ENTREVISTA – ANDRÉ PACHECO DE ASSIS
UMA CARREIRA DESAFIADORA E BRILHANTE O engenheiro André Pacheco de Assis enfrentou diversos desafios em sua carreira e construiu uma história como docente e na gestão de diversas associações Por Dafne Mazaia
Fotos: Acervo pessoal
panhamentos na área de geotecnia aplicada à mineração e em barragens em várias centrais hidrelétricas, como a Usina Hidrelétrica Serra do Facão, construída no rio São Marcos, no Estado de Goiás; Usina Hidrelétrica Batalha, localizada no rio São Marcos, entre os municípios de Cristalina (GO) e Paracatu (MG); Usina Hidrelétrica Ferreira Gomes, localizada na Bacia do Rio Araguari, em Ferreira Gomes (AP) e Belo Monte, em Vitória do Xingu (PA); os metrôs de Brasília (DF), Bucareste e São Paulo (SP); assim como a gestão de riscos geotécnicos do projeto TAV Brasil (Trem de Alta Velocidade) e suas atividades na empresa Vale. André Assis já foi presidente do ITA (Associação Internacional de Túneis e do Espaço Subterrâneo) e hoje preside a ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica). O engenheiro e professor André Pacheco de Assis
O engenheiro e professor André Pacheco de Assis nasceu no Estado de Minas Gerais, em junho de 1959. Mudou-se diversas vezes em sua infância, até fixar residência em Brasília (DF), onde prestou vestibular para Física, na UnB (Universidade de Brasília) e após um ano, resolveu mudar para o curso de Engenharia Civil, para seguir seu sonho na área de estruturas. Acabou interessando-se pelo segmento de geotecnia, no final da graduação. Iniciou sua carreira como engenheiro júnior na empresa Themag Engenharia e algum tempo depois realizou doutorado em Geotecnia na Universidade de Alberta, no Canadá. Cinco anos depois voltou ao Brasil e tornou-se professor na UnB. Já em sua carreira acadêmica, fez dois estágios de pós-doutorado, como professor visitante, na Mackay School of Mines da Universidade de Nevada, na cidade de Reno, nos Estados Unidos, entre os anos de 1996 e 1997, e no EPFL (Instituto Politécnico Federal de Lausanne), na Suíça, entre 2005 e 2006. Entre os trabalhos que já participou destacam-se seus acom16 • FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS
CONTE-NOS UM POUCO SOBRE A SUA INFÂNCIA E COMO SURGIU O INTERESSE PELA ENGENHARIA CIVIL. Nasci em Itajubá (MG) em 02 de junho de 1959. Até os 13 anos morei em diversas cidades de Minas Gerais como Itajubá, Uberlândia e Prata, e em Penápolis no Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro (RJ), tudo isso devido a profissão do meu pai que era funcionário do Banco do Brasil. Em 1973, a família se mudou para Brasília, onde nos fixamos de vez, pois meus pais diziam que os filhos precisariam de escolas melhores, visando a chegada à universidade. Desde que eu me entendo por gente, eu sempre quis ser engenheiro civil, e tinha a visão de um engenheiro estrutural, de projeto, fazendo cálculos, e sempre atraído pelas obras especiais, mais complexas. Acho que era isso que me encantava na engenharia, as soluções não convencionais para grandes obras. No entanto, no ensino médio, descobri a física, e fui me entusiasmando por ela, a ponto de fazer vestibular para Física na UnB (Universidade de Brasília), em julho de 1976. Foi uma surpresa para minha família e amigos. Era um período bastante direcionado para a energia nu-