Observatório do Emprego dos Diplomados em Nutrição

F ACUL DADE DE LE TRAS DA UNIVE RSIDADE DO P ORTO F ACUL DADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E AL IMENTAÇÃO DA UNIVE RSIDADE DO P ORTO

Porto 2005 1

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F ACUL DADE DE LE TRAS DA UNIVE RSIDADE DO P ORTO F ACUL DADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E AL IMENTAÇÃO DA UNIVE RSIDADE DO P ORTO

R REELLAATTÓ ÓR RIIO OD DE EE ESSTTÁÁG GIIO O O BSERVATÓRIO DO E MPREGO Caracterização Sócio-Profissional dos Nutricionistas

Orientador FLUP: Prof. Dr. João Teixeira Lopes

Coordenadora FCNAUP: Dr.ª Conceição Costa Elvira Maria Pereira Lopes

Porto 2005

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O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Introdução: Nas últimas décadas tem-se assistido a múltiplas transformações socioeconómicas que afectam todo o sistema societal característico dos países ocidentais.

Tem-se verificado um progressivo aumento da taxa de escolarização da população, muito devido à democratização do acesso ao ensino, com elevada acentuação do ingresso no ensino superior.

O desenvolvimento afectou também outros sectores da nossa sociedade, complexificando-os.

Exemplo disso é o sistema de emprego, marcado actualmente por diversas discussões em torno das múltiplas relações entre este e o sistema educativo.

Toda a problemática da formação superior, o seu contributo para o processo de desenvolvimento económico e social e a consequente inserção no mercado de trabalho de mão-de-obra qualificada, é toda uma panóplia de realidades às quais a universidade não pode ficar indiferente.

Estas questões são pertinentes face às transformações constantes da sociedade portuguesa em geral, e do seu sistema de emprego em particular, assim como o processo de democratização do ensino que levou ao consequente aumento da população nas instituições universitárias.

A inserção socio-profissional dos diplomados reflecte uma panóplia de realidades, intrinsecamente ligadas ao curso, à instituição de ensino superior frequentado, assim como depende de variáveis pessoais e sociais dos indivíduos, mas também a uma conjuntura socio-económica com grandes transformações e em permanente inovação económica, tecnológica e social.

Perante o contexto socio-económico actual marcado pela instabilidade e uma forte taxa de desemprego, a questão que se coloca é sobre o tipo de relação entre o sistema produtivo e o educativo, pelo facto de serem sistemas vitais, estruturantes da vida em sociedade. Desta discussão vão surgindo vários eixos de reflexão que passam pela interligação entre o sistema educativo com os mecanismos reprodução social, a natureza e o perfil dos saberes e das competências adquiridas na escola e a sua adequação às necessidades das organizações; as dinâmicas globais de funcionamento do

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mercado de trabalho, os ritmos, modos e resultados das condições de acesso e de permanência inicial dos diplomados no sistema educativo.1 Este tipo de questões levou em vários países à realização de trabalhos de pesquisa relacionados com o planeamento e formação de recursos humanos e ainda de estudos que de forma global têm procurado realçar a importância do capital humano.

Levou ainda à criação de instituições com o objectivo de desenvolver investigações e estudos de modo a caracterizar as condições de passagem do sistema educativo á vida activa. Alguns exemplos de instituições criadas são: o Centre d’Etudes et de Recherches sur les Qualifications (CEREQ) em França, os National Longitudinal Studies of Youth, nos Estados Unidos da América e ainda em Inglaterra os Youth Court Studies.

No nosso país, destacam-se estudos recentes de Albertino Gonçalves2, Carlos Gonçalves et al3, Jorge Carvalho Arroteia e António Maria Martins4, Maria de Lurdes Baptista5 entre muitos outros trabalhos, e ainda temos de destacar a importância dos relatórios do ODES6, que em muito contribuem para compreendermos a realidade portuguesa, já que são estudos que nos possibilitam uma informação fundamentada sobre a inserção profissional dos diplomados pelo ensino superior.

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Carlos Gonçalves et al, Licenciados em Sociologia: ritmos e formas de transição ao trabalho, in Revista Sociologia nº 11, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2001, p.32 2 As Asas do Diploma. A inserção profissional dos Licenciados pela Universidade do Minho, Braga, Universidade do Minho, 2001 3 Licenciados em Sociologia: ritmos e formas de transição ao trabalho, in Revista Sociologia nº 11, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2001.

4 Inserção Profissional dos Diplomados pela Universidade de Aveiro. Trajectórias académicas e profissionais, Aveiro, Universidade de Aveiro, 1998 5 Os Diplomados do Ensino Superior e o Emprego: a Problemática na Vida Activa, Lisboa, Ministério da Educação, 1996 6 Sistema de Observação de Percursos de Inserção de Diplomados do Ensino Superior, do INOFOR

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I. Parte Capítulo 1 1. Os Jovens Tendo em conta a população alvo do estudo – jovens diplomados, torna-se pertinente problematizar um pouco o conceito de juventude. Não devemos cair na «ilusão da homogeneidade» tal como nos refere Bourdieu7, a juventude não é um todo coeso e homogéneo, não podendo desta forma ser considerada apenas uma “fase da vida”, como um grupo homogéneo de indivíduos que antecede a entrada no mundo adulto. A noção de juventude possui desta forma um indubitável carácter polissémico, “não correspondendo a um simples conjunto de indivíduos que se situa num determinado intervalo etário.”8 Assim os jovens não vivem ou experimentam as mesmas coisas de forma semelhante. Cada um tem o seu próprio percurso individual, que varia consoante a especificidade do trajecto quotidiano, com as encruzilhadas com que se deparam e que estão directamente relacionadas com a família, a classe e origem social, e até mesmo, com os diferentes “mapas de significação” que cada um atribui para si próprio.

Deixando de lado a diversidade de situações em que se concretizam experiências dos jovens, neste estudo abarcamos dois ‘tipos’ de juventude: a juventude estudantil e a juventude trabalhadora, que representam pólos de uma construção legítima de juventude, constituindo espaços de possibilidades abertos aos jovens.

Sobre a juventude estudantil, a entrada no ensino superior tem subjacente um conjunto de aspirações em relação ao futuro, num contexto em que a segurança e a estabilidade no emprego são cada vez mais raros, continua a ser (ainda que cada vez menos devido à crescente desvalorização dos diplomas escolares), uma garantia de aceder mais facilmente a essa situação, representando uma estratégia de mobilidade ascendente, no entanto não apaga as diferenciações de classe.

Desta forma, José Machado Pais consegue tornar o conceito de juventude realmente dinâmico, e apto para dar conta da complexidade da vivência juvenil. O autor apercebeu-se que sob a aparente unidade da juventude é possível encontrar uma diversidade de situações sociais que tornam heterogénea a experiência de ser jovem. Ou 7

João Teixeira Lopes, Tristes Escolas, Porto, Afrontamento, 1997, p.44 António Teixeira Fernandes (coord.) Estudantes do Ensino Superior no Porto. Representações e práticas, Porto, Afrontamento, 2001, p.9 8

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seja, “os jovens de diferentes condições sociais vivem, certamente, problemas semelhantes no processo de transição para a vida adulta, mas vivem-nos de maneira muito diferente.” 9 Machado Pais defende a “coexistência de uma heterogeneidade de situações de transição para a vida adulta, em grande parte determinadas por variáveis como o sexo e as trajectórias de classe, com a persistências de uma «tipicidade juvenil», isto é, com espaços de afirmação cultural propriamente juvenis e relativamente autónomos face ás gerações adultas”10 , esta ideia acaba por convergir na nova tese apresentada pelo autor – tese das reacções diferenciadas dos jovens em relação ao trabalho, ao emprego e ao desemprego, ou seja, se para uns jovens o emprego apresenta um ideal de realização profissional e pessoal, para outros jovens, o emprego aparece como uma fonte de satisfação meramente instrumental, regelando cada vez mais a «ética do trabalho», desta forma cada jovem assume uma postura diferenciada sobre as diferentes situações do quotidiano.

2. O Mercado de Trabalho O sistema de emprego ou o mercado de trabalho têm sofrido profundas alterações desde os anos 70 até à actualidade, emergindo destas transformações novos mercados, novas tecnologias, novas culturas e valores.

Assim, de uma situação de estabilidade, rapidamente se passou para uma situação de instabilidade e incertezas, crescendo as dificuldades de inserção laboral dos jovens saídos da escola, surgindo novas formas de emprego, caracterizadas pela precariedade/instabilidade laboral, que pouco se comparam às de um emprego estável. 11 Uma das questões de reflexão actual corresponde ao facto do nosso mercado económico não ser capaz de absorver os recém-diplomados. Das discussões em torno desta questão vão surgindo algumas explicações para este facto, sendo que, alguns autores consideram que o sistema educativo encontra-se desactualizado face à modernização do mercado económico, considerando os curricula administrados pelo sistema de ensino superior desactualizados em relação às reais competências necessárias nas empresas. Existe ainda quem considere, que o mercado económico é o principal responsável pela elevada taxa de desemprego entre os licenciados, já que o tecido 9

José Machado Pais, Ganchos, Tachos e Biscates. Jovens, Trabalho e Futuro Porto: Âmbar, 2001, p.233 João Teixeira Lopes, Tristes Escolas, Porto, Afrontamento, 1997, p.37 11 José Grosso de Oliveira, O lugar do trabalho nas sociedades contemporâneas, in cadernos de Ciências Sociais, nº 12/13, 1993 10

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empresarial português continua, na sua maioria a ser constituído por pequenas e médias empresas, onde as práticas de polivalência e flexibilidade no trabalho são limitadas e o recrutamento é feito pelo recurso a pessoal na sua maioria pouco qualificado, explicando assim a exclusão dos licenciados. 12 Vivemos num mercado de trabalho bastante volátil, mas também a maior parte da nossa população activa ainda é marcada por baixos níveis de qualificação criando-se dificuldades de modernização e reestruturação produtiva. É necessário compreender que só a harmonia/acção conjunta entre estas duas partes levará ao sucesso.

3. Os Jovens Diplomados e o Sistema de Emprego

As relações entre a transição para o mercado de trabalho e formação de recursos humanos a nível superior, tem ganho nas últimas décadas em Portugal, crescente visibilidade, devido ao seu contributo no processo de desenvolvimento social, económico e político do país.

No centro dos debates actuais sobre esta temática, encontra-se a problemática da relação entre as instituições do ensino superior e o mercado de trabalho, na actual conjuntura económica.

A inserção sócio-profissional dos diplomados encerra uma panóplia de situações.

As questões do desemprego, que até aqui se identificava maioritariamente aos que não detinham formação superior, actualmente, atingem indiscriminadamente, toda a população, sendo que os mais afectados são os jovens.13 No contexto actual, marcado pela instabilidade económica e social, a perspectiva de uma integração sócio-profissional imediata e satisfatória, para os que agora procuram penetrar no mercado de trabalho, é cada vez mais improvável.

Se há umas décadas, um diploma universitário representava uma garantia de uma rápida e segura inserção profissional, actualmente, esse mesmo diploma representa apenas mais um passo em direcção a uma inserção profissional não linear, em constante mutação face aos constrangimentos económicos e sociais.

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Maria João Rodrigues, O sistema de emprego em Portugal: crise e mutações, Lisboa, Dom Quixote, 1992 13 José Machado Pais, Culturas Juvenis, Lisboa, Casa da Moeda, 1996

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Particularmente nas duas últimas décadas já nem os diplomas universitários dão garantia de emprego. Deste modo, embora muitos jovens invistam nas suas trajectórias escolares, alimentam também fundamentados receios sobre quais possam vir a ser as suas trajectórias profissionais. Aliás, temem que as primeiras não afluam, como seria natural, nas segundas. É este receio que os faz adoptar atitudes defensivas. Uma delas passa por prolongarem as trajectórias escolares, quer para acumularem certificações escolares que melhor os capacitem, quer para adiarem o confronto com o mercado de trabalho.

Este prolongamento de permanência no ensino superior trás consigo mais-valias, representando um importante bem cultural geral, já que tem um impacto positivo no desenvolvimento social e económico do país.

No entanto, muitos jovens não conseguem encaixar a sua realidade no âmbito do conceito tradicional de trabalho. Em vez do trabalho linear para toda a vida, estável e previsível, estes enfrentam um mercado de trabalho flexível e de difícil acesso.

Mesmo os diplomados que se apresentam com vantagens relativas no mercado de emprego, têm vindo a apresentar várias modalidades de inserção profissional longe do modelo convencional. As suas condições de empregabilidade têm-se deteriorado seja em termos salariais, seja no vínculo laboral a que se submetem, ao passo que os empregadores têm tido a oportunidade de aumentar as suas exigências ao recrutar pessoas cada vez mais qualificadas a custos menores.14 O irónico é que os diplomados de hoje são a primeira geração a enfrentar um futuro profissional possuindo um elevado índice de altas qualificações escolares, mas ao mesmo tempo sente o impacte de ser este precisamente o momento em que essas credenciais têm um valor cada vez menor. As qualificações já não constituem um factor de segurança por si só, constituem apenas a primeira pedra, de uma série delas que irá constituir o edifício pessoal dos indivíduos.

As Universidades não podem assim ficar indiferente a esta realidade, sendo pertinente, desta forma, procurar aprofundar e alargar o seu conhecimento face à problemática da real inserção dos seus licenciados no mundo de trabalho.

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Maria João Rodrigues, op cit

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Capítulo 2 1. A FCNAUP A Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) é das mais recente das unidades orgânicas da Universidade do Porto.

Constituída em Julho de 1996, com a designação de Instituto Superior de Ciências da Nutrição e Alimentação da U.P, em Julho de 1999 adoptou a actual designação.

A Faculdade surgiu da necessidade de formação de técnicos superiores de saúde na área das ciências da nutrição.

Em 1996 dentro desta linha de ideias foi criado o bacharelato em Nutricionismo da UP Após alguns anos do seu funcionamento, procedeu-se à reestruturação do Bacharelato, dando origem à Licenciatura em Ciências da Nutrição, em 1987.

No seguimento desta reestruturação deu-se por aprovação do Senado da UP, a criação da unidade orgânica – o Instituto Superior de Nutrição e Alimentação da UP ( ISCNAUP) em 1992. Em 1996, dá-se a homologação da decisão do Senado pelo Ministério da Educação. Sendo que em 1999, através de um despacho, passou a designar-se de FCNAUP.15 No iniciar de um novo século, a nutrição em Portugal encontra-se em franca sedimentação.

Esta Faculdade foi criada com vista a suprir as necessidades de formar profissionais na área da nutrição, leccionando exclusivamente o curso de nutrição que confere a licenciatura em Ciências da Nutrição, formando assim nutricionistas.

A licenciatura em Ciências da Nutrição é constituída por cinco anos lectivos. A formação teórica dos quatro primeiros é completada pela realização de um estágio académico de nove meses, que corresponde ao quinto e último ano da licenciatura. O estágio realiza-se em áreas de actividade obrigatoriamente voltadas para a problemática da nutrição e/ou alimentação.

Um nutricionista obtém formação que o capacita para desempenhar múltiplas e variadas funções, podendo exercer a sua actividade profissional nas seguintes áreas: saúde pública; nutrição clínica; restauração colectiva; controlo de qualidade e segurança alimentar; indústria agro-alimentar; investigação, ensino e formação.

No sistema de saúde, o nutricionista é um profissional técnico superior de saúde das ciências da nutrição, que tem como objectivo promover a saúde e o bem estar das

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Vd Anexo I – Percurso cronológico da FCNAUP

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populações, pesquisando, interpretando e aplicando os conhecimentos científicos adquiridos no âmbito da alimentação e nutrição, tendo em como meta o bem-estar dos indivíduos.

Lançando um olhar retrospectivo para o caminho percorrido pela disciplina, parece-nos legítimo afirmar que temos assistido à institucionalização das Ciências da Nutrição, a par com um notório acréscimo da visibilidade social dos nutricionistas como profissionais. De salientar a actividade das associações científicas e profissionais, como a APN (Associação Nacional dos Nutricionistas) e da SPCNA (Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação) e mesmo a própria FCNAUP, que por intermédio da investigação, reflexão/debate no seio da comunidade, ajudam a promover a acção profissional dos nutricionistas, procurando contornar possíveis dificuldades de aceitação, por alguns agentes sociais, dos nutricionistas como cientistas e técnicos da área da saúde e alimentação, possuidores de competências imprescindíveis, o que se traduz nos sucessivos obstáculos que os jovens licenciados enfrentam na transição ao mercado de trabalho.

A FCNAUP foi a primeira Faculdade dedicada ao ensino da nutrição humana, que confere a licenciatura em Ciências da Nutrição, no ensino universitário público português.

A Faculdade encontra-se ainda precariamente instalada em dois exíguos pavilhões pré-fabricados, anexos ao Hospital S. João/ FMUP (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto).16 O governo aprovou a construção de um novo edifício, processo este que deveria ter sido iniciado em 2002. No entanto, o início da construção da nova Faculdade está previsto para o final de 2006.

2. Observatório do Emprego dos Diplomados em Ciências da Nutrição A situação do mercado de trabalho em relação a um determinado curso, assim como a imagem social associada ao mesmo e à instituição que o lecciona, são do nosso ponto de vista, factores determinantes da empregabilidade dos diplomados, assim tornase pertinente a necessidade que a Universidade tem em apreciar, de forma cíclica, a actualidade, a pertinência social e a qualidade do(s) curso(s) que lecciona.

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Vd Anexo I – O edifício da FCNAUP

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Assim, a Universidade deve reflectir sobre a actualidade técnica e cientifica da formação que assegura, sobre a eficiência das compreendias técnico profissionais (saber-fazer) leccionadas e as mais latas (saber.-aprender, estar, inovar, etc).

A Universidade ao assegurar estas competências, assume a sua responsabilidade face à formação de cidadãos esclarecidos e comprometidos socialmente, possibilitando o desenvolvimento de um conjunto de competências cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho.

Esta investigação passa por conhecer e analisar os percursos escolares e a posterior inserção e mobilidade profissional por parte dos diplomados pela Faculdade de Ciências da Nutrição (FCNAUP), bem como do mercado de trabalho que lhes está associado.

A concretização deste projecto visa a criação do Observatório do Emprego dos diplomados em Ciências da Nutrição, desenvolvido no âmbito das funções do Gabinete de Inserção na Vida Activa (G.I.V.A), através da realização de um inquérito aos diplomados em ciências da nutrição pela FCNAUP. Houve outros estudos feitos pela Faculdade, no entanto tiveram uma baixa adesão, e os aspectos avaliados eram mais restritos.17 Tendo em conta que a crescente complexidade da inserção profissional dos jovens diplomados é um aspecto central também para a sua associação profissional, foi então criada uma parceria entre a Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN) e o GIVA, por forma a concretizar o Observatório do Emprego.

Após a conjugação de interesses, ficou estipulado que ao GIVA caberia a aplicação dos inquéritos junto dos jovens diplomados nos últimos cinco anos (20002004) e a APN recolheria a informação junto dos nutricionistas (sócios) que se licenciaram nos anos anteriores a 2000.

Esperamos que este contributo possibilite um conhecimento mais profundo e realista das condições de acesso ao mercado de trabalho, por parte dos diplomados em Ciências da Nutrição.

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Vd. Anexo I – situação profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição

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3. A inserção profissional dos Diplomados em Ciências da Nutrição 3.1. Definição dos parâmetros da investigação

É intenção desta investigação compreender/avaliar a passagem dos recémlicenciados do sistema educativo para o sistema de emprego. É ainda intenção doravante, caracterizar e compreender as trajectórias profissionais de inserção e a realidade de trabalho/ emprego dos licenciados em Nutrição aos mais diversos níveis, de forma a fazer a caracterização profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição.

Numa abordagem mais específica, pretende-se conhecer as representações dos estudantes sobre o próprio ensino, as aspirações sobre as condições objectivas em que estudam.

Compreender o universo das representações e expectativas face ao campo profissional.

Assim, estipulamos como principiais objectivos, analisar:  as representações dos estudantes sobre o próprio ensino, as aspirações sobre as condições objectivas em que estudam e conhecer as representações dos mesmos face à formação recebida;  o percurso académico, em especial a influência do estágio na inserção profissional dos diplomados;  a influência de vários factores na inserção profissional dos diplomados, procurando-se analisar de que forma decorreu a integração profissional e os respectivos percursos profissionais dos mesmos, por forma a poder reflectir acerca das necessidades e constrangimentos do mundo do trabalho, permitindo uma melhor adaptação do curricula da licenciatura;  a prossecução dos estudos dos diplomados após a licenciatura;  a evolução entre dois momentos importantes da inserção profissional( primeiro emprego e a situação profissional actual);  as dimensões objectiva e subjectiva dos processos de integração profissional avaliando aspectos concretos da situação profissional actual e variáveis como a satisfação profissional;  de que forma o acesso a este diploma superior, acarretou mutações ao nível da sua mobilidade social e geográfica;

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 o papel que o trabalho/profissão tem na estruturação dos seus projectos de vida (trabalho/prazer/realização/dever);  de que forma a situação profissional afecta as práticas culturais e as sociabilidades dos licenciados.  a participação em organizações, com o intuito de compreender o grau de integração, o sentido e o alcance da participação associativa.

Para este efeito pretende-se obter dados quantitativos e qualitativos actualizados que facilitarão o conhecimento e compreensão das trajectórias profissionais e a realidade de trabalho/ emprego dos licenciados em Nutrição aos mais diversos níveis.

4. Metodologias e técnicas

A aproximação à realidade empírica tem como finalidade a verificação da validade dos princípios teóricos produzidos ao longo desta investigação, sem deixar que na passagem para a vertente mais prática do trabalho, a teoria deixe de exercer a sua função de comando.

Para se levar a cabo esta pesquisa de terreno, é necessário ter-se em consideração uma série de princípios epistemológicos, que orientaram toda a vertente prática desta.

Entende-se metodologia como a orientação do melhor caminho a seguir para da realidade empírica se retirar a profusão de informação necessária para dar resposta às questões teóricas levantadas ao longo do trabalho. Desta forma, é necessário que o investigador accione os métodos mais adequados para abordar a realidade social, numa perspectiva crítica de controlo da investigação.

Tendo em conta o que foi referido e dados os objectivos do trabalho, torna-se pertinente conciliar o método de análise extensiva com o método de análise intensiva, para que as desvantagens de um sejam colmatadas pelas vantagens de outro.

Procedeu-se então a um cruzamento do método de análise extensiva - o inquérito por questionário, com o da análise intensiva.

O método de análise intensiva (entrevistas), inserido numa abordagem mais qualitativa da realidade, permite atingir uma maior profundidade na análise.

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Tendo em conta a concretização teórico-empirica das intenções teóricas deste projecto de investigação, este assenta fundamentalmente numa metodologia quantitativa através da aplicação da técnica do inquérito por questionário. Esta técnica revela-se a metodologia mais adequada á prossecução dos objectivos da investigação. No entanto à que ter presente algumas limitações, já que dá apenas conta de grandes regularidades, permitindo traçar linhas de força sobre comportamentos e atitudes.

O inquérito por questionário tem como vantagem inerente recolher “informação sobre uma grande variedade de comportamentos”18.

Porém, antes da aplicação do inquérito por questionário no terreno é conveniente submetê-lo a um pré-teste, junto de um pequeno número de indivíduos. “Quando uma primeira versão do questionário fica redigida, ou seja, quando a formulação de todas as questões e a sua ordem são provisoriamente fixadas é necessário garantir que o inquérito por questionário seja de facto aplicável e que responda efectivamente aos problemas colocados pelo investigador.”19 A realização de um pré-teste do questionário foi útil, no sentido de alertar sobre aspectos como: a compreensão das questões pelos inquiridos, a dificuldade dessas questões, a listagem de respostas possíveis, a receptibilidade das questões e a ordem das mesmas, entre outros aspectos relevantes para a realização de um inquérito por questionário.

Só após a realização do pré-teste e das correcções por ele suscitadas, é que se seguiu com a aplicação do inquérito por questionário.

Devido à natureza do tipo de investigação, optou-se por administrar o inquérito por questionário, via postal. Fez-se o envio do inquérito por questionário20, juntamente com um envelope pré-pago com morada de retorno21, carta de apresentação22 e um panfleto informativo dando conta dos objectivos da investigação23.

A estrutura do inquérito, foi desenvolvida de forma a reunir as informações necessárias para a investigação, foi então dividido em quatro secções de questões: caracterização sócio-demográfica; trajectória académica; transição para o mercado de trabalho; práticas culturais/usos do tempo e sociabilidades.24 18

R. Ghiglione e B. Matalon, O Inquérito. Teoria e Prática, Oeiras, Celta Editora, 1992, p.13 Idem, p.157 20 Vd. Anexo II – anexo metodológico, Inquérito 21 Vd. Anexo II – anexo metodológico, Envelope pré-pago 22 Vd. Anexo II – anexo metodológico, Carta de Apresentação 23 Vd. Anexo II – anexo metodológico, Panfleto 24 Vd. Anexo II – anexo metodológico, Grelha de análise do Inquérito 19

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Sendo que o universo do presente estudo refere-se aos diplomados pela FCNAUP, escolheu-se uma amostra, um número mais restrito de diplomados, nomeadamente aos que terminaram o seu curso nos últimos cinco anos, ou seja, foram inquiridos todos os indivíduos que completaram a licenciatura em Ciências da Nutrição nos anos de 2000 a 2004.

Em complemento da abordagem mais extensiva, considerou-se pertinente a realização de entrevistas mais aprofundadas, com as quais se procurou reunir informação de carácter mais qualitativo, de modo a aprofundar algumas questões do questionário.

“A entrevista é, antes de mais, primeiro um método de recolha de informações, no sentido mais rico da expressão, o espírito teórico do investigador deve, no entanto, permanecer continuamente atento, de modo que as suas próprias intervenções tragam elementos de análise tão fecundos quanto possível.”25 Deste modo, foi colocado no final do questionário uma questão por forma aos inquiridos se mostrarem disponíveis a serem contactados para entrevistas no âmbito da investigação.

O critério de escolha usado passou pela relevância de cada caso para a investigação. Contrariamente ao que comanda o método em face de abordagens extensivas, que supõe amostragens com validade estatística, no enfoque qualitativo os “critérios de selecção são critérios de compreensão, de pertinência e não de representatividade estatística”26.

A amostra de inquiridos que foram entrevistados, poderá assim considerar-se “intencional”, residindo a sua relevância no “conhecimento de realidades cuja singularidade é, por si, significativa”27.

A selecção dos entrevistados, dentro da amostra de indivíduos que se mostraram disponíveis, teve em conta critérios que passaram pela diversidade de situações tipo, tentando abranger diversas áreas de trabalho em ciências da nutrição e as diversas formas de transição ao mercado de trabalho como de situação profissional. Daí que se definiu a priori, entrevistar quatro diplomados em função do intervalo de tempo até à obtenção da primeira actividade remunerada.

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Raymond Quivy e Luc Van Campenhoudt, Manual de Investigação em Ciências Sociais, 2ª ed., Lisboa, Gradiva, 1998, p.193 26 José Machado Pais, Ganchos, Tachos e Biscates. Jovens, Trabalho e Futuro Porto: Âmbar, 2001, p.110 27 Idem, Ibidem

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Assim, foi entrevistado, um licenciado que ainda não obteve emprego após a conclusão da licenciatura; um licenciado que obteve emprego antes de concluir a licenciatura e dois licenciados que representam a situação mais usual de transição/inserção (ou seja, que demoraram de 1 mês a 6 meses até obterem o primeiro emprego).

Seleccionados os casos, com base nas respostas aos questionários, as entrevistas aplicadas foram semi-directivas de cariz biográfico. Isto implicou a construção de um guião de entrevista28. A utilização deste permitiu apenas uma melhor orientação no decorrer da entrevista.

No final, e após a transcrição das entrevistas para um suporte informático, foi efectuado um tratamento ao conteúdo das entrevistas de forma a que no relatório conste apenas os momentos biográficos dos entrevistados relevantes para a investigação.

Em relação às técnicas, a postura foi igualmente isenta, atingindo-se um nível de eclectismo através da selecção da entrevista como técnica complementar do inquérito por questionário, sendo este a técnica principal, já que era a mais adequada à amostra populacional e porque se revelava uma técnica supra-individual, superficial e susceptível de operar generalizações, devendo ser complementada através de outra técnica, pondo de parte algumas pré-concepções.

5. A Pesquisa Empírica

Tendo por base os objectivos da investigação optou-se por uma recolha de dados quantitativos e qualitativos actualizados, utilizando como já foi referido, como técnica principal o inquérito por questionário e como técnica complementar as entrevistas.

Todo o processo de investigação começa inicialmente por uma recolha de informação documental variada, que engloba publicações da especialidade (livros, revistas, artigos) e dados estatísticos.

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Vd. Anexo II – anexo metodológico, Guiões das entrevistas

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5.1 Definição do Universo: Seguidamente foi necessário estabelecer dentro do universo que são os diplomados pela Faculdade de Ciências da Nutrição, a população alvo e o hiato temporal que será analisado.

5.2 Definição da Amostra: Tendo em conta os objectivos da investigação que passam por tentar caracterizar a transição ao mercado de trabalho e as suas especificidades dos diplomados, chegou-se ao consenso de analisar o “passado recente” referente aos últimos cinco anos de diplomados (2000, 2001, 2002, 2003, 2004).

A população que se diplomou neste espaço de tempo perfaz um total de 245 indivíduos. Assim a informação necessária para a investigação foi recolhida junto desta amostra.

5.3 Construção da base de contactos: 5.3.1.

Uniformização e actualização dos dados

Após a definição da população alvo a inquirir, procedeu-se ao levantamento da base de dados com os contactos dos inquiridos, fornecida pela Secção de Alunos da FCNAUP. Estes dados foram cruzados ainda com uma base de contactos que consistia do Gabinete de Inserção na Vida Activa (GIVA) e com uma base de dados fornecida pela Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN). As listagens foram fornecidas em diferentes suportes informáticos, pelo que foi necessário proceder à sua uniformização.

Após o cruzamento destas bases de dados, procedeu-se à sua actualização através do contacto telefónico (nos casos possíveis) por forma a verificar a actualidade dos dados, nomeadamente no que concerne às moradas dos indivíduos, já que existiam algumas incongruências nas bases de dados.

Pretendia-se obter um número de telefone/telemóvel actualizado do diplomado, e de uma morada válida, para onde fosse possível enviar o inquérito. A estes dados acrescentamos ainda o da obtenção de um e-mail válido.

A base construída (em suporte Outlook), permitiu a introdução/actualização da informação recolhida aquando da fase de actualização dos contactos dos diplomados.

Esta etapa decorreu durante o mês de Fevereiro de 2005.

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Este contacto telefónico foi crucial para o desenrolar da investigação, já que através dele, na maior parte das vezes foi possível estar em contacto com o inquirido, podendo-se desde já dar indicações sobre a investigação que estava a ser levada a cabo e incentivar à sua colaboração.

5.4 Recolha de informação.

Esta foi efectuada com o apoio do inquérito por questionário que foi autoadministrado pelos inquiridos, já que foi enviado via postal e elaborado de modo a permitir analisar todos os objectivos previamente definidos no projecto de investigação.

5.5 As técnicas metodológicas:

1) O Inquérito por questionário via postal: O inquérito foi elaborado tendo em conta os objectivos propostos no projecto de investigação.

Assim o inquérito foi construído de modo a abordar a trajectória académica e as formas de transição para o mercado de trabalho, assim como as práticas culturais dos diplomados.29 A auto-administração do inquérito prevê uma retrospectiva temporal de várias etapas consideradas fundamentais à investigação: a formação académica, a importância do estágio e a caracterização do primeiro emprego e do emprego e actividades profissionais actuais.

a) Pré-teste Finda a construção do inquérito e antes da aplicação deste propriamente dito, procedeu-se à aplicação de pré-testes.

A versão inicialmente elaborada foi submetida a um pré-teste para avaliar a compreensão, aceitação, adequação da formulação das perguntas às informações esperadas, a ordem das questões e o tempo médio de duração.

Foram aplicados 5 pré-testes, durante o mês de Fevereiro, a diplomados (que fizeram parte da população alvo a inquirir) que se encontravam na FCNAUP e que se disponibilizaram para preencher o inquérito e dar o seu parecer.

29

Vd. Anexo II – anexo metodológico, Grelha de análise do Inquérito

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Os inquiridos submetidos no pré-teste forma incluídos no total dos inquéritos válidos para a investigação.

A aplicação dos pré-testes permitiu obter algumas impressões e interrogações ao questionário por parte dos inquiridos.

Tendo em conta as percepções destes face ao inquérito, procedeu-se a pequenas alterações, mais de ordem semântica/conceptual do que propriamente estrutural, no sentido de aperfeiçoar o mais possível a formulação das perguntas, permitindo chegarmos depois ao inquérito final30.

No geral, as conclusões retiradas do pré-teste revelaram que o seu conteúdo e formulação estavam de um modo geral adequados aos destinatários e que as respostas às diferentes questões se relevaram coerentes com os objectivos da investigação.

b) Aplicação da técnica: O Inquérito via Postal Após a administração dos pré-testes, procedeu-se à aplicação da técnica em si, o inquérito por questionário. Decidiu-se que o melhor método seria o envio do inquérito via postal com um envelope de retorno RSF, devidamente endereçado para o seu reenvio31.

Assim procedeu-se ao envio dos inquéritos através do correio, para todos os endereços conhecidos e reconhecidos, após contacto telefónico.

No total foram enviados 245 inquéritos.

A primeira fase da aplicação do questionário decorreu durante o mês de Março (2005).

O número de questões colocadas no inquérito constituía a priori uma forte reserva quanto à pré-disposição do diplomado inquirido em preenchê-lo, daí que o contacto telefónico prévio revelou-se crucial para conseguir uma taxa de resposta considerada aceitável.

Juntamente com o inquérito, foi enviado uma brochura32 com a identificação das entidades envolvidas na investigação, com os contactos possíveis via telefone e e-mail para esclarecimento de dúvidas e eventuais sugestões, e com a identificação dos objectivos a investigação. Foi ainda focada a importância dos conhecimentos sobre os percursos profissionais, no aperfeiçoamento dos curricula da respectiva licenciatura. A

Vd. Anexo II – anexo metodológico, Inquérito Vd. Anexo II – anexo metodológico, Envelope pré-pago 32 Vd. Anexo II – anexo metodológico, Panfleto 30 31

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relevância da participação de cada um, foi o principal argumento para sensibilizar e mobilizar os inquiridos à participação.

O respectivo envio foi ainda acompanhado de uma carta de apresentação33 do projecto.

Este processo revelou-se moroso, condicionado à diplomacia e persuasão exigidas no contacto prévio por aquele meio de comunicação.

Até ao dia 22 de Março, prazo estabelecido como o último dia para entrega do inquérito, obtivemos uma taxa de adesão de 27% , o que corresponde a um total de 66 inquéritos recebidos.

No sentido de se obter uma maior taxa de resposta, decidiu-se optar por uma estratégia de incentivo ao preenchimento do inquérito através de um sistema de reforços.

O primeiro reforço (segunda fase de envio) deu-se durante a primeira semana de Abril (2005) e consistiu no envio de um e-mail de aviso34 para aqueles que não tinham ainda enviado o inquérito. Para os sujeitos que não tinham e-mail foi enviado um novo inquérito juntamente com um postal35 a reforçar a importância do preenchimento e envio do inquérito para a investigação.

Esta opção foi possível devido ao inquérito estar devidamente identificado, assim e á medida que os inquéritos iam chegando ao Gabinete era dada baixa desse inquirido na base de contactos, sendo possível depois contactar apenas os que não responderam.

Após algumas semanas (a 19 de Abril) optou-se por novo reforço, utilizando apenas o e-mail36.

Juntamente com o envio do e-mail de reforço foi ainda enviado um e-mail de agradecimento37 a todos os inquiridos que enviaram o questionário preenchido.

Foi programada uma nova data final para recebimento dos inquéritos, que se estabeleceu para dia 22 de Abril. Ao alargar o prazo de entrega dos inquéritos e ao enviar os reforços para a adesão, conseguimos obter até ao dia 26 de Abril, uma taxa de adesão de 44%, o que representa a 107 inquéritos recebidos.

Vd. Anexo II – anexo metodológico, Carta de Apresentação Vd. Anexo II – anexo metodológico, E-mail de aviso 35 Vd. Anexo II – anexo metodológico, Postal 36 Vd. Anexo II – anexo metodológico, E-mail de reforço 37 Vd. Anexo II – anexo metodológico, E-mail de agradecimento 33 34

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Tendo em conta que continuamos a receber alguns inquéritos fora do prazo, optou-se por manter a inserção dos inquéritos na base de dados para além da data estipulada. Assim, e até ao dia 7 de Junho, dia em que se estipulou como finalizada a inserção dos dados dos inquéritos, conseguiu-se obter uma taxa de resposta de 55%, que corresponde a 135 inquéritos recebidos (vd tabela 1). Tentamos e esforçamo-nos por inquirir tantos licenciados quanto possível, de forma a obter uma taxa que podessemos considerar estatisticamente significativa. De um modo geral, tendo em conta a tabela que se segue, quanto mais recente é o ano da conclusão da licenciatura, maior tende a ser a taxa de cobertura do inquérito.

Tabela 1 – Cobertura dos inquéritos por ano de conclusão da licenciatura Ano

Nº de diplomados inscritos* Nº. de diplomados inquiridos

2000

34

17 (50%)

2001

74

36 (48%)

2002

44

24 (54%)

2003

33

18 (55%)

2004

60

40 (66%)

Total:

245

135 (55,1%)

* Nº de inquéritos enviados.

Daí poder-se dizer que a taxa de resposta ao inquérito é bastante satisfatória, tendo em conta estudos anteriormente realizados pela FCNAUP, para caracterizar a situação profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição, em que a taxa de adesão no último estudo feito (2002/3) foi de 26%38. Assim, pode-se dizer que a taxa de adesão a esta investigação é satisfatória, mas muito devido ao esforço aplicado de forma a obtermos estes resultados.

c) Controle de qualidade: A recolha da informação através do inquérito foi submetida a um controle.

Procedeu-se a uma revisão do seu preenchimento, para verificar até que ponto o inquérito estaria devidamente preenchido e não teria incongruências que afectassem a veracidade dos resultados da investigação.

38

Vd. Anexo I – Situação profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição.

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Tendo em conta o rigor exigido e depois de devidamente ponderado, procedeuse à anulação de um inquérito visto que o seu preenchimento demonstrava incongruências e contradições.

d) Base de dados dos inquéritos i) Codificação e configuração As questões do inquérito foram previamente codificadas, ou seja, foi atribuído um número identificativo a cada hipótese de resposta.

Após a codificação dos questionários procedeu-se à configuração da base de dados através do programa informático de tratamento estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 12.0. Este programa informático permite realizar cálculos estatísticos complexos, visualizar resultados, de forma rápida permitindo assim uma apresentação e uma interpretação sucinta dos resultados obtidos.

ii) Definição das variáveis As variáveis foram definidas consoante as perguntas do questionário e classificadas em numéricas, múltiplas e simples, de modo a serem correctamente submetidas no programa de análise estatística.

iii) Respostas às Perguntas Abertas De acordo com a metodologia estabelecida procedeu-se à transcrição (em suporte informático Excel) das respostas às perguntas abertas. Posteriormente, as respostas foram analisadas e categorizadas tendo em conta categorias e indicadores pertinentes de modo a ir de encontro aos objectivos da investigação

2) A entrevista:

Como complemento ilustrativo ao inquérito por questionário, optou-se por recolher uma informação mais qualitativa através da aplicação de entrevistas.

Como já foi anteriormente referido, foi colocado no final do questionário, uma questão para que os inquiridos interessados se demonstrassem disponíveis para serem posteriormente contactados e entrevistados.

Após aplicação dos inquéritos e depois de se ter dado como encerrado o seu recebimento e após concluída a inserção dos dados, fez-se uma lista com o total de 23

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inquiridos que se mostraram disponíveis para a realização de uma entrevista no âmbito da investigação.

Assim, e de um total de 135 inquiridos, mostraram-se disponíveis para uma entrevista 70 licenciados.

Procurou-se, de entre estes 70 inquiridos, encontrar 4 casos que ilustrassem as diferentes situações face à transição ao mercado de trabalho, em função do intervalo de tempo até à obtenção da primeira actividade remunerada. Assim, desta forma a amostra dos 4 entrevistados contemplou: um licenciado que ainda não obteve emprego após a conclusão da licenciatura; dois licenciados que representassem a situação mais usual de transição/inserção (ou seja que demoraram de 1 mês a 6 meses até obterem o primeiro emprego) e um diplomado que representasse um caso exemplar de inserção profissional (antes da conclusão da licenciatura).

Desta forma pode considerar-se que a amostra dos inquiridos entrevistados, é intencional, já que se teve em conta a relevância da diversidade de situações tipo.

Após estipulada a situação-tipo a abordar/caracterizar, procurou-se de entre os inquiridos disponíveis, os que melhor se enquadrassem/representassem as situações/os parâmetros.

Foram contactados inicialmente cinco diplomados. No entanto um dos diplomados contactados, devido a questões de agenda, tempo e deslocação não se encontrava disponível, apesar de demonstrar interesse em participar/colaborar.

Assim, foi contactado um outro inquirido que representasse a situação-tipo em falta, a de um diplomado empregado antes da conclusão da licenciatura.

Após seleccionados os entrevistados e de se ter procedido ao respectivo contacto, e de forma a melhor administrar as entrevistas, foi criado um guião39 para conduzir a entrevista.

Optou-se pela entrevista semi-directiva, recusando de certa forma uma rigidez do guião, de forma a dar oportunidade aos entrevistados para estruturarem os seus pensamentos em torno das temáticas do nosso interesse.

A aplicação das entrevistas decorreu durante os meses de Junho e Julho de 2005, e forma administradas no Gabinete do GIVA, na FCNAUP. As entrevistas tiveram como complemento um guião de observação directa, que consiste num registo escrito da descrição e foram como os entrevistados se apresentam e

39

Vd. Anexo II – anexo metodológico, Guiões das Entrevsitas

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se revelam ao longo da entrevista. Durante a aplicação da entrevista procedeu-se ainda à sua gravação, para que fosse possível a sua transcrição e posterior análise.

Após a administração das entrevistas, procedeu-se à sua transcrição integral em suporte Word. Após a criação deste instrumento de trabalho, as entrevistas foram sujeitas à análise de conteúdo. Esta análise passou pela análise dos discursos proferidos pelos diplomados. A análise do discurso foi efectuada atendendo a um conjunto de categorias e subcategorias que entendemos por bem definir para a atribuição de sentido ao tipo de vivências apreendidas pelos entrevistados40.

40

Vd. Anexo II – anexo metodológico, Grelha de análise de conteúdo das entrevistas

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II. Parte Capítulo 3 1. Análise dos dados: o Caso dos Nutricionistas diplomados pela F.C.N.A.U.P. O capítulo do trabalho que se segue, será totalmente dedicado à análise dos dados recolhidos durante a pesquisa empírica.

Consequentemente e tendo presentes os objectivos orientadores da pesquisa, serão constituídas alvo de análise, diversas questões, sendo de particular relevância os movimentos de transição ao trabalho nos processos de mobilidade profissional (entre o primeiro emprego e o emprego actual, aquando da aplicação do questionário) e ainda a mobilidade social e geográfica. Vamos considerar ainda para análise, as representações e expectativas dos inquiridos face à formação recebida.

Inicialmente faremos uma caracterização geral da população inquirida, buscando para isso indicadores sócio-culturais.

Dedicar-nos-emos ainda ao fenómeno da mobilidade na sua vertente geográfica e social.

E ainda (apesar de com algumas reservas) procurar-se-á verificar qual a influência que o acesso a um diploma de nível superior deteve nesses movimentos.

Seguidamente, debruçar-nos-emos sobre questões respeitantes à formação adquirida durante a licenciatura e ao percurso formativo adquirido à posteriori.

Por último, reportar-nos-emos à problemática da transição ao mercado de trabalho, analisando a pertinência dos estágios integrados na estrutura curricular da licenciatura em Ciências da Nutrição, questionando a sua pertinência no processo de transição para o mercado de trabalho, fundamentalmente por parte dos que ainda, não detinham até a essa altura qualquer tipo de experiência profissional.

Por fim, faremos a caracterização do processo de inserção no mercado de trabalho, através da caracterização do primeiro emprego e do emprego detido aquando da aplicação do inquérito. Avaliaremos ainda as dimensões objectiva e subjectiva dos processos de integração profissional, através de um conjunto de variáveis que caracterizam a satisfação profissional.

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A. Caracterização da população inquirida Para dar início à análise empírica, importa fazer uma caracterização social da população inquirida, para mais facilmente se compreender as suas posições perante o fenómeno em estudo.

No hiato temporal a que nos propusemos analisar (2000-2004), o número de alunos que concluiu a licenciatura em Ciências da Nutrição, perfaz um total de 245 indivíduos. Deste total de 245 indivíduos, obtivemos 135 inquéritos de retorno, os quais perfazem a nossa amostra, alvo de análise.

Um primeiro aspecto a reter, trata-se da nacionalidade. Verifica-se que a maioria dos diplomados inquiridos são de nacionalidade portuguesa (98,5%)41. E possuem idades compreendidas entre os 23 e os 48 anos, com uma média etária de 27 anos, verifica-se que a idade modal dos inquiridos é de 25 anos42.

Um outro aspecto digno de referência é a caracterização do género dos inquiridos. Os dados referem uma preponderância do número de diplomadas em relação aos diplomados do sexo masculino.

Estes dados não constituem uma surpresa, face ao crescente aumento da procura de escolaridade de índole superior, em especial por parte do sexo feminino.

Figura nº 1 - Sexo do Inquirido

Masculino 21,5%

Feminino 78,5%

41 42

Vd Anexo III, quadro ii – Nacionalidade do Inquirido Vd Anexo III, quadro iii – Idade do inquirido

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Esta discrepância de valores leva-nos a relacionar este fenómeno com o da crescente feminização do Ensino Superior que se tem verificado nas últimas décadas.

Segundo António Barreto, na década de 70,80 e 90, a proporção de mulheres com licenciatura passou de 25% para 50% da população universitária.43 Hipoteticamente podemos explicar esta situação pelo fenómeno de emancipação da mulher ocorrido ao longo dos tempos.

“Se tem sido as mulheres a desenvolver uma procura intensiva pela formação escolar, são também estas que o fazem procurando, através da obtenção de níveis de escolaridade mais elevados, alcançar empregos de igual prestígio e segurança económica, como o dos homens.”44

Contextualizando com os dados dos últimos censos de 2001, a população estudantil feminina representa mais de metade dos estudantes neste nível de ensino.

Para cada 100 homens a frequentar o ensino superior, em 1990, existiam cerca de 137 mulheres, aumentando para 140 mulheres para cada 100 homens, em 1995. Em 2000/01 representavam 57% dos estudantes.

Os ramos “comércio e administração”, “ciências da educação e formação de professores” e “saúde” são os ramos de educação que mais estudantes absorve. São ramos essencialmente femininos: “Ciências da educação e formação de professores”, “Letras e ciências religiosas”, “Ciências médicas, saúde e higiene” e “Ciências sociais e do comportamento”.45 A taxa de feminização, que na década de 90 não ultrapassou os 39%, mas em 2000/01 foi de 44%.46 Esta proporção é maior que a representatividade feminina em termos de matriculas, o que poderá significar que mais mulheres do que homens completam os seus estudos com sucesso.

Tendo em conta que o curso ministrado pela FCNAUP, está direccionado para a área da saúde e alimentação, poder-nos-á sugerir como um factor hipoteticamente explicativo para a elevada taxa de diplomados do sexo feminino na FCNAUP.

António Barreto, Tempo de Incerteza, Lisboa, Relógio D’Água, 2002 Observatório do emprego, FLUP, 2004, p.11,12 45 Vd Anexo III, figura i – Alunos matriculados no ensino superior, segundo o sexo 46 INE, Portugal Social 1991-2001, (2003) p. 73 43 44

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1. Estado civil Atendendo agora ao estado civil, numa perspectiva sociológica, a condição de casado/a e de união de facto, tem sido considerado como um dos indicadores de autonomia dos jovens em relação à família de origem.

Assim, a análise da situação conjugal, revela-se interessante na medida em que serve de factor para caracterizar o processo de passagem da condição juvenil para a idade adulta, no entanto, os processos não se esgotam por aí.47 No que respeita ao estado civil, verifica-se que a maioria dos diplomados encontra-se solteiro/a (67,4%), facto que pode dever-se em muito à amostra populacional inquirida ser predominantemente jovem. Esta situação denota uma natural extensão dos percursos escolares retardando a entrada na vida activa, e indirectamente na vida conjugal.

Figura nº 2 - Estado civil dos inquiridos 1,5% 0,8% 25,8%

solteiro/a união de facto casado/a divorciado/a

4,5% 67,4%

viúvo/a

N = 132

Podemos ainda verificar a existência das variáveis divorciado/viúvo. Estas variáveis cruzadas com a variável idade48 indicam que são os indivíduos com idade superior a 31 anos que se enquadram nestas categorias.

Cruzando estes dados com o género dos inquiridos verificamos ainda que os indivíduos do sexo feminino tem uma preponderância para se casarem num futuro mais próximo ao da conclusão da licenciatura (25 anos) do que os do sexo masculino que 47

José Machado Pais et al, Juventude Portuguesa: Situações, Problemas, Aspirações, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, Instituto da Juventudes, 1989 48 Vd Anexo III, quadro v – Idade do inquirido, segundo o seu estado civil

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assumem casarem-se mais tarde (27 anos), no entanto e em relação à união de facto esta variável apresenta-se mais cedo nos indivíduos do sexo masculino do que nos do sexo feminino.49 Podemos ainda analisar, no caso dos diplomados casados ou em união de facto, que 85% subsiste numa situação conjugal simétrica, ou seja, com qualificações de nível superior. Em assimetria surge-nos com 15% as combinações em que o cônjuge detém um nível de escolaridade inferior à do inquirido.

Verifica-se assim uma tendência para procurarem cônjuges com um capital sócio-cultural idêntico, verificando-se uma forte prevalência de cônjuges com idênticas qualificações de nível superior.

Hipoteticamente demonstra estratégias matrimoniais que tendencialmente aproxima sujeitos socialmente idênticos, que se integrem dentro do mesmo campo cultural.

Quadro nº 1 - Grau de Escolaridade do Cônjuge

N

%

3º ciclo e Ensino Secundário

6

15,0

Qualificações de Nível Superior

34

85,0

Total

40

100,0

2. Mobilidade geográfica e social

As questões da mobilidade costumam ser bastante atractivas do ponto de vista científico. Contudo, constituía-se elemento fulcral a esta investigação, trabalhar o processo de mobilidade em três vertentes: a vertente geografia, social e profissional 50.

O nosso objectivo passa por verificar, se a frequência neste curso, tem tido, em hipótese, resultados efectivos de processos de mobilidade social, profissional e

Vd Anexo III, quadro vi – Sexo do inquirido, segundo a idade e o estado civil Agora apenas faremos a caracterização da vertente geográfica e social, deixando a vertente profissional para uma análise em profundidade, mais adiante.

49 50

30

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geográfica, eventualmente verificáveis durante o curso e posteriormente após o seu término.

a) Mobilidade geográfica

Atendendo agora à área de residência dos licenciados inquiridos, observa-se que a maioria reside actualmente no Porto (47,4%), seguindo-se Aveiro (8,3%), Braga (8,3%) e ainda Lisboa (7,5%).

No inquérito foi-lhes igualmente pedido que assinalassem a área geográfica de residência antes de ingressarem na FCNAUP, na primeira actividade profissional e na actualidade. 51 Com estes dados pretende-se verificar de que forma existe ou não uma mobilidade geográfica dos diplomados ao longo da sua trajectória académica e profissional.

No entanto, após analisar o gráfico seguinte, verifica-se que o distrito do Porto é a área que mais diplomados agrega nas várias situações.

Para obtermos uma perspectiva mais alargada desta questão, atendemos a um estudo efectuado pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), sobre a “caracterização do perfil socio-económico da Área Metropolitana do Porto” (AMP).

Este estudo demonstra que a AMP agrega o maior número de estudantes, quer residentes, quer matriculados, sendo os níveis de qualificações académicas superiores aos nacionais.

Isto indica que o distrito do Porto concentra em si mesmo um número relativamente levado de estudantes do ensino superior, tornando-se na área onde o nível de qualificação da mão-de-obra disponível tem vindo a aumentar a um ritmo crescente (em particular entre as mulheres), sendo este já superior ao da Área Metropolitana de Lisboa.

51

Vd Anexo II, Inquérito, questão nº 2, Secção A

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Figura nº 3 - Mobilidade Geográfica dos Diplomados 60 50

%

40 30 20 10

Antes de Ingressar na FCNAUP

P Sa orto nta rém Vi an S a d etú o C ba as l tel o Vi la Re al Vi se u

Le iria Po L nta isb De oa lga da

Av eir o Br ag B Ca arag a a ste n lo ça Br an c Co o im bra Fa r Fu o nc ha Gu l ard a

An gra do He roí sm o

0

Primeira Actividade

Actualmente

O gráfico aponta-nos para uma mobilidade estacionária, já que a maioria dos diplomados (42,9%) já residia no distrito do Porto, e que 52,5% dos mesmos, se mantiveram aí, aquando da sua primeira actividade profissional. Sendo que, os distritos que se seguem, são distritos que se encontram próximos, e dotados de boa acessibilidade a esta cidade, assim e em segundo lugar aparece Braga que agrega apenas 9,2%, seguindo –se Aveiro, no entanto apesar da preponderância da cidade do Porto,

verifica-se que esta tendência concentracionária não se processa de forma

homogénea havendo uma dispersão dos diplomados por outras regiões do país. (7,5% em Lisboa e Aveiro, Coimbra, Setúbal e Viana do Castelo com 4,2%).

Se tivermos em consideração a idade nos processos de mobilidade geográfica, verifica-se que os jovens mantêm uma tendência a se manter na mesma região, fundamentalmente quando se verifica uma integração no sistema de emprego local.

No entanto, importa referir, que são também os mais jovens, que apresentam taxas de mobilidade geográfica mais elevadas, isto porque também são estes os que se encontram mais predispostos a «arriscar» e a iniciar o seu processo de integração no

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sistema de emprego em outra localidade, que não a de origem ou residência dos respectivos progenitores, isto face à sua ainda não entrada efectiva na vida adulta.52 Assim são os mais jovens que globalmente apresentam, as mais altas taxas de mobilidade geográfica, principalmente quando o que está em causa é a integração no sistema de emprego, porque o facto de estarem no inicio da vida adulta (referindo á não existência ainda de uma vida conjugal e familiar própria) lhes permite efectuar eta opção.

Não esqueçamos que os restantes, já integrados no sistema de emprego e já com uma vida conjugal, não reúnem a priori condições que permitam aceder a uma profissão que acarreta mobilidade geográfica.

Completando esta ideia, somos confrontados com a preferência crescente dos jovens para obterem um diploma na sua região de residência.

b) Mobilidade Intergeracional

A mobilidade social é um fenómeno que tem ganho bastante visibilidade na nossa sociedade, nas últimas décadas, muito devido á democratização e massificação do ensino.

Uma pequena perspectiva sócio-histórica sobre a evolução da escolaridade da população portuguesa nas últimas décadas, permite verificar, que existe uma notória melhoria dos níveis de habilitações escolares.53 No entanto, autores como Bourdieu e Passeron

54

(s/d) problematizam esta

questão referindo que o ensino já não garante por si só automaticamente um movimento de ascensão social.

Nos parâmetros desta investigação interessava analisar a origem social dos inquiridos, trabalhando o nível de instrução dos pais, a sua situação profissional e condição perante o trabalho, verificando-se se houve ou não uma efectiva mutação do lugar ocupado pelos inquiridos na hierarquia social.

“Afigura-se legítimo esperar que exista uma relação, mais ou menos intensa, entre o grau de instrução dos pais e a “carreira” dos filhos. A própria experiência alimenta essa expectativa. Em função do capital escolar das famílias, assim de definem,

52

José Machado Pais, Culturas Juvenis, Lisboa, Casa da Moeda, 1996 António Barreto, op cit 54 Bourdieu e Passeron, A reprodução, (s/d) 53

33

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sedimentam e cristalizam as disposições e as orientações dos filhos, tão decisivas para as suas escolhas e os seus desempenhos futuros. Conforme o capital escolar dos pais, assim variam os recursos disponíveis e mobilizáveis ao longo da vida: económicos, sociais (…) traduzidos na capacidade de mobilizar relações e conhecimentos “prestáveis”, sem esquecer, por último, os próprios dividendos de carácter cultural e simbólico.”

%

Figura nº 4 – Grau de escolaridade dos pais 40 35 30 25 20 15 10 5 0

36,6 32,8 20,127,6 15,7

14,9 5,2

15,7 11,2

4,5

11,2

1º Ciclo do 2º Ciclo do 3º Ciclo do Ensino Básico Ensino Básico Ensino Básico (4ºano) (6ºano) (9ºano)

Pai

1,5 Ensino Secundário (12ºano)

Ensino Mestradp ou Superior Doutoramento (Bacharelato ou Licenciatura)

Mãe

Assim, e procedendo à caracterização dos progenitores dos inquiridos, o que se realça logo de início, são os perfis diferenciados dos recursos sócio-educacionais dos agregados familiares de origem.

O nível de escolaridade modal é o 1º ciclo do ensino básico, no entanto verificase uma certa polarização entre este e o ensino superior.

Resumindo, a maioria dos jovens são originários de famílias com baixo capital escolar, sendo que 35,1% dos dados analisados indicam que a escolaridade concluída dos pais é o 1º e 2º ciclo do ensino básico. No entanto não se poderá ignorar a importância relativa dos pais e mães que possuem um título académico de nível superior (18,7%).55 É de realçar também o facto de não se registar nenhum caso de analfabetismo.

55

Vd Anexo III, quadro viii – Grau de escolaridade dos pais

34

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Quadro nº 2 – Grau de escolaridade da mãe, segundo o grau de escolaridade do pai

Escolaridade Pai (agregado)

Escolaridade Mãe (agregado)

1º e 2º Ciclos do Ensino Básico

n

3º ciclo e Ensino Secundário

n

Qualificações de Nível Superior Total

% %

1º e 2º Ciclos do Ensino Básico 47

3º ciclo e Ensino Secundário 11

Qualificações de Nível Superior 1

Total 59

35,1%

8,2%

,7%

44,0%

5

24

7

36

3,7%

17,9%

5,2%

26,9%

4

10

25

39

3,0%

7,5%

18,7%

29,1%

n % n %

56

45

33

134

41,8%

33,6%

24,6%

100,0%

Analisando ainda o quadro, e tendo agora em conta as diferenças de género, verificamos que é o sexo feminino aquele que obteve um nível de escolaridade mais elevado (29,1%) no entanto também é o que está mais representado com um nível de escolaridade mais baixo, ao nível do ensino básico (44%).

3.

Situação socioprofissional dos pais

Abordado que foi o nível de escolaridade dos familiares dos licenciados, passamos agora à análise da situação socioprofissional.56 Verificamos que ambos os pais encontram-se maioritariamente ainda presentes no mercado de trabalho.

O volume de desempregados é quase inexpressivo, já não acontecendo o mesmo com a categoria «reformados», que se apresenta bastante expressiva.

Também aqui verificamos uma apropriação de género face á situação na profissão, consonante com o perfil a divisão sexual do trabalho existente no nosso país, já que em relação à ocupação das tarefas de casa, esta categoria é assumidamente feminina. Muito tem em conta o peso de estereótipos da sociedade, que relegam o espaço de casa e as suas consequentes ocupações, para o sexo feminino.

56

Vd Anexo III, Quadro iv – Situação face à profissão dos pais

35

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Figura nº 5 - Situação face á profissão dos pais 80

68,7

70 60

%

50

54,1

40 27,5

30 20

21,8

19,5

10

1,5

3,8

2,3

0

0,8

0 Empregado/a

Desempregado/a

Ocupa-se das tarefas de casa Pai

Tendo

em

conta

agora

a

situação

Reformado/a

Outra Situação

Mãe

na

profissão,

verifica-se

que

predominantemente tanto os pais como as mães exercem profissões por conta de outrem, no entanto é de realçar o facto de a categoria que se segue ser a de exercer uma profissão por conta própria, sendo mais predominante no sexo masculino. Um outro facto a realçar trata-se a situação «trabalhador familiar não remunerado» exclusivamente apropriado pelo sexo feminino.

%

Figura nº 6 - Situação na Profissão dos Pais 70 60 50 40 30 20 10 0

64,4 61,1 24,6 9,3 8,3 Exerce profissão por conta de outrem

Exerce profissão por conta própria (sem empregados)

13,9 Exerce profissão por conta própria (empregador)

Pai

0 13,9 Trabalhador familiar não remunerado

1,7 2,8 Outra situação

Mãe

36

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Analisando estes dados, podemos concluir que a obtenção com sucesso da licenciatura expressa um notório processo de mobilidade educacional ascensional intergeracional.

“Isto conduz-nos a reafirmar a importância que para as classes e fracções de classes com baixos recursos económicos, quantificacionais e organizacionais tem a aquisição pelos respectivos descendentes de um capital escolar superior, elemento crucial para a obtenção e sedimentação dos outros tipos de capitais.”57 Assim, e cruzando a classe de origem com a actual classe de pertença dos indivíduos, tenta-se verificar se existe movimentos de mobilidade social, tendo em conta a origem social dos mesmos e tentando em última instância evidenciar que papel terá tido o acesso a um diploma do ensino superior em todo este processo.

Figura nº 7 – Mobilidade intergeracional

60

52,6

50

%

40

50,4 29,6

30 17,8

28,9

20 10

0 10,4

10,4

0 Classe social Classe social Classe social Impossivel de alta média baixa classificar classe social de família

Classe social de origem

Numa perspectiva de trajectória social, analisando os lugares de classe de origem e de família, verifica-se que ouve efectivamente uma trajectória ascencorial, já que verificou-se um aumento dos diplomados que face á classe social de família se encontram num nível superior da hierarquia social, sendo de realçar o facto de nenhum diplomado se encontrar nos estratos mais baixos da sociedade, que se verificava face á classe de origem (10,4%).

57

Gonçalves et al, op cit, 2001, p.69

37

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Importa, no entanto, realçar o indicador «impossível de classificar», que em ambas as variáveis se verifica com alguma visibilidade. Este indicador surgiu devido ao facto da informação dada pelos inquiridos no questionário, não se apresentar muitas vezes coerente e objectiva, tornando-se dessa forma difícil de classificar à luz da “Classificação Nacional das Profissões” 58, sendo consequentemente impossível de enquadrar num estrato social de classe.

Em relação a este indicador, face ao lugar de família, ser mais expressivo, tratase da mesma problemática acima apresentada, acrescendo o facto de incluir os diplomados desempregados.

Quadro nº 3 – Classe social de origem, segundo a Classe de família

Classe Família

Classe social alta Classe social média Classificação impossível

Total

n % n % n % n %

Classe Social Alta 38 28,1% 18 13,3% 12 8,9% 68 50,4%

classe de origem Classe Social Classe Média Social Baixa 15 10 11,1% 7,4% 18 3 13,3% 2,2% 6 1 4,4% ,7% 39 14 28,9% 10,4%

Impossivel de classificar 8 5,9% 1 ,7% 5 3,7% 14 10,4%

Total 71 52,6% 40 29,6% 24 17,8% 135 100,0%

Após a análise desta variável é de verificar que os jovens percorreram notáveis trajectórias de mobilidade social.

Em suma, estamos assistir a um aumento de diplomados com habilitações elevadas, o que pode permitir a criação e desenvolvimento de dinâmicas económicas e sociais mais equilibradas desde que os seus detentores tenham visibilidade junto dos vários sistemas de emprego e que os empregadores apostem nas potencialidades dos recursos humanos com formação de nível superior.

58

Classificação Nacional da Profissões, versão 1994, Instituto do Emprego e formação Profissional, Ministério do Emprego e da Segurança Social

38

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B. Caracterização do percurso formativo O percurso formativo dos diplomados surge como uma das perspectivas de estudo relevante para o Observatório do Emprego. Para uma melhor compreensão considerou-se pertinente analisar inicialmente o percurso académico dos diplomados, e respectiva avaliação face á formação recebida e por fim o percurso formativo póslicenciatura.

1.

Ano de conclusão da licenciatura

Sendo a data da conclusão da licenciatura um dos critérios definidores da população-alvo, torna-se necessário fazer uma análise da variável «ano de conclusão da licenciatura». Assim a cobertura da amostra de inquiridos (135) distribui-se da seguinte forma, consoante o ano de conclusão da licenciatura. (vd figura)

Figura nº 8 – Cobertura dos inquiridos por ano de conclusão da licenciatura 70

66,0%

60 50

50,0%

54,0%

55,0%

ano2002

ano2003

48,0%

40 30 20 10 0 ano2000

ano2001

ano2004

N = 135

De um modo geral, quanto mais recente é o ano de licenciatura, maior tende a ser a taxa de cobertura do inquérito.

39

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Verifica-se deste modo, que os indivíduos que terminaram a sua licenciatura nos anos mis recentes, se encontraram mais receptivos ao presente estudo. Várias hipóteses podem explicar esta situação, uma delas poderá ser pelo facto de terem terminado mais recentemente a licenciatura, estão mais propensos em expor a sua situação, sendo que a resposta ao inquérito surge como uma oportunidade para darem a conhecer as suas situações, na esperança que o conhecimento da realidade produza efeitos em termos de acção.

2. Idade aquando a conclusão da licenciatura

Tendo em conta agora a variável idade com que se diplomaram os inquiridos, verifica-se que esta apresenta uma distribuição assimétrica positiva.59 O valor que mais se verifica é 23 anos, sendo que a mediana é representada pelo mesmo valor. A idade média de conclusão da licenciatura encontra-se nos 25 anos, com um desvio padrão de 4,8, pelo que se pode inferir que a maior parte dos inquiridos terminou a sua licenciatura sensivelmente nos timings previstos. A idade mínima registada é de 22 anos, sendo a máxima de 47 anos.

Figura nº 9 - Idade do inquirido aquando o término da licenciatura

%

50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0

43,3

23,5

9,7 .22

.23

.24

6,7

2,2

3

2,2

5

.25

.26

.27

.28

≥ 29

Idade

59

Vd Anexo III, Figura iii - Idade do inquirido aquando da conclusão da licenciatura

40

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Verifica-se que existe ainda um número de diplomados que representam (hipoteticamente) um percurso diferente (agregação ≥ 29 anos), provavelmente ingressaram no ensino superior após a entrada no mercado de trabalho, esta situação, nesta área de ensino verifica-se ao nível dos dietistas (possuidores apenas de grau de Bacharelato), que ingressam no ensino superior por forma a adquirirem o grau de licenciatua.

Há ainda, aqueles que ingressam nos timings “normais”, mas acabam por prolongar a sua permanência no ensino (não podemos, no entanto, especificar quais as razões de tal permanência, visto que esta questão não foi levantada no inquérito).

Quando se faz uma relação entre o género dos inquiridos e a idade com que terminou a licenciatura60, verifica-se que existe uma propensão muito maior no sexo feminino de adquirir formação de nível superior numa altura mais tardia em relação ao habitual.

3. Média final do curso

A média final do curso é um instrumento de avaliação e selectividade para fora das fronteiras do sistema escolar. É um elemento que influência as condições de concretização dos projectos profissionais. Os dados obtidos da análise desta variável, indicam que esta apresenta uma distribuição simétrica quase perfeita, sendo que a média de classificação final da licenciatura se situa nos 14,24 valores, com um desvio padrão de 1,08. A moda e a mediana encontram-se ambas nos 14 valores.

60

Vd Anexo III, quadro x - Sexo do inquirido, segundo a idade que tinha quando terminou a licenciatura

41

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Figura nº 10- Média final da licenciatura 40 % 35 30 25 20 15 10 5 0

36,1 29,3 21,1

3,8 12

13

14

15

6

3,8

16

17

Relacionando esta variável com a variável sexo do inquirido, verifica-se não existir uma diferença muito relevante entre os sexos no que respeita à distribuição da média final.

Quadro nº 4 - Distribuição das medidas de dispersão e tendência central, segundo o sexo Desvio Média final da licenciatura

Mínimo

Máximo

Média

Moda

Padrão

Sexo Feminino

12

17

14,3

14

1,03

Sexo Masculino

12

17

14,03

14

1,27

4. Avaliação da formação adquirida durante a licenciatura

Um dos objectivos principais da investigação é a mediação do grau de satisfação face à formação académica adquirida. Pretende-se aqui analisar, a opinião que os diplomados têm da FCNAUP quanto à formação recebida, adequação desta ao desempenho das actividades profissionais e a interferência da formação e da universidade na sua entrada no sistema de emprego.

42

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Assim, os diplomados ainda questionados61 sobre como avaliam a formação adquirida durante a licenciatura face a vários aspectos. Da análise desta questão obtivemos os seguintes dados: Quadro nº 5 – Avaliação da formação adquirida durante a licenciatura Transição

12,1

Adequação 4,5 Competências Profissionais

6,7

Competências relacionais

6,7

Desenvolvimento pessoal

10,4

16,7 23,1

24,6

5,22,2

50,4 52,6

11,1

3,0 0,0

33,3

66,7 40% Boa

11,9 1,5 33,3

45,9

Muito Boa

14,2 1,5 25,9

32,6

20%

7,50,0

32,8 56,3

11,1

2,2

37,3

44,8

0%

14,4

45,5

Formação Prática 0,7 15,6 Formação teórica

25,8

48,5

Estrutura curricular 3,7 Actualidade das matérias

31,1

19,3 60%

% Média

4,4

Fraca

80%

100%

Muito traca

O gráfico que materializa a opinião dos diplomados relativamente à formação recebida transparece uma notória avaliação satisfatória.

As categorias que mais se destacam por uma avaliação muito positiva são: a formação teórica, o desenvolvimento pessoal, as competências profissionais e relacionais e a actualidade das matérias. Do lado oposto encontramos a estrutura curricular, a formação prática, a adequação das matérias leccionadas e o apoio da Faculdade na transição para a vida activa.

Resta ainda salientar um aspecto que se revela pertinente, verificar se os mesmos consideram adequada a aprendizagem recebida para o exercício da actividade da actividade profissional, face a este indicador quase 50% dos inquiridos, assumiram uma adequação média, independentemente de não ser o indicador mais representativo em termos negativos, torna-se um facto a reter.

Ainda em relação ao apoio da Faculdade na transição para a vida activa, os inquiridos apresentam no total deste indicador, uma posição bastante crítica e pouco

61

3,0 0,0

Vd Anexo II, Inquérito, questão nº 10, Secção B

43

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satisfatória. No entanto, a análise deste indicador ao longo dos anos, demonstra uma tendência evolutiva francamente positiva.62 No conjunto global destes indicadores verifica-se uma tendência positiva face à avaliação da formação adquirida durante a licenciatura.63 É de realçar que no actual momento, as funções da universidade já não se devem limitar ás clássicas tarefas de investigação e transmissão de saberes.

“Será importante que as instituições de Ensino Superior promovam currículos escolares que proporcionem uma sólida formação de base e forneçam os conhecimentos adequados às necessidades do mundo moderno. Estas medidas revestem-se de importância vital para o bom funcionamento das empresas, da economia e da sociedade em geral. Permitindo, também, minimizar algumas dificuldades experimentadas pelos diplomados, aquando da transição do meio académico para o meio profissional.” 64 Assim, é necessário que a universidade crie estruturas intermédias que dêem visibilidade aos seus diplomados junto dos empregadores, contribuindo assim, para uma melhor empregabilidade dos seus alunos.

5. Formação extracurricular durante a licenciatura

A maioria dos diplomados, se não mesmo a totalidade dos inquiridos (99,3%) responderam afirmativamente quando questionados sobre a frequência em formações extracurriculares durante a licenciatura.

Das

hipóteses

de

resposta

de

formações

frequentadas,

os

«congressos/conferências/simpósios» foi a variável que se verificou presente (100%) em todas as respostas válidas, sendo que «cursos/acções de formação» veio logo a seguir com 70,9% dos casos verificados.

Vd Anexo III, Figura iv – Avaliação positiva face ao apoio da Faculdade na transição para a vida activa 63 Vd Anexo III, Figura v- Avaliação positiva da formação adquirida 64 AAVV, A inserção profissional dos jovens diplomados no Algarve entre 1999 e 2001, Fundação da Juventude, Faro, 2004, pp.55 62

44

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Figura nº 11 - Tipo de formação frequentada 120 100 100

%

80 70,9

60 40 20

1,5 0 Congressos/conferências/simposios

Cursos/Acções de formação

Outros

6. Avaliação da formação extracurricular, segundo o relacionamento com a licenciatura Quando questionados quanto à relação da formação obtida com a licenciatura 65 (de um total de 129 resposta válidas) 54% responderam que se relaciona «muito» e 34,9% «bastante».66 Daqui verifica-se a opção por uma formação extracurricular durante a licenciatura, que se coaduna com a área de formação, tendo implícito uma procura de formação no âmbito da área de estudo, numa tentativa de alargamento de conhecimentos relacionados com a área de formação.

7. Formação Pós-licenciatura

Devido à consciência face às características do mercado de trabalho, muitos indivíduos, após a obtenção de um primeiro diploma, tendem a enriquecer e/ou adquirir experiência profissional, sobretudo através de uma formação profissional, ou do prosseguimento de estudos académicos.

Quando questionados sobre a frequência actual ou passada em algum tipo de formação após a conclusão da licenciatura, 70,4% dos inquiridos responderam que sim67, que receberam uma formação adicional após a conclusão da licenciatura.

65

Vd Anexo II, Inquérito, questão nº 7.2, Secção B Vd Anexo III, figura vi – Relacionamento da formação extracurricular com a licenciatura 67 Vd Anexo III, Quadro xi - Frequentou e/ou encontra-se e frequentar algum tipo de formação 66

45

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Quanto ao tipo de formação (concluída ou a frequentar) verifica-se, perante a análise das respostas, que uma boa parte dos inquiridos opta por prolongar os seus estudos, de forma a adquirir graus superiores de educação, como por exemplo através de pós-graduações (11,4%), mestrados (18,7%), doutoramentos (4,2%), e ainda outras licenciaturas (5,4%). As formações de curta duração de âmbito profissional também adquirem grande visibilidade (CAP68, 38,6% e outras formações, 21,7%).

Figura nº 12 – Tipo de formação concluída ou a frequentar

18,7%

4,2% 38,6%

21,7% 5,4%

CAP Outra

11,4%

Pós Graduação Mestrado

Outra licenciatura Doutoramento

Estes dados indicam uma postura salutar, que denota uma sensibilização para a realidade actual, principalmente a que diz respeito ao mercado de trabalho, e ás suas constantes mutações.

Estes diplomados, justificam assim, a sua intenção de prosseguir a formação enquadrando a sua situação a nível global, face ás novas configurações de trabalho e emprego.

Esta diferenciação de valores poderá originar uma dupla interpretação, por uma lado, se atendermos às condições do mercado de trabalho e ás consequentes dificuldades de integração no sistema de emprego, a preferência pela formação profissional, poderá adversar-se por esta ser a via mais eficaz para a obtenção de especializações/qualificações necessárias no tecido empresarial, ou então tiveram a necessidade de recorrer à formação em outras áreas (como por exemplo marketing,

68

Certificado de Aptidão Profissional

46

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informática, desporto, gestão hoteleira, etc) que permitissem a obtenção de novas qualificações de forma a alargar as áreas de empregabilidade.

Tendo em conta a juvenilidade da amostra dos inquiridos, é de realçar que nenhum dos diplomados terminou ainda o doutoramento, estando ainda em curso os doutoramentos iniciados.

Analisando melhor estes dados verifica-se que existe uma propensão para a prossecução dos estudos académicos, nomeadamente através de pós-graduações e mestrados (em especial nas áreas de Nutrição Clínica, Saúde Publica, Controlo de Qualidade, Química e qualidade dos Alimentos, entre outrso), confirmando-se desta forma a tendência notória para a prossecução dos estudos, não se limitando a uma formação superior de base (licenciatura), buscando desta forma uma actualização contínua de conhecimentos.

Importa realçar o facto de 21,7% das respostas serem atribuídas à categoria «outras», onde se incluem cursos de formação profissional de curta duração, juntamente a categoria «CAP69» agrega uma maior percentagem de licenciados com 38,6%.

Verifica-se desta forma também, uma propensão para adquirir formação de curta duração após a conclusão da licenciatura, com a intenção de adquirir, alargar e aprofundar os conhecimentos, que lhes permitam um melhor desempenho das actividades profissionais (49,5%), e que facilitem a entrada no mercado de trabalho (43,4). Estes são os motivos mais mencionados para obter formação.

Figura nº 13 – Motivos para frequentar a formação

1,5% 2,0% 6,6%

4,6%

24,9%

9,1%

Reforçar/actualizar competências Facilitar a entrada no mercado de trabalho Adquirir competências noutra área Certificação Progressão na carreira

12,7% 21,8% 16,8%

Condição para encontrar emprego Alternativa ao desemprego Outro Formação específica exigida

69

Certificado de Aptidão Profissional

47

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C. Caracterização da Transição ao mercado de trabalho

1.

Experiência profissional durante a licenciatura

Vários estudos problematizam esta questão das actividades laborais dos estudantes durante a licenciatura. As “investigações têm vindo a provar que aquelas actividades influenciam, entre outros factores a trajectória profissional após a conclusão do estudo. Genericamente os resultados apontam para que os denominados “estudantes com experiência profissional” acedam mais rapidamente a um emprego regular e estável, auferem salários mais elevados e acedem a uma posição profissional mais prestigiada socialmente. Dito desta foram, tal período que antecede a posse de um diploma legitimado pelo sistema de ensino não pode deixar de ser considerado quando se aborda a transição ao trabalho por parte dos jovens.”70

Assim, os inquiridos foram questionados sobre as experiências de trabalho que possam ter realizado durante a licenciatura 71.

Perante esta questão, apenas 36,3% dos inquiridos afirmaram que exerceram uma actividade profissional durante a licenciatura72, esta situação, traduz-se na própria disponibilidade dos então alunos para exercerem actividades durante a licenciatura, assim como do volume da oferta de trabalhos pontuais, (aqui não totalmente explorados) que muitas vezes estão ligados a actividades relacionadas com a área de formação 73.

Os estudantes adquirem assim um conjunto de relações, de redes sociais informais subjacentes ao meio laboral que lhes poderá vir futuramente a ser útil, se accionadas no momento de acesso ao emprego.

Considerando agora, o regime de trabalho, verifica-se que 44,9% dos inquiridos apenas efectuaram trabalhos pontuais, sendo que as restantes opções «trabalho a tempo inteiro» e a «tempo parcial», agregam 26,5% e 28,6% respectivamente.

70

Gonçalves et al, op cit, 2001, p. 39 Vd Anexo II, Inquérito, questão nº 11, Secção B 72 Vd Anexo III, Quadro xiii – Alguma vez trabalhou durante a licenciatura 73 Vd Anexo III, Quadro xiv – O trabalho estava relacionado com a licenciatura 71

48

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Quadro nº 6 – Regime de trabalho realizado durante a licenciatura

n

Regime de trabalho

%

Trabalhei a tempo inteiro

13

26,5

Trabalhei a tempo parcial

14

28,6

Efectuei trabalhos pontuais

22

44,9

Total

49

100,0

Quando questionados sobre se o trabalho exercido estava relacionado com a licenciatura, 57,1% afirmaram que não74.

Hipoteticamente, esta situação indica a busca de obtenção de rendimentos próprios, tal como a aquisição de experiência profissional, mesmo que não seja directamente relacionada com a área de estudo.

Esta situação pode revelar a preocupação que os jovens desde cedo evidenciam pela sua inserção profissional.

As condições de funcionamento do mercado de trabalho proporcionadoras de trabalhos sazonais, assentes socialmente numa flexibilidade contratual e em situação de autentica precariedade, permitem aos jovens estudantes um complemento pecuniário, assim como a aquisição de experiência profissional, que futuramente lhes sirva como uma mais valia aquando da entrada no mercado de trabalho. É pertinente considerar que a possível disponibilidade dos jovens face ao trabalho durante a licenciatura, é, como indicam Gonçalves et al 75, uma questão cultural.

E embora o número de jovens que afirmaram exercer uma actividade profissional durante a licenciatura, ser pouco mais de um terço, tal dado poderá ser lido “como uma alteração das avaliações das relações entre o trabalho e a formação académica que os jovens (re)elaboram no quadro da sua vida quotidiana”76

Vd Anexo III, Quadro xv – Regime de trabalho durante a licenciatura, segundo o relacionamento com a mesma.

75 Gonçalves et al, op cit, p. 42 76 Idem, ibidem 74

49

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2.

O estágio académico

Esta questão é de extrema pertinência para a análise do processo de transição ao mercado de trabalho dos diplomados, principalmente para os que não possuem qualquer experiência profissional.

Para muitos jovens, o estágio académico tem o papel fundamental de ser o primeiro contacto que os estudantes têm com o mercado de trabalho e com o meio profissional.

O estágio curricular faz parte integrante da estrutura curricular da licenciatura em Ciências da Nutrição, por isso todos os inquiridos da amostra efectuaram estágio curricular.

O que nos suscitou interesse nesta questão, foi de saber se o estágio, como sendo um local onde se inicia a actividade profissional ligada à área de estudo e onde há a possibilidade de estabelecer contactos profissionais, lhes proporcionou uma posterior oportunidade profissional remunerada.

Perante esta questão, as respostas dividiram-se da seguinte forma, como ilustra a figura seguinte.

Figura nº 14 – O estágio académico resultou numa posterior oportunidade profissional remunerada

Não

67,9

Sim, continuei a trabalhar na instituição após o estágio

15,7

Sim, proporcionou contactos importantes

16,4

0

10

20

30

40

50

60

70

80

%

50

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

É de verificar o facto que mais se realça neste quadro, que é de 67,9% dos inquiridos afirmar que o estágio académico «Não» resultou numa posterior oportunidade profissional remunerada.

Seguindo-se com 16,4% aqueles a quem o estágio proporcionou contactos importantes e por último com 15,7% surgem os que se mantiveram a trabalhar na instituição após o estágio. a) ▪ Caracterização do estágio académico

O estágio académico em nutrição está caracterizado por uma área de actuação, e por um local de estágio.

Em relação ao local de estágio, de entre as várias opções de resposta disponíveis, a que agrega uma maior percentagem de respostas é o «Hospital» (79,4%) seguindo-se os «Centros de Saúde» com 23%.

Encontramos ainda as «unidades de investigação» (10,4%) e a «Universidade» (8,9%), como locais para a realização de estágios.

Figura nº 15 – Local de estágio 80

70,4 70

60

40

30

23 20

14,8 6,7

10

8,9

10,4 4,4

5,9

5,2 2,2

5,2 0,7

Ou tro

Inf an tár io

Gi ná sio

Au tar qu ia

IP SS Un Un ive ida rsi da de de de Inv es tig aç ão Cl í n Em ica pr Pr es iva ad da e Re sta ur aç Ind ão ús tria Al im en tar

Ce nt ro

de

Sa úd e

0

Ho sp ita l

%

50

51

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

A categoria «outros» aparece com bastante significância, na ordem dos 15,6%.

Nesta categoria encontramos vários outros locais escolhidos77, pelos então estudantes, para efectuarem o seu estágio, assim nesta nova categoria os locais que mais se destacam são: os clubes desportivos, a Marinha Portuguesa, a Direcção Regional de Educação, as Escolas e Centro(s) Paroquiais e Comunitário78.

Após esta verificação, existe uma notória correlação dos locais de estágio escolhidos com a área de actuação mais preponderante – a «nutrição clínica» com 78,4%, seguindo-se a «nutrição comunitária/saúde pública» (42,5%) e a restauração colectiva (32,8%) estas, são as três principais áreas de actuação dos inquiridos no período de estágio.

Figura nº 16 – Área de actuação do estágio curricular 78,4

Nutrição Clínica 42,5

Nutrição Comunitária/Saúde Pública Restauração Colectiva

32,8 27,6

Investigação Formação

17,9

Segurança Alimentar

17,9 11,2

Controlo de Qualidade Outra

3

Ensino Superior

3

Consultadoria

2,2

Ensino Básico/ Secundário

2,2

10

20

30

40

50

60

70

80

90

%

0

Segue-se, ainda com algum significado, a «investigação» com 27,6%, a «segurança alimentar» e a «formação» com 17,9% e o «controlo de qualidade» com 11,2%.79 Assim, é de evidenciar a importância que os estágios assumem na conjuntura actual, no processo de transição ao trabalho por parte dos mais jovens, bem como a instabilidade que caracteriza maioritariamente os primeiros tempos deste mesmo Vd Anexo III, Quadro xvi – descrição dos outros locais onde realizaram estágio Vd Anexo III, Figura viii – outros locais de estágio 79 É de realçar que apesar de maioritariamente os inquiridos estagiarem num local e exercerem a sua actividade dentro de uma área de formação, não é menos verdade que se verifica casos de quem tivesse estagiado em mais que um local e exerceu a sua actividade ligada a várias áreas de actuação em Nutrição.

77 78

52

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processo, já que estes se apresentam não raras vezes, como o primeiro contacto com o mercado de trabalho.

3.

Situação e percurso profissional

Trata-se agora de reflectir e analisar o percurso dos licenciados após a obtenção do diploma e o seu efectivo posicionamento face ao mercado de trabalho.

Em consequência desta análise surge um leque de interrogações, sobre as quais se pretende reflectir: qual a sua situação face ao mercado? ; estão empregados? ; qual o vínculo contratual? ; o tipo de organização/empresa em que se encontram a exercer funções?; quais as estratégias adoptadas para obterem o emprego? ; qual o tempo de espera até à obtenção da primeira actividade? (etc).

Assim, propomo-nos analisar os dados empíricos obtidos, tendo por base este leque de problemáticas. a) ▪ A problemática do primeiro emprego “Após a conclusão do curso, a maioria dos diplomados dá início a um processo de negociação, no mercado de trabalho, do título escolar de que é portador. Para muitos jovens (…) a entrada nesse mercado concretiza-se antes da obtenção do diploma.”80 Assim é imperioso fazer uma análise da primeira actividade profissional, após a conclusão da licenciatura, como caracterizadora da condição de inserção profissional dos jovens detentores de títulos académicos de nível superior. b) ▪ O intervalo de tempo até à obtenção da primeira actividade

Primeiramente analisaremos o tempo que medeia entre a procura do primeiro emprego de acordo com a formação académica.

80

AAVV, A inserção profissional dos jovens diplomados no Algarve entre 1999 e 2001, Fundação da Juventude, Faro, 2004, pp.70

53

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A análise desta variável, constituiu um importante indicador sobre o acesso ao mercado de emprego e à obtenção do primeiro emprego, e relativamente ao equilíbrio entre a procura e a oferta dos diplomados em ciências da nutrição.

Traduz, desta forma, a maior ou menor empregabilidade em função dos ciclos conjunturais.

O processo de transição para o mercado de trabalho apresenta situações muito distintas, no que respeita ao tempo durante o qual os recém-licenciados estiveram à procura do primeiro emprego. O tempo de mediação, entre o término da licenciatura, o inicio da procura de emprego e a obtenção efectiva de uma actividade remunerada de acordo com a formação académica de nível superior obtida, constitui um indicador muito importante sobre a situação do mercado de trabalho na área da nutrição, assim como da inserção dos diplomados, traduz de certa forma, a maior ou menor facilidade de obtenção de emprego na área. É de notar, que o facto da formação superior em Ciências da Nutrição já implicar por si só contacto inicial com o mercado de trabalho – o estágio académico, pode revelar-se vantajoso para a inserção profissional81, alguns autores definem esta variável como “velocidade de inserção”82, que medeia o tempo de espera até à obtenção da primeira actividade profissional.

Assim, encontramos os nossos inquiridos distribuídos da seguinte forma.

81

Apesar de como vimos anteriormente, uma grande percentagem dos inquiridos afirmou que o estágio académico não lhes proporcionou uma posterior oportunidade profissional; vd figura nº 1 82 Idem, pp. 46

54

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Figura nº 17 – Intervalo de tempo até à obtenção da primeira actividade remunerada

3,8%

10,6%

22,0%

Antes da conclusão da licenciatura

9,1%

Até 1 mês 1-6 meses 6-12 meses 16,7%

N=133

37,9%

> 1 ano Ainda não obteve

Verifica-se que as diferentes situações vividas pelos inquiridos não se distribuem de uma forma homogénea.

Sendo de realçar duas situações: «antes da conclusão da licenciatura» assume um valor bastante significativo (21,8%) e ainda a variável «ainda não obteve emprego» apresenta valores na ordem dos 12%, a maioria fê-lo nos primeiros 6 meses após a conclusão do curso (37,6%).

Estes valores cruzados com o ano de conclusão da licenciatura, revela-nos aspectos que merecem uma reflexão.83

83

Vd Anexo III, Quadro xvii - Intervalo de tempo até à obtenção de uma actividade remunerada na área de formação, segundo o ano de conclusão da licenciatura

55

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº 18 – Intervalo de tempo, segundo o ano de conclusão da licenciatura.

60,0

55,6

50,0

43,8 40,0

41,7

2000

%

2001 30,0

2002

25,0 27,8

20,0

2003

18,8

2004

33,3

19,4 10,0

23,7 16,7

16,7 16,7

26,3

21,1

12,5

28,9

25,0 11,1 8,3

5,6

5,60,0

0,0 4,20,00,0

0,02,84,25,6

0,0 Antes da conclusão da licenciatura

Até 1 mês

1-6 meses

6-12 meses

> 1 ano

Ainda não obteve

A entrada na vida activa antes da conclusão da licenciatura foi uma realidade que para os diplomados em 2000, 2003 e 2004 se verificou bastante significativa sendo os valores verificados de 23,5%, 27,8% e 23,7% respectivamente.

Em relação à categoria «ainda não obteve emprego», verifica-se que os diplomados que maioritariamente se inserem nesta situação são os recém-licenciados, ou seja, os que terminaram a sua licenciatura no último ano do hiato temporal analisado. No entanto, todos os outros anos encontram-se representados (apesar de minoritariamente).

Esta situação analisada conjuntamente com os que procuram emprego à mais de um ano (presente nos que se diplomaram nos anos de 2001 e 2002), verificamos o que se pode considerar como “desemprego de longa duração” (DLD).

Não dispomos no entanto de informação mais detalhada que nos possibilitasse equacionar algum tipo de relação entre as taxas de DLD diplomados e as taxas de desemprego global, nestes períodos.

56

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Quadro nº 7 – Intervalo de tempo até à obtenção de uma actividade remunerada, segundo o sexo do inquirido

Sexo do Inquirido

feminino masculino

Intervalo de tempo até à obtenção de uma actividade remunerada na área de formação Ainda não Entre 1 mês a Entre 6 obteve Até 1 mês 6 meses meses a 1 Mais de 1 ano emprego Antes da após a após a ano após a após a após a conclusão da conclusão da conclusão da conclusão da conclusão da conclusão da licenciatura licenciatura licenciatura licenciatura licenciatura licenciatura 20,2% 18,3% 34,6% 8,7% 4,8% 13,5% 27,6% 6,9% 48,3% 10,3% 6,9%

Se procurarmos analisar a relação do género com o intervalo de tempo até à obtenção de uma actividade remunerada, nas duas situações de particular relevância «antes da conclusão da licenciatura» e « ainda não obteve emprego», verificamos que o sexo feminino encontra-se mais penalizado, já que apresenta maior percentagem relativa, que ainda não obteve emprego, e em relação à obtenção antes da conclusão, o sexo masculino supera estas com valores na ordem dos 28%.

Em relação às outras variáveis temporais, verificamos que o tempo de espera modal é o mesmo para ambos os sexos, ou seja o da obtenção de uma actividade remunerada entre um mês a seis meses após a conclusão da licenciatura. No entanto, o tempo de espera até um ano após a conclusão do curso, revela a prevalência única do sexo feminino. c) ▪ Dificuldades sentidas na inserção no mercado de trabalho

Foi também objecto deste estudo, obter conhecimento sobre as principais dificuldades que os diplomados experimentaram durante o processo de obtenção de emprego na sua área de formação.

A transição ao mercado de trabalho encerra em si uma panóplia de situações, estas podem ter causas várias, desde as características do mercado de trabalho, como a influência da conjuntura económica, ou mesmo podendo derivar de um desajustamento da formação às exigências do mercado.

57

Total 100,0% 100,0%

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quando questionamos os inquiridos84 se sentiram dificuldades na obtenção de emprego, verificamos valores bastantes equitativos, sendo que 56,2%

85

afirmaram que

sentiram dificuldades.

Das dificuldades sentidas a que mais se destaca, está directamente ligada com as características do mercado de trabalho, sendo a «falta de postos de trabalho» (73%) a situação mais assinalada. Seguindo-se outras dificuldades também ligadas ao mercado de trabalho, como o «desconhecimento da licenciatura por parte dos potenciais empregadores» (35%), só depois se verificam as razões de ordem mais individual, como a «falta de experiência profissional» (33,8%), e com 21,6% aparece como uma razão a «concorrência de outros profissionais».

Figura nº 19 – Dificuldades sentidas na obtenção de emprego 80

73,00

70 60

%

50 40

35,10

33,80

30

21,60

20 10

6,80

8,10

Inadequação da Licenciatura às Exigências do Mercado

Dificuldade na Criação do Próprio Emprego/Empresa

10,80

0 Falta de Experiência Profissional

Falta de Postos de Trabalho

Concorrência de Profissionais

Desconhecimento da Licenciatura dos Potenciais Empregadores

Outra

Em suma, as principais dificuldades remetem para a forma como está organizado o mercado de trabalho e de como se organizam as empresas, no sentido em que revelam o desconhecimento do potencial de saberes e competências dos nutricionistas. d) ▪ Estratégias utilizadas para a obtenção do primeiro emprego

Os diplomados obtiveram o primeiro emprego através de um conjunto diversificado de meios.

84 85

Vd Anexo II, Inquérito, questão nº 16, Secção C Vd Anexo III, Quadro xvii– Dificuldades na obtenção do primeiro emprego

58

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De entre as situações apresentadas, as que se destacaram foram a «resposta a anúncios de na imprensa, portais de emprego, etc» com 17,6%, e «através de autoproposta» com 15,7 %.

No entanto outras vias como «através de contacto profissional» e «na sequência do estágio profissional» são assinaladas com 13,9% de frequência.86 As vias mais informais que remetem para as redes de sociabilidade dos inquiridos, ou seja, «através de familiares/amigos/conhecidos» apresenta valores na ordem dos 11,1%.

Seguem-se ainda «através de centro de emprego/clube de emprego, etc» também com 11,1%.

Figura nº 20 – Estratégias accionadas para a obtenção do primeiro emprego Anúncios na imprensa, portais…

17,6 15,7

Auto-proposta Centro de Emprego, GIVA…

11,1 4,6

Concurso público Contacto profissional

13,9 0,9

Criou uma empresa Familiares/amigos/conhecidos

11,1 7,4

Manteve o emprego Na sequência do estágio curricular

13,9 3,7

Outro 0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

%

e) ▪ Actividades não remuneradas na área de formação

Quando questionados sobre se exerceram alguma actividade não remunerada na área de formação87, 25,4% responderam que sim88.

Apesar de não ter sido questionado em relação ao tipo de actividade exercida, hipoteticamente, estas actividades não remuneradas referem-se a trabalhos de voluntariado exercido pelos inquiridos.

86

Aqui realça-se novamente a importância que o estágio tem como potenciador de contactos e oportunidades profissionais.

87 Vd Anexo II, Inquérito, questão nº 17, Secção C 88 Vd Anexo III, Quadro xix – Actividades não remuneradas na área de formação

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Ora este tipo de actividades, de alguma forma poderá ser considerada como uma estratégia de valorização pessoal e profissional, face ás exigências do mercado de trabalho.

Já que as actividades (sejam de que tipo for) estão relacionadas com a área de formação, estas estão a acrescentar experiência profissional ao indivíduo, tornando-se assim uma mais valia, já que um dos handicaps muitas vezes referido pelos recémdiplomados é a falta de experiência.

Cada vez mais, este tipo de actividades começa a ser valorizado, face a um mercado de trabalho cada vez mais exigente, a nível de formação e experiência dos recém-diplomados. f) ▪ Situação actual perante o trabalho Quando questionados sobre a sua situação perante o trabalho89 aquando da aplicação do inquérito, uma esmagadora maioria (80,3%), referiu que se encontrava empregado na sua área de formação, ou seja a exercer a actividade de nutricionista.

Seguem-se os inquiridos que afirmam que nunca trabalharam na sua área de formação (9,1%) e 6,1% está empregado, mas noutra área de formação.

Os restantes 4,6% afirmam estar desempregados.

Problematizando estes indicadores, verifica-se que existe uma elevada taxa de empregabilidade dos diplomados na sua área de formação90, surge aqui novamente a problemática da questão «nunca trabalhou» na área de formação anteriormente já problematizada.

89 90

Vd Anexo II, Inquérito, questão nº 18, Secção C Mais à frente as características de emprego serão problematizadas

60

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Figura nº 21 – Exerce alguma actividade remunerada aquando da aplicação do inquérito

9,1%

4,5%

6,1%

80,3%

Sim, na área de formação Sim, mas noutra área de formação Não, nunca trabalhou na área de formação Sim, já trabalhou na area de formação mas ficou desempregado

Analisando melhor, 86,4% dos diplomados encontram-se empregados, sendo que desse valor, 6,1% noutra área de formação.91. No entanto, (hipoteticamente) podemos apresentar como uma razão, um acto estratégico voluntário, vendo noutra área de formação, um emprego com melhor situação profissional, subsiste aqui a procura de melhores condições de trabalho.

Outra (hipotética) razão poderá surgir do facto de os diplomados não conseguirem obter emprego na área de formação, “desencantando-se” acabam por aceitar empregos noutras áreas.

Uma outra razão (hipotética) poderá advir daqueles que já possuíam um emprego antes da conclusão da licenciatura, que não estava directamente ligado com a área de formação, e que após a conclusão da licenciatura, ai se mantiveram, não apresentando desta forma uma mobilidade profissional sectorial.

91

Também aqui não possuímos informação suficiente que nos permita saber quais as razões que levaram estes inquiridos a encontrarem-se empregados, mas noutra área de formação.

61

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Analisando agora, a percentagem dos que ficaram desempregados (4,5%), podese considerar que se trata de uma percentagem relativamente baixa, em relação à taxa de desemprego actual e em especial à que se relaciona especificamente com os jovens.

Figura nº 22 – Intervalo de tempo em que se encontra desempregado

Entre 6 meses a 1 ano 20%

Há mais de um ano 0%

Menos de 6 meses 80%

Analisando agora o tempo em que se encontram desempregados, verificamos que 80% está há menos de seis meses nesta situação, 20% encontram-se nesta situação entre seis meses a um ano consecutivos. Esta situação poderá promover a desmotivação face ao mercado de trabalho e um forte descontentamento referente ao curso que obtiveram. É de realçar o facto de não se verificar ninguém desempregado há mais de um ano.

No entanto não poderemos problematizar a razão pela qual se encontram desempregados, ou se accionam algum tipo de diligências para saírem desta situação, já que esta questão não foi problematizada, e por isso não foi contemplada no inquérito.

4.

Trajectória profissional92

Neste próximo ponto, pretende-se analisar o processo de entrada no sistema de emprego e a estabilidade neste, e por outro, procura-se conhecer a mobilidade existente entre as organizações, as áreas de actividade e a evolução salarial, fazendo para este

92

Para as análises que se seguem, apenas foram considerados os indivíduos que afirmaram exercerem uma actividade remunerada na sua área de formação (n= 106) e ainda as características do primeiro emprego na área de formação daqueles que actualmente se encontram desempregados.

62

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efeito, uma análise comparativa entre o primeiro emprego e o emprego principal actual.93 a) ▪ Mobilidade profissional

A rotação laboral é um indicador importante do percurso profissional dos diplomados. Importa desde já, verificar o número de empregos que os inquiridos afirmaram já ter exercido após a conclusão do curso94.

“Se por um lado pode configurara percursos de mobilidade, traduzindo mudanças suscitadas pelos trabalhadores para melhorar as suas condições profissionais e procurar melhores possibilidades de carreira, em adequação aos seus projectos, por um lado, pode ser o reflexo do “desemprego itinerante”, fruto da instabilidade e incertezas que moldam o mercado de trabalho, em especial quando de jovens se trata. Se ingressam mais facilmente no mercado, os jovens constituem também o segmento mais vulnerável, aquele que mais facilmente se reenvia novamente para o desemprego, quando a estratégia de gestão da mão-de-obra passa pela dispensa de pessoal.”95 Verificamos que a maioria dos diplomados empregados teve durante a sua vida profissional, apenas um emprego 35,5%.

Seguindo-se com 26,4% os que tiveram mais de um emprego para além da actividade actual, e ainda com alguma significância os que tiveram dois empregos para além do actual (22,7%) desde que terminaram a licenciatura.

No entanto verifica-se ainda quem tenha declarado que teve quatro, seis e oito empregos para além da actividade actual.

93

Para uma boa parte dos diplomados o primeiro emprego corresponde ao emprego principal actual (como será analisado mais à frente), no entanto foi-lhes solicitados que assinalassem possíveis alterações que possam ter ocorrido.

94 É necessário ter atenção, que o período de tempo que rodeia esta análise, é demasiado curto para possibilitar conclusões mais aprofundadas.

95 AAVV, A Inserção profissional dos jovens diplomados do Algarve, Faro, 2004, p.83

63

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Quadro nº 8 – Número de actividades remuneradas desde a conclusão da licenciatura n

Número de actividades remuneradas desde a conclusão da licenciatura

%

0

39

35,5

1

29

26,4

2

25

22,7

3

9

8,2

4

6

5,5

6

1

,9

8 Total

1

,9

110

100,0

A questão de a maioria assumir que apenas exerceu uma ou duas actividades profissionais desde a conclusão da licenciatura, seria previsível devido ao pouco tempo decorrido, entre a conclusão da licenciatura e a realização desta investigação.

Assim face às situações de mobilidade profissional que, globalmente caracterizam o período precedente à formação superior, estas exteriorizam taxas de mobilidade pouco significativas. b) ▪ (A evolução d)O percurso profissional

Os níveis de empregabilidade, a estabilização no emprego, os vencimentos auferidos e a mobilidade nos empregos e entre as áreas de actividade e locais, são os aspectos que vamos analisar.

A análise destes aspectos será uma análise paralela entre as características do primeiro emprego e as do emprego principal actual.

No entanto, tendo em conta como já foi referido, o curto espaço de tempo decorrido entre o término da licenciatura e a aplicação do inquérito, surgiu como uma necessidade, verificar até que ponto o primeiro emprego corresponde ao emprego principal actual.96

96

Já anteriormente constatamos que há uma grande percentagem de inquiridos que teve apenas um emprego desde a conclusão do curso.

64

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº 9 – Correspondência entre o primeiro emprego e o emprego principal actual n

%

Sim

57

53,3

Não

50

46,7

Total

107

100,0

E assim, mais uma vez constata-se um “natural” imobilismo profissional, já que 53,3% dos inquiridos afirmaram que o seu emprego actual corresponde ao primeiro emprego obtido após a conclusão da licenciatura.97

Antes de passarmos às análises comparativas das características do primeiro emprego e do emprego principal actual, surge a questão de verificar de que forma se obteve o emprego principal actual.

Figura nº 23 – Forma de obtenção do Emprego Actual

Anúncios na imprensa, portais…

12,5

Auto-proposta

18,3

Centro de Emprego, Gabinetes de apoio…

11,5

Concurso público

8,7

Contacto profissional

14,4

Criou uma empresa

2,9

Familiares/amigos/conhecidos

12,5

Manteve o emprego

6,7

Na sequência do estágio curricular

7,7

%

Outro

4,8 0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Analisando a figura, as estratégias accionadas pelos diplomados para obterem o emprego principal aquando do preenchimento do inquérito, destaca-se a pró actividade 97

Tendo em conta esta situação é de referir que ao fazer uma análise comparativa entre o primeiro emprego e o emprego principal actual, haverá até certo ponto alguma redundância de situações, já que foi solicitado aos inquiridos que afirmaram que o primeiro emprego é o mesmo emprego actual, preenchessem os campos referentes ao primeiro emprego, como um registo das características iniciais da actividade e que nos campos referentes ao emprego principal actual, registassem as características actuais.

Esta situação foi aplicada, numa tentativa de verificar se houve alterações nas características do mesmo emprego tempo em conta a variável tempo.

65

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dos diplomados, já que a estratégia mais verificada é a «auto-proposta», seguindo-se o «contacto profissional».

Daqui realça-se a importância das redes de sociabilidades que são criadas nos locais de trabalho.

As redes informais de conhecimentos, «familiares/amigos/conhecidos» são também uma estratégia importante, aqui a par com os «anúncios na imprensa, portais de emprego».

Estas são as estratégias utilizadas pelos diplomados que mais se destacam.98

Iniciando agora a nossa análise e caracterização comparativa da situação profissional face ao primeiro emprego e ao emprego principal actual, e começando pelo local de trabalho, obtemos os seguintes dados: Figura nº 24 – Local de trabalho na primeira actividade e na actual 25

20,4 20

18,4

17,5 18,6

%

15

15,5

14,4

13,4

10,7

9,7

10

10,3

7,8

6,8 7,2

7,2

5

6,2

3,9

2,9

1,9 3,1

4,1

0

Hospital

Centro de Saúde

IPSS

Universidade Unidade de investigação

Primeiro Emprego

Clínica Privada

Empresa de Restauração

Indústria Alimentar

Autarquia

Outro

Emprego Actual

Em ambas as situações profissionais temporais existe a prevalência das clínicas privadas como local onde se encontraram e encontram empregados os nossos inquiridos, apesar de se verificar mais significativa no emprego principal actual.

98

A análise destes itens não dispensa uma comparação com as estratégias utilizadas para a obtenção do primeiro emprego, Vd Anexo III, Figura xi - Forma de obtenção do primeiro emprego e do emprego actual

66

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Assim, o local que se segue, que viu a sua representatividade aumentar no emprego actual é o «Hospital», seguindo-se a «Universidade».

Em sentido inverso, ou seja a perder representatividade no emprego actual, encontramos os «Centro(s) de Saúde» as «IPSS» 99, e com menos significância, a «Autarquia», a «Industria Alimentar» e as «Empresas de Restauração».

Verifica-se, ainda com bastante significância em ambas as situações temporais analisadas, a categoria «outros locais».

Esta questão por se verificar com bastante relevância, tendo em conta o vasto leque de opções apresentadas, fez suscitar a necessidade de problematizar esta questão.

Assim, registou-se os «outros locais» de trabalho mencionados pelos inquiridos100, por forma a verificar quais os locais de trabalho mencionados para além dos considerados mais habituais. Após analisar ambas as situações verifica-se que existem dois locais que foram mencionados com alguma frequência em ambas as situações laborais e são eles a «Indústria Farmacêutica» e a «Empresa/Escola de Formação».101 No entanto, em relação aos outros locais no primeiro emprego, foram mencionados mais instituições onde exerceram a sua actividade, no entanto adquirem pouca representatividade, já que foram mencionados por apenas um inquirido.102 Em relação aos outros locais, relativamente ao emprego actual, verifica-se uma maior variedade de novas opções mencionadas103, sendo as mais relevantes, para além das já mencionadas, os «Centro(s) de Estética» e a «Região/Sub-Região de Saúde» 104 A análise desta variável, que no inicio da construção do inquérito julgávamos não se mostrar muito representativa, veio a demonstrar uma importante questão, a da recomposição dos “habituais” locais de trabalho dos nutricionistas, verificando-se como uma situação positiva este alargamento, aumentando assim os leques de escolha.

Analisando agora, comparativamente a área de actuação, verificamos que a «Nutrição Clínica», a «Nutrição Comunitária» e a «Investigação», foram as áreas que

99

Instituição Particular de Solidariedade Social Vd Anexo III, Quadro xxi – descrição dos outros locais de trabalho na primeira actividade profissional, e Quadro xxii – descrição dos outros locais de trabalho na actividade principal actual.

101 Vd Anexo III,- Figura xii - outros locais de trabalho na primeira actividade profissional e Figura xiii -.

102 Vd Anexo III, Quadro xxi e quadro xxii, op cit 103 Vd Anexo III, Quadro xxii - outros locais de trabalho na actividade principal actual.

104 Vd Anexo III, Figura xiii - outros locais de trabalho na actividade principal actual.

100

67

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viram a sua representatividade crescer. Em sentido inverso encontramos a «Restauração Colectiva» e a «Formação».

Figura nº 25 – Área de actuação na primeira actividade e na actual 45

38,1

40 35 30

34,3

28,9 32,4

%

25 20 15

8,2

10 5

8,2 9,8

5,2 6,9

5,9

1,0 2,9

4,1

3,1 1,0 1,0

2,1 2,0

2,9

2,0

0 Nutrição Clínica

Nutrição Ensino Superior Comunitária/SP

Investigação

Restauração Colectiva

1º Emprego

Segurança Alimentar

Formação

Consultadoria

Outra

Várias combinações

Emprego Actual

No entanto esta análise refere-se aos inquiridos que assumiram só exercer a sua actividade em apenas uma área de actuação.

Em relação aos que exercem a sua actividade profissional ligada a mais que um área de actuação105, foi possível no aos diplomados descrever a quantidade de áreas sobre as quais exercem a sua actividade profissional, esta situação reflecte-se na categoria «Várias Combinações». No entanto como não foi estipulado um limite de áreas a enunciar, obtivemos desta forma resultados bastante extensivos, que de vão desde a combinação de duas áreas de actuação, a combinações de seis áreas de actuação.

Analisando agora essa variável, o que realça desde logo, é que a concomitância de varias áreas de actuação diminui em relação ao emprego actual, apesar do número do tipo de combinações ser maior no emprego actual.106 Assim, verificamos que em ambas as situações profissionais temporais a combinação da área «Nutrição Clínica» com a «Nutrição Comunitária», é a que mais se verifica, seguindo-se a combinação «Nutrição Clínica» mais «Nutrição Comunitária» mais «Formação» e em terceiro a combinação «Nutrição Clínica» mais «Restauração Colectiva».

105

Representada no gráfico através da variável «varias combinações» Para o primeiro emprego obtivemos 17 tipos de combinações, para o emprego actual obtivemos 19 tipos de combinações.

106

68

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De um modo geral as áreas nutrição comunitária, nutrição clínica e formação são as que mais presentes se encontram na maioria das combinações.

Numa análise mais específica, para o primeiro emprego, surge ainda com alguma significância a combinação «Restauração Colectiva» mais «Segurança Alimentar», e para o emprego actual as combinações «Consultoria» mais «Nutrição Clínica», «Formação» mais «Consultoria» mais «Nutrição Comunitária» e ainda «Nutrição Clínica» mais «Formação», foram as que se verificaram também com alguma prevalência.107

Em relação á situação na profissão, são de destacar duas situações: o aumento da estabilidade contratual que se afere através da categoria «trabalhador por conta de outrem» e a diminuição da condição (precária) e «estagiário».

Figura nº 26 – Situação na profissão no primeiro emprego e no emprego actual

60

48,0

50 35,3

40 % 30

34,0

37,1

20 10

2,1 2,9

1,0 1,0

Trabalhador por conta própria (empregador)

Trabalhador por conta própria (sem empregados)

1º Emprego

Emprego Actual

18,6 4,9

7,8 7,2

0 Trabalhador Independente

Trabalhador por conta de outrem

Estagiário

Bolseiro

No entanto, existe ainda grande significância em ambos os hiatos temporais, da situação de «trabalhadores independentes», que remete para a precariedade e instabilidade de um trabalho sem benefícios sociais, que são os recibos verdes.

Para melhor contextualização desta situação, Vd Anexo III, Quadro xxiii – Combinações das áreas de actuação na primeira actividade profissional e Quadro s áreas de actuação na actividade principal 107

69

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Figura nº 27 – Estabilidade Contratual

45

41,0

40 35

37,5

30 %

24,0

25 19,0

20 18,8

15

18,8 14,6

10

8,0 6,0

5

1,0 1,0

7,3

2,1 1,0

0 Recibos Verdes

Contrato a termo certo

Contrato a Contrato sem Estágio termo incerto termo profissional ("efectivo")

bolsa de Ajuste Verbal investigação

1º Emprego Emprego Actual

Analisando a figura, reforça-se a questão, já levantada anteriormente, sobre a precariedade e instabilidade laboral, reflectida na elevada percentagem que os «Recibos Verdes» representam, e mais vincadamente no emprego actual.

No entanto e em situação inversa, afere-se o aumento do «contrato sem termo (efectivo)». Esta categoria representa uma estabilidade sólida face a um mercado de trabalho instável.

70

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Figura nº 28 – Carga horária Semanal 60 53,0 54,7

50

%

40

30

20

15,0

18,9

11,0

10,0

11,0

10 5,3

14,7

6,3

0 Menos de 10 horas

De 10 a 20 horas De 20 a 30 horas De 30 a 40 horas Mais de 40 horas

1º Emprego

Emprego Actual

Em relação à carga horária semanal, denote-se que a categoria que mais se destaca, representa a carga horária considerada a mais usual ( «de 30 a 40 horas») com uma ligeira diminuição da jornada de trabalho, em relação ao emprego actual.

No entanto é de se verificar o facto de 18,9% dos inquiridos assumirem na sua primeira actividade trabalhar menos de 10 horas. Esta situação pode remeter para as novas formas de trabalho (por exemplo o part-time) de um sistema de emprego reconfigurado.

71

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Figura nº 29 - Remuneração ilíquida mensal 30

28,4 26,5 23,5

25 21,1 20

%

16,8 14,3

15 10

9,2

10,5

13,3 11,6

10,5

7,1

5

3,1 1,11,0

1,0 0,0

1,0 0,0

0,0

0 Até 250 De 251 De 501 De 701 De 1001 De 1251 De 1501 De 1751 De 2001 Mais de euros a 500 a 750 a 1000 a 1250 a 1500 a 1750 a 2000 a 2500 3000 euros euros euros euros euros euros euros euros euros 1º Emprego

Emprego Actual

Em relação à remuneração ilíquida mensal afere-se que o intervalo modal de remuneração em relação à primeira actividade é entre 501 a 750 euros, mas em relação ao emprego principal esse valor modal aumenta para o intervalo de 701 a 1000 euros, denotando um aumento positivo face ao primeiro emprego.

De um modo geral, os intervalos abaixo do escalão de remuneração de 501 a 750 euros é maioritariamente absorvido pelas primeiras actividades dos diplomados, enquanto que nos escalões de remuneração acima de 701 euros encontram-se as actividades actuais, sendo ainda de realçar que nos escalões mais altos, acima de 17501 euros é uma realidade apenas na actividade actual.

Isto demonstra uma clara melhoria na remuneração obtida, que se reflecte nos valores mais elevados auferidos no emprego actual.

5.

Satisfação profissional face ao enquadramento profissional

A avaliação que os inquiridos fazem da sua situação profissional, é um aspecto importante para esta investigação.

72

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Assim, os inquiridos foram convidados a posicionarem-se segundo uma escala valorativa108, face a vários parâmetros directamente relacionados com o enquadramento profissional.

Os dados obtidos distribuíram-se da seguinte forma: Figura nº 30 – Grau de satisfação profissional Novos Projectos Tempos Livres

9,5

22,9

10,7

19,4

Localização 3,8 Incentivo à Formação

43,8 50,5

17,1

32,0

45,1

Interesse da Actividade 2,9 9,7

40,0

51,4

39,0

51,4 57,3

Autonomia 3,8 10,5

54,3

20,6

31,4

33,3

20,8 20%

Insatisfeito/a

11,8

50,5 25,5

20,8 0%

31,4

36,3

22,6

Estabilidade

36,2

30,1

9,5

10,8 26,2

49,5

Relações/Ambiente de Trabalho 2,9 6,7

Situação Contratual

18,6

60,2

Responsabilidade 1,9 6,7

Remuneração

17,5

25,5

2,9 11,4

Oportunidades de Promoção

40,0

31,1

Aplicação de conhecimentos 2,9 10,7 Correspondência actividades/qualificações

19,4

39,0

19,4

Benefícios Sociais

23,8

6,7

35,8

16,0

34,9 40%

Pouco Satisfeito/a

60%

Satisfeito/a

23,6 80%

100%

Muito Satisfeito/a

A figura materializa o grau de satisfação dos diplomados face ao enquadramento profissional actual.

De entre os vários itens, os que se destacam por uma avaliação positiva, ou seja com um qualitativo de muito satisfeito, referem-se em primeiro lugar ao «interesse da actividade» em si, seguindo-se em idêntica posição o grau de «responsabilidade» que os diplomados adquirem na sua actividade profissional, e as «relações/ambiente de trabalho».

A «aplicação de conhecimentos», a «autonomia» no emprego, a «remuneração» e os «tempos-livres», são itens que mereceram uma avaliação satisfatória, e que podem ser considerados indicadores da qualidade do emprego.109

108

Escala: Insatisfeito/a; Pouco Satisfeito/a; Satisfeito/a; Muito Satisfeito/a Em anexo encontra-se uma análise agregada dos itens por grau de satisfação positivo, vd. Anexo III, Figura xiv – Satisfação positiva face ao enquadramento profissional.

109

73

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Já no que se refere às «oportunidades de promoção» e aos «incentivos à formação», os diplomados pronunciaram-se pouco satisfeitos. Estes, juntamente com os «benefícios sociais», a «situação contratual» e «estabilidade» no emprego, verificam maior insatisfação.

Em termos gerais, face ás opções de resposta, é a satisfação (global) 110 que mais se destaca, excepto os «benefícios sociais» e as «oportunidades de promoção», onde se verifica a situação inversa.

6.

Actividades secundárias

Quando os diplomados foram questionados se paralelamente à actividade profissional principal, tinham mais actividades profissionais remuneradas secundárias, 40% referiu que apenas possui uma actividade profissional, enquanto que 27,6% exerce uma actividade profissional secundária remunerada e com 22,9% os que afirmam ter duas actividades secundárias. No entanto ainda surgiu quem apontasse exercer 3, 4 e 6 actividades profissionais secundárias, para além da actividade profissional principal.

Quadro nº 10 – Número de actividades profissionais secundárias n

Número de actividades profissionais secundárias

0 1 2 3 4 6 Total

% 42 29 24 4 5 1 105

40,0 27,6 22,9 3,8 4,8 1,0 100,0

Assim, tornou-se relevante para esta investigação fazer a caracterização das duas principais actividades profissionais secundárias, visto estas estarem ligadas com a área de formação.

Para esse efeito, efectuou-se uma análise comparativa entre as duas actividades profissionais secundárias, relativamente aos seguintes parâmetros: local e área de

110

Vd. Anexo III, Figura xiv – Satisfação positiva face ao enquadramento profissional.

74

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trabalho; situação na profissão e situação contratual, e ainda a carga horária semanal e a remuneração ilíquida mensal.

Assim, e relativamente ao local de trabalho, verificámos que em ambas as actividades é a «clínica privada» que prevalece, apesar de ser mais preponderante como primeira actividade secundária.

Figura nº 31 – Locais de trabalho predominante nas actividades profissionais secundárias 56,7

60 50

%

47,1

40 30

32,4 13,6

15,3

20 10

1,7 0,0

6,8 2,9

5,9

3,4 8,8

1,7 2,9

0 Centro de Saúde

IPSS

Universidade Unidade de investigação

1ª Actividade Secundária

Clínica Privada

Infantário

Outro

2ª Actividade Secundária

A categoria «outros» volta a apresentar-se com uma relevância que não dispensa a sua análise. E assim, nos «outros» (em ambas as actividades secundárias) encontramos a escola/empresa de formação, os ginásios e a escola, como locais predominantes para realizarem as suas actividades profissionais secundárias.

Relativamente à área de actuação, prevalece, como seria de esperar a «nutrição clínica».

75

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Figura nº 32 – Áreas de actuação predominantes nas actividades profissionais

56,9 55,9 20,7

1ª Actividade Secundária

3,4 0,0

1,7 0,0

17,6

O ut Vá ra ria sc om bin aç õe s

C on su lta do ria

0,0 2,9

10,3 14,7

Fo rm aç ão

Su pe rio r

5,9

Inv es tig aç ão

6,9

0,0 2,9

En sin o

60 50 40 30 20 10 0

N utr içã oC En lín sin ica oB ás ico /S ec un d.. .

%

secundárias

2ª Actividade Secundária

A «formação» é também uma das áreas de preferência para se desenvolver actividades secundárias paralelas à actividade principal.

As «várias combinações», mesmo em actividades consideradas secundárias, voltam a ter relevância.

Em relação à estabilidade contratual nas actividades secundárias, como seria de esperar, tratam-se de actividades onde prevalece um vínculo contratual muito precário aliado à instabilidade profissional das actividades.

Figura nº 33 – Situação contratual nas actividades profissionais secundárias 120 100 80 % 60 40 20 0

89,7 97,1 1,7 0,0 Recibos Verdes

Contrato a termo certo

1,7 0,0

0,0 2,9

6,9 0,0

Contrato sem bolsa de Ajuste Verbal termo investigação ("efectivo")

1ª Actividade Secundária

2ª Actividade Secundária

Assim, os «recibos verdes» mostram-se preponderantes, quando se trata de caracterizar o tipo de vínculo contratual.

76

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Correlacionado, a situação face ao trabalho mais relevante é a do «trabalhador independente».

%

Figura nº 34 – Situação face ao trabalho nas actividades profissionais secundárias 100 80 60 40 20 0

77,6 73,5 12,1 Trabalhador Independente

3,4 2,9

11,8

Trabalhador por conta de outrem

6,9 8,8

0,0 2,9

Trabalhador Trbalhador por por conta conta própria própria (sem (empregador) empregados)

1ª Actividade Secundária

Bolseiro

2ª Actividade Secundária

Tendo em conta serem actividades profissionais secundárias, ou seja a par com a actividade profissional principal, será de esperar que não ocupem muito da jornada de trabalho dos diplomados, e assim, se verifica que estas actividades ocupam «menos de 10 horas» da carga horária semanal.

Figura nº 35 – Carga horária semanal nas actividades profissionais secundárias

100

%

80

82,5 87,9

60 40 20

12,3 12,1

1,8 0,0

3,5 0,0

14,7 0,0

0 Menos de De 10 a 20 De 20 a 30 De 30 a 40 Mais de 40 10 horas horas horas horas horas 1ª Actividade Secundária

2ª Actividade Secundária

No entanto é de realçar o facto significativo, que se realça de 14,7% dos inquiridos afirmar que aquela que consideram ser a sua primeira actividade profissional, lhes ocupe «mais de 40 horas» por semana.

77

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%

Figura nº 36 – Remuneração ilíquida nas actividades profissionais secundárias 80 70 60 50 40 30 20 10 0

61,4 69,7 26,3 12,2 Até 250 De 251 euros a 500 euros

1,83,0 De 501 a 750 euros

3,56,1

1,83,0

1,80,0

1,80,0

1,80,0

De 701 De 1001 De 1251 De 1501 De 1751 a 1000 a 1250 a 1500 a 1750 a 2000 euros euros euros euros euros

1ª Actividade Secundária

2ª Actividade Secundária

Relativamente à remuneração auferida, o escalão modal é «até 250 euros».

No entanto é de realçar o facto de haver diplomados que afirmam auferirem valores superiores a 500 euros, principalmente referente á primeira actividade profissional secundária. Esta situação trata-se definitivamente de excepção à regra.

78

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7. Percepção face ao mercado de trabalho em Nutrição

Tentando problematizar a crescente visibilidade social que a área da Nutrição e Alimentação tem adquirido nos últimos tempos, procuramos questionar os diplomados 111 relativamente a possíveis factores que contribuem para o crescente mediatismo e visibilidade desta área profissional.

Assim, 96,5% dos diplomados concordam com a afirmação de que a “Nutrição é uma área que tem vindo a conhecer uma crescente visibilidade social na sociedade portuguesa”.

Quadro nº 11 – A Nutrição tem adquirido uma crescente visibilidade social n Sim Não Total

% 110 4 114

96,5 3,5 100,0

Quando lhes foi pedido para apontarem, quais os factores que mais contribuem para esta crescente visibilidade, 59,9% afirmou que se deve ao aumento de doenças relacionadas com a alimentação.

Com 20,9% surge como factor o «aumento de imposições legais ligadas à segurança alimentar».

Outros factores, foram apontados por 20,2%.

111

Vd Anexo II, Inquérito, questão nº 26, Secção C

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O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº 37 – Factores apontados para a crescente visibilidade social da Nutrição Aumento de doenças relacionadas com a alimentação

59,9

Aumento de imposições legais ligadas à segurança alimentar

20,9

Outra

20,2 0

10

20

30

40

50

60

70

%

80

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III.

Parte

Capítulo 4 1. Introdução Este trabalho privilegiou o método extensivo de recolha de informação, no entanto, devido às características de tal técnica, optou-se por aprofundar mais a questão através da realização de entrevistas mais aprofundadas, por forma a reunir informação de carácter mais qualitativo, aprofundando algumas questões do questionário, mas também permite ilustrar de uma outra forma a análise dos percursos de inserção no mercado de trabalho, por parte dos diplomados.

As entrevistas servem fundamentalmente para ilustrar os percursos de inserção profissional dos diplomados, estes serão exemplos particularmente úteis para os alunos da licenciatura.

Como já foi anteriormente referido, foi colocado no final do questionário, uma questão para que os inquiridos interessados se demonstrassem disponíveis para serem posteriormente contactados e entrevistados, por forma a darem a conhecer as suas trajectórias estudantis e profissionais.

Assim, e de um total de 135 inquiridos, mostraram-se disponíveis para uma entrevista 70 diplomados.

Pretendeu-se pois encontrar de entre os casos disponíveis, os que se destacassem pela sua relevância para o estudo.

Foram seleccionados 4 licenciados com o objectivo de ilustrar as diferentes situações face à transição ao mercado de trabalho, em função do intervalo de tempo até à obtenção da primeira actividade remunerada.

A amostra e selecção dos entrevistados é pois assim intencional, já que se teve em conta a relevância da diversidade de situações tipo, que se tornam por si só significativas.

Assim, a amostra dos 4 entrevistados contemplou: um licenciado que ainda não obteve emprego após a conclusão da licenciatura; dois licenciados que representam a situação mais usual de transição/inserção (ou seja que demoraram de 1 mês a 6 meses até obterem o primeiro emprego) e um diplomado que representa um caso exemplar de inserção profissional (antes da conclusão da licenciatura).

Após estipulada a situação-tipo a abordar/caracterizar, procurou-se de entre os inquiridos disponíveis, os que melhor representassem as situações-tipo.

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Foram contactados inicialmente cinco diplomados. No entanto um dos diplomados contactados, devido a questões de agenda, tempo e deslocação não se encontrava disponível, apesar de demonstrar interesse em colaborar.

Assim, foi contactado um outro inquirido que representasse a situação-tipo em falta, a de um diplomado empregado antes da conclusão da licenciatura.

Após seleccionados os entrevistados e de se ter procedido ao respectivo contacto, e de forma a melhor administrar as entrevistas, foi criado um guião112 semidirectivo para conduzir a entrevista.

Optou-se pela entrevista semi-directiva, recusando de certa forma uma rigidez do guião, de forma a dar oportunidade aos entrevistados para estruturarem os seus pensamentos em torno das temáticas do nosso interesse.

A aplicação das entrevistas decorreu durante os meses de Junho e Julho de 2005, e forma administradas no GIVA, na FCNAUP. As entrevistas tiveram como complemento um guião de observação directa, que consiste num registo escrito da descrição e foram como os entrevistados se apresentam e se revelam ao longo da entrevista. Durante a aplicação da entrevista procedeu-se ainda à sua gravação, para que fosse possível a sua transcrição e posterior análise.

Após a administração das entrevistas, o primeiro passo do tratamento da informação consistiu na transcrição integral em suporte Word. Esta etapa, que se verificou bastante morosa, implicou a sucessivas reescutas do material gravado por forma a que fosse assegurada a fiel correspondência entre os discursos dos entrevistados e a sua reprodução escrita. As pausas, interjeições, repetições, interferências exteriores, etc, bem como as questões e intervenções dos entrevistadores foram transcritas.

Após a criação deste instrumento de trabalho, as transcrições foram sujeitas a re-leituras por forma a tornar o texto discursivo mais coerente, através da redução das repetições, interjeições ou a eliminação das palavras sem sentido. Após este tratamento procedeu-se à análise de conteúdo. Esta análise passou pela análise dos discursos proferidos pelos diplomados. A análise do discurso foi efectuada atendendo a um conjunto de categorias e subcategorias que entendemos por bem definir para a atribuição de sentido ao tipo de vivências apreendidas pelos entrevistados113.

112 113

Vd. Anexo II – anexo metodológico, Guiões das Entrevistas Vd. Anexo II – anexo metodológico, Grelha de análise de conteúdo das entrevistas

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No que respeita ás narrativas que serão posteriormente apresentadas, optou-se por privilegiar a ordem cronológica dos acontecimentos particulares da experiência ligados à problemática teórica.

No que concerne à exposição das histórias, optou-se por apresenta-las individualmente, procurando-se desta forma salvaguardar a diversidade de experiências de cada situação-tipo.

No entanto toda esta apresentação requer como já foi referido um tratamento do discurso e uma re-produção de toda a narrativa, desta forma é impossível negar o papel que o investigador tem na re-produção das entrevistas, no entanto tentou-se minimizar ao máximo a sua influência na produção das narrativas dos diplomados.

Cada uma das histórias de vida que se seguem privilegiam o anonimato do entrevistado, por forma a salvaguardar a sua privacidade.

2. Histórias de Vida 114 A “Carolina”115 – À procura do primeiro emprego.

Carolina é uma jovem de 24 anos residente na região norte de Portugal.

Teve conhecimento da licenciatura em Nutrição durante o secundário através de uma amiga que estava a ser acompanhada por um nutricionista.

Depois de concluída a licenciatura e de se ver perante o mercado de trabalho, começou a desenvolver algumas estratégias mais direccionadas para áreas específicas como a nutrição clínica e a saúde pública.

“Vou concorrendo a algumas coisas, aquilo que me interessa de certa forma e também já fui a algumas entrevistas, não muitas (...).”

“Depois faço buscas também, nalguns portais de emprego (...) eu inicialmente ia quase todos os dias à Internet…pesquisava nos portais de emprego, via alguma coisa…inicialmente, p’rai durante um mês ou mais…agora só uma vez por semana ou assim é que vou aos portais de emprego…também vejo os jornais, mas só ao fim de semana.”

Carolina, aquando da realização da entrevista (Junho de 2005) encontrava-se à procura do primeiro emprego desde Setembro de 2004, data em que concluiu a 114 115

Não se irá apresentar a transcrição integral das entrevistas feitas, porque elas raramente falam por si.

Nome fictício

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licenciatura. Como muitos outros jovens, quando terminam a licenciatura, Carolina deitou mãos à obra e procurou formas de colmatar algumas das dificuldades que disse sentir. “o meu handicap é a falta de experiência (...) e claro depois competir com alguém com mais um ano ou mais dois anos que eu (...) fico a perder…”

Desta forma, vai procurando meios para colmatar a sua falta de experiência. “É assim, vamos sempre procurando alguma coisa (...) estou a tentar trabalhar como voluntária no hospital (…) já tentei uma vez mas na altura não foi possível porque havia muita gente no serviço para onde gostava de ir…e não foi possível…então agora vou tentar ir para lá como voluntária…para ganhar experiência [mas também] para me sentir ocupada, (...) porque é muito difícil…”

Denota-se daqui alguma pró-actividade nos esforços para obter emprego. “já fui a alguns ginásios lá nas redondezas…também fui à junta lá de onde eu moro…foi o mais próximo de uma auto-candidatura digamos! Não fiz mais nada. Não é um esquema montado assim…muito rigoroso…vai sendo conforme…”

Chegou também a enviar uma auto-proposta de estágio profissional para uma sub-região se saúde, e obteve resposta positiva por parte da Sub-região, aguarda apenas a resposta do Instituto de Emprego e Formação Profissional. “já tenho tudo tratado…na sub-região de saúde, agora ‘tou á espera dos papeis que ainda estão no centro de emprego…”

Estas são algumas estratégias accionadas por forma a ingressar no mercado de trabalho.

Tendo em conta a sua situação perante o trabalho muitas das vezes torna-se complicado lidar com certos constrangimentos daí decorridos.

“Com algum tempo livre lida-se bem, com muito tempo livre é muito complicado…”

Desta forma optou por frequentar um curso financiado de formação profissional de curta duração sobre desenvolvimento pessoal e profissional, como uma estratégia para preencher esse tempo “em branco”, “ de certa forma ocupa-me…”“Aquilo foi um mês (...) era para desempregado (...) no entanto era um grupo bastante heterogéneo... (…) foi bom também pela troca de experiência e saber o que já fizeram… e o que fizeram para arranjar emprego (...) agora estou a fazer outro curso de formação(…)formadores...” “(...)agora a outra que eu fiz…não é muito valorizada…(…) ainda ‘pra mais não a fiz até ao fim, porque tinha outras coisas programadas para aquela altura (...)mas as vantagens, ou melhor o proveito que tirei daquilo foi, primeiro estar ocupada, todos os dias tinha alguma coisa para fazer do que estar parada, tinha que ir para lá…e depois também em termos humanos…em termos

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pessoais….a relação com as pessoas e algumas coisas que lá fomos aprendendo que são importantes e nos ajudam de alguma forma…”

Carolina tem preferência pelas áreas da nutrição clínica e saúde pública, no entanto, e tal como frisou “está complicadíssimo, já há muita gente e pessoas com mais experiência, com mais anos que eu e que também estão numa situação muito precária e é bastante difícil (…) acho que há poucos postos de trabalho para o número de nutricionistas que existe…somos mais que a oferta …e isso é uma dificuldade (...) depois a pouca experiência, no meu caso….mais dificuldades”.

Apesar de sentir e ter consciência das suas dificuldades e de percepcionar o mercado de trabalho em nutrição como em parte lotado e de acesso limitado na área que pretende, Carolina percepciona o seu emprego ideal na área da nutrição.

“Seria aquele onde me pudesse realizar (…) pessoal e profissionalmente.

Profissionalmente seria…aquele emprego que não fosse uma rotina…em linhas gerais (...) trabalhar num centro de saúde, (…) e…que não fosse um trabalho rotineiro. (...) estar sentada num consultório a fazer consultas…para além disso teria que ter um trabalho que…que me trouxesse alguns desafios…que me obrigasse a…estudar mais e mais…e a estar actualizada com tudo o que vai acontecendo”.

O

valor

do

trabalho,

para

este

diplomado,

encontra-se

fortemente

instrumentalizado numa ordem de valores que vão de encontro essencialmente à realização pessoal. “eu agora não me importava de ganhar um bocadinho menos…o que importa agora é trabalhar…e…se pudesse também fazer pesquisa…ter desafios para enfrentar e dar a volta…”

Assim e concluindo o percurso da Carolina, trata-se de uma jovem diplomada que enfrenta as adversidades habituais para maioria dos jovens que terminam a sua licenciatura e se encontram face a um mercado de trabalho exigente e competitivo. No entanto, não se deixando desanimar, continua a procurar formas de se valorizar pessoal e profissionalmente, como uma estratégia para melhor se posicionar no mercado de trabalho.

“Maria”116 – Estudante de doutoramento Maria tem 24 anos, licenciou-se em 2003, actualmente trabalha como bolseira, numa unidade de investigação, onde está a desenvolver o seu doutoramento em Saúde Pública. A nutrição não era a sua primeira hipótese, apesar de no secundário uma

116

Nome fictício

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professora referir que seria uma área apostar e de isso a ter entusiasmado, tinha pouco conhecimento sobre a licenciatura em Ciências da Nutrição. “nunca ‘tive contacto com a Faculdade (...) .nem como funcionaria…nem exactamente o que poderíamos fazer…nem nada disso.”

Candidatou-se ao ensino superior para medicina, no entanto acabou por se licenciar em Ciências da Nutrição.

Face à formação recebida durante a licenciatura, Maria mostra-se bastante critica, enunciando algumas lacunas que, no seu entender deveriam ser colmatadas.

“Falta actualização das coisas…nós aprendemos conhecimentos estáticos…muito estabelecidas e não nos é dada as perspectivas do que está a ser discutido no momento. Ás vezes tem graça aprender isso, são coisas que não se sabe...que amanha podem ser mentiras, que estão sempre em mutação…mas que é fundamental .(...) acho que devia haver uma reformulação”.

Em relação ao estágio curricular (parte integrante da estrutura curricular da formação em nutrição), Maria faz um balanço positivo.

“Acho que quando vamos fazer um estágio temos sempre duas perspectivas…ou vamos para um sitio onde temos a hipótese de ficar mas não é a nossa primeira escolha…ou optamos por um sitio que (...) gostamos mas que sabemos á partida que (...) é muito pouco provável [lá ficar]. Mas eu fiz essa escolha, lá está…porque não conhecia nenhum sitio que me agradasse e que pudesse ir…e gostaria que me ensinassem coisas (…) é claro que estabeleci contactos, cheguei a dar formação, cheguei a trabalhar numa instituição [para] deficientes também através de conhecimentos que estabeleci lá dentro, depois de acabar a licenciatura ainda estive a fazer um trabalho de investigação lá no serviço hospitalar, vão criando contactos e fui tendo experiência (...) que foram enriquecedoras em termos pessoais.”

Realça no entanto as dificuldades que enfrentou.

“Muitas [vezes] eu não sabia onde ir (…) é assim uma pessoa está habituada a ser boa aluna, ganha uma certa segurança e acha que consegue…mas logo na primeira conversa falame de montes coisas que nunca tinha ouvido falar…e eu perguntava-me o que é que tinha aprendido e fica-se um bocado em pânico.”

Após o término da licenciatura, a área de actuação que privilegiou foi a Nutrição Clínica, apesar de ter adquirido gosto pela formação.

“A clínica era preferencial…depois a formação acho que foi uma área que comecei a achar giro depois de ter terminado o curso…”

Fez uso dos contactos estabelecidos durante o estágio, e manteve-se na unidade hospitalar onde estagiou, a acompanhar uma investigação.

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“Terminei em Novembro…depois estive até Março [na unidade hospitalar] numa investigação [que incluía a medição do gasto energético do doente] e portanto eu ia lá para fazer isso exclusivamente. Entretanto comecei a trabalhar com os deficientes (…) também através de conhecimentos que estabeleci lá dentro, depois de acabar a licenciatura ainda estive a fazer um trabalho de investigação lá no serviço hospitalar [e ainda] fiz umas formações acho que em Março, Maio e Setembro.”

Estas experiências, serviram para a enriquecer, no entanto, não as considerava um emprego, já que eram actividades esporádicas e começou a sentir a necessidade de procurar um “emprego”. “ (…) sentia que aquilo não era uma actividade, depois há aquele período em que uma pessoa quer fazer alguma coisa…e…pega na lista telefónica e começa a mandar currículos para todo o lado…ao disparate mesmo, porque é o desespero de querer fazer alguma coisa.

Mas este período foi realmente curto…foi de 4 ou 5 meses.”

Dado que estas estratégias não se mostraram muito eficazes, mudou de método. “e então achei que era melhor começar ir aos locais (…)” “(…)agora de vez em quando aparecem vagas para nutricionistas, mas naquela fase não abria nada, era final de ano, as pessoas começam a fechar contas e não abrem lugares. E foi muito difícil.”

Estas foram as principais dificuldades com que Maria se deparou, e tal como refere, nem sempre as pessoas estão preparadas.

“No inicio…bem não somos todos iguais…mas parece que se anda quase a mendigar, nem é a questão de subjugação, mas é mais aquela coisa de se ouvir um não na cara: ‘Oh não, não estamos interessados’, é aquela coisa, que uma pessoa não está preparada para isso.”

Foi através da rede de conhecimentos que acabou por concorrer à bolsa de investigação.

“Tinha uma colega lá a estagiar também com um colega de curso, (…) na altura estavam à procura de candidatos que tivesses condições para concorrer a bolsas, porque lá está…precisam de pessoas a trabalhar mas só assim é que conseguem trabalhar…” Apesar de

não ser novamente a sua primeira opção enveredar pela investigação, aceitou o desafio e iniciou o doutoramento com uma bolsa de investigação. “É assim, estou muito satisfeita com a minha situação actual, mas há fases. Tal como (…) a nutrição não foi uma primeira opção, a investigação também não era se calhar… considerava que a investigação seria talvez para mais tarde. Ou seja a pessoa ter um suporte diferente para começar na área da investigação.”

Apesar de estar contente com a sua situação, identifica no entanto dificuldades que advêm, em muito do facto de ter terminado a licenciatura e ter “saltado” para um 87

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doutoramento “(…) as dificuldades são muitas exactamente por essa minha falta de experiência. Eu tenho sorte, reconheço, mas sinto obstáculos, por não ter feito mestrado (…) em que uma pessoa ganha uma estrutura cientifica e metodológica, e agora tenho que aprender tudo sozinha (…). Dá-me mais trabalho (…) os obstáculos que nos aparecem são muito mais difíceis de superar, o tempo conta para mim como conta para outro doutorado qualquer que esteja mais adaptado e…e o esforço é muito superior”.“Parece que estou a falar de ‘barriga cheia’ mas eu reconheço que é bom para mim…”.

Quando questionada sobre projectos para o futuro, Maria refere que o “projecto em que estou inserida, é um projecto em que consigo trabalhar a minha vida inteira se necessário, só se me chatear é que…”, retrospectando relembra que a nutrição clínica era a

sua primeira escolha, no entanto, esta começa a desiludi-la, apontando algumas limitações. “não é bem a desiludir, ou seja, se calhar aquela motivação que eu tinha, agora já não tenho.(…) porque é uma área muito mais estática do que pensava, e começo a achar que não ia conseguir fazer…Se eu agora me queixo de nunca conseguir planear sequer um dia porque sai tudo furado. Não me consigo ver a fazer a mesma coisa todos os dias, tantas consultas de manhã, outras tantas á tarde e ser assim. E isso assusta-me, e mesmo que me dissessem que a nutrição clínica está excelente e há muitas condições e isso…se me dessem a oportunidade de mudar, ponderava muito bem isso, além da instabilidade (…)”

Se enveredasse por outra área de actuação, seria a formação, a sua área de eleição, “acho que ainda é das áreas onde somos mais reconhecidos de alguma forma…e…é a área que me deixa mais contente.”

“João” – A trabalhar na área da restauração colectiva Tem 25 anos, terminou a sua licenciatura em 2003 e actualmente exerce a sua profissão ligada a diversas áreas da Nutrição, mais direccionado no entanto para a Restauração Colectiva, numa Instituição Particular de Segurança Social na zona norte.

Como nos outros casos, também para João117a nutrição era praticamente desconhecia e não constituía a sua primeira escolha, apesar da candidatura ao ensino superior ter sido pouco reflectida.

“Não conhecia ninguém nutricionista. (…) Não entrei na minha primeira escolha, entrei na segunda e depois tirei o curso.” “(…) eu acabei por escolher o curso um bocado á sorte, (…)não sabia o que queria tirar ao certo e no último dia antes de fecharem as candidaturas, fui lá li o livrinho e escolhi 117

Nome fictício.

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dois ou três cursos e …concorri. E foi assim que vim parar á nutrição. Mesmo sem saber rigorosamente nada.”

Apesar de ter “caído de paraquedas” em nutrição, João admite ter gostado da licenciatura, no entanto é bastante crítico face à formação recebida, considera que se dá muito ênfase à nutrição clínica. “Eu gostei do período que tive cá e da profissão que eu tenho. Não gostei foi do sítio onde estudei! (…) acho que focam demais determinado tipo de coisas, que ás tantas não deveriam ter tanta importância (…), estão mais direccionados para uma vertente e…outras são esquecidas (…) gostam muito de apregoar que a nutrição tem X campos de acção e depois durante a Faculdade falamos um bocadinho de quatro e falamos cinco anos de um deles.”

Também apresenta como uma lacuna, a falta de uma “ vertente mais prática e…não se perder tempo com coisas que não fazem o mínimo de sentido.”

Já da experiência de estágio, faz um balanço positivo, apesar de admitir que enfrentou algumas dificuldades devido às lacunas da formação adquirida.

“Eu fui estagiar num sítio onde (…) já não estagiava lá alguém há algum tempo.” “Eu quando fui para o estágio, tive que pelo menos no primeiro e segundo mês reaprender tudo o que tive na Faculdade. E eu fiz estágio em diversas áreas, fiz na parte clínica, reaprendi tudo o que aprendi na Faculdade, e fiz na parte da restauração que tive que aprender tudo o que não aprendi na Faculdade (…)”.

“ [Estagiou numa unidade hospitalar do Porto] na parte da manhã fazia restauração (…) e da parte da tarde fazia o que havia de clínica no serviço (…). Tive orientadores excelentes, cada um sabia imenso da sua área e tudo o que aprendi foi á custa deles.”

Quando questionado sobre o apoio da Faculdade na transição para a vida activa, João aponta algumas críticas em relação à condução dos estágios.

“Não temos protocolos com o que quer que seja, (…) o nosso estágio, é sempre o estágio académico e nós é que tínhamos de decidir…todo o meu estágio, fui eu quem teve que decidir o que havia de fazer. Andei eu a procurar, e seria muito mais fácil se a Faculdade já tivesse, enquanto instituição, protocolos com empresas, com o quer que seja. E mesmo durante a Faculdade que não seja quatro anos a olhar para os livros e meio ano a trabalhar. Ou só alguns meses, porque quando uma pessoa começa, não começa logo com a mão na massa a trabalhar.”

No entanto, quando questionado sobre as estratégias desenvolvidas para obter emprego, João apresenta-nos uma posição bastante optimista, demonstrando poucas dificuldades na inserção no mercado e trabalho.

“Não foi nada complicado a transição para o mercado de trabalho, porque quando acabei a licenciatura nem sequer me preocupei em arranjar emprego durante uns tempos e

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depois quando me decidi a procurar emprego, arranjei logo emprego”, “na altura mandei currículos para as empresas de restauração, pelos menos as mais conhecidas (…)acho que nem cinco currículos cheguei a mandar. Depois soube de uma vaga para estágio profissional….e até acho que foi o Giva que mandou (…). Ao primeiro não dei importância, mas depois ao falar com umas colegas…disseram-me: ‘experimenta, porque a grande parte do trabalho é em restauração’, pronto e eu liguei no último dia em que podia ligar, fui a ultima pessoa, que se não me engano foi aceite para ir à entrevista, e fiquei com o lugar.”

João ficou assim a trabalhar na instituição para a qual tinha concorrido, em regime de estágio profissional.

“Acho que tive muita sorte. Também na área tinha um bom currículo nem que seja a parte do estágio académico.”

Após o estágio profissional, João foi convidado a ficar a trabalhar na instituição.

“Uma coisa foi quando eu entrei para o meu estágio profissional, outra coisa foi depois de ter….um vinculo mais firme”.

João acabou por negociar com a instituição a sua condição contratual, já que a primeira proposta apresentada não lhe agradava.

“Na altura em que me fizeram a proposta para eu ficar lá, eu recusei!”

“Por causa da questão económica. O trabalho que eu tinha não dava para o que eles me queriam pagar, e só o gosto da pessoa trabalhar…nem sempre…não é só isso!”

“Tivemos que negociar e correu bem” João acabou por ficar na instituição onde estagiou, assumindo agora maiores responsabilidades e novos projectos. É o único nutricionista a trabalhar na instituição e começa a sentir-se sobrecarregado.

“Antes já tínhamos…vários equipamentos sociais, para idosos, crianças e deficientes e…então acabei por actuar em cada um deles. Isto na altura do meu estágio profissional…depois meterem-se em mais um projecto e então comecei a sentir cada vez mais a responsabilidade a vir para mim.”

“Neste momento sou o único nutricionista e precisam de mais, já exigi isso deles arranjarem mais alguém. Hum…tive que deixar um bocado o trabalho por fazer…continuo a assegurar, mas apenas os serviços mínimos, mas não tão presente (…), são dois edifícios completamente á parte, acabam por ficar relativamente perto mas…não é a mesma coisa, implicam transporte e deslocação de um lado para o outro. Tento então assegurar os serviços mínimos, mas agora e cada vez mais tenho um projecto novo em mão que precisa de ficar pronto”.

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João está encarregado de uma nova unidade da instituição, direccionada para os idosos. E fala-nos um pouco das suas funções.

“Estão a abrir uma unidade nova neste momento, uma casa(…), um complexo de apartamentos para 170 pessoas,(…) uma clínica, pronto. De serviços médicos, com tudo. Dois blocos operatórios, onde também vou trabalhar não só a dar consultas, mas também a fazer…as refeições para as pessoas que ficam lá a recuperar das operações, a fazer exames.

Eu…acabei por montar uma cozinha. Eu não a montei do principio porque já ‘tava desenhada á muito tempo, mas…quando me disseram para ir para lá, eu desfiz metade do que estava feito, ou melhor não desfiz tudo porque não era possível. Tive a sorte de eles acederem logo ao meu pedido, tudo o que eram equipamentos, consegui que mandassem para trás e comprassem coisas novas. E agora, montei a cozinha, que ainda não está pronta.”

“O serviço, é um serviço que podemos dizer um serviço de luxo em termos alimentação.

Porque as pessoas que vão para lá, pagaram muito para lá estar. O meu serviço (…), neste momento, o que me tem dado mais trabalho é organizar a cozinha, de modo a que ela funcione bem e corresponda ás expectativas…e que corresponda exactamente aquilo que as pessoas vão acabar por pagar. Mas depois á toda a parte da consulta de nutrição que vou ter que fazer ás pessoas”.

No entanto realça alguns aspectos que o descontentam, principalmente no que se refere aos horários e ao salário. Considera que trabalha muitas horas, apesar de reconhecer ser vantajoso ter um horário flexível, que o permite gerir como entender. “ [Em relação ao horário] estou quase das nove…bem eu não tenho um horário fixo, mas se fosse era, das nove às cinco, ou das nove às seis e…sinceramente a única altura em que me sento é na hora da refeição, pouco mais.” “Eu trabalho lá durante o ano, aos almoços e jantares, por isso nunca, nunca paro. Às vezes há dias que se for preciso vou trabalhar às sete da manha e saio às três da tarde, ou às quatro da tarde.”

“Neste momento, devo ser das pessoas que em termos de vencimento, e isto porque assim o exigi, tem os vencimentos mais altos lá, mas acho que merecia ganhar mais.”

Globalmente, João faz um balanço positivo do seu emprego. “É assim, acho que no meio de tudo acho que sou um privilegiado…também fiz por isso, mas…acho que a minha situação de emprego, ou situação profissional, não é pouco mais ou menos o que se vê!” “Sinceramente, estou satisfeito com o que faço, não me posso queixar com o que faço.”

Este balanço positivo reflecte-se na sua percepção face ao emprego ideal.

“Eu tenho um emprego muito próximo do ideal. (...) não é o emprego ideal, porque eu (…) trabalho muito”

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“ [Em termos de] perspectivas de futuro, em termos profissionais é as coisas continuarem como estão…porque tenho muito apoio da direcção. Eles dão-me sempre coisas que eu gosto de fazer, mas…o meu maior receio é parar naquilo e acabar por fazer só aquilo, e eu gostaria muito ainda de trabalhar noutro tipo de coisas, dentro da área da restauração.”

“Joana”118 – A trabalhar na área da nutrição clínica Licenciou-se em 2003, tem actualmente 24 anos, trabalha na área da Nutrição Clínica num Hospital privado do centro do país, e é um exemplo de uma inserção profissional bem sucedida.

Obteve o seu primeiro emprego numa clínica de nutrição, mesmo antes da conclusão da licenciatura “eu enviei o currículo, fui escolhida, e em Outubro, mesmo antes de terminar a licenciatura teoricamente, comecei a trabalhar lá.”

Quando se candidatou ao ensino superior, Joana não considerou logo a área da Nutrição, apesar de ter interesse por áreas relacionadas com a saúde.

Depois de ter entrado na primeira fase no curso de engenharia química, decidiu permutar com uma amiga que tinha entrado em Nutrição, e foi assim que veio parar à área da Nutrição.

“Claro que a área de saúde foi sempre contemplada por mim…mas não tinha ideia, no início de me candidatar logo a este curso. (…)”

Quando questionada sobre a formação recebida durante a licenciatura, Joana apresenta-se bastante critica, referindo mesmo que se sentiu como que “coxa” (sobre algumas áreas de actuação) à saída da licenciatura, “tinha áreas em que me sentia um bocado “coxa”, por assim dizer.” “(…)Eu sinto, que logo no inicio, no primeiro ano, assim que começam as cadeiras mais específicas (…) o ensinamento do nutricionista a ter técnicas de abordagem do doente é muito precisa e nós não tivemos(….) Nada de técnicas de abordagem, de técnicas de motivação do doente (...) não ouve nada no curso que me…que me apontasse abordagens…e acho que é uma falha muito grande, cada vez mais (…)”

Desta forma considera que estas lacunas partem muito da forma “ como é conduzido o curso, há muito mais cadeiras de nutrição clínica do que das outras áreas da nutrição. Ora bem, um nutricionista quando sai terá muito mais base para implementar a nutrição clínica do que as outras áreas. Quase que é estimulado esse gosto particular, pela nutrição clínica.”

À parte destas questões, faz um balanço muito positivo do seu estágio curricular.

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Nome fictício

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“O estágio fi-lo [numa] unidade local de saúde (…). Escolhi ir para lá…arrisquei-me um bocadinho porque não me candidatei a mais sítio nenhum.” “Tive a oportunidade de contactar com diversas áreas da nutrição. Á excepção da parte mais municipal: câmaras. Mas tive contacto com a restauração colectiva, saúde pública, clínica e nessas áreas…por acaso na saúde pública, já senti um pouco essa dificuldade…”

Apesar de estagiar no local escolhido, Joana, está ciente das dificuldades que existem, quando pensa numa possível contracção, no entanto não deixa de afirmar a experiência enriquecedora que teve. “eu fui para

[a unidade de saúde], já completamente ciente de que não ia ficar

lá…porque a equipa está muito bem montada, “infelizmente” tem 8 nutricionistas, 4 no hospital e 4 nos centros de saúde que abarcam também funções do hospital…por isso eu sabia de antemão que não iria lá ficar, só por obra do acaso. Mas mesmo assim eu queria um sítio claro com uma intervenção mais clínica, mas um sitio que me possibilitasse mesmo num hospital ter outro tipo de abordagens…e foi o que consegui, porque como eu sabia da orgânica da unidade local de saúde, sabia perfeitamente que não iria estar os 9 meses lá, iria estar nos centros de saúde, nos infantários, iria estar na cozinha a fiscalizar a confecção da cozinha. Isso permitiame…isto também começou porque um colega meu, do ano anterior ao meu estagiou lá e foi-me dando um bocadinho indicações do que ia fazendo, e eu achei que o importante do estagio não é uma especialização, acho eu que será um ano em que nós devemos aproveitar todo o tipo de experiências. Umas para dizer que não gostamos, outras para dizer que de facto é isso que se quer fazer da vida. Por isso…foi o que eu consegui, fui para lá porque sabia que ia fazer muitas coisas.”

Desta forma aponta novas estratégias de intervenção para a Faculdade a nível dos estágios, no sentido de garantir a qualidade. “se a Faculdade conseguir (…) abrir portas para estágios curriculares…garanto que os alunos tem nove meses de experiências óptimas” “Até para a Faculdade seria interessante, quando faz as parcerias, garantir que quem vai orientar tem de facto ‘habilitações para’…ok. Porque há pessoas, não digo que tenham que ter as mesmas habilitações, mas ao menos que tenham o perfil para ser orientador.”

Sobre a sua transição para o mercado de trabalho, foi linear, mal terminou a licenciatura, já estava exercer funções como nutricionista, mas mesmo assim accionou estratégias de procura activa de emprego uns tempos depois.

“Eu enviei o currículo, fui escolhida, e em Outubro, mesmo antes de terminar a licenciatura teoricamente, comecei a trabalhar lá.Depois em Dezembro último comecei a mandar currículos, mais para hospitais novamente. Tive a sorte de em…Março deste ano me contactarem de um hospital privado (…) uma colega tinha saído de lá e estavam com uma vaga

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por preencher. Eu agora vou ficando atenta aos anúncios do Giva concretamente, e também ao expresso, apesar do Giva já fazer essa ligação.”

No que concerne ao seu emprego principal actual (onde exerce nutrição clínica num Hospital no centro do país), o seu processo decorreu da seguinte forma: “chamaram-me para a entrevista, assim fui, fiquei. O horário que me foi proposto inicialmente foi part-time, Quartas, Quintas e Sextas. E na clínica comuniquei precisamente isso. Foi um processo sempre ás claras …mas como eu estava em part-time lá em baixo, perguntaram se não me importava de continuar aqui, e assim estou, Segundas e Terças.”

Em relação ao seu primeiro emprego (numa clínica privada de nutrição no norte), Joana faz um balanço positivo “comecei a trabalhar lá, fiz estágio profissional lá e ainda estou lá. Já não estou a tempo inteiro, porque “me despedi”( …) eu não estava a fazer nada ligado á nutrição clínica hospitalar que era o que eu queria (…) mas a experiência foi boa” “achei que no emprego que tinha aqui, no meu primeiro emprego, não estava a desempenhar a totalidade das funções na área da nutrição. O que eu queria era mesmo a clínica, e também tinha na área da clínica, mas também abarcava outras funções que passavam pela secretaria, e refeição, e não sei o quê, era um bocadinho de tudo…”

Quando questionada sobre a sua percepção face ao mercado de trabalho em nutrição, Joana vê com bons olhos, refere no entanto que ainda existem algumas dificuldades por parte da entidade empregadora de ver as potencialidades dos nutricionistas, no entanto refere ainda, que algumas questões também passam pelos próprios licenciados.

“Há pessoas e há colegas, meus que estão licenciados á dois anos e desempregados por causa disso, porque são uns fundamentalistas, ou é aquilo ou não é nada, e acho que se temos conhecimentos dessas áreas todas, podemos implementar um bocadinho desta, se entretanto aparecer um concurso, ou uma entrevista, vai-se entretanto saltar. Agora pensar assim, que dure o tempo que durar, o que eu quero é ir ‘para ali’, acho que é complicado, cada vez mais! Isto num quadro geral. Agora se formos por áreas é mais complicado.”

Em relação ao mercado de trabalho “ eu acho que as coisas estão a progredir muito bem…de dia para dia…e isto vê-se nos anúncios do Giva, por exemplo em termos de quantificação tem sido sempre a crescer a procura…acho que tem havido uma noção generalizada e maior da importância do nutricionista. E o que é lógico é que uma pessoa quando sai queira ir exercer clínica, que está completamente carregado, tanto em termos públicos como em termos privados. Fora da nutrição clínica, eu acho que há imensa concorrência, sinceramente acho. Na restauração colectiva…mas…. Acho que passa um bocadinho de nós. Nós saímos em grande parte a querer nutrição clínica e depois também não está capacitado completamente para outras.”

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Joana movida, pelo interesse na discussão das lacunas que afectam no seu entender a licenciatura, disponibilizou-se para esta entrevista, por entender que seria uma forma, um meio de comunicação para se chegar aos responsáveis da Faculdade, para expor as lacunas que considera existente na estrutura curricular em Nutrição.

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Considerações finais

Um aspecto inicial e importante a reter, trata-se da apreciação genérica dos resultados que permite concluir que a maioria dos licenciados em nutrição, passaram por processos de transição e inserção na vida activa relativamente bem sucedidos: acedendo em média em curtos espaços de tempo (entre um mês a seis meses após a conclusão da licenciatura) ao primeiro emprego, sendo que a taxa de desemprego efectiva é extremamente reduzida.

Um outro aspecto a reter, passa pelo facto de a maioria a desempenhar funções ligadas com a sua área de formação, ou seja a Nutrição, e estarem condensados na região norte, mais propriamente no Porto, esta constatação deve-se à baixa mobilidade geográfica que a análise dos inquéritos veio demonstrar.

Sobre a formação recebida durante a licenciatura, a maioria dos diplomados encontra-se satisfeito, e demonstra uma visível aptidão para prolongarem os seus estudos através da aquisição de formação académica pós-licenciatura, onde as pósgraduações e mestrados, se mostram como as escolhas mais visíveis. No entanto, muitos mais diplomados, optam por adquirirem formação profissional, muito ligada no entanto à sua área de formação superior, especialmente no que concerne á obtenção do Certificado de Aptidão Profissional.

No que respeita agora à área de actuação, a que mais nutricionistas agrega é a Nutrição Clínica, seguindo-se a Nutrição Comunitária.

Apesar de demonstrarem uma inserção profissional, mais ou menos rápida, esta no entanto, no que se refere ás primeiras actividades remuneradas são pautadas pela instabilidade e pela precariedade dos “recibos verdes” e dos horários de trabalho bastante reduzidos, assim como de um rendimento baixo.

As principais dificuldades de obtenção do primeiro emprego apontadas, muito se devem à falta de experiência profissional que os diplomados demonstram à saída da Faculdade e ainda, muito devido à falta de postos de trabalho na sua área de actuação.

No que respeita ao emprego aquando do preenchimento do inquérito, verifica-se algumas mudanças no que respeita à estabilidade contratual, através da redução dos contratos a termos certo e do aumento do vínculo contratual efectivo. Também aqui se verifica, consideráveis melhorias no que respeita ao salário auferido.

Grande parte dos diplomados, para além da sua actividade profissional, exerce ainda actividades secundárias, que se caracterizam por actividades mais esporádicas, 96

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que ocupam pouco tempo semanal. São normalmente complementos ao emprego principal, caracterizadas por vínculos precários, onde prevalece o “recibo verde”, sendo que na maioria, estas actividades secundárias passam pelas consultas de nutrição, ligadas à nutrição clínica.

No geral, os diplomados encontram-se satisfeitos face ao seu emprego, e à sua situação profissional, sendo apenas de realçar a sua franca insatisfação face aos benefícios sociais.

Assim, para concluir, podemos afirmar que os diplomados em Nutrição pela FCNAUP, demonstram uma elevada taxa de empregabilidade na sua área de actuação, não se verificando, como em outros sectores as problemáticas do desemprego de inserção de longa duração. Actualmente prevalecem as situações profissionais estáveis, demonstrando uma grande satisfação profissional face à profissão exercida e á formação adquirida.

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Representações e práticas, Porto, Afrontamento, 2001 GHIGLIONE, R. e MATALON, B., O Inquérito. Teoria e Prática , Oeiras, Celta Editora, 1992

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O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

QUIVY, Raymond; CAMPENHOUDT, Luc Van, Manual de Investigação em Ciências Sociais, 2ª ed., Lisboa, Gradiva, 1998 PAIS, José Machado, Ganchos, Tachos e Biscates . Jovens, Trabalho e Futuro Porto: Âmbar, 2001 LOPES, João Teixeira, Tristes Escolas, Porto, Afrontamento, 1997 NEVES, Marta Dias e Garcia Manuela, «A busca do primeiro emprego», in Vida Mundial , 23, 1999 PINTO, José Madureira, “Escolarização, relação com o trabalho e práticas sociais” in Stephen Stoer (org) Educação, Ciências Sociais e realidade portuguesa: uma abordagem interdisciplinar , Porto: Afrontamento, 1991 PAIS, José Machado, et al, Juventude Portuguesa: Situações, Problemas, Aspirações, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, Instituto da Juventudes, 1989 PAIS, José Machado, Culturas Juvenis, Lisboa, Imprensa Nacional, 1993 PAIS, José Machado (coord.), Traços e Riscos de Vida. Uma Abordagem Qualitativa a Modos de Vida Juvenis , Lisboa, Âmbar , 1999 RODRIGUES, Maria João, O sistema de emprego em Portugal: crise e mutações, Lisboa, Dom Quixote, 1992 OLIVEIRA, José Grosso de, “O lugar do trabalho nas sociedades contemporâneas”, in cadernos de Ciências Sociais, nº 12/13, 1993 Outras fontes:

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Classificação Nacional da Profissões, versão 1994, Instituto do Emprego e formação Profissional, Ministério do Emprego e da Segurança Social

Observatório do emprego, FLUP, 2004

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ANEXOS

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O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Índice dos anexos ANEXO I .................................................................................. III Percurso Cronológico da FCNAUP .............................................................................. IV O edifício da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto ................ V Situação profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição (estudo realizado pela FCNAUP) .......................................................................................................................... VI

ANEXO II -ANEXO METODOLÓGICO ..................................... XII Inquérito ..................................................................................................................... XIII Envelope pré-pago RSF.............................................................................................. XIV Carta de Apresentação ................................................................................................. XV Panfleto ...................................................................................................................... XVI Grelha de análise do inquérito .................................................................................. XVII E-mail de aviso: ........................................................................................................ XXII Postal ....................................................................................................................... XXIII E-mail de reforço (2) ................................................................................................ XXIV E-mail de Agradecimento: ........................................................................................ XXV Guiões das entrevistas .............................................................................................. XXVI Guião de observação das entrevistas ........................................................................ XXX Grelha de análise das entrevistas ............................................................................. XXXI Cronograma da Investigação .................................................................................. XXXII

ANEXO III -ANEXO ESTATÍSTICO -ANALISE DOS DADOS XXXIII ÍNDICE DE FIGURAS DO ANEXO III FIGURA Nº. I – ALUNOS MATRICULADOS NO ENSINO SUPERIOR, SEGUNDO O SEXO ............................. XXXV FIGURA Nº. II - INQUIRIDOS POR ANO DE CONCLUSÃO DA LICENCIATURA .......................................... XXXIX FIGURA Nº. III - IDADE DO INQUIRIDO AQUANDO DA CONCLUSÃO DA LICENCIATURA................................ XL FIGURA Nº. IV – AVALIAÇÃO POSITIVA FACE AO APOIO DA FACULDADE NA TRANSIÇÃO PARA A VIDA ACTIVA ....................................................................................................................................... XLI FIGURA Nº. V - AVALIAÇÃO POSITIVA DA FORMAÇÃO ADQUIRIDA .......................................................... XLI FIGURA Nº. VI - RELACIONAMENTO DA FORMAÇÃO EXTRACURRICULAR COM A LICENCIATURA ............. XLII FIGURA Nº. VII – TIPO DE FORMAÇÃO PÓS-GRADUADA (CONCLUÍDA E A FREQUENTAR).........................XLIII FIGURA Nº. VIII – OUTROS LOCAIS DE ESTÁGIO.....................................................................................XLV FIGURA Nº. IX – DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS, DOS 15 AOS 35 ANOS, POR DURAÇÃO DA PROCURA DO 1º EMPREGO APÓS O ABANDONO OU INTERRUPÇÃO, POR NÍVEIS DE ENSINO COMPLETO AQUANDO DO ABANDONO DOS ESTUDOS ....................................................................................................... XLVII FIGURA Nº. X – TAXA DE ACTIVIDADE E TAXA DE DESEMPREGO DOS INDIVÍDUOS DOS 15 AOS 35 ANOS QUE ABANDONARAM OU INTERROMPERAM O ENSINO , POR NÍVEL DE ENSINO AQUANDO O ABANDONO. .............................................................................................................................................. XLVIII FIGURA Nº. XI - FORMA DE OBTENÇÃO DO PRIMEIRO EMPREGO E DO EMPREGO ACTUAL ..................... XLVIII FIGURA Nº. XII – OUTROS LOCAIS DE TRABALHO NA PRIMEIRA ACTIVIDADE ............................................. L FIGURA Nº. XIII – OUTROS LOCAIS DE TRABALHO NA ACTIVIDADE PRINCIPAL ........................................... LI FIGURA Nº. XIV – SATISFAÇÃO POSITIVA FACE AO ENQUADRAMENTO PROFISSIONAL* ............................ LV FOTO Nº 1 – PÓLO 1 - ENTRADA DA FCNAUP ........................................................................................... V FOTO Nº 2 –PÓLO 1 E 2 DA FCNAUP ........................................................................................................ V FOTO Nº 3 – PÓLO 2 DA FCNAUP ............................................................................................................. V

I

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ÍNDICE DE QUADROS DO ANEXO III QUADRO Nº. I - TOTAL DE INSCRITOS POR ANO DE ANÁLISE.............................................................. XXXIV QUADRO Nº. II - NACIONALIDADE DO INQUIRIDO ............................................................................. XXXIV QUADRO Nº. III - IDADE DO INQUIRIDO ............................................................................................ XXXIV QUADRO Nº. IV - ESTADO CIVIL DO INQUIRIDO ................................................................................. XXXV QUADRO Nº. V - IDADE DO INQUIRIDO, SEGUNDO O SEU ESTADO CIVIL ............................................. XXXVI QUADRO Nº. VI - SEXO DO INQUIRIDO, SEGUNDA A IDADE E O ESTADO CIVIL .................................... XXXVI QUADRO Nº. VII – MOBILIDADE GEOGRÁFICA ................................................................................. XXXVII QUADRO Nº. VIII – GRAU DE ESCOLARIDADE DOS PAIS ................................................................... XXXVII QUADRO Nº. IX – SITUAÇÃO FACE À PROFISSÃO DOS PAIS .............................................................. XXXVIII QUADRO Nº. X - SEXO DO INQUIRIDO, SEGUNDO A IDADE QUE TINHA QUANDO TERMINOU A LICENCIATURA .................................................................................................................................................... XL QUADRO Nº. XI - FREQUENTOU E/OU ENCONTRA-SE E FREQUENTAR ALGUM TIPO DE FORMAÇÃO ........... XLII QUADRO Nº. XII- FORMAÇÃO ADQUIRIDA PÓS-LICENCIATURA..............................................................XLIII QUADRO Nº. XIII – ALGUMA VEZ TRABALHOU DURANTE A LICENCIATURA .......................................... XLIV QUADRO Nº. XIV – O TRABALHO ESTAVA RELACIONADO COM A LICENCIATURA .................................. XLIV QUADRO Nº. XV – REGIME DE TRABALHO DURANTE A LICENCIATURA, SEGUNDO O RELACIONAMENTO COM A MESMA ................................................................................................................................. XLIV QUADRO Nº. XVI – DESCRIÇÃO DOS OUTROS LOCAIS ONDE REALIZARAM ESTÁGIO ................................ XLV QUADRO Nº. XVII – DIFICULDADES NA OBTENÇÃO DO PRIMEIRO EMPREGO .......................................... XLVI QUADRO Nº. XVIII - INTERVALO DE TEMPO ATÉ À OBTENÇÃO DE UMA ACTIVIDADE REMUNERADA NA ÁREA DE FORMAÇÃO, SEGUNDO O ANO DE CONCLUSÃO DA LICENCIATURA ......................................... XLVI QUADRO Nº. XIX – ACTIVIDADES NÃO REMUNERADAS NA ÁREA DE FORMAÇÃO ................................ XLVII QUADRO Nº. XX – SITUAÇÃO FACE AO MERCADO DE TRABALHO, SEGUNDO O ANO DE CONCLUSÃO DA LICENCIATURA E O SEXO ......................................................................................................... XLVII QUADRO Nº. XXI – DESCRIÇÃO DOS OUTROS LOCAIS ONDE REALIZARAM A PRIMEIRA ACTIVIDADE PROFISSIONAL .......................................................................................................................... XLIX QUADRO Nº. XXII – DESCRIÇÃO DOS OUTROS LOCAIS DE TRABALHO DA ACTIVIDADE PRINCIPAL ACTUAL ... L QUADRO Nº. XXIII - COMBINAÇÕES DAS ÁREAS DE ACTUAÇÃO NA PRIMEIRA ACTIVIDADE PROFISSIONAL ..LII QUADRO Nº. XXIV – COMBINAÇÕES DAS ÁREAS DE ACTUAÇÃO NA ACTIVIDADE PRINCIPAL .................... LIII QUADRO Nº. XXV – COMBINAÇÕES DAS ÁREAS DE ACTUAÇÃO PARA A PRIMEIRA ACTIVIDADE SECUNDÁRIA ................................................................................................................................................... LIV QUADRO Nº. XXVI - COMBINAÇÕES DAS ÁREAS DE ACTUAÇÃO PARA A SEGUNDA ACTIVIDADE SECUNDÁRIA ................................................................................................................................................... LIV

II

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Anexo I

III

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Percurso Cronológico da FCNAUP119 Apresentam-se, seguidamente, algumas datas importantes na criação e evolução do Curso, até à actual Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto: - 1976, 31 de Maio, criação do Curso de Nutricionismo da Universidade do Porto, na dependência directa da sua reitoria (Despacho 46/76), conferindo o Bacharelato em Nutricionismo (3 anos); - 1979, Abril a Novembro, contratação dos primeiros três docentes a tempo inteiro, bacharéis em Nutricionismo (ao abrigo do Dec-Iei 132/70 de 30/3 que permitia a contratação dos diplomados com o grau máximo conferido pelo curso); - 1979, Novembro, os bacharéis passam a ser impedidos de aceder à carreira docente universitária (Dec-Iei 448/79 de 13/11); - 1983, Julho, criação da licenciatura em Ciências da Nutrição na dependência directa da reitoria da U.P. (Dec. Gov. 62/83 de 12/7).

- 1987, Março, aprovação do plano de estudos para a licenciatura em Ciências da Nutrição (5 anos) (Portaria 154/87 de 5/3); - 1988, formação dos primeiros licenciados em Ciências da Nutrição; - 1989, Junho, aprovação das áreas de doutoramento em Ciências da Nutrição (Despacho SEES 21/6/89); - 1992, 12 de Novembro, aprovação, pelo Senado da UP, da criação da unidade orgânica Instituto Superior de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (ISCNAUP); - 1996, 17 de Julho, criação do ISCNAUP pelo Ministro de Educação por homologação da decisão do Senado (Despacho 1 65/ME/96); - 1997, 20 de Março, homologação e publicação dos Estatutos do ISCNAUP; - 1999, 29 de Julho, publicação da designação Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. (DEES 16 216/99); - 2001, 20 de Dezembro, aprovação do Programa Preliminar das novas instalações da FCNAUP; - 2002, 20 de Dezembro, divulgação pública do vencedor do concurso público de concepção do projecto de arquitectura do edifício da FCNAUP.

119

Relatório de Auto-Avaliação da FCNAUP 2002

IV

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

O edifício da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto

Foto nº 1 – Pólo 1 - Entrada da FCNAUP

Foto nº 2 –Pólo 1 e 2 da FCNAUP

Foto nº 3 – Pólo 2 da FCNAUP

V

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Situação profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição (estudo realizado pela FCNAUP)120

a) Contexto e justificação O conhecimento da situação profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição é um importante instrumento para aferir a qualidade do ensino ministrado e a sua adequação às exigências do mercado de emprego.

A presente Comissão de Auto-Avaliação elaborou um questionário, com o objectivo de obter dados que permitissem a caracterização da situação profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição, pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP).

b) Participantes e métodos O questionário elaborado é constituído por duas partes distintas. A primeira parte teve como suporte a tabela 12 da Aplicação SER (até à questão nº 5) e, a segunda, anteriores questionários efectuados pela FCNAUP (Anexo 5).

O tipo de questionário elaborado destinava–se a ser preenchido pelo inquirido e continha questões fechadas e abertas.

As variáveis inquiridas, e posteriormente analisadas, consideraram dados demográficos, habilitações literárias, ano de licenciatura, prossecução dos estudos, intervalo de tempo até obtenção do primeiro emprego, situação laboral, percurso profissional e áreas de actividade.

O questionário foi enviado por correio aos licenciados em Ciências da Nutrição que integravam a base de dados da Secção de Alunos da FCNAUP. Foi realizada uma base de dados e respectivo tratamento estatístico no programa informático SPSS para Windows, versão 11.0. Os resultados foram apresentados com base em tabelas de frequências e percentagens e, para uma das variáveis, através da média e da mediana.

c) Resultados e comentários Do total de 482 exemplares remetidos, foram recebidos 124, o que constitui uma taxa de respostas de 26%. Os dados recolhidos foram analisados, apresentando-se os resultados 120

Relatório de Auto-Avaliação da FCNAUP 2002

VI

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

nos quadros seguintes. Em alguns itens, o número de resultados apresentado é inferior ao de indivíduos da amostra devido à omissão de resposta por parte de alguns inquiridos.

Fragmentou-se a amostra em dois grupos: os profissionais licenciados nos últimos 5 anos (n=60), correspondentes aos anos em análise na auto-avaliação (1998-2002), e aqueles que haviam completado a formação académica entre 1988 – ano de início da primeira licenciatura - e 1997 (n=64) (Quadro 4). No que concerne às habilitações académicas, observou-se que os inquiridos eram todos licenciados, ainda que uma parte deles (40,6% e 1,7% dos licenciados antes e depois de 1998, respectivamente), fosse titular de um bacharelato. O facto da quase totalidade dos licenciados entre 1998 e 2002 não possuírem bacharelato, deve-se à sua entrada ter sido posterior ao ano lectivo de 1987/1988 (último ano do bacharelato) (Quadro 4).

Quadro 4: Habilitações académicas dos Nutricionistas de 1988 a 1997 de 1998 a 2002 n % n % Bacharelato 26 40,6 1 1,7 + Licenciatura Licenciatura

38

59,4

59

98,3

Total

64

100

60

100

Optar e apostar na formação continua é sempre um indicador relevante e enriquecedor na leitura e avaliação de qualquer classe profissional. A necessidade de continuar a formação e aprendizagem, com extensão e aprofundamento de conhecimentos, que capacitem o técnico a responder mais eficientemente às exigências profissionais, fica bem vincada nesta classe profissional.

Na presente avaliação, a maioria dos Nutricionistas continua a sua actividade formativa após a conclusão da licenciatura, mesmo quando se licenciaram recentemente (Quadro 5).

Quadro 5: Prosseguimento de estudos de 1988 a 1997 n %

de 1998 a 2002 n %

Prosseguiram

51

79,7

38

64,4

Não prosseguiram

14

20,3

21

35,6

Nesta amostra, o ingresso num Curso de Mestrado, é o tipo de formação privilegiada pelos Nutricionistas inquiridos para evoluírem cientificamente (Quadro 6). Observa-se também que a formação no posto de trabalho (estágio profissional) é superior no grupo dos recém-

VII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

- licenciados, facto que poderá explicar a dificuldade de obtenção do primeiro emprego nos últimos anos. A reduzida fatia de profissionais que conclui outra licenciatura pode eventualmente ser um indicador indirecto da realização profissional nesta área, pois poucos mudaram o seu rumo. de 1988 a 1997 n %

de 1998 a 2002 n %

11

21,6

14

36,8

10

19,6

7

18,4

Mestrado

26

51,0

17

44,7

Doutoramento

12

23,5

2

5,3

Outras licenciaturas

2

3,9

2

5,3

Outros

11

21,6

15

39,5

Formação no trabalho Pós-graduação

posto

de

Constata-se que a grande maioria dos licenciados em Ciências da Nutrição exerceu ou exerce actividade na sua área de formação científica (Quadro 7). Este número poderá estar subestimado, pois uma parte desta amostra ainda procura o primeiro emprego, nomeadamente os recém licenciados (2002), ou pela má interpretação da pergunta. De facto, apesar de alguns licenciados declararem que não tinham trabalhado na sua área de formação, descreviam, contudo actividades quer remuneradas, quer não remuneradas que a tal correspondia.

Quadro 7: Desde que terminou a licenciatura já trabalhou (remunerado) na área de formação?

Sim

de 1988 a 1997 n % 55 87,3

de 1998 a 2002 n % 40 69,0

Não

8

18

12,7

31,0

A fracção de Nutricionistas actualmente sem emprego remunerado é de 10,9%. Observase que a quase totalidade dos desempregados corresponde a licenciados entre 1998 e 2002 (Quadro 8). Escalpelizando mais os dados, verifica-se uma concentração maciça nos dois últimos anos de licenciatura, pelo que a situação de desemprego não deverá ser a longo prazo para os recém-licenciados (Quadro 9). Pode especular-se que a política de não renovação dos contratos na Função Pública bem como o período de recessão no sector privado possa estar na base desta conjuntura.

Quadro 8: Encontra-se desempregado actualmente? de 1988 a 1997 de 1998 a 2002 n % n % Sim 1 1,6 12 21,1

VIII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Não 61 98,4 45 Quadro 9: Há quanto tempo está desempregado/a?

1994 1999 2001 n n n menos de 3 meses -

78,9 2002 n 4

entre 3 e 6 meses

-

-

2

-

de 6 a 12 meses

-

-

3

-

12 ou mais meses

1

1

2

-

No que concerne ao tempo necessário para obtenção de um primeiro emprego (Quadro 10) observa-se, nesta amostra, que ainda antes da obtenção do grau de licenciatura, uma boa parte dos Nutricionistas já tem uma actividade remunerada definida para exercer. Ao final do primeiro semestre após a obtenção do grau académico, 61,9% dos licenciados entre 1988 e 1997 estava empregado e 78,1% dos licenciados após esta data, já se encontrava empregado.

Quadro 10: Intervalo de tempo até obtenção de emprego (remunerado) na área de formação após conclusão da licenciatura de 1988 a 1997 de 1998 a 2002 n % n % Antes da conclusão 16 29,1 7 17,1 Até um mês após

4

7,3

12

29,3

No 1º semestre após

14

25,5

13

31,7

No 2º semestre após

5

9,1

6

14,6

Mais de um ano após

16

29,1

3

7,3

São manifestas a polivalência curricular e consequente leque alargado de áreas de intervenção bem como diferenciadas saídas profissionais. As características da profissão são compatíveis, ou propiciadoras até, da acumulação de mais do que uma actividade remunerada, sendo esta tendência evidente pelos dados recolhidos (Quadro 11). Não obstante, o exercício de actividades não remuneradas é também frequente, mormente no sector público.

Quadro 11: Número de actividades remuneradas e não remuneradas de 1988 a 1997 de 1998 a 2002 média mediana média mediana Actividades remuneradas Actividades não remuneradas

4,2

4

2,6

2,5

0,8

0

0,7

0

IX

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

O exercício da actividade profissional principal da classe de Nutricionistas divide-se entre os sectores público e privado, tendo este último vindo a ganhar projecção para os licenciados mais recentes (Quadro 12).

Quadro 12: Natureza da instituição empregadora de 1988 a 1997 n % Privado 26 43,3

de 1998 a 2002 n % 26 57,8

Público

19

34

56,7

42,2

A precariedade do emprego é mais vincada nos licenciados entre 1998 e 2002, pois os que o são há mais tempo já se tornaram, na sua maioria (54,7%), efectivos nos locais de trabalho (Quadro 13). O regime de prestação de serviços é uma modalidade muito frequente, para o qual muito contribui o habitual modo de ligação da nutrição clínica, que assenta predominantemente neste formato de vinculação.

Quadro 13: Tipo de vínculo contratual de 1988 a 1997 n % Contrato sem termo 35 54,7

de 1998 a 2002 n % 11 22,4

Avença

6

9,4

2

4,1

Prestação de serviços

18

28,1

24

49,0

Contrato a termo certo

4

6,3

7

14,3

Bolsa de investigação

1

1,6

5

10,2

No que respeita às áreas em que a actividade profissional remunerada se desenrola, é evidente a versatilidade dos Nutricionistas pela diversidade de campos de trabalho, fruto do reconhecimento das capacidades técnicas e da idoneidade de formação da FCNAUP em vários domínios das Ciências da Nutrição.

Pode destacar-se a consolidação da Nutrição Clínica como a área de trabalho predominante (Quadro 14). A docência perdeu espaço nos licenciados entre 1998 e 2002, redistribuindo-se as actividades, neste grupo, mais homogeneamente por outras áreas, nomeadamente pela Saúde Pública e Restauração Colectiva.

Quadro 14: Áreas de trabalho dos Nutricionistas de 1988 a 1997 n % Nutrição clínica 22 28,6

de 1998 a 2002 n % 29 37,2

Saúde pública

13

7

9,1

16,7

X

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Restauração colectiva

6

7,8

12

15,4

Ensino

23

29,9

5

6,4

Investigação

3

3,9

3

3,8

Controlo de qualidade

1

1,3

2

2,6

Outros* 15 19,5 * Actividades de consultoria e formação incluídas

14

17,9

O desenho e execução deste questionário permitiram, ainda que de forma parcial, conhecer o panorama e percurso profissional dos licenciados em Ciências da Nutrição, o que nos fornece um valioso retorno da formação ministrada pela FCNAUP e da necessidade na sociedade deste tipo de profissionais.

XI

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Anexo II

Anexo Metodológico

XII

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Inquérito

XIII

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Envelope pré-pago RSF

XIV

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Carta de Apresentação

Porto, 22 de Fevereiro de 2005

Exmo (a) Sr. (a) Dr. (a) A inserção profissional dos Diplomados em Ciências da Nutrição é um assunto central para o GIVA - Gabinete de Inserção na Vida Activa da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e para a APN - Associação Portuguesa de Nutricionistas. Neste contexto, está a ser criado um Observatório de Emprego que tem como objectivo obter dados actualizados sobre as trajectórias profissionais dos Diplomados em Nutrição.

No âmbito deste Observatório, venho solicitar a sua colaboração através do preenchimento do Inquérito aos Diplomados em Ciências da Nutrição.

O inquérito é de preenchimento fácil e rápido (cerca de 20 minutos). Com ele pretende-se abordar o percurso académico, a transição para o mercado de trabalho e as práticas culturais dos Diplomados. Por favor leia com atenção as questões respondendo o mais honestamente possível, mantendo em mente que as suas respostas são extremamente importantes e confidenciais. O inquérito deve ser devolvido com a maior brevidade possível até ao dia 12 de Março, utilizando para o efeito o envelope RSF (não necessita de selo).

Os resultados que esperamos obter com o inquérito, irão proporcionar informações fundamentais para uma melhor planificação e execução nos domínios da formação inicial e contínua em Ciências da Nutrição, assim como, promover a sua empregabilidade.

Convém enfatizar que o pedido de identificação neste inquérito tem apenas por base um esforço de actualização dos contactos dos antigos alunos da FCNAUP e dos associados da APN, pelo que a sua confidencialidade está absolutamente assegurada.

Para além do inquérito e envelope RSF, segue também um panfleto que visa dar mais informação relativamente ao Observatório de Emprego. No entanto, caso pretenda algum esclarecimento adicional, não hesite em contactar o GIVA.

Com os melhores cumprimento,

Conceição Costa Coordenadora do GIVA

XV

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Panfleto

XVI

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Grelha de análise do inquérito DIMENSÕES

INDICADORES

VARIÁVEIS

SECÇÃO A.

Origem social

∙ Idade ∙ Sexo ∙ Estado civil ∙ Situação habitacional: Área geográfica de residência antes de ingressar na Faculdade; Área de residência na primeira actividade profissional; Área de residência na actualidade.

Caracterização sócio profissional dos familiares

∙ Grau de escolaridade (pai/mãe/cônjuge) ∙ Condição perante o trabalho (pai/mãe/cônjuge) ∙ Situação na profissão (pai/mãe/cônjuge) ∙ Profissão (pai/mãe/cônjuge)

Percurso durante a licenciatura

∙ Ano de conclusão da licenciatura ∙ Idade à data da conclusão da licenciatura ∙ Média final da licenciatura

∙ Formação extra curricular

∙ Formação de âmbito académico (congressos/conferencias/simpósios, cursos/acções de formação, outros) ∙ Relacionamento dessa formação com a licenciatura

∙ Formação pós-diploma de âmbito académico

∙ Tipo de formação: concluída/ a frequentar (pós-graduação, mestrado, doutoramento, outra licenciatura, outra formação) ∙ Área de formação ∙ Nome da instituição ∙ Avaliação dos motivos para a frequência da formação

Percepção das necessidades de formação

∙ Intenção de frequentar no futuro algum tipo de formação

CARACTERIZAÇÃO SÓCIO DEMOGRÁFICA

SECÇÃO B. TRAJECTÓRIA ACADÉMICA

XVII

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DIMENSÕES

SECÇÃO C.

INDICADORES

VARIÁVEIS

Percepção da formação adquirida (muito boa/boa/média/fraca/muito fraca) durante a licenciatura face a:

∙ Formação teórica ∙ Formação prática ∙ Actualidade das matérias leccionadas ∙ Estrutura curricular ∙ Desenvolvimento/enriquecimento pessoais ∙ Competências relacionais ∙ Competências profissionais ∙ Adequação às exigências do mercado de emprego ∙ Apoio da Faculdade na transição para a vida activa

Desenvolvimento de alguma actividade profissional durante a licenciatura

∙ Trabalho a tempo inteiro ∙ Trabalho a tempo parcial ∙ Trabalhos temporais ∙ O trabalho realizado encontrava-se relacionado com a licenciatura

Estágio Académico

∙ Resultou numa posterior oportunidade profissional ∙ Local de estágio ∙ Área de estágio

∙ Emprego

∙ Intervalo de tempo até obtenção de emprego ∙ Dificuldades sentidas na obtenção do emprego

Situação actual face ao trabalho:

∙ Empregado

TRANSIÇÃO PARA O MERCADO DE TRABALHO

Na área de formação Noutra área de formação ∙ Empregado mas fora da área de formação ∙ Duração do Desempregado desemprego (mês/ano) ∙ Número de empregos/actividades desde a conclusão da licenciatura ∙ Número de actividades profissionais secundárias que conjuga actualmente

XVIII

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DIMENSÕES

INDICADORES ∙ 1º Emprego

VARIÁVEIS ∙ Local de trabalho ∙ Área de trabalho ∙ Situação na profissão ∙ Situação contratual ∙ Carga horária semanal ∙ Remuneração líquida mensal

∙ Emprego principal actual

∙ Local de trabalho ∙ Área de trabalho ∙ Situação na profissão ∙ Situação contratual ∙ Carga horária semanal ∙ Remuneração líquida mensal

∙ Actividades secundárias (1º / 2º)

∙ Local de trabalho ∙ Área de trabalho ∙ Situação na profissão ∙ Situação contratual ∙ Carga horária semanal ∙ Remuneração líquida mensal

Percurso de acesso ao emprego

Formas de acesso ao emprego (1º emprego/ emprego actual): ∙ manteve-se no mesmo emprego que tinha durante a licenciatura; ∙ através de concurso público; ∙ através de anúncios na imprensa, portais de emprego; ∙ através do Centro de Emprego, clube de emprego, gabinete de apoio ao emprego; ∙ através de familiares/conhecidos; ∙ através de contracto profissional; ∙ na sequência do estágio curricular; ∙ através de autoproposta; ∙ através de criação de empresa ∙ outras formas

Percepção sobre o percurso profissional

Grau de satisfação face ao emprego principal (muito satisfeito/satisfeito/pouco satisfeito/insatisfeito) ∙ Estabilidade ∙ Situação contratual ∙ Remuneração ∙ Oportunidade de promoção ∙ Autonomia ∙ Interesse da actividade ∙ Relações de trabalho

XIX

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∙ Responsabilidade

DIMENSÕES

INDICADORES

VARIÁVEIS ∙ Correspondência entre o trabalho desenvolvido e as suas qualificações ∙ Aplicação dos conhecimentos adquiridos ∙ Benefícios sociais específicos (seguro de saúde, seguro de vida, etc.) ∙ Apoios/incentivos à formação

SECÇÃO D.

Actividades de tempos livres

PRÁTICAS CULTURAIS/ USOS DO TEMPO E SOCIABILIDADES Percepção face aos tempos livres Participação cívica

Tipo de actividades Tipo de prática ∙ Regular (diariamente ou quase/ pelo menos um vez por semana/ pelo menos uma vez por mês) ∙ Ocasional (algumas vezes por semana/ pelo menos uma vez por mês/ pelo menos uma vez por trimestre) ∙ Raramente (algumas vezes por mês/ pelo menos uma vez por ano) ∙ Nunca Tipo de passatempos que desenvolve com frequência Percepção face às associações ou grupos ∙ Pertence ∙Dirigente ∙Sócio ∙Participa esporadicamente ∙ Gostaria de pertencer ∙ Não lhe interessa pertencer Tipo de associação/grupo: ∙Cultural e recreativa ∙Desportiva ∙Estudantil ∙Sindical ∙Profissional ∙Politica ∙Religiosa ∙Ambientalista/Ecológica ∙Outra.

Percepção da contribuição dessa participação face á formação (nada/pouco/ medianamente/ bastante/muito)

XX

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DIMENSÕES

INDICADORES Percepção face a aspectos da vida (bem/razoável/mal/indiferente)

VARIÁVEIS

Prática desportiva

Modalidades praticadas

∙Relação com os pais ∙Relação com os amigos ∙Relações afectivas ∙Condição económica ∙Tempos livres ∙Actividade profissional ∙Relações profissionais ∙Situação pessoal global

∙Desporto de equipa (Andebol,Basquetebol,Futebol...) ∙Ginástica (Manutenção, Aeróbia) ∙Ciclismo ∙Artes marciais ∙Musculação/Culturais ∙Patinagem ∙Ténis ∙Natação ∙Desportos Radicais ∙Yoga ∙Outra. Qual.

Frequência da Prática: ∙ todos os dias, ∙ duas a quatro vezes por semana, ∙ uma vez por semana.

Razões que o levam a praticar desporto Percepção face aos hábitos alimentares

Modificação dos hábitos alimentares em função da licenciatura Restaurantes que frequenta

Percepção face ao corpo

O corpo para si é….

XXI

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E-mail de aviso:

De: GIVA [mailto:giva@fcna.up.pt] Enviada: terça-feira, 5 de Abril de 2005 9:59 Assunto: Reforço 1

Exmo. (a) Sr. (a) Dr. (a),

Foi-lhe enviado no dia 4 de Março, o Inquérito aos Diplomados em Ciências da Nutrição no âmbito do Observatório de Emprego (OE). Dado que não recebemos ainda o seu inquérito preenchido, venho pedir novamente a sua colaboração. O prazo para devolução dos inquéritos preenchidos foi alargado até ao dia 22 de Abril. Caso não tenha recebido ou necessite de um novo inquérito, poderá contactar o GIVA (22 5074320, giva@fcna.up.pt) para solicitar novo envio.

O inquérito é de preenchimento fácil e rápido e a informação que permite obter é extremamente importante para uma melhor planificação e execução nos domínios da formação inicial, formação contínua e empregabilidade em Ciências da Nutrição. É importante a participação de todos para que a informação a obter cumpra os objectivos enunciados.

Desde já agradeço a sua colaboração.

Atenciosamente, Conceição Costa

GIVA-Gabinete de Inserção na Vida Activa

XXII

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Postal

(frente)

(Verso) Exmo. (a) Sr. (a) Dr. (a) Foi-lhe enviado no dia 4 de Março, o Inquérito aos Diplomados em Ciências da Nutrição. Dado que não recebemos ainda o seu inquérito preenchido, venho pedir novamente a sua colaboração. O prazo para devolução dos inquéritos preenchidos foi alargado até ao dia 22 de Abril.

O inquérito é de preenchimento fácil e rápido e a informação que permite obter é extremamente importante para uma melhor planificação e execução nos domínios da formação inicial, formação contínua e empregabilidade em Ciências da Nutrição. É importante a participação de todos para que a informação a obter cumpra os objectivos enunciados.

Desde já agradeço a sua colaboração.

Atenciosamente, Conceição Costa Coordenadora do GIVA

XXIII

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E-mail de reforço (2)

De: GIVA [mailto:giva@fcna.up.pt] Enviada: terça-feira, 19 de Abril de 2005 17:51 Assunto: Reforço 2

Exmo. (a) Sr. (a) Dr. (a)

Foi-lhe enviado o Inquérito aos Diplomados em Ciências da Nutrição. Dado que não recebemos ainda o seu inquérito preenchido, venho pedir novamente a sua colaboração. Caso não tenha recebido ou necessite de um novo inquérito, poderá contactar o GIVA (22 5074320, giva@fcna.up.pt) para solicitar novo envio.

A sua participação é muito importante, por favor colabore.

Com os melhores cumprimentos, Conceição Costa Coordenadora do GIVA

GIVA-Gabinete de Inserção na Vida Activa Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação-UP R. Dr. Roberto Frias 4200-465 Porto Tel.: 225074320 Fax: 225074329 giva@fcna.up.pt www.fcna.up.pt

XXIV

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E-mail de Agradecimento:

De: GIVA [mailto:giva@fcna.up.pt] Enviada: terça-feira, 26 de Abril de 2005 16:39 Assunto: Agradecimento-Inquérito 91-110

Exmo. (a) Sr. (a) Dr. (a),

Venho acusar a recepção do Inquérito aos Diplomados em Ciências da Nutrição e agradecer a sua colaboração neste Observatório de Emprego.

Com os melhores cumprimentos, Conceição Costa

GIVA-Gabinete de Inserção na Vida Activa Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação-UP R. Dr. Roberto Frias 4200-465 Porto Tel.: 225074320 Fax: 225074329 giva@fcna.up.pt www.fcna.up.pt

XXV

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Guiões das entrevistas Guião de entrevista semi -estruturada de cariz biográfico para os diplomados

desempregados

(ainda

não

obteve

emprego

desde

a

conclusão da licenciatura) 1ª Parte . trajectória académica.

- escolha do curso - percepção face á formação obtida na licenciatura

. estágio académico.

- importância do está gio na inserção no mercado trabalho - potencialidades do estagio/dificuldades no mesmo

. como encara a inserção profissional dos diplomados em Nutrição e a conseque nte visibilidade desta profissão.

. após o termino da licenciatura.

- estratégias adoptadas para obtenção de emprego - principais dificuldades encontradas - como vivência a sua situação actual perante o trabalho - como percepciona o emprego ideal

2ª Parte . Após finalizar a l icenciatura: - quais as princi pais transformações na vida - Nos seus projectos de vida - Nos seus tempos livres

. Eventual influência do novo ciclo de vida nos lazeres domésticos. .Vantagens/desvantagens de “sair” versus “ficar em casa”.

Em casa vs Na rua :

XXVI

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- quais as actividades mais frequentes e os equipamentos mais utilizados.

- Alguma coisa a acrescentar que considere relevante.

XXVII

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Guião de entrevista semi -estruturada de cariz biográfico para os diplomados empregados (entre 1 mês a 6 meses até obtenção de emprego)

1ª Parte . trajectória académica.

- escolha do curso - percepção face á formação obtida na licenciatura

. estágio académico.

- importância do está gio na inserção no mercado trabalho - potencialidades do esta gio/dificuldades no mesmo

. após o termino da licenciatura.

- estratégias adoptadas para obtenção de emprego - principais dificuldades encontradas - funções no local de trabalho - principais dificuldades que sentidas quando começou a trabalhar - como percepciona o emprego ideal

. a inserção profissional dos diplomados em Nutrição e a consequente visibilidade desta profissão.

2ª Parte . . Após finalizar a l icenciatura: - quais as princi pais transformações na vida - Nos seus projectos de vida - Nos seus tempos livres

. Eventual influência do novo ciclo de vida nos lazeres domésticos. .Vantagens/desvantagens de “sair” versus “ficar em casa”.

Em casa vs Na rua : - quais as actividades mais frequentes e os equipamentos mais utilizados.

XXVIII

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Guião de entrevi sta semi-estruturada de cariz biográfico para os diplomados empregados (antes da conclusão da licenciatura)

1ª Parte . trajectória académica.

- escolha do curso - percepção face á formação obtida na licenciatura

. estágio académico.

- importância do estágio na inserção no mercado trabalho - potencialidades do estagio/dificuldades no mesmo

. a obtenção do emprego: - Características da sua especificidade (estratégias adoptadas)

- funções no local de trabalho - principais dificuldades que senti das quando começou a trabalhar - o emprego ideal

. a inserção profissional dos diplomados em Nutrição e a consequente visibilidade desta profissão.

2ª Parte . Após finalizar a l icenciatura: - quais as princi pais transformações na vida - Nos seus projec tos de vida - Nos seus tempos livres

. Eventual influência do novo ciclo de vida nos lazeres domésticos. .Vantagens/desvantagens de “sair” versus “ficar em casa”.

Em casa vs Na rua : - quais as actividades mais frequentes e os equipamentos mais utilizados.

XXIX

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Guião de observação das entrevistas Categorias

Entrevista nº

Data Local de realização Duração: Entrevistado: Entrevistador(es): Registo da entrevista Tipo de vestuário Estilo da linguagem Receptividade Conhecimento do tema Compreensão das questões Hesitações Observação do não verbal Interrupções Barulho de fundo Impressão geral do entrevistado Balanço final

XXX

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Grelha de análise das entrevistas Analise categorial das entrevistas CATEGORIAS

SUBCATEGORIAS

EXCERTOS

TRAJECTÓRIA ACADÉMICA ▪Conhecimento do curso ▪Escolha do curso ▪Representações face à formação ▪Estágio académico ▪Apoio da Faculdade na inserção pa a á vida activa

FINAL DA LICENCIATURA ▪Estratégias desenvolvidas ▪Dificuldades sentidas ▪Transformações com o terminar da Licenciatura ▪Prespectivas de Inserção

EMPREGO ▪Percepção da situação profissional actual ▪Representações face ao Emprego Exercido ▪Funções no local de trabalho ▪Dificuldades sentidas no exercício da actividade ▪Balanço Provisório

FUTURO ▪Projectos ▪Situação profissional ideal

REPRESENTAÇÕES DA INSERÇÃO PROFISSIONAL DOS LICENCIADOS

PERCEPÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO EM NUTRIÇÃO

OCUPAÇÃO DOS TEMPOS LIVRES

▪Actividades exercidas na actualidade ▪Equipamentos utilizados ▪Percepção sobre o novo ciclo de vida

FREE NODES

XXXI

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Cronograma da Investigação Ano

Fases do projecto

3ª Fase

2ª Fase

1ª Fase

Meses

2004

2005

N D J F M A

M

J

J

A

Fase exploratória ▪ Definição dos objectivos da investigação.

▪ Pesquisa bibliográfica e consulta de outras fontes de informação.

▪ Levantamento da amostra da população a inquirir (2000-2004).

▪ Actualização da base de dados da população a inquirir.

▪ Administração de entrevistas exploratórias.

Fase de construção do quadro teórico de análise ▪ Construção do quadro teórico e conceptual de análise.

▪ Elaboração do projecto de investigação.

Metodologia e técnicas de recolha de dados ▪ Dados documentais ▪ Elaboração do instrumento base da pesquisa: inquérito por questionário ▪ Definição da população a inquirir.

▪ Actualização da base de dados.

▪ Administração dos pré-testes.

▪ Aplicação (envio) do inquérito por questionário via postal.

▪ Reforço ao preenchimento do inquérito.

▪ Construção do guião das entrevistas e do guião de observação das mesmas ▪ Administração das entrevistas Fase de Tratamento e análise da informação ▪ Nova pesquisa bibliográfica ▪ Tratamento informático dos dados quantitativos dos inquéritos . construção da base em SPSS . inserção dos dados dos inquérito . transcrição das respostas abertas ▪ Tratamento dos dados qualitativos (análise das questões abertas) do inquérito ▪ Tratamento e análise qualitativa das entrevistas . transcrição das entrevistas . análise e tratamento da entrevistas ▪ Análise dos dados (quantitativo e qualitativo) ▪ Redacção do relatório final da pesquisa

XXXII

S

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Anexo III

Anexo estatístico

Analise dos Dados

XXXIII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Secção A Quadro nº. i - Total de inscritos por ano de análise An o

N º t o t al d e d ip lo m a do s

2000

34

2001

74

2002

44

2003

33

2004

60

T o t al :

245

Quadro nº. ii - Nacionalidade do Inquirido

N Portuguesa

% 133

Outra Total

98,5

2

1,5

135

100,0

Quadro nº. iii - Idade do Inquirido

Idade 23

12

% 8,9

24

14

10,4

25

25

18,5

26

18

13,3

27

19

14,1

28

16

11,9

29

10

7,4

30

8

5,9

31

1

,7

33

1

,7

36

1

,7

38

2

1,5

39

1

,7

40

2

1,5

42

1

,7

43

1

,7

45

1

,7

46

1

,7

48 Total

N

1

,7

135

100,0

XXXIV

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Idade do Inquirido N Média Moda Desvio Padrão

135 27,52 25 4,725

Figura nº. i – Alunos matriculados no ensino superior, segundo o sexo

Fonte 1 – INE, Portugal Social 1991-2001, p. 80

Quadro nº. iv - Estado Civil do Inquirido

N Solteiro/a União de Facto

% 89

67,4

6

4,5

34

25,8

Divorciado/a

2

1,5

Viúvo/a

1

,8

132

100,0

Casado/a

Total

XXXV

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº. v - Idade do inquirido, segundo o seu estado civil Estado Civil

Idade do inquirido em classes

23

Solteiro/a 11

União de Facto 0

24

14

0

0

25

20

1

4

26

18

0

27

10

28

9

29 30 >=31 Total

Casado/a 0

Divorciado/a 0

Viúvo/a 0

Total 11

0

0

14

0

0

25

0

0

0

18

2

7

0

0

19

1

6

0

0

16

3

1

4

0

0

8

4

0

4

0

0

8

0

1

9

2

1

13

89

6

34

2

1

132

Quadro nº. vi - Sexo do inquirido, segunda a idade e o estado civil Estado Civil

Sexo do Inquirido

Feminino

Idade do inquirido

23

Solteiro/a 9

União de Facto 0

24

13

0

25

12

0

26

12

27 28

Idade do inquirido

Viúvo/a 0

9

0

0

0

13

4

0

0

16

0

0

0

0

12

9

1

6

0

0

16

7

1

6

0

0

14

29

2

1

4

0

0

7

30

2

0

4

0

0

6

>=31

0

1

7

1

1

10

1

103

66

4

31

1

23

2

0

0

0

2

24

1

0

0

0

1

25

8

1

0

0

9

26

6

0

0

0

6

27

1

1

1

0

3

28

2

0

0

0

2

29

1

0

0

0

1

30

2

0

0

0

2

0

0

2

1

3

23

2

3

1

29

>=31 Total

Divorciado/a 0

Total Masculino

Casado/a 0

Total

XXXVI

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº. vii – Mobilidade geográfica

Distritos Angra do Heroísmo Aveiro Braga Bragança Castelo Branco Coimbra Faro Funchal Guarda Leiria Lisboa Ponta Delgada Porto Santarém Setúbal Viana do Castelo Vila Real Viseu N

Antes de Ingressar na FCNAUP %

Primeira Actividade %

Actualmente %

0,8 8,3 10,5 1,5 0,8 3,8 0,8 3,8 1,5 1,5 2,3 2,3 42,9 0,8 5,3 5,3 6,0 2,3 133

0,8 4,2 9,2 0,8 0,8 4,2 0,8 2,5 0,8 0,8 7,5 0,8 52,5 0,8 4,2 4,2 1,7 3,3 120

0,8 8,3 8,3 1,5 0,8 3,8 0,8 3,8 0,8 0,8 7,5 0,8 47,4 0,8 5,3 3,8 2,3 3,0 133

Quadro nº. viii – Grau de Escolaridade dos Pais 1º ciclo do ensino básico 2º ciclo do ensino básico 3º ciclo do ensino básico Ensino secundário Ensino superior Mestrado ou Doutoramento N

Pai 36,6 5,2 17,9 15,7 20,1

Mãe 32,8 11,2 11,2 15,7 27,6

4,5 134

1,5 134

XXXVII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº. ix – Situação face à profissão dos pais Exerce uma profissão por conta de outrem Exerce uma profissão por conta própria (sem empregados) Exerce uma profissão por conta própria (empregador) Outra situação N

Pai

Mãe

64,4

61,1

9,3

8,3

24,6 1,7 118

13,9 2,8 108

XXXVIII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Secção B

Figura nº. ii - Inquiridos por ano de conclusão da licenciatura121

30

25

20

% 15

29,63% 26,67%

10 17,78% 13,33%

12,59% 5

0 2000

2001

2002

2003

2004

121

Verificamos que os diplomados que finalizaram a sua licenciatura em 2004, são os que estão mais representados (29,6%), seguindo-se os que terminaram em 2001 (26,6%), sendo que os que terminaram a sua licenciatura em 2000 são os que estão menos representados (12,6%).

XXXIX

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº. iii - Idade do inquirido aquando da conclusão da licenciatura

20

15

% 10

5

0 23 24 25 26 27 28 29 30 31 33 36 38 39 40 42 43 45 46 48

Idade do Inquirido

Quadro nº. x - Sexo do inquirido, segundo a idade que tinha quando terminou a licenciatura

Idade que tinha quando terminou a licenciatura (agrupada) 22 Sexo do inquirido Total

feminino

23 11

24

25

26

27

28

≥ 29 8

Total 105

49

21

6

3

4

3

2

9

11

3

0

0

0

4

29

13

58

32

9

3

4

3

12

134

masculino

Idade aquando da conclusão da licenciatura N Média Moda Desvio Padrão Mínimo Máximo

134 25,00 23 4,808 22 47

XL

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº. iv – Avaliação positiva face ao apoio da Faculdade na transição para a vida activa

100 90 80

76,4

70

%

64,7

62,5

60 52,7

50 40 30

29,4

20 10 0 2000

2001

2002

2003

2004

Ano de Conclusão da Licenciatura

Figura nº. v - Avaliação positiva da formação adquirida Apoio na Transição para a Vida Activa

60

Adequação ao Mercado de Trabalho

73

Competências Profissionais

93

Competencias Relacionais

84

Desenvolvimento Pessoal

93

Estrutura Curricular

87

Actualidade das Matérias

97

Formação Prática

62

Formação Teórica

97

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

0

XLI

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº. vi - Relacionamento da formação extracurricular com a licenciatura

60

50

40

% 30 53,97%

20 34,92%

10 8,73%

0

1,59%

0,79%

N = 129

Nada

Pouco

Medianamente

Bastante

Muito

Quadro nº. xi - Frequentou e/ou encontra-se e frequentar algum tipo de formação

n

%

Sim

95

70,4

Não

40

29,6

Total

135

100,0

XLII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº. vii – Tipo de formação pós-graduada (concluída e a frequentar)

50 45 40

38,6

35 30 %

25

21,7 18,7

20 15

11,4

10 5,4

4,2

5 0 CAP

Pós Graduação

Outra licenciatura

Outra

Mestrado

Doutoramento

Quadro nº. xii- Formação adquirida pós-licenciatura Pós-graduação Mestrado Doutoramento Outra licenciatura CAP Outra formação

N 19 31 7 9 66 35

Concluída 73,7% 6,5% 0% 11,1% 95,5% 80%

A frequentar 26,3% 93,5% 100% 88,9% 4,5% 20%

Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%

XLIII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Secção C Quadro nº. xiii – Alguma vez trabalhou durante a licenciatura

n Sim

% 49

36,3

Não

86

63,7

Total

135

100,0

Quadro nº. xiv – O trabalho estava relacionado com a licenciatura

n

%

Sim

21

42,9

Não

28

57,1

Total

49

100,0

Quadro nº. xv – Regime de trabalho durante a licenciatura, segundo o relacionamento com a mesma O trabalho estava relacionado com a licenciatura Sim Tipo de trabalho realizado durante a licenciatura

Trabalhei a tempo inteiro

n %

Trabalhei a tempo parcial

n %

Efectuei trabalhos pontuais Total

n % n %

Não 7

6

Total 13

33,3%

21,4%

26,5%

3

11

14

14,3%

39,3%

28,6%

11

11

22

52,4%

39,3%

44,9%

21

28

49

100,0%

100,0%

100,0%

XLIV

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº. xvi – Descrição dos outros locais onde realizaram estágio n locais pré-definidos

Outos Locais

% 115

85,2

Centro paroquial/comunitário

2

1,5

Clube desportivo

3

2,2

Direcção Regional de Agricultura

1

,7

DRE-Direcção Regional de Educação

2

1,5

Empresa de Consultoria HACCP

1

,7

Escola

2

1,5

Instituição militar

1

,7

Instituto Nacional de Saúde

1

,7

Lar

1

,7

Local indefinido

1

,7

Marinha Portuguesa

2

1,5

Região/Sub-Região de Saúde

1

,7

SAS - Servições de Acção Social (UP)

1

,7

SPA

1

,7

Total

135

100,0

Figura nº. viii – Outros Locais de estágio 10

Centro Paroquial/Comunitário

15

Clube desportivo

5

Direcção Regional de Agricultura

10

DRE- Direcção Regional de Educação

5

Empresa de Concultoria/HACCP

10

Escola Inatituto Nacional de Sáude

5

Instituição Militar

5

Lar

5

Local indefinido

5 10

Marinha Portuguesa Região/Sub-Região de Sáude

5

SAS- Serviços de Acção Social (UP)

5

SPA

5 0

2

4

6

8

10

12

14

16

%

XLV

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº. xvii – Dificuldades na obtenção do primeiro emprego

Sim

n 73

% 56,2

Não

57

43,8

Total

130

100,0

Quadro nº. xviii - Intervalo de tempo até à obtenção de uma actividade remunerada na área de formação, segundo o ano de conclusão da licenciatura Intervalo de tempo até à obtenção de uma actividade remunerada na área de formação Ainda não Entre 1 mês Entre 6 obteve Até 1 mês a 6 meses meses a 1 Mais de 1 emprego Antes da após a após a ano após a ano após a após a conclusão da conclusão da conclusão da conclusão da conclusão da conclusão da licenciatura licenciatura licenciatura licenciatura licenciatura licenciatura Ano de conclusão da licenciatura

2000

25,0%

18,8%

43,8%

2001

19,4%

16,7%

2002

16,7%

16,7%

2003

27,8%

2004

23,7%

Total

12,5%

,00

,00

100,0%

41,7%

8,3%

11,1%

2,8%

100,0%

33,3%

25,0%

4,2%

4,2%

100,0%

5,6%

55,6%

5,6%

,00

5,6%

100,0%

21,1%

26,3%

,00

,00

28,9%

100,0%

XLVI

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº. ix – Distribuição dos indivíduos, dos 15 aos 35 anos, por duração da procura do 1º emprego após o abandono ou interrupção, por níveis de ensino completo aquando do abandono dos estudos

Quadro nº. xix – Actividades não remuneradas na área de formação n

%

Sim

34

25,4

Não

100

74,6

Total

134

100,0

Quadro nº. xx – Situação face ao mercado de trabalho, segundo o ano de conclusão da licenciatura e o sexo Sexo do Inquirido

Ano de conclusão da licenciatura 2000

2001

2002

2003

Total 2004

XLVII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Feminino

Exerce alguma actividade remunerada

Sim, na minha área de formação Sim, mas noutra área de formação Não, nunca trabalhei na minha área de formação Não,já trabalhei na minha área de formação mas fiquei desempregado

Total Masculino

Exerce alguma actividade remunerada

Total

Sim, na minha área de formação Sim, mas noutra área de formação Não, nunca trabalhei na minha área de formação Não,já trabalhei na minha área de formação mas fiquei desempregado

12

26

17

8

19

82

1

1

0

1

2

5

0

1

1

0

9

11

1

2

2

1

0

6

14

30

20

10

30

104

3

5

4

6

6

24

0

1

0

2

0

3

0

0

0

0

1

1

0

0

0

0

1

1

3

6

4

8

8

29

Figura nº. x – Taxa de actividade e taxa de desemprego dos indivíduos dos 15 aos 35 anos que abandonaram ou interromperam o ensino, por nível de ensino aquando o abandono.

Figura nº. xi - Forma de obtenção do primeiro emprego e do emprego actual

XLVIII

17,6 15,7 18,3 13,9 11,1 12,5 7,4 6,7

11,5

11,1 12,5

13,9

14,4

8,7 4,6

7,7 0,9 2,9

3,7 4,8

An ún cio sn a

M an tev eo

O utr o

20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0

em pre Co go nc ur so im pú pr bli en co Ce sa , ntr po od rta eE is… m Fa pr m eg ilia o, res G /am IV A… igo s/c on he Na cid Co se os nta qu cto ên cia pro do fis sio es na tág l io cu rric ula r Au topr op Cr os iou ta um ae m pre sa

%

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

1º Emprego

Emprego Actual

Quadro nº. xxi – Descrição dos outros locais onde realizaram a primeira actividade profissional

Outros locais

locais pré-definidos Centro Dietético Centro Distrital de Segurança Social Centros(s) de Estética Direcção Regional de Educação Empresa de Consultadoria Empresa/Escola de formação Fundação Portuguesa de Cardiologia Indústria Farmacêutica Instituto do Desporto Local indefinido Região/Sub-Região de Saúde Total

n 122 1

% 90,4 ,7

1

,7

1

,7

1

,7

1

,7

2

1,5

1

,7

2 1 1

1,5 ,7 ,7

1

,7

135

100,0

XLIX

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº. xii – Outros Locais de Trabalho na Primeira Actividade Centro Dietético

7,7

Centro Distrital de Segurança Social

7,7

Centro(s) de Estética

7,7

Direcção Regional de Educação

7,7

Empresa de Consultadoria

7,7

Fundação Portuguesa de Cardiologia

7,7

Instituto do Desporto

7,7

Local indefinido

7,7

Região/Sub-Região de Saúde

7,7

Empresa/Escola de Formação

15,4

Indústria Farmacêutica

15,4

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

%

Quadro nº. xxii – Descrição dos outros locais de trabalho da actividade principal actual

Outros locais

n

%

Locais pré-definidos

116

85,9

Associação de Desenolvimento Local

1

,7

Centro Distrital de Segurança Social

1

,7

Centro Regional de Saúde Pública

1

,7

Centros(s) de Estética

3

2,2

1

,7

1

,7

Empresa/Escola de formação

2

1,5

Escola

1

,7

Indústria Farmacêutica

2

1,5

Instituto do Desporto

1

,7

Local indefinido

2

1,5

Marinha Portuguesa

1

,7

Região/Sub-Região de Saúde

2

1,5

135

100,0

Direcção Geral de Saúde DRE-Direcção Regional de Educação

Total

L

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº. xiii – Outros locais de trabalho na actividade principal

15,8

Centro(s) de Estética Região/Sub-Região de Saúde

10,5

Local Indefinido

10,5

Indústria Farmacêutica

10,5

Empresa/Escola de Formação

10,5

Marinha Portuguesa

5,3

Instituto do Desporto

5,3

Escola

5,3

DRE-Direcção Regional de Educação

5,3

Direcção Geral de Saúde

5,3

Centro Regional de Saude Publica

5,3

Centro Distrital de Segurança Social

5,3

Associação de Desenvolvimento Local

5,3 0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

%

LI

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº. xxiii - Combinações das áreas de actuação na primeira actividade profissional n Areas pré-definidas Nutrição clinica + nutrição comunitária Nutrição clinica + nutrição comunitária+ formação Segurança alimentar+formação+investig ação Formação+consultadoria+nut rição comunitaria Restauração colectiva+segurança alimentar Nutrição comunitaria+segurança alimentar+formação Nutrição Clínica+Formação Nutrição comunitária + Formação Nutrição Combinações comunitária+consultadoria consultadoria+segurança alimentar Restauração Colectiva+consultadoria+inve stigação N.clinica+N.comunitaria+rest. colectiva+seg. alimentar+formaçã Nutrição clinica+seg alimentar nutrição clinica+rest colectiva Nutrição clinica+restauração colectiva+seg. alimentar investigação+seg. alimentar+controlo qualidade nutrição comunitaria+ensino+rest. colectiva+seg.alimentar Total

% 60

61,9

13

13,4

4

4,1

1

1,0

1

1,0

3

3,1

1

1,0

1

1,0

1

1,0

1

1,0

1

1,0

1

1,0

1

1,0

1

1,0

4

4,1

1

1,0

1

1,0

1

1,0

97

100,0

LII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº. xxiv – Combinações das áreas de actuação na actividade principal n Áreas pré-definidas Nutrição clinica + nutrição comunitária Nutrição clinica + nutrição comunitária+ formação Segurança alimentar+formação+investiga ção Consultadoria+nutrição clinica Formação+consultadoria+nutr ição comunitaria Restauração colectiva+segurança alimentar Nutrição comunitaria+segurança alimentar+formação Nutrição Clínica+Formação Nutrição comunitária + Formação Nutrição Combinações comunitária+consultadoria Investigação+Formação N.clinica+N.comunitaria+rest. colectiva+seg. alimentar+formaçã N.comunitaria+investig+r. colectiva+seg. alimentar+form+consul Nutrição clinica+seg alimentar nutrição clinica+rest colectiva Restauração colectiva+controlo qualidade Nutrição clinica+restauração colectiva+seg. alimentar nutrição comunitária+rest. colectiva+seg alimentar+controlo q nutrição comunitaria+ensino+rest. colectiva+seg.alimentar Total

% 67

63,7

9

8,8

3

2,9

1

1,0

2

2,0

2

2,0

1

1,0

1

1,0

2

2,0

1

1,0

1

1,0

1

1,0

1

1,0

1

1,0

1 3

1,0 2,9

1

1,0

2

2,0

1

1,0

1

1,0

102

100,0

LIII

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Quadro nº. xxv – Combinações das áreas de actuação para a primeira actividade secundária n

Combinações

áreas pré-definidas Segurança alimentar + Controlo de qualidade Nutrição clinica + nutrição comunitária Nutrição clinica + nutrição comunitária+ formação Consultadoria+nutrição clinica formação+consultadoria Restauração colectiva+segurança alimentar Restauração+consultadoria consultadoria+segurança alimentar N.clinica+N.comunitaria+rest. colectiva+seg. alimentar+formaçã nutrição clinica+rest colectiva Nutrição clinica+restauração colectiva+seg. alimentar Total

% 46

79,3

1

1,7

2

3,4

1

1,7

1

1,7

1

1,7

1

1,7

1

1,7

1

1,7

1

1,7

1

1,7

1

1,7

58

100,0

Quadro nº. xxvi - Combinações das áreas de actuação para a segunda actividade secundária n Áreas pré-definidas Nutrição clinica + nutrição comunitária Restauração colectiva+segurança alimentar Nutrição Combinações comunitaria+segurança alimentar+formação nutrição clinica+rest colectiva Restauração colectiva+formação Total

% 28

82,4

1

2,9

1

2,9

2

5,9

1

2,9

1

2,9

34

100,0

LIV

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Figura nº. xiv – Satisfação positiva face ao enquadramento profissional* Novos Projectos

67,6

Tempos Livres

69,9

Localização

79,0

Incentivo à Formação

49,5

Beefícios Sociais

29,4

Aplicação de conhecimentos

86,4

Correspondência actividades/qualificações

85,7

Responsabilidade

91,4

Relações/Ambiente de Trabalho

90,5

Interesse da Actividade

87,4

Autonomia

85,7

Oportunidades de Promoção

43,1

Remuneração

57,1

Situação Contratual

51,9

Estabilidade

58,5 10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

%

0,0

*agregação das categorias valorativas satisfeito/a; muito satisfeito/a

LV

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

LVI

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

Índice do Relatório: INTRODUÇÃO: ............................................................................................................................... 1

I.

PARTE ................................................................................. 6

CAPÍTULO 1 ............................................................................... 6 1. OS JOVENS ...................................................................................................................... 6 2. O MERCADO DE TRABALHO ............................................................................................ 7 3. OS JOVENS DIPLOMADOS E O SISTEMA DE EMPREGO .................................................... 8

CAPÍTULO 2 .............................................................................. 10 1. A FCNAUP ................................................................................................................... 10 2. OBSERVATÓRIO DO EMPREGO DOS DIPLOMADOS EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO ........... 11 3. A INSERÇÃO PROFISSIONAL DOS DIPLOMADOS EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO ............... 13 3.1.Definição dos parâmetros da investigação.............................................................. 13 4. METODOLOGIAS E TÉCNICAS ........................................................................................ 14 5. A PESQUISA EMPÍRICA ................................................................................................. 17 5.1 Definição do Universo: ........................................................................................... 18 5.2 Definição da Amostra: ............................................................................................ 18 5.3 Construção da base de contactos: ........................................................................... 18 5.3.1.Uniformização e actualização dos dados ........................................................................................ 18

5.4 Recolha de informação. ........................................................................................... 19 5.5 As técnicas metodológicas: ..................................................................................... 19 1) O Inquérito por questionário via postal: .............................................................................................. 19 a) Pré-teste ........................................................................................................................................... 19 b) Aplicação da técnica: O Inquérito via Postal ............................................................................. 20 c) Controle de qualidade: .................................................................................................................. 22 d) Base de dados dos inquéritos ........................................................................................................ 23 i) Codificação e configuração ..................................................................................................... 23 ii) Definição das variáveis............................................................................................................. 23 iii) Respostas às Perguntas Abertas ............................................................................................. 23 2) A entrevista:.......................................................................................................................................... 23

II.

PARTE ............................................................................... 26

CAPÍTULO 3 ............................................................................. 26 1. A N Á LI S E DO S D A DO S : O C A S O DO S N UT R I C IO NI S T A S D IP LO M A DO S P E L A F.C.N.A.U.P. ............................................................................................................... 26 A. Caracterização da população inquirida ................................................................... 27

B. 1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

C. 1.

2.

1. Estado civil............................................................................................................................................ 29 2. Mobilidade geográfica e social ............................................................................................................ 30 a) Mobilidade geográfica ..................................................................................................................... 31 b) Mobilidade Intergeracional.............................................................................................................. 33 3. Situação socioprofissional dos pais...................................................................................................... 35 CARACTERIZAÇÃO DO PERCURSO FORMATIVO ..................................................... 39

Ano de conclusão da licenciatura ............................................................................. 39 Idade aquando a conclusão da licenciatura ............................................................. 40 Média final do curso ................................................................................................. 41 Avaliação da formação adquirida durante a licenciatura ........................................ 42 Formação extracurricular durante a licenciatura .................................................... 44 Avaliação da formação extracurricular, segundo o relacionamento com a licenciatura 45 Formação Pós-licenciatura ...................................................................................... 45 CARACTERIZAÇÃO DA TRANSIÇÃO AO MERCADO DE TRABALHO .......................... 48 Experiência profissional durante a licenciatura ....................................................... 48 O estágio académico ................................................................................................. 50 a)▪ Caracterização do estágio académico ................................................................................................. 51

3. Situação e percurso profissional ............................................................................... 53

i

O b s e r v a t ó r i o d o E m p r e g o - C a r ac t e r i z a ç ã o S ó c i o - P r o f i s s i o n a l d o s N u t r i c i o n i s t a s

a) A problemática do primeiro emprego .................................................................................................. 53 c)▪ Dificuldades sentidas na inserção no mercado de trabalho................................................................ 57 d)▪ Estratégias utilizadas para a obtenção do primeiro emprego ............................................................. 58 e)▪ Actividades não remuneradas na área de formação ........................................................................... 59 f)▪ Situação actual perante o trabalho ...................................................................................................... 60

4. Trajectória profissional ........................................................................................... 62 a)▪ Mobilidade profissional....................................................................................................................... 63 b)▪ (A evolução d)O percurso profissional............................................................................................... 64

5. Satisfação profissional face ao enquadramento profissional .................................... 72 6. Actividades secundárias............................................................................................ 74 7. Percepção face ao mercado de trabalho em Nutrição .............................................. 79

III. PARTE ................................................................................ 81 CAPÍTULO 4 ...................................................................................................................... 81 1. I N T R OD U Ç ÃO ............................................................................................................. 81 2. H I S TÓ R I A S D E V I D A ................................................................................................ 83

BIBLIOGRAFIA ......................................................................... 98

ii