Revista Fundações Ed.74

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ARTIGO

ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE CARGA DE SAPATAS ISOLADAS POR MEIO DE PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO Engo Bruno Mingardi, Engenheiro Civil, Especialista em Fundações, Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior, Sócio do Escritório GeoBr Engenheiros Consultores, Belo Horizonte (MG) brunomingardi@hotmail.com Rodolpho Cunha, Técnico em Edificações, Graduando em engenharia civil, Universidade Fumec, Belo Horizonte (MG) rodolpho.cunha@yahoo.com.br

RESUMO O objetivo é fornecer ao engenheiro geo­técnico um maior amparo em casos de litígio judicial empregando uma técnica que consiste na aplicação de duas médias aritméticas com limite de dispersão em cima dos resultados das tensões admissíveis encontradas nos dimensionamentos de sapatas isoladas de oito métodos semiempíricos estatísticos. Os resultados foram comparados com provas de carga estática realizadas em sapatas isoladas de concreto armado, e se concluiu que a técnica empregada trouxe uma excelente confiabilidade por apresentar valores bem próximos dos encontrados nas provas de carga analisadas. As sondagens podem não representar o real perfil do terreno na sua totalidade, sendo assim o uso da técnica apresentada também se justifica como forma de resguardo para o engenheiro geotécnico. 42 • FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS

Palavras-Chave: Litígio Judicial; Média Simples; Provas de Carga Estática; Sapatas Isoladas; Semiempírico Estatístico.

INTRODUÇÃO Berberian (2010) sugere a técnica utilizada neste estudo que apresenta uma forte base jurídica em casos de litígio judicial, uma vez em que o projetista geotécnico se utiliza de métodos dos mais respeitados autores e ainda faz de limites de erro e média simples para obtenção do valor final da tensão admissível utilizado no dimensionamento da sapata isolada. Foram utilizados os métodos de oito autores já consagrados que juntamente com a técnica proposta detalhada serão descritos ao longo deste artigo. O desenvolvimento de um projeto de fundação não se resume a aplicações e limitações de cada um desses processos e devido às incertezas inerentes às variações de comportamento do solo, a experiência é decisiva no dimensionamento e execução (MINGARDI, 2015, p. 1-12).

1 METODOLOGIA A técnica empregada consiste em dimensionar uma sapata isolada usando os métodos de oito autores, com os valores de tensão admissível encontrados faz-se uma primeira média aritmética simples, no valor resultante aplica-se um limite de dispersão de 30% para mais e para menos sugeri-

Tabela 1 – Pressões Básicas (admissíveis) NBR 6.122 SPT = NSPT Brasil Solo

kg/cm2

Rocha sã, maciça, sem laminações ou sinais de decomposição

30

Rochas estratificadas, com pequenas fissuras

15

Rochas alteradas ou em decomposição

3,0

Solo granulares concrecionado, conglomerado

10

Solo pedregulhoso compacto a muito compacto

6,0

Solo pedregulhoso fofo

3,0

Areia Muito Compacta

5,0

Areia Compacta

4,0

Areia Mediamente Compacta

2,0

Argila Dura

3,0

Argila Rija

2,0

Argila Média

1,0

Silte Duro

3,0

Silte Rijo

2,0

Siltemed. compacto

1,0

do pelo professor Dickran Berberian que em 50 anos de experiência como engenheiro geotécnico considerou um limite aceitável, os resultados individuais dos autores pesquisados que ficarem de fora destes limites de


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