Beast 2-Beast Part Two_Ella James

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Continua a escura jornada erótica de Annabelle, a filha do diretor, e o homem por quem ela anseia desde sua adolescência. Não mais Cal Hammond, o ator, Fera é um homem brutal que comanda as gangues da prisão por trás de uma capa de mistério e mentiras. O amor de Annabelle pode salvá-lo de seu passado maculado, ou seu engano irá arruinar a ambos?

* Beast 2 faz parte de uma série. Se você não gosta de séries ou histórias contadas e lidas em parcelas, esse livro provavelmente não é para você. Ele trata de assuntos intensos e apresenta sexo absolutamente de derreter calcinhas. Se você estiver em um ônibus, no metrô, em seu trabalho ou sendo babá de crianças inocentes, aconselho que leia essa história depois. Se simplesmente não conseguir esperar, você foi avisada. Fera vai deixar você molhada.


á uma unidade de

janela sussurrante no escritório, e esse é todo o som que há no mundo enquanto eu tento arrumar minhas roupas. Minha camisa foi empurrada quase sobre a minha cabeça, e meu sutiã deslizou acima dos meus seios, empurrando-os para baixo e para fora, como se estivessem em exibição para ele. Minha saia foi levantada acima do meu umbigo. Puxo-a para baixo pelos meus quadris e arrumo meu sutiã e a blusa. Minha calcinha está no chão de cimento, um pedaço de seda vermelha que ele só... aniquilou. Minhas mãos tremem quando eu abaixo para pegá-la. Ele está inclinado sobre a mesa, apenas me observando. Meu maxilar tenciona e posso sentir a pressão atrás dos meus olhos aumentar quando eu me lembro daquela noite, muito tempo atrás, na casa da festa. O jeito como ele me trouxe um pano. Eu me mexo para colocar a calcinha fio-dental no meu sutiã e ele caminha para mim, arrancando-a de mim antes que eu sequer puxasse o decote da minha blusa para baixo. — Minha. — ele diz sem rodeios.


Eu acho que posso odiar isso - a forma como os meus olhos se arregalam, o jeito que eu engulo todas as coisas que eu poderia dizer normalmente e só o deixo pegá-la. É como se eu quisesse me submeter tanto a ele que não consigo formar pensamentos coerentes aqui nesta pequena sala. Ele já a preenche muito bem. Meu olhar voa sobre ele, de cima a baixo. Eu sou como um programa de computador treinado para mapear o corpo deste homem. Noto uma cicatriz grossa na parte de trás da sua mão direita, e uma cicatriz nova e rosada em forma de raio logo abaixo da sua mandíbula. Seu rosto está diferente. Bem, claro. Eu posso ver cada mudança, porque faz anos desde que ele apareceu em uma revista ou na TV. De qualquer modo, ele ficou ainda mais bonito. Mais duro, sim, mas também mais preenchido: as maçãs do rosto mais altas, lábios mais arrebatadores, os olhos mais escuros, mais astutos. Seu cabelo está mais curto agora, nada para puxar. De calça e camisa preta, ele parece o Grim Reaper1. Não o tipo de Hollywood. Tudo nele se tornou mais real. Eu posso sentir isso. Pressiono meus lábios juntos e faço o meu melhor para desligar meus sentimentos. Se eu não fizer isso, tenho medo que comece a chorar. — Eu não sei se posso fazer isso. — por quê? Porque, apesar do jeito que ele me manipula, meu corpo ainda o deseja. Parte de mim quer empurrar minha saia para cima de novo, deitar no chão frio e deixar que ele me foda até que eu não consiga ver direito. Mas a outra parte - a parte emocional? Essa parte quer correr. — Você acabou de fazer. — diz ele. — Você comprou para ele um indulto de um dia.

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Grim Reaper é o Ceifador ou a Morte, associado, geralmente, àquela figura de manto preto que carrega uma foice.


Perco a batalha contra minhas lágrimas. Elas enchem meus olhos e ameaçam escorrer pelo meu rosto. Como você se tornou isso? Eu quero perguntar, mas é uma pergunta estúpida. Prisão: foi assim. Ele pisca, e eu não posso acreditar como ele é bonito, quão desajustado ele é neste cenário. Como é errado que ele acabou de ferir Holt. Talvez Holt o tenha traído. Conforme eu cresci, eu aprendi que Holt não é o perfeito “pai” que eu costumava pensar que ele era. Mas isso não apaga o erro do que Cal - Ricardo - Fera acabou de fazer com ele. — Eu realmente não te conheço, não é? — Claro que não. Por que você conheceria? Engulo em seco e desvio meus olhos. Só porque aquela noite foi essencial para mim, não significa que ele deveria se lembrar de mim. Consigo piscar para longe minhas lágrimas. Envolvo meus braços ao meu redor e tomo coragem de olhar para ele de novo. — Quais são os termos disso? — minha voz é suave. Meu olhar no dele está pegando fogo. Porque ele meio que machuca meus olhos. — Tudo que eu disser que é. Todos os dias, por três horas. Balanço minha cabeça. — Eu não posso. — eu sido por um caminho mais fácil e seguro. — Eu tenho que encontrar um emprego. — Esse é o seu emprego. — Não, eu digo, eu realmente tenho que conseguir um emprego. Eu tenho... contas. Ele se vira e arranca uma caneta e um bloco de notas da mesa. Ele sustenta o bloquinho de post-its amarelo na palma de uma grande mão e olha para mim. — Qual o número da sua conta bancária? Eu rio - só um pouquinho, apesar de tudo. — Você acha que eu sei isso? Ele arqueia uma sobrancelha escura. — Não?


— Não de cabeça. — movo meu braço para cavar na minha bolsa, então percebo que eu não a trouxe comigo. Eu giro em um círculo lento. Minha bolsa/carteira de couro marrom está no chão perto da porta. Abaixo-me para pegá-la e puxo meu cartão de apresentação que tem o número da minha conta bancário escrito no verso. O coloco em minha mão e olho de volta para ele. — O que você vai fazer com isso? Quer dizer... exatamente? — Vou colocar dinheiro, Anjo. Mordo meu lábio e tento pensar como fazer meu ponto sem dizer que estou falida. — Preciso ter certeza que é o bastante. Para eu... fazer isso. E não encontrar outro emprego onde eu serei tratada melhor. — sinto minhas bochechas esquentar um pouco, e isso me faz sentir ridícula. Por que ele me afeta desse jeito? Se eu me sentir assim toda vez que vier aqui, eu vou quebrar. — Eu não sou uma prostituta, você sabe. E me preocupo com o meu pai, mas não vou transar com você a qualquer hora que você pedir. Eu não sou esse tipo de pessoa. Ele fecha a distância entre nós com uma velocidade que parece sobrenatural. Suas mãos estão no meu rosto, trazendo meus olhos ao nível dos seus. E os dele são ardentes. — Que tipo de pessoa você não é, Anjo? O tipo de pessoa que fode sem pensar? Que gasta metade do dia deitada de costas, sendo martelada ao esquecimento. Ou sou eu? Você não é o tipo de pessoa que fode com alguém como eu? Eu pisco e as mãos dele, nos lados do meu rosto, suavizam um pouco. — Não é você. — eu murmuro. — Eu só... não sou uma puta. — Você não é uma puta. Você é a minha puta. Se eu quero te pagar pelo seu tempo, é porque eu cuido do que é meu. Ele liberta meu rosto e eu olho para ele, procurando por Cal Hammond e não encontrando nenhum traço do homem que ele era.


— Eu não sou sua. — eu sussurro. — Você é minha. Você está prestes a se vender para mim. — Porque eu tenho que fazer isso. Por que... — Porque você quer. Você quer isso. Por que você só não consegue admitir isso, Anjo? Minha boca quer abrir - para admitir que ele está certo - mas meu orgulho ferido me impede. Ele é só tão... arrogante. Entrego a ele o cartão e cruzo meus braços sobre o peito, observando quando ele recua, inclina as costas das coxas contra a mesa e começa a anotar o número da minha conta. Agora é hora de dizer mais. Quando ele não está olhando para mim, cruzando os fios dentro do meu cérebro. — O que você fez com Holt foi inaceitável. Foi horrível. Eu não me importo se você está na prisão. Se você se tornou alguém... violento. Isso não está certo. Eu não posso lidar com isso. Ele pisca friamente. — Eu vou decidir com o que você pode lidar. A propósito, eu não tenho o hábito de machucar quem trabalha comigo. Claro. — ele diz gracejando. — Eu não tenho o hábito de ser enganado e ter milhões de dólares roubados, também. Holt é especial nesse caso. Eu quero dizer a ele “Ele estava fazendo isso por nós. Por mamãe, Adrian e eu”. Em vez disso, eu aceno e afasto o olhar. Um segundo depois, ele me alcança devolve o meu cartão. Eu o deslizo dentro da minha bolsa e ofego quando ele enrola seus braços ao redor da minha cintura e me levanta do chão. Calor se espalha por mim, fazendo com que todo o meu corpo se aperte quando me iça sobre o seu ombro e caminha em direção à porta. — O que você está fazendo? — eu grito. — Tirando você daqui. — ele diz quando gira a maçaneta. — Eu tenho um motim para lidar, Anjo.


E, para o meu assombro, isso parece ser verdade. O corredor pelo qual ele me leva com pressa está absolutamente silencioso - é quase estranho; os homens nem sequer olham para ele; os guardas só acenam quando nós passamos - mas de algum lugar não muito longe, eu escuto o rugido de muitas vozes masculinas. Eu abro minha boca para perguntar a ele se está tudo bem. Estou preocupada com Holt. Preocupada com ele, também - só um pouquinho. Mas eu posso dizer que não deveria falar enquanto nós estamos no corredor. Tudo sobre essa atmosfera é respeitoso. Agarro seus ombros quando ele cobre a distância entre o corredor e a entrada principal da prisão. Estou aturdida quando a mulher do ponto de verificação de segurança caminha por nós, e ele me carrega passando por mais dois guardas, através de mais dois conjuntos de portas - todo o caminho para fora do prédio. Ele me coloca de pé, e estou duplamente aturdida ao ver meu carro parado à nossa frente. Um prisioneiro vestindo laranja sai e a ignição corta, como se por mágica. Sinto sua mão pressionada contra a parte inferior das minhas costas pelo tempo de uma respiração. — Cai fora daqui. Um carro irá até você amanhã. Eu juro, quando entro no carro e tomo meu assento, que o ouço dizer “Dezoito”.

*

Essa é a coisa mais estranha que já aconteceu comigo. Mãos para baixo. Eu nunca pensei que estaria cuidando de uma criança na minha idade, então isso é estranho também. Mas isso é o mais estranho.


Durante toda a noite, eu sonho com Fera. Os sonhos são estranhos. Ele está sem camisa, deitado na mesa do escritório de Holt com o seu grande pau muito duro para fora. Posso ver a mão dele se acariciando para cima e para baixo. Posso sentir minha boceta ficando molhada. Cada músculo dos seus ombros, peito e abdômen se destacam: pura perfeição masculina. Estou em pé acima dele, e ele estica, acariciando meu pescoço. Acariciando meu cabelo. Puxando-me sobre ele e beijando meus seios. Seus dedos estão batendo na minha boceta. Ele está sussurrando meu nome. Seus dedos me penetram. Deslizam para fora. Sua mão no meu ombro me acaricia. E então ele me empurra para fora dele. Meus pés batem no chão com um som suave, e seus olhos endurecem quando ele me diz para ir. Não é porque ele não me quer. É porque ele se importa comigo. Assim é como, quando estou enrolada em minhas cobertas, à deriva em algum lugar entre minha terra dos sonhos e a luz pré-amanhecer, eu sei que estou somente sonhando.

*

Verifico minha conta bancária depois do banho e ainda está sinistra. Estamos reduzidas a mil e cem dólares, o que poderia muito bem ser cinco dólares quando você tem contas médicas para pagar. Eu passo a manhã em um estado de fluxo, me perguntando o que eu irei fazer se isso não se concretizar. Talvez eu devesse ceder e aceitar o desemprego. Que outras opções eu tenho? Uma das minhas amigas da UCLA continua brincando sobre como eu deveria vender minhas calcinhas usadas em algum website pervertido. Quantas calcinhas eu teria que vender para pagar as contas?


Coloco meu telefone para baixo no balcão do banheiro. Inclino-me em direção ao espelho e pressiono minhas palmas contra meus cachos. Então eu estou falida. Esse é um problema que eu entendo bem o suficiente. Se o carro não vier, eu darei um jeito. Eu sempre dou. Mas e se ele colocar dinheiro na minha conta? E se o carro realmente vier como ele prometeu? Eu não liguei para Holt ainda, nem mesmo para ver como ele está, e eu acho que é porque, lá no fundo, eu não quero saber o que está acontecendo. Eu não quero saber quão provável é que isso esteja acontecendo. Que as minhas três horas gastas por dia com Cal - com Fera - são a única coisa que impede Holt de ser morto por causa do seu desfalque. Ao lado da insanidade geral da proposta de Fera, eu também estou tendo problemas em pensar no fato de que o encontrei de novamente. E de um jeito... Esfrego hidratante nos meus lábios e tento desligar meu cérebro por alguns minutos, mas isso não está acontecendo. Eu vejo o rosto dele nas capas de revistas que eu costumava esconder debaixo das minhas cobertas. Eu ouço a voz dele no escritório de Holt. — Eu não sou alguém que você conhece. Eu vou te machucar para o meu prazer. Eu vou te fazer pagar. Cada dia que você me foder, eu vou te fazer pagar. O que ele quis dizer com isso? Ontem, não demorou muito para ele gozar. Eu gozei só um segundo depois. O que me chocou. Ele puxou fora e derramou no chão, e depois limpou com alguns tecidos da mesa de Holt. E eu senti vergonha. E júbilo. E, mais do que tudo, confusão. Como alguém muda tanto? Continuo sentindo que ontem não foi real - mas foi. Se o carro aparecer, o que eu farei realmente?


Ele realmente machucaria Holt se eu o recusar? Ele disse três horas por dia, mas ele não disse três horas de sexo por dia. O que nós vamos fazer, se a gente não transar? E se nós... eu sinto calor entre minhas pernas e eu mudo um pouco de posição. Eu reprendo a toalha que está deslizando para baixo dos meus seios ainda úmidos e passo hidratante sob meus olhos e no meu pescoço. Devo estar uma bagunça maior do que eu pensei. Eu não o recusei de imediato quando ele fez a sua oferta ferrada. Eu não perguntei nada mais sobre como ele tem tanto controle. Como um prisioneiro tem tanto controle? Isso não faz sentido. Ele disse que comanda as gangues, então é isso, mas isso não explica como ele é capaz de caminhar para fora das portas da prisão. Como é possível que uma ex-celebridade - um garoto rico, que foi enviado para a prisão devido a um fatal acidente de carro - tenha se tornando... bem, uma Fera? Olho para meus olhos castanhos no espelho e tento imaginar o cara da festa na casa. Foi há muito tempo, mas eu tenho memórias vacilantes dessa noite que mudou toda a minha visão de mundo em um momento. Às vezes, quando eu sonho, ainda posso sentir o cheiro do sangue dele. Ouço as hélices do helicóptero chegando para salvá-lo. Mas estas imagens foram ultrapassadas pelo vívido e ultramusculoso monstro de boca suja da prisão. Eu acho que eu poderia odiá-lo. Eu acho que eu poderia salvá-lo. Garota estúpida. Tão perigoso... Eu termino de aplicar o creme e entro no meu quarto para me vestir quando meu telefone toca. Eu pulo, e minha toalha que não cobre muito cai no chão, deixando meu corpo tão nu quanto eu me sinto. Puxo a toalha para cima, a enrolo novamente ao meu redor e verifico o nome no telefone: Holt.


Deixo que toque mais uma vez enquanto debato sobre atender. Então tomo uma grande respiração. — Oi. — Annabelle. Estou feliz que você atendeu. — Sim? Há uma pausa - não qualquer uma, mas uma pausa durante a qual eu quase posso ver seus lábios se torcendo em uma careta. — Annabelle, querida. Eu sinto muito. Realmente sinto muito sobre ontem. Levou esse velho homem a se sentir algo muito longe de orgulhoso. Sabe o que eu quero dizer? Eu aceno. — Eu diria a você que eu fiz isso por você, pela sua mãe e por Adrian, mas isso seria uma mentira, e eu não minto para você. Eu fui ganancioso. Peguei o dinheiro e eu... — Pai, que dinheiro? — eu não entendo que tipo de negócios um pai poderia ter com Cal Hammond. Silêncio se espalha pela linha, e quando meu pai fala, posso ouvir os tons escuros da evasiva em sua voz. — Detalhes não são importantes, meu bem. Eu fiz algumas coisas erradas, e aceitei o que estava vindo para mim. A parte importante... o que eu quero que você saiba - é isso, eu não sou uma vítima. Eu não sei o que você disse para ele - eu nem sequer realmente me lembro de como eu acabei no corredor e você ficou trancada no escritório com ele. Mas eu sei uma coisa... — sua voz se quebra. — Não é assim que as coisas deveriam ser. Eu falhei com você. Eu balanço minha cabeça. O gelo em volta do meu coração começa a derreter um pouco. — Pai, você não falhou comigo. Parece que você falhou com você. Você quase foi morto! Como ele pode fazer isso, de qualquer maneira? Você é o diretor. — Você provavelmente está morrendo de medo. — ele diz, se esquivando da minha pergunta. — E... eu serei machista aqui - eu pensei nisso e seria melhor se você nunca mais voltasse aqui. Os homens aqui... depois que você


saiu... — mais silêncio. Seguido por um grosseiro: — Você está segura. Isso é tudo que importa. — Do que você está falando? O que aconteceu depois que eu saí? — ele está se referindo ao motim que Fera mencionou? Como Fera sequer sabia que havia um motim? Ele mencionou isso antes de nós deixarmos o escritório de Holt ontem. — Políticas da prisão não são preocupações suas. Você já tem outros encargos. E... bem, isso me leva às boas notícias que eu tenho para você, Annabelle, querida. Eu consegui uma maneira de você cuidar da família. — uma pausa, durante a qual eu posso dizer que ele está sorrindo. — Eu encontrei um trabalho para você. Fera - er, Ricardo - ele e eu temos feito reparações e ele teve uma boa ideia. Você será contratada para organizar a biblioteca da prisão. Você irá solicitar doações de livros, e Ricky irá financiar dispositivos para e-books. Todas aquelas coisas ultramodernas... — Eu sei o que é um e-reader, pai. — Bom. Então você vai organizar isso tudo. Eu sei que essa não é a profissão que você escolheu, mas é algo, pelo menos. Eu já tenho toda a papelada pronta, e enviei um email de aplicação, que será aprovado sem dúvida. Não há preocupações sobre nepotismo porque você não é minha filha biológica. O salário não é muito, mas já é alguma coisa. Quinze dólares por hora. Meu coração bate forte. Ele acabou de dizer que acha que eu não deveria volta a La Rosa. Então... — Eu farei isso de casa? Não na prisão? — Isso mesmo. — ele diz orgulhosamente. Eu afundo na beira da minha cama e tento respirar. — Não fui eu. — ele diz. — Foi ideia do Ricardo. E falando nisso, ele me disse que vocês se encontraram antes. Isso foi o que aconteceu, quando ele trancou vocês naquela sala? Ele desligou as câmeras. Eu não gosto disso, mas ele disse que vocês dois estavam refamiliarizando. Sinto uma explosão de calor entre as minhas pernas.


Minha garganta aperta. — Pai... eu não gosto muito do Ricardo. Nós podemos não falar mais dele? — Desculpe-me, novamente. — ele diz com remorso. — Eu espero que ele não tenha te tratado mal. Minhas bochechas queimam. Ele me fodeu como um animal - e eu gozei. Pressiono meus lábios juntos. — Não. Ele não tratou. — Fico feliz em ouvir isso. Annabelle, eu tenho que ir agora. Estou indo em uma viagem de negócios em duas horas. Algo urgente em Honduras. — O quê? Honduras? — Não se preocupe comigo. Serão somente dez dias. Ricky me perdoou e tudo ficará bem. Eu amo você, Annabelle. Quando eu desligo, estou mais confusa do que nunca. Escorrego para dentro do meu roupão azul e caminho pelo corredor. Posso ouvir Adrian e Holly através da porta do quarto de Adrian, falando sobre o cabelo da Cinderela. Eu contratei Holly para todos os dias dessa semana, durante o dia todo, porque eu não sabia quando o carro poderia vir me buscar, e eu achei que teria o dinheiro. Lágrimas enchem meus olhos, então escorrem pelas minhas bochechas porque eu sou estúpida. Tão estúpida. Por que eu o quero? Ele está certo. Eu não o conheço. Nem um pouco. E o que eu conheço - o que eu conheci dele recentemente - é terrível. Ele me tratou sem consideração. Sem cuidado. E eu sou tão patética, que na verdade eu gozei. Porque você é obcecada por ele. Porque sua vida é tão vazia. Eu volto pelo corredor e tento vazar meus sentimentos. Eu deveria estar feliz por não ter que voltar para a prisão. Obviamente, ele estava só me ameaçando. Brincando comigo. Talvez por isso eu me sinta tão idiota. Tão... usada.


Ele não ia matar Holt. De jeito nenhum. Apesar de como Holt soou no telefone com todo o seu balbucio “Fera me perdoou”, não faz sentido que um prisioneiro mantenha controle sobre um diretor. Eu acho que sou a imbecil aqui. Caminho até o meu quarto e fecho a porta. Sento na cama e coloco a cabeça nas mãos. Pergunto a mim mesma o que diabos há de errado comigo. Quando eu fiquei tão sozinha? Tão desesperada? Eu digo a mim mesma que estou feliz que a proposta dele era apenas um blefe perverso. Esse é o momento em que a minha campainha toca.


u me inclino contra a

parede no porão de teto baixo onde onze celas são dedicadas ao confinamento solitário. Os nós dos dedos da minha mão - aquela que está segurando o telefone ainda estão pingando sangue. Franklin Maloney: Um assassino de mulheres e um dos mais altos no ranking da Black Guerrilla2 daqui. Ele é a pessoa que começou o motim sobre Annabelle. Ele é a pessoa que vai receber surras diárias até que não possa mais desrespeitá-la. Depois os guardas irão espalhar a palavra que ele foi intimidado até a submissão por mim, e daí eu posso deixá-lo voltar para a população geral. — Holt ainda está no escuro? — pergunta a voz do outro lado da linha. — Ele sabe os planos que você tem para ela? — Sim e não, claro que ele não sabe. Minhas intenções não são da maldita conta dele. 2

Black Guerrilla Family é uma gangue de prisão fundada em 1966. Possui uma ideologia afro-americana marxista revolucionária. Suas principais atividades criminosas envolvem tráfico de drogas, roubo de carros, arrombamentos e homicídio. Ao mesmo tempo em que seus membros são negros, essa gangue tem como principais rivais a Aryan Brotherhood (brancos), a Mexican Mafia (mexicanos e hispânicos de modo geral) e a Texas Syndicate (hispânicos e eventualmente, brancos).


— Ela é filha dele. — ele diz. — Ela é o meu brinquedo. Agora pare de ser tão curioso. — Quem você acha que está no comando aqui? — ele me pergunta. — Neste caminho, sou eu. Siga em frente. Ele ri. — Como as coisas estão indo no Cartel Juarez? Alguma nova informação? Progresso nas contas? — Ainda não chegamos ao Suíço. Para a segunda, sim. Para a primeira, ainda está tudo como eu lhe disse da última vez. — Continue tentando. — Eu planejo isso. — eu digo. — E o motim? — ele pergunta. — Tenho Maloney quase subjugado. Novamente, ele dá uma risadinha preguiçosa. — O poderoso Fera. Assumo que o seu disfarce ainda está intacto? Eu rio baixinho. — O que você acha, idiota? — Você sempre foi um ator admirável. — Culpado. Até a próxima. — atiro meu telefone pré-pago no chão de tijolos, o pisoteio até que esteja inequivocamente quebrado, jogo os pedaços em uma lata de lixo e subo as escadas. Ao longo do caminho, paro e coloco a merda com alguns guardas. Doulhes uma atualização de quando meus próximos depósitos irão entrar em suas contas, e ouço suas listas de desejos. O dinheiro os mantêm complacentes, e fazer-lhes ocasionais pseudo-favores políticos os faz sentir como se nós fôssemos amigos.


Eu uso um dos códigos dos guardas para ganhar entrada em algumas passagens pessoais que irão encurtar meu caminho, e me dirijo para o meio da prisão hexagonal. Paro na cozinha, onde lavo minhas mãos, e depois vou para o segmento de trás do prédio principal, em direção ao anexo que, em alguns meses, se tornará a biblioteca da prisão, graças a uma generosa doação da Hammond Trust3. Coloco o código dos guardas em outro teclado e a porta se abre. Dou um passo para entrar no espaço grande e alto - tem a forma de uma colmeia, com janelas perfurando o teto cônico. As molduras são de madeira compensada agora. Madeira compensada reforçada com aço no exterior, e janelas à prova de balas triplamente envidraçadas que deixam a luz do sol ligeiramente âmbar. Olho ao redor da sala, onde prateleiras internas, bancos e até mesmo bancos para janelas estão tomando forma. O dinheiro dado pela fundação da minha família paga pelos livros e qualquer trabalho não-prisional, mas a construção do interior tem sido feita por nós, quase exclusivamente. Perto da parte de trás do edifício desenhado, há um pequeno laboratório com computadores, separado do resto do espaço. Lá, homens estão construindo mesas. Dentro de uma das gavetas é onde eu mantenho minhas ferramentas. Coisas para apimentar visitas íntimas que eu agendo uma ou duas vezes por mês, quando as minhas necessidades crescem demais para que eu consiga controlar. Enfio a pequena caixa de cedro debaixo do braço e volto para o espaço principal - vazio a essa hora, enquanto a maioria dos homens está no momento de descanso. Paro em uma pilha de madeira compensada equilibrada sobre uma mesa e começo a medir folhas para vários projetos. Entre as medições e deixar entalhes de lápis sobre as placas de madeira, observo a pequena porta de aço fechada à minha frente.

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Nome da instituição de caridade da família dele.


*

O homem que tocou a campainha se parece um pouco com um jovem Bill Cosby4. Ele está vestindo uma jaqueta azul de nylon sobre um uniforme de guarda marrom combinando com botas pretas, e quando eu abro a porta ele me surpreende ao olhar não para os meus peitos, mas direto nos meus olhos, e estender a mão. — Clinton. — diz ele, talvez com um pouco de alegria. Eu aperto a sua mão e depois dou meio passo para trás. — Posso te ajudar? — Você é Annabelle? Concordo com a cabeça. — Eu estou aqui para te pegar. Eu acho que eu sei onde ele quer me levar, mas ainda assim estou tendo um pouco de dificuldade em acreditar. — Aonde nós vamos? — eu tento - só para ouvir sua resposta. Ele levanta uma sobrancelha. — La Rosa. Fera me disse que você estava informada. Estava informada? Eu franzo a testa. — Eu não tenho tanta certeza.

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William Henry Cosby, Jr. mais conhecido como Bill Cosby, é um premiado comediante, ator, cantor, músico, produtor, escritor, educador e ativista americano.


— Você está ajudando com a biblioteca? Não é isso? Hmm. Eu pensei que fosse fazer isso à distância. — Ele quer te mostrar o layout, eu acho. Falar do planejamento. — o homem sorri. — Provavelmente foder esse rabo apertado. Eu o olho de boca aberta. — Desculpe, senhora. Eu tenho boca de presidiário. — Sim. Acho que você tem. — eu olho para ele de novo e depois digo. — Espere um pouco, por favor. Estarei de volta em um minuto. Eu fecho a porta na cara dele e fico parada do lado de dentro com a mão sobre o peito. Eu não posso ir realmente com ele! A garota louca enterrada várias camadas abaixo da habitual, racional e chata Annabelle tenta argumentar sim, você pode, mas quando eu procuro em minhas lembranças por algo reconfortante para me agarrar - um pensamento que vai me fazer sentir que eu posso fazer isso - não me vem absolutamente nada à cabeça. É verdade: eu não conheço Cal / Ricardo / Fera. Eu não sei nem sequer o nome dele. E o que eu conheço dele é assustador. Admita, Annabelle. Você não sabe o que ele vai te fazer. Ele não iria machucá-la. Ele poderia, no entanto. Não fisicamente. Isso é tudo o que importa? Eu não sei! Ando pelo estreito corredor de madeira de lei falsa. Paro do lado de fora do quarto da minha mãe e ouço o sopro suave da tração da sua máquina de oxigênio. Eu poderia entrar, sentar, ler um livro para ela. Se eu tiver muita sorte - ou muito azar, dependendo da minha tolerância para dor - ela pode abrir os olhos e empurrá-los na direção geral do meu rosto.


Eu poderia ir para o quarto de Adrian e ajudá-la a trançar o cabelo de uma boneca bebê. Dizer a Holly que ela pode ir embora mais cedo. Hesito do lado de fora da porta de Ad por alguns minutos, ouvido-a reclamar sobre os mistérios de como sua boneca irá aprender a andar com pés de tecido. Meu coração bate tão forte que eu me sinto doente. Como me sentirei se eu não for? O que acontecerá com Holt se eu não for? Ele estava mentindo quando me disse que resolveram as coisas? Fecho meus olhos. Eu ainda posso ver o punho de Cal... Fera balançando entre a moldura da porta e a porta meio fechada do armário. Ainda posso ver as pequenas gotas do sangue de Holt voando no ar. Se eu for com o homem que está na minha porta da frente, eu não serei uma idiota sobre isso. Eu não posso nutrir nenhuma ilusão sobre porque isso está acontecendo. Ele não se lembra de mim. Ele não está obcecado por mim do jeito que eu estou por ele. Ele é um predador... oportunista. Se eu for, provavelmente vou me arrepender. Se eu não for...? Dou alguns passos em direção à porta da frente, então me viro e olho para o corredor. Sinto a virada do volante dentro da minha cabeça e isso é decidido por uma parte de mim profunda e executiva: eu vou. Eu sei que vou me arrepender, mas eu vou mesmo assim. Porque eu quero saber o que acontece. Porque, apesar da estupidez degradante, eu quero sentir o seu corpo sobre o meu de novo. Não “eu quero”. Eu preciso.


Caminho rapidamente pelo corredor e digo adeus a Holly. Dou um beijo em Adrian e verifico com a enfermeira da minha mãe como ela está; dormindo: muito normal. Depois eu coloco um suéter preto sobre a regata branca que estou usando com jeans e botas, e saio para a passarela da entrada. Clinton ainda está ali, parecendo totalmente neutro, como se eu não tivesse acabado de fazê-lo esperar dez minutos enquanto vagava pela minha casa tentando não desmaiar devido ao estresse da minha decisão. Ele anda um meio passo na minha frente enquanto atravessamos a passarela de cimento, nos movendo em direção à escada que nos levará à vaga de estacionamento da minha família no terceiro andar. — Como é isso. — eu pergunto enquanto nós descemos as escadas. — Você vir aqui me pegar cumprindo as ordens de Fera, quando você é um empregado e ele é um prisioneiro? Ele ri afavelmente. — Essa é uma boa pergunta. — ele diz. — Como ele consegue isso? Onde ele conseguiu tanta autoridade? Clinton dá de ombros. — Isso aconteceu gradualmente. Ele é bom com gestão de pessoas. Ele joga algumas regalias, também. — Você quer dizer que ele te paga por fora? Ele paga por fora todos os guardas que o deixam fazer o que ele quer? Clinton acena, um movimento ligeiro da sua cabeça. — Que fazem o que ele manda. Isso não é ruim para nenhum de nós. — Mas essa é uma prisão federal! Deveria haver... regras. Ele me dá um olhar que diz sim, certo, querida. Vai sonhando. — As coisas mais loucas acontecem na prisão todos os dias. Sempre há gangues, sempre há alguém no comando. Os líderes de gangues comandam as ruas por de trás das grades. É apenas o jeito que as coisas são. Regras - elas não importam em La Rosa.


Eu aceno, embora eu realmente não entenda o que ele está descrevendo, e nós começamos a atravessar o estacionamento. — Quanto tempo demorou até que ele se tornasse a Fera? Ele ri quando nós alcançamos um Ford Explorer preto com uma placa do Estado. — Ele não é “a Fera”. — ele abre a porta para mim. — Somente Fera. E não demorou muito. Depois que ele matou Rupert Warren, foi rápido. Ele anda ao redor do carro até o lado do motorista enquanto meu olhar apanha o interior do carro. Vejo um isqueiro vermelho em um dos apoios para copos, e um emblema de La Rosa no painel. — Coloque o cinto. — ele me diz com seu sotaque sulista. Eu coloco, e ele põe o carro em movimento. — Rupert Warren? Eu nunca ouvi esse nome. — se Ricardo matou alguém na prisão, isso não seria notícia? — Bem, ele foi espancado pela sua Fera, nariz quebrado. Foi para a cabeça dele e o matou. — ele vira na rua que irá nos levar para a autoestrada que é caminho para La Rosa. — Foi para a cabeça dele? — eu faço uma careta. — Do nariz até o cérebro. — ele me diz enquanto nos leva em direção ao deserto. Eu aceno lentamente. — Oh. — Ele fez o melhor de si mesmo, Fera. Não o deixe te enganar. Ele não é como alguns dos outros. Nossa. Eu agarro meu jeans. Não tenho certeza se quero imaginar como os outros podem ser. — Ele não é um homem com moral, mas ele entende a moralidade. Ele está fora do compasso, sabe? — eu aceno levemente, mesmo que eu não


compreenda. — Ele não está no compasso moral, mas ele sabe que existe um. Isso é uma coisa boa. Hmm. Isso faz um pouco mais de sentido. — Então ele realmente comanda as... Gangues ou o que seja? Os olhos de Clinton encontram os meus. — Ou o que seja. A prisão ficou melhor desde que ele veio para cá. Ele pôs os homens na linha. Colocou alguma estrutura no lugar. — Meu pai - Holt - não fez isso? Ele zomba. — Holt é o pior diretor que nós tivemos em anos. Não sabe a diferença do seu pé esquerdo de um buraco no chão. — O que isso significa? — Significa que ele é um idiota. Sem ofensas, senhora. — Nenhuma providência? — eu esfrego a ponte do meu nariz. — Holt não sabe que você está aqui, não é? Ele balança a cabeça. — Ele se foi. — Para onde? — eu pergunto. Eu quero ver se ele me diz a mesma coisa que Holt disse. — Férias com a família. Você não deveria saber disso? Mordo meu lábio. — Acho que é a sua nova esposa. Bea. Eu não sou uma grande fã dela. — talvez seja por isso que ele estava saindo do país a negócios. Porque ele não queria me dizer que ele estava saindo de férias com Bea e o seu filho de 17 anos, Luke. Fico pensando nisso por alguns minutos enquanto dirigimos em silêncio. Um Holt baixo, gordo, de cabelo ruivo e pele pálida segurando as mãos de uma Bea alta e loira, com um Luke carrancudo parado atrás deles, atirando pedras no mar. Na minha imaginação, eles estão em cruzeiro. Não há nenhum som de


máquinas de oxigênio ao fundo - isso é certo. Eu me censuro por estar sendo amarga e olho para a estrada. Depois de um tempo, Clinton liga o rádio: alguma estação em que está tocando um monte de Britney Spears das antigas. — É o tipo de música que faz você se sentir otimista. — ele explica, e eu quase dou risada. Estamos nos aproximando da prisão agora. Ele pressiona o freio, tira seu casaco com um puxão e o atira no banco de trás. Ele prende seu crachá na camisa e toca na etiqueta de plástico pendurada no espelho retrovisor, como se precisasse da confirmação física de que ela está ali. Passamos pela enorme placa de cimento: PRISÃO LA ROSA - ESTADO DA CALIFÓRNIA. A estrada vai de asfalto velho para terra, e o Explorer salta sobre ela. No momento em que nós avistamos o primeiro muro alto cercado por arame farpado, meu estômago deu uma volta. Eu já estive aqui pelo menos uma dúzia de vezes na minha vida, mas hoje é diferente. Hoje estou aqui porque eu tomei uma decisão questionável. Pergunto-me sobre o porquê disso na minha cabeça quando Clinton desacelera a SUV ao lado de uma torre metálica que apresenta muitos painéis. Por quê? Eu a dobro e a seguro. Espremo-a como um tecido sujo. Jogo-a por cima do meu ombro, porque essa é a verdade - eu não tenho a menor ideia do que está por trás dessa decisão imprudente. Você poderia classificá-la como pura obsessão. Clinton abaixa a sua janela, se estica para fora e digita um código. Do outro lado da cerca de arame farpado, eu vejo um flash de luz verde: o conhecimento de que Clinton colocou o código certo. A cerca - que, evidentemente, tem rodas - lentamente rola aberta, só o suficiente para a passagem do carro, e Clinton avança.


Um segundo depois e nós chegamos, e a pessoa no pequeno quiosque coberto de luzes vermelhas e verdes de estilo policial caminha para fora. É um homem alto vestindo o mesmo uniforme que Clinton, só que azul. Ele caminha até o Explorer, se inclina para dentro e olha direto para mim por um longo e avaliador momento. Minha garganta aperta. Então seus pálidos olhos azuis deslizam para o rosto de Clinton. — É a sua carga, Clint? Clinton acena com a cabeça, e o guarda rola os olhos. — Parece “especial” para mim. Clinton dá de ombros. — Eu não sou de julgar, senhor. Carga especial é carga especial. O homem de azul dá um passo para trás, estende o braço e um segundo depois, quando ele desaparece dentro do quiosque, outra cerca se abre: essa é mais baixa e parece menos prisional, mas ainda está coberta de arame farpado. Eu quero perguntar quem ordenou a Clinton trazer uma “carga especial”, mas eu acho que já sei: Fera. Ele realmente manda nas coisas por aqui. Clinton repete o código mais uma vez no teclado - esse atrelado a um braço mecânico que parece muito ineficaz que impede o nosso caminho - e então nós estamos com a passagem livre. Ou tipo isso. O estacionamento da prisão é de asfalto liso e preto. É basicamente um círculo que corre ao redor de toda a instalação hexagonal. A cada muitos metros do estacionamento, há uma torre com um guarda armado, olhando o ir e vir do tráfego. — Isso te incomoda? — Clinton me pergunta enquanto navega pelo estacionamento preenchido com alguns carros espalhados. Dou de ombros. — Não é a minha primeira vez aqui. Ele dá uma risadinha e sorri para mim. — Eu não acho que será a sua última.


Meu

rosto

fica vermelho, mais

por indignidade do

que

por

constrangimento. — Todo mundo sabe que eu estou vindo aqui? Por que eu fiz isso? Holt disse que estava tudo bem! MENTIROSA. QUE MENTIROSA. Mentindo para mim mesma. Eu estou aqui porque eu quero estar. Estúpida. Masoquista. Frustrada. Ardilosa. Talvez eu precise de algo terrivelmente errado. Então o fato de que a minha mãe está morrendo em nosso apartamento enquanto Adrian brinca com fluidos de intravenosa da Barbie não será a pior coisa da minha vida. Talvez, ao menos uma vez, eu quero escolher meu próprio veneno. Clinton estaciona e me leva pela grama esfarrapada que contorna o prédio. Eu me sinto como um cordeiro sendo levado ao matadouro. Exceto que meu rosto está vermelho. Calor é fabricado em algum lugar no fundo do meu ventre, muito perto das minhas partes femininas. Meus olhos ficam cheios de água. Adrenalina, eu digo a mim mesma. Eu tenho muita adrenalina passando pelas minhas veias nesse momento. — Você me ouviu, né? — Clinton pergunta, parando no meio do nosso caminho para algum lugar. — Hmm? Talvez não? — eu levanto minhas sobrancelhas. — Eu disse que ninguém sabe. Você é um grande segredo. Somente Memphis, aquele ali no portão, eu e alguns dos um-a-um do Fera. — O que é um-a-um?


— Você sabe, algo como seus braços direitos. — Clinton ri. — Ninguém ficará sabendo, garota. Da última vez que você veio, causou um motim. — Eu causei? Ele acena. Nós estamos caminhando bem ao lado do prédio, seguindo a volta hexagonal. Ele gesticula para que eu pare e eu percebo que nós caminhamos da frente até a parte de trás. Bem à nossa frente, conectado com a parte de trás do hexágono por um túnel que é como um corredor, há uma grande estrutura de madeira compensada que tem a forma de uma bala. — O que é isso? — Isso. — ele diz com um ar dramático. — É a biblioteca que nós estamos construindo. — Espere aí, volte um pouco. Por que houve um motim? — eu quero saber a resposta dessa pergunta antes de entrar. Clinton dá de ombros. — Alguém colocou os olhos em você. E tentou fazer um movimento para... você sabe, conseguir você. Te pegar e ter um gosto de boceta de Julio. Meus olhos se arregalam. — Julio? — Hispânica. Latina. Você não é branca, é? — Isso importa? — Aqui importa. Julio é a gíria de La Rosa para hispânico. De qualquer maneira, esse cara, o que começou o levante - ele tem alguns adeptos. Ele está tentando ser o número um do clã da sua gente. Um pouco de emoção fica fora de controle e você tem um motim. Pessoas flexionam seus músculos, tentam fazer parecer que elas são as donas desse lugar. — Mas elas não são? Porque Fera é? — ele acena. — Por clã você quer dizer os outros prisioneiros da mesma raça?


Ele acena de novo. — É como nós fazemos aqui na prisão. — ele acena para frente, em direção ao lugar onde uma passarela fechada leva do hexágono para o prédio em forma de bala - quer dizer, a biblioteca. — Ali há uma porta. Eu tenho a chave. Eu supervisiono a construção aqui. Sou um dos guardas que faz isso. Posso te deixar entrar. Patrícia e Fred - eles são os supervisores de entrada de visitantes - os dois já sabem. Fera está ali hoje. A maioria dos outros homens está trabalhando em outros projetos especiais em outras áreas da unidade. Eu concordo com a cabeça e nós começamos a andar em direção à porta do outro lado do túnel. — Você sempre faz o que ele pede? — Há três diretores Junior. — ele diz. — Três deles. Perkins, Lully e Perez. Eu estou abaixo de Perkins. Perkins me diz para fazer algo, eu faço. Perkins e Fera têm um bom relacionamento. — E Perkins faz o que Fera quer? — eu mordo meu lábio quando uma brisa balança meu cabelo e pequenas gotas de chuva começam a cair, molhando minha cabeça. — O que acontece se ele entrar em problemas? Fera, quero dizer? — Ele é um prisioneiro modelo. — Você está falando sério? — Claro. — seu rosto é uma máscara. Eu não posso dizer se ele está falando sério ou sendo sarcástico. Nós cruzamos o caminho de grama suja em silêncio, lado a lado, e então ele me leva ao redor da parte de trás do prédio da biblioteca. Do outro lado do túnel que conecta a prisão à biblioteca, há uma pequena porta de aço. — Saída de incêndio. — ele me diz com uma piscadela. Ele desliza o crachá por uma pequena máquina ao lado da alça da maçaneta e uma luz verde pisca. Ele acena para a porta e eu enrolo minha mão em volta da maçaneta. Minha palma está formigando. Meu cérebro está formigando. Minha respiração está superficial.


— Boa sorte. — ele diz e puxa um chapéu imaginário. Eu acho que o ouço dar uma risadinha enquanto ele vai embora, mas estou muito ocupada espreitando dentro do prédio para ter certeza. É sombrio por dentro, como se a única luz fosse a luz do sol entrando pelas janelas no alto teto abobadado. Eu entro e o lugar me lembra, estranhamente, de uma catedral. Tudo é de madeira nua: crua, não polida. Teto de madeira, chão de madeira e paredes com andaimes aqui e ali. Janelas quadradas cobrem as paredes. As redondas pontilham o teto. Prateleiras estão alinhadas por todas as paredes, e um pequeno banco de janela interrompe o semicírculo da parede. É como se meus olhos soubessem onde ele está antes que eu realmente colocasse meu olhar sobre ele - porque eu não posso me fazer olhar direto para o centro da sala até que eu tenha verificado cada detalhezinho do lugar. Quando eu faço, sinto o ar sair em uma lufada dos meus pulmões. Ele está inclinado em uma escada, braços cruzados, parecendo extremamente volumoso vestindo apenas jeans que se agarram com perfeição aos seus quadris sim, me foda. Na luz acinzentada que entra pelas janelas, posso ver que seu corpo está coberto por uma camada de suor. Quando ando em direção a ele, ele se inclina para baixo e coloca uma folha de madeira compensada no chão. Seus olhos nunca deixam os meus. Ele está fazendo algo comigo. Fazendo-me sentir... quase chapada. Eu fico ali, com meu suéter preso ao redor de mim, olhando para ele como se estivesse contemplando o sol.


ntão, você gosta

da minha biblioteca? — pergunta ele. Há cerca de cinco metros entre nós, mas sua voz baixa e ressonante é alta nos meus ouvidos. — É sua? Seu olhar passa pelo meu corpo de cima a baixo. — Estou financiando. Meus olhos fazem o mesmo com ele, depois ao redor da sala e, em seguida, voltam para ele. — Como é permitido que você esteja aqui sem nenhum guarda? — Eu tenho alguns... privilégios. Puxo meu suéter mais firmemente em torno de mim, e ele dá alguns passos em minha direção. — Como? — ouço a minha voz perguntar. — Você paga todo mundo por fora? Mais alguns passos. Ele está olhando diretamente para mim. Movendo-se lentamente, quase como se estivesse me perseguindo. Meu Deus, ele é alto - tão


alto. Tão alto e musculoso e bonito. Ele parece irritado. — Esse conhecimento te ofende? Eu dou de ombros. — Não é como as coisas devem ser. — Por que isso? — Porque isso contorna o sistema. Como ele deveria funcionar. Outros dois passos e ele está perto o suficiente para tocar. Ele estende a mão. — Me dê o seu telefone. — Por quê? — eu sussurro. — Porque eu pedi a você. E porque ele me pede, eu faço. Eu lhe entrego o meu telefone e estudo a cicatriz fresca debaixo do seu queixo enquanto ele digita alguma coisa. Um segundo depois, ele me entrega o celular de volta com a página do meu banco aberta. — Coloque suas informações. — Por quê? — Porque eu disse. — suas mãos cobrem minhas bochechas e sua boca puxa em um meio-sorriso de aparência triste. — Oh, Anjo. — diz ele em voz baixa. — Eu vejo que temos muito trabalho a fazer. Eu não posso olhar para ele. Meu corpo está quente. Mantenho meus olhos na tela do telefone e tento me lembrar de respirar. Meus dedos digitam minhas informações de login. A página pisca, então carrega. Saldo disponível: $ 51.110,03 Meus olhos voam para os dele. — Por quê? Holt me disse que vocês dois estão bem. Ele fecha o restante do espaço entre nós. Seus quadris batem contra o meu ventre. Seu abdômen contra os meus seios. Ele levanta uma mão e acaricia


meu cabelo. — Eu estou fazendo isso. — diz ele, lentamente. — Porque eu quero você. E o que eu quero, eu tomo. Imagino quem mais ele quis desde que veio para cá. Será que as mulheres fazem fila no dia de visita íntima para transar com ele? E caso elas façam isso, será que ele as encontra aqui, nesta biblioteca vazia? — Quem é o diretor quando Holt sai? — eu pergunto isso, em vez dos meus verdadeiros questionamentos. — Seu nome é Perkins. Estou perdida em seus olhos. Agora eu entendo aquela frase dos livros: eu me apaixonei por eles. Eu pisco. Ainda estou imóvel olhando para eles. — Ele deixa que você faça o que quiser? — eu não posso dizer se estou sussurrando ou se a minha voz soa pequena porque o rugido na minha cabeça é alto demais. Seus dedos passam e penteiam os cachos do meu cabelo. — Eu e ele temos um entendimento. — Não apenas ele. — eu digo. — Todo mundo parece fazer o que você quer. — Você quer saber quanto poder eu tenho. Por quê? Porque você precisa saber antes de transar comigo de novo? — ele arrasta o polegar sobre os meus lábios. Eu tenho o impulso de abri-los, mas não o faço. — Da última vez. — eu consigo dizer. Seus olhos arrebatam os meus. — Eu queria isso. — ouço-me explicar. — Mas... Eu quero dizer que aquilo me assustou. Como eu me entreguei completamente. A maneira como eu deitei ali e deixei que ele fizesse o quisesse comigo. Ele me jogou para baixo e se empurrou para dentro e eu... eu o quê? Eu deixei. Balanço minha cabeça. — Se isso continuar acontecendo... Já está acontecendo.


Estou à deriva como poeira espacial, não sou mais corpórea. Todos meus átomos estão vibrando em sincronia com os dele. Meus pés agem sozinhos. Dou um pequeno passo para trás. — Você parece nervosa. — ele diz. Sua mão, ainda no meu cabelo, desce para a minha bochecha. Ela é quente. Calosa. — Venha se sentar. Ele pega a minha mão e me leva para o banco da janela. É um banco embutido, pressionado contra a parede de vidro. Ele envolve suas mãos ao redor da minha cintura e me levanta. Meus olhos captam o pátio desigual e coberto de sujeira lá fora. A forma como as gotas de chuva fazem as poças ondularem. O céu está branco. Branco luminoso. — Só um minuto. — ele diz. Eu me viro e o vejo alcançando algumas prateleiras ao longo da parede e pegando uma pilha de cobertores azul marinhos. Cobertores de pintura, eu percebo. Ele os coloca no banco ao meu lado. Estende um deles. Levanta-me e me senta sobre ele. Então ele coloca o outro atrás de mim. — Obrigada. — eu murmuro. Apesar da aparência esfarrapada dos cobertores, eles parecem bastante macios. Não há tinta neles, assim como não há cheiro. Mais um é desdobrado pelas suas mãos grandes e ele o acomoda em torno de mim. — Você está molhada. Vai se aquecer em um minuto. Eu sento ali porque meu cérebro está quebrado e meu coração parece inchado como um balão. Eu sento ali, observando-o. A última coisa que eu espero é que ele suba atrás de mim. Ele inclina seu torso contra as minhas costas, abre as pernas em volta da minha bunda e das minhas coxas. Dedos suaves empurram o cabelo das minhas costas por cima dos meus ombros. Mãos fortes começam a massagear. — Não fique nervosa, Anjo. Eu cuidarei de você.


*

Eu já trouxe muitas mulheres aqui. As visitas íntimas são todas as terças e quintas, em um pequeno corredor com camas estreitas e duras e nenhum calor. Mas eu dobro as regras para me satisfazer. Holt e os outros me deixam fazer como eu quero. Eu tenho uma cama confortável, uma que nenhum deles sabe como empurrar de volta para dentro de uma caixa. O que é uma coisa boa. Esse era o plano. Eu sou especial. Um prisioneiro especial. Privilégios especiais, obrigações especiais. Como esta noite... Eu recebi o telefonema hoje. O vá em frente. A confirmação. Hoje à noite será... difícil, mas o agora é sobre Anjo. Ela tem ombros tensos. Ombros minúsculos. Minhas mãos se encaixam ao seu redor tão completamente que estou com medo de quebrá-la. Talvez ela esteja com medo, também, porque enquanto a massageio, seus músculos tremem. — Como eu posso não ter medo. — diz ela. — Considerando onde eu estou... Sua voz é tão suave. Fraca. Minha mão a alcança. Eu me inclino para baixo o suficiente para sentir o cheiro de seu cabelo. É suave e quente, como flores no sol.


— Ninguém nunca vai te machucar enquanto eu estiver aqui, Anjo. — E quanto ao motim? — ela quase me repreende. Estou tão feliz por ter feito isso. Meus polegares esfregam a linha de cada lado da sua espinha e ela se inclina ainda mais sobre mim. — Não haverá outro motim enquanto você estiver aqui. Se algo acontecer, nós vamos reagendar. Não vou colocar as minhas necessidades acima da sua segurança. — No outro dia. — diz ela. — As suas necessidades foram... você foi áspero comigo. Eu me sento reto. Enterro meus dedos com um pouco mais de força. Lembro-me de como levar ar até os pulmões. — O outro dia foi uma foda. — eu murmuro. Vergonha se espalha pela minha cabeça como teias de aranha, mas ao mesmo tempo estou ficando duro ao me recordar. — No outro dia eu fui um animal. Você foi um animal. Eu estava com raiva e minha mente estava em outro lugar, onde tudo era... mais honesto. — esse lugar que eu vou onde as consequências não existem, pelo menos por um tempo. Onde eu sou o que eu me tornei naquela noite em que ela me segurou. Onde nada importa. Eu fecho meus olhos e inspiro lentamente. — Annabelle. Você sabe como as coisas são na prisão? — eu me inclino para baixo, tocando minha testa em seu cabelo macio. — Você nunca deveria saber, Anjo. Diga-me... por que você voltou? Meus dedos, agora pressionando toda a volta dos seus ombros, param. O horror me bate. — Você foi... ferida antes? — Ferida? — diz ela. — É por isso que você gostou áspero? Do que eu fiz? Ela fica parada imóvel por um longo tempo, enquanto minha alma está um turbilhão. Então ela balança a cabeça. — Eu não acho que é por isso.


— Holt estava certo. Eu queria que ele dissesse a você que tudo estava bem. Que voltar aqui não era necessário. É necessário. — eu corrijo. — É necessário que eu te toque, mas eu queria que você tivesse a escolha de se afastar. — Eu tive. — ela sussurra. — E você não a aproveitou. — minha voz é um rosnado agora. Estou me tornando animal de novo. Isso é o que ela faz comigo. — Por que você não aproveitou a sua chance de ir embora, Anjo? Ela inclina a cabeça. Eu quero morder a parte de trás de seu pescoço. Eu cubro de seus ombros. Esfrego... Eu não estou respirando. Por que você voltou para isso? Por que você voltou para mim? Lembro-me de seu cabelo e de seus olhos e das estrelas flutuando acima de nós e do cheiro de sangue. Podia ser o sangue deles. Podia ser o sangue que vou lavar das minhas mãos depois de hoje à noite. Se houver alguma justiça nesse mundo, será o meu próprio sangue em algum momento em breve. O Carma vai me alcançar e eu pagarei por todos os meus crimes. Eu não posso ficar imóvel assim. Paro de esfregar. Eu desço, então estou de pé ao lado dela. Emolduro seu rosto de anjo perfeito com as minhas mãos. — Eu vou te beijar agora, Anjo. A minha língua contra a sua. Minha boca sobre a sua boca. Meus lábios batendo nos seus lábios. — meus olhos voam para a porta. — Eu vou te dar uma última chance de ir embora. Se você ficar, eu vou te foder duro.

*


— Eu quero ficar. Eu olho para ele e sinto nos meus ossos que estou fazendo a decisão errada. Não porque eu tenho medo dele. Por causa de onde estamos. Por causa de onde estivemos. Ele pode não se lembrar daquela noite, mas eu nunca vou esquecer. Nos contos de fadas e fábulas, às vezes há pessoas destinadas a girar em torno de si, seus ciclos entrelaçados. Prazer e dor, dor e prazer. Eu sei que ele está prestes a me dar prazer, então quando vem a dor? Esse é todo o tempo que eu tenho para pensar. Ele volta a subir no banco da janela comigo e me arrebata contra ele, sua boca desce para a minha. Nosso beijo é duro - doloroso. Mas não é tudo ele dessa vez. Meu coração está batendo forte, meu sangue ansiando por ele. Eu lhe dou tudo que eu recebo. Agarro seu pescoço, cubro seu maxilar e prendo sua boca à minha. Alguns beijos frenéticos depois e ele está no controle novamente. Ele me empurra contra os cobertores e se inclina sobre mim como um predador. Suas mãos pressionam meus ombros para baixo enquanto ele beija a parte de baixo do meu pescoço. Suas mãos cobrem meus seios. Seus dedos torcem meus mamilos. A língua dele dança com a minha. Estou latejando entre minhas pernas. — Oh. — arquejo. — Deus... — ele esfrega seu pau contra minha coxa e posso sentir uma erupção de calor e umidade entre as minhas pernas. Seus dedos trabalham para abrir meu jeans e alcançar meu monte. Empurro meus quadris. — Mais. — eu gemo na boca dele. Para baixo e ao redor, sinto as pontas dos seus dedos. Separando-me. Empurrando-se. Um dedo, dois. Estou ofegante.


— Abra bem as suas pernas, Anjo. Eu quero me enterrar em você. Sentir você apertada em torno de mim. Eu obedeço sem dizer uma palavra, e com a sua mão livre, ele puxa meu jeans para baixo. A boca dele está no meu pescoço. Na minha garganta. Minha calcinha de listras roxas e brancas é empurrada para o lado. — Oh, DEUS. Ele está deslizando para dentro. Estou escorregadia. Tão escorregadia. Preenchida pelos seus dedos. Balançando-me contra ele. E então é como se meu cérebro voltasse à vida. Minhas mãos, agarrando gentilmente seu abdômen, abrem o botão da sua calça jeans. Trabalham para abri-la. Ele me ajuda a baixar o zíper. Minhas mãos voam para dentro e descobrem que ele está usando uma cueca estilo short de pugilista. Algodão macio cobrindo aquela grande protuberância. Estou ofegando: pequenos arquejos. Trabalho meu caminho para baixo do elástico da sua cueca e encontro sua barriga dura e lisa como veludo quente. Quente e com uma leve penugem. A cabeça dele se projeta. Envolvo minha mão ao redor dele. Tão macio. Tão úmido. Puta merda, ele está escorrendo. Pronto para mim. Fera me quer. Eu o quero. Seus dedos empurram dentro de mim até que eles estejam enterrados até a articulação. Ele os separa um pouco, me fazendo me sentir tão cheia. Então ele os curva em direção à minha coluna. As pontas dos seus dedos roçam meu ponto G e eu começo a grunhir e me impulsionar contra ele. Minhas mãos puxam o pau dele. Para cima e para baixo... estou masturbando-o: pulso chicoteando, pulso chicoteando. Minha mão agitando.


— Chega. — ele rosna. Ele agarra meus cotovelos. — Coloque seus braços acima da cabeça. Eu deito de costas no banco da janela da biblioteca. Enquanto ele mói contra a minha perna, seus dedos se movem um pouco mais profundos. Então, movendo-se rápido e seguro como um super-herói sexual, ele me gira e me coloca de bruços. Ouço o som de algo rasgando - uma embalagem de camisinha está sendo aberta - e eu tenho o breve e aterrorizante pensamento de que talvez ele planeje foder a minha bunda, do jeito que dizem que eles fazem na prisão. Estou ofegante em antecipação quando ele puxa meus quadris até a borda do banco, tritura o seu comprimento contra o meu bumbum, separa as minhas pernas e posiciona sua cabeça bem na entrada da minha piscina úmida. — Espero que você esteja pronta. — ele diz. Ele bate para dentro e tira devagar. Bate e lentamente puxa para fora. Bate e lentamente puxa para fora. Bate, puxa para fora e bate — Oh, Deus! — e BATE! — RICARDO! As mãos dele se curvam nos meus ombros e chegam à minha garganta, pressionando somente o suficiente para me assustar. — Fera. Fera. Fera. — Fera. — eu repito. — Você gosta do meu pau dentro de você? — Sim! Ele empurra. — Você precisa do meu pau dentro de você? — Sim. — a palavra sai vacilante da minha boca. — Minha boceta está tão cheia!


Outro empurrão. Puxa para fora. Empurra para dentro. Estou pressionada contra o vidro da janela. Olhos fechados. O pau dele desliza para dentro e para fora de mim. Eu aperto em torno dele. — Imagine minha boca no seu clitóris. — ele respira na minha orelha. — Depois disso, eu vou chupar o seu clitóris. Meu clitóris lateja. Com uma estocada poderosa, ele enterra seu pau um pouco mais profundo. Eu estou cheia. Tão completamente cheia que me coloco de joelhos para poder separar minhas pernas um pouco mais. Para tomar mais dele. — Imagine minha boca nos seus mamilos, chupando. É como será, Anjo. Eu, chupando seus peitos. Minha língua rolando sobre você toda. — ele balança contra mim, puxando-se um pouco para fora antes de se empurrar para dentro de novo. — Me sinta. — ele diz. — Tudo de mim. E eu posso senti-lo - cada centímetro. Sua cabeça, sua haste, até mesmo as bolas, um peso suave batendo contra o meu nódulo quando ele se enterra em mim. Eu gemo. Ele geme. Ele pega velocidade. Suas mãos seguram meus quadris, então vão para baixo; seus dedos separam meus lábios. Ele mergulha um dedo na minha umidade, o desliza para cima, sobre o meu clitóris. Estou tremendo com o seu impacto, empurraEMPURRAempurra. Seu pau na minha boceta, o dedo melado no meu clitóris, e então ele separa as minhas nádegas e pressiona suavemente o nó de um dos dedos contra minha porta dos fundos. Esse é o fim para mim. Eu me despedaço.


iga-me sobre

você, Anjo. Eu quero saber sobre sua família. — O que você quer saber? — Sua mãe está doente? Concordo com a cabeça. — Ela tem um tumor no cérebro. — Eu sinto muito por ouvir isso. — Eu sinto muito que seja verdade. — murmuro. — E você tem uma irmã também? — Ela é minha. Minha bebê. Adrian. Suas mãos cobrem a minha testa, levantando minha cabeça quando eu me inclino para frente, meio mole. Seus dedos parecem conhecer cada ponto pressionado ao longo do meu pescoço e ombros. — Você está tensa. Tome algumas respirações profundas. Bem assim, Anjo. — Isso é maravilhoso. — Ótimo. Você merece maravilhoso.


— Então... legal da sua parte. — eu sussurro. — O prazer é meu. — ele diz. — Na verdade, é a minha exigência. Sua voz, pendurada no ar atrás de mim, pergunta. — Há quanto tempo você está procurando emprego? — Bastante. — eu murmuro. — De que tipo? — Aconselhamento. Seus dedos, na minha testa, pressionam alguns pontos e eu me sinto flutuando. — Você gosta de ajudar pessoas, Anjo? Eu não posso acenar com a cabeça, então digo. — Sim. Quando eu posso. Há uma pausa, e eu posso sentir a tensão que há nela. — Não é disso que se trata, não é? Pena? Estou tão relaxada que estou quase babando, mas consigo dar uma risada. — Não, claro que não. Ele pega meus ombros e me vira, então estou deitada de costas. — Eu não preciso da sua pena. Você sabe disso... não sabe? — enquanto ele fala, ele tira minhas roupas. Estou mole e relaxada, eu mal consigo acenar. — Isso não me surpreende. — ele diz enquanto tira meu jeans. — Que você goste de ajudar pessoas. — ele puxa minha camisa sobre a cabeça e habilmente tira o meu sutiã. Meus seios saltam para fora, redondos e pesados, e seus lábios cobrem meu mamilo. — Oh! — eu arqueio. Agarro o seu pescoço. Ele empurra minha calcinha para baixo com uma mão, e eu sinto a chicotada de ar frio na minha boceta. Ele corre a língua ao longo da minha


fenda. Alguns círculos preguiçosos ao redor do meu clitóris e estou arranhando o seu rosto. Ele separa meus lábios um pouco mais e lambe a minha entrada encharcada. Arqueio novamente. — Dentro. Eu preciso de você... dentro. — eu suspiro. — Isso é muito ruim. — demoro alguns segundos para compreender as palavras, e nesse momento já estou sendo rolada de bruços novamente. Sinto ele se afastar do banco da janela por um segundo, ouvindo-o procurar por alguma coisa. Outra camisinha? Um minuto depois e ele está de volta, beijando meu pescoço, atrás da minha orelha; fazendo cócegas nas minhas nádegas. Ele empurra um dedo entre as minhas nádegas, acariciando de um jeito que eu quase gosto. E então antes que eu saiba o que me atingiu, há uma pressão lá atrás. Não apenas uma pressão. Eu grito quando ele desliza algo para dentro. É o pau dele? Não é o pau dele... Balanço minha bunda. — O que é isso? — eu gemo. — É um plug anal. — posso ouvir o sorriso na sua voz. — Você sabe o que um plug anal faz? — ele pergunta. Eu aperto ao redor disso e, pegando a dica, ele começa a vibrar. Eu gemo, porque o prazer/dor que eu sinto ali atrás parece ter uma conexão direta com a minha boceta. Movo meus quadris, aperto meu cu e sinto minha boceta pulsar por dentro - é como se ela soubesse que minha bunda está cheia e a invejasse. Ele dá uma risadinha.


Ele pressiona sua mão contra o plug anal. Acho que parte dele está saindo? Ele empurra um pouco mais, mandando prazer pelo meu corpo. O plug vibra através das minhas paredes internas, canta através da minha boceta e envia miniondas para o meu clitóris. — Como é isso? — ele retumba. Ele me coloca de costas novamente e abre minhas pernas, mergulhando os dedos através da umidade dos meus lábios vaginais. Eu gemo. Isso ecoa pela sala, mas eu não me importo. Levanto minha bunda do banco da janela, faminta pelos seus dedos dentro de mim. O pau dele dentro de mim. — Oh, Deus! — estou prestes a gozar. E então ele retira os dedos e se afasta. Meus olhos estalam abertos enquanto meus quadris continuam a se mover. Fico aturdida ao vê-lo de pé a vários metros de distância. — Eu vou fazer algumas medições para as folhas de madeira. Você fica aqui. Estou no meio de um torpor espesso, rolando meus quadris e desejando o pau dele. — Eu não posso! Não me deixe! — Eu quero saber mais sobre você. — ele diz com um pequeno sorriso satisfeito enquanto caminha para uma pilha de madeira compensada a uns 4 metros de distância. — Conte-me algo esclarecedor. Vamos tentar... Ensino Médio. Estou ofegante. Já coloquei minha mão sobre a minha boceta, e somente o orgulho me impede de esfregar a mim mesma. Mexo a parte inferior do meu corpo, apertando em volta do plug, minha boceta se espremendo apertada em antecipação pelo que ela quer ter dentro. —


Ensino Médio. — eu digo asperamente. — Foi quando eu tive... uma grande queda por você. — Ah é? — Você... deveria se lembrar de mim. — eu me contorço. — Na faculdade, você superou essa queda? Pressiono minhas pernas juntas. Profundamente dentro do meu traseiro, as vibrações parecem incríveis. Minha boceta é uma poça cremosa de felicidade. Meu clitóris está inchado. Quente. Necessitado. O que ele me perguntou? Sobre a faculdade? — Você estava... aqui. — eu ofego. — Mas... não. Algo passa pelo seu rosto. Apenas uma centelha através das suas bochechas e sobrancelhas, mas estou muito presa a outra coisa para conseguir nomear isso. Ele pega outra tábua e começa a fazer anotações nela com um lápis. Droga, aqueles bíceps... eu olho para os seus dedos. Depois para a sua virilha. Eu posso ver a sua ereção, delineada pelo tecido do jeans. Dentro de mim... entre em mim... — Eu quero ouvir sobre a sua primeira vez. — ele me diz. — Chegue mais perto. A mão entre as minhas pernas perdeu suas restrições. Estou brincando com a minha boceta, meus dedos patinando sobre meu clitóris melado. Ele dá um sorriso bobo e fecha a distância entre nós com as suas pernas longas. Ele espreita sobre mim. Dobra sua mão sobre a minha. — Annabelle. — ele ronrona. — Tão desesperada. Diga-me... o que deveria fazer por você?


— Me lamba. — eu suspiro. Estendo-me e alcanço seu outro braço. — Me fode! Eu só... preciso de você. Alguma coisa! Ele escora contra a parede a tábua que estava segurando, sobe no banco da janela até ficar em cima de mim, e separa meus joelhos com suas mãos grandes. Ele se inclina sobre mim, meu coração acelera. — Lamber você? — ele diz. — Onde? Eu balanço minha boceta na cara dele e ele mergulha em mim. Sua boca e sua língua são seda quente. Mágicas. Separando meus lábios inchados, movimentando-se para cima e para baixo. Ele rola a ponta da língua ao redor do meu clitóris enquanto dois dedos deslizam dentro da minha boceta e seu dedo mindinho coloca pressão no plug anal. Eu me sinto tão provocada, tão cheia, tão bêbada. Ele levanta a boca de mim e olha em meus olhos. — Goze agora. — ele diz, e quando seus lábios quentes e úmidos me tocam novamente, é exatamente isso que eu faço. Eu gozo muito, com a sensação de fui atirada no ar. Afundo para baixo novamente. Abro os olhos. Fera está sentado com uma perna sobre o banco. A outra está suspensa no ar. Meus olhos gravitam em direção ao seu pau. Está duro e grosso dentro do jeans. E eu já o quero de novo. Empurro-me para ficar apoiada sobre os cotovelos, me sentindo tremula. Esfolada. — Eu também quero ouvir... sobre você. — eu murmuro. Ele sorri. — O tempo acabou, Anjo. De algum lugar atrás ele, ele tira um pano molhado e limpo e separa meus lábios para gentilmente me limpar. Quando a textura áspera do tecido desliza sobre o meu clitóris, começo a ofegar de novo.


— Você está suja, Anjo. — ele diz. Então seus jeans estão abaixados, seu pau na sua mão. A cabeça na minha entrada. Ele está enchendo o meu interior, e nós estamos indo... indo... indo para longe. Eu agarro seus ombros. Suas mãos levantam minha bunda do banco enquanto ele se empurra. De algum lugar no espaço entre as minhas pernas, o seu pau enorme e o plug anal enviam espirais de prazer um para o outro, acendendo-me completamente por dentro. Eu gozo com um suspiro. Ele puxa para fora e sua semente parada em uma camisinha branca que eu nem sequer o vi colocar. — Vamos tentar isso de novo. — ele sorri, e me limpa gentilmente enquanto eu grito e me contorço. Quando termina, ele se vira para se livrar da camisinha e puxar seu jeans no lugar. Eu luto para colocar minha mente no lugar também. Ele me ajuda a sair do banco da janela e abotoar meu jeans antes que eu perceba... — Ohmeudeus, o plug anal! Ele ainda está em mim! — Leve-o para casa. — ele sorri. Meu rosto aquece tanto que meus olhos ficam cheios d’água. — Eu não posso levar um plug anal para casa! E andar de carro com aquele guarda... — Ah, você não vai. — com um tapa na minha bunda - que envia tanto prazer por mim que minhas pernas quase se dobram - ele pega meu cotovelo e me leva até a porta. Eu ainda estou instável - ainda ofegante. Ele envolve um braço ao redor das minhas costas e coloca alguns números em um teclado que eu estou numa ressaca de luxúria muito grande para sequer ver. — Eu já tenho outro carro para você - por essa exata razão. Quando ele empurra a porta aberta, há uma limusine preta parada na grama molhada.


Enrolo meus braços ao redor dele, sentindo meus joelhos fracos e tontura. O plug ainda está vibrando. — Você pode me levar para fora? Ele nega com a cabeça e move a perna. Demoro um momento para ver que há uma tira de metal ali. — Apenas vá devagar. Pense em beisebol. Eu sorrio. Ele me dá um sorriso malvado. — Adeus, Anjo. — ele se inclina para dar um beijo duro nos meus lábios. — Amanhã. Clinton de novo. — Mas eu nem consegui te fazer qualquer pergunta. Ele ri - uma risada seca e autodepreciativa. — Isso tem sido improdutivo há alguns anos. Alguma coisa sobre o jeito fácil que ele diz isso me deixa muito triste. Então tudo fica mais estranho quando eu entro na limusine e quase não consigo segurar meu orgasmo quando o carro salta na estrada de terra. Quando eu chego ao meu condomínio, meus joelhos estão tão fracos, meu corpo tão tremente, que eu mal consigo subir as escadas. Vou direto para o banheiro e começo um banho, preparada para tirar o plug anal. Em vez disso, eu acabo de costas na minha banheira, minhas pernas escoradas contra a parede do chuveiro, meus joelhos bem separados para que o fluxo de água caia exatamente onde eu preciso. Saio do banho limpa, esticada, cansada e finalmente sem o plug, duas horas depois, sentindo-me como se tivesse caído no País das Maravilhas.


laine McGuire é o

chefe da Força Ariana em La Rosa, e apesar de nossas diferenças estéticas óbvias, eu o considero meio que um amigo. Depois dos primeiros dois anos do meu confinamento, uma vez que eu matei alguns homens e deixei que os líderes de gangue sobreviventes vissem que eu tinha o controle deste lugar, comecei a oferecer-lhes liberdades. Liberdades que só eu podia dar, porque só eu trabalhava sob alguém com uma posição alta o suficiente para me garantir o poder de concedê-las, a fim de ganhar os líderes de gangues. Comecei oferecendo-lhes liberdades, proteção contra insurreições - pelo menos até recebesse a ordem para acabar com as suas vidas, de qualquer maneira - e o que se pode chamar de planejamento financeiro. Três deles - o predecessor de McGuire, Tommy Smith; T-Dog Bosman, líder do Black Guerrilla; e Juan Juarez - que ainda comanda gangues do lado de fora dos muros. Durante o último ano e meio, eu trabalhei duro para tê-los no meu bolso, ajudando-os em suas estratégias e a investir seus dinheiros ilícitos em contas cujas informações podem ser mais tarde dadas aos meus chefes. Eu me beneficio também, de algumas maneiras. Posso usar jeans, por exemplo. Tenho uma cela ostentação. Mas, por outros lados, isso é um inferno.


Eu tenho culpa suficiente pelos caminhos que trilhei aqui, e isso foi antes de ter começado a eliminar vidas aqui dentro. Smith, eu matei na quadra de basquete com uma cotovelada bem colocada na têmpora. Meus superiores deixaram T-Dog morrer nas mãos de um dos seus subordinados, um bandido ambicioso chamado Bently Kennard, que acabou por ser muito mais fácil de manipular que T-Dog. E Juan Juarez ainda está no jogo. Ainda é líder da gangue Julio em La Rosa. De todos os caras apontados, ele é o que eu conheço melhor. Embora eu saiba que o mundo seria um lugar melhor sem ele no comando de uma grande organização terrorista, estou meio que feliz que não é com ele que eu tenho que lidar essa noite. O filho da puta é engraçado e nós compartilhamos um apreço pela atuação de Marlon Brando. Como eu, McGuire é segregado da população geral. Ele fica em uma galeria de dois andares de cimento no fim do corredor dos Arianos. É um espaço bastante decente, e tem um chuveiro particular. Diferente de mim, McGuire odeia o seu chuveiro particular. Ele nunca foi tão direto comigo, mas eu tenho a impressão de que ele foi estuprado no chuveiro quando era criança. Então, sem o conhecimento de quase todos, ele toma banho na área comum dos Arianos por volta das três da manhã, quando um grande guarda branco chamado Tom o deixa sair da cela e o escolta até os “estábulos”. Isso significa que por volta das duas da manha de hoje eu preciso estar na cela de Fred Burns, calando a sua boca com fita adesiva, amarrando uma corda em torno dos seus tornozelos e pulsos e arrastando-o para minha própria cela, onde ele irá esperar sob o olhar vigilante de Clinton até que tenha terminado com o seu chefe. Lá ele estará na posição ideal para a doutrinação - na verdade, para ordenação. Tarefas como essas são poucas e distantes umas das outras, mas ultimamente meus superiores estão começando a parecer impacientes. Eu ainda não descobri a razão, mas não gosto disso. Eu tenho um ritual que faço antes de algo como isso. Tomo banho, medito e leio trechos da Bíblia. Eu sei que isso é fodido, mas desde que eu


cheguei aqui e comecei a ler tanto quanto eu posso, passei a amar pra caralho o Bom Livro. O Antigo Testamento poderia se chamar Poesia de Guerra. Quando isso está feito, comunico via Bluetooth com os guardas de plantão hoje à noite. Quase todos em La Rosa estão no meu bolso, mas há alguns que não. Eu não posso controlar todos, mesmo com boa quantidade de apoio de Holt e seus diretores juniores. Então eu tenho dois daqueles que eu controlo enviando aquele que eu não posso segurar para escavar em alguma lanchonete barata algumas cidades depois daqui. O sinal que eu lhes dei é: Estou usando meu juice card. Na linguagem da prisão, isso significa que eu tenho algo para cuidar, mas não vou dizer-lhes o que é. Os guardas podem não saber para quem eu trabalho, mas o subordinado imediato de Holt, Perkins, está amarrado a mim, então ele dá instruções para que eu receba suporte. Eu pego Burns sem incidentes, o prendo na minha cela e faço outra ligação, dessa vez para Perkins, o diretor interino que sabe os meus segredos. Perkins não conhece a minha real situação, mas ele sabe que eu estou no comando aqui. Não se incomoda que eu pague a sua hipoteca e tenha comprado uma Mercedes para sua amante. — Dê a senha da porta de traz para McGuire. — eu digo a ele. — Controle os erros. Depois de uma breve hesitação, ele diz. — Pode deixar, Fera. Quando eu deixo meu quarto, penso em quão doente é isso. A maneira como as pessoas só... submetem-se a mim. Porque eu lhes dou dinheiro, ou lhes faço favores. Eu não deveria ser permitido a fazer isso que estou prestes a fazer. Não sem mais problemas. Isso parece, de alguma forma, duplamente injusto. Eu encontro McGuire no chuveiro. Ele está curvado, lavando as pernas. Ele sabe que algo está errado quando vê meu rosto, e imediatamente se


endireita. Ele dá alguns passos para trás, aproximando-se de uma saboneteira onde eu imagino que ele guarda alguma arma. É bastante óbvio que ele está chegando atrás de si, mas ainda assim ele abaixa os olhos em sinal de respeito a mim, como se tudo estivesse normal. Eu fecho o espaço entre nós rapidamente. Passo por um jato frio e coloco uma mão no seu ombro. — Fique de joelhos, McGuire. Eles chamam isso de Prisão Lobo, e não é algo que eu leve bem. Mas eu já fiz uma vez ou duas, e farei novamente, porque se eu puder ter seus lábios ao redor do meu pau, posso esfaqueá-lo na altura da cabeça, e para ele será rápido e indolor. Infelizmente, parece que meu palpite esteve correto sobre a sua história no banho. Em vez de chupar meu pau no chuveiro, McGuire me atinge com a sua lâmina. Ele está motorizado pela adrenalina e se move rápido. Ainda assim, eu poderia impedi-lo. Eu só... não faço isso. Deixo que ele vá direto para as minhas costelas, logo abaixo do meu peitoral, e então dirijo a minha própria lâmina, maior e mais pesada, nas suas costas. Não é uma morte limpa. Nós lutamos em um spray de gotículas de água e vapor, rolando em um mar de sangue tão espesso que eu estou agradecido por saber que os exames para doenças de McGuire deram todos negativos semana passada. Dirijo minha lâmina para o seu pescoço musculoso, e o cheiro de sangue enche minha cabeça. Oh. Porque ele me pulverizou todo. Ele cai de costas ao lado do ralo. Seus olhos são fendas, mas seu corpo ainda está se contraindo, ainda tentando reverter a situação, embora ele não tenha sequer a força para me desequilibrar quando eu escarrancho sobre ele, me preparando para acertá-lo mais uma vez na jugular.


— P-por quê? — ele tosse. Sangue borbulha na sua garganta. O cheiro é tão avassalador que leva tudo de mim para não levantar e tropeçar para fora do banheiro. Estou sentindo minha cabeça fodida, então acabo com as coisas rapidamente, enterrando minha lâmina na sua jugular e saindo de cima do seu corpo o mais depressa possível. Eu penso, depois de me enxaguar e caminhar de volta para o meu quarto em minhas roupas molhadas, como eu poderia ter respondido: por todos aqueles garotos que você pegou aquela vez em 2003. O filho da puta pode ter sido estuprado, mas ele se tornou um estuprador, também. Não é por isso que ele estava aqui - McGuire comandava um MC, onde ele matava qualquer um de quem não gostava - mas ele também era um pedófilo. Eu sou provavelmente o único por aqui que sabe disso. Balanço minha cabeça. Estendo o braço e corro a ponta dos meus dedos ao longo da parede de cimento. Estou me sentindo leve e cheio de ar, como um balão de hélio. Eu mal chego à minha porta sem tropeçar ou desmaiar. Assim que eu entro, vomito na pia, e depois uso um dos muitos celulares pré-pagos que tenho para avisar meu chefe que está tudo feito. — Burns foi instruído a liderar o grupo do jeito que eu descrevi? Com foco em cocaína e heroína? — Vou cuidar disso. — eu digo a ele. Eu coloco uma jaqueta e entro no meu armário, onde elimino todos os vestígios de dor e fraqueza e passo duas horas promovendo e atualizando Burns sobre a sua nova posição. Quando ele garantiu sua lealdade a mim e propôs alguns negócios que pareciam lucrativos, prometendo canalizar um pouco da fortuna Hammond nas contas ilícitas do seu grupo - assim vou poder dar aos meus chefes os números das contas - sugerindo que há um bom dinheiro agora com cocaína e heroína, se seus caras conseguirem pegar as drogas com o


fornecedor que eu conheço na Colômbia - eu cortei suas amarrações e tirei a jaqueta. Muito sangue. Meu sangue. Porra. Tropeço em direção ao chuveiro, mas minha cabeça está girando. Refaço minha rota e vou para a cama, estendendo minha mão tremente para baixo do travesseiro. Os vincos das minhas unhas ainda estão cobertos de sangue, mas estou muito cansado para levantar e lavá-los de novo. Eu sei que estou contaminando a tela desse iPhone desatualizado, mas eu não me importo. Eu só quero ver o seu rosto: Anjo em cores. Tantas fotos... paguei alguém para tirá-las. Por vários anos. Baile de formatura do Ensino Médio. Faculdade... Futebol. Anjo. Ligo para Clinton logo antes de eu ter a porra de um desmaio. O cheiro de sangue... o rosto dela. Tantas estrelas. — Vá buscá-la. Eu não... me importo... que horas são.

*


A enfermeira da noite da minha mãe me acorda pouco depois das cinco da manhã com os olhos arregalados. Ela sussurra que há alguém na porta. — Ele disse que se chama Clinton. E esse é o primeiro alarme que soa. O segundo, na verdade. A chegada dele a esta hora é o primeiro. Puxo um roupão sobre o pijama e corro para a sala de estar. Abro a porta e o observo. Ele parece bastante normal em seu uniforme marrom e botas. — Clinton. O que está acontecendo? — Eu vim buscar você. — diz ele. — Agora? Ele balança a cabeça. — Sim. — Por quê? Ele me chamou? — É por isso que eu venho te buscar, não é? — Sim. Acho que sim. Por que tão cedo? Ele dá de ombros. Eu levanto uma sobrancelha cética para ele, então o deixo esperando enquanto troco de roupa, ligo para Holly e tenho uma atualização sobre minha mãe, que parece estar a cada dia desaparecendo mais, não tendo aberto seus olhos há quase quatro dias. Estou muito feliz por não pensar nisso quando pego minha bolsa, coloco as sapatilhas e abro a porta da frente. Fico lá por um longo tempo, respirando o orvalho do ar pré-amanhecer e avalio o guardo procurando por sinais que me digam que eu não deveria ir com ele.


— Algo incomum está acontecendo? — pergunto. — Acho que não. Mas eu posso dizer. Eu apenas posso dizer que ele está escondendo alguma coisa. Normalmente, ele é mais solto. Menos... travado. Hoje à noite ele parece subjugado, quase congelado, como se ele não quisesse dizer ou fazer algo errado. Ainda de pé na soleira da porta, eu mordo meu lábio e balanço a cabeça. — Clinton, eu realmente sinto muito, mas você pode ligar para a prisão e me deixar falar com o seu chefe? Ou talvez ligar direto para ele? Fera? Ele balança a cabeça. — Você pode ligar para ele? — claramente, Fera não é infalível no departamento de confiabilidade, mas ele estava bastante normal ontem para mim. Clinton concorda com a cabeça e puxa o seu telefone do bolso. — Eu posso ligar para ele. Se isso é o que é necessário para que você venha. Eu rolo meus olhos e de repente mudo de ideia. — Tanto faz. Só vamos de uma vez. Viver perigosamente e essas coisas. Ir mais cedo hoje vai me permitir estar em casa a tempo de passar o dia com a minha irmãzinha, Adrian. — Isso é bom. — diz ele, mas parece distraído. No momento em que o último dos portões se abre, estou absolutamente certa que algo está errado. Apesar da repetitiva insistência de Clinton de que tudo está bem - e da sua insistência para que nós ouvíssemos o álbum de estreia da Mariah Carey eu tenho a sensação de algo rastejando pelo meu estômago. Eu decido arriscar um palpite quando ele desliza no estacionamento bem em frente à entrada principal.


— Isso é um teste? Uma armadilha? Seja honesto comigo, porque, neste momento, eu estou um pouco assustada. E se algo aconteceu com Fera e os outros... eu não sei... me pegarem? Esse pensamento me faz querer trancar as portas e ficar dentro do carro. Os olhos castanhos de Clinton param nos meus. — Isso não é um teste. Ou uma armadilha. Ele apenas queria ver você. — Algo está errado? Ele estaciona o Explorer e desliga o motor. — Então algo está errado! — eu noto uma ambulância estacionada à direita e aponto acusadoramente para ela. — Ele se feriu? — Você está prestes a vê-lo. — ele diz e sai do carro. Eu sei que ele está andando ao redor para abrir a minha porta, algo que é muito comum no sul dos Estados Unidos, de onde o sotaque de Clinton indica que ele é. O centro do meu peito fica quente e derretido com o pensamento de algo acontecendo com Fera, mesmo quando o medo me inunda por trás da preocupação. Eu não deveria estar aqui se algo está errado. Eu não posso cuidar de mim aqui sem a ajuda de alguém muito mais forte. Clinton abre a minha porta, e quando eu saio, ele me dá um sorriso tranquilizador. — Eu não deixaria você fazer algo perigoso. Eu sou um guarda, não um prisioneiro, lembra? Eu aceno. Ele trançou seu braço no meu, mas quando nós passamos pela porta, ele puxa o braço e se afasta de mim. — Passe pelo detector de metais, Srta. Mitchell. — ele me diz. Eu faço como ele diz. Tudo permanece quieto, e quando eu estou parada de pé para que um guarda possa passar a varinha sobre mim, percebo pessoal


médico parado a cerca de 5 metros, na boca de um corredor. Deve ser por isso que Clinton está agindo tão distante. Finalmente nós passamos pela segurança. Ele começa a andar pelo corredor, mas meus tênis estão enraizados no chão. Ele se vira. — É muito ruim? — eu pergunto. — Nada para se assustar, madame. Ele acena para uma guarda parada na entrada do corredor que nós estamos percorrendo, e ela acena de volta para nós. Eu tento manter meu olhar em Clinton, mas ele vagueia. Estou curiosa para ver essas chapas de metal que vêm do teto, cobrindo a fachada das celas. As barras de metal deixam um pequeno buraco entre si, então ar fresco pode circular, eu acho, mas as celas são, na sua maior parte, cobertas. Tento manter meus passos silenciosos enquanto eu sigo Clinton por duas esquinas. Apesar do meu péssimo senso de direção, posso sentir que estamos viajando através dos braços hexagonais da prisão. Quando nós viramos abruptamente à esquerda e andamos por um pequeno corredor, tenho a impressão de que estamos fazendo um desvio no meio do hexágono. Há uma estação de guarda, atrás da qual uma mulher com dread-locks curtos está fazendo palavras cruzadas. Ela e Clinton trocam um tipo de olhar um olhar nervoso? - e depois nós estamos caminhado ao lado de algumas portas de metal indescritíveis, seguindo por uma pequena amostra de corredor. Ele para de repente na última porta do nosso pequeno percurso. Ele digita alguns números em um teclado à esquerda da porta, e ela se abre. Ar mais frio vem de dentro do quarto, e eu apenas sei que essa é a cela dele. A cela de Fera.


Clinton acena e eu seguro a respiração quando entro no cômodo. Abaixo dos meus tênis, um tapete caro cor de vinho se estende sobre um piso de cimento caiado de branco que tem a extensão do meu quarto e do de Adrian juntos. As paredes são totalmente brancas, o teto baixo. Entre algumas piscadas desorientadas, eu consigo vislumbrar que esse quarto é uma espécie de suíte da prisão; sua televisão de tela plana no canto é maior e melhor do que a que temos em casa; e há uma cama queen-size à minha frente. — Oh. — ele está sobre ela. Ele está sentado, vestindo uma camiseta branca justa que agarra seus grandes bíceps e o peitoral largo. Travesseiros pretos estão apoiados atrás dele, como se em contraste simbólico com o branco imaculado da sua camiseta. Luz, cercada pela escuridão... Ele está coberto até a cintura com um edredom preto de aparência macia. Talvez seja o contraste da cama com a sua pele, mas seu rosto parece mais branco que o normal. Vejo que Clinton dá um aceno, e Fera concorda com a cabeça em assentimento. Atrás de mim, a porta se fecha. Então seus olhos batem nos meus. Minhas pernas esquecem como funcionam. Eu quase afundo no chão. Em vez disso, caminho até a cama e toco a borda do seu cobertor negro com as minhas mãos famintas. Meu olhar se derrama por ele - quase compulsivamente, mas não posso ver nada obvio: nada além de uma contusão fraca na sua bochecha. Ele se senta um pouco mais reto, então prende meu pulso na sua mão e me olha com olhos cautelosos e o maxilar cerrado. — Sem perguntas, Anjo. Tira suas calças e senta na minha cara - ou então você terá que ir embora. — Mas...


— Sem ‘mas’, Anjo. Não hoje. Eu procuro algo no seu rosto, mas ele está bloqueado. Seus olhos não revelam nada, apenas observam como lasers negros enquanto eu lentamente tiro meus jeans vermelhos e a minha camiseta amarela por cima da cabeça. Quando eu subo na cama, ele se deita com as costas no colchão. Ele inclina a cabeça para trás, mas em vez de montar no seu rosto, eu afundo nas pernas dele e dou um beijo na sua bela garganta. Ele balança a cabeça. — Senta na minha cara. Eu quero te provar. Agora. Eu começo a me afastar dele, mas ele agarra meus quadris e me puxa para cima. — Eu quero isso. Preciso disso. — ele diz, e então está me lambendo. Enquanto me lambe de cima a baixo, ele me alcança por trás e passa um braço poderoso pelas minhas pernas, então seus dedos estão posicionados para mergulhar na minha boceta apertada por trás. Seu outro braço vai ao redor da minha cintura, a mão pressionando contra a parte baixa das minhas costas ao mesmo tempo em que ele trabalha com a língua, quase me abraçando. Meus olhos se fecham e eu suspiro e arquejo e moo em sua boca quente e úmida. — Sim. — estou ofegando. — Sim... — Sim o quê? — ele respira contra a minha pele. — Sim, Fera. A ponta da sua língua abre os meus lábios e faz seu caminho de cima a baixo, parando para rolar sobre o meu clitóris latejando. Meus quadris pulam. — Oh, Deus! Estou perto! As palavras explodem e a boca dele para.


Por meio segundo, nossos olhares se encontram, e o dele é escuro. Tão cru, nu e desolado. Um segundo depois, ele se ergue debaixo de mim, me levanta no ar e me joga de costas sobre o seu edredom. Quando ele fica de joelhos, entre as minhas pernas, eu pego um vislumbre de algo branco brilhante debaixo da camiseta branca que ele está usando. Abro minha boca para perguntar o que aconteceu, mas como da última vez, ele sabe exatamente o que fazer para desligar meu cérebro. Mãos vão para o elástico da sua cueca. A cueca desce, liberando um pau perfeito e enorme que eu quero chupar. Ele agarra as minhas coxas e se aproxima do meu núcleo. Ele toma a si mesmo com uma mão, aponta para a minha boceta e, depois de um olhar rápido e cintilante para os meus olhos, ele bate dentro de mim, tão forte que eu quase cai para fora da cama.


le empurra dentro de

mim. Desliza para fora. — Eu preciso do seu corpo, Anjo. Nada mais. Você quer me sentir dentro de você? Concordo com a cabeça e agarro o antebraço do seu lado ileso. — Sim, por favor! Agora! Ele soca em mim novamente e geme. Meus olhos se abrem. — Isso é uma gaze sob a sua camisa. Eu não quero te machucar. Ele está ofegando quando se empurra de novo para dentro de mim. — Foda-me ou vá embora. — ele parece desesperado. Até mesmo um pouco abatido. Eu levanto meus quadris e coloco mais esforço nas suas estocadas. — Mais forte. — ele ordena. — Se dobre dessa forma. — ele levanta meus quadris mais um pouco, então seu pau grosso esfrega no meu clitóris. Eu gemo. — Isso, assim. Me deixa encher essa boceta molhada. — Ahhh! — ele empurra tão forte... eu pisco quando ele puxa para fora de novo. Em volta dele, eu vejo estrelas.


— Você gosta dele. Do meu pau esticando essa boceta doce. — as mãos dele acariciam meus ombros, e eu olho para o seu rosto, intenso e pálido. — Diga-me como você gosta disso, Anjo. — Forte. — eu sussurro. Ele me dá isso duro, e eu rosno como um animal no cio. — De novo. — eu gemo. — De novo. — ele empurra, e eu sinto as suas bolas batendo em mim. — Você é a minha puta. — ele diz. — Eu chamo, você vem. Você está aqui por mim. Só por mim. — ele bate de novo e eu gemo asperamente. — Você vai tomar tudo de mim. — ele gira os quadris, entrando ainda mais profundo. Eu não sinto nada além do seu pau enorme; eu existo só para apertar e pulsar ao redor dele. — Sinta isso. Esse sou eu possuindo você. — para fora. — Oh, porra! — e dentro de novo Envolvo minhas mãos ao redor do braço dele e jogo minha cabeça para trás, permitindo que minhas pernas caiam abertas. Meus quadris se levantam exatamente quando meu corpo quer que eles façam isso. Eu não sou nada além de um orgasmo correndo livre seu caminho, e ele está correndo comigo. Nós gozamos juntos - ele ofegando, eu gritando. Ele afunda no seu lado, apoiando-se em um cotovelo, e meus olhos vagueiam para baixo, procurando a cicatriz que ficou na sua perna daquela noite. É quando eu percebo que sua camiseta está machada de vermelho. — Merda. No segundo que eu o alcanço, ele rola para longe de mim. Ele pousa agilmente no chão ao lado da cama e olha para mim como se eu tivesse feito algo intencionalmente para feri-lo. Seus olhos estão escuros. Seu rosto está apertado.


— Eu não preciso ou quero uma amante, Anjo. Você está aqui porque eu gosto dessa boceta doce, e você quer o meu dinheiro e o meu pau. O que ele diz é tão brusco que me pega de surpresa, embora eu tenha certeza que não deveria. Levo meus joelhos ao meu peito e os abraço, e depois olho para ele. — Isso não é verdade para mim. — O quê? — seu rosto de torce. — Eu disse que você seria a minha puta. Nós íamos foder, eu te pagaria. — É assim como você faz com cada mulher que vê aqui? Ele me dá um olhar estranho, e quando ele fala, sua voz é tranquila. — Eu não preciso pagá-las, Anjo. — Porque elas ainda querem foder com uma estrela de cinema. Aqui está a coisa: Eu não. — eu deslizo para fora da cama quando a pressão cresce dentro do meu peito. — Eu não acho que você é mais aquela pessoa. Talvez você nunca tenha sido, mas eu sei que você não é agora. Eu estou aqui porque eu te segurei uma noite no deserto quando pensei que você estivesse morrendo. Você estava morrendo. Você estava morto até que eles te trouxeram de volta, não é? O rosto dele é uma máscara. Ele nem sequer pisca. — Eu não entendo! Qual é o objetivo em dizer que você não se lembra de mim? Mesmo que você não se lembre do acidente, eu estava lá na festa mais cedo aquela noite. — Assim como muitas mulheres. — ele diz, sem rodeios. — Você acha que é diferente? Que nós tivemos uma conexão? — ele caminha de um lado para o outro do tapete, dando-me uma boa visão da sua camiseta, onde o vermelho está lentamente se espalhando. — Você sabe o que eu me lembro daquela noite? — ele diz. — O cheiro de sangue. É tudo que havia para mim. Eu matei três pessoas e fui para a prisão por isso. Desculpe se eu não sou o que você quer que eu seja. Você quer que eu te agradeça? Eu não estou agradecido. Eu deveria ter morrido, porra. Eu aperto meus lábios para impedi-los de tremer.


Ele se senta na beira da cama e olha para as suas coxas. Elas estão nuas, muito musculosas. Posso ver a cicatriz que atravessa a esquerda - uma que veio daquela noite. Ela é grossa, branco-rosada e irregular. Eu nem sequer posso imaginar quanto isso deve ter doído. — Há muitas razões pelas quais o mundo seria um lugar melhor se eu tivesse morrido aquela noite. Se você soubesse o que eu fiz hoje à noite - como eu consegui esse corte — ele prende o tecido da camiseta entre dois dedos e o puxa gentilmente, mostrando a sua pele — Então você entenderia. Se você soubesse qualquer coisa sobre mim. Mas você não sabe. E aqui está a coisa, Anjo: Você não quer saber. Dou um passo mais próximo dele. — Eu não sou frágil como você acha. — olho para o seu rosto cansado. — Deixe-me te conhecer além de apenas “Fera”. Se algo for demais para mim, eu posso dizer. Nesse meio tempo, me deixe te chamar de Ricardo. Você é um homem - não uma fera. Ele pisca para mim, lembrando-me por um momento de uma criança mal-humorada. Ele lentamente balança a cabeça. — Eu sou uma Fera. Eu não sou humano - isso é certo. Meu coração para por um segundo. — Não diga isso. — Faz muito tempo desde que eu fui um homem. Ele deixa a cabeça cair em suas mãos. — Eu faço coisas que te fariam me odiar se você soubesse. — Eu não acho que eu posso te odiar. Seus olhos arregalados bloqueiam nos meus. — Annabelle, meu pai é um sociopata viciado em drogas. Eu mal conheço minha irmã. Estou no meu oitavo ano na prisão. Não sou o tipo de cara que você precisa dar a mínima. Quem se importa com quem me esfaqueou? — Eu. — eu digo em voz baixa.


— Então você é estúpida. — ele se levanta e eu posso sentir a tempestade das suas emoções girando em torno dele enquanto ele trabalha para mudar o humor das coisas. Assim como ele trabalha para me afastar. — Você é uma garota estúpida, Annabelle, e é hora de você ir embora. — Você está tentando me expulsar. — Sim, inferno, eu estou. Espero que esteja funcionando. — ele acena para a porta, e quando eu não me mexo, ele para na minha frente e me pega pelo cotovelo. — Eu vejo agora que isso foi um erro. Você precisa ir embora, Anjo. Meus olhos estão úmidos com as lágrimas. Ele está certo. Eu sou estúpida. Por pensar... o que eu pensei? Que nós podíamos realmente nos dar bem? Que os sentimentos que carreguei comigo por todos esses anos poderiam ser suavizados? Renovados? A verdade é, eu não pensei em nada - eu só senti. E desde a primeira vez que eu vi o rosto dele em Good Nebraska, quando ele era um ator de catorze anos e eu apenas uma garotinha, eu simplesmente... me apaixonei por ele. Eu não sei a razão. Isso não faz sentido. É meio que um tipo de magnetismo. Uma lágrima grande rola pela minha bochecha. Eu balanço a minha cabeça e afasto algumas outras com a ponta dos meus dedos. — Anjo. — ele geme. — Não. Tão rápido quanto ele pegou meu cotovelo para tentar me pôr para fora da porta, suas mãos se espalham pela minha cintura. Ele me pega, me carrega até a cama, me deita nela e sobe em cima de mim. Seus braços estão ao meu redor antes que eu tenha a chance de processar o que acabou de acontecer. Seu rosto está enterrado no meu pescoço. Seus lábios se movem, suaves e lentos, atrás da minha orelha. — Anjo... Anjo... meu Anjo. Eu me lembro de você. É claro que eu me lembro. Eu agarro seus ombros, mas parece que não encontro a coragem para olhar para ele. — Você se lembra?


— Eu continuei seguindo você. — ele diz suavemente. — Ensino Médio. Faculdade. Como um stalker5 maldito. Você só era tão legal pra caralho. Isso é estranho demais do lugar de onde eu venho. Enrolo meus braços gentilmente ao redor da sua cintura e pressiono um leve beijo no seu peito. O outro lado ainda está sangrando sob a camiseta. Eu solto meu aperto sobre ele e me sento. — Eu era obcecada por você. — eu confesso. — E depois de tudo... eu tentei não pensar em você, porque isso me deixava louca. Saber que você estava aqui... Eu odiava isso. — pressiono minha mão contra a sua bochecha. — Você não pertence a esse lugar. A boca dele encontra a minha, explorando suavemente, depois puxando para longe. — Oh, Anjo. É aí que você se engana. Corro meus dedos pelo seu cabelo. Minha outra mão encontra a dele e começa a acariciar os nós dos seus dedos. Estou surpresa ao sentir que a mão dele está tremendo um pouco. — Adrenalina. — ele diz. Eu beijo a sua palma. Ele estremece. — Não. — Dói? Ele fecha os olhos e balança a cabeça. — Isso é errado, Anjo. O único momento em que essas mãos são gentis é quando elas estão na sua pele. — Então elas deveriam estar mais na minha pele. — eu o empurro para baixo suavemente, e me surpreendo quando ele se submete. Ele está deitado de costas na cama, e eu posso ver a sua ereção marcando a cueca boxer. — Não me dê nenhum aborrecimento. Eu quero cuidar de onde você está machucado e depois eu quero te foder.

5

É uma palavra inglesa que significa perseguidor, muitas vezes usado para se referir a fãs obcecadas.


Seus olhos arregalam e eu rio. — É melhor você ligar a TV, então não vão ouvir os gritos. Ele sorri, e eu estalo os dedos. — Você acha que eu estou brincando? — Não. Sua bruxa má. — ele se inclina e pega um controle remoto da mesa de cabeceira. Ele aponta para a TV. Eu vejo o terno de um jornalista e volto minha atenção para Fera. Levanto a sua camiseta, admirando seu belo corpo. Movo a gaze e encontro uma facada que parece que foi dada com raiva. — Como isso aconteceu? — eu sussurro. — Eu deveria te dizer. — ele brinca. Preocupação atravessa o seu rosto, e quando ele fala de novo, sua voz é muito suave. — Eu deveria... mas eu não posso? Eu aceno lentamente. — Tudo bem. Eu beijo o seu pescoço, sua boca. Eu já estou molhada e com tesão, e posso ver o seu pau duro, então sei que preciso me afastar. — Você tem um kit de primeiros socorros? Ele coloca uma mão atrás da cabeça e acena. — Debaixo da pia do banheiro. Eu o pego e volto para descobrir que ele não se mexeu. Eu limpo a ferida e ele aperta meu joelho. — Eu machuquei você? Ele balança a cabeça. — Eu só quero sentir você. Ter certeza que você é real. Eu sorrio quando calor se espalha por mim. — Eu sou real. Eu estou aqui. E depois disso, eu quero chupar o seu pau. O que você acha disso? Seu pau contrai e eu dou uma gargalhada.


Eu trato da sua ferida e coloco um curativo sobre ela. Depois eu abaixo a sua boxer e vejo seu pênis saltar livre. Coloco minha boca ao redor dele, e suas mãos descem para os meus ombros. — Anjo, Anjo, Anjo... Ele empurra dentro da minha boca. Eu gemo, enviando vibrações através do seu eixo. O levo profundamente na minha garganta e cubro as suas bolas com as minhas mãos. Isso é quando ele enrijece. Meus olhos voam para os dele. Eu sigo o seu olhar até a tela plana e, quando ele permanece congelado, tiro a minha boca dele. — O que há de errado? Ele levanta a mão e eu escuto o locutor, enquanto o sangue some do seu rosto. ... matou Blaine McGuire, líder da Força Ariana em La Rosa. A polícia diz que Hammond irá passar um tempo na solitária e pode ter sua sentença estendida. Os próximos minutos se desdobram como um filme. Pelos primeiros trinta segundos mais ou menos, ele só fica sentado ali, imóvel como uma pedra. Meu coração está acelerado. Foi isso que ele fez para ser ferido? Ele matou alguém? Meu coração dói. Meu estômago dói. Eu não tenho certeza do que dizer. E talvez isso nem importe no momento. Ele sai da cama e atravessa o quarto, puxando gavetas abertas na sua mesa - me ignorando - quando eu ouço passos no corredor. Ele voa para a cama e me puxa para fora, empurrando-me em direção ao banheiro. — Entre aí, Anjo. Fique quieta.


E então eu vejo tudo que acontece através do orifício que existe na parte de trás da porta. Vejo quando eles irrompem pela porta do quarto. Homens de terno - um de terno, os outros dois vestem preto. O que está de terno diz algo que eu não posso ouvir, e a voz de Fera explode. — Seu filho da puta, você mentiu para mim. O homem de terno dá uma risadinha. Eu não sei quem ele é ou qual o seu papel aqui, mas é um som cruel. Um dos homens de preto puxa o que eu acho que é uma arma, e eu quase grito. Ele atira, e um clarão que parece um raio azul pula da arma para o ombro de Fera. Seus joelhos batem no tapete. Ele geme um pouco quando sua cabeça cai sobre seus ombros. Os homens de preto agarram cada um dos seus braços e o puxam para cima. — Solitária. — o homem de terno ordena. — O mediquem quando o deixarem lá. Eu o quero dócil como um gatinho. — ele caminha na frente dos homens e empurra a porta aberta. Então ele se vira. — E quando vocês acabarem, chequem o quarto atrás dela. Eu não confio nele para não dar com a língua nos dentes, e se ela souber, vamos ter que lidar com isso. Observo quando o homem de terno segura a porta aberta e os outros dois levam Fera por ela. O quarto está tranquilo, exceto pelas batidas do meu coração.


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