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Zaragoza, 1999

Zaragoza, 1999

O Departamento de Ciência da Informação da Universidade de Zaragoza, na Espanha, organiza, todos os anos, um congresso de documentação. Fui algumas vezes lá apresentar trabalhos.

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Nessa época, era um congresso pequeno, muito agradável, com espaço para discussões. Os palestrantes ficavam hospedados todos no mesmo hotel e faziam as refeições juntos. Esse ambiente nos dava a oportunidade de conversar e fazer planos em conjunto. Permitiu também uma cooperação entre universidades brasileiras e a de Zaragoza, além de nos dar a oportunidade de fazer ótimas amizades.

A primeira vez que eu fui, em 1999, desembarquei em Madrid e fiquei o dia inteiro no aeroporto, esperando por um voo para Zaragoza. Cheguei lá às dez da noite, exausta. O cansaço da viagem internacional, somado à longa espera no aeroporto, acabaram com as minhas energias.

Chegando ao hotel, fiquei sabendo que minha reserva era para o dia seguinte e eles não tinham um quarto disponível para aquele dia. A pessoa que me atendeu conseguiu, depois de vários telefonemas, um quarto para mim num hotel no centro da cidade.

Cheguei lá à meia-noite em um estado lamentável. Dormi doze horas. No dia seguinte, deixei minha mala no hotel e saí para caminhar.

Zaragoza é uma cidade plana, de tamanho médio, o que permite fazer quase todos os trajetos a pé. Tem tons de marrom e bege, o que lhe dá um ar sisudo. As pessoas são muito gentis e a comida, ótima. Estávamos no início de outubro e a temperatura era amena. Aproveitei o primeiro dia para

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andar pelo centro, entrar nas principais igrejas e no palácio da Alfajeria, depois sentar-me em um dos muitos cafés para ver a cidade em movimento. Para mim, os cafés são um ótimo espaço para sentir a temperatura de uma cidade, sua pulsação, observar as pessoas e conversar, eventualmente, com alguém.

Quando o congresso começou, encontrei vários colegas brasileiros que eu já conhecia. Fazíamos todas as refeições juntos em ótimos restaurantes escolhidos pelo Javier, o professor que organizava o congresso, o que permitiu um ambiente muito agradável.

No final da tarde, depois de findas as sessões de trabalho, fazíamos, quase todos os dias, uma visita a algum ponto da cidade, sempre com um ótimo guia.

Aquela cidade foi, por algum tempo, meu destino anual para apresentar trabalhos e participar de mesas. Depois de Zaragoza, eu sempre passava em Paris ou Madri.

Fiz vários amigos lá, como a Carmen e o Javier, organizadores do congresso. Ambos vieram algumas vezes a Floripa ministrar cursos na UFSC.

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