmo patamar de outras prio- Você não é meu pai nem minha mãe para brigar comigo! ridades, como o trabalho, por exemplo. Isso mostra o quanto os alunos não sentem a escola como re- - E como vou fazer isso se não tenho tempo nem para mim? presentante da família. Assim, a única forma de fazer a escola ser – Muitos pais se perguntam. Realmente não é fácil, sabemos que respeitada e aceita pelos filhos, é com a participação dos pais. a pressão do dia a dia nos consome. Entretanto, ninguém vai poder viver a responsabilidade de ser pai e mãe por nós. Temos que ser A Família Participativa na Escola criativos para dar conta. Como todos sabem, a participação dos pais na escola também colabora com o desempenho escolar dos filhos. Se você já participa, parabéns! Se não participa, é hora de participar! No entanto, sabemos que participar, muitas vezes, é difícil. A maioria dos pais trabalha, têm muitos compromissos e falta de tempo. No entanto, afastar-se das responsabilidades educacionais dos filhos, achando que escola pode substituir a educação de casa, é o pior dos enganos. 29


Tem uma história muito interessante sobre isso, de autoria desconhecida, que corre pelas redes sociais.

Um pai trabalhava longe de casa e, assim, nunca conseguia ver o filho. Quando chegava em casa ele já estava dormindo e, quando saía, ele ainda estava dormindo. Assim, combinou com o filho que todos os dias, quando chegasse, iria lhe dar um beijo e para provar isso, daria também um nó na ponta de seu lençol. E assim fazia. Todos os dias, o filho acordava com o nó no seu lençol e se sentia amado, mesmo sem ver o pai. Naturalmente, este amor se refletia na vida do garoto, que era um dos melhores aluno de sua classe. Ser criativo e tornar os filhos prioridade evita muitos problemas futuros. Além do mais, devemos pensar que eles crescem rápido, e o que vai ficar de nós em suas vidas é a educação e os valores que passamos.

O que Fazer para participar da escola dos Filhos? 1. Visitem a escola de seus filhos sempre que puderem. 2. Observem se as crianças estão felizes e cuidadas no recreio, na hora da entrada e na hora da saída. 3. Observem a limpeza e a conservação das salas e demais dependências da escola. 4. Conversem com as mães, os pais ou os responsáveis pelos colegas de seu filho ou de sua filha sobre o que vocês observaram. 5. Conversem com os professores. Perguntem como seus filhos estão nos estudos. Peçam orientação, caso seus filhos estejam com alguma dificuldade na escola. 6. Procurem saber o que podem fazer para ajudar. 7. Conversem também com o diretor ou a diretora e as outras pessoas da escola. 8. LEIAM bilhetes e avisos que a escola mandar e respondam quando necessário. 9. Compareçam às reuniões da escola. Deem sua opinião. (Fonte: Cartilha Nenhuma Criança Brasileira vai Crescer sem saber Ler)

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Família Participativa na Escola, Projeto Cuidando de Nós Participar de um projeto na escola é desafio para os pais. Mas este é o desafio lançado pelo projeto Cuidando de Nós. Convidamos os pais para alguns encontros com o objetivo de pensar juntos com a escola, os professores e os alunos, soluções para alguns temas importantes para a nossa sociedade atual, como a violência, as drogas e o sexo inseguro na vida dos adolescentes. São situações que provocam sérios problemas sociais e atingem a todos, em especial, as crianças e os adolescentes. Assim, o projeto Cuidando de Nós visa à educação preventiva com a conscientização dos adolescentes para lidar com os conflitos que geram violência através do desrespeito aos outros e a si mesmo.

Educação Inclusiva – Um Direito de Cidadania Devemos lembrar também dos pais com filhos especiais com alguma deficiência. Como esses pais podem ajudar a escola a construir uma educação inclusiva e cidadã? Cobrando e observando a escola do seu filho ou filha. • Observar se a escola oferece recursos e equipamentos específicos para atender às necessidades educacionais das crianças com deficiências visuais (cegas), auditivas (surdas) ou com deficiências físicas e motoras.

O projeto contém livros e ações para a promoção da saúde emocional, mental, social e a sexualidade dos participantes, através da educação para um comportamento sexual seguro, alerta ao uso nocivo das drogas e outras substâncias. Apoia também os alunos do 9º Ano, ensinando-os a entender seus sonhos e metas para o planejamento do futuro com os chamados Projetos de Vida. Cuidando de Nós é um projeto que acontece através de livros distribuídos em sala de aula e várias atividades em sala de aula. Tudo isso apoiado na proposta educacional da UNESCO e quatro eixos importantes para a educação:

• Observar se os alunos com deficiência estudam juntos com suas turmas, sem discriminação.

1. Aprender a Conhecer 2. Aprender a Fazer 3. Aprender a Conviver 4. Aprender a Ser

• Observar se o espaço físico é adequado às necessidades dos alunos com deficiência e se eles podem circular livremente por todos os ambientes da escola, porque existem itens importantes: banheiros com espaço para cadeiras de rodas, portas mais largas, barras de apoio, pias e espelhos na altura de cadeiras de rodas, rampas ao lado de escadas com corrimão, sinais luminosos (deficiência auditiva) e sonoros e piso de texturas para os deficientes visuais. Caso a escola não tenha essas condições, cobre! É direito de todos serem respeitados em suas deficiências sem discriminação. 31


Temas Importantes para Conversar com os Filhos BULLYING – VIOLÊNCIA E CONFLITOS NA ESCOLA Como a escola é um espaço de convivência, existem muitas possibilidades de conflitos. Os conflitos na escola acontecem entre os colegas ou professores, seja por causa de notas, postura autoritária de alguns professores, desinteresse e atitudes desrespeitosas dos alunos.

com o filho ou filha sobre isso. Principalmente se a criança ou adolescente estiver sofrendo este tipo de violência.

Mas também deve tomar atitudes enérgicas se o filho é agressivo e costuma ter brincadeiras violentas, mostrando-lhe que a dor de determinadas brincadeiras sem graça pode afetar a vida da pessoa para sempre, como por exemplo, os apelidos negativos ou brincadeiras pesadas sobre a raça, religião, aspectos físicos ou Os conflitos entre os colegas, muitas vezes dos mais fortes psicológicos dos colegas. sobre mais fracos, por causa de apelidos negativos, rivalidades A família, assim, conscientiza seus filhos a agirem de fore palavrões, BULLYING, termo que tem origem na palavra inglesa ma respeitosa com todos: colegas, professores, funcionários, BULLY, que significa valentão, brigão. Referindo-se às atitudes como também, falando e pedindo ajuda caso esteja passando por agressivas, verbais ou físicas de alguns garotos ou garotas, sem uma situação de abuso e violência. motivação, mas com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa. Para uma vida pacífica, ensine aos filhos: Ensinar uma convivência saudável para evitar o bullying é um dever da escola, contudo, os pais podem ajudar conversando RESPEITO – aceitar as diferenças é respeitar as ideias e o jeito dos outros, mesmo não concordando com elas. Todos temos o direito de não concordar, mas temos o dever de respeitar os outros se quisermos ser também respeitados. Isso se aprende em casa. NEGOCIAÇÃO – ensinar os filhos a buscar soluções pacíficas para os conflitos é evitar a violência. Primeiro se deve tentar conversar para encontrar soluções. COMPORTAMENTO NÃO AGRESSIVO – falar e agir de forma respeitosa com todos evita conflitos. Este comportamento começa na educação doméstica que usa palavras como desculpe, por favor, com licença, cumprimentos (bom dia, boa tarde, boa noite). 32


Como agir com filhos que usam drogas:

PREVENÇÃO ÀS DROGAS E OUTRAS SUBSTÂNCIAS Todo mundo sabe dos perigos e problemas que as drogas causam à vida do ser humano, seja jovem ou adulto. Conversar sobre isso na família é importante para sensibilizar os alunos sobre as drogas. Na verdade, droga é toda substância que provoca algum tipo de dependência (vício), assim, bebida alcoólica também é droga. Pessoas que não sabem beber socialmente, que abusam da bebida são chamadas de alcoólicas. E existem vários tipos de drogas, desde as permitidas por lei, como as bebidas alcoólicas, cigarro, por exemplo, até as proibidas como a maconha, a cocaína, o crack, entre muitas outras.

• Primeiro, antes de qualquer atitude, procure ter certeza de que ele realmente esteja usando drogas. • Tente uma conversa franca com seu filho, sem acusações e sim, para descobrir as razões que o levaram ao uso de drogas. • Encare o fato com realismo e objetividade e sem desespero. Muitas vezes, é apenas curiosidade e não vai resultar no vício. • Após uma conversa franca, coloque regras e limites em casa: delegue tarefas, controle os horários e o dinheiro. • Procure ajuda, converse com um profissional da área, como psicólogos, professores e coordenadores da escola. • Participe de grupos de ajuda mútua para dependência química

A pessoa usuária de drogas pode ser identificada por um conjunto de sintomas, e não apenas por um sinal isolado. Entre os sinais de consumo, temos: • Irritabilidade • Sonolência durante o dia • Olhos avermelhados • Dedos queimados ou com bolhas • Descaso com a higiene e com a aparência física • Falta de interesse pelos estudos ou abandono da escola • Alterações súbitas de humor: intensa euforia alternada com choro ou depressão • Troca da noite pelo dia • Desaparecimento de objetos de valor do ambiente doméstico • Dificuldade de aceitar a autoridade dos pais e professores • Comportamento egocêntrico, agindo como o dono da verdade.

COMPORTAMENTO SEXUAL SEGURO Algumas famílias ficam incomodadas com a educação sexual na escola, ou em falar desse tema com os filhos para a orientação do uso de preservativos nas relações sexuais, com medo de que isso encoraje a atividade sexual dos adolescentes. É um medo irreal. Na realidade, os jovens são diariamente bombardeados com as mais diversas mensagens sobre sexo. A TV, os filmes, as revistas, as mídias sociais, e as conversas entre amigos estão cheias de sensualidades, com as mais diferentes informações muitas interpretadas de maneiras errada pelos jovens. 33


Os adolescentes por volta dos 12 anos (uns até mais cedo) coProjetos de Vida – Ajudando os Filhos meçam a ter curiosidades sobre o sexo. E isso é normal e saudável. a Descobrirem o que desejam Muitos têm dúvidas e questionamentos sobre assunto, e necessitam de respostas simples sobre o que é um comportamento sexual. Quando somos jovens, temos dificuldade de pensar no futuro. Tudo se resume ao aqui e agora, por isso, os adolescentes come Os adolescentes precisam aprender cedo, antes de iniciarem tem tantos atos conflituosos, fazem escolhas erradas, tomam a vida sexual, sobre a importância da responsabilidade consigo decisões precipitadas. Mas isso faz parte da aprendizagem humana. e com os outros, quanto às consequências do sexo inseguro, que provoca Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST, do tipo AIDS, No entanto, incentivar o planejamento do futuro por meio do autoconhecimento e descoberta dos talentos, habilidades e sonhos dos e a gravidez indesejada e precoce. filhos, é ajuda-los a se tornarem mais seguros e confiantes, desco Várias pesquisas mostram que a educação sexual é importante brindo assim, caminhos para a felicidade. e pode retardar o início da atividade sexual entre os adolescentes, reduzindo, assim, o número de doenças sexualmente trans- Os projetos de vidas são momentos para pensarmos como queremissíveis, parceiros sexuais e gravidez não planejada. mos construir a nossa vida. Num mundo agitado e de grandes transformações, ajudar os adolescentes a pensar sobre isso, é importante. É importante que as famílias saibam e colaborem com a edu- Mesmo que a maioria ainda não tenha ideia do que desejam, convercação sexual, para ajudar as crianças e os adolescentes a terem sar sobre o futura é mostrar que podemos descobrir boas possibilidades uma visão positiva da sexualidade, elaborando, assim, seus pró- de como realizar nossos objetivos futuros. prios valores e cuidados, desenvolvendo comportamentos para uma vida saudável.

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Agora é com você!

Leia a fábula e termine este capítulo escrevendo sobre como essa estória pode lhe ajudar a educar seus filhos para a vida.

Qual é o Certo e o Errado? Existia um mosteiro que ficava no alto de uma montanha. O monge que dirigia o lugar chamava-se Josué, muito sábio e generoso. Ele reuniu todos os outros mongens para rezar todos os dias bem cedinho. Um dia, um dos mongens mais jovens foi pego roubando na cozinha. O caso foi levado até Josué pelo monge chefe da cozinha e com a solicitação de que o culpado fosse expulso. Josué ouviu tudo calado e ignorou o caso. Mais tarde, o monge ladrão foi fazer a mesma coisa e, novamente, Josué não ligou para o acontecimento. Isto aborreceu os outros mongens, que pediram uma reunião com o Josué e todos disseram que se o ladrão não fosse expulso, todos iriam deixar o mosteiro. Quando terminaram de falar, Josué olhou para cada um e disse numa voz mansa e piedosa: - Vocês são sábios. Vocês sabem o que é certo e o que é errado. Vocês podem ir para qualquer outro lugar para estudar e praticar a caridade, mas este pobre irmão que rouba não percebe o significado do certo e do errado. Quem irá ensiná-lo, se eu não o fizer? Eu vou mantê-lo aqui mesmo que todos vocês partam. Neste momento, os mongens compreenderam a bondade e sabedoria de Josué e muitas lágrimas foram derramadas pelo monge que roubava. Este, vendo a bondade e perdão do Mestre, perdeu seu desejo de roubar e também pediu perdão a todos.

Moral da História: o perdão é o maior dos mestres, porque fala diretamente ao coração. Como fazer isso? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Por que é importante perdoar? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------35


RELAXAMENTO VISUAL Vamos usar as cenas mentais para relaxar? Este exercício de relaxamento visa criar cenas mentais para exercitar a memória com situações agradáveis que nos farão relaxar e sentir bem-estar. Pode ser feito antes de dormir. Os pais podem usar a imaginação e também ensinar seus filhos criando historinhas para eles imaginarem de olhos fechados. Relaxando: 1) Feche os olhos. Respire profundamente pelo nariz e solte o ar pela boca. Imagine-se num lugar muito, muito gostoso, um lugar que o faz sentir-se calmo e relaxado. 2) Agora imagine o que tem neste lugar que o deixa feliz. 3) Acrescente detalhes de que você goste, na cena, para deixá-la com uma sensação ainda melhor, como pessoas, bichos, natureza e o que mais você quiser. 4) Perceba e experimente os cheiros existentes no local...Toque mentalmente nas coisas para senti-las... Ouça os ruídos que podem existir no lugar... Sinta a temperatura do lugar... Olhe para tudo de belo e bom que existe neste lugar... Sinta o gosto das coisas gostosas de comer que existem neste lugar. 5) Fique neste lugar o tempo que você desejar e conseguir. 6) Depois durma lembrando-se de tudo que você criou em sua mente.

Ser feliz não é acabar com os problemas. Isso é impossível. Ser feliz é saber lidar com os problemas para resolvê-los e aprender com eles!

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TESTE: QUAL O SEU estilo de ANEXO de ser pai ou mÃE?


TESTE: QUAL O SEU ESTILO COMO PAI OU MÃE? Objetivo: entender como a sua Inteligência Emocional e os seus sentimentos de tristeza, medo e raiva estão afetando a educação de seus filhos. Para fazer o teste, marque a resposta de cada item como VERDADEIRA ou FALSA, de acordo com o que você sente. Na dúvida, escolha a resposta que lhe parecer mais próxima das suas ideias. Seja o mais verdadeiro(a) possível!

Ah, e tente fazer o questionário até o fim. PERGUNTA

VERDADEIRA

1- Criança não tem motivo para ficar triste. 2 - Ter raiva é natural, contanto que seja controlada. 3 - Quando um filho faz manha, quer que os pais tenham pena dele. 4 - A raiva do filho não merece ser levada a sério! 5 - Quando meu filho faz manha fica uma verdadeira peste! Detesto. 6- Acho que quando meu filho está triste, espera que eu conserte o mundo e o deixe perfeito. Impossível! 7- Eu realmente não tenho tempo para tristeza na vida. 8 - A raiva é um estado perigoso! 9 - Se a gente ignorar a tristeza, ela acaba passando. 10 - Raiva em geral quer dizer agressão. 11- Filho costuma fazer manha para conseguir o que quer. 12- Acho que tristeza não tem nada de mau, contanto que seja controlada. 13- Tristeza é uma coisa que a gente tem que superar, esquecer e não ficar remoendo. 14- Não me importo de lidar com tristeza de filho, desde que não dure muito! 15 - Prefiro uma criança feliz do que muito emotiva. 16 - Quando meu filho está triste, é hora de conversar para resolver seus problemas. 17- Ajudo meus filhos a superarem logo as tristezas para que possam se dedicar a coisas melhores.

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FALSA


18- Quando a criança está triste não é hora para lhe ensinar qualquer coisa. 19 - Acho que quando meu filho está triste fica olhando muito para o lado negativo da vida. 20- Quando filho(a) fica bravo(a), vira uma peste! 21- Imponho limites à raiva do meu filho(a). 22 - Quando meu filho faz manha, é para chamar atenção. Não ligo! 23 - A raiva é uma emoção que vale a pena observar. 24 - Criança com raiva é imaturidade e falta de discernimento! 25 - Tento transformar a irritação de meu filho em animação. 26 – Acredito que devamos expressar a raiva sentida! 27- Quando meu filho(a) está triste, é uma oportunidade para me aproximar e conversar. 28 - Criança quase não tem motivo para ficar irritada. 29 - Quando meu filho está triste, tento ajudá-lo a investigar as causas de sua tristeza. 30 - Quando meu filho está triste, mostro-me compreensiva. 31- Quero que meu filho vivencie a tristeza. 32 - O importante é descobrir por que a criança está triste. 33 - A infância é uma época de alegria, não uma época para sentir tristeza nem irritação. 34 - Quando minha filha está triste, a gente senta e conversa sobre a tristeza. 35 - Quando meu filho está triste, tento ajudá-lo a descobrir por que ele está com aquela sensação. 36 - Quando meu filho está irritado, é uma oportunidade de aproximação. 37 - Quando meu filho está irritado, dou um pouco a ele para vivenciar este sentimento. 38 - Quero que meu filho vivencie a raiva e aprenda! 39 - Acho que às vezes é bom a criança sentir raiva. 40 - O importante é descobrir por que a criança está irritada. 41- Quando meu filho fica triste, digo que é bom ele não desenvolver mau gênio. 41- Quando meu filho fica triste, digo que é bom ele não desenvolver mau gênio. 42 - Quando meu filho está triste, tenho medo de que ele desenvolva uma personalidade negativa. 43 - Não gosto de ensinar nada a meu filho sobre a tristeza. 44 – Eu não veja nada de mal em expressar a tristeza.

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45 - Não sei se se podemos fazer alguma coisa para mudar a tristeza. 46 - Não há nada que se possa fazer por uma criança triste além de lhe oferecer consolo. 47 - Quando meu filho(a) está triste, tento mostrar-lhe que o amo em qualquer condição. 48 - Quando meu filho(a) está triste, não sei bem o que ele quer que eu faça. 49 - Não tento ensinar a meu filho nada sobre a raiva. 50 - Se há uma lição que eu possa dar sobre a raiva, é que não ha nada de mau em expressá-la. 51 - Quando meu filho(a) está irritado, tento entender seu estado de espírito. 52 - Quando meu filho(a) está irritada, tento mostrar-lhe que o amo em qualquer condição. 53 - Quando meu filho está irritado, não sei bem o que ele quer que eu faça. 54 - Meu filho tem mau gênio e isso me preocupa. 55 - Acho que é errado uma criança manifestar raiva. 56 - Quem tem raiva não tem controle. 57 - Uma criança manifestando a raiva é a mesma coisa que um ataque de mau gênio. 58 - A criança se irrita para fazer o que quer. 59 - Quando meu filho se irrita, tenho medo de dele ter tendências destrutivas. 60 - Se você permite que a criança se irrite, ela vai pensar que sempre vai poder fazer o que quer. 61- A criança irritada está sendo desrespeitosa. 62 - Criança é muito engraçada quando fica irritada. 63 – Penso que a raiva atrapalha e nos leva a fazer coisas das quais nos arrependemos. 64 - Quando meu filho está irritado, vejo que é hora de resolver um problema. 65 - Quando meu filho fica irritado, acho que é hora de lhe dar umas palmadas. 66 - Quando meu filho fica irritado, meu objetivo é fazê-lo parar. 67 - Não dou muita bola para raiva de criança. 68 - Quando meu filho está irritado, em geral não levo a coisa muito a sério. 69- Quando estou irritada, sinto como se fosse explodir.

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70 - A raiva não leva a lugar nenhum. 71- É importante para a criança manifestar sua raiva. 72 - A raiva da criança deve ser levada a sério. 73 – Meu filho tem o direito de sentir raiva! 74 - Quando meu filho está bravo, eu procuro descobrir o que o está deixando chateado. 75 - É importante ajudar a criança a descobrir o que a irritou. 76 - Quando meu filho se irrita comigo, penso: “Não quero ouvir isso”. 77 - Quando meu filho está irritado, penso: “Se ao menos ele tivesse jogo de cintura para resolver seus problemas”. 78 - Quando meu filho está irritado, penso: “Por que ele não pode aceitar as coisas como elas são?”. 79 - Quero que meu filho tenha raiva, porque assim, aprende a se defender. 80- Não dou muita bola para a tristeza de meu filho. Passa logo!

INTERPRETANDO O QUESTIONÁRIO Faça um X em todos nos números da tabela que você assinalou como VERDADEIRO. Cada resposta afirmativa vale 1 ponto. Some cada coluna para achar o seu estilo: Pais Simplistas

Pais críticos

Pais Tudo Bem

1 2 6 7 9 12 13 14 15 17 18 19 24 25 28 33 43 62 66 67 68 76 77 78 80

3 4 5 8 10 11 20 21 22 41 42 54 55 56 57 58 59 60 61 63 65 69 70

26 44 45 46 47 48 49 50 52 53

Resultado:

Resultado:

Resultado:

Pais Apoiadores 16 23 27 29 30 31 32 34 34 35 36 37 38 39 40 51 64 71 72 73 74 75 79 81

Resultado:

Agora, compare os resultados. O mais alto indica sua tendência dominante. Mas geralmente nunca somos um só estilo. Somos a mesclas de dois ou mais estilos, dependendo do momento e temperamento dos filhos. Assim, leia o primeiro e o segundo estilo onde fez uma pontuação mais alta.

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Resultado - Quatro Estilos de Educação Costumam repreender e disciplinar com castigos se a criança manifestar suas emoções esteja, ela agindo mal ou não, porque São pais que não dão importância aos sentimentos dos acham que a manifestação de emoções negativas tem limite de filhos. Ignoram os sentimentos não por falta de amor, mas tempo, precisando ser “controladas”. Preocupam-se bastante possivelmente porque aprenderam que as emoções negativas não com a obediência da criança à autoridade. podem ser expressas, e que, se não ligarmos, desaparecem logo. Podem ser incapazes de perceber as próprias emoções e as dos Pais críticos acham que atitudes emocionais refletem defioutros. Por isso, costumam tentar distrair a criança ou adoles- ciência de caráter, achando que se, por exemplo, a criança faz birra é para manipular os pais, dessa forma, entra na disputa de cente, para fazê-la esquecer das emoções que as perturbam. poder com o filho para ver quem ganha. O problema é que são capazes de ridicularizar ou fazer pou No fundo, esse pai ou mãe acha que as emoções enfraquecem as co das emoções dos filhos, achando que esses sentimentos, por pessoas e desejam que os filhos sejam emocionalmente fortes para exemplo, são besteiras de criança. Desconhecem as necessidades e sobreviver. As emoções como raiva, tristeza e medo são improduemoções dos filhos, que crescem com uma figura de autoridade tivas, uma perda de tempo. que nada valoriza. Resultado deste estilo sobre seu filho: terão medo do que sentem, Costumam também, mostrar pouco interesse no que o filho(a) tendo dificuldade de lidar suas emoções e consequentemente, está tentando falar. Sentem-se constrangidos, assustados, com as emoções das outras pessoas. Tornam-se pessoas críticas ansiosos, aborrecidos, magoados ou espantados com as emoções e com dificuldade de terem empatia (se colocar no lugar do ouda criança. No fundo, temem descontrolar-se emocionalmente, tro) e compaixão pelas pessoas. Reclama de tudo e não gostam de porque acreditam que as emoções, principalmente raiva, tristeza demonstrar seus sentimentos por insegurança, e porque acham e medo, são prejudiciais ou “tóxicas”, que só podem “piorar as que não merecem nada. Geralmente, são adolescentes críticos e coisas”. E, assim, não tentam resolver o problema com a criança, violentos na rua. achando que os problemas se resolvem com o tempo.

1. OS PAIS SIMPLISTAS

Resultado deste estilo sobre seu filho: ele ou ela provavelmente irá aprender que seus sentimentos são errados, impróprios, inadequados e, assim, vão esconder suas emoções. A dificuldade em regular nossas emoções podem provocar depressão, síndrome do pânico e ansiedade.

2. PAIS CRÍTICOS São pais que julgam e criticam a expressão emocional dos filhos, principalmente da criança, porque estão muito preocupados em controlar os filhos. Assim, valorizam a obediência e o bom comportamento. 42


3. OS PAIS TUDO BEM

Com isso, escutar a criança, fala palavras tranquilizadoras e mostra afeto para ajudar a criança a falar sobre como está se Aceitam livremente qualquer expressão de emoção por parte sentindo. Pais apoiadores sabe impor limites ao ensinar técnida criança, reconfortando e até mimando, se a criança estiver cas de solução de problemas. chorando ou triste, mas não orientam o comportamento da criança. É o velho passar a “mão na cabeça”. Resultado deste estilo sobre seu filho: a criança ou o ado Dificilmente, vão orientar os filhos sobre suas emoções, são lescente aprende a confiar em seus sentimentos e a regular permissivos e não sabem impor limites. Com isso, não ajudam suas emoções para resolver os problemas e ter comportaa criança ou o adolescente a resolver seus problemas. Acreditam mentos emocionalmente estáveis. Tem autoestima elevada, que pouco se pode fazer quando os filhos estão emocionalmente facilidade de aprender e de se relacionar com as pessoas. instáveis ou com problemas, a não ser afastar-se e deixar que o no livro Inteligência Emocional e a arte de tempo resolva como se fosse uma questão de hidráulica: basta li- * Teste inspirado educar nossos filhos, John Gottman. berar a emoção! Resultado deste estilo sobre seu filho: não aprende a lidar com as emoções de modo equilibrado, tornando-se exagerado em tudo que sente. Assim, terá muita dificuldade em se concentrar, fazer amizades e se relacionar com outras crianças. Terá ainda, autoestima baixa, porque crescem sem figura de autoridade.

4. OS PAIS APOIADORES Estes pais acham que as emoções consideradas negativas são uma oportunidade de autoconhecimento, por isso, ajudam o filho triste, irritado ou assustado, ouvindo e não se impacientando com isso. Pai ou mãe apoiador percebe e valoriza as próprias emoções, por isso, sabe como ajudar seus filhos nos momentos emocionais, agindo como educadores, sendo sensíveis aos estados emocionais dos filhos, mesmo os sutis. Não ficam confusos ou ansiosos com a expressão de emoção da criança, porque respeitam suas emoções. E assim, não ridicularizam nem fazem pouco da raiva, mágoa, ciúmes ou medo de seus filhos. Também, nunca dizem como a criança “deve” se sentir, nem tentam resolver todos os problemas para a criança porque esses momentos são experiências de crescimento. 43



ANEXO

2

ContAndo a HISTÓRIA DA MINHA FAMÍLIA


histórias sobre minha família Objetivo: entender como a sua Inteligência Emocional e os seus sentimentos de tristeza, medo e raiva estão afetando a educação de seus filhos. QUEM É VOCÊ? (fale um pouco sobre você) . --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------QUEM É SUA FAMÍLIA? (filhos, marido/esposa, quantas pessoas moram na casa). ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------FALE DOS SEUS FILHOS ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Toda família tem um começo, por isso, é importante conhecer a história da origem da nossa família. De onde veio nosso pai, a mãe, os avós. Mas atenção: falar da história de nossa família não é julgar as origens, e sim, honrá-la, pois não importa o que tenha acontecido no passado, estamos vivos e o hoje é o tempo mais importante!

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histórias sobre minha família Objetivo: entender como a sua Inteligência Emocional e os seus sentimentos de tristeza, medo e raiva estão afetando a educação de seus filhos. DE QUAL REGIÃO É A SUA FAMÍLIA? (cidade, estado, pais) . --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------CONTE COMO COMEÇOU A HISTÓRIA DA SUA FAMÍLIA? (fale como seus pais se conheceram, nome dos avós como você conheceu seu marido ou esposa) . ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------E OS SEUS ANTEPASSADOS – PAIS, AVÓS, TIOS - FALE SOBRE ELES ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------47


ESCREVA SOBRE ALGUNS MOMENTOS ESPECIAIS DA SUA FAMÍLIA Férias, reuniões, situações engraçadas, o que você quiser! ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desenhe ou cole fotos de pessoas importantes da sua família (Escreva os nomes abaixo).

nome

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ANEXO

3

EDUCANDO COM VALORES


Abaixo, algumas atividades inspiradas na abordagem do Coaching, uma metodologia que ajuda a pensar no seu momento de vida e em como ajustar alguns objetivos educacionais para a sua família.

A RODA DA VIDA Observe a Roda da Vida e suas várias áreas da nossa existência. Se dê uma nota de 0 (muito ruim) a 10 (maravilhosa) em cada área.

Responda: neste momento, sinto que as áreas da minha vida estão em: EQUILÍBRIO ( ) DESEQUILÍBRIO ( ) NORMALIDADE ( ) As áreas mais importantes para mim são:As áreas que mais me preocupam são:................................................. ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... As áreas que mais me preocupam são:............................................................................................... ......................................................................................................................................... As áreas mais tranquilas são:........................................................................................................ ................................................................................................................................ 50


A RODA DOS VALORES DA MINHA FAMÍLIA Observe os valores abaixo e escolha dois que façam parte da cultura da sua família, ou que você deseje que faça parte.

Por que escolheu esses valores? --------------------------------------------------------------------------------------Como você ensina, ou pode ensinar, esses valores a seu fi lho? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Por que você acha que estes valores são importantes para seu filho? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------51


A RODA DA EDUCAÇÃO DOS FILHOS Assinale na Roda sa educação o que você acha importante que seu(s) filho(s) aprendam para se tornar(em) cidadão do bem!

• Ser Comprometido – ir até o fim em tudo que começar. • Cuidar das suas coisas – arrumar e cuidar dos seus pertences. • Ser fiel aos valores – conhecer e seguir os bons valores. • Praticar a Gentileza – ser gentil é ser educado com todos (cumprimentar, pedir licença, se desculpar) • Respeitar os outros – saber respeitar as opiniões e as pessoas diferentes de si. • Obedecer as Regras – entender e seguir as regras da família, da escola e dos grupos que pertence. • Ser Gente que Inspira – ensinar o filho a fazer algo pela comunidade em que vive, para inspirar outras pessoas. • Cooperar sempre – saber ajudar de boa vontade aos pais, professores e amigos.

De acordo com o que você marcou na Roda da Educação, preencha as frases abaixo: Eu acho que meu filho(a) precisa aprender a ................................................. e .......................... .......................................................................................................... Para que aprenda isso, eu vou fazer ........................................................................................................... ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 52


Mas os filhos não aprendem sozinhos, precisam de orientação. Escreva quais serão as ações que você vai fazer para ensiná-los. Fale o que vai fazer, como vai fazer, onde e quem pode ajudar (pai/mãe/escola) e quando (a data que irá começar).

ações imediatas

ação (0 que/como)

onde/ com quem

1

2 3

53

quando



ANEXO

4

caderno de gratidĂŁo


Você gostaria de fazer uma atividade que pode mudar a sua vida? É verdade! Que tal escrever um Diário da Gratidão? Sabe por que pode mudar a sua vida? Porque agradecer traz felicidade! A vida é feita de pequenas gratidões no dia a dia. Compre um caderno e comece escrevendo algumas razões para você se sentir grato(a) a vida e a Deus. Depois, escreva agradecendo sobre as coisas simples da vida: o cheiro bom da comida, o beijo do filho, o céu bonito que você olhou, a saúde da família, seu trabalho ou seus talentos. Escreva todas as noites, no mínimo, cinco coisas boas que lhe aconteceram durante o seu dia, começando sempre com a frase: “hoje estou grato(a)........”, (complete, como por exemplo, pela minha saúde). No final você vai perceber o quanto tem para agradecer e ser feliz. Vamos começar agora? Escreva cinco coisas que você gostaria de agradecer na vida. Ser grato(a) é o começo da felicidade. 1 º --------------------------------------------------------------------------------------2 ª --------------------------------------------------------------------------------------3 º --------------------------------------------------------------------------------------4 º --------------------------------------------------------------------------------------5 º ---------------------------------------------------------------------------------------

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Olá, meu nome é Isa Magalhães, nasci em São Paulo, mas a minha família é cearense. Sou casada, mãe de dois filhos adultos e avó de um menino. Formei-me em História pela UECE, e depois, ao longo da vida, fiz Formação em Psicologia Transpessoal e outras Pós-Graduações. Fui professora de História do Município de Fortaleza, mas atualmente trabalho como palestrante, coach e facilitadora de grupos de crescimento humano. Amo escrever. Essa é a minha missão de vida, por isso publiquei muitos livros nos últimos 27 anos, entre eles Psiu, O Síndico Pode Estar Ouvindo, (contos), Manual de Sobrevivência ao Medo, Ed. Universalista (Psicologia), Gestão Holística de Pessoas – Qualidade de Vida e Bem-Estar no Trabalho, Ed. Flora Nativa (Organizações), Sustentabilidade nos Negócios – Valores, Comportamento e Relacionamento Humano no Trabalho, Ed. Qualitymark (Organizações), Vivendo com Alegria, Ed. Littere (Educação), Combatendo os Dragões das Drogas, Ed. Littere (Educação), Eu Me Amo, Tu Te Amas, Nós Amamos, Ed. Littere (Educação), O Jogo do Amor, Sponti Editora (ensaio/contos), Pedaços de Vidas, Sponti Editora (contos). Pereba – O Índio que não sabia Caçar nem Pescar (Literatura Infantil) – Ludis Editora, Maria Chiquinha (Literatura Infantil) – Ludis Editora. Gosto também de escrever livros e projetos especiais para a educação, além desse que você está lendo – Cuidando de Nós, escrevi outros: Convivência com Paz (para crianças), Prevenção é Ação (prevenção às drogas nas escolas públicas) e Educação Emocional para Educadores.




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