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Entre os escritores latinos mais conhecidos estão Cícero (106-43 a.C.), advogado, político e filósofo, Tito Lívio (59 a.C.-17), historiador romano, e o poeta Virgílio (70-19 a.C.).

Capítulo 7

A literatura latina é o conjunto de textos literários produzidos em latim na Roma antiga. Estudos de linguagem indicam que muito do que foi produzido pelos romanos derivou da literatura grega, como poemas, peças de teatro e textos filosóficos.

Museu Nacional do Bardo, Túnis, Tunísia/WorldHistoryArchive/Alamy/Fotoarena

A literatura latina

Mosaico romano do século III que representa o poeta Virgílio e as musas da história Clio e da tragédia Melpômene.

Musas: na mitologia greco-romana, eram entidades divinas capazes de inspirar os seres humanos nas ciências e nas artes. Sítio Arqueológico de Pompeia, Itália/SAPhotog/Shutterstock.com

A escrita do povo Durante muito tempo, os estudiosos acreditaram que, para conhecer os diferentes aspectos da história de Roma, bastava consultar os registros escritos deixados pela elite romana. Seguindo esse princípio, consideravam fontes de informação somente as obras de escritores como Cícero e Virgílio. Porém, escavações feitas na cidade de Pompeia, na Itália, no século XVIII, revelaram uma enorme quantidade de inscrições nas paredes da cidade, feitas por padeiros, agricultores, artesãos, comerciantes e escravizados. Essas inscrições tratavam dos mais diferentes temas, como política, trabalho, amor e lutas de gladiadores. Leia a tradução do diálogo abaixo. Ele foi escrito por dois homens de Pompeia, um tecelão chamado Sucesso e seu rival Severo, que disputavam o amor de uma mesma mulher.

Inscrição do século I feita em parede da cidade de Pompeia, Itália.

[...] Severo: O tecelão Sucesso ama a escrava taberneira chamada Híris, a qual não quer saber dele, mas ele pede que ela tenha dó dele. Responda, rival! Saudações. Sucesso: Intervéns porque és um invejoso. Não queiras bancar o engraçadinho, seu mau-caráter galanteador! Severo: Disse e escrevi a verdade: tu amas Híris, que não quer saber de ti. [...] O que escrevi, é exatamente o que se passa. [...]

Orientações gerais

• Se julgar conveniente,

comente sobre a arte do grafite com os alunos, uma rica forma de manifestação artística da contemporaneidade. Antes de iniciar os comentários, no entanto, é importante que se apontem as diferenças entre o grafite e a pichação. Enquanto os adeptos do primeiro normalmente solicitam a autorização dos agentes do poder público ou dos proprietários dos imóveis onde será produzida a sua arte, a pichação é considerada um ato de vandalismo, um crime contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural. Assim como os grafites pompeianos, o contexto dos grafites atuais está relacionado ao universo da cultura popular. Introduzido no Brasil no final da década de 1970, o grafite está fundamentado em movimentos culturais como o hip-hop, o rap e o break dance e aborda temáticas relacionadas a questões sociais, políticas, econômicas, éticas e ambientais. Os grafiteiros – aqueles que praticam a arte do grafite – utilizam spray de tinta e suas “telas” são os muros, as paredes e as ruas das cidades. Atualmente, muitos jovens e adolescentes encontram no grafite uma maneira de manifestar suas opiniões, conquistando inclusão social e exercendo efetivamente sua cidadania.

In: FUNARI, Pedro Paulo. A vida quotidiana na Roma antiga. São Paulo: Annablume, 2003. p. 28.

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possível escrever nas paredes. As paredes preservadas de Pompeia, cidade destruída pela erupção do Vesúvio em 79 d.C., trazem milhares de grafites populares, inscrições que tratam dos mais variados temas. Há poesias, desenhos, recados, trocas de impressões, até exercícios escolares podem ser lidos [...]. A língua usada nas paredes não era a

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mesma que se usava na literatura ou na oratória, era7:17 mais 10/9/18 PM simples e direta, cheia de “erros”. Foi desse latim vulgar que veio o português que falamos, tanto em termos de vocabulário como na estrutura das frases. [...] FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2007. p. 121.

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