Queremos Ser Construtores da Paz
Um Mural da Paz e encenação
Há cerca de 120 dias, fomos uma vez mais aturdidos pelo pior da Humanidade: o desrespeito pela dignidade humana, a violação do direito à liberdade e à segurança, o direito à vida e à Paz… e o mundo voltou a chocar-se com tanta desumanidade e a chorar a destruição e as mortes, a falta de esperança e de futuro para tantos que deixaram de poder sonhar e sorrir, de ser e de viver.
E a Escola não ficou indiferente , desde a recolha de alimentos e roupas, os vídeos realizados em aulas com mensagens de apoio e conforto, e ainda um flash mob que envolveu quase toda a escola, muitas foram as iniciativas de solidariedade e de empatia com as vítimas, muitas foram as manifestações de reprovação dos opressores e dos jogos de poder.
Vivemos numa Escola que olha para além dos seus muros, que é espaço e tempo de cidadania ativa, com gente que lança o olhar para além de si e não fica indiferente ao que os rodeia.
As aulas serviam para esclarecer as dúvidas e angústias que os alunos traziam, para a análise e reflexão crítica sobre os acontecimentos e sua contextualização histórica, para sensibilizar para a violação dos direitos humanos que a humanidade historicamente tinha conseguido alcançar... e depois, depois os trabalhos apareciam, feitos em casa.
Foi assim que surgiu o primeiro mural, quase espontaneamente, sem qualquer planificação préviaqueríamos não fazer silêncio perante as atrocidades e desumanidades cometidas aos nossos olhos, queríamos mostrar a nossa indignação e fazer o que estava ao nosso alcance, queríamos marcar a diferença pela positiva... e surgiu a ideia do mural para «tocar» a comunidade educativa.
Ao longo dos meses, as turmas de 9º ano B e C foram trazendo esses trabalhos para o mural e a iniciativa alargou-se entretanto a outras turmas, nomeadamente ao 9º A, e às turmas de 11º J e K, que se uniram de alma e coração, manifestando-se em prol de mais e melhor humanidade!
Foi emocionante o caminho feito ao longo destes meses... um encher de coração observar que os alunos não queriam ficar indiferentes, o contágio que se ia alastrando entre eles, até pelos aparentemente mais apáticos e desligados... o gosto que tinham em estar a fazer algo pelo Outro...
E aos cartazes, fotos, mensagens, juntaram-se os tsurus e as coreografias, todos feitos em modo autónomo.
Pela arte, com os seus talentos e generosidade, desde a dança, à leitura expressiva, à musica, ao desenho, unidos pela mesma vontade de um mundo de Paz, os alunos criaram uma encenação, composta por diversos quadros, dando corpo e voz ao seu desejo de Ser para o Outro, de gritar contra a guerra, de olhar os céus numa prece de Paz, de cantar o sonho de mais e melhor futuro, alicerçando a nossa esperança confiante num mundo melhor!
Uma coisa importa salientar neste processo: os alunos demonstraram grande envolvimento cívico, sentido crítico e atenção ao que os rodeia, entusiasmo e autonomia na realização dos trabalhos.
https://youtu.be/Friwbs_dQf0
https://youtu.be/tuPcAjdorqA