REPORTAGEM
TUNNEL LINER: TÉCNICA É CLASSIFICADA COMO SOLUÇÃO EFICAZ O método não destrutivo se destaca por sua aplicabilidade, praticidade executiva, resistência a cargas atuantes e elevada durabilidade Por Dellana Wolney
O tunnel liner é uma técnica não destrutiva para a abertura de túneis estruturados com segmentos de aço corrugado, é indicada para a realização de obras subterrâneas em diferentes tipos de solo, especialmente em áreas urbanas. Nos últimos anos, várias aplicações foram desenvolvidas para essa tecnologia, sendo a principal: obras de drenagem de águas pluviais. A metodologia vem sendo largamente utilizada em redes de esgotos; passagens de veículos e pedestres; passagens de cabos de telefonia e energia; obras metroviárias e de mineração, como tubos camisa para proteção mecânica de tubulações de água, esgoto, combustíveis e demais instalações; canalização de córregos e como reforço estrutural para túneis. Trata-se de uma solução antiga, utilizada nas décadas de 1980 e 1990, mas que com o passar do tempo e com o advento de outras tecnologias, tornou-se mais competitiva em aplicações que exigem diâmetros menores e em trechos curtos. De acordo com o engenheiro civil e consultor comercial da empresa Progeo Engenharia, Luiz Antonio Naresi, basicamente, a execução de uma obra utilizando a técnica do tunnel liner consiste na escavação do solo através de equipamentos mecânicos automatizados ou simples equipamentos manuais; remoção do material escavado; montagem das chapas de revestimento aparafusadas e preenchimento de eventuais vazios. “Em alguns casos, técnicas específicas podem ser necessárias. Isso pode ocorrer quando há presença de água no nível da escavação, pouco recobrimento sobre a geratriz superior do túnel ou material de escavação constituído por solo desagregado. Nestes casos, pode ser preciso o rebaixamento do lençol freático, o uso de escudos frontais para proteção da frente de escavação, a enfilagem do solo adjacente ao túnel, ou o uso de abas metálicas de avanço”, afirma Naresi. 20 • FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS
A simplicidade de execução e a garantia de implantação nos mais variados tipos de solo faz da execução do tunnel liner um processo confiável, versátil, econômico e competitivo, principalmente na sua faixa de diâmetros, visto que as escavações são curtas, com aproximadamente 46 cm e sempre seguidas do camboteamento das chapas metálicas. O camboteamento confere segurança ao processo, exceto quando está abaixo do nível d’água e na presença de lençol freático, onde se faz necessário utilizar rebaixamento do lençol freático ou sistema de injeção de consolidação do invólucro da seção do tunnel liner para permitir que não ocorra ruptura frontal, e quando há presença de solo mole ou areia, é necessária a consolidação prévia, permitindo uma escavação segura sem desmoronamento ou soterramento. Dentre todas essas características, a principal vantagem da utilização dessa técnica ainda tem sido o fato de não ser necessária a interrupção da via, seja rodoviária ou ferroviária, para execução dos serviços. “Muitas vezes, instalar uma placa ‘pedindo desculpas’ pelo transtorno não é suficiente para diminuir o prejuízo social e econômico causado por uma obra que desvia o trânsito, suja as ruas e gera engarrafamentos”, esclarece o engenheiro civil, Thiago Abdala Magalhães.
PROJETO E EXECUÇÃO Previamente à execução da obra, Luiz Antonio Naresi explica que deverão ser efetuadas sondagens à percussão, objetivando a determinação do nível do lençol freático e dos resultados de SPT (Standart Penetration Test). Estes parâmetros serão necessários para orientar a escolha do tipo de escoramento a ser adotado em um determinado tipo de obra. Em função da dimensão da obra, área de escavação e comprimento do túnel, e também da sua complexidade, o exe-