Revista J.P | Edição 177

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JOYCE ADORA

Acesse agora! glamurama.com | @glamurama Leve,Engajador.Inteligente,táON.

NESTE NÚMERO 5 EDITORIAL 6 J.P ENTREGA 10 RADIOGRAFIA 12 MÊS BOM PARA 14 J.P ADORA 18 CARA E CORAGEM Talentosa, Vitória Strada se revela em entrevista e ensaio fotográfico 28 SEXO FORA DA CASINHA Em 2022, homens e mulheres redescobrem o corpo e buscam diferentesexperiências 32 FERNANDO TORQUATTO 36 UMA QUESTÃO DE BOROGODÓ Desvendamos o poeta Fabrício Carpinejar, o último romântico 40 CORPO E ALMA 48 O REI TRAIDOR História de Edward 8º, que abandonou o trono britânico para viver um grande amor 50 RIO 40 GRAUS A designer carioca Gisela Pecego e sua irreverência em criações porn chic 54 MAIS COR, POR FAVOR Conheça o dopamine style e o poder dos tons vibrantes para dar um up na vida 58 J.P DE OLHO J.P CHARME E PROPÓSITO 32 50 14 64

NA REDE:facebook.com/revistajp@glamurama@revistajp VITÓRIA STRADA Foto Mauricio Nahas, styling Juliano Pessoa e Zuel Ferreira, beleza Everson Rocha (Capa MGT). Vestido Rober Dognani para Das Haus O conteúdo desta revista na versão digital está disponível no SITE +glamurama.com.br/revista-jpGLOBO/DIVULGAÇÃO;COSTA;LUÍSDIVULGAÇÃO;TORQUATTO;FERNANDOFREITAS;PAULOFOTOS PESSOALINSTAGRAMREPRODUÇÃOTAZETTO/DIVULGAÇÃO;ANNELIZE 60 DO MUNDO PARA CASA O duplex colorido e estiloso dos designers de moda Kelly Kim e Adrien Gingold 64 LEVANTOU POEIRA Piseiro, o onordestinofenômenoquecorreBrasil 70 J.P VIAJA 75 ENTRE LENÇÓIS Por Roberta Sendacz 76 CABALA 77 POR AÍ Por Kiki Garavaglia 78 CORREIOS 79 AGRADECIMENTOS 80 ÚLTIMA PÁGINA Com vocês a diva do humor, Grace Gianoukas 36 80 6070

Wildi Celia Melhem (produtora gráfica) celia@glamurama.com

DIRETORA-GERAL JOYCE PASCOWITCH joyce@glamurama.com

PRODUÇÃO Meire Marino (gestora) meiremarino@glamurama.com

COLABORADORES Adriana Nazarian, Amauri Arrais, Anderson Antunes, Bruno Albertim, Caroline Marino, Denise Meira do Amaral, Everson Rocha, Fernando Torquatto, Isabelle Tuchband, Juliano Pessoa, Karina Hollo, Kiki Garavaglia, Luís Costa, Mauricio Nahas, Morgana Bressiani, Paulo Freitas, Pedro Alexandre Sanches, Sendacz, Rose Luna, Shmuel Lemle, Ferreira

EDITORA Carla Julien Stagni carla@glamurama.com

CHEFE DE CONTEÚDO Dolores Orosco dolores@glamurama.com

Zuel

EDITORES DE ARTE David Nefussi davidn@glamurama.com

Jefferson Gonçalves Leal jeffersonleal@glamurama.com

REDES SOCIAIS GLAMURAMA Natália Souza natalia@glamurama.com

FOTOGRAFIA Isabela Carvalho isabela@glamurama.com Claudia Fidelis (tratamento de imagem)

Inácio Silva (revisão) Luciana Maria Sanches (checagem)

PUBLICIDADE MULTIPLATAFORMA GERENTES MULTIPLATAFORMA Maria Luisa Kanadani marialuisa@glamurama.com Roberta Bozian robertab@glamurama.com MARKETINGtel.publicidade@glamurama.com(11)3087-0200 Aline Belonha aline@glamurama.com Tânia Belluci tania@glamurama.com Tatiana Ramos tatiana@glamurama.com ADMINISTRAÇÃOtel.assinaturas@glamurama.com(11)3087-0250EFINANÇAS Clayton Menezes clayton@glamurama.com Heberton Gonçalves heberton@glamurama.com Hércules Gomes hercules@glamurama.com Núbia Dias nubia@glamurama.com Renato Vaz renato@glamurama.com DISTRIBUIÇÃO EM TODO O BRASIL: RAC Mídia – (11) 98145-7822 contato@racmidia.com.br CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Gráfica e Editora PifferPrint Ltda. REPRESENTANTES DE PUBLICIDADE Belo Horizonte: Norma Catão - tel. (31) 99604-2940 Fortaleza: Aurileide Veras - tel. (85) 99981-4764 GLAMURAMA EDITORA LTDA. Rua Cônego Eugênio Leite, 282, Jardim América, São Paulo, SP CEP 05414-000. Tel. (11) 3087-0200 J.P CHARME E PROPÓSITO HUB DE CONTEÚDO A Editora Glamurama presta serviços de branded content para empresas, produzindo e publicando conteúdos customizados em todos os canais do Grupo, como as revista J.P e PODER, PODER Online e o portal Glamurama, além das redes sociais

Roberta

EDITORA DE ESTILO Ana Elisa Meyer anaemeyer@glamurama.com

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J.PEDITORIAL

D isciplinada, madura. Determinada e, por que não, ousada: essa é Vitória Strada, jovem atriz que nasceu 25 anos atrás no Rio Grande do Sul e hoje figura na linha de frente não só pelo seu talento nas telas da TV Globo, mas também por ir em busca do que quer e acredita. Daí, nada mais natural do que virar capa desta edição em cliques de Mauricio Nahas e styling da dupla Juliano e Zuel. Natural também falarmos dos acontecimen tos impactantes e as mudanças que a pandemia produziu nas pesso as, como, por exemplo, o novo comportamento sexual de homens e mulheres. Sim, as relações mudaram e está todo mundo descobrindo novas formas, novas maneiras, um novo sentido. Por falar em novas formas, o que dizer dessa estrela que surgiu em Pantanal , mais uma, a Muda? Ela é vivida pela novata Bella Campos e é a escolhida deste mês de nosso top colaborador Fernando Torquatto, escolha, aliás, que aprovamos em gênero, número e grau: ela é maravilhosa! Quem não aprovaria? Enquanto isso, o poeta Fabrício Carpinejar continua fazendo e acontecendo, arregimentando legiões de fãs. Sim, ele é um dos últimos românticos e, na verdade, amamos isso. Mas de onde vem esse borogodó todo dele? Fomos atrás e trazemos a resposta nas próximas páginas. E como a gente ama uma novidade, neste mês falamos do piseiro, o novo estilo musical que, embora você ainda não conheça muito bem, estamos aqui para esclarecer e alardear. Como não amar? O cineasta Michelangelo Antonioni é homenagea do pelo olhar atento da nossa editora de estilo Ana Elisa Meyer, en quanto o “dopamine style” é didaticamente explicado: muitas cores, tanto na moda como na vida de todo dia, com alegria e energia tão necessárias para esse momento que vivemos. E para fechar a edição, a atriz e comediante Grace Gianoukas. Sim, porque rir ainda é o melhor remédio.

PAISAGENSNOVAS

SUPERPLUS Escalar o Kilimanjaro é façanha para poucos, bem poucos. Mas não para ANINHA VOLPE. Farmacêutica industrial e psicóloga com for mação em psicanálise – e atuando nas duas áreas –, ela acaba de voltar de uma expedi ção ao mítico ponto mais alto da África jun to com o irmão, Ricardo, que cumpria uma promessa e a chamou para acompanhá-lo. “Tivemos três meses para nos preparar”, lembra Ana, que alcançou seu objetivo depois de encarar sete dias de ataque ao cume com temperaturas baixíssimas, mui to sofrimento corporal e zero conforto. “É um desafio e tanto, uma experiência inesquecível”, atesta ela, que foi fisgada pela magia das grandes montanhas e pretende continuar a escalar os maiores cumes de cada continente nos próxi mos cinco anos.

MADE IN FRANCE Acaba de ser reinaugurada no Soho, mais especifica mente na 56 Spring St., a loja conceito French Chee se Board, também conhe cida como a casa do queijo francês em Nova York. De pois de uma megarrefor ma, o endereço se tornou um verdadeiro paraíso para os queijeiros de plantão.

Além de encontrar por lá produtos exclusivos vindos diretamente do outro la do do Atlântico, a French Cheese Board oferece uma programação que mistura arte, design e gastronomia. É possível, por exemplo, participar de workshops, degustações e até aulas de culinária. Tudo em torno dele, o queijo.

FRYER/JIM&GRECOIRIPESSOAL;INSTAGRAMREPRODUÇÃOPESSOAL;ARQUIVOFREEPIK;IMAGES;GETTYFOTOS

Navegar é preciso e o desafio de conquistar o Kilimanjaro; em Nova York, o paraíso dos queijos franceses; tem alpaca dando rolê em São Paulo e casamento animado em breve leia outras descobertas em glamurama.com/notas

6 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P ENTREGA JOYCE PASCOWITCH

Vira e mexe JULIA GASTIN rouba a cena nas rodas mais antenadas do eixo Rio-São Paulo. Seja por suas criações – ela tem uma marca de acessórios –, seja, mais recentemente, pelas aventuras mundo afora. Nas últimas semanas, esteve a bor do de um veleiro navegando por águas espanholas e portuguesas junto do na morado, o galerista e velejador português JOÃO AZINHEIRO. No barco, Ju encarou pela primeira vez rotinas bem diferentes das que está acostumada, arregaçando as mangas para içar velas, cozinhando e mergulhando em uma experiência que, segundo ela, foi transformadora... e que provavelmente deve se refletir no seu tra balho. Vem coisa boa por aí.

BIONDANI/DIVULGAÇÃOWILLYDANGELO/DIVULGAÇÃO;RENATADIVULGAÇÃO;THROUGH;BRAKE

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 7

De uns tempos para cá, a pandemia e os combustíveis nas alturas inflacio naram as passagens aéreas e impactaram a qualidade dos serviços de bor do, especialmente na classe econômica e nas companhias low cost. E algumas empresas ainda foram além. A japonesa ZIPAIR, por exemplo, agora oferece aos passageiros refeições com gri los em voos para Bangcoc, Cingapura e Los Angeles. Os in setos são usados para dar crocância a pratos como peixe empanado. A ideia surgiu na Universidade de Tokushima, que estuda essa opção como forma de combater a escas sez de comida no planeta, e até chegou à MUJI, aquela loja minimalista japonesa que todo mundo ama. Entre os snacks mais vendidos por lá, biscoitos de grilo, que dizem ser cheios de proteínas, cálcio e ferro. Vai encarar?

NOVO HORIZONTE

CROCANTE

Há quase 30 anos tra balhando com joalheria, sempre criando peças bem autorais, ELISA STECCA lança livro e exposição agora em agosto. Em Improvável, ela celebra seu intenso processo criativo fazendo um apanhado de diferentes momentos de sua car reira. Elisa também participou de inúmeras mos tras nacionais e internacionais. “A joalheria é uma linguagem que permeia tudo o que faço por meio de materiais e técnicas, conceitos e valores”, diz ela, que se aventura em esculturas, aquarelas e ins talações. A mostra acontece a partir de 6 de agosto na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. PARANDO O TRÂNSITO De repente, o trânsito da avenida Brasil, na altura do cruzamento da Gabriel Montei ro da Silva, em São Paulo, dá uma travada. O motivo? O passeio diário de MAFALDA. Não seria nada demais se a personagem em questão não fosse uma al paca. Prima da lhama, a alpaca também é originária dos Andes, mas tem porte menor e, neste caso, faz as vezes de pet da artista plástica italiana SILVANA TINELLI. O rolê da pelu da, devidamente presa na coleira, segue pela rua Oscar Freire onde rouba a cena e é requisitada para selfies. Mafalda tem 2 anos e chegou na casa de Silvana com apenas 28 dias. Tem adestrador e cuidador, e conta no Instagram com quase 15 mil seguidores. Apesar de inusitado, o fato não é um caso isolado. Quem circula pelas ruas arborizadas do Jardim Europa com certeza já cruzou com as lhamas do empresário Dinho Diniz, que, assim co mo Mafalda, adoram dar um passeio.

A morte prematura de JOÃO PAULO DINIZ, aos 58 anos, no dia 31 de agosto, aparentemente vítima de um ataque cardíaco, pegou a todos de surpresa. Amigos e família estão muito abalados, como era de se esperar. Mas uma linda homenagem no Instagram, feita por ABILIO DINIZ, tentou resumir toda a dor que ele sente ao perder o filho: “Ontem a vida me deu o golpe mais duro que eu poderia receber e estou completamente sem chão. A dor que sinto é inexplicável. Meu filho João Paulo me deixou aos 58 anos, invertendo a lei natural da vida. (...) Sempre sorridente, era um filho maravilhoso e se tornou um dos meus melhores amigos. (...) João, eu te amo muito, meu filho, e sempre te amarei profundamente. Obrigado pelos 58 anos que você passou comigo, sendo meu grande companheiro. Não sei como vou conseguir viver sem você, mas tenho que conseguir em nome da minha mulher, meus filhos, netos e bisnetos”. Quem conhecia João Paulo sabe o quanto era especial, sensível, amigo de seus amigos, uma referência para quem teve a chance de conviver com ele. Fica aqui a nossa homenagem.

C) Toste o pão em uma frigideira com um fio de azeite, passando a fatia de ambos os lados. Reserve.

H) Corte uvas roxas ao comprido.

DE PAI PARA FILHO

TOSTADA DE BERINJELA (DO BÊRGA BAR, EM SP) 1 fatia de pão 1 berinjela 1 tomate italiano 1 fatia de limão-siciliano Azeite (a gosto) Sal (a Pimenta-do-reinogosto) (a gosto) Conhaque (o suficiente para flambar) Folhas de manjericão A) Queime as berinjelas na boca do fo gão até carbonizar. B) Tire a base do tomate e corte em 4 partes. Refogue os tomates com sal, pi menta e azeite até tostar. Reserve.

E) Em uma tigela, coloque a berinje la, os tomates tostados, sal, pimenta e azeite. Picote com um garfo e faca pa ra incorporar o tomate à pasta.

CHEF: MARK FERNANDES

Em ano lotado de casamentos, um em especial promete ser animado. MARCELLA TRANCHESI está a todo vapor com os preparativos para formalizar sua união com RODRIGO KLAMT MOTTA. Ela, que se autointitula “inimiga do fim” nas festas das amigas, vai dizer o “sim” ao empresário maranhense em novembro, em São Miguel dos Milagres, em Alagoas. As comemorações, para 300 convidados, começam no dia 12, com um “welcome”, e só terminam no dia 14, quando acontece a cerimônia propriamente dita. Marcella e Rodrigo se conheceram há oito anos, por acaso, na fila de credenciamento de um camarote no Carnaval do Rio, e dividem um apartamento em São Paulo há quatro. Em fevereiro, Luciana Tranchesi, irmã de Marcella, abriu a temporada de casamentos ao trocar alianças com o empresário Rafael Luzzi.

ENTREGA

PESSOAL;ARQUIVOPESSOAL;INSTAGRAMREPRODUÇÃOFOTOS

AVENTAL

8 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022 LÁ

G) Em outra frigideira aqueça a pasta de berinjela com um fio de azeite.

D) Retire a berinjela carbonizada, corte de comprido com o auxílio de duas colheres e raspe a parte inter na com cuidado para não pegar a casca em excesso, porém mantendo alguns pontos pretos. Isso irá dar o sabor “carbonizado”.

VEM A NOIVA

F) Corte uma fatia de limão e toste em uma frigideira.

MONTAGEM: após aquecer a pasta de berinjela, coloque a fatia de pão em um prato e a pasta propositalmente “desarrumada” por cima mantendo uma certa altura, disponha o limão ao centro, as uvas nas pon tas e decore com manje ricão. Regue com azeite e está pronto!

+twitter.com/joycepascowitch | @joycepascowitch com carla julien stagni J.P

MARIA LYNCH

RADIOGRAFIA

Cores fortes e figuras híbridas sem forma definida que se entrelaçam para compor uma cena abstrata, mas profunda, marcam o trabalho da artista carioca Maria Lynch. Segundo ela, isso faz parte de seu encontro com o imaginário, um mundo interno que foi construindo com os repertórios de sua mente para dar vida a narrativas inventadas. “Costumo dizer que meu estilo é marcado por tudo que há de surreal em nós, num escândalo de abundância de vida”, diz. Seu processo criativo começa no que é aleatório e caótico para, depois, dar lugar à disciplina: “Minhas ideias vêm quando estou num estado de vigília. Em seguida, exige persistência, ensaios e, até, frustrações”. Formada pelo Chelsea College of Art and Design, em Londres, a artista plástica tem na bagagem exposições na Inglaterra e no CCBB do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em setembro, vai estrear uma mostra no Museu da República em paralelo à feira ArtRio, com esculturas interativas e curadoria de Isabel Portela. ( Caroline Marino)

10 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022

THOMPSON/DIVULGAÇÃOJÚLIAFOTOS

Aprofundar as práticas de meditação, porque o fim de ano está logo aí e a ansiedade sempre pega nessa época Começar uma coleção de cactos, não aqueles mais comuns e, sim, os mais esquisitos – vai dar um certo trabalho para encontrar, mas aí é que está a graça

AGOSTO E SETEMBRO

DIVULGAÇÃOPESSOAL;INSTAGRAMREPRODUÇÃODIVULGAÇÃO;IMAGES;GETTYFOTOS DIVULGAÇÃO/NEON;IMS;ACERVOMAX;HBO

são meses bons para...

Organizar uma lista de escritoras e poetas para ler e, assim, mergulhar mais fundo nas questões feminis tas. Para começar, sugerimos Anais Nin, Lou Andreas Salome, Simone de Beauvoir, Angela Davis, Toni Morrison, Susan Sontag, Chimamanda Ngozi Adichie, Heloisa Buarque de Holanda, entre tantas outras Celebrar os 80 anos de Caetano Veloso, completados em agosto, fazendo uma playlist com uma retrospectiva dos me lhores momentos do cantor e escu tar em looping Pesquisar vinhos brancos do novo continente para a primavera que vai chegar: nosso preferido é o Nobody’sneozelandêsHero,umsauvignon Cair de boca nas alcachofras. Foi dada a largada para a temporada delas e a ordem é aproveitar, com receitas caseiras ou em restaurantes Fazer uma imersão no centro de São Paulo com os drinques e comidinhas caprichadas do restaurante Cora, de prefe rência no terraço com vista para o Minhocão

Maratonar a série Hacks , na HBO Max, que conta a história de uma humorista de stand-up famosa, porém ultrapassada (vivida pela ótima Jean Smart, que faturou vários prêmios por sua atuação), às voltas com uma jovem roteirista convocada para repa ginar seus textos. A dica foi da crítica Patricia Kogut, que por sua vez recebeu a sugestão de Hugo Gloss

Comprar a camisa Oxford da Tentar uma receita nova de sopa para encarar as noites frias - que tal de cenoura com caldo de laranja e gengibre ralado?

Resgatar os poemas da portu guesa Florbela Espanca para ler e se encantar Aproveitar os dias mais quentes para sair da toca e retomar a rotina de exercícios ao ar livre. Uma dica para quem não tem tempo durante o dia é se jogar à noite no Parque do Ibirapuera, que fica lotado de gente correndo, andando de skate e patins, ou mesmo caminhando e aproveitando a brisa amena Não perder a mostra Walter Firmo: No Verbo do Silêncio a Síntese do Grito, que rola até dia 11 de setembro, no Instituto Mo reira Salles, em São Paulo, e reúne um acervo enorme do fotógrafo, que tem seu trabalho focado na negritude e encantamentos Viajar no universo de Haruki Murakami lendo seu novo livro, Abandonar um Gato (Companhia das Letras), em que ele faz um relato sobre sua relação com o pai, trazen do à tona traumas familiares Celebrar os ipês-amarelos, que marcam o fim do inverno e o início da primavera carregados de flores que alegram a paisagem e são en contrados em todo o país aAprenderbordar Acompanhar na Sotheby’s de Mônaco, até dia 1o de setembro, uma mostra com alguns dos principais trabalhos da icônica dupla de artistas franceses Claude Lalanne e seu marido, Francois-Xavier Lalanne, famosos por suas esculturas e móveis surrealistas. Muitas das peças expostas serão leiloadas Criar coragem e enfrentar o polê mico Crimes of the Future, o último filme de David Croenenberg, que dividiu opiniões nos festivais de cinema mundo afora

CONSUMO POR ANA ELISA MEYER J.P ADORA MICHELANGELOANTONIONI Com longas sequências e beleza visual, os filmes de Michelangelo Antonioni (1912-2007) retratam os personagens por meio de um vazio existencial e as dores provocadas por este, em um grande conflito entre aparência e realidade. Considerado um mestre do cinema moderno, o diretor italiano evidenciou em seus longas as problemáticas mais duras do mundo contemporâneo, como a falta de comunicação e a angústia. A NOITE (1961) Com JeanneVitti,impecáveisatuaçõesdeMonicaMarcelloMastroiannieMoreau,olongaéummarconafilmografiadodiretor SAPATILHA Christian Louboutin no Iguatemi 365 R$ 3.690 BULE DE CHÁ St.R$James3.089 VESTIDO There Was One Farfetchna preço sob consulta TAPETE By Kamy preço sob consulta ANEL PandoraR$909 BOLSA Inès de la Fressange no CJ Fashion R$ 6.040 REPRODUÇÃODIVULGAÇÃO;IMAGES;GETTYFOTOS

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 15 A AVENTURA Protagonizado(1960)poruma de suas musas, Monica Vitti, o filme é o primeiro da célebre Trilogia da RELÓGIO preçoJaeger-LeCoultresobconsultaBOLSA SaintpreçoLaurentsobconsulta PULSEIRA Cartier preço sob consulta ALMOFADA CodexR$Home754 VESTIDO Chloé no CJR$Fashion13.200 MANTA Trousseau preço sob consulta PUFE R$Breton4.418 CALÇA Jil Sander R$ 10.036 LUMINÁRIA R$Lumini11.777 COLAR BernardoAntonioR$15.970 ÓCULOS Max Mara na MarcolinR$1.360 LENÇO Dior preço sob consulta O ECLIPSE (1962) Filme que encerra a Trilogia da Incomunicabilidade, traz Monica Vitti e Alain Delon como um casal totalmente vazio (de palavras sentimentos)e

REPRODUÇÃODIVULGAÇÃO;IMAGES;GETTYFOTOS BLOW-UP (1966) Primeiro em língua inglesa, pelo qual Antonioni recebeu uma indicação para o Oscar de melhor diretor, o filme é inspirado no conto de Julio Cortázar “Las Babas del Diablo”, e traz Vanessa Redgrave e David Hemmings como protagonistas CAMÊRA preçoNikon sob consulta LUMINÁRIA Cris Bertolucci R$ 4.370 CINTO Ba&Sh na FarfetchR$1.047 COLAR Tiffany & Co. preço sob consulta Hervé L. Leroux na Farfetch preço sob consulta BANQUETA Cremme preço sob consulta CAMISA Inès de la Fressange no CJ Fashion R$ 965

BOTA Saint preçoLaurentsobconsulta GAVETEIRO preçoDpot sob consulta XÍCARA Le Creuset preço sob consulta CALÇA Cabana Crafts no Iguatemi 365 R$ 380 CADEIRA Fernando Laszlo na Etel preço sob consulta BOLSA Chloé no CJ Fashion R$ 16.900 PRATOS SouQ R$ 112 (cada) CAMISA Alberta Ferretti preço sob consulta ÓCULOS Bottega Veneta na EyewearGO preço sob consulta PROFISSÃO: REPÓRTER (1975) Um “road movie” romântico com Jack Nicholson e Maria Schneider, sobre o próprio cinema em sua essência: a manipulação do tempo e do ponto de vista

POR DOLORES OROSCO FOTOS MAURICIO NAHAS STYLING JULIANO PESSOA E ZUEL FERREIRA BELEZA EVERSON ROCHA (CAPA MGT) CAPA Vitória coragemCaraStradae

Em cinco anos de TV Globo, ela já viveu três protagonistas de novela e venceu a “Dança dos Famosos” – o quadro de maior audiência da emissora. Foi ali também que marcou história, ao beijar sua mulher em rede nacional, diante dos olhos orgulhosos dos pais. E Vitória Strada diz que tudo isso é só 0,5% do que ainda vai conquistar

Top flor e luvas View 01, cinto faixa Ovni , Calzedoniameia-calça

CAPA cena é um clássi co dos concursos de miss. A mestre de cerimônia per gunta à candidata como ela se vê daqui a uma década. A mocinha de 17 anos, que ostenta a faixa “Miss Ilha da Pintada” por cima do vestido de gala, diz: “Vejo conquis tas e realização de sonhos”. Poderia ser uma resposta protocolar, mas ela vem de Vitória Strada. Determinada, a gaúcha não apenas realizou o sonho de ser atriz, como conquistou papel principal em três novelas da TV Glo bo e venceu a “Dança dos Famosos”, o quadro mais popular da emissora. Segundo lugar só mesmo naquela edição 2014 do Miss Mundo Brasil. “Do concurso para cá, conquistei muito mais do que imaginava. E que ro mais!”, garante Vitória, hoje com 25 e preservando o olhar ambicioso da miss adolescente do cabelo arma do de laquê, eternizada no vídeo que ainda circula no YouTube. Não que tenha sido uma jornada fácil. Educada em um colégio militar de Porto Alegre, onde farda bem en gomada e notas dentro da média no boletim eram obrigatórios, Vitória conta que só chegou tão longe por ter sido extremamente disciplinada. “Minha rotina era chegar ao colégio, voltar para casa, tirar o uniforme e seguir direto para alguma sessão de fotos”, recorda a atriz, que desde os 12 trabalha como modelo. “Sempre me senti no caminho con trário ao das meninas da minha idade. Enquanto minhas amigas de infância já ficaram bêbadas na balada, fizeram um monte de loucuras e hoje têm his tórias divertidas para contar, eu não tenho”, reflete. “Sinto que agora preci so ter uma adolescência que não vivi. Quero me permitir ser mais doida, fa lar meio sem pensar... Fazer as coisas mais por prazer do que por dever.” no horário mais “família tradicional brasileira” da maior emissora do país. “Fiquei feliz com as mensagens ca rinhosas que recebi, de gente que se emocionou. Mas também fiquei puta! Pessoas falando que fui ousada e co rajosa, como se tivesse me arriscado por beijar minha mulher no momento em que estava ganhando um prêmio que eu queria tanto...”, afirma Vitória. “Sei que sou privilegiada por ter uma família que me apoia, uma sogra que me ama. Mas sou exceção. Um monte de gente ainda vive os horrores do pre conceito só por amar alguém.”

A sintonia entre nora e sogros foi amplamente comprovada em rede nacional, quando os três foram ao encontro de Vitória para comemorar com ela o momento da consagração na “Dança dos Famosos”. O beijo do casal, o abraço emocionado dos pais na filha e na nora naquele domingo de julho, foi celebrado pela militância LGBTQIAP+, que se viu representada

TODA MULHER SABE

O acolhimento e a proteção fami liar sempre foram presentes na vida da atriz, mas não a pouparam de abusos que a maioria das mulheres já sofreu em algum nível: a violência sexual. No caso de Vitória, o episódio se deu na adolescência e a marcou para sempre. “Um homem sentou ao meu lado no ônibus e ficou passando a mão nas minhas pernas. Eu tinha 16 anos, usava a farda do colégio. Fiquei congelada, não tive forças para gri tar. Cheguei em casa e não quis con tar para os meus pais por vergonha, como se eu tivesse alguma culpa por aquilo ter acontecido”, recorda. “A sensação de fragilidade, de estar sen do invadida, a vulnerabilidade... Lem bro daquele momento em flashes. Dizem que isso acontece porque a A meta autoimposta é recente e veio após algumas sessões de análise. “Outro dia, bebi uns golinhos de gim e fiquei completamente de pileque. Meus amigos riam da minha cara e eu explicava que era ordem da terapeu ta”,Vitóriadiverte-se.credita a jovem precoce mente madura que se tornou não so mente ao fato de ter sido educada em colégio militar. Diz que os pais, um casal de funcionários públicos, eram conservadores. “O senso de responsa bilidade, a dedicação e a disciplina são valores que aprendi em família. Meus pais não são do tipo porra-louca, da queles que permitem tudo. Sempre foram certinhos, regrados. O povo gaúcho, no geral, é mais conservador.” No entanto, carinho e escuta fa miliar acima de tudo Vitoria diz que nunca lhe faltaram. Não foi diferente quando abriu para os pais que esta va apaixonada pela atriz e produto ra Marcella Rica, 30. As duas estão juntas há três anos e, desde junho passado, dividem o mesmo aparta mento. “Meu amor por ela me pegou de surpresa, tive que entender aquele sentimento antes de assumi-lo. Até então, eu só havia namorado homens e estava bem assim. E a minha famí lia foi maravilhosa, acolheu não só a mim, mas a Marcella também.”

“Sinto que agora preciso ter uma adolescência que não vivi. Quero me permitir ser mais doida, falar meio sem pensar... Fazer as coisas mais por prazer do que por dever” Macacão Dolce & Gabbana, sapato Louis Vuitton

Na terapia, Vitória conta que tem feito “exercícios” para acolher sua “criança interior”. Um deles é man dar recados para essa menina. “Se eu pudesse conversar com aquela miss de 17 anos, que queria tanto vencer na vida, não diria algo do tipo ‘calma’ ou ‘tudo vai dar certo’. Seria: ‘Eu te amo!’.” Um recado nada protocolar, ao estilo Vitória Strada. n

mente bloqueia nossos traumas de algumaVitóriaforma.”também considera abuso as vezes em que ouviu de parceiros pe didos para fazer sexo sem proteção. “Eu pensava: ‘Vou transar com ele, mas vai ter aquele momento chato em que o cara vai insistir pra ser sem camisinha’. Como se fosse uma coisa rotineira, sabe? Antes eu não enten dia isso como abuso, quase normali zava, como sendo ‘coisa de homem’.”

As dores de uma mulher em cons trução dividem espaço com as ale grias das “conquistas e realizações” na trajetória da atriz que está apenas começando, diga-se. Acostumada a ser a mocinha da novela, como foi em Tempo de Amar (2017), Espelho da Vida (2018) e Salve-se Quem Puder (2020), ela quer mais: sonha com uma personagem “estranha, desafiadora e totalmente diferente” das que já inter pretou. “Quando você ama o que faz, não tem um ponto limite. Acho que não cheguei nem em 0,5% de tudo que quero. Mas estou aprendendo a me dar parabéns, a não me cobrar tanto.”

Blazer Louis Vuitton, calcinha metal View 01, casaco Felipe Fanaia para Das Haus

CAPA

“Sei que sou privilegiada por ter uma família que me apoia, uma sogra que me ama. Mas sou exceção. Um monte de gente ainda vive os horrores do preconceito só por amar alguém”

Direção de arte: Jeff Leal Edição de estilo e produção executiva: Ana Elisa Meyer Produção de moda: Victor Yuuki Assistente de beleza: Juliana Boeno Assistentes de fotografia: Vanessa Gomes e Vitor Cohen Manicure: Rose Luna Tratamento de imagem: Fujocka Vestido Rober Dognani para Das Haus

PRIMAVERA À VISTA PEÇAS ATEMPORAIS E ESTILOSAS A UM CLIQUE Produtos para todos os gostos, de marcas exclusivas, nacionais e internacionais, estão na curadoria de J.P no IGUATEMI365.COM. É impossível resistir a tanta beleza e praticidade. DIVULGAÇÃOFOTOS DOLCE & GABBANA R$ 16 mil DIANE VON FURSTENBERG R$ 3.220 PINEAPPLE CO. R$ 1.580 VIA VINI R$ 236,50 BULGARI R$ 17.300 NEECHE R$ 2.490 TANIA BULHÕES R$ 640

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IMAGESGETTYFOTO LIBERDADE SEXUAL

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A contecimentos de grande impac to na vida das pessoas, como a pandemia de Covid-19, costumam provocar reflexões e até mudan ças profundas. Segundo a litera tura histórica, assim como os períodos pós-epi demias ou guerras, é sintomático que a população queira viver tudo o que o isolamento impediu. O sociólogo Nicholas Christakis, médico e autor de Apollo’s Arrow: the Profound and Enduring Impact of Coronavirus on the Way We Live (ainda inédito no Brasil), diz que se a gente olhar para o que aconte ceu nos últimos 2 mil anos, quando as pandemias acabam, sempre há uma “festa”. As pessoas saem em busca de mais interação social, frequentan do, nos dias atuais, casas noturnas, restaurantes, eventos esportivos e até participando de manifes tações políticas. E isso se reflete diretamente no comportamen to sexual, com homens e mulheres descobrindo e redescobrindo o prazer, buscando sexo sem com promisso, relações fluidas e brinquedos para usar sozinhos ou acompanhados. Não por acaso, a venda de vibradores aumentou 50% entre março e agosto de 2020. Foram comercializados mais de 1 milhão A pandemia acelerou mudanças e a tendência atual é redescobrir o corpo, com homens e mulheres buscando mais relações abertas, sem compromissos, e novas experiências CAROLINE MARINO SEXO FORA DA CASINHA

PARQUE DE DIVERSÕES

REGINA NAVARRO LIBERDADE SEXUAL

Esse cenário abriu espaço, inclusive, para mais um projeto de Facundo. Em novembro, será inaugurada a Love Cabaret, casa no turna com performances artísticas, loja de brinquedos sexuais e suítes, onde era o icô nico Love Story, no centro de São Paulo. “Esse projeto não existiria se não fosse a pandemia”, afirma ele. Segundo o empre sário, o estopim do Love Cabaret foi o filme Roadrunner: A Film About Anthony Bourdain , da HBO Max, que mostra a vida do chef e escritor americano. “Ele diz que a gente tem que parar de encarar o corpo como um templo, como na cultura pré-socrática e do catolicismo romano, e enca rá-lo como um parque de diversões”, conta. Para ele, é preciso olhar o corpo como fonte de prazer e reflexão, já que está intimamen te ligado ao cérebro. Facundo ressalta, in clusive, que a discussão sobre sexualidade positiva, ou seja, tirar o sexo do campo do prazer do corpo, como se fosse um lugar de pecado, e deslocar para o cérebro, como algo que é importante para a saúde mental, já está acontecendo. “Felizmente, estamos vivendo o fim do ‘amor romântico’, aquele que prega que os dois vão se transformar em um só e que quem ama não deseja mais ninguém”,

de sex toys no Brasil. De acordo com o portal Merca do Erótico, 76% das 135 empresas do ramo cresceram durante o período, com alta média de 10% nas ven das. “Vimos surgir, por exemplo, o movimento sexual wellness, direcionado ao público feminino, que colo ca o sexo como bem-estar e empoderamento”, diz a sexóloga Rose Villela, psicóloga e autora de O Livro Vermelho do Sexo Sem Vergonha Na visão do empresário Facundo Guerra, nome icônico da noite paulistana, a pandemia transmu tou o que a gente chamava de prazer, que estava no campo da pornografia, para o desejo: “Isso se mostra em vários lugares e contextos: os mo téis, hoje, são frequentados por casais monogâ micos e não apenas por pessoas adúlteras; o vi brador saiu do campo do proibido e vergonhoso, e foi para o lado estético, sendo um objeto que se coloca até na mesa de centro da sala e as mulheres têm orgulho de falar que usam. Assim como a pole dance deixou de ser uma objetificação do corpo feminino e se transformou num esporte”.

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SEXO ADITIVADO Nessa mesma ‘buena onda’, grandes empresas de cosméticos têm girado suas antenas para o prazer sexual. Uma nova categoria de produtos para esse fim tem invadido lojas e o imaginário feminino. A Vella Bioscience lançou o Women’s Pleasure Serum, com nano partículas de CBD para aplicar na vagina 20 minutos antes do sexo. Promete aumentar a lubrificação e facili tar o orgasmo. Já a Maude e a Asystem se uniram para desenvolver um suplemento alimentar com ingredientes naturais de ação vasodilatadora, para melhorar o fluxo sanguíneo em homens e mulheres. Outro que segue a mesma linha é o Bonafide Health, da Ristela, e os com primidos devem ser tomados diariamente. Enquanto isso, na Europa, uma tendência tem agitado a turma mais jovem, especialmente na cena LGBTQIA+. Trata-se do “chemsex”. Grupos se reúnem para tomar drogas que estimulam o desejo, fazem com que fiquem mais soltos e se joguem em longas sessões de sexo, na maior parte das vezes, grupal. “O uso da droga faz as pessoas se soltarem, relaxa, dá mais prazer e facilita a relação anal sem dor”, explica a sexóloga Rose Villela. No entanto, ela alerta que essa prática pode ser perigosa, levar a surtos psicóticos e até ao vício por oferecer ao cérebro altas doses de prazer irreal. O que se percebe é que a pandemia foi como um acelerador do tempo, segundo a psicanalista Ana Suy, escritora e professora da PUC-PR: “Cada um passou – e está passando – por essa fase de um lu gar diferente. Mas, a maioria viveu, de alguma forma, uma desmontagem do cenário que estava acostuma do, com a queda da fantasia de que o mundo tem uma certa consistência e a gente tem previsibilidade sobre a vida”. Para ela, a pandemia dissolveu essas falsas certezas e colocou as pessoas de frente com a finitude da vida, o que fez muitas repensarem suas escolhas e decisões. Algumas coisas que eram tidas como certas estão sendo colocadas em xeque, como a estrutura patriarcal, a noção de família feliz, a nor matividade e a sexualidade. “Isso tem levado homens e mulheres a se interessarem por experimentar e ter experiências diferentes”, afirma. Já a psicanalista Regina Navarro Lins, autora de livros como Novas Formas de Amar , ressalta que as mudanças na maneira como o sexo é visto faz par te de um movimento que vem de alguns anos. “Vi vemos muito tempo uma opressão, que começou no cristianismo, com o sexo visto como algo sujo, perigoso e feio. Depois da pílula anticoncepcional, nos anos 1960, e com o aumento dos movimentos de contracultura, hippie, gay e feminista, muita gente começou a perder os preconceitos”, explica. Segundo ela, isso tem feito as pessoas a buscarem novas formas de se relacionar, como o amor a três, o poliamor e as relações abertas. “O amor é uma construção social e cada época se apresenta de uma forma, mas, felizmente, estamos vivendo o fim do ‘amor romântico’, aquele que prega que os dois vão se transformar em um só e que quem ama não dese ja mais ninguém.” n

AGOSTO | SETEMBRO 2022 FERNANDO TORQUATTO BEAUTY ARTIST

Ela se revelou uma grata surpresa no remake de Pantanal. Surgiu tímida e foi crescendo na trama, mostrando que, além de beleza, tem talento e se destaca como uma das promessas da nova gera ção. Bella Campos, que interpreta a Muda na novela, tem expressão doce, mas é uma mulher de personalidade forte: “Te nho muito orgulho de tudo que superei e supero todos os dias para me manter em pé, com garra e determinação. Às vezes quase surto com minha autocobrança. Tenho aprendido cada vez mais a acolher todos os momentos da vida, os bons e ruins, e aprender com isso”, diz a atriz de apenas 24 anos, a escolha desta edição da J.P para a coluna de Fernando Torquatto. Nascida em Cuiabá, no Mato Grosso, con viveu com a região retratada em Pantanal e isso a ajudou em sua estreia na dramaturgia. “Quando soube que ia ter o remake, senti que fazia sentido eu estar no projeto. Fiz o teste, mas não havia nenhuma personagem

J.P

FERNANDO TORQUATTO já transformou todo mundo que importa – aqui e lá fora. Só vai sossegar depois de clicar Madonna TORQUATTO específica ainda. Quando me deram um fee dback positivo, disseram que estavam entre duas personagens, a Filó jovem e a Muda”, lembra Bella, que acredita que ela e sua per sonagem têm uma qualidade em comum: a determinação.Paraasfotos com Torquatto, encarnou apenas uma de suas versões – elegante e sexy: “Várias Bellas fazem parte de quem eu sou. Adoro me maquiar e colocar um salto. Também amo uma roupa confortável e chi nelo e, ainda assim, me sentir confiante. O importante é como estou por dentro”, pon tua a atriz, que se define como uma pessoa tranquila, focada no desenvolvimento pes soal e que tenta sempre ver o lado bonito da vida. (por Carla Julien Stagni)

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 35

POR DENISE MEIRA DO AMARAL

UMA QUESTÃO DE BOROGODÓ

responde semanalmente dúvidas de internautas apaixonados em seu per fil no Instagram, na seção “Querida leitora” e, ao vivo, na live apelidada de “Procon do Amor”, toda terça-fei

ENTREVISTA uem leu os escritos de Fabrício Carpinejar ou escutou suas con versas com certeza já se perguntou: de onde vem todo o borogo dó do escritor gaúcho, que fala de amor como poucos e, apesar de não ter o estereótipo de Don Juan e nem estar dentro dos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade, conquista corações e arranca suspiros por onde passa. Eis a questão. Tentamos desvendar o segredo de ser irresistível. Além de uma infinidade de lindos textos de amor, seu tema favo rito, com frequência eternizados em prosaicos guardanapos de restaurante e botecos, Carpinejar, de 49 anos, não é um romântico convencional. Talvez essa seja a primeira pista de seu encanto. Poderia ser chamado de filósofo moderno. Mas prefere manter o mistério: “Não se faz autopropaganda (risos). Sou uma pessoa casada, fiel e leal. Pareceria que estou me vendendo. Já fui comprado”, despista o poeta e escritor, que tem 50 livros publicados. Em seu escritório, na casa onde vive com a mulher, a advogada Beatriz Reys, em Belo Horizonte, Carpinejar acumula pilhas e pilhas de guardanapos de papel, su porte para uma série de poemas manuscritos, com canetinhas coloridas. “Es crevo um por dia, todas as manhãs, há mais de uma década”, conta, em papo com a revista J.P. O sucesso de frases como “paixão é dividir o mundo. Amor é dividir a casa” e “Quem aceita tudo, sempre fica com nada” é medido pela repercussão: muitas delas viraram quadrinhos emoldurados e até tatuagens. Pai de Mariana, 28, e Vicente, 20 anos, Carpinejar revelou em entrevista re cente que a escrita o salvou - “Quando eu tinha 7 anos, recebi o diagnóstico de retardo mental e minha mãe tirou licença de dois meses do trabalho e me alfabetizou em casa. Ela me ensinou a ler e escrever brincando. Eu não fala va, tinha problemas de dicção, sofria muito bullying. Foi escrevendo que me encontrei e moldei minha personalidade” – e contrariando todos os prognós ticos, se tornou uma espécie de conselheiro amoroso nas redes sociais. Ele Como não se apaixonar por alguém cheio de sensibilidade e que sabe falar de amor como poucos. Fabrício Carpinejar é desses: registra seus lindos textos em guardanapos de papel e adora dar conselhos amorosos

FC: A alma ímpar não depende de ninguém para ser feliz. Você está inteiro. Não é um relacionamen to para se completarem, mas para transbordarem.

J.P: Qual a importância do beijo? FC: Se você não beija mais na boca, só dá selinhos, virou um carteiro despachando o relacionamento. O beijo renova o laço, conecta, apro xima. Não dá para beijar somente na chegada e na partida. Vira um ensaio do adeus. J.P: Sua mulher tem a senha do seu celular? FC: Nunca, jamais. Celular não é maior que a relação. Nem pode ser uma ameaça. Temos o costume de achar que somos o celular. E se vo cê realmente precisa do celular para pedir ajuda é porque já passou da hora de sair da convivência. J.P: Qual o maior vilão do amor?

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J.P: Por que falar de amor? FABRÍCIO CARPINEJAR: Não temos como nos amar sem observar como o outro nos ama. É uma empreitada saber cuidar de si para dar o exem plo. É desafiador porque as regras mudam de acordo com a pessoa.

J.P Amar é... FC: Caminhar de mãos dadas du rante o dia, de pés dados durante a noite e de olhos dados na neblina. J.P: O que mais gosta em Beatriz, sua mulher há seis anos? FC: Seu arrebatamento pela vida. E o quanto ela é generosa. J.P: Por que é melhor uma alma ím par do que uma gêmea?

F.C: A pressa. Quando você não tem tempo de ouvir, você distorce. Quando não tem tempo de esperar, cobra. Quando não tem tempo de entender, julga. A pressa elimina as delicadezas da vida. Você acredita que o outro está errado porque não está no seu ritmo.

J.P: Qual foi sua maior prova de amor? FC: Só prova amor quem está compe tindo. Prova de amor é fim de relacio namento predatório porque significa renúncia. Você precisa renunciar a algo que gosta em nome do outro.

J.P: Como manter a identidade em um relacionamento? FC: Não fazendo tudo junto. Não querendo agradar sempre. Admitin do dúvidas e discordâncias. J.P: Você diz que difícil não é encontrar o amor da sua vida, mas mantê-lo.

ra. “Não consigo deixar ninguém so frendo sozinho. Amor sincero é um direito do consumidor.” Por essas e outras, decidimos nos aprofundar um pouco mais nesse fenômeno pop chamado Fabrício Carpinejar.

J.P: O amor romântico, que depende de um outro para nos fazer feliz, já era?

FC: Ele mudou. Antes a renúncia pe lo outro era uma prova de amor. Ho je a renúncia é indício de desamor.

FC: Você se separa de alguém quan do sente saudade de si mesmo. E aí não há mais encanto, admiração. E a admiração é a base da atração.

J.P: Qual foi seu grande hábito de amor na pandemia? FC: Mandar cartas pelo correio, com selo e envelope. Mandei para pais e amigos. Com perfume dentro.

J.P: Só amamos de verdade de olhos fechados? FC: Abraços sinceros são de olhos fechados. Beijos sinceros são de olhos fechados. Quem guia a pele Na página anterior, de frente com Fabrício Carpinejar, e nesta, suas frases escritas em guardanapos com canetinha colorida

FC: Você terá três tempos simul tâneos: para si, para o casal e pa ra os filhos. Sendo que parte do tempo do casal é para os filhos.

ENTREVISTA é a voz, não os olhos. Você só vai amar alguém se gostar da sua ri sada, do tom da sua voz, do jeito dela chorar e até de comer.

Por isso digo: não é para os fra cos. Ter filhos é resistência física, mais do que emocional. Se você estava acostumada a correr 100 metros, se prepare para enfrentar uma maratona. J.P: Por que ter filhos? FC: Para dividir sua doçura. Você muda sua resistência. Você não tem mais nojo de qualquer coisa, não reclama por qualquer coisa. Você percebe o quanto já sofreu por bobagens. E, pela primeira vez, ao ter alguém para cuidar, vo cê sente medo de morrer. J.P: Qual o segredo do seu sucesso com as mulheres? FC: Não se faz autopropaganda ( sos). Sou uma pessoa casada, fiel e leal. Pareceria que estou me ven dendo. Já fui comprado.

Há seis anos casado com a advogada Beatriz Reys, vive com ela em clima de eterno romance em Belo Horizonte

J.P: Casamento pode durar a vida toda?

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J.P: Em uma das frases de guarda napo você diz: “Fale, legende, dese nhe, não dê chance ao azar – amar é ser didático”...

J.P: Qual conselho você dá aos homens comuns (que não são nenhum Brad Pitt) para se darem bem no amor?

FC: Sim. Você deve se orgulhar de quem o acompanha, ser casado na vida real e virtual. Não deixar es paço para ambiguidades.

FC: Caprichar na observação. O que você mais quer num relaciona mento é alguém que preste aten ção em você, para que, no futuro, tenha lembranças devolvidas, e também alguém que traga novi dades a respeito de você mesmo. Quando uma pessoa enxerga algo que você não tinha percebido, é uma grande vantagem amorosa.

J.P: E a beleza, não põe mesa? FC: Não. A sua aparência vai en velhecer para todos. Sua voz não. Beleza pra mim é caráter. Encon trar alguém leal que não vende seus princípios.

J.P: Casar é sair da clandestinidade?

FC: Pode durar várias vida. Desde que tenha reciprocidade, que en tenda que a sedução não acabou com a conquista. Desde que per ceba que o colo, o cafuné, a mas sagem, o abraço são preliminares da ternura. Não é só o sexo que precisa de preliminar. E, princi palmente, manter a amizade. O fundo de todo amor é a amizade. J.P: E quando chegam os filhos?

E engana-se quem pensa que esse cuidado é apenas para as mulheres. O público masculino tem buscado cada vez mais tratamentos estéticos e, atu almente, já representam mais de 15% da clientela da Fiolaser, segundo Dax. “Essa busca está em constante cres cimento e acho que cabe às empresas de estética acabar com esse mito de que é um serviço voltado ao público feminino. É um serviço para quem quer se cuidar, independentemente do gênero ou idade”, decreta ele.

A FIOLASER, referência em depilação a laser e tratamentos estéticos, desem barcou em São Paulo com sua primeira loja conceito. Na verdade, a empresa já conta com sete unidades abertas no estado. Dessa vez, o Jardim Paulista foi o CEP escolhido pelos sócios VANESSA DUARTE e DAX ANICETO para a instalação do novo espaço, equipado com as tecnologias mais modernas do segmento que, junto a uma equipe de profissionais altamente capacitados, oferece comodida de, segurança e bons resultados, além de cursos e treinamentos para franquea dos das mais de 50 unidades Brasil afora. Por lá, além da famosa depilação a laser, carro-chefe da empresa, é possível en contrar mais de 30 tratamentos, como radiofrequência facial e corporal, peeling de diamante, máscaras e revitalização facial, limpeza de pele, drenagem linfática, mas sagens relaxante e modeladora, lipocavitação, endermologia, entre outras. “Nos identificamos como uma empresa que oferece varias soluções para o cliente, em um mesmo lugar. Isso porque acreditamos que as pessoas não vão até uma clínica de depilação sem alguma outra demanda estética: pode ser massagem, drenagem, uma solução para estrias e celulites, entre outras. Quem gosta e costuma se cuidar tem interesse em diferentes procedimentos e queremos atender a maioria dessas necessidades como centro de estética”, explica Dax Aniceto. Outro ponto muito importante é que todo o staff da Fiolaser, seja de lojas próprias ou de franqueados, passam por curso e treinamento próprios da mar ca para oferecer o melhor atendimento. “Sabemos que autoestima é saúde, se cuidar e se sentir bem com você mes mo é importante não só para o corpo, como para a mente. Por isso fazemos questão de mimar nosso cliente, de oferecer uma experiência diferencia da. É muito mais do que um serviço de estética, é poder relaxar, se sentir bem, desligar de tudo e apenas viver e apro veitar aquele momento de cuidado”, ressalta Vanessa Duarte.

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J.P INDICA

A dupla ressalta que um dos dife renciais básicos da Fiolaser em rela ção a seus concorrentes é justamente as várias tecnologias disponíveis para todos, sem segmentação. Os equi pamentos são pensados para vários tipos de corpos e necessidades, para pessoas mais altas, mais sensíveis à dor, para pelos mais finos ou mais grossos, e diferentes tons de pele.

FOCO NO BEM-ESTAR VANESSA DUARTEDAX ANICETO FIOLASER CONCEPT STORE ALAMEDA LORENA, 1.580 - JARDIM PAULISTA HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: 10H ÀS 20H. +INSTAGRAM.COM/FIOLASER+FIOLASER.COM.BR/NOSSAS-LOJAS

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CORPO

GLOW DE INVERNO A ordem é desmistificar a menopausa e o mercado wellness está cheio de produtos e tratamentos para aliviar essa fase da vida. E sabia que a toxina botulínica pode ser usada no tratamento da depressão? Só vem

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POR CARLA JULIEN STAGNI E KARINA HOLLO E ALMA

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Já ouviu falar de glass skin? É a tendência quando o assunto é maquiagem. Quem não quer aquela pele luminosa, sem poros, tipo de bebê? Para começar, hidratação é essencial – ácido hialurônico para reter a umidade e vitamina C para iluminar. “E se quiser brilho extra, apos te em blushes e iluminadores cremosos, que trazem um efeito fresh”, ensina a maquiadora BRIGITTE CALEGARI.

FLORATINT, BENEFIT, R$ 119 Novo tom rosa queimado do queridinho dos tints da marca californiana tem du ração de 8 horas e dá aquela hidratação imediata, além de ser à prova de manchas e transferências. ILUMINADOR SHINE STICK, ORGANIC,SIMPLER$59

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AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 41

Uma pesquisa aponta que, desde a pandemia, o hábito de tratar da pele sem sair de casa aumentou muito. Em 2019, o Euromonitor já apontava que 41% dos consumidores usavam produtos feitos em casa e o Google Trends mostrava um aumento de 233% na busca por máscaras faciais DIY (do it yourself). As motivações do consumidor são muitas: a busca por uma cosmética mais natural e saudável, o gosto pela mágica de fazer suas misturinhas, o resgate de conhecimentos ancestrais. Por essas e outras, foi lançado o FOREO Imagination. Tratase de uma base para máscaras que funciona como um infusor para misturar ingredientes frescos, potencializar seus ativos e permitir a absorção pela pele. A fórmula é vegana, cruelty free e pode ser usada sozinha, sem adição de ingredientes extras. FOREO Imagination (100 ml), R$ 279. Box em edição premium, com aplicador de silicone, cumbuquinha e pilão de mármore branco (almofariz), R$ 1.299 J.P INDICA CORPO FIRME Flacidez é uma das questões que mais incomodam mulhe res e homens, especialmente depois de uma certa idade. Aí é que entra o RENNOVA ELLEVA , bioestimulador de co lágeno à base de ÁCIDO POLI-L-LÁCTICO, um dos produ tos mais modernos e inovadores para melhorar a sustenta ção e firmeza da pele. Indicado tanto para o uso no corpo como no ros to, garante resultados que podem ser perceptíveis por até 24 meses, melhorando a flacidez por meio da estimulação da produção de colá geno, e podendo ser aplicado nos braços, abdome, coxas e glúteos, além da face. Não por acaso, profissionais especializa dos em procedimen tos estéticos de todo o Brasil adotam o pro tocolo da Rennova. NUDE CHIQUEÉ Menos é definitivamente mais no último lançamento da HERRERA BEAUTY. Com fórmula hidratante e oito novas cores com acabamento blur matte, a coleção de batons Nude Couture é muito chique. A paleta varia de tons mais rosados até os mais pigmentados, ou seja, abrangendo diferentes tonalidades de boca.

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Criada pela mestre em ciências cosméticas Florencia Jinchuk, a The Chemist Look ganhou o coração de quem procura o conceito de “formulação consciente”. A marca, na verdade, começou como um blog em que Florencia comparava ingredientes, analisava o mercado de cosméticos e as exigências da indústria. A partir de insights que recebia, em 2015 ela resolveu criar algumas fórmulas e não parou mais. A The Chemist Look conta com boosters, ácidos renovadores, hidratantes, sempre em embalagens simples e de conceito sustentável.

Em entrevista à revista J.P, Guido Pavan, CEO do Spa Renata França, fala sobre o MBA criado pelo grupo com foco em gestão de negócios em estética GUIDO PAVAN S ucesso há tempos em termos de excelência e inovação, o grupo Spa Renata França pas sa a oferecer MBA em gestão de negócios em estética. O curso foi criado em parceria com a Tre visan Escola de Negócios unindo exper tise em estética e em ensino e gestão. “Nosso objetivo é entregar ao profissio nal de estética as ferramentas necessá rias para que ele possa empreender e gerir o próprio negócio da melhor for ma possível”, afirma o CEO à frente do grupo Spa Renata França, Guido Pavan. Para Renata França, criadora do método de massagem que leva seu nome e que é famoso por seus resultados imediatos, o projeto está além da realização de um sonho: “Costumo dizer que conheci mento é algo que ninguém tira da gente, e poder oferecer isso a profissionais da estética é um sonho. Sei que vai fazer di ferença na vida de muitas pessoas e esse é o meu maior objetivo”. Composto por quatro módulos funda mentais divididos em disciplinas – Gestão Organizacional, Marketing e Inteligên cia do Negócio, Gestão do Negócio e do Cliente, Gestão Financeira, Governança e Processos –, o curso terá duração de um ano e meio com aulas on-line duas vezes por semana. Em papo com a revista J.P, Pavan conta que a ideia é proporcionar ferramentas necessárias e aplicáveis a res peito dos principais aspectos da gestão da qualidade, construção de pensamento estratégico e entrega de serviços de quali dade para o cliente.

MASSAGEM E NEGÓCIOS

GUIDO PAVAN: Nós do grupo Spa Renata França temos nos dedicado, especialmente nos últimos anos, a levar educação aos profissionais do segmento de estética. Com o MBA gestão de negócios em estética, nosso objetivo é entregar a esses profissionais as ferramentas necessárias para que possam gerir a carreira ou o próprio negócio da melhor forma possível. Somente por meio de conhecimento é possível diminuir possíveis riscos e potencializar ganhos.

J.P: Que lugar o Brasil ocupa dentro do mercado de estética mundial?

GP: O mercado brasileiro de beleza faturou R$ 150 bilhões em 2021 e tem registrado crescimento exponencial nos últimos anos, mesmo diante de um cenário desafiador. O país está entre os que mais consomem estética no mundo. Atualmente, ocupamos o terceiro lugar, ficando atrás de Estados Unidos e China.

J.P: O curso será on-line. O que ele traz de diferente dos já existentes no mercado? GP: O MBA gestão de negócios em estética é 100% voltado para o business em estética, o único com viés total para o negócio. Nosso objetivo é munir o aluno com um tripé importante, que soma teoria, aprendizado e prática. Queremos despertar o pensar, entregar o melhor aprendizado e dar condições para que o aluno aplique tudo isso no seu negócio, colhendo os melhores resultados. Também escolhemos um parceiro que conta com extrema expertise em educação digital e equipe acadêmica de alto nível, que é a Trevisan Escola de Negócios. J.P: Quem pode cursar o MBA gestão de negócios em estética? GP: Todo profissional interessado em aprender a gerir o próprio negócio pode cursar o MBA, o que vai desde quem tem um curso técnico até quem possui uma graduação.

J.P: Qual é a expectativa de crescimento do grupo Spa Renata França para 2023? GP: A projeção para este ano é de um crescimento de 25% em relação a 2021, perspectiva que deve se manter em 2023. Na verdade, a expectativa é manter esse índice de crescimento pelos próximos cinco anos.

J.P: O método Renata França é referência em massagem. Por que a decisão de lançar um MBA?

J.P: Qual é a expectativa de crescimento deste trade para o próximo ano?

J.P INDICA

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GP: O segmento deverá continuar performando acima dos demais. Enquanto o mercado trabalha com um crescimento do PIB da ordem de 1,5% para 2022, o ramo de estética deverá superar os 6% de 2021.

DIOR LA MOUSSE OFF/ON, R$ 299

MIL E UTILIDADESUMA Que as picadinhas de toxina botulínica turbinam a autoestima, a gente já sabia. Mas que pode funcionar como antidepressivo… “A toxina, quando usada em algumas contrações musculares e também no tratamento de enxaqueca, alivia o incômodo e a dor, causando uma sensação de bem-estar que, obviamente, reflete no estado emocional”, analisa o dermatologista Otávio Macedo. Dores crônicas são chatas, repetitivas e podem gerar ansiedade, tristeza e depressão. Dessa forma, a substância pode ser coadjuvante no controle da depressão. E mais! “Quando você não consegue fazer expressões faciais de raiva (o botox reduz o estímulo muscular), há menos atividade na amígdala, uma região cerebral associada ao controle da ansiedade e à resposta ao medo. Se uma pessoa não pode franzir a testa, o cérebro não registra o sentimento negativo”, explica o médico. “Uma expressão mais leve deflagra contrapartidas de sociabilidade, atalho para melhora nas emoções, de forma involuntária e espontânea.”

NA MEDIDA Criada por um casal brasileiro que mora na Suíça, a Riô, assim como seus mentores, é uma marca de skincare nacional com tecnologia gringa. Trabalhando em parceria com os principais centros de pesquisa do mundo, tem como filosofia só desenvolver produtos que fazem sentido para o clima e estilo de vida do nosso país. É o caso do Sérum Concentrado Antirrugas Olhos que, graças à combinação de sete peptídeos, garante a biotensegridade do colágeno comoproteínaaumentandoproduzido,osníveisdaMohawk,queatua“arquitetadapele”.

PREÇO: R$ 239.

CORPO E ALMA

Tem coisa melhor do que cuidar da gente e do planeta ao mesmo tempo? Seguindo es sa tendência no skincare surgiu a Bergamía, marca brasileira baseada nos superalimen tos. Natural, carbon neutral, independente, vegana, livre de ingredientes tóxicos e de testes em animais, é a prova de que é pos sível, e necessário, conquistar alta perfor mance que gere impacto positivo – social e ambiental. Superfood, ciência e biotecnolo gia são os pilares de produtos para pele do rosto e corpo, e para os cabelos, tudo bio degradável – da fórmula à embalagem, que é 100% composta por plástico reciclado pós-consumo. O planeta agradece.

SUPERNATURAL

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FLOR PURIFICADORA NYMPHAEA é um lírio aquático, uma das flores mais antigas no mundo e que tem o poder de eliminar as impurezas do ambiente. É também a estrela da linha de skincare da DIOR . O cleanser La Mousse foi desenvolvido de olho na Geração Z, remove a maquiagem e promove uma limpeza profunda, graças à presença da Nymphaea em sua composição. Não por acaso, o rosto da campanha é o de uma das melhores tenistas do ranking internacional, Emma Raducanu, de 18 anos.

INSTANT EYE LIFT, CARE NATURAL BEAUTY, R$ 349 Tratamento preenche dor para área dos olhos com efeito lifting imedia to. O sérum reduz linhas e rugas a curto, médio e longo prazos. Sua fórmu la penetra nas camadas mais profundas da pele, devolvendo volume e estimulando o preenchi mento celular.

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SÉRUM FITO RETINOL E NIACINAMIDA 10%, ADCOS, R$ 279 Melhora de todos os sinais do envelhecimento, sem causar irritações. Com tex tura de rápida absorção e toque aveludado, o sérum não deixa a pele oleosa. Adequado a todos os tipos de pele, especialmente as sensíveis e maduras. Vega no e cruelty free, o produ to tem resultados compro vados no quesito firmeza e elasticidade da pele, e também clareia manchas, reduz os poros e rugas profundas.

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Conforme os anos passam, nosso organismo passa por uma série de alterações – e a me nopausa é uma delas. “A menopausa é uma data – o dia em que se completa um ano sem menstruar, em razão do fim do período reprodutivo”, explica o ginecologista obstetra Fernando Prado, especialista em reprodução humana e membro da Sociedade America na de Medicina Reprodutiva (ASRM). Já o climatério é o período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva da mulher. Nesse período, surgem uma série de sintomas, associados à queda da produção dos hormônios: fogachos, secura e atrofia vaginal, insô nia, incontinência urinária, perda da libido, depressão, osteoporose e alteração no meta bolismo de gorduras (colesterol e triglicérides). Isso sem falar na flacidez da pele. Além de reposição hormonal, quando não existem contraindicações, para passar por es sas questões de uma forma mais suave vale lançar mão de tratamentos como dietas, fi sioterapia, higiene mental, atividade física e meditação. “É importante lembrar que o climatério não é apenas ‘falta de hormônio’. É um período da vida em que a mulher passa por transformações e precisa de um entendimento global”, diz ele. Para a pele, por exemplo, vários protocolos podem melhorar a sustentação e a firmeza, além de relaxar a mus culatura. Também vale apostar em ioga e massagens faciais, que ajudam a devolver o viço perdido ao movimentar os músculos e estimular a circulação sanguínea da região. Confira nossa seleção de produtinhos que são tiro e queda.

ÓLEO ANTIOXIDANTE CORPO RAL, SALLVE, R$ 69,90 Óleo com ação antio xidante que hidrata e melhora a elasticidade da pele, dando aque le up. Ideal para quem mantém uma rotina mais preguiçosa com o corpo, podendo ser aplicado ainda no banho. Com vitamina E, óleo de café verde, óleo de semente de uva e óleo de jojoba.

DIVULGAÇÃOFREEPIK;IMAGES;GETTYFOTOS GUIAMENOPAUSA:PARAESSAFASEQUEDEIXOU DE SER TABU

Quem nunca se arrependeu de um procedimento como micropigmentação ou até aquela tatuagem que não tem mais nada a ver com você? Graças aos avanços do mercado estético, isso não é mais um problema, mas há que ter cuidado na hora de optar pela remoção de pigmentos na pele. Antes de mais nada, é importante buscar um bom profissional, com atendimento indivi dual e especializado. Este, inclusive, é o segredo do NB Group, que há cinco anos tem a missão de resgatar e realçar a beleza em cada pessoa. “Não vendemos para muitos, nem para qualquer um, vendemos procedimentos para cada pessoa. Esse é o segredo do sucesso da marca. Vivemos um momento muito importante de desmistificar a crença de que

BELEZA SOB MEDIDA NATALIA MARTINS

FREEPIKDIVULGAÇÃO;FOTOS

Os protocolos, que estão disponíveis em todas as unidades do NB Group e podem ser realizados por meio de agendamento, são especiais para cada clien te. “Cada indivíduo terá um método personalizado + NATALIABEAUTYGROUP.COM | @NATALIABEAUTY dependendo do tipo de pele e re sultado que bus ca. Por isso, nossa equipe é treinada toda semana. Es tou muito orgu lhosa por mais essa evolução tra zida ao mercado de beleza pela marca, independentemente da cor do pigmento. Com os novos procedimentos, o resultado é perfeito, deixando a pele saudável e preparada para receber o Flow Brows”, aponta Natalia. O público masculino, que está cada vez mais ante nado na saúde, beleza e bem-estar, também tem vez por lá. Afinal de contas, foi-se o tempo em que eles deixavam a aparência em segundo plano. De acordo com levantamento do NB Group, nos últimos meses houve crescimento de 24% nos procedimentos rea lizados em homens, seja na pele do rosto, sobrance lhas ou lábios.

J.P INDICA a beleza segue um padrão. Por isso, nosso trabalho é direcionado individualmente, explorando os pontos fortes e as características próprias. É preciso ressaltar a beleza única”, explica a empresária NATALIA MARTINS , fundadora e CEO do NB GROUP . Focada em tratamentos personalizados, a marca segue protocolo avançado de remoção de pigmentos da pele, união de laser com recuperação tecidual e implantação de ativos que expelem o pigmento para o caso de pessoas que fizeram nanoblading de sobrancelha – popularmente conhecido como micropigmentação – ou tatuagem, e se arrependeram e estão em busca da remoção. “Entendemos que a remoção não é feita apenas com laser. Hoje, o NB Group já trabalha com outros quatro métodos que são definidos de acordo com cada pele”, diz a CEO. Segundo a empresária, os procedimentos de des pigmentação variam de acordo com a tonalidade da sobrancelha, tinta utilizada e profundidade. “A partir do momento que a pele teve contato com o pigmen to, o tecido é danificado. O que trazemos com esses novos métodos, além da remoção da tinta, é o trata mento de recuperação das células para que a pele não fique diferente, manchada ou com alguma cicatriz.”

O traidorrei

oucas coisas são tão de sonrosas para um “sangue azul” do que ser forçado a abrir mão da realeza à qual pertence. No caso daquela que fas cina o mundo desde sem pre, a do Reino Unido, ta manha humilhação jamais foi igual àquela que viveu, em 1936, Edward 8º, que foi soberano dos britâni cos por apenas 326 dias. Sucessor de George 5º, seu pai, no trono britânico, o ex-rei – um título peculiar que poucos ostentaram ao longo da história – teve que escolher entre a coroa e uma mulher, a americana Wallis Simpson, quatro vezes divorciada de homens que ainda respiravam. O cúmulo do inaceitável naquela época. Venceu o amor, aquele que se sente por alguém, e não o que o tio de Elizabeth 2ª notoriamente sentia pela monarquia de seu país.

Novo livro sobre Edward 8º, tio de Elizabeth 2ª, traz detalhes sobre a ligação do ex-rei com os nazistas e sua paixão por uma plebeia divorciada ANTUNES

POR ANDERSON

A história de Edward, que em razão de sua abdicação literalmente perdeu a ma jestade para voltar a ser apenas alteza real, é bem contada na primeira temporada de The Crown. A série foca na ascensão à cadeira de St. Edward da atual chefe da Casa Real de Windsor, efeito direto daquilo que durante anos foi visto como uma “fraque za” do príncipe charmoso e antecessor de seu irmão, o rei George 6º. Ele era gago e desastrado, mas reconhecido por historiadores como o monarca que estabilizou a família real mais escrutinada de que se tem notícia, abrindo caminho para que sua primogênita recebesse o cetro que ainda detém, mais de sete décadas depois. Mas Edward foi mais humilhado nas décadas seguintes, inclusive depois de sua morte, em 1972. Tudo por conta de sua sempre conhecida ligação e sim patia pelo começo do regime de Adolf Hitler na Alemanha. E pelos conchavos

48 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022 DIVULGAÇÃOIMAGES;GETTYFOTOS BIOGRAFIA

Traitor King também soa estranhamente atual dian te da iminente morte da rainha, já dando os primeiros sinais de que o fardo, que ainda carrega aos 96 anos, começou a ficar pesado demais. Edward quase derrubou a realeza da qual fez parte com sua demissão voluntária, que, a partir do primeiro momento sem Elizabeth no trono, poderá correr o mesmo risco de ser derrubada. Fica a lição, pelos escritos de Lownie, e conforme o The Wall Street Journal classificou Edward 8º sob a ótica da biografia não autorizada, que um “rei sem honra” não apenas coloca em risco a própria estrutura baseada em sua providência divina, como também a condena ao jul gamento eterno da história. n No sentido horário: a capa do livro, Edward e Wallis chegando ao Reino Unido após coroação da rainha, o duque na Casa do Governo em Nassau e em visita a Berlim em meio à ocupação nazista durante a Segunda Guerra

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 49 que o também ex-impe rador da Índia fez com o führer que, aos poucos, foram se desenvolvendo em um plano orquestra do junto com o genocida para destronar George 6º e recolocar no lugar do pai de Elizabeth 2ª seu irmão rebelde, des ta vez, com Wallis como sua rainha consorte. Não deu certo, claro. Hitler perdeu a guerra, tirou a própria vida na iminên cia da derrota e deixou Edward ainda mais mal visto por seus familiares. Sua traição ao irmão foi um dos segredos mais bem guardados pe los Windsors durante muito tempo, mas os documentos secretos que tratavam o assunto foram publicados nos Estados Unidos. Os detalhes desse esqueleto no armário real são contados minuciosamente por Andrew Lownie, jornalista britânico e escritor, em Trai tor King: The Scandalous Exile of the Duke and Duchess of Windsor (Rei Traidor: O Exílio Escan daloso do Duque e Duquesa de Windsor). Uma sa borosa biografia do tipo “tell all”, de 416 páginas, sobre o breve reinado de Edward 8º e seu subsequente exílio na França, sempre com Wallis ao seu lado. Lownie é um dos maiores especialistas em realezas europeias, sobretudo a de seu país. O canal direto que Edward chegou a ter com os nazistas dá ao livro, ainda sem edição brasileira, o tempero para tor ná-lo fascinante pelos apreciadores da monarquia. Gra ças ao acesso que teve aos documentos proibidos sobre essa ligação perigosa, Lownie faz uma análise perfeita sobre o duque proibido de pisar em sua nação natal sem a permissão de Lilibeth, como chamava Elizabeth 2ª, por quem até nutria certo carinho e considerava sobrinha fa vorita entre todos os filhos de seus irmãos e irmãs.

la é carioca e, aci ma de tudo, uma criadora com olhar dos mais afiados e estética única. Aos 39 anos, Gise la Pecego é designer e reinventa imagens, formas e padrões que se tornam surpresas gráficas sempre com toque de humor. Irreverente e de identidade própria, sua obra vai além da criatividade e pode ser vis E Designer das mais inspiradas de sua geração, Gisela Pecego usa a irreverência e o humor para criar imagens porn chic. Mãe de três, ela revela aqui como mantém a sanidade e qual sua marca registrada por carla julien stagni fotos luís costa ta na moda, na arte e na decoração. “A identidade do meu trabalho está em imagens gráficas que têm um toque sensual, um porn chic, que viram um padrão e trazem uma surpresa para quem vê. Gosto de criar desenhos semieróticos, al guns dos quais representam as pai sagens sinuosas do Rio de Janeiro e camuflam dentro delas seios e bundas brasileiras”, diz Gisela, revelando sua paixão pela cidade onde nasceu e mora, e é fonte ines gotável de inspiração: “Não troco por nada, apesar das mazelas. Digo que Rio é Rio, porque é ditado pela natureza e seu modo de vida. Tem um erotismo tropical, uma lingua gem visual forte que me alimenta todos os dias”. Mãe de três – Valentina, 11, José Francisco, 9, Antonio Bento, 7 anos

RIO 40 GRAUS

O escritório/ateliê de Gisela fica na varanda de sua casa. É lá que ela cria seus desenhos e estampas, trabalha em parcerias de moda e decoração. Abaixo, detalhe da pochete que é seu xodó

–, Gisela instalou seu estúdio em casa mesmo, de onde pode exercer a maternidade e também se dedi car a seus projetos profissionais. “Participo ativamente da rotina dos meus filhos e isso enche meu coração. Mas amo meu trabalho, e trabalho bastante. Meu escritório é em casa, em um terraço, e meus filhos respeitam esse espaço. Faço parcerias com diferentes marcas, brasileiras e internacionais, de senvolvendo estampas, coleções e projetos criativos. Desde pequena destoava dos outros. Sempre tive estilo e uma personalidade defini da, com um pezinho na moda. Bus co trazer pro meu trabalho pesqui sa, conceito, referências de tudo o que vi e vivi, e acabo mergulhando de cabeça no processo criativo”.

RAIO X

Sou disléxica e, apesar de conviver com isso numa boa, tive algumas dificuldades, como terminar de ler um livro. O que me ajuda muito são os audiobooks. Tem um catálogo enorme e pra mim é muito mais fácil de acompanhar a história. O último que escutei foi City of Girls, de Elizabeth Gilbert. Não perco um episódio de... Valéria, espanholasériedaNetflix,bemlight,gostosa e picantezinha. Peça de roupa favorita. A pochete da BFF, parceria que fiz com a marca. A minha anda sozinha. Mantenho minha sanidade... Tocando bateria. Tenho uma ba teria elétrica e toco todos os dias. Aprendi com meu irmão. É uma terapia maravilhosa. Minha rotina de beleza inclui... Para a pele não faço muita coisa. O que mais curto é cuidar dos meus cachos. Gosto muito do meu cabelo. Música que ouço no repeat. Gilsons, Caetano e Gil.

Entre um trabalho e outro, a designer encarna sua porção baterista, atividade que faz diariamente e funciona como terapia para ela Marca registrada. Sou leve, criativa, amiga e tenho uma arte ousada, mas com toque de humor. Em casa não entra... Mentira e falta de diálogo. Primeira coisa que faço quando acordo. Beijar meus filhos.

Meu refúgio é... A Bahia. Minha família tem uma fa zenda no Recôncavo Baiano e é onde passo minhas férias desde a infância. Filme da vida. Gosto muito do documentário The True Cost, sobre a indústria da moda. Depois de assistir, passei a ter uma visão mais sustentável, de slow fash ion, que faz todo o sentido. Leitura obrigatória.

PARRMARTINIMAGES;GETTYDIVULGAÇÃO;NETFLIX;DIVULGAÇÃOFOTOS

Destino inesquecível. Camboja. Fui em 2006 com meu marido e foi incrível, tanto pela par te cultural como pela beleza. Busco inspiração em... Tudo – passeios, viagens, livros, adoro sair sem rumo. Tenho uma memória visual bizarra. O que mais gosto de fa zer com meus filhos é... Ir à praia e em exposições. Na geladeira sempre tem... Toddynho. Me Quero, que tem identi dade visual feita por mim. Tenho medo de... Morrer e não ver meus filhos crescerem. Gostaria de ter uma obra do/da... Uma fotografia do Martin Parr. Adoro a provocação e o senso de humor dele. Melhor conselho. O de Diana Vreeland – “The eye has to travel”. Não precisa ser literal, mas estar sempre aprimorando o olhar. Meus esportes são... Dança, surf e tênis. Cor favorita. Vermelho. Daqui um ano eu... Pretendo lançar minha linha home e fazer cada vez mais assinadas.parcerias Um cheiro. O do perfume Bem Seus desenhos têm temática semierótica e alguns representam as paisagens sinuosas e sensuais do Rio de Janeiro, sua constante fonte de inspiração As estampas criadas por Gisela aparecem em diferentes produtos: de papéis de parede à embalagem de perfume

NA NATUREZA SELVAGEM

Professor da FAU, da Universidade de São Paulo, e estudioso da cor na arqui tetura há mais de 40 anos, João Carlos de Oliveira Cesar explica que as cores realmente têm o poder de despertar sentimentos. “O ser humano sempre vai Já ouviu falar em “dopamine style”? Trata-se do movimento que acredita no poder de tons vibrantes para melhorar o astral e dar up na vida POR DENISE MEIRA DO AMARAL

54 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022 DIVULGAÇÃOIMAGES;GETTYFOTOS ALTO ASTRAL

Suas combinações são um reflexo de seu humor, já que vestir-se, para ele, é uma forma de comunicação ou um gatilho de como gostaria de estar. “Quando não estou tão bem, as cores ajudam a alegrar o meu dia”, conta o stylist, que, no trabalho, gosta de estudar minuciosamente a pessoa que vai vestir para melhor traduzir o estado de espírito do cliente.

D epois de um período cin zento, é co mum carregarquererna cor. E isso não só na moda. Vale para a deco ração da casa, alimen tos, frutas, flores… ah, as flores! Com a prima vera batendo na porta, não tem como não so nhar com elas. Fato é que, nesses meses pós -pandêmicos, as pessoas têm se rendido a cores e estampas fortes. O mo vimento foi batizado de “dopamine style” (algo como, “estilo dopamí nico”, fazendo alusão ao neurotransmissor ce rebral responsável pela sensação de bem-estar e felicidade). E estudos comprovam: as cores realmente têm o poder de mexer com nossos sentimentos. Tem gente que é expert nisso. Com uma camisa es tampada de folhagens em tons de pink e azul, Felipe Veloso posa em frente ao Morro Dois Irmãos, em Ipanema. As cores do pôr do sol ao fundo se mesclam com seu figurino e levantam qualquer astral. Stylist de gente como Regina Casé e Caetano Veloso, Felipe é colorido por natureza e seus looks se destacam nas ruas da zona sul do Rio de Janeiro – e também em seu Instagram. “As flores coloridas são as que mais levam vantagens na natureza, e não à toa. Adoro as vibrações das cores e das combinações entre elas. Se vou fazer algo na mata, uso uma roupa camuflada em tons de verde, se vou contemplar um amanhecer, tons de amarelo ou dourado, se for subir a Pedra da Gávea, look todo azul. As cores fazem parte do meu momento e recarregam a energia do meu dia”, explica Felipe, que tem na parede de sua sala dois hibiscos enor mes iluminados, além de um corredor listrado em preto e branco.

João lembra que a cor é resultado da relação entre os estímulos que a gente recebe e o que cada um de nós carre ga de vivência e conhe cimento. “Por isso as cores têm uma função fundamental no nosso “Quando não estoutão bem, as cores ajudam a alegrar o meu dia”

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 55 se sentir bem em am bientes com diversida de cromática porque é como na natureza, nosso habitat original. Se você entra em um ambiente monocromá tico, ele não remonta à natureza, pelo con trário, afasta”, explica, em referência à Goe the, no livro Doutrina das Cores , do qual é autor do prefácio da edição brasileira.

FELIPE VELOSO, STYLIST

ALTO ASTRAL

VIC MEIRELLES, FLORISTA relacionamento com o meio. A gente percebe o mundo justamente por meio delas.” A casa dos avós, com seus tapetes coloridos, almofadas de crochê e repletas de por ta-retratos é um exemplo de como esse mix de tons e texturas nos faz sentir bem. “Você pode até não gostar como projeto ar quitetônico, mas dificil mente vai se sentir mal em um ambiente desses”, acredita o professor. ADEUS, NUDE Em um ateliê de pa redes de vidro com pri maveras vermelhas ao fundo, em sua casa em São Paulo, a designer de interiores Neza Ce sar acredita que as cores

“Acho que faço grandes despachos. Ao levar minhas flores é como se estivesse fazendo uma limpeza energética”

NEZA CESAR, DECORADORA

têm o poder de curar a alma. “As pessoas andam muito ‘bege’. Precisamos trazer mais vitalidade, principalmente depois de tudo isso que passamos. O Brasil é um país de mata, de natureza. Cadê as nossas cores?”, questiona, em conversa com repórter da J.P . Para ela, nos tornamos “bege” por conta da pressão do relógio, da agenda e da hora marcada. “Viramos escravos e nos vestimos como se esti véssemos de uniforme. Esquecemos como as cores trazem amor, compreensão e resgatam o tesão pela vida.”

Para ela, a mudança da cor de uma parede já pode alterar significativamente o humor de uma pessoa. Neza, que traduz seu trabalho em seu site como “alegria visual e conforto emocional”, cita um exemplo de quando sugeriu a uma cliente pintar a parede de seu quarto de pink, ao perceber que ela usava um short de ginástica dessa tonalidade. A cliente ficou assustada e perguntou: “Você pintaria mesmo? Porque é justamente essa cor que estou vibrando”, confessou. Com as mudanças no novo quarto, ela passou a se sentir mais acolhida naquele cômodo.

O florista Vic Meirelles segue a filosofia de Neza. Sua casa, na Faria Lima, é toda trabalhada nas cores. “Nada combina com nada. Tenho um sofá listrado, almofadas com estampas diferentes que ganho de clientes, tapetes coloridos, mesa branca com cadeira verde, abajures dos anos 1970... Não tenho medo de cor.” No galpão na Vila Leopoldina, onde cria seus requisitados arranjos de flores, Vic se baseia no estudo das cores para traduzir a intenção de seus eventos: “Se é uma festa

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 57 exótica e quero chamar atenção, uso muito ver melho. Se quero trans mitir paz, abuso das flores brancas, se aspiro uma aura mais divina, muito amarelo, como uma chuva de ouro”. A transformação dos sentimentos pelas co res é, para Vic, como o trabalho de um curan deiro. “Acho que faço grandes despachos. Ao levar minhas flores é como se estivesse fa zendo uma limpeza energética, carregando essas intenções para as famílias. Quando é igreja, então, é impres sionante. É uma ener gia poderosa.” Ou seja, mais cor, por favor! n “As pessoas andam muito ‘bege’.Cadê as nossas cores?”

58 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022 Uma seleção de marcas e designers independentes, e seus produtos cheios de charme e afeto POR ANA ELISA MEYER J.P DE OLHO

@LFEITOAMAO.BR

MODA ARTESANAL Diante do incômodo com os processos da indústria da moda, a carioca Luiza Leindecker começou a estudar processos manuais que trouxessem mais propósito e consciência para as pessoas. Depois de mergulhar no tingimento natural utilizando plantas e resíduos de alimentos, viu a possibilidade de uma moda consciente, simples e sofisticada. Foi quando decidiu criar a sua própria marca, a L!. Com produção artesanal e tendo o linho como base, a designer cria roupas contemporâneas, casuais, confortáveis e de modelagem simples, desenvolvidas com a ajuda de profissionais mu lheres autônomas, e tingidas manualmente por ela mesma, utilizando pigmentos naturais à base de plantas não poluentes. “Todas as peças se tornam únicas, pois são pintadas e tingidas uma a uma, manualmente”.

@_ALETAZ

ARTE EM 3D

“A importância do reconhecimento de nossas paixões e motivações, a beleza do sentimento que uma obra pode despertar nas pessoas”. Essa é a mensagem que Pedro Eidi Konno, formado em engenharia mecânica e artista por natureza, quer passar com a Aletaz. Utilizando o PLA como matéria-prima - um bioplástico biodegradável feito a partir de processamento de plantas e vege tais -, Pedro reutiliza e ressignifica esses materiais orgânicos ao criar esculturas e peças utilitárias em 3D, e finalizadas à mão, atemporais, com design moderno e sofisticado, e com a intenção de transmitir a arte para as pessoas através da tecnologia e identidade visual única.

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Foi depois de uma viagem para a Grécia onde conheceu e dormiu em lençóis de puro linho euro peu que a carioca Pitchu Santini resolveu trazer e dividir com as pessoas, essa experiência única. O tempo em que morou na Suécia também é uma inspiração para sua marca. “O design nórdico, minimalista em sua essência, com beleza e simplicidade únicas, é o que me dá o norte. Não só para as peças que crio como também para as cores que escolho!”, afir ma. Feitos um a um, por deman da, os produtos da House of Linho são todos de puro linho europeu que, após chegar para a estilista, passa por alguns processos, como de tingimento e uma lavagem que garante maciez e toque agradá vel às peças. A consciência com o meio ambiente, a escolha de trabalhar com linho 100% puro - que é uma das plantações mais sustentáveis-, assim como o maior aproveitamento de tudo sem des perdícios, também é um dos pila res da marca. @HOUSE_OF_LINHO

TRAMAS BRASILEIRAS A rica cultura popular brasileira, a natureza e as cores são as grandes inspirações da designer Raissa Colela, da Cura. A marca carioca, que tem a sustentabilidade como propósito, cria acessórios feitos em parceria com artesãs que utilizam técnica quilombola de crochetar palha de buriti e palha da piaçava à mão, fibras naturais utilizadas nas peças, que depois são tingidas com corantes naturais e não poluentes. “Na Cura nossa ances tralidade manual é valorizada e entendida como afetividade que perpassa gerações, como sus tento e cultura. Nosso esforço é ressignificar essa manualidade, através dessa rede que hoje impacta cerca de 50 artesãs distribuídas nos estados do Maranhão, Bahia, Alagoas e Rio de Janeiro”, diz Raissa. Além de sapatos e bolsas, a marca também lança peças de roupas esporadicamente.

@CURA_ACESSORIOS BONS SONHOS

PEQUENAS ESCULTURAS A busca de algo que permitisse transitar entre suas vertentes, a moda e a arte, e a necessidade de se expressar, foram as razões para Nathalie Edenburg criar sua marca homônima de joias. “Nunca imaginei que eu fosse trabalhar na área da joalheria. As joias são uma extensão do meu trabalho como artista”, diz a modelo, artista plástica e designer mineira, que também pinta quadros. A vontade de ingressar na joa lheria aconteceu depois de uma viagem a Barcelona, onde ficou inspirada pelo modernismo de Gaudí, Dalí e outros mestres. Respeitando seu processo criativo, deixando que tudo aconteça de uma forma orgânica, sem se prender a regras, Nathalie tem o universo fe minino e a natureza como a essência de seu trabalho. Utilizando a prata de lei como principal material, cria joias para pessoas que, assim como ela, procuram por originalidade e autenticidade.

@NATHALIEEDENBURG

60 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022

O

Ela, com raízes coreanas e paraguaias, ele, um legítimo parisiense. A casa de Kelly Kim e Adrien Gingold, dupla que dá vida à marca Calma São Paulo, reflete a riqueza de diferentes culturas e, mais do que isso, uma vida de experiências ao redor do planeta POR BRUNO ALBERTIM FOTOS PAULO FREITAS MUNDO EM CASA

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 61 MODO DE VIDA

Lar de Kelly e Adrien é como eles: cheio de cores e estampas. À dir., tecido na parede foi trazido da Coreia e simboliza a família Kim

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De um lado, a vista aérea de parte das avenidas Paulista e Sumaré, do Pacaembu e da rua Peixoto Gomide. Do outro, uma visão generosa da Barra Funda e da Vila Madalena. Depois de uma longa temporada mordendo pedaços até então inusitados do globo, é nesta antiga cobertura de dois pavimentos, no bairro de Perdizes, que o casal Kelly Kim e Adrien Gingold – ela paulistana filha de imigrantes, ele francês – refaz as energias para atuar no mundo ao redor. Personagens da nova moda paulistana, Adrien e Kelly são os criadores da Calma São Paulo. Com mais de 120 mil seguidores nas redes sociais, entre os quais nomes como Pitty, Iza, Gaby Amarantos, Maria Eugênia Suconic e Manu Gavassi, a marca tem, mais que clientes, compradores que se reconhecem como uma comunidade autodenominada “calmers”.

Divertidamente estampadas, coloridas, agênero e fluidas, são roupas versáteis da praia ao escritório. Há um ano, o casal colore o novo lar. Com cerca de 200 m2, dois pavimentos e uma pequena piscina no piso superior, o apartamento codifica o espírito da dupla, pontuado por memórias de viagem, móveis garimpados em brechós, espaços vazios, marcados por muitos pontos de cor. “Quando a gente tava duro, não tinha dinheiro para investir em tintas. E eu sempre quis ter uma casa supercolorida. Agora, botamos cor em tudo”, diz Kelly, com o sorriso habitual que começa nos olhos atentos da filha de um coreano com uma paraguaia. As paredes do apartamento são divididas numa paleta cromática que vai do azul ao amarelo até uma variação de salmão. Intervalos em branco oferecem respiros óticos, evidenciando os pontos em que as cores se concentram. Os ambientes guardam poucos e determinantes móveis e objetos, repositórios da memória andarilha do casal. Parte do mobiliário, por No sentido horário, a escada que leva para a cobertura, acima e ao lado, detalhes do décor trazido da Ásia, e os anfitriões, sempre coloridos

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exemplo, consiste em peças artístico-utilitárias trazidas de uma viagem recente à alagoana Ilha do Ferro, um dos mais celebrados redutos artsy do Nordeste do Brasil.

“Eu brinco que não temos móveis da família, mas de todas as famílias. Garimpamos coisas até em brechó de igrejas”, ela diz. “Gostamos de misturar o vintage com o popular e o moderno”, segue Adrien. “Às vezes, vejo uma fruta ao lado da outra numa banca e percebo como aquelas cores dialogam bem”, Kelly comenta, indicando como o grande banco de cerca de 1 metro e meio do artista alagoano Vavan também lhe serve de inspiração. Zoomórfico, o objeto sintetiza dois seres: metade zebra, metade onça. “Amo essa peça que, como nosso trabalho, harmoniza ‘estampas’ diferentes”, explica a estilista, expert em estamparia digital.

O primeiro pavimento da cobertura condensa a área mais íntima do lar. Já o segundo andar, onde fica a piscina, é o local eleito para confraternizar: “Nunca imaginei que existisse um apartamento com uma piscina em que pudéssemos morar. Isso não existe em Paris. Só para os muito ricos!”, comemora Adrien. Logo ao lado, há uma sala envidraçada, quase uma estufa. Com uma mesa de brechó ladeada por bancos decorados com cabeças de animais em madeira, é ali que acontecem happy hours ou longos almoços de domingo. “Embaixo, é nossa área de descanso; em cima, a bagunça”, brinca. Como na máxima de Nelson Rodrigues, o casal intuíra que o casamento era já “indissolúvel de véspera”. Ao completar 30 anos, o francês Adrien resolveu abandonar o emprego numa rádio de Paris para conhecer o mundo. Em seu sabático, foi bater no Carnaval do Rio de Janeiro. Lá, conheceu cinco amigas. “Colei nelas.” Iniciava-se ali um namoro a distância com o folião parisiense. Como trabalhava na pesquisa de estilo para grandes magazines, Kelly o encontrava nos intervalos dos expedientes de viagens de trabalho na França. “Até que eu a pedi em casamento e resolvemos começar nossa vida fora das nossas zonas familiares e de conforto. Passamos um ano viajando pela Ásia”.

De volta ao Brasil, completamente duros, Kelly começou a fazer jaquetas tendo como ponto de partida lenços. Mais tarde, com a lembrança das viagens em que precisavam dividir as roupas na única mochila compartilhada, vieram as peças sem gênero.

O negócio cresceu e surgiu a Calma São Paulo. A dupla montou uma loja física na Vila Madalena, e, finalmente, alugou o apartamento de Perdizes. “Percebemos que não teríamos 25 anos para sempre. Hoje, uma noite em casa vale muito mais que várias noites na rua”, diz Adrien, aos 38. De uma viagem de dois meses pelo Vietnã, trouxeram, mais que objetos, um senso de tranquilidade para a rotina. Dormem e acordam muito cedo, fazem exercícios – ela, ioga; ele, musculação – comem juntos e, por volta das nove, vão para a lojaescritório da Calma. Sobre o sofá da sala do primeiro piso, uma paisagem de natureza estilizada impressa em tecido pontua a parede. Fruto de uma incursão à Coreia onde Kelly foi conhecer suas raízes paternas. “Lá, descobri que cada família tem uma desenho que funciona como um brasão. E este é o da família Kim”, conta ela, olhando para São Paulo que, mais que paisagem sob os olhos, é a extensão física da subjetividade mais íntima do casal – e ponto de partida de um mundo que agora se mede a partir dali. n

MODO DE VIDA Ao lado, móveis e peças garimpadas em brechós e em viagens, como a que fizeram à Ilha do Ferro; acima, Kelly e Adrien na cobertura com São Paulo ao fundo

O mix de forró, funk, sertanejo, tecnobrega e até axé – ufa! –, tocado por uma turma muito nova, explodiu nos últimos meses nas plataformas musicais e em shows Brasil afora. Abre espaço que o piseiro tá na área!

POR PEDRO ALEXANDRE SANCHES POEIRA

EM ALTA obre solo árido de terra batida, os dan çarinos gingam projetando as pernas para a frente, por vezes quase com vio lência, como se estivessem chutando o chão. Os pés calçados por botas batem forte no chão e em poucos segundos a poeira come ça a levantar: está instalada a pisadinha (como os passos foram batizados) ou o piseiro (inicialmente o local onde se dançava a pisadinha, hoje sinônimo da própria música dançada). “Forró pra ser bom tem que ser do interior / a bota vai chamando e a poeira levantou / as mina tudo doida, tudo que rendo dançar / o paredão tocando e nós botando pra torar / eiro, eiro, eiro, o povo gosta do piseiro”, cantam (e dançam) juntos Eric Land e Zé Vaquei ro, dois dos muitos astros interioranos na ponta de um fenômeno nordestino que corre o Brasil com mais potência desde 2019, época em que lançaram “O Povo Gosta É do Piseiro” e a dupla Os Barões da Pisadinha estourou nacionalmente.

LEVANTOU

O primeiro diferencial está exatamente no chão de terra, pó e poeira: a pisadinha é música nordes

tina do interior, das roças, sítios, fazendas e fes tas de vaquejada – o videoclipe de “O Povo Gosta É do Piseiro”, por exemplo, foi gravado na Feira do Gado de Ouricuri, cidade natal de Zé Vaqueiro, de 23 anos, no sertão de Pernambuco (Eric Land, de 24 anos, é cearense de Fortaleza). Se fosse possível definir o estilo musical, o caminho retrospectivo partiria de Exu (PE), terra natal de Luiz Gonzaga (1912-1989), inventor-estilizador de baiões, xotes e xaxados de dançar colado. Décadas depois, o gêne ro ganharia corpo industrial nos anos 1990 com o grupo cearense Mastruz com Leite, sob o nome de forró eletrônico, que se espalhaou pelo Nordeste nas décadas seguintes no sucesso de massa de ban das como a paraibana Magníficos, as cearenses Avi ões do Forró e Garota Safada (de onde saiu Wesley Safadão) e a sergipana Calcinha Preta, entre outras. Do forró eletrônico ao piseiro, a sonoridade se simplificou em termos instrumentais. Muitas vezes, o fio condutor é dado apenas por voz e teclados no Na pág. ao lado, da esq. para dir.: Os Barões da Pisadinha, João Gomes, Mari Fernandez e Zé Vaqueiro lugar da sanfona que Gonzagão consagrou, e essa ca racterística ajuda a explicar o crescimento explosi vo do piseiro no mesmo momento em que estúdios de gravação, no Brasil e no mundo todo, paravam detidos pelo coronavírus. Em termos estilísticos, as coisas se tornaram mais complexas: no piseiro, é como se o rastapé nordestino se misturasse e se amalgamasse com um leque de outros ritmos musi cais brasileiros, amplamente difundidos via internet. O piseiro guarda parentesco com o funk carioca e o bregafunk, o sertanejo do Centro-Oeste, do Sul e de parte do Sudeste, a lambada e o tecnobrega do Pará, o arrocha e a axé music da Bahia, as pistas eletrôni cas moderninhas do Sudeste e extravasando para o Caribe das misturas formuladas pela Banda Calypso dos paraenses Joelma e Chimbinha. Parece caber de tudo um pouco, no intervalo entre um teclado mo desto e uma pisadinha despretensiosa. “Preste atenção, novinha, no que eu vou falar / qui ca, quica, quica, vai, com o bumbum no chão / quica, quica, quica, com a mão no paredão”, reza “Solinho Agressivo”, de Anderson dos Teclados e Vei da Pi sadinha, num videoclipe em que ensaiam passos de pisadinha rodeados por garotas em shorts sumários escondendo bumbuns funkeiros e um paredão sono ro aparentado das aparelhagens paraenses. Nesse clipe surge também o dançarino e influenciador digital pernambu cano (de Salgueiro) Orlandinho, autoproclamado “rei” dos passos da pisadinha. Ele coloca a mão sobre a genitália, como um Mi chael Jackson cujo moonwalk andasse para frente, levan

GLOBO/DIVULGAÇÃODIVULGAÇÃO;IMAGES;GETTYFOTOS

tando nuvens de terra vermelha. Biquínis e um balneário de águas azuis completam o cenário, atirando a um passado distante as imagens de seca e miséria com as quais o Brasil estereoti pou historicamente o Nordeste. Anderson e Vei da Pisadinha estavam em atividade a partir do Ceará desde 2014 e a pisadinha circulava espontaneamente pelo Nordeste há mais tempo, pelo menos desde 2004, pelo trabalho tímido do músico baia no Nelson Nascimento, de Monte Santo. Mas o alcance nacional foi obtido por ou tra dupla, Os Barões da Pisadinha, a par tir de 2019, quando o jogador de futebol Neymar apareceu no Instagram dançando Mari Fernandez: cearense de 21 anos, tem 3,4 milhões de seguidores no Instagram e cobra R$ 100 mil por show pernambucano de 23 anos, tem 8 milhões de seguidores e fatura R$ 100 mil por mais bandida do mundo / o coração que é vaga bundo / vagabundo”, cantava “Tá Rocheda”, por cima da tecladei ra dos baianos Felipe Santana Mota e Ro drigo Araújo Neto, que formaram os Barões em 2015, na cidade interiora na de ConstantementeHeliópolis. no topo das paradas das plataformas de streaming, o primeiro escalão do piseiro inclui nomes como o pernambucano (de Serrita) de vozeirão grave João Gomes, que

Ao lado, João Gomes, 20 anos, tem mais de 13 milhões de seguidores e cobra R$ 400 mil por apresentação.

Abaixo, Os Barões da Pisadinha têm quase 4 milhões no Instagram e faturam R$ 300 mil cada vez que sobem no palco completou 20 anos em 31 de julho, e o cearense (de Campos Sales) Tarcísio do Acordeon (que, como o nome indica, não trocou a sanfona gonzaguiana pelos teclados), de 28 anos. De modo geral, o pisei ro tem se mostrado menos amistoso para artistas mulheres, mas uma das estrelas do gênero é a cea rense (de Alto Santo) Mari Fernandez, 21 anos, que trafega entre o sertanejo feminista e a pisadinha, e coleciona 71 milhões de visualizações para o clipe “Não, Não Vou”: “Passa lá em casa, tira a minha roupa, fala que me ama / quebrou a cara, vem quebrar a minha cama”. Os elenco cresce com Biu do Piseiro (pa raibano de Campina Grande, 25 anos), Vitor Fernandes (pernambucano de Petrolina, 25 anos), o acordeonista Luan Estilizado (pernam bucano de Brejo da Madre de Deus, 29 anos), entre outros. E como de hábito, artistas com mais estrada amplificam o sucesso ao surfar na poeira jovem do piseiro, como o forrozeiro potiguar Raí Saia Rodada ou Xand Avião (ex -Aviões do Forró), que se juntou aos Barões da Pisadinha no megahit “Basta Você Me Ligar” (“mas é só tu ligar pra mim / eu não resisto / eu queria dizer não, mas não resisto”), com qua se 400 milhões de visualizações no YouTube. E, tal como tem acontecido há décadas com o sertanejo, o piseiro vai conquistando o Brasil do interior para os litorais e grandes centros. n

PESSOALINSTAGRAMREPRODUÇÃODIVULGAÇÃO;IMAGES;GETTYFOTOS

FernandesPaula Adalberto de Carvalho Vale Dayse Alves Igor Alves Thammy Miranda e Andressa Ferreira Carol Marra Nicole Louise Jéssica Mueller Cindy e Ritchie Alves Oscar Magrini, Kadu Moliterno e Cristianne Menezes

NO ALTO A inauguração da unidade pau lista da clínica Transformando Faces agitou o mercado de beleza. O espaço, referência em tratamentos estéticos para ros to e corpo, fica na cobertura de 320 m2 do Edifício Park Tower, no Shopping Cidade Jardim. Confira quem passou por lá. Ronald Nazário Zé Roberto e Cesar Filho Flávia Pavanelli Gui Araújo Lucas Viana Lethicia Bronstein Joana Haddad Simone SampaioAdalberto de Carvalho Vale, Dayse, Igor, Ritchie e Cindy Alves J.P INDICA Gretchen e Esdras de Souza

Cenas

70 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022

J.P VIAJA

AZULZINHO ta via Dubai), e o segundo até Malé, capital maldivana. De lá, a viagem segue de hidroavião, que faz para das em cada ilha para desembarcar turistas. O modelo predominante de turismo é esse: cada resort é um destino, já que ocupa toda área de cada pequena ilha. A nossa primeira parada é no Joali Maldives, o mais antigo e tradicional da rede. Desde a re cepção, com música local, a presença do simpático staff e car rinhos de golfe para transportar os hóspe des para seus quartos, é impossível não se imaginar em The Whi te Lotus, a série que se passa em um resort de luxo no Havaí. São dois modelos de hospedagem, chamadas de villas: as water villas –famosas acomodações sobre palafi tas, cercadas pelo mar transparente – e as beach villas, em terra firme, com direito a uma pequena praia privativa. As diárias começam em US$ 2.035. No alto, vista aérea do Joali Maldives; aqui, a Manta Tree House, uma das obras de arte do resort

daquele mar com 50 tons de azul e areia branquíssima, marca registrada das Maldivas, certamen te já passaram pelo seu feed. Nos últimos anos, o país formado por 1.196 ilhas, das quais pouco mais de 200 são habitadas, se tornou bem popular por aqui, apesar da dis tância. Tema de música e nome de série da Netflix, e destino de nove em cada dez famosos, fez com que o arquipélago se tornasse objeto de desejo dos brasileiros. A J.P atravessou o globo para conhecer dois resorts da rede tur ca Joali que ficam no arquipélago asiático. Partindo de São Paulo, são cerca de 22 horas de voo. O primei ro e mais longo vai até Doha, no Ca tar (a viagem também pode ser fei Destino do momento de brasileiros apaixonados, as Maldivas vão além, e proporcionam detox físico e mental por amauri arrais

O hotel abriga cinco restaurantes de alta gastronomia, como o italia no Bellinis, com cardápio elaborado pelo estrelado chef Theodor Falser, e o japonês Saoke, que tem proje to arquitetônico do premiado No riyoshi Muramatsu e é uma atração à parte, com seu interior de madeira e pedras, além de pratos tão saboro sos quanto instagramáveis.

Concebido den tro da filosofia de “joy of living”, como o nome su gere, o resort se gue o conceito de luxo não conven cional. Isso se tra duz nos detalhes, como as bicicletas com os nomes de cada visitante gra vados numa pla quinha. Com elas, é possível percor rer toda a ilha em 15 minutos.

A apenas 15 minutos de distância de barco do irmão mais velho está o Joali Being, inaugurado em novem bro de 2021. Definido como um re tiro de bem-estar, o foco aqui é des conectar. Logo de cara, o visitante é avisado de que não há wi-fi fora das acomodações. Mas como pedir ajuda caso o cartão de acesso ao quarto pare de funcionar ou se quiser fazer uma reserva no spa? À moda antiga: cada hóspede recebe um celular anos 1990, avô dos smartpho nes. É só apertar um botão e um dos atenciosos mordo mos (ou “jadugar”, pala vra que significa “mági co” no idioma local) se materializa em minutos. Toda a experiência no Joali Being é baseada em quatro pilares: men te, microbioma, pele e energia, que estão tanto no menu, elaborado por nutricionistas e chefs, como nas terapias, reco mendadas após uma ava liação com especialistas. Que tal uma medita ção al mare? Ou quem sabe relaxar numa sala com paredes de sal rosa do Himalaia? O cardápio é extenso e inclui até aulas de culi nária e sessões de crio terapia, em uma cabine com temperaturas a 87 graus negativos que vi rou mania entre os atle tas por queimar até 320 calorias em 3 minutos. Seja qual for seu pro pósito, é quase impossí

DESCONEXÃO

paredes de sal rosa no Joali Being, onde se faz sessões de massagem, ioga e meditação. Abaixo, a piscina sobre o mar vel não relaxar e se reconectar nes sas ilhas, onde os tons parecem mais vivos e o tempo mais manso. Para quem quer apenas aproveitar praias de água morna ou se aventurar em esportes aquáticos, melhor evitar a estação de chuvas, entre maio e ou tubro. Independentemente da época, a temperatura é sempre agradável nas Maldivas, entre 25 e 30 graus. n

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* O jornalista viajou a convite do grupo Joali. Interior de uma das beach villas do Joali Maldives, que abriga parteumajaponêsrestauranteoSaoke,atraçãoànoresortÀesq.,salacom

DIVULGAÇÃOFOTOS

POR ADRIANA NAZARIAN

@QUINTACAMARENA

72 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022 DIVULGAÇÃOFOTOS J.P VIAJA De slow travel no Alentejo e bons drinques e tapas em Madri, a oásis urbano em Manhattan e pôr do sol em Mykonos. Só vem!

SEM PRESSA

Fica no Alentejo, mais precisamente no pequenino vilarejo de Cercal, um dos segredos mais bem guardados de Portugal, a Quinta da Camarena. Deliciosamente despretensiosa, a hospedagem é comandada por Vera e Cam Ca marena – ela, portuguesa com passagem por multinacionais de São Paulo, Florença e Manhattan; ele, fotógrafo ca liforniano que fez carreira em Nova York. O casal oferece hospedagem em ritmo de slow travel como só Portugal sabe fazer: pense em um pequeno sítio com pomar, galinheiro, piscina, redes por todos os cantos e um estúdio de ioga cercado de pinheiros. Os dias começam sem pressa, com um “pequeno almoço” que é uma perdição: cozi nheiros de mão cheia, Vera e Cam preparam uma nova surpresa a cada dia, sempre à base de produtos artesanais da vizinhança – torça pela manteiga de cabra, os queijos fresquíssimos e os brioches. A Camarena é o lugar perfeito para descansar e, vez ou outra, embarcar em passeios que re velam os encantos dessa parte menos turística do Alentejo. Tem falésias a perder de vista, praias de natureza selvagem, cidadezi nhas que parecem esquecidas no tempo – não perca Porto Covo –, vinícolas orgânicas e uma fazen da produtora de gim que é um superprograma, inclusive para crianças: aliás, a dica é seguir as indicações de Vera e Cam, que sabem tudo das desafiodeixarparapreferidosincluindoredondezas,ossurfspotsdoslocais.Equemachardifícilorefúgio–eisumdiário–,épossí vel alugar bicicletas ou agendar experiências como um workshop de geleias feitas com frutas e ro sas colhidas no próprio jardim. Em tempo: fique de olho na agenda dos retreats da Camare na, batizados de Not So Serious, uma vez que podem misturar vinho, ioga e boas ondas. Porque desacelerar é preciso e Portugal faz isso deliciosamente.

SESSÃO DA TARDE Notícias culturais de Madri: antigo cinema da cidade, o Sala Equis foi convertido em um centro cultural + bar de cocktails dos mais descolados. O projetor segue por lá, uma vez que o local ainda realiza ciclos de filmes de tempos em tempos, mas há também um terraço, bons drinques e comidinhas com tempero espanhol. Nas noites de verão, é parada obrigatória! +SALAEQUIS.ES

VEM AÍ… Mais uma boa iniciativa nova-iorquina. A região de Midtown vai ganhar, em breve, um PARQUE/JARDIM URBANO cuja proposta é fazer as vezes de oásis no meio do frenesi da cidade. Assinado pelo escritório de arquite tura Snøhetta, o espaço de 21.300 m 2 em plena MADISON AVENUE terá stands gastronômicos, uma pequena cachoeira e muito verde para dei xar os dias na Big Apple ainda mais especiais. SEM FRONTEIRAS

Novidades em solo brasileiro estão sempre no nosso radar e a boa da vez é o BA’RA, hotel que promete ser inaugurado em breve em João Pessoa. O spot ocupa um terreno de frente para o mar no Cabo Branco e será um ótimo ponto de partida para quem deseja conhecer os encantos da Paraíba. @BARAHOTEL

Qualquer motivo é motivo para uma temporada na ITÁLIA, certo? Então vale agendar uma visita para conhecer o novo Adler da Sicília, que fica em um cenário com vista para o mar na região de Agri gento. Tem spa dos sonhos para relaxar, restaurante farm to table para nutrir e praia paradisíaca para mergulhar de cabe ça na dolce vita.

+KALESMAMYKONOS.COM

DIVULGAÇÃOFOTOS

BRISA Aos eternos fãs de MYKONOS, vale ficar de olho no KALESMA, hotel-butique que tem chamado a atenção dos viajantes. Com clima de casa, a propriedade ocu pa um terreno especial na encosta da Baía de Ornos, com vista para o mar e o pôr do sol. Premiado, o projeto contempla 14 villas e 13 suítes, todas com sua própria piscina aquecida e chuveiros ao ar livre. Aulas de ioga e pilates, assim como um restaurante de comi da grega feita no forno a lenha estão entre os atrativos.

FAVORITOETERNO

74 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022

+ADLER-RESORTS.COM

ÃILUSTRAÇOISABELLETUCHBAND;FOTOFERNANDOTORRES

Melodramas coreanos água com açúcar focam em relações fofas e sedução transformada em aconchego

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 75

ENTRE LENÇÓIS POR

Hometown Cha-Cha-Cha não fala de coisas reais, dos problemas da vida enferrujada de todos, e sim do namorico “nheco nheco” da dupla. Há o exage ro de fofura: as casas dos dois personagens são bem equipadas, como as de gente rica. A de Hong tem até uma biblioteca pequena: ele leu O Erotismo, de Georges Bataille. Os personagens são assim inteli gentíssimos e entendem de tudo, matemática, física, literatura, comida, bebida e tudo o mais. A gente fi ca torcendo pelo beijo e pela transa... mas no fim da série, a transa aparece associada ao sonho de terem filhos. Perfeito. A linguagem do amor fala diversas línguas, não é preciso ter olhinhos puxados para saborear as delícias de um mar coreano. n EM SLOW MOTION ROBERTA SENDACZ

As cenas de sedução de Ho metown Cha-Cha-Cha são pon tuadas pelo recurso slow mo tion. Quando rola um clima na tela, congelam a imagem. É bem bonito e funciona em favor da ingenuidade da série, como o teste no banho no jardim, na bebida numa noite de clima, no passeio na chuva. A sedução é, porém, transformada em acon chego e não sexo, nas cenas lin das slow. Pouquíssimos beijos na boca, não há a tara natural da sedução e ficam mesmo na fofura. Isso mexe com as pes soas que querem também rela ções assim fofas, de aconche go. É gostoso demais. Podem contar uns minutinhos de tela congelada, para o efeito da se dução. Nada é muito real de fato na série.

SEXO

ROBERTA SENDACZ É FORMADA EM JORNALISMO E FILOSOFIA, ESPECIALIZADA EM FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA E EROTISMO Já começo dizendo que a série de TV coreana, Hometown Cha -Cha-Cha é um programa fofo de assistir, onde as coisas acon tecem com facilidade. A pai xão, o amor e a aventura trans formam a vida em brincadeira nesta história. Tudo fica mui to bom. A vida ser algo assim: cheia de coisas ótimas, sempre. Problemas mínimos, que bom. A série faz parte do estilo “dora ma”. Escolho um para escrever sobre. O mais melado possível. Dorama vem de “drama”, com sotaque oriental. São pro gramas com mais ou menos 16 episódios de uma hora cada. Melodrama e é agua com açú car mesmo. Pode ou não falar de temas sociais fortes (como o aborto, em Amor e Outros Dramas), ou a medicina oriental versus a ocidental (em Honra Teu Nome). Po rém, Hometown Cha-Cha-Cha é mais puro e é dessa ingenuidade que falo. A personagem principal é uma dentista jovem de Seul. Há, porém, um mal-entendido e ela pede demis são. Vai então para uma cidade do litoral sul-coreano e resolve montar um consultório lá, de uma hora para a outra, sem muito dinheiro (apesar de gastar a maior grana com roupas de marca e joias). Nessa atmosfera, conhece Hong (um faz tudo), meni no lindo e de bom coração. Gastam horas de namorico até o beijo e a transa. Só que o fofo demais mata o ero tismo. Amor cerebral? Pode ser. Ela possui uma lista de coisas a serem feitas com o parceiro, entre elas, escovar os dentes um com o outro, fazer ioga de dupla, comprar roupas para ele, dentre outras atividades amorosas.

Um homem sonhou com um tesouro enterrado perto de um palácio em Viena. O sonho era muito nítido e ele resolveu viajar até lá. Chegando ao local, tinha sempre gente ao redor e ele não podia cavar. Até que um guarda desconfiou de seu compor tamento e veio perguntar o que estava fazendo ali. O homem resolveu contar toda a verdade, na esperança de que o guarda dividisse com ele o tesouro.

Gosto de pensar nessa história toda vez que caio numa consciência de falta, de carência e de que tem alguma coisa “lá fora” que vai me preencher e satisfazer. Não está lá fora. O tesouro está sempre perto de nós, na nossa casa, trabalho, família, casamento... na nossa vida.

76 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022

ÁGUA visualizar da direita para a esquerda BetMem

TESOURO EM CASA Vav

CABALA POR SHMUEL LEMLE shmuel@casadakabbalah.com.br

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O guarda contou que também tinha tido um sonho em que viu um tesouro no porão de uma casa, e descreveu exatamente a cidade e a casa do homem. Ele voltou correndo para casa, cavou no porão e encontrou uma fortuna. No fim disse: “Agora sei que o tesouro estava perto de mim o tempo todo, mas para encontrá-lo eu pre cisava ir a Viena”.

Estar vivo é o maior tesouro, maior desafio, oportunidade e prazer. É importante ir até Viena, mas, no fim das contas, temos que saber que o tesouro é aqui, agora, cada momento. O tesouro é você.

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 77

VIAJANTE INSACIÁVEL, KIKI GARAVAGLIA JÁ CORREU O MUNDO, MAS AINDA TEM MUITO LUGAR PARA CONHECER. SÓ TEM MEDO DE MORRER SEM ANTES IR AO SRI LANKA

POR AÍ

Um mergulho na história ao visitar a cidade que foi símbolo de poder e prosperidade na Antiguidade

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ALEXANDRIA, ALEXANDRE “O GRANDE”, EGITO! POR KIKI GARAVAGLIA

Um texto diferente, uma lembrança do passado so bre a segunda maior cidade do Egito, Alexandria. Por quê? Sou fascinada pelo personagem histórico Alexan dre, o Grande. Acabei de ler mais um livro sobre ele e, num antigo filme, o “gataço” Colin Farrell faz o perso nagem dele e é assim que o visualizo. Estava meio sem inspiração sobre o que escrever. Vi o livro e resolvi falar dessa cidade que, quando fui com meus pais, não achei a menor graça. Tudo velho e sujo, restos de construções antigas. Não associei a cidade à pessoa que a criou, e que, naquela época, foi a mais im portante do mundo depois de Atenas e Roma. Alexandre era um rapaz da Macedônia que, aos 25 anos, já havia conquistado seu país e todo o Egito, e resolveu “fundar” a cidade dele. Chegou ao Egito no ano de 332 a.C, aos 21 anos, e foi conquistando todas as terras que via pela frente. Um dia, ao sair do norte pelo rio Nilo, chegou a um pequeno vilarejo de pesca num ótimo porto, com clima agradável, muita água fresca e jazidas de pedras para construções. Percebeu que ali seria a “sua” cidade e, antes de sair para no vas conquistas, deu ordem para que fosse construída uma enorme metrópole. Ele nunca conheceu sua cidade. Morreu sete anos depois e, como era costume, ao morrer um dirigente, seus impérios eram dados a quem os conquistasse e foi o que aconteceu com Alexandria. Conquistada pe lo general Ptolomeu, foi cenário de uma dinastia que se encerrou com a morte da famosa rainha Cleópatra, que lá viveu até se matar por amor ao general italiano Marco Antônio... Mas essa é outra história interessan te que rende um texto no futuro.

Atualmente, Alexandria, que fica às margens do Mediterrâneo, se tornou uma cidade de veraneio on de grande parte dos moradores do Cairo se refugia de junho até setembro, período em que fervilha de animação.Essanova Alexandria começou a se formar no sé culo 18 no reinado de Muhammad Ali, que introdu ziu a indústria do algodão e construiu um canal para o centro do Egito atraindo europeus que lá se es tabeleceram e fizeram fortuna exibindo indústrias, palácios, templos, teatros, escolas... Tudo ia bem até a revolução de 1925, quando o novo governo ex pulsou a maioria dos estrangeiros confiscando suas fortunas e propriedades, e nacionalizou todas as in dústrias e comércio, além de vender monumentos, como dois enormes obeliscos que estão em Londres e Nova York. Mas vale a pena ir a Alexandria hoje em dia. A ci dade manteve vestígios majestosos da era de Ale xandre, como as milenares catacumbas, a citadela de Qaitbay, o farol, que é considerado uma das sete maravilhas do mundo, além de ser um destino ale gre e agitado, no verão. Ah... O túmulo de Alexan dre, o Grande, nunca foi encontrado. n

78 J.P AGOSTO | SETEMBRO 2022 CAMPOS/DIVULGAÇÃOSANTANATALITAFOTOSITE;AGÊNCIACHRISTOFOLETTI;RENAMFOTOSfacebook.com/revistajp @revistajp@revistajp CARTAS@GLAMURAMA.COM J.P NAS REDES Obtenha os endereços e telefones das marcas aqui listadas através do aplicativo gratuito Siter. No aplicativo, basta escanear este código de barras: MARCAS DO MÊS Amoreira +AMOREIRA.COM Antonio Bernardo +ANTONIOBERNARDO.COM.BR Breton +BRETON.COM.BR ByKamy +BYKAMY.COM.BR Calzedonia +CALZEDONIA.COM Cartier +CARTIER.COM.BR Christian Louboutin +CHRISTIANLOUBOUTIN. COM.BR CJ Fashion +CJFASHION.COM.BR Codex Home +CODEXHOME.COM.BR Cremme +CREMME.COM.BR Cris Bertolucci +CRISTIANABERTOLUCCI.COM.BR Das Haus +@DASHAUSLOJA Dior +DIOR.COM Dolce&Gabbana +DOLCEGABBANA.COM Dpot +DPOT.COM.BR Etel +ETEL.DESIGN Farfetch +FARFETCH.COM Go Eyewear +GOEYEWEAR.COM.BR Iguatemi 365 +IGUATEMI365.COM Jaeger-LeCoultre +JAEGER-LECOULTRE.COM Le Creuset +LECREUSET.COM.BR Louis Vuitton +LOUISVUITTON.COM Lumini +LUMINI.COM.BR Marcolin +MARCOLIN.COM Nikon +NIKON.COM.BR Ovni +@OVNI_SAOPAULO Pandora +PANDORAJOIAS.COM.BR Saint Laurent +YSL.COM Salvatore Ferragamo +FERRAGAMO.COM SouQ +SOUQSTORE.COM.BR St. James +SAINTJAMES.COM.BR Tiffany&Co. +TIFFANY.COM.BR Trousseau +TROUSSEAU.COM.BR View01 +@VIEW01OFICIAL A DONA DA HISTÓRIA @grandevinny Claudia tem uma luz que preenche todo ambiente que habita. Se existe alguém que não gosta dela, o mundo desconhece @jotsantos.t Ela arrasa em tudo que faz @nathcamargo4 Que capa linda! Arrasou! @priscila2up Poderosa ALMA POP @weena_tikuna Viva os povos indígenas ISSN 1980-3206 9 771980 320006 00177

AGOSTO | SETEMBRO 2022 J.P 79 JULIANO PESSOA E ZUEL FERREIRA Stylists escolheram os looks reveladores de Vitória Strada para ensaio de capa EVERSON ROCHA Autor da make natural que ressaltou a beleza de Vitória Strada DENISE MEIRAAMARALDO A jornalista conversou com Fabrício Carpinejar e revelou o borogodó do poeta gaúcho PEDRO ALEXANDRESANCHES O repórter foi a fundo no piseiro, fenômeno do momento BRUNO ALBERTIM Entrevistou a dupla Kelly Kim e Adrien Gingold para “Modo de Vida” LUÍS COSTA Garantiu as melhores fotos de Gisela Pecego para o “Raio X” AGRADECIMENTOS MAURICIO NAHAS Fotógrafo que já assinou várias capas de J.P, soma mais esta com Vitória Strada a seu portfólioPESSOALINSTAGRAMREPRODUÇÃOPESSOAL;ARQUIVOFOTOS ISABELLE TUCHBAND Artista plástica que ama cores e é responsável pelas ilustrações da coluna “Entre Lençóis”

GRACE GIANOUKAS

J.P: QUAL COMIDA TE FAZ SAIR DA DIETA? GG: Açaí. J.P: ONDE E QUANDO É MAIS FELIZ? GG: No meio da natureza em silên cio com minha família. J.P: MAIOR MICO QUE JÁ PASSOU. GG: Fui na inauguração do aparta mento de um amigo, um lugar in crível. Entrei no banheiro e, no que encostei na pia pra lavar a mão, ela desgrudou da parede e caiu. O banheiro virou um rio e eu, por ser baixinha, não alcançava o registro. Tive que chamar o dono da casa... minha vontade era me afogar na pia de vergonha.

POR CARLA JULIEN STAGNI

PRADE/DIVULGAÇÃOPRISCILAGRANATO;CRISTINATOZETTO;ANNELIZEFOTOS

ÚLTIMA PÁGINA

J.P: 40 ANOS DE CARREIRA É... GG: Teimosia. J.P: O QUE É INSANO PARA VC? GG: Um mundo totalmente digital para cérebros analógicos.

Quem já não morreu de rir com o humor implacável da Terça Insana? Os espetáculos semanais que revolucionaram a comédia contemporânea brasileira apresentaram 700 personagens e cenas originais criadas por mais de 400 atores e autores. Dentre os inúmeros talentos que se destacaram no projeto está Grace Gianoukas, uma das divas da comédia desde os anos 1980. E lá se vão 40 anos de carreira. Para comemorar, ela encarou temporada paulistana superbem-sucedida do monólogo Grace em Revista, em que conta histórias vividas nesse tempo e revela como foi criar seus personagens mais icônicos. Com vocês, Grace Gianoukas!

J.P: NO PALCO EU... GG: Me expando. UMA INSPIRAÇÃO... DO QUE SE ARREPENDE? GG: Da minha ilusão de mudar o mundo. J.P: O QUE MUDARIA EM VOCÊ? GG: Trocaria as minhas cartilagens pra me livrar da artrose galopante. J.P: VIAGEM INESQUECÍVEL. GG: Reino Unido J.P: DOU RISADA DE... GG: Mim mesma. J.P: MOMENTO DE MAU-HUMOR. GG: A destruição da natureza, crimes contra povos originários, seus territórios e cultura, e estar submetida aos desígnios políticos de saqueadores. J.P: UMA FRASE. GG: Ver é irreversível. J.P: MEU MAIOR TESÃO É... GG: Novos conhecimentos. J.P: UM DISCO, UM LIVRO, UM FILME: GG: Fruto Proibido, da Rita Lee & Tutti Frutti; Os Dragões Não Co nhecem o Paraíso, de Caio Fernando Abreu; e A Vida dos Outros, de Florian Henckel von Donnersmarck. J.P: O QUE NÃO PODE FALTAR NA SUA CASA? GG: Água e abajur. J.P: UMA MANIA. GG: Ter fé. J.P: NO FUTURO EU QUERO... GG: Teatros lotados para as apre sentações de Grace em Revista , com o público gargalhando e comemorando comigo os meus 40 anos de carreira. n

J.P: RECEITA PARA FAZER RIR NOS DIAS DE HOJE? GRACE GIANOUKAS: Não se levar tão a sério e ter consciência de que tudo é impermanente.

J.P: O QUE AS PESSOAS NÃO SABEM SOBRE VOCÊ? GG: Que sou uma pessoa séria e CDF. Não vivo às gargalhadas. J.P: OBJETO DE DESEJO. GG: Férias remuneradas. J.P: VÍCIO. GG: Açúcar.

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