Revista Divulga Escritor - Ed. 08

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Da perenidade das tradições dinásticas Mário de Méroe

Mateus, 5: 14 Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; 15 Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire , mas no velador , e dá luz a todos que estão na casa. 16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. A bela parábola da Luz do Mundo que emoldura esta página, tem sua verdade incontestável gravada na história das grandes dinastias, que governaram o mundo através dos séculos. “Resplandeça a vossa luz diante dos homens...” diz o mandamento divino. A sagração dinástica se insere de maneira indelével na pessoa que a recebe, e nela permanece até o final de seus dias, como uma “marca da eleição de Deus”, no di-

zer de famoso mestre dinástico. É uma unção inextinguível, mesmo que o monarca deixe de exercer o mandato governamental, transmitindo-se aos seus herdeiros ou sucessores, ad infinitum. Assim, perpetuam-se os poderes dinásticos através dos séculos, seguindo o curso da história. Das conhecidas dinastias da antiguidade, algumas subsistem, no mundo atual, em suas ramificações adaptadas à era moderna. Outras já desaparecidas como poder político, mas sobrevivem nas tradições e culturas dos povos. Em trabalho de nossa lavra , assim exprimimos nosso entendimento:

moral e espiritual”. Nesse diapasão, ilustre jurista espanhol6 nos ensina: “A História não se improvisa; nem se compra nem se altera com a técnica, a civilização ou o poder econômico. A História é o resultado dos feitos humanos, desenvolvidos através do tempo. E o tempo é inexorável. O que não se fez, fica eternamente por fazer. Mas, de outra parte, o grande e o pequeno, o heroico e o vulgar, a glória e o cotidiano – posto que tudo é história – ficam permanentemente nesse gigantesco painel de fundo, que constitui o passado da humanidade”.

“Na sequência dos séculos, o mapa político da terra e dos povos foi transformado, mercê da renovação imposta pelo contínuo evoluir dos tempos e dos valores. Entretanto, o estudo das antigas civilizações, de suas tradições, suas lendas, e suas peculiaridades socioculturais, faz nascer um sentimento vivo de que nos encontramos diante de um grandioso legado,

Consideramos, também, a edificante mensagem contida na apresentação da obra “Uma Herança Sagrada: a Teocracia do Egito e de Kash “, historiando a saga de uma Casa oriunda dos antigos impérios do Egito e de Kash (Kush), em exílio dinástico: “E essa herança está viva. Não ficou perdida à sombra dos grandes monumentos, antes

Lâmpada, vela. Nome antiquado para vaso, vasilhame, pote. 4 Candeeiro, aparador. 5 Méroe: Um Legado Dinástico do Egito e da Núbia. 6 Valterra Fernández, Luís. Derecho Nobiliario Español, Editorial Comares, 3ª ed., 1995, p. 541, vertido ao português e adaptado. 2

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Revista Divulgar Escritor • agosto/setembro de 2014

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