Dissertação de mestrado - Fabiano Dias

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Figura 32 – A tríade formada por São Tiago à sudoeste, Santa Luzia à noroeste e Igreja Matriz, à nordeste, na Ilha de Vitória. Entre elas, eixos simbólicos e sagrados, para os usos religiosos das procissões e caminhadas pela fé. E profanos, por se constituírem, no tempo, nos percursos naturais da morfologia urbana que se conformava desde o séc. XVI. Fonte: SOUZA in SOUZA e RIBEIRO, 2009

Este desenho – bem como a disposição das edificações – possui dupla função: uma, do simbolismo intrínseco da presença da Igreja Católica; e outra, como definidora a partir dos eixos criados, de novos percursos e caminhos que serão responsáveis “por uma nova configuração nas morfologias urbanas onde se assentaram as ordens religiosas” (SOUZA in SOUZA e RIBEIRO, 2009, p. 172). Além disso, como ressalta Najjar, a própria posição elevada, cuidadosamente escolhida pelos jesuítas de suas edificações, incutia na imagem o poder simbólico de uma ponte entre o espaço profano do exterior e o destino sagrado (NAJJAR, 2011, p. 82). Os acessos – em geral – em aclive aos prédios jesuíticos mostram o caminho que o fiel deveria percorrer, até a salvaguarda espiritual de seu espaço sagrado cristão. Seu largo, pátio externo ou “terreiro”, como diz Oliveira, faz parte de um complexo simbólico, que une fé e os primeiros sopros de civilidade europeia: O espaço vazio do pátio [externo], aliado ao espaço construído da igreja e do colégio, que tem uma escala diferente das construções que lhe fazem

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