1 minute read

Cabo Frio, anos 70

Cabo Frio, anos 70

Eu trabalhava nessa época no escritório de arquitetura do Maurício Roberto. Lá, conheci Julinha, Crica, Estela, Lélia, Gordo, seu marido e muitas outras pessoas.

Advertisement

O escritório era uma festa permanente. Eu era responsável pela biblioteca. Como era um pouco afastada das salas de trabalho, a biblioteca era o local ideal para fumar um “cigarrinho”.

Vivia cheia. Todos os dias, por volta das 10 horas, apareciam os primeiros fumantes, que nem sempre eram leitores. E o cheiro de fumaça seguia na biblioteca o dia inteiro. Foi um tempo divertido, mas, naturalmente, como as funções da sala de leitura foram “transformadas”, era difícil levar o trabalho a sério. Quando alguém chegava para fazer uma pesquisa, eu tinha problemas em me concentrar.

Depois de alguns meses trabalhando naquela animada biblioteca, comecei a fazer amigos entre os “pseudo-leitores”. Num final de semana, o Marcio, um dos arquitetos nos convidou para passar o final de semana na casa dele em Cabo Frio. Fomos eu, a Julinha, a Estela, a Ana Maria e mais quatro ou cinco pessoas.

Lembro que, quando acordávamos, o Márcio e a Ana Maria estavam sempre na mesa da varanda tomando vodca, comendo ostras e fumando. Foi um final de semana de pura festa. Às vezes, íamos dar um mergulho, mas a maior parte do tempo passamos naquela varanda bebendo vodca e conversando.

Entre as pessoas que conheci naquele escritório, ainda tenho contato com a Estela e com a Crica. Elas, de vez em quando, me dão notícias da Julinha, que está cada vez mais

47

caseira. Perdi os outros de vista. Mas lembro que eu chegava no escritório por volta das nove, de short, depois de um mergulho no Posto 6, onde morava.

Soube, pela Estela, que aquela casa na rua Real Grandeza não existe mais. Ficaram na lembrança as muitas risadas daquele ambiente festivo.

48

This article is from: