

Capitu está online

Professor Amauri Pinto

Professor de Lingua Portuguesa, Literatura e Redação pela Universidade Estadual de Montes Claros, Unimontes, cursou filosofia pela Uiversidade Federal de Lavras, UFLA e Pedagogia pela Unitins, Universidade de Tocantins Natural de Caxambu, ´ e avô do ìcaro, do Lorenzo e do Lucca Casado com Jaqueline acredita que a Educação Pública é o caminho mais curto para se eliminar as desigualdades sociais.
https://wwwinstagramcom/profamauripinto/
Primeiro capítulo
Introdução: Machado de Assis, um Influencer do Passado
1.1. Quem
foi Machado de Assis?
Imagine um escritor que, se vivesse hoje, provavelmente teria um perfil no Twitter cheio de ironias afiadas, um canal no YouTube com vídeos analisando o comportamento humano e talvez até um podcast discutindo fake news e relações tóxicas. Assim seria Machado de Assis
Nascido em 1839, no Rio de Janeiro, Machado cresceu em uma sociedade extremamente desigual. Mesmo sem grandes oportunidades, ele se tornou um dos maiores escritores brasileiros Autodidata, trabalhou como tipógrafo, revisor e jornalista antes de se tornar imortal da Academia Brasileira de Letras (na verdade, ele foi o fundador da Academia e seu primeiro presidente!)
Seus livros não trazem grandes aventuras ou batalhas épicas, mas sim algo ainda mais fascinante: a mente humana Ele retratava os jogos de poder, os amores complicados e as contradições da sociedade Parece familiar? Isso porque as redes sociais são exatamente isso: um palco onde as pessoas fingem, manipulam e disputam atenção.
1.2. O que tor obra atempor
Machado não escrevia escrevia sobre a ess histórias continuam at que ainda fazem parte �� Fake News e Meias levanta uma das ma brasileira: Capitu traiu uma resposta clara, e e como as informações s distorcidas e cheias de �� Aparências Enganam personagens fingem s conquistar status ou Instagram que mostram vida, escondendo prob �� Hipocrisia Social – M de sua época, onde pe muitas vezes eram as m ver isso nas redes soc imagem de "perfeição" incômodas.

1.3.
Como este livro vai conectar Machado à nossa realidade digital?
A ideia deste eBook é mostrar como os livros de Machado podem nos ajudar a entender o mundo digital de hoje Em cada capítulo, vamos explorar como seus personagens e histórias se encaixam na era das redes sociais, dos algoritmos e das fake news. Aqui estão alguns exemplos do que vem por aí:
✅ Dom Casmurro e as Fake News – Como as dúvidas sobre Capitu se parecem com os rumores que viralizam sem provas?
✅ Brás Cubas e os Influencers – O narrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas conta sua própria história de maneira distorcida. Isso lembra alguém que só posta o que quer no Instagram?
✅ Machado e os Haters – O cancelamento já existia na literatura? Como os personagens machadianos lidavam com rejeição e julgamento?

Segundo capítulo
Dom Casmurro no TikTok: Fake News e Verdades Parciais
2.1. Bentinho era ciumento ou paranoico?
ISe Dom Casmurro fosse um caso do TikTok, com certeza existiriam vídeos dizendo:
�� "Capitu: vítima ou vilã?"
�� "Desvendando as provas contra Capitu!"
�� "Bentinho era tóxico? Veja as evidências!"
O que acontece na história de Bentinho e Capitu é o que vemos todos os dias nas redes sociais: versões parciais dos fatos, pessoas tirando conclusões sem provas e opiniões inflamadas dividindo a internet Bentinho acredita que foi traído por Capitu, mas ele realmente foi? O livro não confirma nada Tudo o que sabemos vem do próprio Bentinho, que nos conta sua versão dos acontecimentos. E se ele estivesse distorcendo os fatos?
�� Exemplo prático: Imagine que alguém posta no Twitter: "Fulano me traiu! Eu vi tudo!" O post viraliza, gera ódio contra a pessoa acusada, mas será que quem fez a acusação realmente tem provas?
O mesmo acontece em Dom Casmurro: Bentinho cria uma narrativa, mas sem provas concretas Será que ele viu o que queria ver?
2.2. A dúvida sobre Capitu como um exemplo de fake
news
No mundo digital, notícias falsas e desinformação se espalham muito mais rápido do que a verdade Isso acontece porque nosso cérebro gosta de histórias emocionantes – e uma traição dramática vende muito mais do que a incerteza
Em Dom Casmurro, Bentinho planta a dúvida, e muitos leitores acabam acreditando nele Hoje, na internet, acontece algo parecido:
❌ Alguém espalha um boato sem provas → O rumor viraliza e as pessoas acreditam sem questionar
❌ O público forma um julgamento imediato → Sem analisar todos os lados, as pessoas tomam partido.
❌ O estrago já foi feito → Mesmo que depois se prove que era falso, a reputação da pessoa afetada já foi destruída
�� Exemplo prático: Vídeos no TikTok editam trechos de entrevistas para fazer parecer que alguém disse algo polêmico. O vídeo viraliza, e a pessoa é atacada – mesmo que, no contexto original, o que foi dito tivesse outro significado Agora, pense: se Capitu estivesse viva hoje, será que ela conseguiria se defender das acusações? Ou será que seria cancelada pela internet sem ter chance de falar seu lado da história?

2.3.
Como as redes sociais distorcem a verdade
hoje?
Nas redes sociais, muitas vezes não importa o que é verdade, mas sim o que parece verdade A lógica do TikTok, Twitter e Instagram favorece narrativas emocionais e polêmicas, mesmo que elas sejam falsas ou distorcidas.
�� Exemplo prático: Sabe aqueles vídeos de "expondo fulano"? Muitas vezes, a pessoa exposta não tem nem como se defender, mas já virou alvo de críticas e ataques.
O mesmo aconteceu com Capitu: Bentinho espalhou sua versão dos fatos e ninguém conseguiu ouvir o lado dela
Conclusão
O caso "Capitu traiu ou não?" mostra como o poder de uma narrativa pode moldar a opinião das pessoas Machado de Assis já falava disso muito antes da era digital Hoje, com fake news e julgamentos instantâneos, precisamos ter um olhar mais crítico e questionar:
�� Isso é um fato ou apenas uma versão?
�� Quem está contando essa história e qual o interesse por trás?
�� Há provas concretas ou só especulações?
Se Bentinho tivesse feito uma thread no Twitter dizendo "Capitu me traiu!", você acreditaria? Ou pediria mais contexto antes de tirar conclusões?

Terceiro capítulo
Memórias Póstumas de um Blogger:
Narrativas Confiáveis?
3.1.
Brás Cubas e o poder do narrador não confiável
Imagine que você está assistindo a um vídeo no YouTube intitulado:
�� "Minha Vida Incrível – História Inspiradora!"
O criador do vídeo conta sua trajetória, suas conquistas e como superou desafios. Mas, ao longo do vídeo, percebe-se que há furos na história Alguns fatos parecem exagerados, outras partes são omitidas Você acreditaria 100% nesse relato?
Agora, pense em Memórias Póstumas de Brás Cubas. O narrador, Brás Cubas, nos conta sua própria história, mas ele já começa com um detalhe curioso: ele está morto! Como alguém que já morreu pode contar sua história? E, mais importante: será que podemos confiar nela?
Brás Cubas distorce os fatos, omite suas falhas e faz piada com suas próprias derrotas. No fundo, ele quer parecer superior, mesmo tendo sido um fracasso na vida
�� Exemplo prático: No Instagram, vemos pessoas postando apenas o lado bonito da vida – viagens, festas, momentos felizes – mas nunca as dificuldades, as derrotas ou as inseguranças Será que estamos vendo a história completa?
Brás Cubas faz o mesmo: ele só nos mostra o que quer
3.2. Como a era digital amplifica discursos enviesados?
Hoje, a internet está cheia de "narradores não confiáveis" como Brás Cubas:
�� Influencers que editam a própria história – Criam uma imagem de sucesso, mas escondem os fracassos
�� Fake news que mudam a narrativa – Contam apenas parte da história para enganar o público
�� Falas descontextualizadas – Um trecho de vídeo ou áudio pode ser tirado do contexto e gerar polêmica sem motivo. O grande problema é que, na era digital, muitas pessoas não questionam essas histórias Elas acreditam na primeira versão que aparece no feed, sem investigar outras perspectivas.
�� Exemplo prático: Sabe quando um vídeo viraliza dizendo que uma celebridade "foi arrogante" ou "falou algo polêmico"? Depois, quando assistimos ao vídeo completo, vemos que foi tirado de contexto.
Brás Cubas teria adorado a internet! Ele poderia contar sua história como quisesse, e ainda teria milhões de seguidores comentando:
�� "Ícone debochado!"
�� "O cara viveu como quis, hahaha!"
�� "Mas será que ele tá falando a verdade?"

3.3. A cultura dos influencers: quem realmente está no controle da narrativa?
Vivemos na era da "autobiografia digital" As pessoas compartilham suas histórias no TikTok, Instagram, Twitter – mas será que elas realmente mostram quem são?
Assim como Brás Cubas, muitos influencers constroem uma imagem editada de si mesmos. Eles:
✅ Mostram apenas o que favorece sua narrativa
✅ Usam ironia e humor para mascarar erros e fracassos.
✅ Criam um personagem para se encaixar no que o público quer ver
�� Exemplo prático: Sabe aqueles influencers que falam de " sucesso financeiro", mas nunca mencionam os privilégios ou golpes que usaram para chegar lá? Brás Cubas faria o mesmo
O controle da narrativa está sempre na mão de quem conta a história Mas, como leitores (ou espectadores), precisamos desenvolver pensamento crítico para não sermos manipulados
Conclusão
Brás Cubas nos ensina que nem todo narrador é confiável Se ele vivesse hoje, provavelmente teria um canal no YouTube ou um podcast onde contaria sua vida do jeito que quisesse.
Mas a grande lição aqui é: precisamos questionar tudo o que consumimos na internet.
�� Será que estamos vendo a história completa?
�� Quais partes foram omitidas?
�� Quem está ganhando com essa narrativa?
Na era digital, todo mundo pode ser um "Brás Cubas" A diferença é que, agora, podemos buscar outras fontes e não cair na manipulação

Quarto capítulo
Machado no Twitter: A Ironia Como Arma Digital
4.1. Machado de Assis seria um mestre dos tweets?
Se Machado de Assis tivesse um perfil no Twitter, suas postagens seriam algo assim:
�� "Dizem que a hipocrisia morreu, mas vi ela postando stories hoje"
�� "As pessoas dizem a verdade... só quando convém."
�� "O problema não é a mentira, mas quem acredita nela"
Ele era um mestre da ironia, do sarcasmo e das entrelinhas Suas críticas à sociedade do século XIX continuam fazendo sentido hoje – só que, ao invés de escrevê-las em romances, ele provavelmente usaria posts curtos e certeiros
4.2. A ironia como arma contra a hipocrisia
A ironia é uma forma inteligente de criticar algo sem atacar diretamente Machado fazia isso o tempo todo: ele mostrava o ridículo da sociedade sem precisar dizer explicitamente "olha como isso é absurdo".
Hoje, o Twitter (ou X, como chamam agora) está cheio desse tipo de comentário As pessoas usam a ironia para expor injustiças, debochar de políticos ou questionar comportamentos problemáticos
�� Exemplo prático:
➡ Quando um político diz algo claramente contraditório, alguém responde com um meme: "Claro, faz todo sentido só que não"
➡ Quando uma celebridade finge ser humilde, surge um comentário: "Nossa, que difícil ser milionário e ter que escolher entre Ferrari vermelha ou preta"
Machado teria adorado essa dinâmica Em seus livros, ele já usava esse tom para criticar pessoas que se achavam moralmente superiores, mas eram cheias de defeitos.

4.3. Personagens machadianos e os "lacradores" da internet
Muitos personagens de Machado de Assis teriam sucesso nas redes sociais Alguns seriam amados, outros odiados – mas todos gerariam discussão!
�� Brás Cubas – Criaria um podcast de autoajuda sem nunca ter feito nada útil na vida. Algo como: "Como fracassar com estilo"
�� Bentinho – Faria threads gigantescas no Twitter explicando " por que Capitu realmente me traiu", e um monte de gente comentaria: "Mas cadê as provas, irmão?"
�� Capitu – Seria alvo de fake news e precisaria se defender no Instagram com um "gente, eu juro que não fiz nada!"
A verdade é que a ironia é um jeito de expor a hipocrisia do mundo, e Machado era um mestre nisso
4.4. O risco da ironia: pode virar arma contra você?
Apesar de ser uma ferramenta poderosa, a ironia também pode ser mal interpretada �� Exemplo prático: Muitas vezes, um tweet irônico vira polêmica porque as pessoas não percebem que é uma piada Alguém posta "Ah, claro, porque trabalhar 15 horas por dia é ótimo " , e algumas pessoas respondem achando que o autor realmente defende isso O mesmo acontece com os livros de Machado: algumas pessoas leem sem perceber a ironia e acham que ele concorda com os pensamentos de seus personagens – quando, na verdade, ele está debochando deles.
Conclusão
A ironia machadiana é mais atual do que nunca Em um mundo cheio de hipocrisia e fake news, o sarcasmo continua sendo uma forma de questionar e expor verdades Mas fica o alerta: nem todo mundo entende a ironia, e nem toda ironia é inofensiva. Assim como Machado de Assis escrevia nas entrelinhas, hoje precisamos ler com atenção para não cair em interpretações erradas

umintrometido nessahistória
O Primo Basílio Digital: Romance, Ilusão e Expectativas Irreais
Quinto capítulo
Uma explicação necessária: Primo Basílio aqui?
Com certeza! O Primo Basílio, de Eça de Queirós, e as obras de Machado de Assis pertencem ao contexto do século XIX e exploram temas como hipocrisia social, traição e o papel da mulher na sociedade Embora os estilos dos dois autores sejam diferentes, podemos traçar paralelos interessantes entre O Primo Basílio e o que discutimos sobre Machado de Assis e sua relação com o mundo digital