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24 de abril de 2015

Boletim da

– Alckmin mostra suas garras. Nossa resposta: intensificar e radicalizar os métodos da greve Escreva para Caixa Postal 01171 - CEP 01059-970 - S. Paulo - SP - www.pormassas.org

Alckmin mostra suas garras

Nossa resposta: intensificar e radicalizar os métodos da greve O governador passou 40 dias acusando o sindicato e os professores de que não havia greve. De que havia professores faltosos. E de que as escolas funcionavam normalmente. Mas não teve condição de sustentar essas mentiras deslavadas. Os pais e os alunos passaram a ser a prova viva de que as escolas não estavam funcionando. Não foram poucos os exemplos de manifestações de alunos e protestos em sala de aula em favor da greve e contra os professores que resistem a acatar a decisão democrática das assembleias. Ao mesmo tempo, as passeatas gigantescas, que bloquearam as grandes avenidas da capital, não puderam ser ignoradas pela imprensa vendida. A fortaleza de Alckmin depende do silêncio dos meios de comunicação que protegem o governo e da campanha de calúnia contra os professores grevistas. Conta para isso com o apoio do CPP, da UDEMO e da APASE, associações abertamente favoráveis ao governo do PSDB. Arrastou a débil AFUSE com a conversa fiada de negociação com os funcionários de escola. A burocracia petista da AFUSE virou as costas para a greve dos professores, se juntou às associações vendidas, correu para o chamado do Secretário da Educação, mas voltou murcha. O fato é que essas direções traíram os trabalhadores e não receberam nada do governo pelo serviço sujo que vêm prestando. Depois de 40 dias, Alckmin foi obrigado a mostrar a verdadeira face de Estado policial. Na Assembleia Legislativa, o comando militar estava encarregado de fechar as portas aos grevistas. Mas a força do movimento foi maior e o obrigou a voltar atrás. A prisão de um professor e as cenas de repressão sinalizaram o verdadeiro Alckmin, governador autoritário e repressivo. No dia seguinte, dois mil professores ocuparam a Praça da República para ver de perto o resultado da negociação. Tudo não passava de uma fraude. O Secretário da Educação recebeu o sindicato para dizer que não havia nenhuma proposta aos grevistas. Re-

Repressão policial à passeata de ontem, 23/04/2015; manifestação em frente à Secretaria da Educação

sultado: os professores tentaram ocupar a Secretaria, que foi protegia pelos ferros, pela tropa de choque e pelo gás de pimenta da polícia de Alckmin. Não bastando, a passeata que se dirigia à marginal do Tietê foi cercada pela tropa de choque. Como se vê, Alckmin procura pôr fim à greve com seu único método: a repressão policial. A derrota do governador dependerá da resistência dos grevistas, da ampliação da greve e de seus métodos coletivos de luta em defesa das reivindicações. A parcela dos professores que ainda permanece de olhos e ouvidos tapados para a greve está no fogo cruzado: ou se coloca em favor dos colegas que há 43 dias lutam nas ruas em defesa do salário, do emprego e por melhores condições de trabalho, ou fará coro com as mentiras e a violência de Alckmin para esmagar a greve. Numa greve, não há neutralidade. Ou está do lado do trabalhador, ou do lado do patrão/governo. Não há respostas individuais. Há, sim, reivindicações coletivas de uma classe. Não há direito individual de fazer ou não a greve. Há, sim, a democracia coletiva das assembleias.


Chega de enrolação na Assembleia Legislativa

Aprovemos a continuidade da greve, intensificando os bloqueios e ocupações

Já foram três audiências públicas. Uma convocada pelo deputado do PSOL. Outra, pelo PT, PSol e PCdoB. E uma terceira pelo presidente da Assembleia, o deputado do PSDB, Fernando Capez. Como diz o ditado popular: “daí não sai leite”. A maioria dos deputados está com a política de Alckmin. São seus serviçais. O presidente da Assembleia procurou comparecer como “democrático”, como “intermediador”, na última audiência. Tudo não passou de uma farsa. Era apenas um jogo parlamentar, um jogo de faz de conta. Lamentavelmente, alguns dirigentes sindicais e parlamentares de oposição usaram a tribuna para elogiar a conduta do falsário Capez. Os professores devem rejeitar as propostas de novas audiências públicas. Nada da distracionismo!

Nada de discurso frouxo. Nada de discurso chamando a “responsabilidade” dos grevistas! Nenhum discurso que impeça a luta coletiva dos grevistas. Estamos diante de um governo policial, autoritário e corrupto. Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para derrotar a política de destruição da educação pública do governo do PSDB. Não é hora de baixar a guarda! É hora de potenciar a luta de milhares de professores lutadores. A vitória da greve será a vitória do conjunto dos trabalhadores. Nossa greve ocorre no momento em que a burguesia realiza um grande ataque aos explorados, aprovando a Lei da Terceirização. Os professores devem se unir à classe operária pela derrubada das leis e medidas antipopulares e antinacionais.

Derrubar a Lei da Terceirização e as MPs 664/665 nas ruas Estava claro que a Câmara dos Deputados aprovaria a Lei 4.330. A terceirização é um dos golpes mais duros e perfeitos que a classe capitalista deu sobre a classe operária. Não há na história das relações trabalhistas uma destruição de direitos sociais tão violenta quanto esta que promove a terceirização. Liquida-se de uma penada o contrato coletivo de trabalho e desmontam-se antigas proteções elementares da CLT. Há muito o projeto de Lei estava na gaveta do Congresso Nacional. Faltavam as condições políticas para aprová-lo. As inúmeras centrais sindicais colaboraram direta ou indiretamente para que a burguesia esperasse o momento oportuno. Os parlamentares do PT, como minoria, comodamente se fizeram fotografar com a carteira profissional em punho. Não lhes custou nada votar contra. Esperam com isso livrar-se da responsabilidade diante dos explorados. Dilma Rousseff apenas negociou a forma de pagamento dos impostos. Mostrou-se conivente com os defensores da Lei de Terceirização. A Força Sindical, do burocrata sindical que virou parlamentar, Paulo da Silva, vulgo Paulinho, deu as mãos ao chefe da Fiesp, Paulo Skaf. A CUT se mostrou passiva, deixou a procissão andar, e agora não foi capaz de reagir. As centrais

centristas – CSP-Conlutas e Intersindical, controladas respectivamente pelo PSTU e PSol, se opuseram corretamente à maldita Lei, mas se mostraram incapazes de organizar uma frente única de combate, que atingisse as bases da Força Sindical e da CUT. A ausência de uma direção classista e revolucionária capaz de dirigir pelo menos uma poderosa fração dos explorados explica por que a cova de ladrões e inimigos do povo – o Congresso Nacional – pôde facilmente aprovar a infame Lei sem uma resistência à altura. Mas ainda há tempo para barrar o ataque da Fiesp, partidos da burguesia e burocracia sindical traidora. Vamos derrubar nas ruas e com a greve geral no Senado Federal. Vamos exigir que Dilma se declare contra a Lei e que diga que a vetará. Vamos também exigir o fim das MPs 664 e 665. Por uma frente única de combate à Lei de Terceirização e às MPs 664 e 665! Convocar assembleias em todos os sindicatos, bairros e escolas! Preparar as condições para a greve geral! Ganhar as ruas e organizar a greve para barrar a ofensiva de exploração capitalista do trabalho e de miséria e fome dos assalariados!

Todos ao 1º de Maio, na Praça da Sé, às 10 horas

É nosso dever de trabalhador engrossar a manifestação do 1º de Maio, classista e de luta. O objetivo deste ano é derrubar nas ruas a Lei da Terceirização e as MPs 664-665.

Toda força ao 1º de Maio da Praça da Sé! Escreva para Caixa Postal 01171 - CEP 01059-970 - São Paulo - SP - www.pormassas.org


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