A Arte do Terror - Volume 4

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A Arte do Terror – Volume 4

Diário de Viagem André Luiz de Melo

Diário da expedição, 17 de março de 1995 Hoje, ao meio dia, nossa expedição deixou a sede da UFAM para adentrar os recôncavos inexplorados da floresta amazônica, na esperança de encontrar vestígios da mítica tribo perdida de índios canibais. Segundo os registros dos primeiros bandeirantes europeus, datados do Século XVI e XVII, existe uma cultura intocada no interior da floresta, às vezes descritos sem cabeça, com a face localizada de forma grotesca no peito, e um apetite voraz por carne humana. Desde que encontrou o totem de pedra sem cabeça, com o rosto esculpido exatamente no local que as lendas davam conta, o professor Pascoal está entusiasmado com a perspectiva de confirmar que tais seres realmente existiram. Nosso grupo é formado por três membros: o índio Tupinambã, guia que nos levará ao ponto em que a estátua foi encontrada; professor Pascoal, o líder aventureiro; e eu, um simples estudante de antropologia cultural fascinado pelas lendas antigas. Confesso que tenho certa preocupação com o meu tutor, que já se encontra na casa dos 63 e não possui mais o vigor da juventude. Vigor físico, quero dizer, pois seu espírito é destemido e esperançoso. Seguiremos o rio por alguns dias em um pequeno barco, depois mais uma semana de caminhada pela mata. Como teremos que carregar mochilas com as provisões e as barracas em grande parte da jornada, combinamos, Tupinambã e eu, em dividir o fardo mais pesado para não cansar em demasia o professor. Grande pesquisador de lendas, o professor Pascoal. Esta será uma expedição inesquecível. Diário da expedição, 21 de março de 1995

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