PNLD 2026 EM - CAT 1 - COLEÇÃO POR TODA PARTE- EDUCAÇÃO FÍSICA

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MANUAL DO PROFESSOR

CLAUDIA MENDONÇA DE BARROS

ELISABETH FERREIRA RENZO

EDUCAÇÃO

POR

TODA

PARTE

EDUCAÇÃO

CLAUDIA MENDONÇA DE BARROS BRAGHETTE

Pós-graduada em Neurociência Aplicada à Educação pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Pós-graduada em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Pós-graduada em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Licenciada em Educação Física pela Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP). Formadora de professores, elaboradora de metodologia de ensino de Educação Física e autora de materiais didáticos.

ELISABETH FERREIRA RENZO

Licenciada em Educação Física pela Universidade de Santo Amaro (Unisa). Professora master de escola de esportes e autora de materiais didáticos para Educação Física.

VOLUME ÚNICO

ÁREA DO CONHECIMENTO: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 3

ENSINO MÉDIO
1a edição São Paulo – 2024

Copyright © Claudia Mendonça de Barros Braghette, Elisabeth Ferreira Renzo, 2024

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira

Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas

Direção editorial adjunta Luiz Tonolli

Gerência editorial Nubia Andrade e Silva, Roberto Henrique Lopes da Silva

Edição Paulo Roberto Ribeiro (coord.)

Caroline Zanelli Martins, Marilda Lima, Pedro Baraldi, Sarita Borelli

Preparação e revisão Maria Clara Paes (coord.)

Ana Carolina Rollemberg, Cintia R. M. Salles, Denise Morgado, Desirée Araújo, Eloise Melero, Kátia Cardoso, Márcia Pessoa, Maura Loria, Veridiana Maenaka, Yara Affonso

Produção de conteúdo digital João Paulo Bortoluci

Gerência de produção e arte Ricardo Borges

Design Andréa Dellamagna (coord.)

Sergio Cândido (criação), Ana Carolina Orsolin, Andréa Lasserre

Projeto de capa Sergio Cândido

Imagem de capa Yuganov Konstantin/Shutterstock.com

Arte e produção Rodrigo Carraro (coord.)

Caio Cardoso

Diagramação Ponto Design

Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga

Licenciamento de textos Erica Brambilla

Iconografia Bruna Lambardi Parronchi, Leticia dos Santos Domingos (trat. imagens)

Ilustrações Alex Argozino, Alex Rodrigues, Hector Gomez, Leonardo Conceição, Marcelo Kina

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Braghette, Claudia Mendonça de Barros Educação Física Por Toda Parte : ensino médio : volume único / Claudia Mendonça de Barros Braghette, Elisabeth Ferreira Renzo. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2024.

Componente curricular: Educação física Área do conhecimento: Linguagens e suas tecnologias.

ISBN 978-85-96-04618-3 (livro do estudante)

ISBN 978-85-96-04619-0 (manual do professor)

ISBN 978-85-96-04620-6 (livro do estudante HTML5)

ISBN 978-85-96-04621-3 (manual do professor HTML5)

1. Educação física (Ensino médio) I. Renzo, Elisabeth Ferreira. II. Título.

24-227615

CDD-796.07

Índices para catálogo sistemático:

1. Educação física : Ensino médio 796.07

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

EDITORA FTD

Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300

Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

APRESENTAÇÃO

Caro estudante, cara estudante

É uma grande alegria poder compartilhar as páginas desta coleção com você! Ao longo deste livro, você encontrará leituras, reflexões, pesquisas, atividades e propostas de práticas corporais que têm o propósito de expandir o seu repertório de conhecimentos sobre a cultura corporal de movimento e de aproximar você da sua própria corporeidade.

Viver em uma era tecnológica traz muitas facilidades, mas também muitos desafios, porque existe uma tendência de negligenciar os movimentos corporais, o que compromete a nossa saúde física e mental. Nesse sentido, a Educação Física ocupa um espaço fundamental na escola, por nos lembrar o tempo todo que o corpo é a nossa morada, oportunizando um encontro entre esse corpo, a cultura e o movimento.

Toda a história de aprendizagem que será construída ao longo desta coleção passa pela contextualização e pela experimentação de diferentes brincadeiras, jogos, esportes, lutas, ginásticas, danças e práticas corporais de aventura, que podem ser vivenciadas tanto na escola quanto fora do ambiente escolar.

A nossa expectativa é acompanhar você ao longo do Ensino Médio, para promover momentos significativos e reflexivos que fiquem registrados no seu corpo e na sua mente e que sirvam de alicerce para a construção de boas memórias, consolidando o seu conhecimento sobre a cultura corporal de movimento.

Vamos trilhar esse caminho juntos?

As autoras

CONHEÇA O VOLUME

Abertura de Capítulo

Composta de título, imagem e texto introdutório, inicia o conjunto dos três Tópicos que compõem o Capítulo. A observação da imagem e a leitura do texto introdutório possibilitam identificar o tema que norteará os conteúdos que serão abordados nos respectivos Tópicos.

Abertura de Tópico

Além do título, apresenta texto introdutório com informações sobre o assunto que será abordado no Tópico e atividades orais, presentes no boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Propõe atividades orais relacionadas à sondagem, ao diagnóstico e à sensibilização temática, com o objetivo de introduzir as discussões, as reflexões e as práticas que serão desenvolvidas no Tópico, incentivando o compartilhamento de experiências e o levantamento de hipóteses e de repertório sobre os conteúdos do respectivo Tópico.

Ler e compartilhar

Apresenta proposta de leitura de textos, de diferentes gêneros, que dialogam com o tema do respectivo Tópico, seguida de sequência de atividades, em Atividades, que possibilita uma reflexão sobre as diversas práticas corporais ou questões associadas a elas. A seleção desses textos procura atender às diversas demandas da vida escolar, pessoal, profissional e social, proporcionando protagonismo na reflexão e no debate dos temas propostos.

Refletir e argumentar

Apresenta nova proposta de leitura de textos, de diferentes gêneros, com reflexões sobre um novo assunto, estabelecendo comparações com o que foi abordado em Ler e compartilhar e, assim, incentivando o pensamento crítico, a inferência e a argumentação.

CAPÍTULO

Buscar mais conhecimento

Apresenta propostas de práticas de pesquisa, com o objetivo de ampliar o tema apresentado no Tópico, relacionado a algum aspecto da cultura corporal de movimento, e de reforçar o protagonismo em seu processo de aprendizagem.

Boxes

Os boxes da coleção têm a função de apoiar os estudos.

Conexões com…

Por meio da leitura de textos ou de imagens, apresenta proposta de integração do tema do Tópico com outros componentes curriculares, contribuindo para o aprofundamento da aprendizagem em diferentes linguagens.

Oficina de práticas corporais

Proposta de práticas corporais, individuais ou coletivas, associadas ao tema do Tópico e orientadas por meio de etapas que conduzem o processo.

2.

3. Antes de iniciar o jogo, é preciso definir as duplas que se enfrentarão.

4. Durante a prática, desenvolva as técnicas básicas de equilíbrio e os princípios de segurança descritas a seguir. Técnicas de equilíbrio Base estável: manter os pés afastados na largura dos ombros, joelhos levemente flexionados e o peso distribuído

Apresenta dados biográficos resumidos a respeito de autores.

INDICAÇÃO SOBRE...

Traz indicações de sites, vídeos e outros materiais para consulta.

AMPLIAR

Apresenta informações complementares que ampliam a compreensão de algum tema ou conteúdo abordado no Tópico.

Além disso, também há os boxes conceito, destaque e glossário

ÍCONES

As faixas de áudio e os Objetos Educacionais Digitais presentes na coleção, identificados por meio de ícones, indicam materiais complementares ao conteúdo do livro impresso, facilitando a associação entre o livro e os recursos digitais, com o objetivo de acrescentar, de ampliar e de dinamizar os temas e os conteúdos tratados.

SUMÁRIO

Brincadeiras e jogos 10

TÓPICO 1 – Brincadeiras e jogos populares 11

Ler e compartilhar – Ruas de brincar resgatam o espaço público para as crianças, Ana Cândida Pena e Carolina La Terza 12

12

e argumentar 13

Conexões com… Arte – Representação artística das brincadeiras e dos jogos populares 14

Oficina de práticas corporais – Pique-bandeira .......... 16

TÓPICO 2 – Peteca: herança brincante dos povos indígenas 18

Ler e compartilhar – Peteca, Renata Meirelles 19

e argumentar 21

Buscar mais conhecimento – Brincadeiras e jogos dos povos indígenas 22

Oficina de práticas corporais – Adaptação do jogo xavante tobda’é 23

TÓPICO 3 – Jogos de tabuleiro do continente africano 25

Ler e compartilhar – Jogos Africanos de tabuleiro –A Matemática na Cultura Africana, Elegbaraguine

TÓPICO 1 – O handebol e a dimensão social dos esportes coletivos

Ler e compartilhar – A relação entre prática esportiva, desenvolvimento social e o desafio dos governos, O Povo

Conexões com… Matemática – Legislação e incentivo ao esporte

Oficina de práticas corporais – Handebol progressivo 39 TÓPICO 2 – Memórias do basquete 41

Ler e compartilhar – Há 30 anos, Brasil era campeão mundial de basquete feminino e encontrava virada que precisa agora, Gustavo Longo 43

mais conhecimento – A presença da música nos esportes

Oficina de práticas corporais – Basquete ludo 47

TÓPICO 3 – Quando o rúgbi subverteu uma sociedade excludente

Ler e compartilhar – 25 anos de um título mundial que uniu um país dividido e salvou vidas, Andrei Kampff

49

51

TÓPICO 1 – A luta que nasceu no Arquipélago do Marajó 57

Ler e compartilhar – Luta marajoara: uma luta genuinamente brasileira, Marcelo Moreira Antunes, Claudio Joaquim Borba-Pinheiro e Ítalo Lopes Campos .....

58

59

59

com… Geografia – Os búfalos e a luta marajoara 60

Oficina de práticas corporais – Jogos de oposição que remetem à luta marajoara

TÓPICO 2 – Práticas corporais indígenas nos rituais de passagem para a vida adulta ..........

62

64

Ler e compartilhar – Kuarup – o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu, Ana Carolina Aleixo Vilela

65

66 Refletir e argumentar

67

Buscar mais conhecimento – Ritos de passagem indígenas para a fase adulta 68

Oficina de práticas corporais – Jogos de oposição que remetem à luta huka-huka 69

TÓPICO 3 – Capoeira: da marginalização ao reconhecimento 71

Ler e compartilhar – Capoeiristas da PB falam sobre a importância do legado ancestral da cultura afro-brasileira, Filipe Cabral

75

73 Atividades

Refletir e argumentar 76

Oficina de práticas corporais – Circuito de movimentos de capoeira 77 3

CAPÍTULO
CAPÍTULO

Esporte de parede, esporte de rede e futebol 80

TÓPICO 1 – Squash e o acesso das mulheres ao esporte.................................................. 81

Ler e compartilhar – Atleta que fingiu ser menino vira campeã no Paquistão, BBC News Brasil 82

Atividades 83

Refletir e argumentar 84

Conexões com… História – Participação feminina nos Jogos Olímpicos 85

Oficina de práticas corporais – Jogo de squash 86

TÓPICO 2 – Voleibol: uma paixão nacional ......... 88

Ler e compartilhar – Midiatização do voleibol: principais mudanças no esporte, Giovana Maldini....................... 89

Atividades 90

Refletir e argumentar 91

Buscar mais conhecimento – Linguagem gestual usada no voleibol 92

Oficina de práticas corporais – Torneio de voleibol 94

TÓPICO 3 – O futebol e a identidade nacional 96

Ler e compartilhar – Ser Brasil, Luis Fernando Veríssimo 98

Atividades 99

Refletir e argumentar 100

Oficina de práticas corporais – Futebol estratégico 101

Ginástica de condicionamento físico e de conscientização corporal 104

TÓPICO 1 – Mindfulness, respiração e saúde mental ..................................................... 105

Ler e compartilhar – Mindfulness: prática pode ser tão eficaz quanto remédio de ansiedade, Hospital Israelita Albert Einstein 106

Atividades 107

Refletir e argumentar 108

Conexões com… Filosofia – O mindfulness e a filosofia 109

Oficina de práticas corporais – Exercícios respiratórios 110

TÓPICO 2 – Distopia de corpos midiatizados 112

Ler e compartilhar – Pesquisa mostra que 84% das jovens editam foto antes de postar nas redes sociais, Evelin Azevedo 113

Atividades 114

Refletir e argumentar 115

Buscar mais conhecimento – Redes sociais e imagem corporal 116

Oficina de práticas corporais – Treino de condicionamento físico 117

TÓPICO 3 – Antiginástica: um encontro com o próprio corpo

120

Ler e compartilhar – O que é a antiginástica e o que ela pode fazer por você e seu corpo, Carolina Robino ....... 121

122

Refletir e argumentar 123

Oficina de práticas corporais – Antiginástica 124

Esportes

paralímpicos .........................

126

TÓPICO 1 – Golbol: esporte exclusivo para pessoas com deficiência visual ................... 127

Ler e compartilhar – Campeão rechaça pecha de “coitadinho” e manda mensagem inspiradora – entrevista com Romário Diego Marques, Douglas Santos 129

130

e argumentar 130

Conexões com… Biologia – A precisão auditiva em pessoas com deficiência visual 131

Oficina de práticas corporais – Golbol 133

TÓPICO 2 – Vôlei sentado: esporte paralímpico para pessoas com deficiência física 135

Ler e compartilhar – Atleta paralímpico de vôlei sentado celebra superação por meio do esporte, Eu, Rio!

Refletir e argumentar .......................................

136

138

138

Buscar mais conhecimento – Cobertura vacinal contra a meningite

Oficina de práticas corporais – Vôlei sentado ..........

139

140

TÓPICO 3 – Atletismo paralímpico: desafios e possibilidades 142

Ler e compartilhar – Desafios e incentivos de atletas paralímpicos para chegar a Paris, Maria Júlia Lledó 143

144

Refletir e argumentar ....................................... 145

Oficina de práticas corporais – Salto em distância cooperativo 146

7

Práticas corporais de aventura

148

TÓPICO 1 – Skate: o surfe do asfalto ............. 149

Ler e compartilhar – Skate e regenerar: skatistas fazendo a diferença para o meio ambiente, Julio Sagaz 150

Atividades

151

Refletir e argumentar 152

Conexões com… Física – Princípio da ação e reação aplicado às quedas do skate 153

Oficina de práticas corporais – Noções básicas de equilíbrio e deslocamento sobre o skate 154 6

CAPÍTULO
CAPÍTULO
CAPÍTULO
CAPÍTULO

TÓPICO 2 – Orientação, trilhas e natureza................................................ 157

Ler e compartilhar – Ecoturismo e natureza… um pouco de filosofia para começar, José Francisco Matulja 158

Atividades 160

Refletir e argumentar ....................................... 160

Buscar mais conhecimento – Mutirão de revitalização de espaço público 161

Oficina de práticas corporais – Corrida de orientação 162

TÓPICO 3 – Parkour: ressignificando o espaço urbano 164

Ler e compartilhar – O parkour não é um esporte competitivo, Vitor Garcia 165

Atividades 166

Refletir e argumentar 167

Oficina de práticas corporais – Parkour 168

Eventos esportivos e jogos eletrônicos 171

Refletir e argumentar

197

198

Conexões com… Sociologia – Ilê Aiyê e a valorização da cultura negra 199

Oficina de práticas corporais – Maracatu 200

TÓPICO 2 – A quadrilha e a pluralidade cultural nas danças regionais 202

Ler e compartilhar – Conheça a história da quadrilha junina, Polyanna Gomes 203 Atividades 204

Refletir e argumentar ....................................... 205

Buscar mais conhecimento – Danças regionais brasileiras 206

Oficina de práticas corporais – Festival de dança de quadrilha 207

TÓPICO 3 – O eu, o outro e o ritmo na dança de salão 209

TÓPICO 1 – Jogos dos Povos Indígenas 172

Ler e compartilhar – Arena dos jogos, Lucas Roque et al. ......................................................... 173

Atividades 174

Refletir e argumentar 175

Conexões com… Arte – Grafismos e pinturas corporais indígenas nos Jogos dos Povos Indígenas 176

Oficina de práticas corporais – Ki-o-rahi, jogo de tradição maori 177

TÓPICO 2 – Jogos Olímpicos: um megaevento esportivo 180

Ler e compartilhar – Olimpismo e Multiculturalismo, Katia Rubio 181

Atividades 182

Refletir e argumentar 183

Buscar mais conhecimento – Fatos marcantes nos Jogos Olímpicos 184

Oficina de práticas corporais – Olimpíada Escolar 185

TÓPICO 3 – Jogos eletrônicos: benefícios e riscos 187

Ler e compartilhar – O impacto dos video games na sociedade, Marina Anater 188

Atividades 189

Refletir e argumentar 190

Oficina de práticas corporais – Olimpíada digital ..... 191

Danças

194

TÓPICO 1 – Maracatu e ancestralidade africana 195

Ler e compartilhar – Maracatu, Marilza Oliveira da Silva 196 8

Ler e compartilhar – Prefácio do livro O poder da dança: a ciência e a arte de se tornar mais forte, mais esperto e mais feliz, Carlinhos de Jesus 210

....................................................... 211

e argumentar 212 Oficina de práticas corporais – Soltinho 213

1O

Esportes de marca, de precisão e de campo e taco ....................................... 216

TÓPICO 1 – Atletismo e motivação 217

Ler e compartilhar – Quem ousa rir de Mick Jagger?, Haruki Murakami .................................................. 219

220 Refletir e argumentar 221

Conexões com… Química – A dopagem no esporte 222

Oficina de práticas corporais – Corrida de revezamento 224

TÓPICO 2 – Bocha, um esporte democrático 226

Ler e compartilhar – O milagre de Dirceu, Joanna de Assis 227

228

e argumentar 229

Buscar mais conhecimento – Inclusão social no jogo de bocha 230

Oficina de práticas corporais – Jogo de bocha ......... 232

TÓPICO 3 – Beisebol, softbol e adequações esportivas 234

Ler e compartilhar – Pan: Pelé do beisebol quer se dedicar a erguer o esporte no Brasil, Demétrio Vecchioli 235

Refletir e argumentar

236

237

Oficina de práticas corporais – Jogo de beisebol 238

CAPÍTULO
CAPÍTULO
CAPÍTULO

Esporte técnico-combinatório, ginástica geral e danças

urbanas ................................... 240

TÓPICO 1 – Representatividade negra na ginástica artística 241

Ler e compartilhar – Mulheres de ouro: as atletas brasileiras e a perspectiva interseccional nas Olimpíadas, Soraya Barreto Januário 242

Atividades 243

Refletir e argumentar 244

Conexões com… História – Guerra Fria e Nadia Comaneci 245

Oficina de práticas corporais – Circuito de ginástica artística 246

TÓPICO 2 – O universo do circo 248

Ler e compartilhar – Etnopoiesis circense, Gilmar Rocha 249

Atividades 250

Refletir e argumentar 251

Buscar mais conhecimento – A teatralidade do palhaço 252

Oficina de práticas corporais – Pirâmides humanas 253

TÓPICO 3 – Breaking e cultura hip-hop 255

Ler e compartilhar – Prefácio do livro Hip-hop: 50 anos, 50 crônicas, Emicida 257

Atividades 258

Refletir e argumentar 259

Oficina de práticas corporais – Coreografia de breaking 260

12

Lutas do mundo 262

TÓPICO 1 – Taekwondo: uma luta coreana ......... 263

Ler e compartilhar – Dias de luta, dias de glória: saiba mais sobre Maicon de Andrade, medalhista Olímpico do taekwondo, Daniel Perissé 264

Atividades 265

Refletir e argumentar 266

Conexões com… Filosofia – Filosofia do taekwondo 267

Oficina de práticas corporais – Chutes básicos de taekwondo 268

TÓPICO 2 – Judô e superação 270

Ler e compartilhar – Judô, Flávio Canto ................... 271 Atividades 272

Refletir e argumentar 272

Buscar mais conhecimento – Brasileiros medalhistas olímpicos 274

Oficina de práticas corporais – Quedas de judô 275

TÓPICO 3 – Boxe: a luta no ringue e a luta contra o preconceito 278

Ler e compartilhar – MP francês anuncia investigação de ciberbullying contra campeã olímpica argelina

Imane Khelif, AFP 279

e argumentar

Oficina de práticas corporais – Movimentos básicos

de áudio e Objetos Educacionais

Faixa 1: Cirandeiro

Infográfico clicável: Rúgbi

Mapa clicável: O arquipélago do Marajó e a cultura

Vídeo: Sissi, uma lenda do esporte

Faixa 4: Em entrevista histórica, Vini Jr. se emociona e dispara: ‘cada vez menos vontade de jogar’ 100

Podcast: Jogos Paralímpicos 126

Faixa 5: Regras e curiosidades do goalball 128

Vídeo: Parkour 164

Infográfico clicável: Huka-huka 172

Faixa 6: Desbloqueio de games 191

Carrossel de imagens: Danças afro-brasileiras 195

Faixa 7: Dança Rainha

Faixa 8: Herança Bantos

Faixa 9: Maracatu ritmo característico

196

199

200

Faixa 10: Festa na roça 208

Carrossel de imagens: Mulheres no atletismo 217

Infográfico clicável: Ginástica artística

Podcast: A cultura hip-hop no Brasil

241

256

Os sites indicados nesta obra podem apresentar imagens e textos variáveis, os quais não condizem com o objetivo didático dos conteúdos citados. Não temos controle sobre essas imagens nem sobre esses textos, pois eles estão estritamente relacionados ao histórico de pesquisa de cada usuário e à dinâmica dos meios digitais.

CAPÍTULO
CAPÍTULO

1

■ Pessoas praticam cabo de guerra ao ar livre. Fotografia de 2023.

BRINCADEIRAS E JOGOS

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor

No Capítulo 1, você terá a oportunidade de revisitar e de conhecer algumas variações de jogos e brincadeiras populares e de matrizes indígena e africana. Além de experimentar essas práticas, serão abordados temas relevantes relacionados a cada uma delas. No Tópico 1, você poderá refletir sobre a importância das brincadeiras e dos jogos populares. No Tópico 2, você vai reconhecer a importância das brincadeiras dos povos indígenas. No Tópico 3, você terá a oportunidade de conhecer alguns jogos de tabuleiro de origem africana.

Antes de começar, é preciso compreender as diferenças entre brincadeiras e jogos.

A ludicidade é o ponto em comum entre as brincadeiras e os jogos. A diferença entre as práticas é que a brincadeira remete a um comportamento mais espontâneo e livre para criar, muitas vezes acompanhado de um simbolismo, ou seja, de um “faz de conta”, tendo como foco a diversão. Os jogos, por outro lado, apresentam um nível de complexidade maior, por envolver desafios motores, cognitivos ou sociais sujeitos a regras.

Com base nesses argumentos, observe a fotografia que abre este Capítulo e responda: os jovens estão brincando ou jogando? Espera-se que os estudantes concluam que se trata de um jogo.

TÓPICO

Brincadeiras e jogos populares

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a abrangência dos benefícios dos jogos e das brincadeiras na sociedade, inclusive na realidade dos jovens, tais como: o desenvolvimento da socialização, da motricidade, da criatividade, da atenção, da tomada de decisão, do respeito ao outro, do controle emocional, da capacidade de resolver problemas, da possibilidade de conhecer outros contextos históricos etc.

Os atos de brincar e de jogar são comumente associados às sensações de alegria, liberdade ou espontaneidade. Nesse sentido, as brincadeiras e os jogos populares são práticas que melhor representam as diversas manifestações culturais, que são transmitidas por meio da oralidade, de uma geração a outra.

Muitos jogos e brincadeiras precisam também de espaços amplos, como ruas e parques, para acontecer. Com isso, o repertório de brincadeiras e jogos populares é diversificado, principalmente ao considerar a pluralidade cultural do Brasil.

PRIMEIRO OLHAR

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compartilhem suas percepções sobre os espaços públicos destinados a brincadeiras e jogos na região onde vivem, além de comentar se costumam usá-los e com que frequência.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Em sua opinião, qual é a importância das brincadeiras e dos jogos populares? E quais brincadeiras e jogos populares fazem parte do repertório dos jovens atualmente?

2. Onde você mora, existem espaços públicos destinados à prática de brincadeiras e jogos? Comente.

3. Para você, quais são os motivos que levam os moradores das grandes cidades brasileiras a deixarem de usufruir das ruas como um espaço de lazer?

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem os grandes problemas urbanos, como a violência, o trânsito intenso de veículos, a má conservação das ruas e calçadas, a baixa qualidade do ar e a escassez de áreas verdes, como fatores para que as pessoas não percebam mais a rua como espaço de lazer nas grandes cidades.

As brincadeiras e os jogos populares fazem parte da cultura corporal de movimento e são passados de uma geração à outra, compondo uma verdadeira memória coletiva. Apesar dessas práticas se transformarem ao longo do tempo, é comum encontrar pessoas que conheçam brincadeiras e jogos como pular corda, pega-pega, pipa, batalha-naval, jogo da velha etc. Entretanto, esse Patrimônio Cultural está ameaçado em muitas cidades brasileiras, em razão do excesso de veículos nas ruas, da falta de segurança, das poucas opções de áreas verdes e da precariedade dos serviços de manutenção das áreas verdes das cidades, que tornam os espaços urbanos pouco acolhedores para a circulação de pessoas. Na tentativa de recuperar o potencial brincante desses espaços, existem iniciativas como as ruas de lazer, apresentadas na próxima leitura, que possibilitam a convivência entre as pessoas.

■ Fechamento da avenida São João, na região central de São Paulo (SP) para veículos, com o objetivo de promover atividades culturais e de lazer. Fotografia de 2024.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

LER E COMPARTILHAR

Leia o trecho de um artigo de opinião sobre a implantação de ruas de lazer nas cidades.

Ruas de brincar resgatam o espaço público para as crianças

Pular corda, amarelinha, esconde-esconde e queimada são algumas das brincadeiras mais tradicionais no Brasil, ou pelo menos foi assim até pouco tempo atrás. Com o crescimento dos centros urbanos e o aumento da violência, as novas gerações acabaram se emparedando cada vez mais nas casas e escolas, enquanto as brincadeiras de rua e a liberdade de correr por aí foram ficando para trás.

Mas não são apenas as crianças que perderam com a clausura progressiva das últimas décadas, pois as ruas também precisam das pessoas para manterem sua utilidade social. A presença dos pequenos nos espaços públicos resgata a vivacidade das ruas e relembra à cidade de que o território não é apenas para os carros.

Com essa ideia em mente, comunidades de todo o mundo vêm implementando as ruas de lazer, chamadas também de ruas brincantes ou ruas de brincar. Com medidas simples, como o fechamento periódico das vias para o fluxo de veículos, as cidades garantem condições para que os moradores da região possam usufruir do espaço público de forma mais livre e, principalmente, segura. Abrir as ruas para a prática de exercícios físicos, ações comunitárias e brincadeiras infantis também é uma forma de incentivar as relações de vizinhança e os vínculos comunitários com a cidade. […]

PENA, Ana Cândida; LA TERZA, Carolina. Ruas de brincar resgatam o espaço público para as crianças. Ecoa Uol, [São Paulo], 4 mar. 2022. Disponível em: www.uol.com.br/ecoa/colunas/primeira-infancia/2022/03/04/ ruas-de-brincar-resgatam-o-espaco-publico-para-as-criancas.htm. Acesso em: 12 ago. 2024.

SOBRE...

Ana Cândida Pena é comunicóloga, antropóloga e pesquisadora de temas relacionados à cidade. Carolina La Terza é arquiteta e urbanista especializada em planejamento e gestão urbana.

AMPLIAR

A identidade cultural é o conjunto de traços culturais que caracterizam um determinado grupo social, como a língua, a religião, os costumes etc., diferenciando-o dos demais grupos. Mesmo separado de seu grupo, o indivíduo carrega essa identidade consigo.

ATIVIDADES

1. Para resgatar a vivacidade das ruas, garantindo aos moradores e frequentadores da região a possibilidade de usufruir do espaço público de forma livre e segura.

1. De acordo com o artigo de opinião, por que as ruas de lazer foram criadas?

2. Proporcionar um ambiente de convivência nas ruas de lazer cumpre a utilidade social das ruas? Por quê?

2. Sim, porque garante condições para que os moradores da região usufruam do espaço público de forma livre e segura, possibilitando a prática de exercícios físicos, ações comunitárias e brincadeiras e jogos populares, além de proporcionar relações de vizinhança e vínculos comunitários com a cidade.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

3. Espera-se que os estudantes respondam que sim, porque as ruas de lazer estreitam os vínculos sociais dos membros da comunidade e possibilitam a realização de diversas manifestações culturais nesses espaços, como: brincadeiras, jogos, apresentações de danças, teatro, shows etc.

3. Em sua opinião, as ruas de lazer são espaços oportunos para expressar a identidade cultural de uma comunidade? Explique.

4. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes elenquem atividades culturais que gostariam de realizar ao ar livre, promovendo recreação, saúde, aprendizado e descontração, e quais grupos sociais (crianças, adultos e idosos) poderiam ser beneficiados com o projeto.

4. Para criar uma rua de lazer, é preciso organizar um comitê com membros da comunidade e cumprir determinadas exigências impostas pela prefeitura, sendo uma delas a entrega de um abaixo-assinado com dois terços dos moradores da rua favoráveis à criação. Considerando essas informações, imagine que você faz parte de um comitê e responda às atividades a seguir. Depois, compartilhe suas respostas com os colegas e o professor em uma roda de conversa.

a) Elabore uma lista de ações que você realizaria para conseguir mobilizar os moradores a assinarem o abaixo-assinado.

4. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes ressaltem atitudes de empatia e de prática da escuta.

b) O que você faria, como cidadão, para evitar conflitos com os moradores contrários à implantação da rua de lazer?

c) Além de desenvolver brincadeiras e jogos, quais outras ações você faria na rua de lazer?

4. c) Resposta pessoal. É possível que os estudantes sugiram atividades como: shows, apresentações de grupos locais, feiras de adoção de cães e gatos, feira de artesanato, campanhas públicas de vacinação, feira de comidas típicas etc.

d) Quais são os meios de comunicação que poderiam ser utilizados para a disseminação das informações para a comunidade sobre as atividades da rua de lazer?

REFLETIR

4. d) A comunicação pode ser feita por meio impresso, como anúncios em jornais locais, distribuição de panfletos, fixação de cartazes etc., e digital, como postagem em blogues e redes sociais da comunidade.

Leia a seguir o trecho de uma reportagem publicada em um portal eletrônico.

Jogar bola na rua é proibido pela Lei de Trânsito

A grande maioria dos brasileiros já “bateu uma bolinha” em frente à própria casa. Seja no interior ou em bairros mais tradicionais, crianças usam chinelos para delimitar o gol e aproveitam os momentos de folga para interagir com os vizinhos. O que poucos sabem, no entanto, é que jogar bola na rua é um comportamento condenado pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

A Lei de Trânsito afirma, no artigo 254, que é proibido ao pedestre “utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfile e similares.” […]

ANDRADE, Laurie. Jogar bola na rua é proibido pela Lei de Trânsito. Autopapo, [s. l.], 13 nov. 2020. Disponível em: https://autopapo.com.br/noticia/jogar-bola-na-rua-proibido/. Acesso em: 12 ago. 2024.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem que o objetivo do trecho do artigo 254 é orientar a conduta do pedestre, a fim de garantir a segurança de pedestres e motoristas, evitar acidentes,

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

perturbação do trânsito e riscos de gerar dano patrimonial a terceiros.

1. Se você precisasse justificar um posicionamento favorável ao trecho do artigo 254 do Código de Trânsito Brasileiro, citado na reportagem, que argumentos utilizaria?

2. Agora, se você precisasse justificar um posicionamento contrário ao trecho do artigo 254 do Código de Trânsito Brasileiro, lido no artigo, quais seriam os seus argumentos?

3. Como garantir que as ruas sejam ocupadas por pessoas usufruindo de momentos de lazer sem que elas coloquem sua segurança pessoal em risco? Reflita sobre o assunto e converse com os colegas e o professor.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes argumentem sobre a intenção de promover um momento de recreação em via pública, desconsiderando a segurança de pedestres e motoristas.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que as ruas de lazer são uma alternativa para garantir a segurança das pessoas nas ruas em seus momentos de lazer.

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CONEXÕES com ...

Representação artística das brincadeiras e dos jogos populares

Transcrição da faixa de áudio 1: Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do que o Sol / Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do que o mar //

1

As brincadeiras vividas na infância serviram de inspiração para o artista Ivan Cruz (1947-) produzir a série Brincadeiras de criança , com pinturas e esculturas de bronze que representam mais de 100 brincadeiras populares, como crianças pulando corda e amarelinha, jogando bola, empinando pipa, brincando de ciranda, entre várias outras práticas.

Nas obras de Ivan Cruz, as crianças não têm as formas do rosto, das mãos e dos pés definidas, para que a brincadeira retratada tenha destaque. As cores são vivas e o cenário é sempre o mesmo, com ruas de barro e moradias com telhados triangulares, representando as ruas de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, local onde o artista brincava quando criança.

Eu fui fazer uma casa de farinha / Tão maneirinha que o vento possa levar / Oi, passa Sol, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar / Oi, passa Sol, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro rodar // Achei bom, bonito, meu amor cantar / Ciranda faceira, vem cá cirandeira, vem cá cirandar / La la la la lá / La la la la lá / Ciranda faceira, vem cá cirandeira, vem cá cirandar

■ O artista Ivan Cruz junto a algumas de suas obras da série Brincadeiras de criança. Fotografia de 2020.

Ivan Cruz é um artista plástico, pintor, escultor e advogado carioca. Suas obras retratam diversas brincadeiras e têm como base a frase criada por ele: “A criança que não brinca não é feliz, ao adulto que quando criança não brincou, falta-lhe um pedaço no coração”.

Transcrito de: NESTE Dia das Crianças, conheça as obras do universo infantil de Ivan Cruz || portalmultiplix.com. [Arraial do Cabo]: Portal Multiplix, 2022. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Portal Multiplix. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=qDtqExV4wiA. Acesso em: 12 ago. 2024.

INDICAÇÃO

1. Espera-se que os estudantes respondam que sim. A alegria está representada na temática das brincadeiras e nas cores vivas utilizadas pelo artista.

2. Provavelmente não, pois as brincadeiras mudam conforme o contexto, a cultura e a época em que são exploradas, e o artista retrata detalhes das brincadeiras que ele viveu.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes realizem a pesquisa sugerida com o apoio do professor de Arte e estabeleçam comparações entre suas vivências pessoais e as obras de Ivan Cruz relacionadas a brincadeiras e jogos populares.

■ CRUZ, Ivan. Piorra e menina com boneca. 1999. Acrílica sobre tela, 1 m x 1 m.

• NESTE Dia das Crianças, conheça as obras do universo infantil de Ivan Cruz || portalmultiplix.com. [Arraial do Cabo]: Portal Multiplix, 2022. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Portal Multiplix. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=qDtqExV4wiA. Acesso em: 12 ago. 2024. O vídeo apresenta uma entrevista com o artista Ivan Cruz.

1. Mesmo com a ausência de sorriso e de expressões faciais em suas personagens, Ivan Cruz consegue passar alegria por meio de suas obras? Justique sua resposta.

2. Se Ivan Cruz tivesse vivido em outro país, as brincadeiras praticadas por ele na infância e retratadas em suas obras seriam as mesmas que foram representadas em suas criações? Por quê?

3. Volte ao boxe Sobre… que consta na página anterior e releia a frase criada por Ivan Cruz. Você concorda com a afirmação do artista ou discorda dela? Por quê? Resposta pessoal.

4. Pesquise na internet pinturas e esculturas da série Brincadeiras de criança e selecione até cinco delas para analisar. No caderno, registre informações sobre as obras, como título, ano, técnica e dimensões.

• Durante a análise, idenfique que brincadeira ou jogo popular é retratado em cada obra e que cenário é representado nas pinturas. Depois, faça um comparativo entre as obras e registre suas conclusões no caderno por meio de uma síntese.

• Em uma roda de conversa com os colegas e o professor, compartilhe as informações sobre as obras selecionadas e a síntese que elaborou. Depois, comente se as brincadeiras e os jogos populares retratados por Ivan Cruz são semelhantes ou não às práticas que você vivenciou durante a infância. Ouça as considerações dos colegas, e, ao final, a turma pode estabelecer comparações entre as vivências, procurando refletir sobre o contexto de cada estudante.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Pique-bandeira

Nesta atividade, você terá a oportunidade de experienciar em grupo uma variação do jogo popular pique-bandeira, com o objetivo de promover a cooperação, desenvolver o pensamento estratégico e aprimorar a agilidade.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço retangular ou quadrado e amplo, onde seja possível delimitar quatro áreas (nos quatro cantos do espaço), conforme indicado na ilustração a seguir.

■ Ilustração demonstrativa de espaço destinado ao jogo pique-bandeira.

2. Os materiais necessários para a atividade são:

• diversas tiras de tecido de quatro cores diferentes, conforme a quantidade de jogadores em cada equipe;

• quatro pedaços de tecido liso, nas mesmas cores das equipes, medindo 50 cm x 70 cm cada.

Os materiais também podem ser adaptados de acordo com a disponibilidade e a criatividade dos praticantes.

3. Para preparar a atividade, é preciso dispor, em cada área delimitada nos cantos do espaço escolhido, o pedaço de tecido medindo 50 cm × 70 cm, na cor de cada equipe, que representará a bandeira de cada uma.

4. Em seguida, serão definidas quatro equipes (uma de cada cor) e seus jogadores receberão uma tira de tecido com a respectiva cor da equipe. A tira deve ficar pendurada na calça ou bermuda dos estudantes, com uma das pontas transpassada no cós da vestimenta e a outra solta.

LEONARDOCONCEIÇÃO

Praticar

1. Antes de iniciar a atividade, as equipes terão 2 minutos para elaborar suas estratégias coletivamente.

2. O objetivo do jogo é conquistar uma ou mais bandeiras das equipes adversárias e trazê-las para dentro da sua respectiva área, mas essa ação só poderá ser realizada pelos jogadores que estiverem com a tira da sua equipe pendurada no cós da calça ou bermuda. A captura da bandeira elimina a equipe correspondente do jogo. Para que isso aconteça, a bandeira capturada deverá ser levada até o canto da equipe que a capturou.

■ Ilustração demonstrativa de jovens em prática de pique-bandeira no pátio da escola.

3. A atividade inicia com os jogadores espalhados por todo o espaço que está fora das quatro áreas onde estão as bandeiras.

4. O jogador que tenha a sua tira retirada por um adversário deverá sair imediatamente do espaço de jogo e retornar somente na próxima rodada.

5. O jogo termina quando todas as bandeiras forem capturadas ou quando terminar o tempo combinado previamente. A equipe que conseguir capturar a última bandeira ou eliminar todos os jogadores das equipes adversárias ganha o jogo.

Avaliar

Ao finalizar a atividade, organize uma roda de conversa com os colegas e o professor e compartilhe com eles suas percepções sobre o jogo que experienciou.

Respostas pessoais.

1. Houve cooperação entre os companheiros de equipe?

2. A estratégia que tinha sido elaborada coletivamente foi cumprida?

3. Quais mudanças de estratégia você faria se tivesse a oportunidade de jogar novamente?

4. Em quais momentos do jogo você percebeu o estímulo ao desenvolvimento da agilidade?

5. Quais foram as principais dificuldades enfrentadas pela sua equipe durante o jogo e como vocês as superaram?

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2 TÓPICO

Peteca: herança brincante dos povos indígenas

No Brasil, vivem mais de 300 etnias indígenas, que falam mais de 270 línguas diferentes. Cada etnia possui uma identidade cultural própria, que a torna única. Com tantas identidades e culturas indígenas diferentes, é natural que também existam muitas variações no repertório de brincadeiras e jogos desses povos.

Algumas brincadeiras dos povos originários foram incorporadas por outras culturas. É o caso do pião, natural da etnia galibi do oiapoque, que vive no Amapá, e da perna de pau, oriunda da etnia xavante que vive no Mato Grosso.

1. A construção do respeito aos povos originários e a quebra de estereótipos em relação a eles passam pelo conhecimento de suas culturas. As brincadeiras, como expressões culturais, oportunizam o acesso aos saberes e a valorização do conhecimento das tradições dos diferentes povos indígenas.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Qual é a importância de conhecer as brincadeiras dos povos originários?

2. O que as brincadeiras podem dizer sobre a etnia indígena da qual fazem parte?

3. É possível traçar quais paralelos entre a convivência das culturas das diferentes etnias indígenas e das diversas culturas juvenis?

2. Por meio das brincadeiras de cada etnia, é possível conhecer as relações entre os indivíduos da comunidade, a maneira pela qual as tradições são passadas de uma geração à outra, a relação das pessoas com a natureza, o processo artesanal de construção dos brinquedos e as regras que norteiam a convivência entre os membros da comunidade.

Um brinquedo de origem indígena bastante conhecido e que fomentou diferentes brincadeiras e jogos é a peteca, que faz parte de várias culturas dos ameríndios desde antes da colonização.

A palavra peteca tem origem no termo tupi pe’teka e significa “golpear com as mãos”.

Esse brinquedo também recebe outras denominações. É chamado de tobda'é pelo povo xavante, que vive no Mato Grosso, e de mangá pelo povo guarani, que vive em São Paulo. Para os bororo, que também vivem no Mato Grosso, a peteca é paopaó; para os parintintim, da Amazônia, seu nome é jitayhy'gi.

Assim como as denominações mudam de uma cultura para outra, a brincadeira ou o jogo de peteca também varia. A brincadeira com o mangá guarani é similar àquela conhecida por não indígenas, que tem o objetivo de rebater o brinquedo entre os participantes, para mantê-lo no ar o maior tempo possível. Já o tobda'é xavante é usado em um jogo de arremesso, disputado entre dois participantes ou grupos, muito parecido com o jogo de queimada.

3. Em ambos os casos, os diferentes saberes, comportamentos sociais e estilos de vida produzidos por grupos diversificados compõem sua riqueza sociocultural e identitária e, caso esses diferentes grupos habitem espaços ou lugares compartilhados, devem coexistir por meio da tolerância e do respeito mútuo.

PRIMEIRO OLHA R
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LER E COMPARTILHAR

Leia a seguir o trecho de um relato sobre a brincadeira do povo xavante com o tobda’é, publicado em um livro.

Peteca […]

O senhor Toptiro é cacique da aldeia Xavante Abelhinha, no Mato Grosso. Ele conhece o tempo alongado em que o brincar acontece, e diz que uma única brincadeira por dia é suficiente para motivar as crianças. Para quem vive a aceleração das grandes cidades, pode parecer incrível que um grupo de crianças de quatro a treze anos consiga permanecer ocupado um dia inteiro com apenas uma brincadeira. Só a busca das palhas na roça já produz aventuras extras pelo caminho e oferece preenchimentos múltiplos.

Com a matéria-prima nas mãos, é preciso olhar bem para quem sabe fazer para conseguir tramar seu próprio brinquedo. Tempo de olhar, de tentar, de errar, de refazer e aprender. É hora de brincar com os dedos dentro das palhas, sem pressões de terminar ou de fazer perfeito.

O senhor Toptiro exibe um sorriso maroto quando se vê rodeado por meninos e meninas que acompanham suas mãos, ainda fortes, trançando o tobdaé, nome da peteca em xavante. Além dos olhos e das mãos, o senhor Toptiro utiliza também um dos dedos do pé. Amarra nele o fio de buriti, que esticado auxilia no acabamento em espiral do fundo do brinquedo. Esse detalhe o diferencia de outros modelos […].

Ao contrário de outras versões da peteca, nesta as galinhas e suas penas são poupadas.

Em um tobdaé só há palha sobre palha.

Depois de pronto, o brinquedo xavante está leve e ágil para ser usado em um jogo que exige as mesmas habilidades dos participantes: leveza e agilidade.

Muito parecido com uma partida de “queimada” – aquele jogo de arremessar a bola no adversário –, nessa modalidade indígena há as seguintes diferenças: troca-se a bola por meia dúzia de tobdaés ; não existe um campo definido por linhas no chão; e, no lugar de duas equipes, dois adversários disputam a partida.

Cada jogador começa a partida com uns três tobdaés nas mãos. Ao mesmo tempo que faz seus lançamentos, precisa fugir das investidas do adversário para não ser queimado. Esse corre e pega permanece até que uma pessoa seja atingida por um dos tobdaés do outro. O “queimado” sai do jogo e cede a vez para um novo adversário, e a disputa recomeça.

A cada colheita do milho, as partidas recomeçam, e assim as crianças xavante se reencontram nas habilidades de se lançarem diante dos outros.

[…]

MEIRELLES, Renata. Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2007. E-book

SOBRE...

■ Crianças e jovens indígenas da etnia xavante interagem com indígena adulto (de calção preto, à esquerda), em Campinápolis (MT). Fotografia de 2022.

Renata Meirelles (1970-) é mestre em Educação e idealizadora dos projetos Território do Brincar, que difunde a cultura infantil, e Bira – Brincadeiras Infantis da Região Amazônica, que pesquisa brinquedos e brincadeiras pelo Brasil desde a década de 1990.

■ Renata Meirelles, em São Paulo (SP). Fotografia de 2017.

1. Espera-se que os estudantes percebam os diversos aspectos que uma brincadeira pode conter, a exemplo do tobda’é, citado no texto: coletivamente, os participantes buscam a palha na roça, vivenciam as aventuras pelo caminho, confeccionam o próprio brinquedo e interagem com os adversários no jogo.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que, de maneira geral, a relação temporal não é a mesma, pois, atualmente, nos grandes

ATIVIDADES

centros urbanos, muitas pessoas têm a impressão de que a passagem do tempo não é “alongada”, mas “acelerada”, de maneira que os estímulos sobrepõem-se uns aos outros, restando menos oportunidades de vivenciar as nuances que algumas situações poderiam proporcionar.

1. De acordo com o texto, o senhor Toptiro afirma que “uma única brincadeira por dia é suficiente para motivar as crianças”. O que é possível depreender dessa afirmação?

2. Em sua opinião, a relação temporal citada pelo cacique xavante é a mesma presente atualmente nos grandes centros urbanos?

3. “Com a matéria-prima nas mãos, é preciso olhar bem para quem sabe fazer para conseguir tramar seu próprio brinquedo. Tempo de olhar, de tentar, de errar, de refazer e aprender.”

3. A confecção artesanal do tobda’é, desde a obtenção da matéria-prima até a finalização do brinquedo, desenvolve o respeito, a determinação, o cuidado e a capacidade de lidar com a frustração. Transcreva no caderno o trecho do texto que apresenta esse processo.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem palavras como respeito, sabedoria, reverência, admiração etc.

4. Quais palavras você utilizaria para se referir à percepção das crianças xavantes sobre o senhor Toptiro?

5. Além dos olhos e das mãos, pode-se utilizar também um dos dedos do pé, como faz o senhor Toptiro. O detalhe é o fio de buriti que o senhor Toptiro amarra em um dos dedos do pé, o qual, ao ser esticado, ajuda no acabamento em espiral do fundo do brinquedo.

5. Depois de colher a matéria-prima, os xavantes tramam o próprio brinquedo. Quais partes do corpo são utilizadas para a confecção dos tobda’és? Qual é o detalhe que diferencia o modelo de tobda’é citado no texto em relação a outros?

6. Quais são as regras do jogo com tobda’és no contexto do povo xavante, segundo o relato apresentado no texto?

6. O jogo é disputado por dois adversários em uma área não delimitada. Cada jogador inicia a partida com, aproximadamente, três tobda’és. O objetivo dos jogadores é acertar um tobda’é no seu oponente

7. O jogo do povo xavante, que foi apresentado no texto, utiliza a peteca (tobda’é ) para acertar um alvo, personificado na figura do jogador oponente. Você conhece outras maneiras de jogar peteca ou brincar com ela? Quais?

8. Qual é a relação entre a confecção dos tobda’és e a agricultura do povo xavante?

para eliminá-lo, ao mesmo tempo que evitam ser atingidos pelo adversário. É permitido correr para tentar atingir o adversário ou fugir dele. O jogador eliminado é substituído por outro, reiniciando a disputa.

9. Além das brincadeiras, dos jogos e dos brinquedos, existem várias outras marcas culturais dos povos originários na cultura brasileira, inclusive na culinária. Quais pratos típicos brasileiros com influências indígenas e feitos à base de milho você conhece?

10. Por que é importante compreender e valorizar a pluralidade cultural dos diversos povos indígenas do Brasil? De que forma é possível preservá-la? Compartilhe suas respostas com os colegas e o professor.

AMPLIAR

10. Compreender a diversidade histórico-cultural das diferentes etnias indígenas é importante para fortalecer o respeito e a valorização de suas identidades com todas as suas especificidades, incentivando o reconhecimento dos aspectos culturais das diferentes etnias, como as comidas, as práticas corporais, os rituais, as crenças e os valores. Para preservar todas essas culturas, é importante não apenas compreender, valorizar e respeitar mas também saber que os direitos dos indígenas estão previstos na Constituição Federal, com artigos que garantem a preservação das comunidades e a demarcação das terras indígenas.

Nos Jogos Olímpicos de Verão ocorridos na Antuérpia (Bélgica), em 1920, os nadadores da delegação brasileira brincavam de peteca nos intervalos das competições, o que chamou a atenção de atletas de outras nacionalidades, os quais se encantaram com a brincadeira e perguntaram sobre suas regras, ainda inexistentes, motivando o chefe da delegação brasileira a formatar as regras do jogo. Com o tempo, as regras originais passaram por várias modificações, e a peteca foi oficialmente transformada em esporte somente no ano de 1985.

INDICAÇÃO

7. Respostas pessoais. É possível que os estudantes citem experiências que já tiveram com familiares, amigos, colegas ou pessoas próximas. Incentive-os a falar de suas vivências, bem como a fornecer detalhes de como eram essas brincadeiras ou jogos, onde ocorriam, quantas pessoas brincavam ou jogavam e de que maneira se divertiam.

• T ERRITÓRIO do brincar | Série de MiniDocs | Brincadeiras com petecas nas diversas regiões do Brasil.

[S l.: s n.], 2016. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Território do Brincar. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=wXEjjIUOCck. Acesso em: 7 ago. 2024.

Este vídeo apresenta a confecção e a brincadeira da peteca em diferentes regiões do Brasil.

8. Como a matéria-prima dos tobda’és é a palha, os jogos e brincadeiras com tobda’és recomeçam quando a colheita do milho pode ser feita e, então, há palha disponível para uso. Assim, cria-se uma estreita relação entre a agricultura e o jogo ou a brincadeira.

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REFLETIR ARGUMENTAR E

1. Sim. Espera-se que os estudantes identifiquem a reverência das crianças pelo senhor Toptiro, reconhecendo no cacique xavante uma fonte de sabedoria e conhecimento acumulados ao longo da vida, sendo aquele que compartilha sua experiência com as pessoas que o rodeiam.

A passagem do tempo e o envelhecimento são reverenciados nas culturas indígenas. Leia a seguir um depoimento do filósofo, escritor e líder indígena Ailton Krenak (1953-) sobre o assunto.

[…] Contamos a idade a partir de marcas que são próprias da cosmogonia de cada um desses povos, inseridos numa cosmovisão tão singular… Uma pessoa guarani, ou uma pessoa yanomami ou uma pessoa krenak vai perceber o envelhecimento com um traço de semelhança, onde quanto mais o tempo passa, mais interessante você fica. E aí a contagem desse tempo é feita a partir dos r itos. São rituais, a vida é ritualizada. Talvez essa maravilha de permanecer por tanto tempo, por tantos séculos marcando a passagem do tempo por ritos, por rituais bem identificados, permita que a experiência de envelhecer se torne também uma experiência de descarte. Essas sociedades não descartam ninguém. Elas não são sociedades do descarte. Elas são sociedades de uma crescente associação, valorização, a gente poderia dizer assim, de um engrandecimento do ser. Vamos imaginar uma árvore na floresta, quanto mais antiga essa árvore na floresta, mais diversidade de vida ela expressa, porque, no seu crescimento, ela começa a abrigar muitos outros organismos e forma verdadeiros bosques em seu corpo. Então, é como se o tempo mostrasse naquela árvore majestosa uma produção incessante de benefícios para si e para os que estão ao redor dela. Para mim, é a própria ideia da prosperidade. […]

KRENAK, Ailton. Ed. 84 – Entrevista com Ailton Krenak. [Entrevista cedida a] Mais 60. Mais 60, São Paulo, v. 33, n. 84, dez. 2022. Disponível em: www.sescsp.org.br/ ed-84-entrevista-com-ailton-krenak/. Acesso em: 12 ago. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

cosmogonia: conjunto de doutrinas ou princípios que explicam a origem do universo. cosmovisão: concepção do mundo.

2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes demonstrem respeito e admiração pelas pessoas idosas e tenham posicionamentos contrários a preconceitos e estereótipos em relação às pessoas mais velhas.

3. Resposta pessoal. Proponha uma reflexão com os estudantes sobre questões que podem resultar na desvalorização da pessoa idosa em algumas sociedades, como: a valorização excessiva dos bens materiais em detrimento dos bens imateriais, a imposição estética e de padrões de beleza, a supervalorização do trabalho e o aumento da produtividade laboral.

1. Essa percepção das etnias guarani, yanomami e krenak em relação ao envelhecimento, citada por Ailton Krenak, também pode ser observada na relação entre as crianças xavantes e o senhor Toptiro, apresentada no relato que está na seção Ler e compartilhar? Explique.

2. Você compartilha da ideia de prosperidade associada ao envelhecimento? Como as pessoas idosas são percebidas na sua comunidade?

3. Quais são os fatores que podem contribuir para que uma sociedade seja considerada uma “sociedade do descarte”?

4. A intergeracionalidade é o termo que trata da interação entre pessoas de diferentes gerações. Você acha que a forma como as pessoas exercem a intergeracionalidade é a mesma em diferentes culturas? Justifique seu ponto de vista.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que as diferentes culturas não enxergam da mesma forma a intergeracionalidade, justificando com argumentos que analisem as diferentes culturas, comunidades, relações e valores.

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BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Brincadeiras e jogos dos povos indígenas

Você já aprendeu que as brincadeiras e os jogos podem variar conforme as etnias indígenas. Apesar das diferenças, essas práticas têm dois pontos em comum em todos os povos: a valorização das culturas indígenas e o objetivo de promover diversão. Nesta seção, você e os colegas terão a oportunidade de participar de uma pesquisa documental para investigar brincadeiras e jogos indígenas e, depois, escolher uma dessas práticas para apresentar à turma, convidando-a para experimentar a brincadeira ou o jogo pesquisado.

Primeira etapa

1. Reúna-se com mais três colegas para compor um grupo de trabalho que irá realizar uma pesquisa exploratória. O objetivo de uma pesquisa exploratória é descrever ou caracterizar o que se quer conhecer.

2. Faça uma busca na internet por brincadeiras, jogos ou práticas corporais características das culturas indígenas.

3. Leia as descrições das brincadeiras e jogos e escolha, com o seu grupo, uma dessas práticas para ser desenvolvida com toda a turma. É importante que cada grupo escolha uma brincadeira ou jogo diferente.

4. Prepare um relatório, que deve conter as seguintes informações da brincadeira ou jogo: nome da prática; descrição detalhada dela; nome da etnia que pratica a brincadeira ou jogo; local onde vive a etnia; características da etnia e sua população atual aproximada; significado da brincadeira ou jogo para a etnia.

Segunda etapa

1. Depois de finalizar o relatório, você e seu grupo precisam preparar a apresentação da brincadeira ou jogo que será feita aos demais colegas. Caso a prática escolhida utilize algum material, é importante providenciá-lo com antecedência.

2. Com os demais integrantes do grupo, definam os responsáveis pelas atribuições a seguir: apresentar a etnia, o local onde vive e o significado da brincadeira ou jogo para ela; explicar a dinâmica da brincadeira ou jogo; propor a prática para a turma realizar. Se, originalmente, a dinâmica envolver poucas pessoas, é possível separar os colegas em grupos menores e distribuí-los pelo espaço, para que todos tenham a oportunidade de praticar ao mesmo tempo.

3. Quando finalizarem a prática, organize com a turma uma roda de conversa para conhecer a opinião dos colegas sobre a brincadeira ou jogo que o grupo pesquisou. Aproveite para refletir sobre as sensações experimentadas durante as vivências, assim como sobre formas de valorização e preservação das culturas indígenas por meio das práticas corporais.

4. Por fim, você e os colegas podem compartilhar com o restante da comunidade escolar o relatório produzido na primeira etapa. Para isso, conversem com o professor e utilizem as redes sociais ou o site da escola.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Adaptação do jogo xavante tobda'é

A proposta da atividade é a vivência de uma adaptação do jogo xavante com peteca (tobda’é ), que você estudou na seção Ler e compartilhar deste tópico. A dinâmica do jogo apresenta um caráter competitivo e incentiva a agilidade, a precisão no arremesso e a habilidade de esquivar-se com rapidez.

Planejar

1. Defina, com os colegas e o professor, o espaço adequado para realizar a atividade, que deve ser amplo, como uma quadra, um pátio ou um gramado.

2. Separem e levem os materiais necessários: quatro jogos de colete de cores diferentes, bolas de meia (ou espuma) e cones.

3. Antes de iniciarem a atividade, definam as equipes e utilizem os cones para dividir o espaço selecionado para a prática em duas áreas. Em cada área, haverá um jogo acontecendo, com duas equipes disputando uma partida.

Praticar

1. Antes de iniciar o jogo, as equipes devem se reunir para definir a ordem de entrada dos seus jogadores.

2. Os primeiros jogadores de cada equipe devem entrar na área de jogo para participar de disputas individuais com os jogadores da equipe adversária.

3. Cada jogador receberá uma bola de meia.

4. Os jogadores que não iniciarem a partida devem permanecer enfileirados na lateral da área de jogo.

5. Cada jogador que estiver dentro da área de jogo tem como objetivo acertar o corpo do seu oponente com a bola de meia, ao mesmo tempo que tenta se esquivar da bola lançada pelo adversário.

■ Ilustração demonstrativa na qual um jogador de cada equipe se posiciona para o enfrentamento, enquanto os demais integrantes aguardam sua vez fora da área de jogo.

6. Não é permitido acertar a bola na cabeça ou na face do oponente, tampouco defender um arremesso com as mãos ou com a sua própria bola.

7. Quando uma bola acertar o corpo de um jogador sem que ela tenha tocado no chão anteriormente, ele será substituído pelo primeiro integrante da fila de sua equipe, que está aguardando na lateral da área de jogo. O jogador acertado não poderá retornar ao jogo até o final da partida.

■ Ilustração demonstrativa na qual os jogadores que estão na área de jogo movimentam o corpo para arremessar as bolas de meia em direção aos oponentes, ao mesmo tempo que procuram movimentar-se para não serem atingidos.

8. É permitido correr por toda a área de jogo.

9. A equipe que conseguir eliminar todos os jogadores adversários vence o jogo.

Avaliar

Depois de finalizar o jogo, compartilhe com o professor e os colegas as suas impressões sobre a atividade com base nas perguntas a seguir.

Respostas pessoais.

1. As estratégias adotadas pela sua equipe para escolher a ordem dos jogadores que entraram na área de jogo foram bem-sucedidas? Você faria alterações nessas estratégias? Quais?

2. Como você avalia sua agilidade, precisão no arremesso e habilidade de esquivar-se durante o jogo?

3. Como você se sentiu quando algum membro da sua equipe era eliminado do jogo? O que você supôs que os jogadores eliminados sentiram ao saírem da partida?

4. Todos os jogadores se respeitaram ao jogar?

5. Quais mudanças você observou no seu comportamento e no dos colegas durante o jogo competitivo do qual acabaram de participar?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
LEONARDOCONCEIÇÃO

Jogos de tabuleiro do continente africano 3

1. Respostas pessoais. É possível que os estudantes mencionem jogos de tabuleiro mais populares, como xadrez, dama e ludo. Alguns estudantes também podem se lembrar de jogos menos conhecidos pela turma. A prática desses jogos de tabuleiro pode ocorrer individualmente ou na companhia de colegas da turma, familiares e amigos, em diversos ambientes: na escola; na residência dos estudantes ou de familiares e amigos; em locais públicos, como praças e parques; ou em locais específicos para a prática de jogos de tabuleiro.

Jogos e brincadeiras fazem parte da sociedade e, dependendo do contexto em que são praticados, podem expressar costumes, valores e crenças dos povos. Essas práticas passam por transformações ao longo das gerações e também são incorporadas a outras culturas, podendo adquirir um novo significado ou uma nova simbologia.

Entre as tradições ancestrais dos povos africanos, destacam-se os jogos de tabuleiro envolvendo estratégias e táticas, que são guardadas como segredos de família e transmitidas às gerações seguintes, por meio da oralidade.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais são os jogos de tabuleiro que você conhece? Onde você os pratica e com quem?

2. Você conhece a origem dos jogos de tabuleiro que citou na atividade anterior? Comente com os colegas.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem informações como local em que os jogos de tabuleiro praticados por eles foram inventados.

3. Por que é importante conhecer jogos de tabuleiro originários dos povos africanos?

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que conhecer jogos de tabuleiro originários dos povos africanos possibilita compreender aspectos culturais do continente africano, podendo também estabelecer relações com a cultura brasileira.

Muitos jogos de tabuleiro de origem africana retratam atividades dos povos antepassados desse continente, como o plantio e a colheita. É o caso do mancala, um conjunto de jogos de tabuleiro bastante difundido no continente africano, que teve sua origem na Etiópia e no Egito por volta de 2000 a.C. O termo mancala deriva da palavra árabe naqaala, que significa “mover”. Os jogos de mancala têm relação com a semeadura e se baseiam no princípio da distribuição de sementes. Seus tabuleiros são compostos de fileiras contendo várias casas, representadas por pequenos buracos, em que sementes, conchas ou pequenas pedras são depositadas. Existem mais de duzentas versões de mancala, com regras, denominações e formatos de tabuleiro variados, dependendo da região onde são praticadas. Aiú é como os jogos de mancala são conhecidos no Brasil; kalah, na Argélia; adi, no Benin; aware, no Burkina Faso; ouri, em Cabo Verde; baulé, na Costa do Marfim; wari, na Gâmbia e no Senegal; oware, em Gana; ayó, na Nigéria; bao, no Malawi; e andot, no Sudão.

■ Homens jogam bao em Lilongwe, capital do Malawi. Fotografia de 2023.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Nas sociedades africanas, a prática dos jogos de mancala vai além da diversão. Eles são utilizados em cerimônias, como casamentos, funerais e escolhas de novos chefes de povos, e em rituais para invocar a chuva ou incentivar o crescimento de plantações, por exemplo. Dependendo do contexto, os jogos podem ser praticados em locais públicos ou, quando associados a cerimônias e rituais, em locais particulares.

■ Jogadores durante partida de mancala na cidade de Lamu, no Quênia. Fotografia de 2018.

Outro jogo africano milenar é o senet, pertencente à cultura egípcia e conhecido como o jogo dos faraós. Datado de mais de 5 500 anos, é considerado um dos primeiros jogos de tabuleiro da história e precursor do gamão. Por ser um jogo praticado entre todas as esferas sociais, seus tabuleiros eram feitos de diversas maneiras: desde esculpidos em paredes até elaborados com materiais preciosos. Muitos desses tabuleiros são considerados fontes históricas por apresentarem hieróglifos e representações pictóricas.

■ Fotografia de tabuleiro do jogo senet.

A palavra senet significa “passagem”, e o jogo simbolizava, no antigo Egito, a luta da alma do jogador contra o mal, com o objetivo de poder seguir ao mundo dos mortos. Por isso, na cultura egípcia da época, o jogo estava associado a rituais fúnebres, pois acreditava-se que, após a morte, era necessário jogar uma partida de senet contra o deus Rá e vencê-la.

O jogo é praticado entre dois oponentes. Vence aquele que, após percorrer 30 casas, consegue retirar primeiro todas as próprias peças do tabuleiro pela última casa.

TUUL & BRUNO MORANDI/GETTY IMAGES

LER E COMPARTILHAR

Além dos jogos de mancala e do senet, há vários outros jogos de tabuleiro originários do continente africano que envolvem estratégia. A seguir, leia o trecho de um artigo sobre outros jogos de tabuleiro populares entre os povos africanos.

Jogos Africanos de tabuleiro – A Matemática na Cultura Africana

Shisima

O jogo Shisima é um jogo que envolve o alinhamento de três peças, jogado pelas crianças da parte ocidental do Quênia.

Na língua tiriki, a palavra shisima quer dizer “extensão de água”. Eles chamam as peças de imbalavali ou pulgas-d’água.

As pulgas-d’água movimentam-se tão rapidamente na água que é difícil acompanhá-las com o olhar.

Este jogo se assemelha às estratégias utilizadas em nosso “jogo da velha”, mas nesse tenta-se impedir que o adversário alinhe suas peças em uma das diagonais do tabuleiro octogonal (oito lados).

■ Tabuleiro do jogo shisima. Fotografia de 2016.

É um jogo que envolve estratégia, raciocínio e antecipação.

Na matemática trabalhamos com a construção do tabuleiro, onde é possível explorar conceitos matemáticos de geometria (raio, diâmetro, círculo, circunferência […]), frações, medidas, ângulos e principalmente o desenvolvimento do raciocínio lógico.

Yoté

Este jogo, muito popular em toda a região oeste da África (particularmente no Senegal), é uma das melhores escolhas para […] desenvolver seu raciocínio e sentido de observação.

Em alguns países africanos, os jogos de estratégia, como o Yoté, estão muito ligados às tradições. As táticas de jogo são verdadeiros segredos de família, passados de geração em geração; as crianças são iniciadas ao conhecimento do jogo quando estas se mostram aptas ao raciocínio estratégico. Entre alguns povos, este jogo é reservado exclusivamente aos homens e, às vezes, é usado para resolver conflitos entre eles. Outro motivo que faz o Yoté popular, principalmente no Senegal, é o fato de que os jogadores e os espectadores fazem apostas baseadas neste jogo.

■ Tabuleiro do jogo yoté. Fotografia de 2009.

Em muitos grupos infantis, as crianças costumam traçar o tabuleiro na areia, utilizando como peças pequenos cocos, sementes, pedras ou qualquer outro recurso facilmente conseguido. Classificado entre “os melhores jogos da infância” pelo Comitê Internacional da UNICEF, este jogo desenvolve muito a sagacidade e o sentido de observação. Com uma estrutura e regras

FERNANDO
FAVORETTO/CRIAR IMAGEM

1. O shisima é praticado no Quênia, país localizado na África.

2. O jogo foi inspirado na movimentação rápida das pulgas-d’água.

3. Trata-se de um octógono, pois é formado por um polígono com oito ângulos e oito lados.

totalmente baseados em estratégia, o Yoté incentiva o […] raciocínio, desde o posicionamento da primeira peça até a percepção de que se ganhou ou perdeu a partida. Vale ainda destacar a semelhança das regras do Yoté com o jogo de Damas, muito popular entre os brasileiros. […]

4. a) Espera-se que os estudantes expliquem que o jogador de shisima precisa ter raciocínio lógico para se antecipar às ações do adversário e elaborar uma estratégia para vencer o jogo.

ELEGBARAGUINE. Jogos africanos: a matemática na cultura africana. Portal Geledés, [s. l.], 30 nov. 2013. Disponível em: www.geledes.org.br/jogos-africanos-a-matematica-na-cultura-africana/. Acesso em: 12 ago. 2024.

4. b) Espera-se que os estudantes informem jogos de tabuleiro que tenham a participação de dois ou mais adversários, como damas, xadrez e dominó.

INDICAÇÃO

• COLLECTION: África: exposição virtual jogos ancestrais. Belo Horizonte: Museu da Matemática UFMG, [20--]. Disponível em: www.mat.ufmg.br/museu/exposicao-jogos-matematicos-ancestrais/. Acesso em: 15 ago. 2024.

O link apresenta vários jogos de tabuleiro de origem africana, como mehen, bao e até jogo da velha.

ATIVIDADES

5. O yoté é muito popular no Senegal. Isso se dá por ser utilizado para resolver conflitos entre homens e para fazer apostas. Além disso, o tabuleiro do jogo pode ser facilmente traçado por crianças na areia, utilizando pequenos cocos, sementes ou pedras como peças.

1. Qual é o país em que crianças praticam o jogo shisima?

6. Porque o jogo é transmitido de uma geração à outra e ensinado às crianças da família assim que elas desenvolvem raciocínio estratégico.

2. Assim como ocorre em muitos jogos criados pelos povos originários africanos, o shisima também foi inspirado na observação da natureza. Qual foi o evento natural que inspirou a criação desse jogo?

3. Observe novamente a fotografia do tabuleiro do jogo shisima que acompanha as informações sobre a prática. O formato do tabuleiro representa uma figura geométrica. Que nome ela recebe e por quê?

4. De acordo com o artigo que você leu, o jogo shisima envolve estratégia, raciocínio e antecipação.

a) E xplique por que essas três habilidades são necessárias para vencer o jogo.

b) Em quais outros jogos de tabuleiro essas habilidades também são fundamentais?

5. De acordo com o artigo, em qual país o jogo yoté é muito popular? Por que ele conquistou essa popularidade?

7. São desenvolvidas habilidades como a sagacidade, o sentido de observação e o raciocínio.

6. Por que as táticas do yoté são consideradas segredos de família?

7. Quais são as habilidades desenvolvidas com o jogo yoté?

8. Espera-se que os estudantes comentem que os jogos citados no artigo, assim como outros jogos de tabuleiro, proporcionam diversão, bem-estar e, caso praticados coletivamente, interação social.

8. Em sua opinião, que benefícios os jogos apresentados, assim como outros jogos de tabuleiro, proporcionam para a saúde mental dos jogadores? Compartilhe sua resposta com a turma.

9. A seguir, leia um provérbio de origem africana.

Quando não souberes para onde ir, olhe para trás e saiba pelo menos de onde vens.

CÔRTES, Cristiane Felipe Ribeiro de Araújo. Um defeito de cor: o entre e o duplo da diáspora. Literafro, Belo Horizonte, 2021. Disponível em: www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/29-critica-de-autores-feminios/440-um-defeito-de-cor-o-entre-e-o-duplo-da-diaspora.

Acesso em: 11 ago. 2024.

• Que relação pode ser estabelecida entre esse provérbio e as tradições vinculadas aos jogos de tabuleiro de origem africana?

AMPLIAR

9. Espera-se que os estudantes reflitam sobre as tradições que acompanham muitos dos jogos de tabuleiro das culturas africanas, cujas estratégias são verdadeiros segredos de família, passados de uma geração à outra, proporcionando às gerações mais novas a possibilidade de se conectarem às gerações anteriores para buscar orientações sobre aquilo que ainda não experimentaram por falta de repertório. Para vencerem o jogo de shisima, os jogadores alternam-se para colocar suas peças no tabuleiro, tentando ocupar três casas que estejam na mesma reta.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Espera-se que os estudantes comentem que a ideia principal do trecho do poema é o direito à brincadeira e o reconhecimento do ato de brincar como herança histórica e cultural.

REFLETIR ARGUMENTAR E

2. Espera-se que os estudantes reflitam que é possível conhecer a sua própria cultura de origem por meio das brincadeiras dos antepassados, além de compreender valores e atitudes passados de geração a geração.

Leia, a seguir, um trecho do poema “As brincadeiras e o brincar de minha gente”, de Denise Cruz, e o trecho do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), publicado em 1990.

As brincadeiras e o brincar de minha gente

Tenho direito ao brincar nascido do meu chão, Heranças repletas de aprendizagem e diversão

Vindas dos meus ancestrais

Tenho direito a outras formas de brincar

Que trazem as histórias de meus antecessores, E, que de mim, contem mais!

4. Respostas pessoais. Espera-se que, entre os argumentos, os estudantes mencionem o trecho do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), apresentado nesta seção, o qual trata do direito fundamental da criança e do adolescente de brincar, praticar esportes e se divertir. É esperado também que os estudantes reflitam que apenas a legislação não garante o direito ao brincar, pois, dependendo do contexto, crianças e adolescentes são privados desse acesso. Por isso, é preciso que haja iniciativas e muito esforço de toda a sociedade para que o direito de brincar seja contemplado por todos. Além disso, um conjunto de questões públicas que envolvem segurança, saneamento, educação e saúde interferem diretamente no exercício e na promoção das práticas corporais.

Tenho direito a jogos em que as peças são pedrinhas ou sementes, tenho direito de construir tabuleiros diferentes, tenho direito ao modo de brincar dos meus antepassados, tenho direito a essas memórias, a essas invenções, a esses passos, a essas histórias

TEXTO 2

CRUZ, Denise. As brincadeiras e o brincar de minha gente. In: AGUIAR, Jonathan; PINHEIRO, Matheus (org.). Jogos e brincadeiras africanas: o brincar que nasce do chão. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2022. p. 104-105.

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

[…]

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

[…]

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

3. Espera-se que os estudantes comparem os dois textos e reflitam que ambos consideram que a criança e o adolescente precisam ser livres para brincarem e se divertirem por meio de brincadeiras e jogos, pois essas práticas são importantes para o desenvolvimento humano.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 18 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir e compartilhe as respostas oralmente com a turma.

1. Na sua interpretação, qual é a principal ideia defendida no trecho do poema?

2. Releia a primeira estrofe do trecho do poema e reflita: qual é a importância do direito às brincadeiras relacionadas a memórias, invenções e histórias dos antepassados?

3. O Capítulo II do ECA dispõe sobre o direito da criança e do adolescente à liberdade. Que comparações pode-se estabelecer entre esse trecho da lei e o poema “As brincadeiras e o brincar da minha gente” com relação à liberdade?

4. Em sua opinião, todas as crianças e adolescentes do Brasil têm o direito de brincar plenamente assegurado? Em caso negativo, o que deveria ser feito para que todos pudessem brincar? Justifique seu ponto de vista com argumentos.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
TEXTO 1

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Jogo yoté

Com o intuito de valorizar as culturas de matrizes africanas, você participará de uma vivência do jogo de tabuleiro yoté com um colega. Para vencer o adversário, será preciso raciocínio lógico, pensamento estratégico e concentração.

Planejar

1. Reúna-se com um colega para confeccionar o tabuleiro de yoté. Ele deverá conter 30 casas, distribuídas em seis linhas e cinco colunas, além de 24 peças em duas cores diferentes, divididas igualmente. A seguir, observe um exemplo.

■ Ilustração demonstrativa de tabuleiro do jogo yoté.

2. Utilize a criatividade para confeccionar o tabuleiro, utilizando materiais diversos e inspirando-se na observação do ambiente ao redor, assim como os povos africanos fizeram na criação de alguns jogos.

3. Após a confecção do tabuleiro do jogo, dirija-se para o local onde ocorrerá a prática, escolhido previamente pela turma e pelo professor.

Praticar

1. Com a sua dupla, decida quem vai iniciar o jogo. Em seguida, cada jogador deve colocar, alternadamente, uma peça em qualquer casa do tabuleiro.

2. Nas jogadas seguintes, é possível movimentar uma peça que já esteja no tabuleiro ou colocar uma nova.

3. As peças podem ser deslocadas para a casa vizinha, posicionadas embaixo, em cima, à esquerda ou à direita de onde estiverem. Não é permitida a movimentação na direção diagonal.

■ Ilustração demonstrativa de movimentação das peças do jogo yoté.

4. Quando a peça adversária estiver ocupando uma casa adjacente, é permitido “saltar” sobre essa peça para capturá-la e cair na casa seguinte, que estava vaga (como em um jogo de damas).

5. Além da peça capturada, o jogador que realizou a captura deve escolher outra peça adversária para ser retirada do tabuleiro. Portanto, para cada movimento de captura, serão excluídas duas peças adversárias.

6. Se o jogador que sofreu a captura não tiver outras peças no tabuleiro, o jogador que capturou não poderá reivindicar a captura de uma peça que ainda estiver fora do tabuleiro.

7. Um jogador pode realizar uma captura múltipla quando conseguir “saltar” várias peças adversárias movendo uma única peça.

8. Durante a captura múltipla, é obrigatório retirar a segunda peça adversária antes de “saltar” sobre a peça seguinte.

9. É permitido retirar uma peça adversária que viabilize a continuidade da captura múltipla.

10. O jogo yoté termina nas seguintes condições:

• quando um jogador conseguir capturar todas as peças adversárias, vencendo a partida;

• quando um jogador conseguir bloquear todas as possibilidades de movimentação do adversário, vencendo a partida;

• quando os jogadores concordarem que não existe mais nenhuma captura possível, resultando na vitória do jogador que tiver mais peças no tabuleiro ou no empate, se ambos tiverem a mesma quantidade de peças.

11. Após vivenciar a partida com o colega, verifique a possibilidade de jogar outras partidas trocando de adversários.

Avaliar

Finalizado o jogo, converse com os colegas e o professor sobre a prática.

1. O ato de confeccionar os próprios materiais de um jogo é capaz de transformar a relação entre a prática e o jogador?

2. Como foi a experiência de vivenciar um jogo de tabuleiro de origem africana?

3. Quais foram os desafios encontrados ao praticar o jogo yoté?

4. De que forma vivenciar o jogo yoté pode colaborar para a valorização e a preservação das culturas africanas?

5. Além das habilidades cognitivas, como raciocínio lógico e estratégia, que habilidades socioemocionais os jogos de tabuleiro podem proporcionar aos jogadores?

6. Que semelhanças e diferenças existem entre o jogo de tabuleiro yoté e outros que são mais conhecidos na cultura popular brasileira?

Respostas pessoais.
NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1

2

ESPORTES DE INVASÃO

No Capítulo 2 , você entrará em contato com o handebol, o basquete e o rúgbi. Essas três modalidades esportivas fazem parte do grupo de esportes de invasão. No Tópico 1, você poderá aprofundar seus conhecimentos acerca do handebol e refletir sobre a prática esportiva relacionada ao desenvolvimento social associado a políticas públicas. No Tópico 2, você reconhecerá a importância do basquete e os aspectos relacionados a essa prática nos eventos esportivos, além da busca pela sustentabilidade no esporte. No Tópico 3, você terá a oportunidade de conhecer a trajetória do rúgbi e como uma modalidade esportiva pode influenciar o contexto social e político de um país.

Os esportes de invasão também podem ser chamados de esportes territoriais e agrupam as modalidades esportivas coletivas que comparam a capacidade de seus jogadores levarem um objeto, em geral uma bola, até uma determinada meta ou um local da quadra ou campo, como um gol, uma cesta, uma área etc., em que há defesa dos adversários.

Com base nessa explicação, responda: por que a modalidade esportiva retratada na fotografia pode ser considerada um esporte de invasão?

Leia mais em Orientações para o professor

■ A jogadora brasileira Yasmin Soares (1999-) corre com a bola em partida de rúgbi contra o time japonês, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.
Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor

1 TÓPICO O handebol e a dimensão social dos esportes coletivos

1. O jogo é formado por duas equipes, cada qual com sete jogadores, sendo um deles o goleiro. Cada partida tem duração de 60 minutos, divididos em dois tempos de 30 minutos cada. Em caso de empate, há uma prorrogação com dois tempos de 5 minutos cada. O goleiro é o único jogador que pode utilizar os pés, para fazer as defesas. O jogador com a posse da bola só pode dar três passos antes do arremesso; para dar mais de três passos, é preciso quicar a bola no chão enquanto se movimenta pela quadra. O objetivo do jogo é marcar gols e, para isso, a bola deve atravessar totalmente a linha do gol adversário. A medida oficial da quadra é de 40 m x 20 m.

O handebol é um esporte de invasão extremamente dinâmico, com jogadas muito rápidas que exigem de seus jogadores o emprego simultâneo de elementos técnicos e táticos para atacar e defender. Na defesa, a equipe deve se organizar para impedir a progressão e o arremesso adversário, em geral utilizando as marcações individuais e a formação de barreiras humanas. No ataque, os jogadores tentam realizar o engajamento da equipe com o intuito de envolver os adversários e encontrar uma possibilidade de arremesso ao gol. Em uma partida de handebol, é possível observar diversas ações, como passes, dribles, fintas, interceptações, saltos, arremessos e manejos de bola.

PRIMEIRO OLHAR

2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes citem duas das sete posições dos jogadores de um time de handebol (goleiro; pivô; armador central; armador direito; armador esquerdo; ponta direita; ponta esquerda).

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O handebol indoor (realizado em ambiente fechado) é uma das modalidades oficiais do esporte e a mais popular entre elas. É possível que você e os colegas já tenham tido a oportunidade de praticá-la. Cite uma ou duas regras que a caracterizam.

2. Considere seus conhecimentos sobre o handebol e cite duas posições dos jogadores em quadra.

3. Assim como vários outros esportes, o handebol pode desenvolver habilidades em seus praticantes, em diversos campos da vida. Em sua opinião, quais delas estão relacionadas com a prática do handebol? De que modo essas habilidades podem contribuir para o seu projeto de vida?

Além da quadra, do tipo de bola e da quantidade de jogadores por equipe, existem outras diferenças entre o handebol indoor e o handebol de praia. Ao contrário do handebol de quadra, no handebol de praia não é permitido nenhum contato físico. Além disso, os critérios de pontuação também são diferentes. No handebol indoor, os gols convertidos ao longo da partida são somados para definir o placar final. Por outro lado, o handebol de praia é disputado em dois sets de 10 minutos, e cada set tem a sua contagem de gols separada do outro; portanto, os placares possíveis são 2 x 0 (quando uma das equipes venceu os dois sets e consequentemente ganhou o jogo) ou 1 x 1 (quando cada equipe venceu um set). Sempre que o placar marcar 1 x  1 após o final dos dois sets, o desempate é decidido no shoot-out, que corresponde a cinco arremessos ao gol de cada equipe, realizados por um jogador contra o goleiro adversário.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que o handebol, assim como outras modalidades esportivas coletivas, além do desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, ajuda no desenvolvimento da socialização, do respeito, da empatia, do trabalho em grupo e do acolhimento.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

■ Tamires Frossard (1994-), da seleção brasileira, arremessa contra o gol adversário, do time norueguês, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

INDICAÇÃO

• CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL. Regras de jogo: handebol indoor. [Aracaju]: CBHb, 2024. Disponível em: https://sge.cbhb. org.br/_uploads/ orgaoAnexo/1_NXly6L TIpGYaMvowSyUS qwOQ7Ku0xeE.pdf. Acesso em: 16 ago. 2024.

Documento da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) que apresenta as regras do handebol indoor, com ilustrações detalhadas e comentários.

O handebol em cadeira de rodas segue as mesmas regras do handebol indoor, com a redução das medidas das traves, de 2 m x 3 m para 1,70 m x 3 m (altura x largura). Além dessa diferença, o handebol em cadeira de rodas possui duas modalidades, uma com quatro jogadores e outra com seis jogadores em cada time em quadra, enquanto no handebol indoor cada time em quadra que disputa a partida totaliza sete jogadores (seis na linha e um goleiro).

Além dos ganhos de força, resistência, velocidade, agilidade e coordenação, o handebol também promove impactos positivos nas funções cognitivas, melhorando a atenção e a tomada de decisão, uma vez que, em frações de segundos, os jogadores precisam prever as ações dos adversários para fintá-los e se projetarem em direção ao gol ou para bloquearem suas ações ofensivas.

Uma característica importante no handebol, que também integra outros esportes coletivos, refere-se ao seu potencial para contribuir positivamente para o desenvolvimento social de seus praticantes. Dentro de quadra, os jogadores dependem uns dos outros e, se não houver colaboração entre eles, a equipe se desorganiza, tornando-se mais suscetível à vitória da equipe adversária. É por isso que, muitas vezes, é preciso aprender a trabalhar em prol de um objetivo coletivo.

O potencial de desenvolver habilidades coletivas, que tanto o handebol quanto os demais esportes coletivos oferecem, entre muitos outros fatores, pode ser considerado para motivar a implantação de políticas públicas capazes de acrescentar ações na área da educação, que promovam a integração e a criação de projetos esportivos.

Há registros históricos de vários jogos que podem ser considerados precursores do handebol desde a Idade Antiga, como o jogo urânia, praticado na Grécia, e o jogo hasparton, praticado em Roma, ambos com uso de uma bola manipulada com as mãos. Depois de vários outros jogos serem criados nos países da Europa nos séculos seguintes, o handebol foi criado em 1919, na Alemanha, pelo professor Karl Schelenz (1890-1956).

THOMAS

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem sobre a relação entre a prática esportiva e o desenvolvimento social, publicada em um portal de notícias.

A relação entre prática esportiva, desenvolvimento social e o desafio dos governos

Quando o esporte é prática consolidada, a sociedade se fortalece. Criar uma nova consciência social pautada no respeito exige a implementação de políticas públicas sólidas em esporte

Palavras como companheirismo, fraternidade, respeito, cooperação e solidariedade vêm sumindo do vocabulário social nas últimas décadas. A opinião é de Adriano César, professor de Educação Física da Universidade Estadual do Ceará (Uece), que associa o fenômeno à consequência de um modo de vida capitalista, mas também a uma população carente de acesso ao desporto, seja no consumo, como espectadora, ou na própria práxis esportiva. “Hoje é mais ou menos cada um por si”, lamenta.

Felizmente, o incentivo à prática esportiva pode estimular na sociedade a formação de indivíduos mais integrados, cooperativos e respeitosos, independentemente da faixa etária. A relação de práticas desportivas com o desenvolvimento social está na própria natureza da atividade. “O esporte, principalmente o esporte coletivo, tem uma característica muito importante: você sempre precisa de um outro”, conclui Adriano César.

Duda Carvalho, 15, sabe bem disso. Há quatro meses, a estudante do primeiro ano do ensino médio ingressou em um dos times de handebol do Complexo Social Mais Infância João XXIII, em Fortaleza, e se admira com as relações que desenvolve no time, em que assume a posição de pivô. “Eu comecei a me apaixonar pelo esporte, que eu acho muito coletivo. A família que a gente cria no handebol é muito linda. A gente cria novas amizades, novos ciclos”, relata.

O professor de Educação Física da Uece destaca que o esporte estimula o confronto com adversários e a competição, mas de forma saudável, promovendo valores muito característicos e que conversam com as demandas sociais.

Mas quando a prática desportiva não acompanha o crescimento populacional, se fala menos sobre coletividade. Então as pessoas lembram menos. Praticam menos. E a sociedade inteira perde. Em um cenário como esse, políticas públicas bem estruturadas na área do esporte tornam-se imperativas.

É o caso do Complexo Social Mais Infância, equipamento que Duda frequenta. Vinculado à Secretaria da Proteção Social (SPS) do Estado do Ceará, o espaço proporciona oportunidades para crianças e suas famílias em áreas como convivência, integração familiar e desenvolvimento profissional. Atualmente, o Governo opera quatro unidades do Complexo, sendo três em Fortaleza e uma em Barbalha.

[…]

Para o professor Adriano César, da Uece, o desafio dos governos brasileiros, seja nas esferas municipais, estaduais ou federal, é promover acesso ao esporte através de políticas públicas, apesar da desigualdade social brasileira.

A RELAÇÃO entre prática esportiva, desenvolvimento social e o desafio dos governos O Povo, Fortaleza, 7 maio 2024. Disponível em: www.opovo.com.br/noticias/especialpublicitario/esporteevida/2024/05/07/a-relacao-entre-pratica-esportivadesenvolvimento-social-e-o-desafio-dos-governos.html. Acesso em: 16 ago. 2024.

1. O texto aponta a carência de acesso ao esporte como um dos motivos para que, nas últimas décadas, valores como companheirismo, respeito e cooperação tenham se tornado escassos e ressalta que a prática esportiva pode estimular na sociedade a formação de indivíduos mais integrados, cooperativos e respeitosos.

ATIVIDADES

3. Segundo a reportagem, a prática esportiva torna os indivíduos que a praticam mais integrados, respeitosos e cooperativos, sobretudo as práticas esportivas coletivas. Além disso, no esporte, há um estímulo ao confronto com adversários, mas de uma maneira saudável, desenvolvendo valores relacionados às demandas sociais.

1. A reportagem estabelece ligações entre a esfera social, a prática esportiva e a administração pública. De acordo com o texto, como a carência de acesso ao esporte impacta a sociedade?

2. O professor cita o “modo de vida capitalista” e a carência de acesso ao esporte pela população, no consumo ou na prática. Em que sentido ele usou a palavra consumo e quais relações podem ser estabelecidas entre essa palavra e “modo de vida capitalista”, considerando o esporte, as mídias e as marcas esportivas atualmente?

2. Leia mais em Orientações para o professor.

3. A prática esportiva favorece o desenvolvimento social, segundo a reportagem. De acordo com o que você leu, quais características possibilitadas por essa prática se refletem nos indivíduos?

4. Qual é a importância da relação entre crescimento populacional e coletividade?

4. Leia mais em Orientações para o professor

5. Quais ações você acredita que sejam necessárias na comunidade ou região onde você mora para garantir à população o acesso à prática esportiva? Quais mudanças importantes isso engendraria para a coletividade da qual ela faz parte? Justifique.

5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes considerem a dimensão social, cultural e política do esporte, que amplia a sua abrangência de sentidos para os praticantes, exercitando a argumentação e o pensamento crítico diante das questões sociais, citando aspectos como a socialização, a cooperação, o senso de coletividade, o respeito, a solidariedade, e considerando como eles podem contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

REFLETIR ARGUMENTAR E

A seguir, leia o trecho de um artigo publicado na internet sobre esporte e políticas públicas.

[…] O esporte constrói valores essenciais ao indivíduo em sociedade, como o pensamento crítico, trabalho em grupo, resiliência etc. Dialoga com questões sociais importantes, tendo sido provado que é um poderoso aliado contra a violência. No entanto, para que o objetivo seja alcançado é imprescindível o alinhamento entre o Ministério do Esporte e o Ministério da Educação em projetos a longo prazo.

[…]

Potências olímpicas possuem modelos de esporte de alto rendimento com base na educação primária e superior em parceria com o governo, garantindo que os jovens atletas tenham um bom rendimento acadêmico e perspectiva de carreira, caso a vida em competições não se concretize.

SILVA, Matheus. Políticas públicas para o esporte: entenda a importância. [S. l.]: Politize!, 2022. Disponível em: www.politize.com.br/ esporte-nas-politicas-publicas/. Acesso em: 16 ago. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Em sua opinião, de que forma o esporte pode fomentar o desenvolvimento de valores como o pensamento crítico, o trabalho em grupo e a resiliência?

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

2. Por que o esporte pode ser considerado um aliado contra a violência? Justifique seu ponto de vista.

2. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

3. O texto afirma que os países que são potências olímpicas integram o esporte de alto rendimento à educação primária e superior, em parceria com o governo. Qual é a desvantagem de esse não ser um modelo amplamente difundido no Brasil? Justifique sua resposta usando argumentos.

3. Na esfera do esporte de alto rendimento, muitas vezes os atletas abandonam os estudos em função da carga horária excessiva dos treinamentos e das várias viagens relacionadas ao calendário de competições. Uma integração entre o Ministério da Educação e o Ministério dos Esportes muda esse cenário ao adotar medidas que permitam aos atletas que também cursam a educação formal estabelecer prioridades, sem que, necessariamente, sejam prejudicados nos estudos ou nos treinamentos e eventuais competições.

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CONEXÕES com

MATEM ÁTICA

Legislação e incentivo ao esporte

Uma das políticas públicas importantes para ampliar o acesso das pessoas ao esporte é a gestão dos recursos direcionados à Lei de Incentivo ao Esporte. Por meio dessa lei, os cidadãos e as empresas podem destinar parte do valor do imposto de renda que pagariam à Receita Federal para projetos que atendam crianças, adolescentes, jovens, adultos, pessoas com deficiência e pessoas idosas em uma das manifestações esportivas indicadas no trecho reproduzido a seguir da Lei no 9.615, de 1998, mais conhecida com “Lei Pelé”.

CAPÍTULO III

DA NATUREZA E DAS FINALIDADES DO DESPORTO

Art. 3o O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações:

I - desporto educacional , praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer;

II - desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente;

III - desporto de rendimento , praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações.

IV - desporto de formação, caracterizado pelo fomento e aquisição inicial dos conhecimentos desportivos que garantam competência técnica na intervenção desportiva, com o objetivo de promover o aperfeiçoamento qualitativo e quantitativo da prática desportiva em termos recreativos, competitivos ou de alta competição.

BRASIL. Lei no 9.615, de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998, grifo nosso. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9615consol.htm. Acesso em: 21 ago. 2024.

Os projetos apresentados e os investimentos aportados nas diferentes manifestações esportivas entre 2007 e o primeiro semestre de 2024 estão apresentados nos dados e nos gráficos a seguir.

CONEXÕES com ...

LÍNGUA PORTUGUESA e ARTE

Projetos Apresentados

Total Aportado

Projetos Apresentados

2. O maior valor foi captado pelo desporto de rendimento, que conseguiu R$ 2.377.486.498,65. Espera-se que os estudantes apontem que a maior visibilidade do desporto de rendimento chama mais a atenção dos fornecedores de recursos, pois, por estar associado a modalidades como natação, corrida, futebol e voleibol, tende a ser mais divulgado e propagado pelos meios de comunicação, tornando -se de maior conhecimento do público.

Total Aportado

Projetos Apresentados

Total Aportado

Projetos Apresentados

Projetos Apresentados

% de Captação por Manifestação

Total Aportado

Total Aportado

3. Espera-se que os estudantes percebam a diferença entre os investimentos no desporto de formação e no desporto de rendimento, refletindo sobre a importância do desenvolvimento atlético a longo prazo e suas consequências no sucesso esportivo e nas perspectivas dos atletas.

% de Projetos Apresentados por Manifestação

Rendimento / Formação

Participação

Rendimento / Formação

Participação

Rendimento

Educacional

Fonte dos dados: BRASIL. Ministério do Esporte. Lei de Incentivo ao Esporte. Brasília, DF: ME, 2024. Disponível em: https:// paineis.cidadania.gov.br/public/extensions/lei-de-incentivo-v2/lei-de-incentivo-v2.html. Acesso em: 22 ago. 2024.

1. Em sua opinião, quais são os objetivos das políticas públicas em diversificar os investimentos nas quatro manifestações esportivas?

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem a abrangência de cada manifestação, além das relações entre elas.

2. Qual das manifestações esportivas captou o maior valor por meio da Lei de Incentivo ao Esporte? Elabore uma hipótese para justificar esse fato.

3. Quais são as possíveis consequências ao considerar a proporção dos investimentos realizados no desporto de formação e no desporto de rendimento?

4. Para chegar à porcentagem, os estudantes devem dividir o número de projetos do

4. O número de projetos apresentados relacionado ao desporto de formação chama a atenção quando comparado aos demais. Qual é a porcentagem deles em relação ao número total de projetos e o que isso pode evidenciar no que diz respeito à preparação de atletas?

desporto de formação (909) pelo número total de projetos (32.424), chegando ao total de 0,0280, ou seja, 2,8%, portanto menos de 3%. Espera-se que os estudantes percebam que se trata de um número muito baixo, que pode influenciar negativamente a preparação de atletas, que podem ter dificuldades ao enfrentar obstáculos no futuro, como lidar com resultados insatisfatórios ou não desenvolver razoavelmente a consciência da importância social da prática esportiva.

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REPRODUÇÃO/MINISTÉRIO DO ESPORTE

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Handebol progressivo

Nesta atividade, será desenvolvido um jogo adaptado de handebol, com uma dinâmica que oportuniza o arremesso da bola ao gol e a experiência com ações defensivas por todos os integrantes das equipes, indiscriminadamente, além de estimular a integração e a organização dos jogadores.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra, com a utilização dos seguintes materiais: dois jogos de coletes de cores diferentes e uma bola de handebol ou de iniciação esportiva tamanho 8.

2. Antes do início da atividade, é preciso definir duas equipes, que receberão seus respectivos coletes. Em seguida, é preciso marcar dois minutos para as equipes se reunirem e construírem suas estratégias.

Praticar

1. As partidas terão duração de dez minutos.

2. O jogo segue todas as regras do handebol, com exceção das substituições.

3. Toda vez que um jogador arremessar a bola em direção ao gol (independentemente de conseguir converter ou não o gol) deve sair da quadra e dirigir-se à zona ou área de substituição, resultando em um jogador a menos para a equipe. A área de substituição, segundo as regras oficiais, ocupa um total de 9 metros, com 4,45 m para cada lado da quadra a partir da linha central, linhas de 0,05 m de espessura que demarcam os limites laterais, as quais avançam 0,15 m para dentro da quadra e 0,15 m para fora.

■ Ilustração demonstrativa de uma quadra oficial de handebol e detalhes de sua área de substituição.

MARCELO KINA

4. Ao longo do jogo, as equipes perdem seus jogadores à medida que os arremessos ao gol são executados.

5. Quando restar apenas um jogador de linha em cada equipe, o goleiro poderá sair da sua área para auxiliá-lo no ataque.

6. O único jogador de linha de cada equipe que permanecer na quadra não sairá do jogo, mas, após arremessar a bola ao gol, trará de volta o primeiro jogador que tinha saído.

7. À medida que novos arremessos forem executados, todos os jogadores retornam à quadra, seguindo a mesma ordem da saída, ou seja, o jogador que saiu primeiro será também o primeiro a retornar.

8. Quando cada equipe estiver completa novamente, a dinâmica é reiniciada, com a saída de cada jogador que realizar o arremesso ao gol.

9. Vence a partida a equipe que conseguir converter mais gols dentro do tempo de jogo estipulado.

Avaliar

■ Ilustração demonstrativa na qual estudantes jogam handebol progressivo em quadra.

Depois de participar do jogo handebol progressivo, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

1. O handebol progressivo oferece a oportunidade a todos os jogadores de realizar o arremesso ao gol, mudando a dinâmica da equipe o tempo todo. Como foi a sua experiência pessoal com o jogo?

2. Quais estratégias foram elaboradas por sua equipe para otimizar a entrada e a saída dos jogadores? A estratégia foi bem-sucedida?

3. Depois da primeira saída dos jogadores, foi necessário refazer a estratégia planejada inicialmente pela sua equipe?

4. Os jogos coletivos exigem comunicação e cooperação entre os integrantes de uma equipe. Em quais momentos do jogo você percebeu esses valores sendo praticados?

5. Diferentemente das três modalidades oficiais que você conheceu, como a adaptação vivenciada por meio do handebol dialoga com os objetivos do desporto educacional?

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Respostas pessoais.
MARCELO
KINA

Memórias do basquete 2

O basquete é um dos esportes de invasão mais populares em olimpíadas. O jogo é praticado entre duas equipes que disputam a bola a fim de colocá-la dentro do cesto da quadra adversária (há um cesto posicionado em cada extremidade da quadra). O basquete foi criado em 1891, na cidade Springfield, Estados Unidos, quando o diretor de um colégio internacional da Associação Cristã de Moços (ACM) solicitou ao professor canadense James Naismith (1861-1940) que inventasse um esporte indoor e com diminuição de agressividade, para entreter 18 estudantes da instituição durante o inverno, mas que também pudesse ser praticado em área externa durante o verão.

PRIMEIRO OLHA R

■ Professor James Naismith, criador do basquete. Fotografia de 1932.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que os grandes ídolos do basquete podem inspirar os atletas das gerações seguintes a se espelharem nas suas conquistas, buscando os melhores resultados. Os grandes ídolos também favorecem a divulgação do esporte, incentivando o aumento de praticantes da modalidade.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Em sua opinião, qual é a importância dos grandes ídolos do basquete para a modalidade esportiva?

2. Pense em um(a) atleta que você admira de qualquer modalidade esportiva e explique para os colegas e o professor de que forma a trajetória dele(a) pode inspirar você a conquistar seus próprios sonhos e objetivos.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que o esporte pode conter particularidades que enriquecem seus projetos de vida.

3. De que forma a projeção de atletas e a popularização de uma modalidade esportiva podem influenciar o comportamento social?

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a relevância do esporte como instrumento de promoção da saúde, de lazer e entretenimento, de mudança e transformação social e de valores.

No basquete, os jogadores recebem as denominações armador, ala (ou lateral) e pivô, de acordo com as suas atribuições e posicionamento tático na quadra. Todos precisam apresentar uma boa consciência corporal, para serem capazes de se deslocarem, saltarem, mudarem de direção, executarem fintas, giros, paradas, arranques e arremessos. Além disso, é necessário dominar os fundamentos da modalidade, que podem ser classificados em dois grupos: defesa e ataque. Os fundamentos de defesa compreendem a posição defensiva, o deslocamento na posição de defesa e o rebote de defesa. Os fundamentos de ataque abrangem o drible, os passes, os arremessos e o rebote de ataque.

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O basquete chegou ao Brasil em 1894, trazido pelo estadunidense Augusto Farnham Shaw (1865-1939), quando ele se tornou professor no Mackenzie College em São Paulo, formando a primeira equipe em 1896.

À medida que o basquete se tornava popular no Brasil, grandes atletas surgiam e conduziam o país à elite do esporte, além de inspirarem as gerações seguintes. Os atletas nacionais Hortência Marcari (1959-), Ubiratan Pereira (1944-2002) e Oscar Schmidt (1958-) fazem parte do hall da fama do Memorial Naismith de Basquete, construído em Springfield, Estados Unidos, em homenagem ao inventor do basquete.

Entre 1948 e 2021 foram conquistadas 3 medalhas olímpicas pela seleção masculina (três bronzes, em 1948, 1960 e 1964), 2 medalhas olímpicas pela seleção feminina (uma prata em 1996 e um bronze em 2000), seis pódios masculinos em campeonatos mundiais (1o lugar em 1959 e 1963, 2o lugar em 1954 e 1970 e 3o lugar em 1967 e 1978) e dois pódios femininos em campeonatos mundiais (1o lugar em 1994 e 3o lugar em 1971).

A história de uma dessas conquistas, que consagrou a seleção feminina campeã do mundo em 1994, coroou o último encontro em campeonatos mundiais da dupla Paula – Maria Paula Gonçalves Silva (1962-) – e Hortência, duas grandes estrelas do basquete brasileiro. Por conta de suas habilidades acima da média, Paula recebeu carinhosamente o apelido de Magic Paula, enquanto Hortência foi reconhecida como a melhor jogadora de copas do mundo de todos os tempos pela Federação Internacional de Basquete (FIBA) em 2018. Para além disso, Oscar Schmidt, apelidado de Mão Santa, tem o recorde da carreira mais longa de um jogador profissional de basquete (26 anos) e o de cestinha (maior pontuador) da história dos Jogos Olímpicos de Verão, com 1 093 pontos.

INDICAÇÃO

• F EDERAÇÃO INTERNACIONAL DE BASKETBALL. Regras oficiais de basquetebol 2022

Tradução: Enaldo Batista de Souza. Manila: CBB, jul. 2023. Disponível em: www.cbb. com.br/wp-content/uploads/ Regras-Oficiais-Basketball2022-ALTERACOES-OUTUBRO2022-REVISAO-JULHO-2023. pdf. Acesso em: 19 ago. 2024. O manual apresenta as regras do basquete.

■ Os jogadores de basquete Paula, Oscar e Hortência em um evento da NLB (Nossa Liga de Basquete), liga alternativa brasileira de basquete que permaneceu em atividade entre 2005 a 2008. Fotografia de 2005.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo sobre a conquista do Campeonato Mundial de Basquete pela equipe feminina do Brasil em 1994, publicado em um portal de internet.

Há 30 anos, Brasil era campeão mundial de basquete feminino e encontrava virada que precisa agora

Jogadoras experientes em busca de protagonismo, jovens no garrafão e uma geração que sonhava com títulos relevantes. Poderia descrever o atual estágio do basquete feminino do Brasil, mas é o cenário que a modalidade enfrentava antes do título mundial, conquistado em 1994. Nesta quarta-feira, 12 de junho, este feito completa 30 anos.

O triunfo, que consagrou Paula, Hortência e Janeth e alavancou as carreiras de Alessandra, Leila, Helen, entre outras, comemora três décadas com diversas homenagens nos últimos dias. “Essa harmonia, alegria, gratidão que a gente tem pelo esporte que se beneficiou e foi apaixonada, esse é o nosso legado”, resume Paula.

“É o reconhecimento de um dos fatos mais marcantes do esporte brasileiro, uma equipe que chegou desacreditada e que quebrou paradigmas”, sintetiza Miguel Ângelo da Luz, técnico da equipe na época.

Por isso, as lembranças servem tanto para homenagear o passado quanto para tentar iluminar o presente e o futuro do esporte no país. Se até o Mundial de 1994 aquele grupo de jogadoras não conseguia brilhar, depois do título mundial o basquete feminino do Brasil manteve-se na elite por mais de uma década. Primeiro veio a prata nos Jogos Olímpicos Atlanta 1996. Depois, mesmo sem Hortência e Paula, o país alcançou o bronze em Sydney 2000. Por fim, ainda teve campanhas de destaque com as quartas colocações nos Mundiais de 1998 e de 2006 e nos Jogos Olímpicos Atenas 2004. Agora, sem disputar as últimas duas edições dos Mundiais (2018 e 2022) e ficar de fora dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 e também em Paris 2024, a seleção brasileira precisa, mais uma vez, de uma virada para recuperar o respeito conquistado há 30 anos.

■ Seleção brasileira de basquete feminino vencedora do Campeonato Mundial de Basquete Feminino na Austrália. Fotografia de 1994.

Título mundial foi fruto de mudanças no basquete feminino do Brasil

O Mundial de 1994 foi conquistado a partir do trabalho do basquete feminino do Brasil com a geração de Paula e Hortência nos anos 1980, mas também de mudanças a partir de 1993. Miguel Ângelo da Luz, então comandante da equipe juvenil, assumiu o time adulto substituindo Maria Helena Cardoso, histórica personagem da modalidade no país.

4. Espera-se que os estudantes infiram que, depois do título mundial, a seleção brasileira feminina permaneceu na elite do basquete mundial por longos anos, conquistando a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 e a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sidney em 2000.

Até então, o grupo, embora reconhecidamente talentoso, não brilhava no cenário internacional. Apesar do ouro no Pan de 1991 em Havana, encantando até Fidel Castro, o país não se destacava nos torneios mais relevantes. No Mundial de 1990, por exemplo, terminou na 10a posição. Em Barcelona 1992, as brasileiras fizeram sua estreia Olímpica e ficaram na penúltima colocação.

“Quando fui convocado para assumir a seleção, eu fiz um balanço e vi que deveria ter mudanças. Nossa comissão técnica foi audaciosa e não teve medo de lançar as meninas mais novas. Era dar a elas a oportunidade para crescer. Não só para compor grupo, mas também para jogar”, explicou Miguel Ângelo da Luz.

Deu certo. Sem contar com algumas jogadoras mais tarimbadas, como Marta Sobral, jovens como Helen, 21, Alessandra, 20, Leila, 19 anos e Cintia Tuiú, 19, souberam aproveitar a chance e não saíram mais da seleção nos anos seguintes.

“Quando você olha o resultado do Mundial, parece que foi fácil, mas não foi. O processo para chegar até lá foi muito árduo e muito difícil”, confirma Helen.

LONGO, Gustavo. Há 30 anos, Brasil era campeão mundial de basquete feminino e encontrava virada que precisa agora . [S l.]: Olympics, 12 jun. 2024. Disponível em: https://olympics.com/pt/noticias/brasil-campeao-mundial-basquete-feminino-virada-1994. Acesso em: 12 ago. 2024.

5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que a seleção que conquistou o campeonato mundial de 1994 pode representar uma inspiração para as novas gerações do basquete feminino, incentivando as atletas a trabalhar para alcançar novos títulos.

SOBRE...

Gustavo de Araújo Longo é jornalista esportivo. Possui mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e graduação em Comunicação Social pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).

■ Gustavo de Araújo Longo, em Pyeongchang (Coreia do Sul). Fotografia de 2018.

ATIVIDADES

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que as jogadoras mais experientes trazem maturidade ao time, com um repertório de experiências variadas. Por outro lado, as jogadoras mais jovens costumam apresentar um preparo físico melhor.

1. Por que o título mundial no basquete feminino de 1994 foi um marco para o cenário do esporte no país?

1. Porque serviu de inspiração para as gerações futuras, mantendo o basquete feminino na elite do basquete por mais de uma década.

2. Quem foram as jogadoras protagonistas desse triunfo esportivo, reconhecidas como ícones do esporte até os dias de hoje?

2. As jogadoras Paula, Hortência e Janeth.

3. Por que a transição de liderança da equipe, substituindo a técnica Maria Helena Cardoso por Miguel Ângelo da Luz, foi crucial para o grupo?

3. A equipe era considerada talentosa, porém não obtinha títulos de destaque internacional, e a transição trouxe uma nova dinâmica para o time, que alcançou o título mundial em 1994.

4. Qual foi o impacto do título mundial, em 1994, na trajetória do time brasileiro de basquete feminino?

5. Em sua opinião, como o passado pode influenciar a atual geração do basquete feminino?

6. O texto refere-se às mudanças realizadas pelo técnico Miguel Ângelo da Luz. Uma dessas mudanças foi atribuir às jogadoras mais jovens a responsabilidade de entrar na quadra durante as partidas e jogar com as experientes Paula, Hortência e Janeth. Em sua opinião, qual é a vantagem de compor um time com jogadoras de diferentes idades?

7. Você acredita que essa interação entre diferentes faixas etárias também pode ser observada e benéfica em outros campos da sociedade? Explique.

7. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a relação entre pessoas de diferentes idades em contextos diversificados como: família, amizades, trabalho, economia, trânsito, educação etc., e concluam que a troca de saberes entre as diferentes faixas etárias pode contribuir para uma sociedade mais empática, respeitosa e igualitária.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que o impacto ambiental dos grandes eventos esportivos afeta, além das emissões diretas de carbono, a biodiversidade local e os ecossistemas. A construção de novas infraestruturas esportivas pode levar à destruição de hábitats naturais e à pressão sobre os recursos locais.

REFLETIR ARGUMENTAR E

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam o esforço dessas empresas na tentativa de minimizar o impacto ambiental promovendo a reciclagem em arenas, reduzindo o uso de energia e incentivando fãs, jogadores e equipes a adotarem hábitos sustentáveis.

Leia, a seguir, o trecho de um texto sobre sustentabilidade nos esportes.

A sustentabilidade no basquetebol e outros esportes

[…]

A NBA, reconhecida globalmente por sua influência no basquetebol, tem liderado o caminho na adoção de práticas sustentáveis no esporte. Através da iniciativa NBA Green, a liga tem trabalhado para reduzir seu impacto ambiental, promovendo a reciclagem em arenas, reduzindo o uso de energia e incentivando fãs, jogadores e equipes a adotarem hábitos sustentáveis. Da mesma forma, eventos como o Roland Garros e os Jogos Olímpicos têm implementado medidas significativas para reduzir a pegada de carbono. Esses esforços conjuntos destacam uma tendência positiva em direção a eventos esportivos mais verdes.

[…]

A sustentabilidade é mais do que uma tendência nos grandes eventos esportivos; é uma necessidade urgente para proteger nosso planeta para as gerações futuras. Ao apoiar e participar de iniciativas sustentáveis, os adeptos podem contribuir significativamente para um futuro mais sustentável.

FREITAS, Gustavo. Avaliando a sustentabilidade de grandes eventos esportivos. Jumper Brasil, [s. l.], 11 fev. 2024. Disponível em: https://jumperbrasil.com.br/avaliando-a-sustentabilidade-de-grandes-eventos-esportivos/. Acesso em: 19 ago. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Com base no texto lido e em seus conhecimentos, quais são os impactos ambientais causados pelos grandes eventos esportivos?

2. A Associação Nacional de Basquete (NBA) é uma das empresas gigantes que passaram a se preocupar com a sustentabilidade nos eventos esportivos. Em sua opinião, quais são os objetivos dessa iniciativa?

3. Quais ações dos consumidores de eventos, como os citados no texto, poderiam contribuir para minimizar o impacto ambiental? Compartilhe sua opinião com a turma em uma roda de conversa.

INDICAÇÃO

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é enfatizado que, no Ensino Médio, a área de Linguagens e suas Tecnologias desenvolva nos estudantes o aprofundamento das

Roland Garros: principal campeonato de tênis em quadra de saibro do mundo, realizado anualmente em Paris, na França.

“análises das formas contemporâneas de publicidade em contexto digital, a dinâmica dos influenciadores digitais e as estratégias de engajamento utilizadas pelas empresas”. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular : educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 503. Disponível em: http:// basenacionalcomum. mec.gov.br/images/ BNCC_EI_EF_110518_ versaofinal_site.pdf.

Acesso em: 19 ago. 2024. Dessa forma, todos os usos relacionados à publicidade, propaganda e formas de engajamento em redes sociais apresentados nesta coleção são para fins didáticos e seus usos em contexto social.

• R IO DE JANEIRO (Estado). Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. eMuseu do Esporte . Rio de Janeiro: SELJ, 2020. Disponível em: https://expo3d.emuseudoesporte.com.br/3D/gallery/index.html?language=pt_ BR&hash=6a1ea91334fa4baab4ac4b11608f74ab&desktop&gallery=7. Acesso em: 19 ago. 2024. O acervo do Museu Digital do Esporte apresenta uma galeria 3D do basquete, que conta a história e conquistas do basquete brasileiro.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre como pequenas atitudes podem contribuir para a preservação de locais esportivos comuns com impacto positivo na natureza e no planeta. São exemplos de atitudes: separação de lixo para coleta seletiva, redução do uso de embalagens descartáveis, incentivo ao uso de transportes públicos, compartilhamento de caronas em dias de grandes eventos esportivos etc.

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BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

A presença da música nos esportes

A relação da música com o esporte é estreita. Sua presença é marcante nas cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo, no canto das torcidas, nos fones de ouvido dos atletas enquanto se concentram para competir, entre outros momentos. Por meio da música, os atletas conseguem acessar emoções, sentimentos e sensações que são determinantes para a sua preparação psicológica.

Nesta seção, você terá a oportunidade de investigar as músicas que estão por trás das histórias dos grandes ídolos do esporte, por meio de uma pesquisa documental. Depois, com a turma, vai elaborar uma playlist, ou seja, uma seleção musical que será usada na seção Oficina de práticas corporais deste Tópico.

Primeira etapa

1. Reúna-se com três colegas para realizar a pesquisa documental. Nessa pesquisa, são utilizados documentos como fonte para obter os dados daquilo que se pretende investigar. Essa atividade pode ser desenvolvida com o apoio do professor de História.

2. Escolham um(a) atleta que vocês admirem. Em seguida, pesquisem em fontes confiáveis informações sobre um momento importante da carreira desse(a) atleta e qual música marcou esse momento.

3. Preparem um relatório com as informações a seguir:

• nome do(a) atleta;

• breve biografia de sua carreira;

• contextualização do momento da carreira que foi pesquisado;

• dados da música selecionada, como títulos da canção e do disco, nome e sobrenome dos intérpretes e compositores, cidade, ano, gravadora, link (se houver).

Segunda etapa

1. Finalizado o relatório, vocês devem preparar uma apresentação da pesquisa para a turma.

2. Além da explanação do momento investigado da carreira do atleta, se possível, compartilhem vídeos e imagens para enriquecer a apresentação.

3. Combinem com o professor uma data para a apresentação. Se for possível, usem o laboratório de informática da escola ou providenciem recursos para reproduzir as canções.

Terceira etapa

1. Ao final da atividade, os grupos devem elaborar uma playlist que contemple as músicas apresentadas pela turma.

2. Organizem uma roda de conversa com os colegas e o professor para analisar as apresentações, quais sensações despertaram e o que poderia ser melhorado em uma próxima oportunidade.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Basquete ludo

Nesta atividade, será desenvolvido um jogo adaptado de basquete, com uma dinâmica que oportuniza a diversificação de técnicas de arremesso da bola à cesta por todos os integrantes das equipes, além de incentivar a integração e a organização dos jogadores.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra, com utilização dos seguintes materiais:

• quatro ou mais bolas de basquete;

• 24 arcos (bambolês) ou gizes para demarcar as casas do ludo;

• quatro cones de cores diferentes;

• arquivo com a playlist criada pela turma na seção Buscar mais conhecimento;

• uma caixa de som.

2. Organizem-se em quatro equipes e escolham um cone colorido. Duas equipes devem se posicionar alinhadas no fundo da quadra, próximo à cesta de basquete, e as outras duas equipes devem ocupar o lado oposto.

3. N o centro da quadra, é necessário dispor os cones e organizar os arcos para representar o tabuleiro do jogo ludo.

■ Ilustração demonstrativa na qual estudantes jogam basquete ludo.

4. A música será utilizada como um marcador temporal das rodadas do jogo; portanto, é preciso que a caixa de som seja posicionada próxima ao tabuleiro.

Praticar

1. O jogo será desenvolvido em várias rodadas, com durações definidas por cada música da playlist. Sempre que uma música terminar, a rodada é encerrada.

2. Antes de iniciar a rodada, o professor comunica à equipe o tipo de arremesso que deverá ser realizado, como:

• bandeja: o jogador se aproxima ao máximo da cesta, realiza dois passos, pula e lança a bola próximo ao aro.

• salto: também conhecido como jump, o jogador arremessa a bola e salta ao mesmo tempo.

• gancho: para proteger a bola, o jogador se coloca entre ela e o oponente, posicionando-se de lado para a cesta, segurando a bola com uma mão (posicionada abaixo da bola) e realiza o lançamento, movimentando o braço em formato de gancho.

MARCELO KINA

■ Ilustração demonstrativa de arremesso do tipo bandeja.

■ Ilustração demonstrativa de arremesso do tipo salto.

■ Ilustração demonstrativa de arremesso do tipo gancho.

3. As equipes deverão definir a ordem em que vão jogar, uma por vez, sempre na mesma sequência. Cada equipe deve formar uma fila com seus jogadores. O jogador da vez corre driblando a bola em direção à cesta, localizada no lado oposto da quadra, e realiza o arremesso.

4. Toda vez que um jogador arremessar e converter a cesta, deve correr em direção ao tabuleiro e deslocar o cone da equipe uma casa à frente. Em seguida, retorna à fila da sua equipe e entrega a bola ao próximo jogador para que ele inicie a sua jogada.

5. Quando o jogador não acertar o arremesso, deve retornar à fila da sua equipe, sem movimentar o cone, e entregar a bola ao próximo jogador.

6. A equipe que conseguir alcançar o centro do tabuleiro, ou que estiver mais próxima de alcançá-lo quando a música terminar, vencerá a rodada e conquistará 1 ponto.

7. Para vencer o jogo, é preciso somar o maior número de pontos.

Avaliar

Depois de participar do jogo basquete ludo, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o jogo? Todos os integrantes da sua equipe conseguiram realizar pelo menos um arremesso em cada rodada?

2. Você se sentiu pressionado ou motivado a converter as cestas? Como a sua equipe reagiu quando você acertou ou errou as cestas? Como você reagiu quando os seus colegas de equipe acertaram ou erraram as cestas?

3. A repetição de um movimento aperfeiçoa o gesto técnico. Realizar vários arremessos colaborou para o aperfeiçoamento da sua técnica? Comente sua experiência com os arremessos.

4. De que forma a utilização da música impactou a vivência do jogo?

5. O jogo proporcionou diversão e integração entre os participantes? Justifique sua resposta citando situações que ocorreram durante o jogo.

MARCELO KINA
MARCELO KINA
MARCELO KINA

TÓPICO

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem aspectos relacionados aos esportes e às suas regras de modo geral, sobretudo os esportes coletivos, em contexto

competitivo ou recreativo, como a importância de: respeitar as pessoas, suas características e limitações; reconhecer e considerar as diferenças; e cultivar a empatia, o companheirismo, o

Quando o rúgbi subverteu uma sociedade excludente 3

aprendizado individual e coletivo. Além disso, muitas das regras dos esportes existem para garantir a integridade física dos participantes, por isso os estudantes devem perceber a importância de conhecê-las, respeitá-las e segui-las.

O rúgbi nasceu na Inglaterra do século XIX. Nessa época, praticava-se um jogo chamado football em escolas e universidades britânicas, mas, como as regras não eram padronizadas, cada instituição tinha sua forma própria de jogar. Em 1845, a Rugby School, na cidade de Rugby, foi a primeira a redigir as regras do seu jogo, formalizando o rugby football. Posteriormente, outras escolas também registraram por escrito as regras de seus jogos e vários clubes foram formados por ex-alunos interessados em praticar football.

Em 1863, os clubes da Inglaterra se reuniram para padronizar o football. Alguns deles decidiram adotar as regras utilizadas pela Universidade de Cambridge, que punia com falta as jogadas que usassem as mãos, o que originou o futebol moderno, com a fundação da Football Association no mesmo ano. Por outro lado, os clubes que seguiam as regras da Rugby School não aderiram ao futebol e, em 1871, fundaram a Rugby Football Union, separando definitivamente o rúgbi do futebol.

PRIMEIRO OLHAR

2. Espera-se que os estudantes reflitam sobre: o compromisso que atletas e praticantes demonstram pela modalidade; o respeito entre companheiros e adversários; a disciplina empregada na rotina de jogos e treinamentos, no caso de atletas; e a solidariedade ao valorizar os indivíduos e incentivar a coletividade.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Como praticar o respeito em um esporte que permite que o adversário seja derrubado no chão?

2. De que maneira valores como paixão, respeito, disciplina, integridade e solidariedade podem ser percebidos no jogo de rúgbi?

3. Em sua opinião, como a prática do rúgbi e o aprendizado dos valores citados na atividade anterior podem impactar a sociedade?

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem em seus argumentos de que maneira os valores do rúgbi são importantes em outros âmbitos e contextos sociais, especialmente os que demandam ou exigem um senso de coletividade.

■ Jogador de rúgbi chuta a bola em direção aos postes, em torneio oficial na cidade de Adelaide (Austrália). Fotografia de 2001.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

A primeira jogada de rúgbi da história é atribuída a William Webb Ellis (1806-1872), aluno da Rugby School. De acordo com as regras do football que era praticado na escola, depois de receberem a bola com as mãos, os jogadores deveriam chutá-la. No entanto, durante uma partida em 1823, William transgrediu uma das regras e correu com a bola em direção ao campo adversário após recebê-la, enquanto seus oponentes tentavam segurá-lo para impedir seu avanço.

Ao longo dos anos, o rúgbi se tornou um dos esportes mais populares do mundo. Os países mais tradicionais na modalidade são Nova Zelândia, Austrália e África do Sul, cujas seleções nacionais receberam os apelidos “All Blacks”, “Wallabies” e “Springboks”, respectivamente.

O rúgbi é um esporte de invasão que permite o contato físico entre os atletas na disputa por territórios. Segundo a Confederação Brasileira de Rugby, o esporte está ancorado em cinco valores: paixão, respeito, disciplina, integridade e solidariedade.

No rúgbi, os passes só podem ser realizados para os lados ou para trás, mas é permitido chutar a bola para a frente, e apenas o chutador ou os jogadores que estiverem na linha da bola ou atrás dela poderão correr para agarrá-la.

Para interceptar o avanço de um adversário com a bola, é permitido derrubá-lo, o que é denominado tackle e deve ser executado sempre da linha do peito para baixo.

Quando a bola ultrapassa a linha lateral do campo, é cobrado o line out. Nesse caso, as duas equipes formam fileiras paralelas, a cinco metros da lateral, e a equipe que estava na defesa arremessa a bola no meio dessas fileiras.

Quando ocorre uma infração leve, o jogo é reiniciado com um scrum, em que a equipe não infratora lança a bola em um túnel formado por ambas as equipes e tem a oportunidade de criar um ataque.

Há quatro formas principais de conquistar pontos no rúgbi: pelo try – quando o jogador consegue ultrapassar a linha de gol adversária segurando a bola e apoiando-a no chão (5 pontos); pela conversão – após o try, a equipe tem o direito de chutar em direção aos postes (2 pontos se a bola passar por sobre o travessão – a barra transversal que une os postes); pelo chute de penalidade – se uma equipe cometer uma falta grave, a equipe adversária ganha o direito de chutar em direção aos postes (3 pontos se a bola passar por sobre o travessão); e pelo drop goal – após a bola quicar no chão, o jogador a chuta (3 pontos se a bola passar por sobre o travessão).

Ciente da importância do rúgbi para o povo sul-africano, Nelson Mandela (1918-2013), primeiro presidente negro eleito na África do Sul após o apartheid – violento regime de segregação racial, sustentado pelo Partido Nacional (de extrema-direita), que durou de 1948 a 1994 –, elaborou uma estratégia: unificar a população por meio dessa modalidade esportiva, levando para a África do Sul a Copa do Mundo de Rúgbi de 1995. Até o país sediar o evento, essa população reconhecia no rúgbi um símbolo do apartheid, pois era praticado quase que exclusivamente por brancos, majoritariamente favoráveis à segregação racial.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo, publicado em um portal da internet, sobre a conquista da Copa do Mundo de Rúgbi de 1995 pela seleção da África do Sul e sua relação com a unificação do país.

25 anos de um título mundial que uniu um país dividido e salvou vidas

O esporte como instrumento de união

Com o fim do Apartheid, o movimento esportivo recebeu a África do Sul de volta.

Em 1992 o país participou da Olimpíada de Barcelona, depois de 28 anos de afastamento. Mas o esporte não apenas reintegrou a África do Sul ao movimento esportivo, ele também serviu como ponte de união em um país completamente dividido e machucado pelos anos de separação racial. E nesse momento, um personagem central na luta contra o Apartheid foi decisivo.

Em 1994 o negro Nelson Mandela, que passou 27 anos na prisão por conta do Apartheid, foi eleito presidente da África do Sul.

E ele também precisou do esporte nesse momento de união nacional.

Em 1995 ele levou a Copa do Mundo de rúgbi para o país. O rugby sempre foi um esporte muito popular na África do Sul e praticado quase que exclusivamente pela elite branca.

Naquele time dos Springboks, o nome que leva a seleção sul-africana, [havia] apenas um negro, o ponteiro Chester Williams.

Quando entrou no time, Williams disse que sofria preconceito dos próprios colegas: “havia apelidos e algumas piadas ofensivas, mas só no começo. Todos viam minhas habilidades, e formamos um time”.

No governo, Mandela, de maneira inteligente, se aproximou dos líderes brancos da seleção, como o capitão Pienaar.

A África do Sul ganhou a Copa do Mundo em 1995, em uma final emocionante contra os All Blacks, a seleção da Nova Zelândia.

Mandela e Pienaar ergueram juntos o troféu de campeão mundial de rúgbi, no superlotado Ellis Park, em Joanesburgo. […]

— Eu percebi o impacto que aquele esporte poderia causar, tamanha era a importância dele para o país. E principalmente porque o esporte fala uma língua que é entendida por todos, e em todas as partes do mundo — disse Mandela naquele momento, quando fez com que brancos e negros estivessem juntos pela primeira vez.

A conquista foi fundamental para reaproximar brancos e negros afastados de maneira cruel pelo Apartheid. Com a inteligência de um líder que entendeu que o momento era de diálogo e de união, e não de confronto, vingança e divisões, Mandela evitou confrontos tendo o esporte como aliado. Ele poupou vidas.

■ Nelson Mandela cumprimenta o capitão da primeira seleção sul-africana de rúgbi campeã do mundo, François Pienaar (1967-), após a vitória contra o time da Nova Zelândia, em Joanesburgo (África do Sul). Fotografia de 1995.

1. Espera-se que os estudantes respondam que durante o período do apartheid, que durou quase cinco décadas, a África do Sul não participou de muitos dos principais eventos esportivos internacionais, a exemplo dos Jogos Olímpicos. Considerando que o esporte ajuda a disseminar sentimentos de integração, cooperação e respeito e até o compartilhamento de experiências e conhecimentos, além de intercâmbio cultural, a população desse país não pôde participar desses momentos e, consequentemente, não pôde se sentir parte integrante da cultura esportiva junto aos demais países e comunidades.

O esporte é surpreendente. Pelo que consegue fazer em um campo, numa pista, ou numa quadra, mas também pela capacidade de transformar o que está ao redor dele. Ele ajudou a África do Sul não só internamente, mas também internacionalmente. Removeu estereótipos negativos sobre o país, reforçando compromissos assumidos pós-Apartheid.

KAMPFF, Andrei. 25 anos de um título mundial que uniu um país dividido e salvou vidas. UOL , [s. l.], 21 jul. 2020. Disponível em: www.uol.com.br/ esporte/colunas/lei-em-campo/2020/07/21/25-anos-de-um-titulo-mundial-que-uniu-um-pais-dividido-e-que-salvou-vidas.htm. Acesso em: 14 ago. 2024.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes considerem seus conhecimentos sobre esportes em geral, além dos recém-adquiridos sobre o rúgbi (modalidade que tem como valores principais paixão, respeito, disciplina, integridade e solidariedade), e citem palavras e expressões como esperança, respeito, integração, força de vontade e superação e até mesmo formas verbais como uniu, somou, conjugou, fortaleceu e recuperou.

INDICAÇÃO

• INVICTUS. Direção: Clint Eastwood. EUA: Warner Bros., 2009. Streaming (134 min).

O filme conta como Nelson Mandela e François Pienaar formaram uma parceria para unificar um país dividido pelas marcas do apartheid, por meio da Copa do Mundo de Rúgbi de 1995.

3. Mandela sabia da importância do rúgbi na cultura sul-africana, por isso escolheu o esporte como fator decisivo para tentar atingir seus objetivos. O rúgbi serviu como ponte para unificar a população da África do Sul, que estava completamente dividida e fragilizada depois de décadas de segregação racial.

ATIVIDADES

4. Após a vitória dos Springboks, Nelson Mandela, então presidente e antigo líder da população negra oprimida pelo apartheid, e François Pienaar, capitão da seleção sul-africana de rúgbi, esporte cuja prática, durante muitos anos, foi restrita à população branca na África do Sul, ergueram juntos o troféu de campeão mundial de rúgbi.

1. O apartheid causou muitos problemas à população, sobretudo sociais. Além das consequências internas, em sua opinião como as relações esportivas da África do Sul com os outros países foram afetadas nesse período?

5. Os jogadores citados no artigo são o capitão da seleção sul-africana de 1995, François Pienaar, branco, que levantou o troféu com Nelson Mandela ao fim do torneio mundial, e Chester Williams, único atleta negro a fazer parte do time na época, que sofria preconceito dos próprios colegas.

2. No artigo lido, o autor usou palavras e expressões para fazer referência aos benefícios que o rúgbi levou à África do Sul, como reintegrou e ponte de união. Que outros termos você utilizaria para associar o esporte ao momento político desse país depois do apartheid ?

Durante muito tempo, o rúgbi era um esporte praticado

quase exclusivamente por brancos e, por esse motivo, era considerado um símbolo do apartheid

3. Através de sua liderança visionária, Nelson Mandela usou estrategicamente o esporte e conseguiu fazer a África do Sul sediar a Copa do Mundo de Rúgbi de 1995. Por que ele escolheu utilizar o esporte para esse fim e qual foi a consequência desse evento para o país?

4. De acordo com as intenções de Mandela, qual gesto simbolizou a união entre brancos e negros na final do torneio ocorrida no Estádio Ellis Park, em Joanesburgo?

5. No artigo, o autor cita dois jogadores da seleção sul-africana de rúgbi. A quais situações eles são associados? Considerando o contexto político e social da África do Sul no período abordado no texto, estabeleça relações entre cada um deles e suas etnias, a seleção sul-africana e o esporte no país.

6. Chester Williams (1970-2019) disse que, no início, era alvo de piadas ofensivas dos próprios companheiros, além de ser apelidado por eles. Em sua opinião, é possível evitar situações de preconceito como essas? De que maneira elas devem ser combatidas? Compartilhe suas considerações com os colegas e o professor.

6. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

7. Como Mandela definiu a “língua” do esporte? Levando em consideração a maneira como Mandela percebeu o esporte e a potencialidade de seu alcance, de que forma você acha que o esporte pode contribuir para a mitigação do preconceito racial?

8. O apartheid foi um regime de segregação racial implementado por lei na África do Sul. Atualmente, você percebe a existência de modos de segregação racial implícitos na sociedade brasileira? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

8. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

7. De acordo com Mandela, o esporte fala uma língua que é entendida por todos e em todas as partes do mundo. Espera-se que os estudantes se manifestem no sentido de que o esporte pode ser uma ferramenta de transformação social quando bem utilizado por autoridades.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Se cantassem somente o antigo hino no idioma africâner, os jogadores da seleção de rúgbi passariam a impressão de exaltação dos bôeres, descendentes de colonizadores europeus, e a população negra da África do Sul possivelmente não se sentiria representada pelo time e manteria a rejeição ao esporte, em vez de abraçá-lo, como era a intenção de Nelson Mandela.

Leia, a seguir, o trecho de um artigo publicado na internet a respeito do hino nacional da África do Sul.

2. a) Espera-se que os estudantes argumentem que, além da função comunicativa, a língua está diretamente relacionada à identidade e à cultura de nações, povos ou comunidades, ou seja, ao sentimento de pertencimento de alguns grupos que a utilizam, além de potencialmente poder despertar um valor afetivo, em razão da herança cultural associada à história dessas pessoas e de seus antepassados.

África do Sul: conheça o emocionante hino nacional cantado em cinco línguas

O hino nacional sul-africano Nkosi Sikelel’ iAfrica é uma prece que, em português, quer dizer “Deus abençoe a África”. Apesar de suas primeiras frases terem sido escritas no final do século XIX, ele marca o início da era democrática e homenageia a colorida África do Sul, acostumada ao hino nacional “Die Stem van Suid Afrika” (“A voz da África do Sul”, em afrikaaner, que louvava os bôeres e a conquista do sul da África).

Com a subida de Nelson Mandela ao poder, em 1994, “Die Stem” deixou de ser a música mais importante do país para dividir espaço com o louvor negro. Os dois passaram a ser os hinos nacionais. Em 1996, o som afrikaaner se fundiu à canção negra formando um mosaico com cinco línguas (isixhosa, isizulu, isisotho, afrikaans e inglês), dentre as 11 oficiais do país.

Antes da junção, durante a Copa de Rúgbi de 1995, os brancos tiveram o dever de mostrar ao mundo a nova face da África do Sul. O slogan da competição “um time, uma nação” não serviria apenas para dedicar a vitória aos sul-africanos brancos e negros. Ele expressava que, naquele momento, a África do Sul – território com tantas tribos, etnias e línguas – era uma nação. Por isso, cantar o hino dos negros era tão importante…

LUZ, Natalia da. África do Sul: conheça o emocionante hino nacional cantado em cinco línguas. Joanesburgo: Por dentro da África, 15 dez. 2013. Disponível em: https://pordentrodaafrica.com/cultura/ africa-do-sul-conheca-o-emocionante-hino-nacional-cantado-em-cinco-linguas. Acesso em: 15 ago. 2024.

2. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam e considerem o hino nacional um dos símbolos que auxiliam os torcedores a se perceberem representados e os atletas a se perceberem representantes de toda uma nação.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Considerando que os bôeres são fazendeiros de origem europeia, que impressão seria passada para a população se os jogadores da seleção de rúgbi cantassem somente “Die Stem van Suid Afrika” e ignorassem o hino “Nkosi Sikelel’ iAfrika”? Compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor.

2. Para cantarem o hino “Nkosi Sikelel’ iAfrika”, os jogadores da seleção de rúgbi tiveram de aprender a letra que está no idioma xhosa, uma das línguas faladas por grande parte da população negra da África do Sul.

a) Qual é a importância da língua para uma população?

b) Em sua opinião, por que os hinos nacionais são tão valorizados no contexto esportivo?

3. Para você, de que maneira o slogan “um time, uma nação” pode ser importante em diferentes contextos sociais para além do esporte? Apresente argumentos que justifiquem sua resposta e compartilhe-os com os colegas e o professor.

3. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a importância de considerar a coletividade, o trabalho em equipe, o respeito, a pluralidade e a valorização multicultural em diferentes âmbitos sociais, a começar pelo contexto da própria comunidade escolar, assim como sobre o impacto desses comportamentos para a construção de uma sociedade que se espera justa, democrática e inclusiva.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Jogo do TIP

Nesta atividade, será desenvolvido um jogo adaptado de rúgbi cujo objetivo é alcançar a linha de fundo por meio de passes; entre as regras estará a restrição do contato físico para interceptar as ações do time adversário. O jogo possibilita a vivência de ações ofensivas e defensivas por todos os integrantes das equipes, exigindo dos jogadores agilidade, cooperação, comunicação, atenção e tomada de decisão.

Planejar

1. Você e os colegas devem realizar a atividade em um espaço amplo, como uma quadra ou um gramado.

2. Serão usados os seguintes materiais: quatro jogos de coletes de cores diferentes e uma bola de rúgbi ou de iniciação esportiva no tamanho 8.

3. Para prepararem a área de jogo, com ajuda do professor, considerem uma medida proporcional à largura oficial de 68 a 70 metros de um campo de rúgbi, estabeleçam uma medida de comprimento adequada e delimitem no espaço definido para o jogo as duas zonas de pontuação, correspondentes às áreas do in-goal no rúgbi, cujas medidas oficiais são entre 6 e 22 metros. Observe, a seguir, a representação do campo de jogo, da área total de jogo e das áreas do in-goal em um campo de rúgbi.

■ Ilustrações demonstrativas do campo de jogo, da área de jogo e das áreas in-goal em campo oficial de rúgbi.

■ campo de jogo

■ área de jogo

■ área in-goal

4. É necessário organizar equipes com sete jogadores. Cada equipe receberá coletes de duas cores diferentes, distribuídos da seguinte forma: três jogadores receberão coletes de uma cor e quatro jogadores receberão coletes de outra cor.

Praticar

1. Antes de iniciar o jogo, as equipes terão dois minutos para construir suas estratégias.

2. O objetivo do jogo é conquistar mais pontos do que a equipe adversária.

3. Para conquistar um ponto, um jogador deve ter a posse da bola, alcançar a área de pontuação e, em seguida, tocá-la no chão.

4. Os jogadores poderão trocar passes com seus companheiros de equipe, mas, obrigatoriamente, devem passar a bola para um jogador que estiver vestindo um colete de cor diferente do seu. Para isso, ao terem a posse da bola, os jogadores poderão dar, no máximo, três passos, tanto para realizar um passe quanto para invadir a zona de pontuação.

5. A posse da bola passa imediatamente para a outra equipe se:

• um jogador der mais de três passos com a bola em mãos;

• a b ola cair no chão;

• a b ola for passada a um jogador com um colete da mesma cor;

• a bola for interceptada por um jogador adversário.

6. As partidas serão disputadas em dois períodos de cinco minutos.

Avaliar

Depois de participar desse jogo, compartilhe com os colegas e o professor suas percepções sobre a atividade.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o jogo?

2. Em sua opinião, de que maneira o jogo ofereceu oportunidade para todos participarem da troca de passes?

3. Quais estratégias foram elaboradas por sua equipe para conquistar os pontos? Elas foram bem-sucedidas?

4. Esse jogo exige muita atenção no momento do passe, para evitar que a bola seja lançada a um jogador com o colete da mesma cor. Que estratégia você utilizou para facilitar essa dinâmica?

5. Os jogos coletivos exigem comunicação e cooperação entre os integrantes de uma equipe. Em quais momentos do jogo você percebeu esses valores sendo praticados?

6. De que forma o jogo auxiliou no aprendizado dos valores intrínsecos ao rúgbi? Respostas pessoais.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

3

LUTAS DO BRASIL

■ Jovens praticam capoeira. Salvador (BA). Fotografia de 2023.

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor

No Capítulo 3, você terá a oportunidade de estudar algumas lutas genuinamente brasileiras, além de participar de atividades práticas que envolvem jogos de oposição. No Tópico 1, você vai refletir sobre a importância das lutas como manifestação da cultura corporal de movimento. No Tópico 2 , você vai conhecer o papel da luta huka-huka no ritual de passagem para a vida adulta dos povos indígenas do Xingu. No Tópico 3, você vai estudar a história da capoeira.

Antes de começar, é preciso compreender o conceito de luta.

As lutas são disputas corporais em que os participantes empregam técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar ou atingir o oponente e até mesmo para excluí-lo de um determinado espaço, combinando ações de ataque e de defesa dirigidas ao corpo do adversário.

Com base nessa definição, observe a imagem de abertura e responda: quais são os movimentos corporais retratados na fotografia que caracterizam a atividade como uma luta?

ataque e de defesa realizados pelos dois lutadores. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam os elementos típicos da capoeira que a caracterizam como uma luta, como, por exemplo, movimentos de

TÓPICO

2

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre os conhecimentos adquiridos acerca das experiências relacionadas às lutas ao longo dos anos anteriores ao Ensino Médio.

1 A luta que nasceu no Arquipélago do Marajó

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre os valores difundidos em diferentes lutas, assim como os regulamentos e códigos de ética que fazem com que elas não sejam necessariamente violentas, mas sim atividades pautadas no respeito ao oponente e na integridade física dos lutadores.

A luta marajoara é originária do Arquipélago do Marajó, situado no estado do Pará. Muito popular entre os nativos da região, essa luta é praticada em dupla e tem como objetivo desequilibrar o oponente e jogá-lo de costas no solo. A luta desenvolve-se em três momentos: início (preparação), aplicação de técnicas para derrubar o oponente (desequilíbrio) e o desfecho (encostamento no solo).

Os movimentos dos lutadores envolvem agarrar, puxar, empurrar, desequilibrar ou projetar o oponente por meio de técnicas com denominações características da cultura local, como: baiana, lambada, cabeçada, calçada, desgalhada, rasteira, escora, espalhada, recalcada, gratuita e passagem.

PRIMEIRO OLHAR

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a importância da luta marajoara para a identidade cultural do Arquipélago do Marajó, uma vez que essa prática corporal é originária da região onde é largamente praticada.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais lutas brasileiras você conhece e já praticou nas aulas de Educação Física?

2. Em sua opinião, a integridade física dos lutadores é colocada em risco durante essas práticas? Justifique.

3. A luta marajoara é uma prática tradicional e muito difundida no Arquipélago do Marajó. Em sua opinião, qual é a importância dessa prática corporal para a região?

Os campeonatos de luta marajoara que acontecem na Ilha de Marajó são organizados em arenas de terra (curral), onde é traçado um círculo no chão para delimitar a área de competição. Um árbitro central, posicionado dentro do curral, e dois árbitros observadores acompanham a luta, que dura até cinco minutos. Se, depois desse período, nenhum lutador tiver encostado as costas de seu oponente no chão ou se houver empate, os três árbitros votam para decidir o vencedor da luta.

Desde 2020, o processo de esportivização da luta marajoara tem ganhado força na região do Arquipélago do Marajó, com a fundação da Federação Paraense de Luta Marajoara.

■ Na luta marajoara, não é permitido socar, chutar ou estrangular. O objetivo principal é agarrar o oponente e jogá-lo de costas no chão. Cachoeira do Arari (PA), 2019.

EDU

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo sobre a luta marajoara publicado em um site direcionado especialmente a profissionais de Educação Física.

Luta marajoara: uma luta genuinamente brasileira

De origem do Arquipélago do Marajó, a luta consiste num confronto entre dois lutadores que objetivam derrubar seu oponente de costas no chão

Por Dr. Marcelo Moreira Antunes, Dr. Claudio Joaquim Borba-Pinheiro e Dr. Ítalo Lopes Campos 6 de janeiro de 2021 / Curitiba (PR)

O Brasil é conhecido mundialmente pela sua diversidade cultural. Nos quatro cantos de seu território, diferentes manifestações podem ser encontradas, frutos dessa multiplicidade resultante de diferentes etnias, nacionalidades e miscigenação que caracterizam o povo brasileiro. Seja nas artes, na música, na gastronomia, na linguagem, nas festas ou na maneira de se vestir, a cultura brasileira ainda esconde surpresas a serem descobertas. Assim também é nas práticas corporais, especificamente nas lutas.

As lutas brasileiras, ou modalidades de combate corporal, manifestam-se de várias formas em diversas localidades do território nacional. Dentre as mais conhecidas, encontramos a capoeira e, entre as pouco conhecidas, as lutas indígenas e a própria luta marajoara. Diferente das demais manifestações – como a capoeira, encontrada em muitas cidades do país, e as lutas indígenas, cujas variações dependem de etnia e localidade –, a luta marajoara é endêmica em algumas regiões do Arquipélago do Marajó.

Diante de um cenário emoldurado por belezas naturais deslumbrantes ainda pouco conhecido pela grande maioria dos brasileiros, a luta marajoara vem sendo praticada mais frequentemente em alguns dos municípios do arquipélago, como Soure, Salvaterra, Ponta de Pedras, Breves e Cachoeira do Arari, no estado do Pará. Essa luta, considerada uma tradicional manifestação cultural da região, está intimamente ligada à religiosidade local e pode ser apreciada na festa do Glorioso São Sebastião, a qual ocorre todo ano sempre no mês de janeiro. Considerando sua importância, o IPHAN a reconheceu como elemento cultural tradicional imaterial ligado à festa do Glorioso São Sebastião.

Ainda assim, sua origem é pouco estudada e continua longe do consenso entre praticantes, aficionados e pesquisadores da modalidade. Todavia, o que se pode afirmar com certo nível de assertividade é que a luta marajoara surgiu nas fazendas de gado do interior da ilha como forma de aquecer o corpo para o banho nas águas frias dos rios da região após um dia de trabalho com o rebanho bovino. Neste contexto, tornou-se uma atividade de lazer para os nativos. Cabe destacar que, durante as observações e estudos realizados acerca da luta marajoara, não houve indícios de caracterização de luta marcial em sua origem.

ANTUNES, Marcelo Moreira; BORBA-PINHEIRO, Claudio Joaquim; CAMPOS, Ítalo Lopes. Luta marajoara: uma luta genuinamente brasileira. Revista ProAtiva, Curitiba, 6 jan. 2021. Disponível em: https://revistaproativa.com.br/luta-marajoara-uma-luta-genuinamente-brasileira/. Acesso em: 19 ago. 2024.

1. Espera-se que os estudantes respondam que o multiculturalismo brasileiro está refletido nas artes, na música, na gastronomia, na linguagem, nas festas, na maneira de se vestir e nas práticas corporais, especificamente nas lutas.

2. Os movimentos da luta marajoara foram inspirados nos movimentos que os trabalhadores das fazendas de gado do interior da ilha faziam, após a jornada de trabalho, para aquecer o corpo antes de tomar banho nas águas frias dos rios.

ATIVIDADES

3. Considerando que o termo endêmica significa “nativa ou restrita a uma região geográfica”, a afirmação se refere à luta marajoara como uma manifestação cultural que, por enquanto, é restrita ao Arquipélago do Marajó, sem ter sido disseminada por outras partes do Brasil ou do mundo.

1. A diversidade cultural brasileira oriunda da miscigenação é refletida em várias esferas da sociedade. Em quais aspectos se reflete esse multiculturalismo nacional?

2. Considerando as possíveis origens da luta marajoara, de que forma essa prática representa aspectos específicos da cultura local?

3. Qual é o significado da afirmação “a luta marajoara é endêmica em algumas regiões do Arquipélago do Marajó”?

4. De acordo com o artigo, a luta marajoara sempre teve um viés competitivo? Justifique.

REFLETIR

4. A luta marajoara surgiu como uma atividade de lazer para os nativos, pois não há indícios de caracterização de luta marcial, fato que define uma luta como competitiva, em sua origem.

A seguir, leia o trecho de uma notícia que aborda as origens do paraense Deiveson Figueiredo (1987-), lutador de artes marciais mistas no Brasil.

Deiveson Figueiredo retorna às origens e acompanha torneio de luta marajoara no interior do Pará

[…]

O paraense Deiveson Figueiredo voltou às origens no último final de semana, na Ilha do Marajó, no Pará. O ex-campeão peso-mosca do UFC aproveitou um momento de descanso nos treinos para acompanhar o Campeonato Paraense de Luta Marajoara, estilo que o consagrou no MMA.

– Tem muitos talentos na luta marajoara. Que continuem investindo no esporte que vai estar tudo perfeito, muitos talentos vão surgir. Hoje, sou o atleta que sou através da luta marajoara. Como muitos vêm, sou um cara bem forte, não me deixo tombar tão fácil. A luta marajoara é isso, ela traz essa garra para você – comenta Deiveson.

O esporte é similar ao wrestling, praticado por vários lutadores de MMA. A luta marajoara já esteve no palco do UFC com outros paraenses, como os irmãos Iury e Ildemar Marajó.

AMÂNCIO, Bruno; LAURENT, André. Deiveson Figueiredo retorna às origens e acompanha torneio de luta marajoara no interior do Pará. GE , Belém, 30 jul. 2021. Disponível em: https://ge.globo.com/pa/noticia/deiveson-figueiredo-retorna-as-origens-e-acompanhatorneio-de-luta-marajoara-no-interior-do-para.ghtml. Acesso em: 19 ago. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Deiveson Figueiredo atribui seu desempenho como atleta à prática da luta marajoara. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o impacto que as diversas práticas da cultura corporal de movimento têm no projeto de vida de seus praticantes, considerando também o desenvolvimento integral do indivíduo.

1. Qual foi o impacto que a luta marajoara teve na vida de Deiveson Figueiredo? Reflita sobre o projeto de vida do atleta.

2. Como o Campeonato Paraense de Luta Marajoara pode se contrapor às características intrínsecas da luta marajoara? Argumente com base em sua opinião e compartilhe com os colegas.

3. D e que forma atividades corporais originárias de diferentes culturas podem ter aspectos tão semelhantes?

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que, desde sua origem, a luta marajoara é tida como uma prática voltada para o lazer. O viés competitivo do campeonato ressignifica os objetivos intrínsecos à luta marajoara.

3. Mesmo que as lutas tenham características históricas, sociais e culturais que as individualizam, existem aspectos, ações e movimentos que são universais e as aproximam de outras lutas.

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CONEXÕES com

GEOGRAFIA

Os búfalos e a luta marajoara

O Arquipélago do Marajó está localizado no estado do Pará e é formado por cerca de 2 500 ilhas e ilhotas. Nessa região, a pecuária é uma atividade econômica importante, com destaque para a pecuária extensiva de búfalo.

Mapa de localização das regiões imediatas no Arquipélago do Marajó (Regionalização do IBGE de 2017)

Santa Cruz do Arari Cachoeira do Arari

Equador 0º

Chaves

Afuá

Anajás

Breves

Gurupá

Melgaço Curralinho

Bagre

Muaná

São Sebastião da Boa Vista

Salvaterra

Ponta de Pedras

Portel PARÁ

Breves

Soure-Salvaterra 0 75

Limite estadual

Limite municipal

Mapa de localização das regiões imediatas no Arquipélago do Marajó, no Pará.

Elaborado com base em: RODRIGUES, Kildren Pantoja. Miniatlas marajoara: Soure e Salvaterra. Belém, PA: Grupo Acadêmico Produção do Território e Meio Ambiente na Amazônia da Universidade Federal do Pará (GAPTA/UFPA), 2023. E-book p. 10. Disponível em: https://drive.google. com/file/d/1ADm9pOfDmeUBZQJdOWd2k7 gj0TWJfr3f/view. Acesso em: 23 ago. 2024.

A região abriga o maior rebanho de búfalos do país, com mais de 700 mil animais. Já a população humana é de 594 mil, de acordo com o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os búfalos são utilizados no turismo, em passeios pelas paisagens naturais; como meio de transporte e tração em terrenos e áreas alagadas, onde os carros não conseguem passar; e como fonte de leite, derivados e carne.

Tão importantes para a economia e para a cultura do Arquipélago do Marajó, os búfalos também fazem parte da história da luta marajoara, porque, depois de observarem atentamente a posição dos chifres e da cabeça desses animais durante suas lutas por território e pelo domínio de bandos, os vaqueiros começaram a reproduzir esses movimentos nas posições iniciais da luta marajoara.

AMAPÁ
Soure
50º O
OCEANO ATLÂNTICO

■ Briga de búfalos no Arquipélago do Marajó. Santa Cruz do Arari (PA), 2021.

1. O alto índice pluviométrico e as águas do rio Amazonas e do mar que banham a região fazem com que parte do arquipélago permaneça alagado. Os búfalos realizam um papel importante no transporte e na tração por essas regiões.

1. O Arquipélago do Marajó é o maior arquipélago fluviomarinho do mundo, está situado no encontro das águas do Rio Amazonas e do Oceano Atlântico e tem um alto índice de chuvas. Considerando esses fatores, quais funções importantes podem ser realizadas por búfalos?

2. Além da pecuária, os búfalos também estão presentes no setor de serviços do Arquipélago do Marajó. Em qual atividade desse setor os búfalos estão envolvidos?

2. Os búfalos estão envolvidos no turismo, no transporte e na alimentação.

3. Qual é a relação entre os búfalos e a luta marajoara?

4. Simbolicamente, quais conexões podem ser feitas entre a imagem dos búfalos e a dos praticantes da luta marajoara?

5. Sob a orientação do professor, a turma será organizada em grupos para realizar uma pesquisa, a fim de conhecer algumas curiosidades do Arquipélago do Marajó. Cada grupo ficará responsável pela pesquisa de um assunto.

5. Leia mais em Orientações para o professor

• Divisão geográfica e política do Arquipélago do Marajó e seus principais municípios.

• Principais pontos turísticos.

• Práticas corporais, além da luta marajoara, típicas do Arquipélago ou do estado do Pará.

• Comunidades quilombolas do Arquipélago do Marajó e suas principais atividades.

• Importância de o Arquipélago do Marajó ser uma Área de Proteção

Ambiental (APA).

Em seguida, elaborem um resumo de acordo com os dados obtidos. Em data previamente combinada, façam uma exposição oral para compartilhar as informações com os demais grupos, podendo utilizar vídeos e imagens como recurso de apoio.

3. Os vaqueiros se inspiraram na posição dos chifres e da cabeça dos búfalos durante as lutas por território e pelo domínio de bandos, reproduzindo esses movimentos nas posições iniciais da luta marajoara.

INDICAÇÃO

• A LUTA marajoara e sua conexão com Deiveson Figueiredo | UFC Austin. [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo. (7 min). Publicado pelo canal UFC Brasil. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=MHDEg4X4_vg. Acesso em: 19 ago. 2024. O vídeo apresenta o depoimento do atleta Deiveson Figueiredo sobre o uso da luta marajoara para vencer seus oponentes no UFC.

4. Espera-se que os estudantes compreendam que os praticantes da luta marajoara se inspiraram em alguns movimentos dos búfalos, animais típicos da região, para reproduzir movimentos corporais que se utilizam da força, símbolo da disputa territorial, do equilíbrio e da robustez do animal.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Jogos de oposição que remetem à luta marajoara

Nesta atividade, você participará de jogos de oposição que envolvem confronto entre dois participantes e disputa direta por espaço. Esses jogos desenvolvem habilidades de coordenação motora, equilíbrio, força e estratégia, além de promover o autocontrole e o respeito mútuo. São jogos adaptados para serem educativos e seguros que remetem a algumas ações corporais da luta marajoara.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra ou em uma sala, onde sejam dispostos colchões ou peças de tatame.

2. Será preciso utilizar giz ou fita adesiva para delimitar uma área circular, que será a área de jogo.

3. Antes de iniciar o jogo, é preciso definir as duplas que se enfrentarão.

4. Durante a prática, desenvolva as técnicas básicas de equilíbrio e os princípios de segurança descritas a seguir.

Técnicas de equilíbrio

• Base estável: manter os pés afastados na largura dos ombros, joelhos levemente flexionados e o peso distribuído igualmente entre os dois pés.

• Deslocamento lateral: deslocar-se lateralmente com passos curtos, a fim de manter base estável. Os pés nunca devem se cruzar.

• Apoio de três pontos: com os dois pés e uma mão tocando o solo, manter o corpo próximo ao chão, para evitar quedas bruscas.

Princípios de segurança

Deve-se estar atento e preocupado com a segurança corporal, moral e intelectual do companheiro de prática. Para garantir isso, a turma deve sempre seguir as seguintes orientações:

• não se machucar;

• não machucar os outros;

• não permitir que lhe machuquem.

Praticar

Cada jogo de oposição terá duração máxima de 60 segundos.

Primeiro jogo de oposição

• Os dois jogadores se posicionam no meio da área delimitada e tentam empurrar o oponente para fora da área circular com as mãos.

■ Ilustração demonstrativa do primeiro jogo de oposição em que o jogador empurra o oponente.

MARCELOKINA

• O objetivo do jogo é permanecer dentro da área delimitada.

• Não é permitido agarrar nem puxar o oponente, somente empurrar.

Segundo jogo de oposição

• Os jogadores devem tentar desequilibrar o opo nente, para que ele toque qualquer parte do corpo no chão além dos pés. Para isso, podem-se utilizar movimentos de puxar, empurrar e rotacionar.

• Não é permitido usar golpes ou movimentos bruscos que possam machucar o adversário.

Terceiro jogo de oposição

■ Ilustração demonstrativa do segundo jogo de oposição em que o jogador tenta desequilibrar o oponente.

• Os jogadores permanecem em pé, com uma perna à frente da outra e os pés dentro da área de luta. De frente um para o outro, os jogadores devem apoiar as mãos espalmadas nas mãos do oponente.

• As mãos devem ficar espalmadas, empurrando contra as mãos do oponente durante todo o jogo.

• O objetivo é fazer os dois pés do adversário tocarem fora da área de luta usando apenas a força nas palmas das mãos.

• Não é permitido passar rasteira.

Avaliar

■ Ilustração demonstrativa do terceiro jogo de oposição em que o jogador desloca o oponente para fora da área de luta com as mãos espalmadas.

Depois de participar dos jogos de oposição, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com a prática dos jogos de oposição?

2. Após participar dos jogos de oposição, você aprimorou a sua consciência corporal?

3. Em quais momentos da atividade você utilizou as habilidades de coordenação motora, equilíbrio, força e estratégia?

4. Durante os jogos de oposição, você e seu oponente se respeitaram? Em quais momentos você percebeu o valor do respeito sendo (ou não) praticado?

5. Você identificou elementos da luta marajoara nos jogos de oposição realizados? Se sim, quais?

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Práticas corporais indígenas nos rituais de passagem para a vida adulta 2 TÓPICO

Ao longo da vida, existem muitos marcos importantes de acordo com a cultura em que se está inserido, como aniversário, formatura, casamento, nascimento de filhos e outros eventos significativos. Alguns deles são comemorados de acordo com sua relevância para a pessoa ou para a comunidade.

Para os povos indígenas, alguns desses marcos são celebrados em rituais que acompanham uma determinada prática corporal, como a luta huka-huka, presente no ritual de passagem para a vida adulta das etnias que habitam as terras indígenas do Parque Indígena do Xingu, no estado do Mato Grosso.

A cultura corporal de movimento desses povos originários se manifesta por meio do hukahuka, quando elementos que constituem as identidades indígenas são reafirmados em cada ritual. As pinturas corporais, as roupas e os acessórios específicos para a luta e as gestualidades da prática corporal constituem uma parte relevante da história brasileira. O huka-huka é um dos elementos presentes no kuarup, ritual fúnebre sagrado em homenagem aos mortos ilustres das etnias do Xingu.

PRIMEIRO OLHAR

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes ativem seus conhecimentos a respeito do Xingu, principalmente no que se refere à demarcação do território e às ameaças do garimpo ilegal na região. 2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes construam inferências sobre a importância das práticas corporais durante a transição para a fase adulta nas culturas desses povos. Eles poderão argumentar também que a vida em ambientes naturais requer muito preparo físico, tanto para se proteger quanto para buscar alimentos.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais informações você conhece sobre os povos indígenas que habitam o Parque Indígena do Xingu?

2. De acordo com o que você conhece a respeito do modo de vida dos povos indígenas, que papel você imagina que as práticas corporais exercem no período de passagem para a vida adulta dessas sociedades?

3. Com relação aos rituais da cultura indígenas, quais diferenças você imagina que existam nos ritos de passagem para a fase adulta dos meninos e das meninas dos povos originários que praticam a luta huka-huka?

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes construam hipóteses que considerem essas diferenças, uma vez que os papéis sociais de mulheres e homens nas sociedades indígenas são diferentes.

Os jovens indígenas do Xingu precisam passar por um período de reclusão para se tornarem bons lutadores de huka-huka e iniciarem seu rito de passagem para a vida adulta. A reclusão deve ser iniciada com a chegada da puberdade, por volta dos doze anos de idade para os meninos e após a primeira menstruação para as meninas. Enquanto as meninas permanecem

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reclusas por um ano, aprendendo a realizar tarefas de preparo dos alimentos e a confeccionar artesanato, a reclusão dos meninos é mais longa e dura por volta de seis anos. Nesse período, eles são preparados espiritual e fisicamente para os futuros combates de huka-huka, com treinos diários para aprimorar a técnica, desenvolver a força física e aprender a mitologia e a história dessa luta, além de entender como se portar em sociedade. Ao se aproximarem dos dezoito anos, os jovens passam por um processo de seleção na sua aldeia, para que seja verificado se eles estão prontos para participar como lutadores no kuarup.

A luta huka-huka é antecedida por um ritual: os lutadores se deslocam lateralmente em círculos, um de frente para o outro, enquanto batem os pés no chão e gritam alternadamente “hu ha hu ha” até se ajoelharem, encostarem uma mão no pescoço do oponente e efetivamente iniciarem o combate tentando derrubar o adversário. Não são permitidos socos, chutes, joelhadas, cotoveladas, cabeçadas, chaves de articulação, mordidas e puxões de cabelo.

LER E COMPARTILHAR

■ Indígenas da etnia kalapalo, da Aldeia Aiha, ajoelhados em combate da luta huka-huka, em Querência (MT). Fotografia de 2022.

Leia, a seguir, o trecho de um artigo publicado na internet a respeito do kuarup.

Kuarup – o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu

[…]

O Kuarup ocorre sempre um ano após a morte dos parentes indígenas. Os troncos de madeira representam cada homenageado. Eles são colocados no centro do pátio da aldeia, ornamentados, como ponto principal de todo o ritual. Em torno deles, a família faz uma homenagem aos mortos. Passam a noite toda acordados, chorando e rezando pelos seus familiares que se foram. E é assim, com rezas e muito choro, que se despedem, pela última vez.

De acordo com a tradição, os convidados que vêm de outras comunidades e acampam nas proximidades da aldeia Kamayurá recebem, das famílias que estão de luto, presentes como peixe e beiju. “No total, são 8 etnias que estão presentes aqui. Dentre elas, o anfitrião Kamayurá, e os convidados Kuikuro, Mehinako, Kalapalo, Matipu, Waurá, Kaiabi e Aweti”, afirma Pablo Kamaiurá. Kumaré Txicão, Coordenador Regional do Xingu, também compareceu ao evento ajudando na organização e recepção dos presentes. Para Kumaré, “os pajés, familiares e convidados devem estar tranquilos para que possam expressar sua homenagem aos familiares mortos”.

O rito de passagem das meninas que iniciam a vida adulta também faz parte do ritual. Antes do Kuarup, elas ficam reclusas em casa por um ano, período de reflexão que encerra a puberdade.

2. Participam do kuarup os familiares dos mortos e os convidados de outras comunidades indígenas. A aldeia que sedia o evento convida e recebe outras etnias do Alto Xingu. No caso da cerimônia de que trata o texto, os kamaiurá são os anfitriões, que convidaram os demais grupos a participar – os kuikuro, os mehinako, os kalapalo, os matipu, os waurá, os kaiabi e os aweti. Os convidados de outras comunidades acampam nas proximidades da aldeia kamaiurá e recebem, dos membros das famílias enlutadas, presentes como peixe e beiju.

No segundo dia, começa a luta chamada huka-huka. Os guerreiros, anfitriões do ritual, junto com os convidados, passam a noite anterior em claro, se preparando, se arranhando com dente de um peixe da espécie “cachorro”, passando ervas em toda pele, e pintando seus corpos e cabelo com jenipapo e urucum. Tudo isso com um objetivo: enfrentar seus adversários e, assim, ganhar a luta.

Durante o huka-huka, os guerreiros jovens se enfrentam. O objetivo é tocar a coxa do adversário ou derrubá-lo segurando a sua perna. Quem conseguir isso primeiro ganha. Ao final da luta, os ornamentos colocados nos troncos são retirados e entregues às famílias dos mortos homenageados. Em seguida, os troncos são atirados na Lagoa Ipavu, para que a alma deles seja liberta.

■ Indígenas da etnia mehinako, da Aldeia Uyapiyuku, dançando próximo aos troncos de árvore que serão usados no kuarup, no Parque Indígena do Xingu, em Gaúcha do Norte (MT). Fotografia de 2022.

VILELA, Ana Carolina Aleixo. Kuarup: o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu. [Brasília, DF]: Fundação Nacional dos Povos Indígenas, 31 out. 2022. Disponível em: www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2018/kuarup-o-ritualfunebre-que-expressa-a-riqueza-cultural-do-xingu. Acesso em: 17 ago. 2024.

AMPLIAR

3. Nesse ritual, troncos de madeira que representam os falecidos homenageados são ornamentados e colocados no centro do pátio da aldeia. Ao redor desses troncos, as famílias dos falecidos passam a noite acordadas, chorando e rezando, como uma forma de despedida final.

O Parque Indígena do Xingu, primeiro território indígena demarcado no Brasil, está localizado na porção sul da Amazônia brasileira, no nordeste do estado do Mato Grosso, onde vivem dezesseis povos indígenas distribuídos pelo Baixo Xingu, Médio Xingu e Alto Xingu, nas partes norte, central e sul do território, respectivamente.

Embora seja o maior conjunto de áreas de preservação interconectadas do mundo, com uma biodiversidade muito rica, o território está ameaçado pela invasão ilegal de garimpeiros de terras indígenas e unidades de conservação, o que acarreta a contaminação de doenças pelos povos indígenas e a destruição da floresta.

ATIVIDADES

4. Os guerreiros anfitriões do ritual, juntamente com os convidados, passam a noite anterior em claro, arranhando-se com dentes de um peixe da espécie cachorro, passando ervas em toda a pele e pintando seus corpos e cabelos com jenipapo e urucum.

1. Entre os vários rituais que ocorrem nas comunidades indígenas, o kuarup é um grande evento que se estende por dois dias e envolve várias etnias indígenas. Quais são as celebrações que fazem parte do kuarup?

1. No kuarup, um ritual fúnebre, homenageiam-se os indígenas mortos há um ano, acontece o rito de passagem de adolescentes (meninos e meninas) para a fase adulta e celebram-se as relações entre aldeias e etnias.

2. Quem participa do ritual do kuarup? Quais são as etnias que participaram da cerimônia do kuarup de que trata o texto e como isso acontece?

3. Por meio de muitas representações, os povos indígenas do Xingu homenageiam os mortos. Como são feitas as homenagens no primeiro dia de ritual?

4. A luta huka-huka proporciona uma amostra de força e habilidade. O ritual que a antecede, envolvendo os lutadores, é considerado extremamente importante para o resultado final. De acordo com o artigo lido, como é esse preparo?

5. Ao final da luta, cumpre-se o rito com os troncos de madeira iniciado no dia anterior. Qual é o desfecho em relação a esses troncos quando a etapa da luta huka-huka termina?

5. Ao final da luta huka-huka, os ornamentos colocados nos troncos são retirados e entregues às famílias dos mortos homenageados. Em seguida, os troncos são atirados na Lagoa Ipavu, no caso da aldeia kamaiurá, para que as almas dos mortos sejam libertas.

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1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes citem a importância de equilibrar as atividades – tanto de estudo, individual ou em grupo, quanto de lazer, com colegas, amigos e familiares –, alternando-as com períodos adequados para se alimentar de maneira saudável, descansar e dormir bem e evitando sempre o comportamento sedentário, que pode prejudicar a saúde física e a saúde emocional. Eles poderão relatar vivências pessoais e os próprios pontos de vista a respeito das situações e dos contextos.

REFLETIR ARGUMENTAR E

2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes relacionem suas projeções futuras a realizações pessoais e reconheçam a importância de trilhar um caminho que os conduza a conquistar o

Leia esta tirinha, que aborda o conflito de uma adolescente em relação à sua rotina.

que desejam, levando em consideração seu desenvolvimento e constante busca pelo aprimoramento, além de ter como uma das prioridades o respeito às pessoas, ou seja, articulando as dimensões intelectual, física, social, afetiva, ética e moral.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Em sua opinião, de que forma o período da adolescência deve ser vivido? Como é possível lidar com todos os desafios pessoais que fazem parte dessa fase?

2. Qual é a sua expectativa em relação à formação universitária e ao mundo do trabalho? Como você acha que os jovens devem se preparar para esses momentos? Compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor.

3. O huka-huka faz parte da cultura corporal de movimento dos jovens indígenas em um momento importante de suas vidas. Como você percebe, em seu cotidiano, as práticas corporais que compõem o universo cultural em que vive atualmente?

INDICAÇÃO

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes consigam compreender que, assim como os povos indígenas, os jovens, em seus diversos contextos, também têm suas próprias manifestações corporais. Na sociedade, é possível perceber que

• X INGU: contatos. [São Paulo]: Instituto Moreira Salles, [2023]. Disponível em: https://ims.com.br/exposicao/ xingu-contatos_ims-paulista/. Acesso em: 19 ago. 2024.

A página permite visitar virtualmente a exposição sobre o Xingu que aconteceu entre 2022 e 2023 e acessar fotografias e filmes produzidos por pessoas não indígenas desde o século XIX, além de vídeos com entrevistas de indígenas de diferentes etnias que habitam a região.

muitas pessoas têm um time que preferem nas mais diversas modalidades esportivas, assistem a esportes pela televisão ou na internet antes de praticá-los, torcem pelo Brasil ou por seus países de origem nos jogos olímpicos, realizam exercícios físicos em parques, academias, praças etc. Assim, os estudantes devem perceber que todos esses aspectos compõem a cultura corporal de movimento.

ANDERSEN, Sarah. [Eu deveria estar]. In: ANDERSEN, Sarah. Ninguém vira adulto de verdade Tradução: André Czarnobai. São Paulo: Seguinte, 2016. p. 4.
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BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Ritos de passagem indígenas para a fase adulta

Você observou que a passagem para a vida adulta recebe atenção especial em algumas culturas indígenas. Agora, por meio de uma pesquisa documental, você vai investigar outras etnias indígenas e descobrir quais práticas corporais dessas culturas fazem parte dos ritos de passagem para a vida adulta.

Primeira etapa

1. Reúna-se com três colegas para compor um grupo que irá realizar a pesquisa documental.

2. Juntos, façam uma busca na internet por informações sobre a cultura destes povos indígenas: bororo, canela, karajá, kadiwéu.

3. Preparem um relatório que informe: nome da etnia, local onde vive, organização social e familiar, rituais, ritos de passagem para a fase adulta, práticas corporais significativas nos ritos de passagem.

Segunda etapa

1. Nesta etapa, o trabalho será individual. Cada integrante do grupo escolherá uma das quatro etnias pesquisadas para elaborar um mapa conceitual.

Mapa conceitual é uma forma de dispor e apresentar o conhecimento, por meio de uma estrutura gráfico-visual que organiza conceitos e os relaciona.

2. Considere as orientações a seguir para elaborar o seu mapa conceitual.

• Dê destaque ao termo principal, do qual irradiam os demais termos e conceitos.

• Com base no relatório produzido em grupo, selecione os conteúdos mais relevantes, que devem constar no mapa conceitual.

• Utilize uma linguagem simples e concisa.

• Conecte termos (palavras ou expressões) a frases explicativas que, por sua vez, estejam conectadas a outros termos, criando relações e inter-relações.

• Utilize formas e conectores, como fios e setas.

3. Com o mapa conceitual pronto, forme outro grupo com os colegas que escolheram a mesma etnia que você, para trocar informações sobre os mapas elaborados. Aproveitem para conversar sobre as diferenças entre a fase da adolescência que vocês vivem e as experiências vivenciadas pelos adolescentes das etnias indígenas representadas nos mapas conceituais.

4. Após esse diálogo com os colegas, combinem com o professor um momento para apresentar à turma uma síntese dos conhecimentos construídos.

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Jogos de oposição que remetem à luta huka-huka

Nesta seção, você terá a oportunidade de participar de três jogos de oposição que remetem à luta huka-huka e nos quais o objetivo do jogador é desequilibrar o oponente, ao mesmo tempo que evita o próprio desequilíbrio. Além do equilíbrio, serão trabalhados o seu tempo de reação, a sua resistência e a sua força.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra ou em uma sala, onde sejam dispostos colchões ou peças de tatame.

2. Será preciso utilizar giz ou fita adesiva para demarcar a área de luta, que pode corresponder a um círculo com 2 metros de diâmetro ou a um quadrado com 2 metros quadrados.

3. Antes de iniciar o jogo de luta, é preciso definir as duplas que se enfrentarão.

4. A duração máxima de cada jogo de oposição será 1min30s.

Praticar

1. No primeiro jogo de oposição, os jogadores permanecem agachados, com as mãos espalmadas nas mãos do oponente, tendo como objetivo desequilibrar o adversário, para encostar o quadril ou o(s) joelho(s) dele no chão, sem que o(s) seu(s) próprio(s) joelho(s) e quadril encostem no chão.

■ Ilustração demonstrativa de jogo de oposição no qual os oponentes se enfrentam em pé, com só um dos pés no chão.

■ Ilustração demonstrativa de jogo de oposição no qual os oponentes se enfrentam agachados.

2. No segundo jogo de oposição, os jogadores ficam em pé com um pé no chão. A outra perna permanece flexionada, com a mão do mesmo lado segurando o pé. A mão que estiver livre será entrelaçada com a mão do adversário. O objetivo é tentar desequilibrá-lo, para que ele toque o pé da perna flexionada no chão.

MARCELO KINA
MARCELO

3. No terceiro jogo de oposição, os jogadores permanecem na arena com os dois pés apoiados no chão e tentam tocar a parte posterior de um dos joelhos do adversário.

■ Ilustração demonstrativa de jogo de oposição no qual os oponentes buscam tocar a parte posterior de um dos joelhos do adversário.

Avaliar

Depois de participar dos jogos de oposição, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com a prática dos jogos de oposição?

INDICAÇÃO

• XINGU: Huka-huka.

[S. l.: s. n.], 2010. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Programa Box Cultural. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=a9P82STW wDI. Acesso em: 19 ago. 2024. O vídeo apresenta a luta indígena huka-huka.

2. Quais são as semelhanças e as diferenças entre os jogos de oposição que você vivenciou e a luta huka-huka?

3. Ao conhecer a luta huka-huka e vivenciar os jogos de oposição, você conseguiu identificar como é importante o reconhecimento das diferentes culturas presentes no Brasil?

4. Você percebeu o trabalho de equilíbrio, tempo de reação, resistência e força durante a prática dos jogos de oposição? Descreva em que momento você utilizou cada um desses elementos.

5. Durante a prática dos jogos de oposição, você e seu oponente se respeitaram, seguindo a determinação preestabelecida de não fazer movimentos bruscos, quando tocavam no corpo um do outro?

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3 TÓPICO

Capoeira: da marginalização ao reconhecimento

A roda de capoeira é um espaço de transmissão cultural. O jogo acontece entre duplas de capoeiristas, que se revezam e utilizam movimentos que exigem destreza, enquanto os capoeiristas no entorno cantam, batem palmas e participam da bateria, composta por um ou mais berimbaus, pandeiro e caxixi – eventualmente, atabaque e agogô. Desse espaço ritualizado da roda, fazem parte: o mestre, que é o guardião da cultura e de todos os saberes; o contramestre, que possui graduação superior à de um professor de capoeira e inferior a de um mestre; e seus discípulos ou alunos.

PRIMEIRO OLHAR

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compartilhem com os colegas suas vivências com a capoeira e seus conhecimentos sobre o entorno onde vivem relacionados a essa prática corporal.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Você já jogou capoeira ou assistiu a uma roda de capoeira? No bairro em que você mora, existe algum grupo ou escola de capoeira? Comente com os colegas.

2. A capoeira compreende um conjunto de significados que são parte da cultura brasileira, como roupas, instrumentos, músicas e gestos. Converse com os colegas sobre quais elementos da capoeira você conhece.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes levantem conhecimentos prévios a respeito dos elementos que compõem a capoeira.

3. Em sua opinião, conhecer a cultura e o protagonismo da população afro-brasileira contribui para combater as violações racistas na sociedade? Justifique.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que conhecer a cultura e o protagonismo da população afro-brasileira favorece a construção do respeito e da compreensão dos povos africanos, além de contribuir para a luta contra o racismo e para a valorização dos descendentes africanos.

A primeira música cantada na roda é a ladainha, entoada pelo tocador de berimbau. Nesse momento, os demais instrumentistas e os membros da roda permanecem em silêncio, começando a cantar, a tocar e a bater palmas somente no momento do canto de entrada. Durante o canto de entrada, dois capoeiristas que estavam agachados próximos ao berimbau realizam uma saudação e começam o jogo dentro da roda. Depois do canto de entrada, o tocador de berimbau acelera o ritmo do som, o que propõe aos capoeiristas uma dinâmica mais intensa no jogo.

A origem da capoeira remonta ao século XVIII, durante o período da escravidão, quando os africanos trazidos para o Brasil viveram diversas opressões racistas e precisavam se manter ágeis e fortes para sobreviver e se defender da hostilidade da elite branca dominante.

Nessa época, os escravizados que viviam nos grandes centros da época, como Salvador, Rio de Janeiro e Recife, praticavam a capoeira como uma luta corporal contra a opressão do Estado português. A luta também acontecia em confrontos de gangues urbanas, que dividiam as cidades em grupos e lutavam para dominar as atividades econômicas de outros escravizados em alguns territórios.

■ RUGENDAS, Johann Moritz. Jogar capoeira ou dança da guerra. 1825, publicada em 1835. Litografia colorida à mão, 51,3 cm x 35,5 cm. Biblioteca Nacional.

Práticas e cultos dos ancestrais faziam parte do cotidiano dos escravizados, ainda que muitos passassem a impressão de terem aderido completamente a outras culturas. Assim como alguns nunca abandonaram seus orixás, o mesmo se deu com a prática da capoeira, que era originalmente uma luta e, na colônia, foi considerada muitas vezes uma “dança para a distração”.

Entre 1889 e 1937, a capoeira foi considerada crime previsto pelo Código Penal. Apesar disso, continuou sendo praticada na Bahia, onde a repressão era menor, mas só voltou a ser autorizada em 1934. O responsável por tornar a capoeira uma prática legalizada no país foi Manoel dos Reis Machado (1899-1974), conhecido como Mestre Bimba. Nascido em Salvador, começou a praticar capoeira aos 12 anos e, a partir dos 18, passou a desenvolver um método de ensino, com cerimônias de batismo, formatura e especialização.

A capoeira de Mestre Bimba apresentava um jogo voltado para um tipo de luta menos rasteira e mais veloz e passou a ser denominada capoeira regional, diferenciando-se da capoeira de Angola, que mantém a prática de capoeira mais tradicional, com golpes mais próximos ao solo.

Mestre Bimba criou um código de ética, segundo o qual, durante a prática, os praticantes da capoeira regional deveriam estar sempre usando uniformes brancos e limpos, com lenços coloridos que indicavam sua graduação, apresentar boas notas na escola, não beber álcool nem fumar. As habilidades dos capoeiristas só poderiam ser demonstradas dentro da roda de capoeira, a não ser quando houvesse uma situação surpresa em caso de briga real. As regras de Mestre Bimba conquistaram, também, alunos da classe média branca e as mulheres, que eram excluídas das rodas de capoeira até então. O estilo se espalhou pelo Brasil e por diversas partes do mundo.

■ Mestre Bimba, o criador da capoeira regional. São Paulo (SP), 1971.

Mestre Bimba transformou a capoeira em uma atividade reconhecida social e culturalmente e, em 1932, obteve o certificado de formador e registrou sua primeira academia. Em 1953, realizou uma demonstração de capoeira para o então presidente Getúlio Vargas (1882-1954), que declarou: “A capoeira é o único esporte verdadeiramente brasileiro”.

Depois de sobreviver a um período de perseguição, a capoeira ressignificou seus sentidos para a sociedade, e, em 2008, a Roda de Capoeira e o Ofícios dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2014, a Roda de Capoeira foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e é entendida como uma prática genuinamente brasileira. Essas ações são importantes, pois contribuem para a manutenção da capoeira e garantem a preservação da memória dos antepassados dos afrodescendentes e de suas raízes culturais.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um texto sobre a valorização do legado ancestral da cultura afro-brasileira.

Capoeiristas da PB falam sobre a importância do legado ancestral da cultura afro-brasileira

Presente em todo o estado, a capoeira traz consigo a valorização da identidade negra, de seus saberes e sua história

De crime previsto no Código Penal brasileiro a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a capoeira é, hoje, uma das principais manifestações culturais brasileiras e está presente em mais de 150 países, segundo levantamento do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan).

Herança dos povos africanos trazidos à força para serem escravizados no Brasil, ao longo da história a capoeira já foi concebida como luta, dança, esporte, folclore, ritual, prática pedagógica, terapêutica e cada vez mais tem sido assumida e reivindicada por seus praticantes como saber tradicional e movimento de resistência e emancipação social da população negra.

treinéis: alunos de capoeira que treinam outras pessoas.

Na Paraíba, assim como na maioria dos estados do país, os grupos de capoeira estão presentes em praticamente todos os municípios do estado com trabalhos que envolvem desde a promoção da saúde até a formação cultural e cidadã de milhares de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Neste sentido, destaca-se a contribuição do(a)s mestre(a)s, contramestre(a)s, professore(a)s, instrutore(a)s e treinéis na transformação da realidade não só de praticantes como também de famílias e comunidades inteiras através da afirmação e resgate das tradições, conhecimentos e valores da cultura afro-brasileira representada na capoeira.

■ Jovens praticam capoeira. Salvador (BA), 2023.

Consciência

Educadora popular, ativista social e mestra do grupo Capoeira Angola

Palmares de João Pessoa, Maria de Lourdes Farias Lima, a Mestra Malu, desenvolve há mais de 20 anos um trabalho com crianças e jovens do bairro do Roger. Segundo ela, o universo da capoeira – a roda, o jogo, as músicas, os instrumentos, o ritual – traz consigo uma série de princípios e fundamentos que envolvem desde a valorização da identidade negra e da coletividade até uma revisão crítica da história brasileira e a conscientização sobre a luta por direitos.

“Quando a gente tem a possibilidade de abrir uma roda com crianças, adolescentes e jovens, nós podemos experimentar um processo formativo existencial. É se reconhecer, é pertencer. Hoje o movimento da capoeira ensina que a gente precisa firmar esse lugar de quem somos. É a partir do sentir, do falar, do olhar que a gente se reconhece como pertencente à matriz afro-indígena”, explicou ao Brasil de Fato PB.

Questionada sobre que diferença a vivência da capoeira faz na vida dos capoeiristas, Mestra Malu é categórica: “Tudo!”

1. A prática da capoeira é uma herança dos povos africanos escravizados no Brasil e, inicialmente, foi criminalizada pelo Código Penal. Ao longo da história, a capoeira foi considerada luta, dança, esporte, folclore, ritual, prática pedagógica e terapêutica. Atualmente, a capoeira é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade e está presente em mais de 150 países, sendo reivindicada por seus praticantes como saber tradicional e movimento de resistência e emancipação social da população negra.

“Sabendo quem eu sou, eu posso caminhar. Eu sei para onde tenho que caminhar porque, quando eu olhar para trás, eu tenho um lugar de pertencimento. Eu não tenho dúvidas de quem eu sou […]”, afirma a mestra.

[…]

Identidade

2. Com o empenho dos mestres, contramestres, professores, instrutores e treinéis, que se transformaram em verdadeiros agentes transformadores dos praticantes de capoeira e de suas comunidades, a capoeira tem contribuído para a promoção da saúde e para a formação cultural, além de promover a valorização da identidade negra e transmitir o legado ancestral da cultura afro-brasileira.

Com quase 30 anos de vida dedicados à capoeira, Alberto Antônio dos Santos Silva, o Contramestre Escurinho, do grupo Capoeira Badauê, também ressalta a importância do legado ancestral da arte no que se refere ao despertar da consciência negra.

“A capoeira traz consigo toda uma ancestralidade que reafirma a importância de se reconhecer como cidadão brasileiro negro, como afrodescendente, com consciência de que tudo que é preto é bom, é maravilhoso! Falar de capoeira é falar de vida, é falar de existência, de resistência. É falar da consciência negra de todas as horas, é o que eu vivo”, resume o contramestre.

Assim como mestra Malu, Escurinho também destaca a transformação que a capoeira promove nos praticantes, sobretudo na juventude negra, ao abrir novas perspectivas através de uma espécie de realinhamento da visão sobre o passado, presente e futuro.

CABRAL, Filipe. Capoeiristas da PB falam sobre a importância do legado ancestral da cultura afro-brasileira. Brasil de Fato Paraíba, João Pessoa, 24 nov. 2022. Disponível em: www.brasildefatopb.com.br/2022/11/24/capoeiristas-da-pb-falam-sobre-a-importancia-do-legadoancestral-da-cultura-afro-brasileira. Acesso em: 29 ago. 2024.

ATIVIDADES

1. Considerada uma das principais manifestações culturais brasileiras, a capoeira passou por uma transformação histórica. Como ocorreu essa mudança?

2. De acordo com o texto lido, qual é o impacto da capoeira na formação cultural da comunidade da Paraíba?

3. Para a Mestra Malu, o movimento da capoeira vai além da prática física, pois envolve um processo formativo de identidade cultural. Explique.

4. Mestra Malu acredita que, ao valorizar a identidade negra, a capoeira abre possibilidade para uma revisão crítica da história brasileira. Reflita sobre esse aspecto e explique a importância desse processo para a sociedade.

5. Com uma grande experiência com a capoeira, Alberto Antônio dos Santos Silva, o Contramestre Escurinho, estabelece uma relação entre a cultura corporal de movimento e a ancestralidade. Explique essa relação, de acordo com o capoeirista.

3. Espera-se que os estudantes respondam que a capoeira oferece a oportunidade de experimentar um processo de autoconhecimento e pertencimento. Esse reconhecimento se dá através do sentir, do falar e do olhar, permitindo que os praticantes se identifiquem e se conectem com a matriz afro-indígena, por meio da roda, do jogo, das músicas e dos instrumentos, reforçando a consciência de quem são e o valor de suas raízes.

4. Espera-se que os estudantes compreendam a valorização da identidade negra como uma oportunidade para o empoderamento da população negra, o que abre a possibilidade para a adoção de um posicionamento crítico em relação à segregação, ao racismo e ao apagamento das referências afro-brasileiras na sociedade, que sempre acompanharam a história do Brasil, desde o período escravocrata até os dias atuais.

5. Segundo o Contramestre Escurinho, a capoeira carrega ancestralidade capaz de reafirmar a importância do autorreconhecimento como cidadão brasileiro negro, da existência, da resistência e da consciência negra. Observando essa fala, espera-se que os estudantes infiram que, ao lutar ou jogar capoeira, atualmente, reafirmam-se e valorizam-se a ancestralidade e a cultura dos povos negros do Brasil.

INDICAÇÃO

• RODA de Capoeira: Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vídeo (10 min). Publicado pelo canal Iphan. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=_ HeWO3vmCXY. Acesso em: 29 ago. 2024.

O vídeo apresenta a roda de capoeira.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Transcrição da faixa de áudio 2: Sem capoeira eu não posso viver / Sou peixe fora do mar / Passarinho sem voar / Dia sem escurecer // Mesmo rastejando eu vou / Agacho para jogar / Peço ao berimbau que toca / E a Deus para me olhar // Posso ficar sem comer / Nem água eu beberei / Sem capoeira não fico / Porque senão eu morrerei // Peixe fora d'água morre / O dia tem que escurecer / E eu sem capoeira / Não sei o que vou fazer // Passarinho sem voar / Eu sem minha capoeira / Passarinho bate asa / Eu fiquei nessa tristeza

6. Ao se analisarem as falas da Mestra Malu e do Contramestre Escurinho, é possível afirmar que, ao se jogar capoeira, preserva-se a identidade cultural de um povo? Forme uma roda de conversa com os colegas e compartilhe sua justificativa.

7. De acordo com o texto lido, explique a importância da capoeira para o estado da Paraíba.

7. Leia mais em Orientações para o professor

8. Em uma roda de capoeira, a ladainha é a primeira música cantada. Ao longo dela, outros tipos de cantiga são executados. Na internet ou em meio impresso, faça uma pesquisa documental para saber as características dessas cantigas na capoeira de Mestre Bimba, conhecida como capoeira regional. Depois, compartilhe as informações com a turma e verifique se os dados obtidos são semelhantes ou não aos dos colegas.

8. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

9. Reúna-se com três colegas para ouvir a canção “Sem capoeira eu não vivo”, do Abadá Capoeira. Em seguida, realizem as próximas etapas. A atividade pode ser desenvolvida com o apoio do professor de Língua Portuguesa.

• No caderno, transcrevam a letra da canção e, depois, façam uma análise dela, observando o tema e o refrão.

• Em seguida, pesquisem três canções de capoeira e também as analisem.

• Comparem as letras das canções para verificar as semelhanças e as diferenças entre elas em relação ao tema.

• Ao final, compartilhem as análises com os demais grupos.

6. Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois as falas dos dois capoeiristas reafirmam a importância da capoeira na construção identitária dos povos negros no Brasil. Elas discorrem sobre pertencimento, afirmação cultural e empoderamento do povo negro.

REFLETIR ARGUMENTAR E

9. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a canção tem como tema a importância da capoeira na vida do artista e tem como público-alvo os praticantes e os admiradores da capoeira. O conteúdo retrata a capoeira como força vital, determinação e resiliência para o compositor, que se sente perdido e desamparado sem a prática.

Leia, a seguir, o trecho de um texto do filósofo Antônio Bispo dos Santos (1959-2023), conhecido como Nêgo Bispo.

Vamos para o outro lado. Tem uma roda de capoeira, e agora vem um espanhol, que nunca viu a capoeira. Tem cinquenta pessoas jogando capoeira, e esse que nunca viu a capoeira, pede para entrar. Pode? A capoeira é rodando, o samba é rodando, o batuque, a gira nos terreiros de umbanda e de candomblé… Tudo para nós é rodando. Tudo para os colonizadores é linear. É um olhar limitado a uma única direção.

SANTOS, Antônio Bispo dos. Somos da Terra. In: CARNEVALLI, Felipe et al. (org.). Terra: antologia afro-indígena. São Paulo: Ubu; Belo Horizonte: Piseagrama, 2023. p. 12.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Quando as pessoas estão organizadas em círculo ou em roda, todos conseguem enxergar uns aos outros, favorecendo-se, assim, o acolhimento, as trocas e o diálogo.

1. O autor contrasta a organização circular de várias manifestações culturais afro-brasileiras com a organização linear dos colonizadores. Considerando as possibilidades de comunicação entre as pessoas, qual é a diferença entre uma organização circular e uma organização linear?

2. Em sua opinião, qual das duas possibilidades a seguir favorece uma relação mais democrática: aquilo que roda ou aquilo que olha para uma única direção? Construa uma argumentação para justificar sua resposta.

2. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

3. Atualmente, a roda de capoeira é praticada em diversos países. Quais são os impactos que podem acompanhar essa expansão?

3. Leia mais em Orientações para o professor

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Circuito de movimentos de capoeira

Nesta seção, você terá oportunidade de vivenciar seis movimentos básicos da capoeira e compreender a função deles no jogo entre os dois capoeiristas que estiverem na roda. Você vai precisar de equilíbrio, agilidade e coordenação para executar todos os movimentos.

Planejar

Transcrição da faixa de áudio 3: Histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Eu não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, olho histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, foi o tempo de tristeza / O berimbau me ajudou / Hoje eu jogo a capoeira / Por esse mundo com amor // Ê, a

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como uma quadra ou um pátio. É preciso dividir o espaço em seis estações, uma para cada movimento da capoeira, e utilizar um giz para escrever, em frente a cada estação, o nome do movimento que será executado.

2. Será necessário reservar um dispositivo conectado a uma caixa de som com acesso à internet, para que, ao longo das experiências, vocês possam ouvir músicas de capoeira.

3. Antes de iniciar a atividade, é preciso organizar seis grupos e distribuí-los pelas seis estações. Caso haja estudantes com conhecimento sobre a capoeira, eles podem atuar como mentores nos diferentes grupos.

Praticar

capoeira me ajudou / Com sua libertação / Me mostrou o seu caminho / Com seu berimbau na mão // Mas hoje eu agradeço a Deus / Pelo mundo que eu sei / Mas foi pela capoeira / Que eu me apaixonei // Ê, mas histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Eu não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu

1. Forme uma dupla com um colega, para que vocês corrijam um ao outro em cada estação. Vocês podem revezar as funções, corrigindo ou realizando os movimentos, a cada duas execuções.

2. Cada estação terá em média quatro minutos de duração.

• Estação 1: ginga. O corpo permanece relaxado, enquanto a pélvis realiza um movimento circular, promovendo a transferência de peso de uma perna para a outra. As pernas avançam e recuam, com alternância entre o pé que está na frente e o pé que está atrás. Os braços acompanham o balanço do corpo, movendo-se para proteger a cabeça. Durante o jogo de capoeira, a ginga permite ao capoeirista:

• mover-se em qualquer direção, nível ou plano;

• afastar-se ou aproximar-se do seu oponente;

• subir ou descer no momento oportuno;

• desvencilhar-se para o lado, de acordo com o golpe aplicado pelo oponente;

• ter uma base que o deixe girar, torcer o corpo, saltar, chutar etc.;

• ter uma visão ampla de seu oponente.

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento ginga.

MARCELO KINA

• Estação 2: meia-lua de frente. Com uma das pernas, realiza-se um semicírculo frontal (de fora para dentro), similar ao traçado de uma meia-lua. O movimento pode ser realizado com a máxima amplitude pela perna à frente do corpo, em projeção até a altura da cabeça do oponente. No jogo de capoeira, as funções da meia-lua de frente são:

• atacar;

• atrair o oponente para aplicar um outro golpe;

• atingir maior eficiência no ataque ou contra-ataque, combinando-a com outro movimento.

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento meia-lua de frente.

Estação 3: queixada. Movimento inverso e complementar ao da meia-lua de frente, é realizado com uma das pernas formando um semicírculo frontal (de dentro para fora) com toda a amplitude, até tentar atingir a distância da altura do queixo do oponente. No jogo de capoeira, as funções da queixada são:

• atacar;

• atrair o oponente para aplicar um outro golpe;

• atingir maior eficiência no ataque ou contra-ataque, combinando-a com outro movimento.

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento queixada.

Estação 4: cocorinha. Para realizá-la, o capoeirista executa um agachamento e apoia a palma de uma das mãos no chão, enquanto a outra permanece na altura da testa, para proteger o rosto. No jogo de capoeira, as funções da cocorinha são:

• defender o capoeirista de movimentos altos de ataque do oponente;

• permitir a aproximação ou o afastamento do oponente;

• viabilizar a saída do ataque do oponente;

• permitir a aproximação do centro do oponente, garantindo um lugar seguro para a visão de várias possibilidades de ataque ou contra-ataque.

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento cocorinha.

• Estação 5: negativa. É o prolongamento da cocorinha: a posição do corpo permanece semifechada (ao invés de fechada, como na cocorinha), com uma das pernas estendida, mas com o joelho semiflexionado e o braço de apoio do mesmo lado da perna estendida com a palma da mão apoiada no chão. No jogo de capoeira, as funções da negativa são:

• defender;

• permitir a neutralidade e a locomoção;

• contra-atacar.

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento negativa.

• Estação 6: rolê. Nesse movimento, o corpo gira ao redor do próprio eixo, enquanto se apoia uma mão de cada vez no chão, simultaneamente aos pés. No jogo de capoeira, as funções do rolê são promover:

• a mudança da posição do corpo, para transformar uma situação de defesa em ataque, uma abertura em fechamento ou uma entrada em saída (e vice-versa);

• o deslocamento em várias direções.

Avaliar

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento rolê.

Depois de participar das estações com os movimentos de capoeira, compartilhe com os colegas e o professor suas percepções sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como você descreve sua experiência ao praticar os movimentos de capoeira? Quais movimentos você achou mais desafiadores e como lidou com essas dificuldades?

2. Ao colaborar com seu parceiro nas estações, quais dicas você ofereceu para melhorar a execução dos movimentos? Como as sugestões que você recebeu influenciaram a sua própria execução?

3. Como você avalia a acessibilidade da capoeira para pessoas com diferentes níveis de aptidão física? Quais adaptações podem ser feitas para respeitar os limites individuais?

4. De que forma você identificou as funções de ataque, contra-ataque e defesa nos movimentos praticados? Como essas funções se manifestaram durante a execução dos movimentos?

5. Como você percebeu a importância do equilíbrio, da agilidade e da coordenação nos movimentos de capoeira? Dê exemplos de como esses elementos se integraram na prática de cada movimento.

6. Ao praticar os movimentos da capoeira, quais reflexões você fez sobre a criação desses gestos pelos africanos escravizados no Brasil? Como essa história impacta sua compreensão da capoeira praticada atualmente?

7. Você percebeu a sequência de progressão da ginga até o rolê?

NÃO ESCREVA NO LIVRO. MARCELO KINA MARCELO

ESPORTE DE PAREDE, ESPORTE DE REDE E FUTEBOL

■ Pessoas praticam futevôlei em uma praia. Fotografia de 2023.

No Capítulo 4, você terá a oportunidade de refletir sobre jogos de squash, voleibol e futebol e de vivenciar essas práticas. No Tópico 1, você vai aprofundar os seus conhecimentos sobre o squash e conhecer a história da participação feminina no esporte. No Tópico 2 , você vai conhecer a influência da mídia televisiva nas transformações do voleibol. N o Tópico 3, você participará de discussões sobre a relação entre o futebol e a construção da identidade nacional. Antes de começar, é preciso relembrar o conceito de esportes de rede e parede, classificação em que se enquadram o voleibol e o squash, respectivamente.

Nos esportes de rede e parede, os praticantes devem arremessar, lançar ou rebater a bola (ou outro objeto) em direção a setores da quadra adversária ou contra uma parede, de modo que inviabilize a sua devolução da mesma forma, ou que leve o adversário a cometer um erro. Com base nessas informações e também em seus conhecimentos, observe a fotografia que abre este Capítulo e responda: em qual categoria se enquadra o esporte retratado na imagem?

Espera-se que os estudantes respondam que o esporte retratado na imagem (futevôlei) se

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor enquadra na categoria esportes de rede. Leia mais em Orientações para o professor.

2

1 Squash e o acesso das mulheres ao esporte

O squash é um esporte disputado por dois jogadores em uma quadra fechada, que se alternam para rebater uma bola com uma raquete na parede frontal do espaço, com o objetivo de não deixá-la tocar o chão mais de uma vez.

A versão mais difundida da origem do esporte é a de que a modalidade remonta ao século XVIII, quando detentos da Prisão de Fleet, na Inglaterra, usaram raquetes improvisadas para rebater uma bola de pano contra as paredes de suas celas, com o intuito de criar uma versão do tênis que pudesse ser adaptada para aquele espaço. Anos mais tarde, em 1865, surgiram as primeiras quadras na Harrow School, uma escola localizada nos arredores de Londres, onde o esporte começou a ser praticado com raquetes e bola de borracha. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o squash conquistou mais praticantes pelo mundo, com destaque para o Egito, país que domina o ranking mundial da modalidade, para a Austrália e para o Paquistão, onde o squash ganhou notoriedade com a dinastia da família Khan, que liderou o ranking mundial na segunda metade do século XX.

A popularidade do squash no Paquistão colaborou para o ativismo da jogadora Maria Toorpakai Wazir (1990-). Nascida no Waziristão do Sul, uma província do Paquistão, na fronteira entre este país e o Afeganistão, Maria escondeu sua identidade feminina até os 12 anos de idade, para ter liberdade de sair de casa, brincar ao ar livre e praticar esportes, atividades restritas aos meninos nessa região. Depois de conquistar vários prêmios no squash, a atleta passou a lutar pelo direito à prática esportiva de paquistanesas e afegãs e já foi membra da Comissão de Mulheres nos Esportes do Comitê Olímpico Internacional. Maria preside uma fundação que oferece oportunidades esportivas integradas à educação básica para jovens e mulheres.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O que você sabe sobre a condição das mulheres no Paquistão?

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

2. De que forma a popularidade do squash no Paquistão pode auxiliar a luta pelo direito das mulheres à prática esportiva nesse país?

2. Em países como o Paquistão, onde a opressão às mulheres é muito acentuada, o esporte pode servir como um meio de denúncia, resistência e inclusão.

3. Por que pode ser algo muito importante um(a) atleta que passou por situações discriminatórias e adquiriu projeção divulgar a própria história?

3. Espera-se que os estudantes respondam que quando atletas que enfrentam discriminação ou preconceito têm a oportunidade de compartilhar suas experiências, conscientes de que isso é importante, essas histórias ganham visibilidade e podem gerar discussões que ajudam a combater práticas discriminatórias.

LER E COMPARTILHAR

A seguir, leia o trecho de uma reportagem que conta a história da atleta Maria Toorpakai Wazir.

Atleta que fingiu ser menino vira campeã no Paquistão

[…]

Nascida no Waziristão, uma região altamente conservadora do Paquistão, ela teve de se fazer passar por um menino quando decidiu abraçar o esporte. Depois, sofreu inúmeras ameaças por praticar squash usando shorts.

“Sou uma guerreira, nasci uma guerreira. Morrerei uma guerreira’’, afirma.

Maria Toorpakai é corajosa. E teve de ser para jogar squash em uma região em que até a educação escolar é negada a meninas.

Quando ela tinha quatro anos de idade, teve de vestir as roupas de seu irmão, cortou os cabelos curtos e teve todas suas roupas de menina queimadas.

“Meu pai começou a rir e disse, ‘Lá vamos nós, temos um Gengis Khan na família’”, conta ela, em referência ao guerreiro mongol do século 12.

[…]

Amor à primeira vista

■ Maria Toorpakai Wazir em treino de squash Fotografia de 2011.

Maria conta ter se apaixonado pelo esporte logo que assistiu a uma partida. “Eu gostava de como os meninos tinham determinação, gostava das belas raquetes, das bolas de squash , dos uniformes.’’

Seu pai a levou para uma academia de squash em Peshawar, administrada pela Força Aérea Paquistanesa.

Em seu primeiro mês praticando squash , as pessoas não sabiam que ela era uma menina. Quando a verdade veio à tona, outros jogadores começaram a provocá-la.

“Eles costumavam me provocar, falar palavrões. Era intolerável e desrespeitoso, um bullying extremo’’, lembra a jovem.

Ela não desistiu. Se trancava na quadra de squash e jogava por horas, da manhã até a noite, mesmo terminando com as mãos inchadas e até sangrando.

O esforço foi recompensado. Ela venceu vários campeonatos juvenis e se tornou profissional em 2006. No ano seguinte, recebeu uma premiação do presidente do Paquistão.

A exposição também rendeu problemas a ela e à sua família na tensa região em que ela vive.

As forças paquistanesas têm lutado para manter controle sobre as tensas regiões tribais ao longo da fronteira do Paquistão com o Afeganistão, que abriga militantes da milícia islâmica extremista Talibã.

Violência contra meninas

Foi nessa região fronteiriça que, em outubro de 2012, um atirador ligado ao Talibã feriu gravemente na cabeça a blogueira Malala Yousafzai, de 14 anos, que militava pelo direito de meninas irem à escola.

“Na nossa região, meninas não podem nem mesmo deixar as suas casas”, explica o pai de Maria. “Elas usam véu o tempo todo e estão sempre acompanhadas de homens de sua família. Quando as pessoas viram Maria e perceberam que ela não usava véu e jogava de shorts, ficaram chocadas. Eles disseram que ela trazia desonra para nossa tribo e criticaram-na muito por isso.”

ATLETA que fingiu ser menino vira campeã no Paquistão. BBC News Brasil, São Paulo, 20 mar. 2013. Disponível em: www.bbc.com/ portuguese/noticias/2013/03/130320_menina_squash_bg. Acesso em: 6 set. 2024.

AMPLIAR

1. a) Maria inspira as mulheres paquistanesas a lutar pelos seus direitos e sonhos, em uma sociedade onde esses direitos são frequentemente negados.

1. b) Internacionalmente, a história da atleta também repercute e influencia pessoas de outras nacionalidades a lutar, nas sociedades e culturas em que estão imersas, por direitos e combater injustiças, preconceitos e desigualdades.

O Talibã é um grupo fundamentalista islâmico que surgiu em 1994, durante a guerra civil no Afeganistão. O grupo governou o país entre 1996 e 2001 e impôs uma visão radical da lei islâmica, que determinava várias restrições à liberdade das mulheres, obrigando-as a vestir burcas, que cobriam seus corpos da cabeça aos pés, e impedindo-as de frequentar escolas, trabalhar fora de casa ou viajar sozinhas.

Em 2001, os Estados Unidos ocuparam militarmente o Afeganistão com o discurso de combater os membros da Al Qaeda, organização responsável pelo ataque terrorista cometido em território estadunidense em setembro do mesmo ano. Por seu vínculo com o grupo terrorista, o Talibã foi então derrubado do poder no Afeganistão e passou a estender suas ações para o Paquistão, país vizinho.

Em 2021, após 20 anos de ocupação, os Estados Unidos decidiram retirar suas tropas militares do Afeganistão, e, com isso, o Talibã retornou ao poder.

ATIVIDADES

3. Ambas as histórias ilustram a violência e a discriminação enfrentadas por mulheres em certas regiões do Paquistão. Histórias de mulheres corajosas que não se submetem às situações opressoras, como Maria Toorpakai e Malala Yousafzai, têm o poder de mobilizar a sociedade e inspirar outras mulheres que vivem situações semelhantes.

1. Além do sucesso pessoal e do reconhecimento nacional como atleta, a trajetória de Maria Toorpakai Wazir pode impressionar diversas sociedades.

a) D e que maneira a história da atleta citada na reportagem pode impactar a sociedade paquistanesa?

b) O que a história da atleta pode acarretar aos demais países em que é divulgada?

2. De que forma as normas culturais e sociais da sociedade paquistanesa, citadas na reportagem, afetam a liberdade das mulheres? No Brasil, as mulheres também enfrentam dificuldades para conquistar a igualdade de direitos? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

2. Leia mais em Orientações para o professor

3. Quais são as semelhanças entre as histórias de Maria Toorpakai e de Malala Yousafzai (1997-)? De que forma mulheres como Maria e Malala podem promover mudanças sociais?

4. O pai de Maria foi um grande aliado para que ela pudesse perseguir sua paixão pelo esporte. Como os homens podem ajudar a criar um mundo mais justo e igualitário para as mulheres?

5. Em parceria com os professores de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, realize uma pesquisa para verificar a situação do Paquistão em relação ao Talibã e as proibições às mulheres quanto ao direito de praticarem esportes. No caderno, elabore um resumo que mencione quais foram as mudanças entre a data da publicação da reportagem lida e o momento atual. No dia combinado previamente com a turma, compatilhe seu resumo com os colegas.

5. Espera-se que os estudantes realizem pesquisas em fontes confiáveis que possam auxiliar na compreensão de como os fatos historicamente construídos podem se relacionar com as práticas corporais e os direitos humanos.

4. Os homens devem se conscientizar de que o preconceito contra as mulheres faz mal a toda a sociedade, sendo necessário repudiar atitudes machistas e misóginas, além de adotar atitudes que promovam a igualdade de oportunidades e condições.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Espera-se que os estudantes percebam que diversos tipos de violência contra a mulher permanecem enraizados na sociedade brasileira. Espera-se também que eles se reportem a uma cultura machista para justificar o tratamento de inferioridade dispensado às mulheres. O fator econômico também deve ser considerado, uma vez que as atribuições da maternidade conferidas a algumas mulheres pode trazer o afastamento delas do mercado de trabalho ou o abandono dos estudos, dificultando a equiparação de cargos e a igualdade salarial.

REFLETIR ARGUMENTAR E

Ao longo da história, as mulheres tiveram que reivindicar seus direitos ao trabalho, ao estudo, ao voto, à ocupação de cargos políticos e a outras áreas da sociedade. Apesar de vários direitos terem sido conquistados, ainda existe a desigualdade de gênero.

A seguir, leia o artigo 3o da Lei no 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, e o trecho retirado de um livro publicado pela própria Maria da Penha, em 2012.

TEXTO 1

Art. 3 o Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

BRASIL. Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher […]. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 6 set. 2024.

TEXTO 2

2. Resposta pessoal. Adotar atitudes de respeito em relação às mulheres é fundamental, além de anunciar a discordância quando ouvir comentários ou piadas machistas ou misóginas e ajudar a combater esse comportamento. Também é importante não consumir nem compartilhar produtos, músicas, filmes, livros etc. que propaguem essa postura.

[…] Eu sabia que não estava sozinha. Conhecia também uma violência praticada de forma quase invisível, que é o preconceito contra as mulheres, desrespeito que abre caminho para atos mais severos e graves contra nós. Apesar de nossas conquistas, mesmo não tendo as melhores oportunidades, ainda costumam dizer que somos inferiores, e isso continua a transparecer em comentários públicos, piadas, letras de músicas, filmes, ou peças de publicidade. […]

FERNANDES, Maria da Penha Maia. Sobrevivi: posso contar. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2012. p. 25-26.

SOBRE...

Maria da Penha Maia Fernandes (1945-) nascida em Fortaleza, no Ceará, é farmacêutica e ativista do direito das mulheres, especialmente contra a violência doméstica — da qual foi vítima, por anos, pelo ex-marido.

■ Maria da Penha. Fotografia de 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Levando em consideração o conteúdo e o ano de publicação dos textos, reflita sobre a condição da mulher na sociedade brasileira atual. Argumente considerando as possíveis mudanças ao longo dos anos.

2. Em sua opinião, de que maneira os homens podem contribuir para promover a igualdade de gênero?

3. E xistem maneiras de as mulheres também contribuírem para promover a igualdade de gênero? Como você acha que isso pode ocorrer, sem culpabilizá-las e sem esquecer que são elas as maiores vítimas dessa desigualdade?

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que sim, mencionando a importância de as mulheres se posicionarem de uma forma assertiva e contrária ao machismo e à misoginia, além de denunciar situações de constrangimento, violência, falas e posturas machistas e adotar como hábito a sororidade (sentimento de irmandade entre mulheres e comportamento de não julgar umas às outras, nutrindo empatia).

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

CONEXÕES com

HISTÓRIA

Participação feminina nos Jogos Olímpicos

1. Caso não fossem consideradas cidadãs atualmente, as brasileiras não teriam nenhum direito garantido pela Constituição, como os relacionados a saúde, educação, segurança, moradia, trabalho, lazer, aposentadoria, transporte, participação na vida pública etc.

Neste Tópico, você constatou que a participação feminina nos esportes ainda enfrenta muita resistência em alguns países com regimes autoritários, mas é importante compreender que, mesmo em culturas mais democráticas, as mulheres sofreram muito preconceito até conseguir alcançar o direito de acesso às competições esportivas. O próprio Pierre de Coubertin (1863-1937), idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, tinha um posicionamento contrário à inclusão das mulheres no evento, conforme é possível verificar no texto a seguir.

A participação da mulher no universo olímpico

A participação feminina nos Jogos Olímpicos enfrentou resistência desde a Antiguidade.

Na Grécia, as mulheres não podiam participar das práticas atléticas porque somente os cidadãos tinham esse privilégio, ou seja, nem as mulheres nem os escravos tinham o direito de frequentar a escola e depois o ginásio onde se ensinava o esporte e preparavam-se os atletas para os Jogos.

Quando, no século XIX, foram reeditados os Jogos Olímpicos, Pierre de Coubertin manteve-se fiel ao princípio grego, porém utilizou-se de argu mentos médicos para dizer que a participação das mulheres era vetada nas competições olímpicas porque elas eram frágeis fisicamente e não poderiam suportar as pressões de uma competição.

O que se pode observar com essa situação é que o esporte reflete a dinâmica social do momento histórico em que ele é praticado. Isso porque, à medida que as mulheres conquistaram seu espaço em outras atividades, foi inevitável a participação no esporte, tanto nas competições como nas posições de comando.

RUBIO, Katia. Esporte, educação e valores olímpicos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009. p. 48.

■ Estátua de Pierre de Coubertin localizada em Tóquio (Japão). Fotografia de 2019.

1. Por não serem consideradas cidadãs, as mulheres eram impedidas de participar dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Se as mulheres do Brasil atual passassem pela mesma situação, de quais outros direitos as brasileiras deixariam de usufruir?

2. Construa uma argumentação para justificar se você concorda ou não com o posicionamento de Pierre de Coubertin em se opor à participação feminina nos Jogos Olímpicos.

2. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

3. Pela primeira vez, em mais de 120 anos de Jogos Olímpicos da Era Moderna, a edição de Paris, ocorrida em 2024, apresentou uma paridade no número de atletas mulheres e homens. O que isso pode indicar sobre as pessoas responsáveis pela organização da competição?

3. Leia mais em Orientações para o professor.

4. Qual é a relação entre o esporte e os valores e costumes sociais? Faça uma análise considerando a igualdade de gênero no esporte e nas demais esferas da sociedade, como educação e trabalho, por exemplo. Depois, compartilhe-a com os colegas e o professor

4. O esporte reflete a dinâmica social do momento histórico em que é praticado. Um exemplo dessa constatação é a participação feminina nos Jogos Olímpicos: à medida que as mulheres conquistaram espaços na sociedade (aumento do nível de escolaridade, conquista de cargos e salários ou de melhores salários, representatividade etc.), isso também se refletiu no esporte.

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JOELPC/SHUTTERSTOCK.COM

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Jogo de squash

Nesta atividade, você terá a oportunidade de vivenciar um jogo de squash, que possibilita a melhora da condição física, o aprimoramento da coordenação motora e a tomada de decisões.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço onde haja paredes com, no mínimo, 2 metros de altura. Serão utilizados os seguintes materiais: raquetes, bolas de squash (ou de tênis) e fita adesiva colorida.

2. A turma deve se organizar em grupos com quatro integrantes.

3. Antes de iniciar a atividade, é preciso colar uma tira de fita adesiva colorida na parede a 1,78 metro do chão, para marcar a linha de serviço. Observe, a seguir, uma ilustração demonstrativa de uma quadra de squash com as marcações das principais medidas e áreas.

INDICAÇÃO

• C OMO jogar squash: regras básicas. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Esportise por Carolina Raucci. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=48pjtv Ndh3Q. Acesso em: 6 set. 2024.

O vídeo apresenta as regras básicas do squash.

parede lateral parede frontal linha de serviço

parede da retaguarda

Praticar

da parede da retaguarda

■ Ilustração demonstrativa de uma quadra de squash, com indicações de suas principais medidas e áreas. porta

1. Cada grupo deve organizar um rodízio entre seus integrantes, de modo que dois deles segurem uma raquete e rebatam a bola na parede para disputar uma partida de squash. Os outros dois integrantes devem aguardar a vez de jogar.

2. É importante priorizar o controle e a precisão das rebatidas, em vez da força.

3. Os jogadores devem ter a oportunidade de participar de jogos contra os outros membros do grupo.

4. Cada partida deve ser disputada até um dos jogadores atingir 11 pontos. Ao final, somam-se os números de vitórias de cada grupo.

5. Considere estas principais regras do squash ao praticá-lo.

• Na parede frontal de uma quadra de squash, há três linhas: a tin, ou “lata” (48 cm do chão), a linha de serviço (1,78 m do chão) e a linha frontal (4,75 m do chão).

• No piso da quadra, há dois quadrados de 1,6 m2 em lados opostos, que se referem às “caixas de serviço”, onde os jogadores realizarão o saque que inicia cada jogada.

• O jogo de squash é disputado em 5 games de 11 pontos. Se o placar marcar 10 pontos para cada jogador, o game continua até um dos jogadores superar o seu adversário por uma diferença de 2 pontos.

• Depois do saque, a bola é rebatida na parede alternadamente pelos jogadores, até que o rali acabe. O ganhador de um rali marca 1 ponto e inicia o próximo rali com um saque.

• Durante o saque, um dos pés do sacador deve estar dentro da caixa de serviço e a bola deve ser rebatida diretamente na parede frontal. Se o sacador vencer o rali, o saque seguinte deverá ser realizado na caixa de serviço oposta.

• Após o saque, a bola deve ser rebatida na parede frontal entre a “lata” e a linha frontal. Se um jogador acertar a bola abaixo da linha da “lata” ou acima da linha frontal ou se a bola pingar mais de uma vez no chão, o adversário conquistará um ponto.

• Após tocar na parede frontal, a bola poderá tocar nas paredes laterais ou na parede do fundo antes da rebatida do jogador, desde que tenha pingado somente uma vez no chão.

• Depois de rebater a bola, o jogador deve sair da frente de seu oponente. Se houver alguma obstrução, o jogador prejudicado poderá solicitar um “let”. Quando o “let” é acatado pelo árbitro, a jogada é reiniciada.

Avaliar

Depois de participar do squash, compartilhe com o professor e os colegas suas percepções sobre o jogo. Respostas pessoais.

1. Você conseguiu direcionar a bola ao local desejado? Como você avalia o controle de bola durante o jogo?

2. Quais estratégias você utilizou para variar a forma de rebater a bola com a raquete durante a partida?

3. Você conseguiu manter a sua concentração, tomando decisões que viabilizassem jogadas rápidas e eficientes durante a partida? Houve momentos de dispersão?

4. O grupo cooperou? As regras foram respeitadas por você e pelos integrantes do grupo durante o jogo?

5. De que maneira a prática do squash pode contribuir para que você tenha uma vida mais saudável?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes relatem algum contato com o esporte, como apreciação de partidas pelo rádio, pela televisão e internet ou, presencialmente, em clubes e estádios.

Voleibol: uma paixão nacional 2

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que, atualmente, é impossível consolidar um esporte na preferência do público sem o alcance e a influência dos meios de comunicação, como a televisão. Ao mobilizar os espectadores, a televisão atrai anunciantes e patrocinadores, que investem nas modalidades esportivas e viabilizam o seu desenvolvimento.

O voleibol de quadra é um esporte coletivo que envolve duas equipes oponentes de seis jogadores, separadas por uma rede. Cada time pode tocar a bola, no máximo, três vezes para devolvê-la sobre a rede. O objetivo do jogo é fazer a bola atingir o chão do lado adversário dentro da marca delimitada.

Esse esporte foi criado em 1895 por William George Morgan (1870-1942), diretor de Educação Física da Associação Cristã de Moços (ACM) na cidade de Holyoke em Massachusetts, nos Estados Unidos. Na época, Morgan aceitou o desafio de um pastor do colégio para criar um jogo menos cansativo que o basquete a fim de atender aos associados de meia-idade da ACM.

Desde sua criação, o voleibol passou por diversas modificações nas regras originais. Entretanto, a partir dos anos 1980, a influência da mídia tornou-se predominante, impulsionando adequações nas regras desse esporte para adaptá-lo à grade de programação televisiva mundial. Dessa forma, sua popularidade aumentou, consolidando-o como um dos mais praticados e acompanhados no mundo.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O voleibol é um esporte popular no país e é possível que você já tenha tido a oportunidade de praticá-lo. Você já teve algum contato com partidas oficiais de voleibol? Costuma apreciá-las? Comente com a turma.

2. Para você, o que torna o voleibol um esporte interessante para ser praticado ou acompanhado? Como é feita a iniciação do esporte na cultura esportiva nacional?

2. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

3. Em sua opinião, por que a mídia televisiva é importante para o voleibol?

■ Jogo Brasil x Estados Unidos pela Liga das Nações de Vôlei na SM Mall of Asia Arena, em Pasay, Luzon (Filipinas). Fotografia de 2024.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

A primeira partida de voleibol no Brasil foi disputada em 1915, no Colégio Marista do Recife (PE), e, a partir da década de 1990, os jogadores começaram a se profissionalizar. Um elemento fundamental nesse processo de profissionalização foi a contribuição da mídia televisiva, com destaque para o jornalista e diretor esportivo da Rede Bandeirantes Luciano do Valle (1947-2014), que transmitia diariamente os jogos de voleibol, ajudando a torná-los mais populares e as suas regras mais conhecidas. Como resultado, o voleibol de quadra brasileiro conquistou a sua primeira medalha olímpica em 1984, no masculino, seguida por várias outras em edições posteriores dos Jogos Olímpicos, além de títulos mundiais.

LER E COMPARTILHAR

A seguir, leia o trecho de um artigo que trata do interesse dos brasileiros pelo voleibol, publicado em um portal eletrônico.

Midiatização do voleibol: principais mudanças no esporte

[…]

Poucos são os estudos referentes às mudanças no esporte, mas grande parte deles cita a mídia como instituição modificadora do vôlei, no Brasil e no mundo. As principais alterações notadas pelos autores [desses estudos] se referem às regras do jogo, as quais foram essenciais para que as competições se adequassem às transmissões na TV. Uma das exigências, por exemplo, consistia em diminuir o tempo de duração das partidas para que o investimento das emissoras fosse viável. Para isso, uma das criações do esporte foi o tie-brake, de 15 pontos, no último set, acabando com a regra da vantagem, que prolongava o tempo dos jogos.

A espetacularização, provocada pela mídia, possibilitou a massificação do esporte, alterando o perfil do público que o praticava. Historicamente, o voleibol foi criado para entreter pessoas que pertenciam às classes mais altas. No entanto, esse cenário se modificou ao longo do tempo e, a partir dos anos [19]80, a modalidade tornou-se muito popular no Brasil. As partidas começaram a ser transmitidas na televisão, por exemplo, ampliando significativamente o público que assistia aos jogos. Nesse período, também, ocorreram importantes conquistas da seleção brasileira, a qual obteve diversos títulos, nacionais e internacionais. Isso também enaltecia a seleção e incentivava o público a acompanhar e a torcer nos jogos. Com a popularização da modalidade, outro fenômeno ocorrido na época foi a celebrização dos jogadores. Na década de 1980 e 1990, os jogadores da seleção tornaram-se famosas figuras midiáticas e conquistaram milhares de fãs. Por isso, participavam com frequência de diversas propagandas.

Como parte desses elementos, é importante destacar também o grande investimento econômico no esporte, que atraiu o patrocínio de várias marcas. Essas empresas começaram a inserir seus nomes nas camisas dos times e nas placas dos ginásios, o que auxiliou no crescimento do vôlei e, consequentemente, em sua visibilidade no país. […]

1. Entre os fatores que tornaram o voleibol um dos esportes favoritos dos brasileiros estão a espetacularização promovida pela mídia, que ampliou a transmissão dos jogos e popularizou a modalidade; as conquistas da seleção brasileira, que atraíram um grande público; além do investimento econômico e do patrocínio de marcas, que aumentaram a visibilidade e contribuíram para o crescimento do esporte no país.

Outra mudança interessante na modalidade foi a implementação do “desafio”, provocando diversas mudanças para o esporte. Muitas verificações sobre a confiabilidade da marcação de pontos pela arbitragem eram feitas por meio da televisão, que possibilitava a repetição da imagem pelas emissoras, a fim de verificar possíveis erros dos árbitros. Nos jogos atuais, tanto em competições nacionais quanto em internacionais, essa tecnologia já foi implantada na maioria dos ginásios e é muito utilizada com o intuito de tornar mais justas as marcações da arbitragem. É importante destacar também o modo de torcer no vôlei e principais comparações em relação às torcidas no futebol, esporte com mais destaque no Brasil. A presença de pessoas nos jogos tem crescido exponencialmente e o ambiente dos ginásios é considerado tranquilo, o que incentiva cada vez mais o lazer das famílias. A rivalidade entre as torcidas é diferente se comparada ao futebol, por exemplo. Isso é visto de maneira positiva para o público, já que é raro presenciar brigas nas arquibancadas dos ginásios e muito comum notar fãs adversários sentados lado a lado nos jogos, o que não ocorre com tanta frequência nas partidas futebolísticas. Nas arquibancadas, é possível perceber a presença de torcidas organizadas dos times. Ao contrário do futebol, o qual essas organizações são vistas como “baderneiras” na visão midiática, no vôlei elas não são exploradas dessa forma. Esses grupos são vistos como os principais responsáveis pela “festa” dos torcedores nos ginásios. […]

■ Seleção brasileira feminina de voleibol recebe a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris (França). Fotografia de 2024.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre

a transformação dos jogadores em figuras midiáticas, amplamente reconhecidas e admiradas, e como esse fato pode ter impactado a popularidade do esporte, o engajamento dos fãs e o consumo de produtos relacionados ao voleibol, incluindo a presença de atletas em campanhas publicitárias.

MALDINI, Giovana. Midiatização do voleibol: principais mudanças no esporte. [S. l.], 23 set. 2019. Medium: Coletivo Marta. Disponível em: https://medium.com/@coletivomarta/midiatização-do-voleibol-principais-mudanças-no-esporte-e52e5d4fa38a. Acesso em: 13 set. 2024.

3. A mídia transformou o voleibol de um esporte praticado principalmente por pessoas das classes mais altas em uma modalidade popular, amplamente apreciada e praticada por diversas camadas da sociedade brasileira a partir dos anos 1980.

ATIVIDADES

6. Espera-se que, durante a pesquisa, os estudantes entendam como a tecnologia de revisão de jogadas por vídeo foi implementada em outros esportes (como futebol e tênis), comparando com seus impactos no voleibol e discutindo os benefícios e possíveis dificuldades que surgem com essa inovação.

1. Quais fatores contribuíram para que o voleibol se tornasse um dos esportes favoritos dos brasileiros?

2. Em sua opinião, como a celebrização dos jogadores de voleibol nas décadas de 1980 e 1990 influenciou a forma como o esporte é percebido e consumido no Brasil?

4. Resposta pessoal. Espera-se

dos ginásios, ajudou significativamente no crescimento e na que os estudantes infiram que o patrocínio de várias marcas, com seus nomes inseridos nas camisas dos times e nas placas

3. De que maneira a popularização do voleibol, impulsionada pela mídia, alterou o perfil dos praticantes e dos espectadores desse esporte no Brasil?

visibilidade do voleibol no Brasil, além de garantir o suporte financeiro necessário para o desenvolvimento da modalidade.

4. Para você, o crescente investimento econômico e a presença de marcas nas camisas e ginásios de voleibol ajudaram ou prejudicaram o desenvolvimento do esporte? Por quê?

5. De acordo com o artigo, como o ambiente nos ginásios durante as partidas de vôlei difere do ambiente nos estádios de futebol? Você concorda com a afirmação? Compartilhe sua resposta com a turma, justificando seu ponto de vista.

6. Pesquise como a implementação do “desafio” (revisão de jogadas por vídeo) impactou outras modalidades esportivas e compare com sua influência no voleibol. Quais benefícios e dificuldades essa tecnologia trouxe? Depois, em data combinada com os colegas e o professor, compartilhe os dados obtidos por meio de exposição oral.

5. De acordo com o artigo, o ambiente nos ginásios durante as partidas de vôlei é considerado tranquilo, o que incentiva o lazer das famílias. A rivalidade entre as torcidas é diferente, sendo raro presenciar brigas e comum ver fãs adversários sentados lado a lado. As torcidas organizadas no vôlei são percebidas como responsáveis pela animação da competição, ao contrário do futebol, em que essas organizações são frequentemente retratadas pela mídia como baderneiras.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que esse é um gesto significativo da CBV, pois a data escolhida é um símbolo de luta contra o preconceito e contra a discriminação relacionados à orientação sexual e à identidade de gênero. Ao lançar a campanha nesse dia, a CBV reforça seu compromisso com a causa, aproveitando a relevância da data para chamar a atenção para a

REFLETIR ARGUMENTAR E

Para além das vitórias nas quadras, o voleibol também vem firmando sua presença na luta contra o preconceito. Em 17 de maio de 2024, para celebrar o Dia Internacional Contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia, data concebida por movimentos sociais com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) lançou a campanha “Com preconceito não tem jogo”.

A seguir, leia a postagem dessa campanha que foi publicada nas redes sociais.

importância do respeito à diversidade. Além disso, o envolvimento de figuras públicas, como atletas de voleibol, aumenta a visibilidade da causa e inspira mudanças de atitude na sociedade, criando oportunidades para reflexões profundas e ações concretas contra o preconceito em diferentes esferas sociais.

■ Campanha

“Com preconceito não tem jogo”, divulgada pela CBV, em 17 de maio de 2024.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL. [Com preconceito não tem jogo]. 2024. 1 cartaz. Disponível em: www.facebook.com/ photo/?fbid=834538005374617&set=a.614546940707059. Acesso em: 13 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades propostas.

1. A Confederação Brasileira de Voleibol escolheu o Dia Internacional Contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia para lançar a campanha “Com preconceito não tem jogo”. Você considera significativo esse gesto da CBV na luta contra o preconceito e a discriminação de pessoas por sua orientação sexual ou identidade de gênero? Compartilhe seus argumentos com a turma.

2. Reflita sobre o título da campanha e responda: de que maneira a campanha pode impactar a comunidade do voleibol?

3. Quais são as ações concretas que você pode adotar para promover o respeito à diversidade em seu círculo social e comunidade?

3. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

INDICAÇÕES

• ONU LIVRES & IGUAIS. [S. l., 20--]. Site. Disponível em: www.unfe.org/pt/. Acesso em: 15 out. 2024. O site apresenta informações sobre a campanha global Livres & Iguais, uma iniciativa lançada em 2013 pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, como forma de promover a igualdade e os direitos das pessoas LGBTQIAPN+. O site também traz notícias sobre o tema e entrevistas com pessoas aliadas à causa proposta pela campanha.

• PESSOAS trans: UFSCar lança cartilha sobre comunicação não violenta. Material, escrito por uma estudante trans, também está acessível em áudio. São Carlos, SP: Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade, [2023]. Disponível em: www.saade.ufscar.br/news/pessoas-trans-ufscar-lanca-cartilha-sobre-comunicacao-naoviolenta-material-escrito-por-uma-estudante-trans-tambem-esta-acessivel-em-audio-1. Acesso em: 15 out. 2024.

O texto apresenta a cartilha Comunicação não violenta – uma abordagem trans inclusiva , que traz orientações sobre como evitar diálogos e comentários violentos, preconceituosos e estereotipados sobre pessoas trans, e indica como fazer o download do material, escrito ou em áudio.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que a campanha contribui para tornar o ambiente esportivo mais inclusivo e acolhedor, onde todos se sintam respeitados e valorizados. Ela incentiva os fãs e praticantes de voleibol a refletirem sobre suas atitudes e a tomarem uma posição firme contra o preconceito, tanto dentro quanto fora das quadras.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Linguagem gestual usada no voleibol

Nos campeonatos internacionais de voleibol, várias seleções de diferentes países – cada uma com sua própria língua e cultura – competem entre si. Para garantir que atletas, comissões técnicas, espectadores e profissionais da imprensa possam entender e acompanhar as partidas, existe uma linguagem universal usada pelos árbitros, que inclui gestos específicos para cada regra, além do uso padronizado da língua inglesa para as denominações das jogadas e marcações.

Nesta seção, você e os colegas vão realizar uma pesquisa que envolve a observação detalhada de uma partida de voleibol de quadra, a fim de elaborar um relatório sobre a linguagem gestual da partida e um slide com os principais resultados da pesquisa para serem compartilhados com a turma.

Primeira etapa

1. Reúna-se com mais três colegas. Juntos, escolham uma partida oficial de voleibol disponível na internet para analisar. Informem ao professor a partida escolhida para que cada grupo analise uma partida diferente.

2. Elaborem um relatório para a coleta de informações durante a exibição da partida. O relatório será organizado em três seções principais: identificação da partida; definição dos principais gestos usados pelos árbitros e identificação dos termos em português e em inglês utilizados durante o jogo; e apresentação das percepções do grupo sobre a dinâmica do jogo. Leia, a seguir, um modelo de relatório.

Dados da partida

Data do jogo: anotem a data em que a partida foi realizada.

Equipes que disputaram a partida: listem as equipes participantes.

Resultado da partida: registrem o resultado do jogo.

Placar de cada set: anotem o resultado de cada set disputado.

Principais marcações dos árbitros

Nome da marcação em português e imagem do gesto: registrem o nome da marcação em português e incluam uma fotografia ou ilustração do gesto correspondente.

Denominação em inglês: escrevam o termo equivalente em inglês para cada marcação.

Descrição da marcação: descrevam brevemente o que a marcação significa.

Descrição da linguagem gestual: expliquem como o árbitro executa o gesto para indicar essa marcação.

Percepções sobre a dinâmica do jogo

Comportamento das equipes: observem e registrem como as equipes se comportaram durante o jogo, incluindo momentos de coesão e desorganização.

Estratégias utilizadas pela comissão técnica: descrevam as estratégias adotadas pelas comissões técnicas para tentar reverter resultados desfavoráveis, como mudanças táticas ou substituições.

Jogadores(as) que mais se destacaram: identifiquem os jogadores que se destacaram e expliquem o que os diferenciou, seja por suas jogadas, liderança ou desempenho técnico.

Segunda etapa

1. Assistam à partida selecionada e utilizem a ficha de observação elaborada pelo grupo na etapa anterior para registrar as informações necessárias. Prestem atenção aos gestos dos árbitros, às marcações feitas durante a partida e ao desempenho das equipes e jogadores.

2. Para facilitar a identificação dos gestos utilizados pelos árbitros durante o jogo, consultem as páginas 73 a 81 dos documentos indicados a seguir, que apresentam as regras oficiais do voleibol, nas versões em português e inglês:

• FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE VOLEIBOL (FIVB). Regras oficiais de voleibol 2021-2024. Tradução: Fernanda Barbosa. [S. l.]: FIVB, 2021. Disponível em: https://cbv.com.br/wp-content/ uploads/2023/07/regra_2021-2024_-_final.pdf. Acesso em: 13 set. 2024.

• FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE VOLEIBOL (FIVB). Official volleyball rules 2021-2024. [S. l.]: FIVB, 2021. Disponível em: https://cbv.com.br/wp-content/uploads/2023/07/fivbvolleyball_rules2021_2024-en.pdf. Acesso em: 13 set. 2024.

3. Após a coleta dos dados durante o jogo, elaborem um slide com os principais resultados da pesquisa. A seguir, acompanhem algumas sugestões de como elaborar o slide:

• Utilizem uma plataforma gratuita na internet para criar e editar o slide. Os grupos podem explorar a plataforma previamente em casa, para se familiarizarem com o software.

• Retomem o relatório e selecionem as principais informações coletadas do jogo.

• O conteúdo do slide deve ser objetivo e com informações sucintas. O texto pode ser organizado em tópicos, com o uso de oito a dez linhas em cada slide.

• Selecionem imagens, tabelas e citações de especialistas para enriquecer a apresentação.

Terceira etapa

1. Os grupos deverão fazer uma apresentação oral do resultado da pesquisa para a turma com o apoio do slide elaborado.

2. Finalizadas as apresentações, organizem uma roda de conversa com os colegas e o professor para compartilhar as reflexões da turma sobre a atividade, considerando as expectativas iniciais e os resultados obtidos.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Torneio de voleibol

Nesta atividade, você e os colegas vão organizar um torneio de voleibol. Ele seguirá o formato aproximado de partidas oficiais, com algumas adaptações. Cada grupo se revezará entre as funções de equipe de jogo e equipe de arbitragem, proporcionando uma experiência prática e completa.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra com as marcações do voleibol. Serão utilizados os seguintes materiais: rede, bola de voleibol, apito, papel e caneta.

2. Antes de iniciar a atividade, é preciso organizar o torneio. Para isso, sigam as seguintes etapas:

• Reúnam-se e elejam, com o apoio do professor, o melhor formato para o torneio. Todos devem participar para escolher um formato que funcione para a turma.

• Montem uma tabela de jogos, incluindo quem joga contra quem e em qual ordem. Isso ajudará a manter o torneio organizado e justo.

3. Formem grupos de oito pessoas. Os grupos vão se revezar entre jogar e arbitrar. O grupo que for jogar deve organizar os jogadores em posições específicas dentro da quadra (isso inclui o que assumir a posição de técnico). Quando não estiverem jogando, assumirão as funções de arbitragem.

Organização dos grupos de jogadores

• Posição 1: saque.

• Posição 2: saída de rede.

• Posição 3: central ou meio de rede.

• Posição 4: entrada de rede.

• Posição 5: defesa esquerda.

• Posição 6: defesa central.

• Líbero: exerce a função exclusiva de defesa, jogando nas posições 1, 5 e 6, mas é impedido de sacar, atacar ou bloquear. Usa uniforme diferente dos demais jogadores da equipe.

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6 1 ALEXARGOZINO

■ Ilustração demonstrativa da posição ocupada por jogadores em uma quadra de voleibol.

• Técnico: é quem decide as estratégias do time e faz substituições, especialmente do líbero.

Organização do grupo de arbitragem

O grupo que não estiver jogando deve arbitrar o jogo, dividindo-se nas seguintes funções:

• Primeiro árbitro (principal): responsável por todas as decisões durante o jogo.

• Segundo árbitro (auxiliar): ajuda a verificar erros de posição e infrações na rede.

• Juízes de linha: sinalizam se a bola saiu ou ficou dentro da quadra, além de infrações no saque.

• Apontador: anota os pontos e o resultado do jogo.

Praticar

1. O jogo será disputado em várias rodadas de no máximo 10 pontos, de acordo com a forma de disputa escolhida na etapa Planejar.

2. O árbitro realizará um sorteio para definir a equipe que iniciará o jogo com a posse de bola.

3. Os árbitros devem assegurar que as principais regras do torneio de voleibol sejam seguidas.

• Para conquistar um ponto, é necessário que a bola toque o chão da quadra adversária.

• Após receber a bola, a equipe pode tocá-la até três vezes, além do bloqueio, não sendo permitido que um jogador a toque duas ou mais vezes consecutivas.

• Não é permitido que o jogador encoste qualquer parte do corpo na rede.

• Durante a partida, seis jogadores de cada equipe permanecem na quadra, sendo três jogadores posicionados atrás da linha de 3 metros, na zona de defesa, e três jogadores posicionados na zona de ataque, próximo da linha de 3 metros.

• Os jogadores trocam suas posições em um sistema de rodízio, no sentido horário, sempre que sua equipe ganha o serviço (ato que dá início a uma disputa de ponto), quando é realizado um saque (rebatida única e direta em direção à quadra adversária).

• Não é permitido bloquear o saque adversário.

Avaliar

■ Ilustração demonstrativa do rodízio de jogadores de voleibol.

Depois de participar do torneio de voleibol, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. O torneio ofereceu oportunidade a todos os participantes de atuarem no ataque e na defesa do jogo?

2. Você percebeu o trabalho de integração e organização durante o torneio? Em quais momentos as estratégias definidas pelo técnico fizeram a diferença no resultado das partidas?

3. De que maneira a função de arbitragem contribuiu para o seu entendimento das regras do voleibol e da importância da imparcialidade no esporte?

4. Quais foram as principais dificuldades enfrentadas pela sua equipe durante o torneio e como vocês as superaram?

5. Após essa experiência, como você percebe a importância do trabalho em equipe e da comunicação precisa dentro do voleibol?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

3 TÓPICO O futebol e a identidade nacional

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes citem o que conhecem ou o que já ouviram falar sobre a história do futebol. Eles poderão dizer se torcem para algum time local ou regional, incluindo alguma seleção nacional, que pode ser a brasileira ou outra, e também se praticam o esporte, em que posição jogam e com quem jogam etc.

2. Respostas pessoais. Os estudantes poderão citar aspectos como a visibilidade que a grande mídia confere ao futebol, sobretudo masculino, a visão que os estrangeiros têm do Brasil por causa do futebol e de jogadores brasileiros, do passado e do presente, que se fizeram muito conhecidos por causa desse esporte, a quantidade de meninos e meninas brasileiras que desejam jogar profissionalmente etc.

A origem do futebol é bastante imprecisa, segundo os historiadores. No século III a.C., os chineses já praticavam um jogo em que chutavam bolas para dentro de uma espécie de gol. Outro jogo ancestral com bola, praticado pelos maias, há cerca de 3 500 anos, também pode ser o precursor do futebol atual. Há indícios de que, provavelmente, esses povos desenvolveram variados jogos com bolas de borracha (látex), com diferentes regras e objetivos.

Formalmente, o futebol nasceu na Inglaterra em 1863 e chegou ao Brasil em 1894, quando o paulista Charles Miller (1874-1953) retornou da Inglaterra trazendo bolas, bombas de ar, uniformes e um livro de regras. Inicialmente, apenas homens brancos que pertenciam à elite brasileira praticavam o esporte, mas logo jovens de camadas menos favorecidas também aderiram aos jogos, que aconteciam nos subúrbios, nas cidades pequenas e nas cidades portuárias.

PRIMEIRO OLHAR

3. Espera-se que citem algumas expressões características do futebol presentes na linguagem coloquial, como show de bola, suar a camisa, chutar uma resposta, bola pra frente, bola fora, com a bola toda, pisar na bola, deixado(a) de escanteio, bater na trave, tirar o time de campo.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais aspectos da história do futebol você já conhecia? Como é a sua relação com o esporte?

2. Como você percebe a influência do futebol em seu cotidiano?

3. Quais expressões do futebol você reconhece na linguagem coloquial?

4. Para você, o futebol pode ser visto como uma expressão sociocultural que reflete a própria sociedade brasileira? Se sim, de que maneira isso ocorre?

4. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

■ Pelé, em sua última partida pela seleção brasileira, contra a Iugoslávia, no estádio do Maracanã, em 1971.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Os conflitos sociais e raciais do início do século XX tiveram influência no estilo brasileiro de jogar. Nessa época, por exemplo, não era permitido aos jogadores negros derrubar os adversários brancos ou esbarrar neles, sob pena de agressão física. A solução desses jogadores para progredir com a bola, ocupando espaços no campo sem cometer faltas, foi fintar os adversários.

O futebol é um dos maiores fenômenos socioculturais do mundo. No Brasil, adquiriu, com o tempo, status de símbolo nacional, a ponto de muitas pessoas, brasileiras e estrangeiras, automaticamente associarem o esporte à identidade do povo brasileiro. É possível que isso se deva a seus adeptos e entusiastas.

No Brasil, os agrupamentos de torcedores surgiram na década de 1940, quando o futebol já era uma paixão nacional, principalmente por conta do rádio. Apesar disso, sua organização era bastante diferente da atual. O vínculo era feito diretamente com o clube, então os membros se identificavam apenas com o “clube do coração”, e não com o próprio agrupamento, e condenavam veementemente os atos de violência, assim como o uso de palavrões nas arquibancadas. Em comum com os torcedores atuais, esses agrupamentos tinham o hábito de acompanhar o time em todos os lugares e planejar o espetáculo que fariam nas arquibancadas.

As torcidas organizadas, como se conhece atualmente, surgiram entre as décadas de 1960 e 1970, quando o Brasil ainda vivia sob a ditadura civil-militar. Nessa época, milhares de jovens começaram a ocupar as arquibancadas com vestimentas, comportamentos e cânticos de guerra próprios. Nesse mesmo período, as torcidas passaram a cobrar dos clubes, dos dirigentes e dos jogadores um melhor desempenho esportivo. Foi na década de 1990 que as torcidas organizadas cresceram significativamente, multiplicando o número de sócios. Esse crescimento foi responsável por estabelecer uma nova cultura torcedora, em que os adeptos participam diretamente das decisões e da dinâmica dos clubes, modificando e extrapolando as relações entre esses agentes do esporte.

■ Torcida brasileira em arquibancada de um estádio de futebol. Fotografia de 2014.

RAMIRO OLACIREGUI/GETTY IMAGES

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, uma crônica sobre futebol e comportamento, do escritor brasileiro Luis Fernando Veríssimo.

Ser Brasil

É como repartir uma laranja ao contrário. Começamos com 32 pedaços, chegamos a 16, depois serão oito, depois quatro, depois dois e no fim teremos uma laranja inteira – o que é certamente a mais banal descrição de uma Copa do Mundo jamais feita. Não estamos decidindo as últimas questões da vida mas também não estamos apenas montando uma laranja que daqui a quatro anos estará em pedaços outra vez, significando nada. A Copa é um grande negócio e um grande acontecimento cultural internacional e coisa e tal, mas também não é só isso. Mexe com essa coisa indefinível que é a relação das pessoas com os símbolos dos seus afetos, que podem ser só um escudo e uma camiseta, mas representam muito mais, seja lá o que for.

Há muito mais do que apenas uma síntese ou um hábito de linguagem quando alguém diz “Eu sou Flamengo” ou “Eu sou Inter” em vez de dizer que é torcedor. Há uma necessidade de identificação que vai além de gostar. O Brasil que está em campo não é a nossa pátria numa guerra de mentira com a pátria dos outros, com a nossa torcida, é o que a gente é, ou pensa que é, ou quer ser. Todo torcedor da seleção “é Brasil” dessa maneira meio arrebatada, mesmo os que não abrem o peito com o despudor do vizinho de arquibancada. É fácil gozar o passional de verde e amarelo que se sente pessoalmente traído toda vez que a seleção erra um passe, mas o que está acontecendo é isso mesmo, somos diminuídos um pouco a cada fracasso da seleção. Nossa irritação permanente com o Zagallo ou com [quem] quer que seja o treinador da seleção vem disto, de saber que são eles que controlam as nossas coordenadas afetivas e cívicas sem que a gente possa dar um palpite a respeito. Não podemos deixar de “ser” Brasil e ao mesmo tempo não temos nenhum domínio sobre o que eles fazem com a nossa entrega.

Pelo menos durante os próximos quatro anos, seremos todos pessoas diferentes se por acaso... Olha aí, eu ia escrever “se por acaso o Brasil for eliminado”, mas procurei, procurei e não encontrei um único pedaço de madeira para bater neste quarto de hotel. Melhor não arriscar.

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Ser Brasil. In: VERÍSSIMO, Luis Fernando. Time dos sonhos: paixão, poesia e futebol. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010. p. 74.

■ Imagem ilustrativa de torcedores de futebol.

Luis Fernando Veríssimo (1936-) é cartunista e escritor de contos, crônicas, novelas e romances. SOBRE...

■ Luis Fernando Veríssimo. Fotografia de 2018.

EDUARDO ANIZELLI/FOLHAPRESS

1. O cronista ressalta primeiro a importância cultural e econômica do evento, mas, em seguida, enfatiza o aspecto emocional, psicológico ou comportamental, ao dizer que a Copa do Mundo “mexe com essa coisa indefinível que é a relação das pessoas com os símbolos de seus afetos”. Ao fazer isso, o autor evidencia a relação das pessoas com o futebol e como elas se comportam socialmente

ATIVIDADES

em razão da influência dele, mostrando que o esporte está enraizado na identidade pessoal e nacional, e, por isso, a Copa do Mundo mobiliza emoções e sentimentos, que transmitem aos brasileiros um senso de pertencimento.

1. No início da crônica, o autor se refere à Copa do Mundo como um negócio e um acontecimento cultural internacional. No entanto, enfatiza ainda outro aspecto. Qual é esse aspecto e por que o autor dá tanta importância a ele?

2. Ao iniciar a crônica, o autor utiliza uma figura de linguagem para descrever a Copa do Mundo. Considere a maneira como ele dá prosseguimento ao texto e responda ao que se pede.

a) Qual é a figura de linguagem utilizada e a que ela faz referência?

b) Qual é intenção do autor ao abordar o assunto dessa maneira?

3. Para o cronista, todos os torcedores da seleção brasileira de futebol são torcedores do Brasil de uma “maneira meio arrebatada”. Você concorda com ele? Justifique sua resposta.

3. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

4. Algumas decisões tomadas pelos técnicos causam irritação nos torcedores de futebol.

a) D e que maneira o cronista expõe, a seu modo, a causa desse sentimento?

b) O que você pensa sobre o assunto? Compartilhe seu ponto de vista com os colegas e o professor.

4. b) Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

5. Em certo momento do texto, o cronista menciona o “despudor do vizinho de arquibancada”. Para você, é possível associar essa menção a episódios de racismo no futebol ou a outros tipos de violência que ocorrem nos estádios e fora deles?

5. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

6. Além de Veríssimo, outros autores da literatura brasileira escreveram sobre futebol, como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Nelson Rodrigues (1912-1980) e João Ubaldo Ribeiro (1941-2014).

a) Você conhece alguma escritora brasileira que escreveu sobre futebol? Caso desconheça, realize uma pesquisa em meio impresso ou digital e relacione alguns nomes.

6. a) Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

b) Reflita: a produção literária masculina é a mesma que a produção feminina sobre o respectivo tema? Argumente seu ponto de vista.

6. b) Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

7. O futebol tem impacto na sua vida e mexe, de alguma maneira, com os seus sentimentos? Caso não seja o esporte de sua preferência, apresente motivos que você considera essenciais para que uma modalidade esportiva se torne marcante e se faça presente em seu cotidiano.

7. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

AMPLIAR

INDICAÇÃO

• MUSEU do Futebol. São Paulo, [20--]. Site. Disponível em: https:// museudofutebol. org.br/. Acesso em: 9 set. 2024.

O site oferece acesso a algumas exposições on-line, podcasts e histórias do futebol.

4. a) Para o cronista, os torcedores se irritam ou se frustram com decisões dos técnicos porque, embora sejam apaixonados por futebol e se conectem profundamente com a Copa do Mundo, não possuem nenhum controle sobre o que acontece no campo durante o jogo.

2. a) O cronista inicia o texto com uma metáfora que relaciona a Copa do Mundo a uma laranja repartida ao contrário, descrevendo, desse modo, como o campeonato se estrutura com base na quantidade de equipes que dele participam – as edições da Copa entre 1998 e 2022 contaram com 32 seleções participantes cada. Em seguida, o texto prossegue, aprofundando a relação desse evento esportivo a um aspecto sociocultural que mexe profundamente com o sentimento das pessoas.

No Brasil, durante a Era Vargas (de 1930 a 1945) e vigente até 1983, o futebol feminino foi proibido sob o decreto-lei 3.199 de 14 de abril de 1941. Um dos trechos do documento alegava que o esporte era “incompatível com a natureza” das mulheres. A regulamentação do esporte para esse público ocorreu em 1983, resultado da luta de jogadoras e da relevância econômica internacional do futebol.

2. b) Ao considerar a abordagem feita pelo cronista, pode-se perceber que ele primeiro relativiza a importância do evento sob o aspecto social, ao exaltar os aspectos econômico e cultural, para, em seguida, ressaltar a capacidade que o evento tem de despertar sentimentos profundos em algumas pessoas.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Transcrição da faixa de áudio 4: Ah, acredito que é algo muito triste, né, tudo que eu venho passando aqui a cada jogo, a cada jogos [sic], a cada dia, a cada denúncia minha vem aumentando, né, é muito triste isso. Mas acredito também que não só eu, mas como todos os negros que, não só na Espanha, no mundo todo, sofrem no dia a dia, o racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros sofrem no mundo, né. Meu pai sempre teve dificuldade de trabalhar por ser negro, por uma escolha entre ele e um branco sempre vão escolher

REFLETIR ARGUMENTAR E

um branco. E é uma coisa muito difícil, eu tenho lutado bastante por tudo que vem acontecendo comigo. Claro que é desgastante, porque você tá meio que sozinho em tudo. Que eu já fiz tantas denúncias, ninguém é punido, nenhum clube é punido. E a cada dia que passa eu

Em razão da importância do futebol em várias culturas ao redor do mundo, muitas das mazelas dessas sociedades são reproduzidas nos estádios, como é o caso do racismo. Desde 2021, o jogador brasileiro Vinicius Júnior tem denunciado as atitudes racistas dirigidas a ele na Espanha, por parte de torcedores de futebol. Leia as charges a seguir relacionadas ao assunto.

venho lutando por todas aquelas pessoas que vão vir, porque se fosse apenas por mim ou pela minha família, eu acredito que eu já teria desistido de tudo que eu venho lutando. A cada dia que eu vou pra casa eu fico mais triste, mas eu fui escolhido, como você falou, pra defender uma causa tão importante, que a cada dia eu estudo mais sobre. Eu venho aprendendo pra que, no futuro bem próximo meu irmão, que tem cinco anos, não venha passar por tudo que eu tô passando.

DUKE. [Vini, vi, vencerei o racismo]. Itatiaia Esporte, Belo Horizonte, 23 maio 2023. Disponível em: www. itatiaia.com.br/esportes/2023/05/23/charge-do-dukeracismo-contra-vini-jr. Acesso em: 7 set. 2024.

PETERS, Renato. Racismo, não?! GE , [s. l.], 11 jul. 2023. Disponível em: https://ge.globo.com/blogs/quatro-linhas/ post/2023/07/11/racismo-nao.ghtml. Acesso em: 7 set. 2024.

SOBRE...

Vinicius José Paixão de Oliveira Júnior (2000-), conhecido popularmente como Vini Jr., nasceu em São Gonçalo (RJ) e é um jogador de futebol profissional. Como atacante, conquistou vários títulos no time espanhol Real Madrid e na seleção brasileira.

■ Vini Jr., durante partida da Liga dos Campeões da UEFA, em outubro de 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. As primeiras denúncias de Vinicius Júnior sobre o racismo não foram bem recebidas pelos dirigentes da liga espanhola de futebol e, somente depois de dois anos, alguns torcedores foram punidos. Em sua opinião, por que é tão difícil enfrentar o racismo?

1. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

2. Qual é a importância de um jogador como Vinicius Júnior se posicionar contra o racismo?

2. Leia mais em Orientações para o professor

3. Qual é a principal crítica apontada na segunda charge?

3. Leia mais em Orientações para o professor

4. Ao refletir sobre o teor de ambas as charges, a que conclusão é possível chegar sobre o racismo no futebol? Justifique sua resposta e compartilhe-a com os colegas e o professor.

5. O que é possível fazer para combater o racismo? Considere os Direitos Humanos, reflita e compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que é possível identificar o racismo no futebol como um reflexo do racismo que ocorre na sociedade, isto é, como algo estrutural. Enquanto não for devidamente combatido, o racismo se perpetuará. São as demandas da população que têm o poder de pressionar as autoridades competentes a se mobilizarem e a adotarem as medidas necessárias para esse combate.

5. Espera-se que os estudantes se comprometam a observar as próprias falas e atitudes, a escutar e a respeitar os relatos de quem sofre preconceito e a denunciar ocorrências racistas. É esperado que eles adotem comportamentos que superem a violência, o racismo, a intolerância e o preconceito. Eles devem ser capazes de compreender e reconhecer o racismo estrutural, combatendo-o e acolhendo as pessoas que sofrem esse tipo de violência.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Futebol estratégico

Nesta atividade, você terá oportunidade de participar de um jogo de futebol que estimula a tomada de decisão, o pensamento estratégico, o trabalho em equipe, a cooperação e o respeito, além de aprimorar a coordenação motora com os pés.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra, um campo, ou um gramado, ou um terreno aberto, com utilização dos seguintes materiais: três conjuntos de coletes de cores diferentes (um conjunto de colete por equipe), uma bola de futebol e duas traves.

2. Antes do início da atividade, é preciso definir com o professor três equipes, que receberão seus respectivos coletes. A quantidade de jogadores por equipe vai depender do número de estudantes na turma.

3. Enquanto duas equipes jogam, os integrantes da equipe que não estiver participando naquele momento se responsabilizarão pela arbitragem da partida que está em andamento.

Praticar

1. As partidas terão duração de 15 minutos.

■ Cobrança de tiro livre direto em uma partida de futebol jogada por jovens. Fotografia de 2022.

2. O jogo segue todas as regras do futebol, com exceção das substituições. As principais regras do futebol são estas:

• O gol é válido quando a bola ultrapassar completamente a linha de fundo entre as traves e por baixo do travessão, desde que o jogador que fez o gol não tenha cometido nenhuma infração nem tenha recebido a bola para chutar ao gol em posição de impedimento.

• O jogador estará em posição de impedimento quando receber a bola no campo adversário e qualquer parte do seu corpo estiver mais próximo da linha de fundo adversária do que a bola e o penúltimo jogador adversário.

• O tiro de saída é a forma de iniciar o jogo, reiniciá-lo após o intervalo ou reiniciá-lo após um gol. No tiro de saída, a bola que estava imóvel sobre a marca central é chutada por um jogador da equipe que detém a posse de bola, enquanto todos os outros jogadores permanecem nos seus respectivos campos de defesa.

• Um tiro livre direto (chutar a bola diretamente ao gol) ou indireto (passar a bola para um jogador da mesma equipe) é concedido à equipe adversária quando um jogador cometer uma falta ou tocar a mão ou o braço na bola (inclusive o goleiro, se estiver fora da sua área). Os tiros livres são executados no local em que ocorreu a infração, exceto quando um defensor cometê-la dentro da área de meta adversária (nesse caso, o tiro livre será cobrado com a bola na marca do pênalti) ou quando um atacante cometer a infração na sua própria área de meta (nesse caso, o tiro livre pode ser cobrado em qualquer local dentro dessa área). Durante a cobrança, os adversários devem permanecer a uma distância mínima de 9,15 metros (no pênalti, os adversários também devem permanecer fora da área penal). O jogador que cobrar o tiro livre só poderá tocar na bola novamente depois de outro jogador tocá-la. Se três ou mais defensores formarem uma barreira, todos os atacantes deverão se posicionar a pelo menos 1 metro da barreira.

• Um arremesso lateral é concedido à equipe adversária do jogador que tocou a bola pela última vez antes de ela ultrapassar a linha lateral. Para a cobrança da lateral, a bola deve ser arremessada com as duas mãos, passando por trás e por cima da cabeça, no ponto em que saiu do campo, enquanto os adversários se posicionam a uma distância mínima de 2 m. Um gol não pode ser marcado diretamente a partir do arremesso lateral, e o cobrador só poderá tocar na bola novamente depois que ela tocar em outro jogador.

• Um tiro de meta será concedido à equipe defensora, quando a bola ultrapassar a linha de fundo, depois de ter tocado, pela última vez, em um jogador da equipe atacante. É permitido marcar um

INDICAÇÃO

• THE INTERNATIONAL FOOTBALL ASSOCIATION BOARD. Regras do jogo 23/24

Zurique: IFAB, 2023. Disponível em: https:// futebolpaulista. com.br/Repositorio/ Arbitro/REGRAS/ RegrasJogo/Regras_ do_Jogo_2023_24. pdf. Acesso em: 7 set. 2024. O manual apresenta as regras oficiais do futebol.

gol diretamente do tiro de meta, mas somente contra a equipe adversária. Se a bola entrar na meta do cobrador, será concedido um escanteio para a equipe adversária.

• Um escanteio é concedido à equipe atacante quando a bola ultrapassar a linha de fundo depois de tocar em um jogador da equipe defensora. É permitido marcar um gol diretamente a partir da cobrança de escanteio, mas somente contra a equipe adversária. Se a bola entrar na meta do cobrador, será concedido um escanteio para os adversários. Os adversários devem se posicionar a uma distância mínima de 9,15 metros do círculo do escanteio.

3. A cada 3 minutos deverão ser realizadas duas substituições, para que os jogadores que estiverem aguardando do lado de fora possam participar do jogo.

4. Os primeiros jogadores a sair do campo só poderão retornar após a entrada de todos os jogadores que iniciaram na reserva.

5. Antes de iniciar o jogo, cada equipe deverá escolher um “jogador estratégico”, cujo gol valerá 2 pontos. Este jogador não poderá fazer dois gols consecutivos.

6. Q ualquer comportamento antidesportivo resultará em um ponto extra para a equipe adversária.

7. A equipe que conquistar mais pontos vencerá a partida.

Avaliar

Depois de participar do jogo futebol estratégico, compartilhe com os colegas e com o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o jogo?

2. Quais estratégias foram elaboradas por sua equipe para decidir quem seria o jogador estratégico e para otimizar a entrada e a saída dos jogadores a cada 3 minutos? As estratégias foram bem-sucedidas?

3. Em quais momentos da atividade você percebeu que as seguintes habilidades cognitivas foram necessárias: tomada de decisão, pensamento estratégico e trabalho em equipe? Em que outros aspectos da vida essas habilidades podem ser úteis?

4. Em quais momentos do jogo os valores de cooperação e respeito foram praticados pela sua equipe?

5. Para jogar futebol em um ambiente fora da escola, é possível substituir as traves por quaisquer objetos que permaneçam fixos no espaço, como cones ou garrafas PET e riscar com giz as linhas demarcatórias do campo. Quais são os espaços disponíveis na sua comunidade ou próximo à escola que poderiam ser utilizados para jogar futebol? Como esses locais podem ser aproveitados ou adaptados para a prática do esporte mesmo que não sejam campos oficiais?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

GINÁSTICA DE CONDICIONAMENTO FÍSICO E DE CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL

■ A ioga é uma prática indiana milenar para todas as idades. Fotografia de 2024.

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor

No Capítulo 5, você terá a oportunidade de experimentar algumas práticas de ginástica de conscientização corporal e de condicionamento físico, além de participar de reflexões importantes sobre elas. No Tópico 1, você vai conhecer a importância da respiração para melhorar o equilíbrio emocional. No Tópico 2 , você terá oportunidade de refletir sobre a relação entre a aceitação da autoimagem e as redes sociais, além de pesquisar orientações de especialistas sobre alimentação e atividade física. No Tópico 3, você entrará em contato com uma prática de conscientização corporal.

Antes de começar, é importante considerar os conceitos de ginástica de condicionamento físico e ginástica de conscientização corporal.

A ginástica de condicionamento físico visa qualificar o rendimento, adquirir e manter a condição física ou modificar a composição corporal. A ginástica de conscientização corporal combina práticas com movimentos lentos e suaves, para melhorar a percepção do próprio corpo.

A partir dessas informações, você consegue identificar o tipo de ginástica praticada pelas pessoas retratadas na fotografia? Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que as pessoas retratadas na fotografia praticam ginástica de conscientização corporal.

TÓPICO

1

Mindfulness, respiração e saúde mental

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que mindfulness significa “atenção plena” e que se refere à prática de manter a atenção no momento presente, utilizando como ferramentas a respiração, o relaxamento do corpo e da mente e a consciência corporal.

2. Espera-se que os estudantes comentem que ao prestar atenção na respiração, nas sensações corporais, ao tomar consciência do próprio corpo, mantendo a atenção plena no presente, é possível atingir um estado de bem-estar que ajuda a modular o estresse e a ansiedade.

Por meio da respiração, o corpo humano absorve o oxigênio do ar, na fase inspiratória, e elimina o gás carbônico, na fase expiratória. No entanto, além dessa função ventilatória, a respiração também pode auxiliar no controle emocional. Embora seja um processo involuntário e inconsciente, é possível conscientizar-se do ato de respirar e praticar um padrão respiratório mais lento, profundo e fluido, atingindo um estado de relaxamento.

O hábito de fazer uma pausa de cinco minutos por dia para observar a própria respiração auxilia a encontrar uma sensação de maior bem-estar. Essa conscientização do padrão respiratório é a base de uma prática conhecida como mindfulness (ou atenção plena), que favorece o gerenciamento da ansiedade e do estresse.

PRIMEIRO OLHAR

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que a incorporação do mindfulness no cotidiano pode resultar em maior produtividade, em melhor qualidade de saúde mental e física, e em maior resiliência para lidar com o estresse diário.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Compartilhe com os colegas o que você conhece de mindfulness.

2. Em sua opinião, de que forma o mindfulness pode auxiliar a reduzir o estresse e a ansiedade?

3. Para você, quais são os benefícios da prática de mindfulness no cotidiano?

O mindfulness é um dos estados naturais da mente em que o pensamento está plenamente focado no momento presente. Trata-se de um estado mental de autorregulação da atenção para as atividades realizadas no presente, a fim de perceber e aceitar sensações e emoções, fortalecendo a conexão entre o corpo e a mente e desenvolvendo o equilíbrio emocional.

Outro aspecto do mindfulness é a técnica desenvolvida pelo professor de medicina estadunidense Jon Kabat-Zinn (1944-), como parte de um programa para o uso de técnicas de redução de estresse, como a meditação, em que o praticante é induzido a direcionar a sua atenção ao momento presente, impedindo que seja desviada para pensamentos intrusivos que poderiam gerar ansiedade. Apesar dos benefícios comprovados do mindfulness para o auxílio do controle do estresse e da ansiedade, vale ressaltar que o diagnóstico e o tratamento corretos dessas condições psicológicas devem ser feitos por profissionais especializados, como psicólogos e psiquiatras. A qualidade do ar é outro fator relevante. A prática de respiração consciente feita no campo, na serra ou no mar traz maior benefício à saúde do que aquela feita em cidades onde há poluição do ar.

NÃO

LER E COMPARTILHAR

Leia o trecho de um texto de divulgação científica sobre a prática de mindfulness para o controle da ansiedade.

Mindfulness: prática pode ser tão eficaz quanto remédio de ansiedade

O mindfulness (atenção plena) são práticas integrativas que podem reduzir em até 30% os sintomas de ansiedade em participantes.

É fato que meditar é uma forma de acalmar o corpo e a mente, mas um novo estudo recém-publicado constatou que participar de um programa de redução do estresse baseado em mindfulness (atenção plena) foi tão eficaz quanto usar um antidepressivo […] para tratamento de transtorno de ansiedade.

Trata-se do primeiro estudo clínico randomizado que comparou a meditação com o uso de um medicamento considerado padrão-ouro, e os resultados reforçam a importância das práticas integrativas.

“Somos um dos países campeões em transtornos de ansiedade, e um trabalho como esse, com ótima metodologia, auxilia muito a ampliar as formas de tratamento. Ele possibilita que os profissionais da saúde olhem para as práticas integrativas sem preconceito e observem que elas são um importante coadjuvante e podem se somar ao tratamento convencional”, afirmou Maria Ester Azevedo Massola, coordenadora da Equipe de Medicina Integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein.

Mindfulness pode ser uma ferramenta para tratar ansiedade

Os transtornos de ansiedade podem ser altamente angustiantes: eles incluem ansiedade generalizada, fobia social, síndrome do pânico e medo de certos lugares e situações, incluindo multidões, por exemplo. Geralmente, esses problemas são tratados com uso de medicações específicas.

O problema é que alguns pacientes não respondem bem aos medicamentos ou não toleram os possíveis efeitos colaterais deles, entre eles, náusea, sonolência e dor de cabeça. Por conta disso, alguns pacientes acabam não seguindo o tratamento de forma correta. […]

Prática é bem conhecida

Segundo Massola, o programa […] é muito bem descrito na literatura desde os anos 90 e tem como base três partes que o praticante vai usar diariamente: a primeira é a meditação com consciência da respiração e das sensações corporais.

A segunda é o escaneamento corporal, que é um tipo de relaxamento tanto do corpo quanto da mente; já a terceira parte do programa usa movimentos conscientes com alongamentos suaves para consciência corporal e das sensações internas.

MINDFULNESS: prática pode ser tão eficaz quanto remédio de ansiedade. In: HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN. Vida saudável: o blog do Einstein. São Paulo, 30 mar. 2023. Blogue. Disponível em: https://vidasaudavel.einstein.br/ mindfulness-pratica-pode-ser-tao-eficaz-quanto-remedio-de-ansiedade/. Acesso em: 2 set. 2024.

1. Meditação com consciência da respiração e das sensações corporais; escaneamento corporal, que se refere a um tipo de relaxamento do corpo e da mente; e prática de movimentos conscientes com alongamentos suaves para consciência corporal e para as sensações internas.

2. De acordo com o texto, o mindfulness pode ser uma alternativa para algumas pessoas que não respondem bem aos medicamentos para transtorno de ansiedade ou têm efeitos colaterais desagradáveis com o uso deles.

ATIVIDADES

3. A mente e o corpo estão profundamente interligados, e o estado de um afeta diretamente o outro. Quando a pessoa está ansiosa, o corpo reage com sintomas físicos como tensão muscular, aumento da frequência

1. De acordo com o texto, quais são as três partes básicas do programa de redução do estresse baseado em mindfulness?

cardíaca e problemas digestivos. Da mesma forma, o relaxamento físico pode ajudar a acalmar a mente e diminuir a ansiedade.

2. Segundo o texto de divulgação científica, qual é a importância de práticas integrativas no tratamento de transtornos de ansiedade? Se desejar, compartilhe com os colegas a sua experiência pessoal sobre o assunto.

3. O texto sugere que o mindfulness ajuda tanto a mente quanto o corpo a relaxar. Explique essa conexão e compartilhe sua resposta com a turma.

4. Releia o título do texto de divulgação científica: Mindfulness: prática pode ser tão eficaz quanto remédio de ansiedade

a) Há recursos persuasivos no título do texto de divulgação científica?

Em caso afirmativo, por que eles foram usados?

b) A construção do título pode ocasionar que atitude do possível leitor do texto? Em sua opinião, o título é ou não adequado? Justifique.

5. Atualmente, a saúde mental tem sido um tema de preocupação na sociedade.

a) Em sua opinião, quais são os principais elementos que colocam em risco a saúde mental dos jovens atualmente?

b) Quais outras práticas podem ser benéficas para melhorar a saúde mental?

6. Faça uma pesquisa na internet para saber como a prática de mindfulness age para beneficiar a saúde física e mental. No caderno, elabore uma síntese dos resultados da pesquisa e, depois, compartilhe-a com a turma.

6. O mindfulness aumenta a autoconsciência, permitindo que as pessoas percebam como seus pensamentos e emoções afetam seu corpo. Essa regulação emocional é importante para reduzir o impacto negativo do estresse sobre o corpo, contribuindo para um estilo de vida mais equilibrado.

Práticas integrativas: abordagens terapêuticas, cujo objetivo é prevenir agravos à saúde, promover e recuperar a saúde, enfatizar a escuta acolhedora, a construção de vínculos sociais e a conexão do ser humano com o meio ambiente. Essas práticas agem de forma complementar aos tratamentos tradicionais, sem substituí-los.

4. a) Espera-se que os estudantes analisem o título e percebam que o uso da construção tão quanto, para formar o grau comparativo de igualdade, é um recurso persuasivo. Ele pode ter sido utilizado para chamar a atenção daquele leitor que deseja outro tratamento para transtorno de ansiedade que não o medicamentoso.

4. b) Espera-se que os estudantes considerem que o título não é adequado, pois, apesar do uso da expressão pode ser tão eficaz, que passa a ideia de possibilidade, o leitor pode considerar substituir o uso de medicamento controlado pela prática de mindfulness sem ter tido orientação médica para isso. Nesse sentido, o título pode ter caráter desinformativo ao confundir o leitor.

5. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes mencionem desafios relacionados às pressões acadêmicas, ao uso de redes sociais, às expectativas quanto ao futuro etc.

5. b) Resposta pessoal. Entre várias possibilidades, os estudantes podem comentar: praticar atividades físicas, manter uma alimentação saudável, ter hobbies e momentos de lazer, contar com a ajuda de profissionais especialistas.

■ Criança e homem praticam meditação em ambiente residencial. Fotografia de 2022.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compreendam que a ansiedade está relacionada à capacidade de detectar perigos e ameaças, e pode nos manter alertas para uma situação de perigo iminente, na qual seja necessário lutar ou fugir.

REFLETIR ARGUMENTAR E

2. Espera-se que os estudantes infiram que o ser humano poderia ficar desprotegido e muito vulnerável, uma vez que seria incapaz de antecipar situações de perigo.

Leia, a seguir, um infográfico que descreve quando a ansiedade pode ser benéfica ao ser humano.

QUANDO ansiedade ajuda. [2021]. Imagem digital. 1 infográfico. Disponível em: https://ipqhc.org.br/2021/05/13/as-duas-faces-da-ansiedade/. Acesso em: 24 set. 2024.

3. a) Espera-se que os estudantes comentem que essas conquistas podem ser pessoais, associadas, por exemplo, a relacionamentos amorosos (namoro, casamento), aos estudos ou a algum projeto de vida específico por exemplo. Também pode ter relação profissional, como o ingresso ao ensino superior ou profissionalizante e a busca por um emprego.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Você acredita que a ansiedade pode ser uma condição benéfica ao ser humano? Argumente sua resposta e, caso se sinta à vontade, compartilhe com os colegas alguma situação que vivenciou.

2. Quais seriam as possíveis consequências para a vida humana se as pessoas não fossem capazes de processar a ansiedade?

3. No infográfico, uma das afirmações é que a ansiedade ajuda a impulsionar a busca por conquistas.

a) Para você, quais seriam essas conquistas?

3. b) Resposta pessoal. Os estudantes podem comentar que a ansiedade pode ajudar a aumentar a concentração e a motivação.

b) Em sua opinião, de que maneira a ansiedade pode impulsionar a busca por conquistas?

4. Quando a ansiedade se torna um problema patológico? Como agir nessas situações?

4. A ansiedade se torna patológica quando é desproporcional em relação ao estímulo, gerando sofrimento emocional e comprometendo negativamente a qualidade de vida. Nesse caso, é importante buscar ajuda de profissionais da saúde.

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CONEXÕES com

FILOSOFIA

O mindfulness e a filosofia

Em 1979, Jon Kabat-Zinn integrou seus conhecimentos de ioga e budismo à ciência médica e desenvolveu um treinamento que auxilia o indivíduo a atingir o estado mental de atenção plena. Com cunho científico e sem contexto religioso, essa técnica meditativa pode ser aplicada a qualquer pessoa acometida pelo estresse.

Entretanto, técnicas meditativas para atingir a consciência plena são praticadas há milhares de anos. Para os povos originários da Índia, a meditação era parte da prática religiosa do budismo e do hinduísmo, e, na Grécia Antiga, era praticada por algumas escolas filosóficas, como o estoicismo e o epicurismo. Estas escolas propunham conceitos e abordagens que remetem à ideia de uma melhoria da qualidade de vida por meio da atenção plena.

Leia o texto a seguir para saber um pouco mais sobre um desses conceitos.

■ Cópia romana de um busto do filósofo grego Epicuro (c. 341 a.C.-271 a.C.). [Primeira metade do século III a.C]. Mármore. Metropolitan Museum of Art, Nova York, Estados Unidos.

1. O mindfulness apresenta ideias similares àquelas de escolas de filosofia da Grécia Antiga, como a atenção plena no presente, a importância do autoconhecimento e a busca pela autogestão de emoções e comportamentos.

Escolas filosóficas como o Estoicismo e o Epicurismo propunham conceitos e abordagens que nos remetem à ideia de atenção plena, com aplicação direta na vida cotidiana (lembrando que apesar de frequentemente associarmos a “filosofia” a algo conceitual ou reflexão intelectual, seu propósito original é melhorar a vida de maneira prática no dia a dia).

Um desses conceitos, mais relacionado ao Estoicismo, era conhecido como “Prosoché ”, que podemos traduzir como “viver cada momento intencionalmente com atenção plena”, que traz como base a ideia de que a “vida é finita” e, assim, “devemos valorizar cada momento de nossa existência”, porque eles não voltam mais, são únicos.

“Prosoché ” também seria a atitude correta a ser desenvolvida por um filósofo estoico, por possibilitar a autopercepção de sensações, pensamentos, sentimentos, emoções e impulsos, levando ao autoconhecimento e à possibilidade de autogestão de emoções e comportamentos, algo muito similar ao que propõem os treinamentos contemporâneos de mindfulness.

DEMARZO, Marcelo. Atenção plena já era usada pelos filósofos gregos antigos. In: DEMARZO, Marcelo. Mindfulness para o dia a dia. São Paulo, 19 fev. 2020. Blogue. Disponível em: https://mindfulnessparaodiadia.blogosfera.uol.com.br/2020/02/19/atencao-plena-ja-era-usada-pelos-filosofos-gregos-antigos/. Acesso em: 2 set. 2024.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes consigam transpor os conhecimentos adquiridos para comportamentos que estimulem o autoconhecimento, a atenção plena, a redução do estresse e da ansiedade.

1. Qual é a relação existente entre o mindfulness e os filósofos gregos antigos?

2. De que maneira o conceito do Prosoché pode impactar a vida cotidiana? Qual é a importância desse conceito para o autoconhecimento?

3. Em sua opinião, de que modo a prática de mindfulness pode auxiliar em seu projeto de vida?

2. O conceito sugere que o indivíduo viva cada momento intencionalmente com atenção plena, tendo como base a ideia de que a vida é finita, valorizando cada momento de sua existência. A prática visa a autopercepção de pensamentos, sensações, sentimentos, emoções e impulsos, levando ao autoconhecimento e à possibilidade de autogestão de emoções e comportamentos.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Exercícios respiratórios

Nesta seção, você terá a oportunidade de vivenciar alguns exercícios respiratórios e aprender a técnica da respiração diafragmática, uma ginástica de conscientização corporal. A respiração diafragmática, também conhecida como respiração abdominal ou profunda, auxilia no autocontrole emocional e induz o sono reparador, trazendo uma sensação de relaxamento. Além disso, a prática diária dessa técnica, por cinco minutos, auxilia a melhora do humor e a redução da ansiedade.

AMPLIAR

Todos os movimentos do corpo humano são realizados por músculos, e o principal músculo respiratório é o diafragma, que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal.

Durante a respiração profunda, enquanto a caixa torácica se expande, permitindo a entrada de ar, o diafragma é responsável por 70% do movimento inspiratório. Em situações de estresse, ansiedade ou esforço físico, ocorre a hiperventilação nos pulmões, ou seja, a frequência respiratória é acelerada, a respiração fica mais curta e se restringe à parte superior da caixa torácica, diminuindo o trabalho do diafragma.

Planejar

A atividade deve ser realizada em uma sala silenciosa, sendo necessário separar colchonetes que serão dispostos no chão.

Praticar

1. Serão realizados três exercícios respiratórios. Durante os exercícios, procure manter os olhos fechados e focar a atenção somente na sua respiração.

■ Ilustração demonstrativa de posição inicial para a prática de exercícios respiratórios.

2. Antes de iniciar as próximas atividades, sente-se sobre um colchonete com as pernas cruzadas, a coluna ereta e os braços estendidos ao lado do corpo, buscando relaxar por alguns segundos.

3. A inspiração e a expiração do ar devem ser feitas pelo nariz. Em caso de desconforto, faça-as pela boca. Se sentir algum incômodo ao reter o ar nos pulmões, respire naturalmente, sem forçar a inspiração nem a expiração.

4. Realize a respiração diafragmática (ou abdominal), de acordo com as seguintes instruções.

• Coloque a mão esquerda sobre o tórax, na altura do coração, e a mão direita sobre o abdome, na altura do umbigo, para certificar-se de que o tórax não será usado durante o exercício e o abdome será expandido corretamente.

• Feche os olhos e inspire durante três segundos, percebendo o abdome se expandir.

• E xpire lentamente durante seis segundos, percebendo o abdome se retrair e voltar para a posição inicial.

• Repita o exercício 10 vezes.

MARCELO KINA

5. Depois, faça a respiração diafragmática (ou abdominal) com retenção de ar, seguindo as próximas orientações.

• Coloque a mão esquerda sobre o tórax, na altura do coração, e a mão direita sobre o abdome, na altura do umbigo.

• Feche os olhos e inspire durante três segundos, percebendo o abdome se expandir.

• Retenha o ar inspirado por mais três segundos.

• E xpire lentamente durante seis segundos, percebendo o abdome se retrair.

■ Ilustração demonstrativa de posição indicada para as práticas de respiração abdominal e respiração abdominal com retenção.

• Faça uma pausa de mais três segundos antes de inspirar novamente.

• Repita o exercício 10 vezes.

6. Para realizar o próximo exercício de respiração diafragmática (ou abdominal), deite-se sobre o colchonete em decúbito dorsal (com a barriga voltada para cima), encostando a parte de trás da cabeça, as costas e o quadril no colchonete. Mantenha os joelhos flexionados apontados para cima e os pés apoiados no chão. Oriente-se pelas etapas a seguir.

■ Ilustração demonstrativa de posição indicada para a prática de respiração diafragmática.

• Coloque a mão direita sobre o abdome, com a ponta do dedo mínimo sobre o umbigo, e a mão esquerda sobre o tórax, na altura do coração.

• Inspire durante três segundos, percebendo a expansão de toda a caixa torácica até a região do umbigo.

• Mantenha os músculos abdominais contraídos e tente sentir os órgãos internos.

• Aguarde por dois segundos.

• E xpire lentamente por seis segundos.

• Repita o exercício cinco vezes.

• Inverta a posição das mãos e repita o exercício mais cinco vezes.

Avaliar

Depois de praticar os exercícios respiratórios, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Você encontrou dificuldade para realizar algum dos exercícios respiratórios?

2. De que forma os exercícios respiratórios afetaram o seu estado de relaxamento?

3. Manter a atenção na respiração é uma estratégia muito eficiente para reduzir a ansiedade. Você se interessou em reservar cinco minutos diários para repetir 10 vezes a respiração diafragmática?

4. De que modo essas práticas contribuíram para a melhora da sua conscientização corporal?

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2

Distopia de corpos midiatizados

A ginástica de condicionamento físico é uma manifestação da cultura corporal de movimento, que traz benefícios à saúde física e mental de seus praticantes. Ela está presente no cotidiano de pessoas que praticam musculação, treinamento funcional ou aulas coletivas diversas, em parques e academias, por exemplo.

No entanto, alguns praticantes utilizam a ginástica de condicionamento físico para buscar padrões estéticos muitas vezes inalcançáveis, obtendo apenas frustração com o exercício físico.

A supervalorização da estética torna difícil a construção de uma imagem corporal positiva, que corresponda aos padrões de corpos socialmente aceitos. Quando se fala em imagem corporal, refere -se à percepção que as pessoas constroem sobre o próprio corpo – a forma como avaliam a aparência física e as proporções corporais, além da expectativa que se cria de como os outros as enxergam.

PRIMEIRO OLHA R

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que a internet amplifica a cobrança estética, por meio da massificação do acesso aos conteúdos voltados à estética corporal. Além disso, a aceitação da autoimagem é dificultada pelo uso de filtros nas redes sociais. Essas ferramentas distorcem a aparência física e mascaram a aparência real dos usuários.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. No seu entendimento, como são difundidos os padrões de beleza no contexto cultural em que você vive e como as ginásticas de condicionamento se relacionam com esse fenômeno?

1. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

2. Para você, a internet e as redes sociais podem influenciar a autoavaliação da imagem corporal? Em caso afirmativo, de que maneira?

3. De que modo você acha que fazer uma autoavaliação negativa da imagem corporal pode prejudicar a saúde de alguém?

Quando um indivíduo tem uma imagem corporal negativa de si mesmo, se torna muito vulnerável a todo tipo de apelo midiático, como promessas de transformações corporais milagrosas. Isso é potencializado pelas redes sociais, que aumentam o alcance das críticas direcionadas aos corpos que diferem do imaginário coletivo de beleza. Essas mídias também dão visibilidade a influenciadores digitais sem qualquer formação acadêmica, que usam o seu poder de influência para recomendar treinos ou dietas contrários às orientações de especialistas. Esses motivos levam muitas pessoas a colocar a saúde em risco, recorrendo a procedimentos estéticos invasivos, dietas restritivas, uso de medicamentos para a perda de peso ou para o ganho de massa muscular e prática excessiva de exercícios físicos.

3. Resposta pessoal. A dificuldade na aceitação da autoimagem contribui para que muitas pessoas coloquem sua saúde em risco ao recorrer a procedimentos que, supostamente, trariam os resultados almejados por elas em um curto espaço de tempo. Muitos desses procedimentos não são recomendados por profissionais da área da Educação Física, da Nutrição, da Medicina etc. Outras consequências de uma visão negativa sobre a própria imagem é a busca por um padrão de beleza inalcançável, que pode acarretar transtornos alimentares e dismorfia corporal (preocupação excessiva e distorcida com a aparência física relacionada a defeitos imaginários).

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LER E COMPARTILHAR

A seguir, leia o trecho de uma reportagem publicada na internet sobre a relação entre autoestima e uso de filtros em redes sociais.

Pesquisa mostra que 84% das jovens editam foto antes de postar nas redes sociais

O uso de aplicativos de retoque de imagem ou filtros nas redes sociais para esconder “imperfeições” é mais comum do que se imagina entre as meninas mais novas. Uma pesquisa […] mostra que 84% das jovens brasileiras com 13 anos já usaram algum tipo de recurso tecnológico para mudar sua imagem em suas fotos.

Além disso, 78% delas tentam mudar ou ocultar pelo menos uma parte ou característica de seu corpo que não gostam antes de postar uma foto de si mesmas nas redes sociais.

— As meninas e as mulheres, hoje, acreditam em um padrão de beleza e deixam de valorizar e considerar as diferenças. Temos biotipos, descendentes diferentes e nunca seremos iguais e padronizados. Os filtros criam uma ideia de que todos vão ser iguais, ter a “mesma cara”, o que não é real. É importante lembrar que cada um tem sua realidade e sua história, e isso não pode ser padronizado. Seremos bonitas e valorizadas dentro dos nossos próprios padrões — diz a psicóloga Fabiane de Faria, idealizadora da plataforma Aterapia.

A pesquisa foi feita em dezembro de 2020 e revela o impacto do uso de redes sociais e filtros na autoestima de meninas entre 10 e 17 anos nos Estados Unidos, na Inglaterra e no Brasil. No país, a pesquisa foi conduzida […] com 503 meninas de 10 a 17 anos e 1 010 mulheres de 18 a 55 anos.

Postagem em troca de validação social

Por tentar seguir os padrões de beleza estabelecidos pela sociedade, meninas e mulheres de diferentes idades praticam uma “autodistorção digital” da aparência, afirmam especialistas. No estudo, 89% das jovens relatam que compartilham selfies na esperança de receber validação de outras pessoas. Além disso, a comparação virtual traz grandes prejuízos para a autoestima: 35% das jovens brasileiras dizem se sentir “menos bonitas” ao verem fotos de influenciadores/celebridades nas redes sociais.

■ Imagem vetorizada na qual mão direita segura smartphone com muitas bocas na tela.

1. Elas buscam filtros para esconder características que não apreciam em si próprias. Esse comportamento reflete a pressão intensa para aderir a padrões de beleza irreais, promovidos amplamente nas redes sociais. O fenômeno da autodistorção digital é uma prática comum entre as jovens que buscam validação social através de likes e comentários.

■ Jovens tiram selfie na praia. Fotografia de 2022

— Isso é muito preocupante, porque é na adolescência que definimos como queremos ser, o que queremos realizar. Por isso, os adolescentes estão sempre vulneráveis, abertos e flexíveis nesta fase. Este deve ser um período de acompanhamento e orientação por parte de pais e educadores. Não devemos nos basear na avaliação do outro. Pois não existe um padrão único como muitas jovens pensam — diz Fabiane.

Preocupação excessiva com a imagem

Dados da pesquisa apontam, também, que quanto mais tempo as meninas passam editando suas fotos, mais elas relatam baixa autoestima corporal: 60% das que passam de dez a 30 minutos editando as imagens dizem ter baixa autoestima. O estudo retrata que a s meninas que distorcem suas fotos são mais propensas a ter baixa autoestima corporal (50%) em comparação com aquelas que não distorcem suas imagens (9%).

AZEVEDO, Evelin. Pesquisa mostra que 84% das jovens editam foto antes de postar nas redes sociais. Extra, Rio de Janeiro, 2 maio 2021. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/pesquisa-mostra-que-84-das-jovens-editam-foto-antes-de-postar-nasredes-sociais-24998621.html. Acesso em: 30 ago. 2024.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam que as percepções sobre imagem e autoestima também afetam os meninos, que também são reféns dos padrões de beleza vigentes.

AMPLIAR

3. A psicóloga recomenda que haja uma valorização da diversidade de biotipos e histórias pessoais, pois não existe um padrão único, como muitas jovens pensam. Além disso, ela afirma que deve haver acompanhamento e orientação de pais e educadores nessa fase da vida das jovens.

A proporção entre a massa corporal magra e a massa corporal adiposa é chamada de composição corporal. A massa corporal adiposa se refere à gordura corporal, e a massa corporal magra diz respeito a tudo aquilo que não é gordura no corpo, ou seja, os músculos, os órgãos, os ossos e as articulações.

A composição corporal passa por várias mudanças ao longo da vida. Na adolescência, as mudanças são muito significativas, por causa da ação dos hormônios estrogênio e testosterona. Normalmente, nessa fase, as meninas apresentam uma massa corporal de gordura maior do que a dos meninos.

ATIVIDADES

4. Espera-se que os estudantes analisem a relação entre postagens nas redes sociais ou na internet e a percepção que meninas e meninos adolescentes têm de sua imagem corporal, apresentando argumentos para evidenciar o fenômeno no momento em que estiverem realizando a atividade.

1. De acordo com a reportagem, quais motivos justificam a busca das jovens por filtros que modificam ou escondem alguma característica corporal, antes de postarem fotografias nas redes sociais?

2. A pesquisa demonstra como a preocupação excessiva com a imagem é um indicativo de baixa autoestima nas adolescentes. No entanto, isso não é uma questão exclusiva das meninas. Como você percebe a relação entre imagem e autoestima nos meninos? Compartilhe sua opinião com a turma.

3. O que a psicóloga mencionada na reportagem recomenda para as jovens que buscam uma padronização da beleza através dos filtros e das edições de imagem?

4. A pesquisa, realizada em 2020, revelou que muitas meninas não estavam satisfeitas com sua imagem corporal e recorriam a filtros antes de fazer postagens nas redes. Compartilhe com a turma sua avaliação desse cenário nos dias atuais em relação aos adolescentes de modo geral.

5. Em sua opinião, quais ações poderiam ser tomadas para criar um ambiente mais saudável e favorável ao desenvolvimento da autoestima dos adolescentes, ajudando-os a se aceitarem e a valorizarem seus próprios corpos?

5. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

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REFLETIR ARGUMENTAR E

Na seção Ler e compartilhar, você refletiu sobre a relação de jovens brasileiras com o uso de retoque de imagem ou filtros em redes sociais. Leia esta tirinha que retrata a relação entre um usuário e o telefone celular.

SOBRE...

André Dahmer (1974-) é artista plástico, poeta, quadrinista e cartunista. É autor de várias séries de tirinhas, entre as quais Os Malvados , Cidade do Medo e Vida e obra de Terêncio Horto . Entre os temas explorados pelo artista estão os costumes, a tecnologia, o trabalho e as contradições da sociedade contemporânea do século XXI.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. A substituição da cabeça pelo celular, apresentada na tirinha, é uma crítica a um padrão de comportamento observado nos dias atuais.

a) Que comportamento é esse?

1. a) A tirinha remete ao uso ininterrupto do celular e da internet, sem os quais muitas pessoas não conseguem mais viver, na esfera profissional ou pessoal.

b) Para você, as práticas corporais podem auxiliar na mudança desse comportamento? Se sim, de que maneira?

1. b) Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

2. Na internet, há diversos influenciadores digitais que postam conteúdos sobre dietas e exercícios físicos sem embasamento científico. De que forma é possível não se deixar enganar por esses conteúdos?

2. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

3. Em sua opinião, deveria ser aplicado às redes sociais algum tipo de regulamentação para evitar a circulação de informações enganosas sobre cuidados com o corpo e a saúde? Justifique sua resposta e compartilhe-a com os colegas e o professor.

INDICAÇÃO

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes exponham seus pontos de vista e argumentem para garantir a circulação de informações confiáveis e seguras em relação ao corpo e à saúde das pessoas e que discutam eventuais consequências das regulamentações – se caracterizariam algum tipo de censura ou restrição da liberdade de expressão.

• DISMORFIA e redes sociais: como o padrão estético pode alterar nossa relação com o corpo. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (6 min). Publicado pelo canal TV UFMG. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=f46TlleLqU0. Acesso em: 30 ago. 2024.

Este vídeo apresenta professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que comentam o fenômeno da dismorfia corporal e alertam para os cuidados com a saúde física e mental relacionados à autoimagem. Abordam também a relação entre autoimagem e a busca por procedimentos estéticos em um rentável mercado no Brasil.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
DAHMER, André. Quadrinhos dos anos 20. São Paulo: Quadrinhos na Cia., 2023. p. 31.

BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Redes sociais e imagem corporal

Na seção Ler e compartilhar, você estudou os riscos que as redes sociais representam para a imagem corporal. Agora, vai realizar uma pesquisa de análise de mídias sociais, para investigar as métricas de postagens de especialistas nas áreas de treinamento físico e nutrição, e, depois, compartilhar os resultados por meio de uma exposição oral apoiada por apresentação multimídia.

Primeira etapa

1. A turma será organizada em dez grupos que investigarão as postagens de cinco especialistas (ou conjunto de especialistas).

2. Cada grupo deve preparar uma lista com as principais dúvidas sobre treinamento físico e nutrição, composição corporal ou ginástica de condicionamento.

3. Todos os grupos devem compartilhar as dúvidas e elaborar uma só lista das dúvidas da turma que despertaram mais interesse.

4. Finalizada a lista coletiva, cada grupo deve elaborar uma ficha para a coleta dos dados da pesquisa, com estes campos: (i) dúvidas da turma; (ii) formação acadêmica e histórico profissional do especialista pesquisado; (iii) informações coletadas nas postagens das redes sociais do especialista; (iv) apreciação pessoal sobre a forma como as informações são apresentadas nas postagens; (v) respostas (se houver) às dúvidas; (vi) engajamento das postagens (quantidade de curtidas, comentários e compartilhamentos).

Segunda etapa

1. O professor deve indicar para cada grupo qual especialista (ou grupo de especialistas) deverá ser pesquisado.

2. Façam uma busca na internet por postagens do especialista indicado para o seu grupo e escolham dez postagens para preencher a ficha de coleta de dados.

3. Analisem os dados coletados, de acordo com o roteiro indicado a seguir.

• A pessoa tem formação acadêmica que a qualifica para abordar o tema da postagem?

• As informações nas postagens são compreensíveis para leigos e os auxiliam a utilizar o bom senso na relação entre prática corporal e alimentação/nutrição?

• As informações nas postagens forneceram elementos para esclarecer as dúvidas da turma?

• Qual postagem alcançou maior engajamento na internet? A que vocês atribuem esse engajamento?

4. Reúnam-se com o outro grupo que pesquisou o mesmo especialista e dialoguem sobre as análises. Depois, em conjunto, organizem uma apresentação multimídia para compartilhar os resultados das análises com a turma. Ela será usada como recurso para apoiar uma exposição oral.

5. No dia combinado, façam a exposição oral apoiando-se na apresentação multimídia.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Treino de condicionamento físico

Nesta atividade, será desenvolvido um treino de condicionamento físico, que estimula o desenvolvimento da resistência muscular e da flexibilidade. Depois de uma caminhada de cinco minutos, realizada como aquecimento, serão propostos oito exercícios de resistência muscular e, para finalizar, uma série de alongamento. Para o trabalho de condicionamento físico, é indicada a frequência de três a quatro vezes por semana, realizando oito a dez repetições de cada exercício no primeiro mês, com um aumento gradual do número de repetições ou da duração de cada exercício à medida que o seu condicionamento físico melhorar. Esse treino poderá ser reproduzido fora do ambiente da escola, como uma oportunidade para você incorporar o autocuidado com o corpo e a saúde ao seu projeto de vida.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra ou uma sala ampla. Se a turma desejar, é possível criar uma lista de músicas, atendendo aos gostos musicais dos estudantes, e reproduzi-las durante a realização dos exercícios.

2. É necessário separar os seguintes materiais: colchonetes; elásticos com 2,5 metros (tripa de mico); garrafas PET de 300 mL cheias de água ou de areia.

Praticar

1. É recomendável beber água antes e depois de realizar o treino.

2. Como aquecimento, você deverá caminhar por cinco minutos pela quadra ou sala.

3. Siga as instruções fornecidas pelo professor para realizar oito repetições dos dois exercícios de resistência muscular indicados a seguir. Descanse 15 segundos entre os exercícios.

Agachamento

No agachamento, você perceberá o trabalho realizado pelos músculos dos glúteos, das coxas (na frente e atrás) e da panturrilha.

• Panturrilha

No exercício de panturrilha, você perceberá o trabalho dos músculos da panturrilha, conhecida como “batata da perna”. Pode ser executado em um degrau seguro, apoiando-se a mão em uma superfície lateral para manter o equilíbrio.

■ Ilustração demonstrativa do exercício de agachamento.

■ Ilustração demonstrativa do exercício de panturrilha.

4. Siga as instruções fornecidas pelo professor para realizar oito repetições dos três exercícios de resistência muscular indicados a seguir. Descanse 15 segundos entre os exercícios.

• Elevação pélvica

Na elevação pélvica, você perceberá o trabalho dos músculos dos glúteos e das coxas. Execute o movimento sobre um colchonete.

■ Ilustração demonstrativa do exercício de elevação pélvica.

• Remada

Na remada, você perceberá o trabalho da musculatura superior das costas e da parte de trás do ombro. Execute-a sobre um colchonete com o uso de um elástico.

• Abdominal

Ao fazer abdominais, você perceberá o trabalho da musculatura do abdome. Execute-os sobre um colchonete.

■ Ilustração demonstrativa de etapas do exercício de abdominal.

■ Ilustração demonstrativa de etapas do exercício de remada.

5. Siga as instruções fornecidas pelo professor para realizar oito repetições dos três exercícios de resistência muscular indicados a seguir. Descanse 15 segundos entre os exercícios.

• Flexão de braço

Ao realizar flexões de braço, você perceberá o trabalho da musculatura da parte superior do braço e do ombro.

• E xtensão do cotovelo

No exercício de extensão de cotovelo, você perceberá o trabalho da musculatura da parte de trás do braço.

• Rosca bíceps

Ao realizar os movimentos de rosca bíceps, você perceberá o trabalho da musculatura da parte da frente dos braços.

■ Ilustração demonstrativa de etapas do exercício de flexão de braço.

■ Ilustração demonstrativa de etapas do exercício de extensão do cotovelo.

■ Ilustração demonstrativa de etapas do exercício de rosca bíceps.

6. Finalizada a série de movimentos do treino de condicionamento físico, siga as instruções fornecidas pelo professor para realizar esta sequência de exercícios de alongamento. Mantenha cada posição de alongamento por 30 segundos.

• Alongamento para a musculatura lateral do tronco: trabalha os músculos flexores laterais da parte inferior do tronco.

■ Ilustração demonstrativa de etapas de alongamento para a musculatura lateral do tronco.

• Alongamento para punhos: trabalha os músculos flexores do punho.

■ Ilustração demonstrativa do alongamento para punhos.

Avaliar

• Alongamento para a musculatura do ombro: trabalha os músculos deltoides (responsáveis pela articulação dos ombros).

• Alongamento para a região anterior da coxa: trabalha o músculo quadríceps.

■ Ilustração demonstrativa de etapas de alongamento para a musculatura do ombro.

• Alongamento para as costas: trabalha os músculos extensores da parte inferior do tronco.

■ Ilustração demonstrativa do alongamento para a região anterior da coxa.

■ Ilustração demonstrativa do alongamento para as costas.

Depois de participar do treino de condicionamento físico, compartilhe com os colegas e o professor suas percepções. Respostas pessoais.

1. Você acha que é viável incorporar a ginástica de condicionamento à sua rotina diária, como uma forma de autocuidado com a sua saúde física?

2. Durante o treino, você conseguiu perceber o estímulo ao desenvolvimento da resistência muscular e a parte do corpo que estava sendo trabalhada?

3. Como você se sentiu em relação ao cansaço físico durante e após o treino que foi proposto?

4. Após realizar os exercícios de alongamento, quais mudanças você notou no seu corpo e na sua sensação de relaxamento?

5. Após a experiência com a ginástica de condicionamento, como é possível relacionar a prática de exercícios físicos com uma melhor construção de autoimagem e com cuidados com a saúde?

6. Como a apropriação da ginástica de condicionamento pode contribuir para a melhoria da sua saúde física e mental?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Antiginástica: um encontro com o próprio corpo 3

Se você já entrou no estirão de crescimento, é possível que tenha percebido um estranhamento para controlar o seu corpo, que, às vezes, pode parecer meio desajeitado, fazendo você esbarrar em móveis, derrubar algo ou quebrar pequenos objetos. Essas situações são comuns durante a puberdade, porque, em um curto espaço de tempo, o corpo amadurece fisicamente.

Nessa fase, ocorre um intenso desenvolvimento de órgãos, ossos e músculos, sendo o crescimento físico mais acelerado em alguns períodos da puberdade e mais lento em outros. Os músculos aumentam em massa e na capacidade de expressar força.

Os estirões de crescimento ocorrem sem que a região do cérebro responsável pelo controle motor tenha tido tempo de maturar e desenvolver a representação mental das dimensões corporais com uma nova estatura, considerando que o corpo pode aumentar cerca de 25% durante a puberdade. São os movimentos físicos que ajudam o cérebro a ajustar a imagem corporal a essa nova realidade. As manifestações da ginástica de conscientização corporal, que visa à tomada de consciência sobre o corpo, compreendem que cada movimento realizado pode ter uma intencionalidade que busque a harmonia das dimensões que compõem o ser humano, de maneira integralizada.

Uma das manifestações da ginástica de conscientização é a antiginástica, uma prática corporal criada pela fisioterapeuta francesa Thérèse Bertherat (1931-2014), na década de 1970. Essa prática visa à melhora da qualidade de vida com base no autoconhecimento do corpo, pela percepção de que suas várias partes se conectam por cadeias de músculos que se entrelaçam desde a cabeça até as solas dos pés.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes consigam identificar e descrever sua relação com as mudanças ocorridas no corpo durante esse período.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às questões a seguir.

1. Como tem sido a transformação do seu corpo durante o estirão de crescimento?

2. Você percebeu mudanças em seu desempenho atlético, em especial nas práticas que exigem equilíbrio e controle corporal, como dança, ginástica e esportes de quadra? Comente.

3. Que tipo de prática corporal vem à sua mente quando escuta o termo antiginástica? Em sua opinião, quais percepções resultam dessa prática?

ginástica de condicionamento físico. As percepções resultantes dessa prática podem ser alongamento dos músculos, relaxamento, controle da respiração etc.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes associem o termo antiginástica a um tipo de prática corporal que se contraponha à Por meio da antiginástica, é possível reconhecer e despertar áreas corporais que haviam perdido sua mobilidade e sensibilidade devido à falta de uso. Essa reconexão com o próprio corpo promove bem-estar, além de melhorar a postura e a mobilidade, diminuir o estresse e reduzir as tensões musculares.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes relatem que suas capacidades e habilidades físicas melhoraram, bem como sua capacidade de se concentrar e tomar decisões (efeitos resultantes da maturação do cérebro). O ganho de massa muscular e de força proporciona um melhor desempenho atlético. Entretanto, pode haver também aumento do desequilíbrio e da falta de controle do corpo. Isso ocorre devido ao aumento rápido de estatura e massa, gerando riscos de lesão.

PRIMEIRO OLHA R
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LER E COMPARTILHAR

Leia o trecho de uma reportagem a respeito da antiginástica publicada em um portal de notícias.

O que é a antiginástica e o que ela pode fazer por você e seu corpo

A jornalista Carolina Robino, repórter da BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, conta abaixo sua experiência com a antiginástica: […]

A antiginástica é uma prática corporal que busca autoconhecimento do corpo e o entendimento de que várias partes diferentes se conectam. O método também busca reconhecer e despertar áreas que estão adormecidas, que perderam mobilidade ou sensibilidade, com o objetivo final de aumentar o bem-estar.

Por exemplo:

Em minha primeira sessão — que, diferentemente das outras, foi individual —, passei muito tempo deitada no chão apenas mexendo a língua e a mandíbula para todos os ângulos imagináveis e possíveis, tentei com relativo sucesso mover meu dedinho sem mexer os outros dedos e sem tirar o pé do chão, e mantive uma perna levantada para o teto por vários minutos.

E isso foi tudo.

Para minha surpresa, quando cheguei em casa, deitei no sofá e dormi profundamente durante pelo menos três horas. Estava esgotada. Algo raro? Nem tanto. O esforço para mexer algo há muito tempo parado pode ser extenuante, mas tem sua recompensa.

Rompendo padrões

A antiginástica foi criada na década de 1970 pela fisioterapeuta francesa Thérèse Bertherat, que dedicou boa parte da sua vida a observar o corpo e entender tanto o potencial que ele tem quanto os obstáculos que criamos.

Seu trabalho foi inspirado principalmente nas pesquisas de sua colega e compatriota Françoise Mézières, que analisou com profundidade a poderosa cadeia de músculos entrelaçados na parte de trás do corpo, desde a base do crânio até debaixo dos pés. Bertherat acredita que muitos dos males que nos assolam vêm do excesso de tensão, encurtamentos e contrações dessa cadeia de músculos. Ela apostou que exercícios de alongamento ajudariam a relaxar o corpo para que, eventualmente, todos os ossos, músculos, tendões e ligamentos voltassem ao lugar, naturalmente.

[…]

Na antiginástica, tudo tem uma razão anatômica. Ela é direcionada a cada parte do corpo: pés, ombros, olhos, mandíbulas, costas, abdômen, períneo, diafragma, espinha, ombros, clavículas. Ao mesmo tempo, ela também se volta para as conexões entre essas partes.

■ Pessoas praticam sessão de antiginástica. Fotografia de 2023.

2. De acordo com a experiência da repórter Carolina Robino, a prática é coletiva e acontece em um local sem espelhos. Os movimentos são conduzidos por um profissional, que os descreve verbalmente, sem demonstrá-los e sem tocar no praticante. Cada pessoa executa os movimentos no seu ritmo e dentro dos seus limites. A ideia proporciona a cada praticante o contato com o próprio corpo. Podese usar acessórios, como bolas ou almofadas, para facilitar algum movimento. De acordo com a reportagem, qualquer pessoa pode

praticar a antiginástica, pois não é necessário ter experiência anterior ou alguma doença.

Quando se esfrega repetidamente a palma de uma mão, pode-se estar, sem saber, ajudando de alguma maneira a alongar o músculo do trapézio. E, ao movimentar a língua repetidamente, estamos fortalecendo ou soltando a traqueia – ou, ainda que seja difícil notar, fortalecendo também as pernas.

Todos os exercícios são ferramentas para tomar consciência do próprio corpo e de como ele pode contar nossa história e emoções.

Bertherat descreveu essa ideia muito bem, usando uma metáfora: “Há uma casa que tem seu nome, você é o único proprietário, mas você não pode entrar. Você fica afastado, na frente da fachada, porque você perdeu a chave (...) Mas as paredes sabem tudo, elas não se esquecem de nada.”

Cada um por si

A antiginástica se desenvolve em ciclos de 11 ou 12 sessões. Ao fim de uma, começa outra totalmente diferente.

Ao contrário de outras técnicas de trabalho corporal, você nem sempre sabe a razão de estar fazendo aquele movimento. O instrutor dá apenas dicas, sem nunca mostrar como fazer exatamente. Também não há espelhos, para que o participante não copie o jeito de se movimentar do colega. Cada um trabalha com seu próprio corpo.

Não é necessário ter experiência ou qualquer doença, embora muitos que começam a praticar o exercício sofram de dores físicas. A antiginástica pode ser praticada por qualquer pessoa.

ROBINO, Carolina. O que é a antiginástica e o que ela pode fazer por você e seu corpo. BBC News, [s. l.], 14 jan. 2018. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42574030. Acesso em: 12 set. 2024.

ATIVIDADES

1. Antiginástica é uma prática corporal que busca autoconhecimento do corpo e das diferentes partes que o compõem e que se conectam entre si. O método também promove a recuperação de áreas que perderam a mobilidade ou a sensibilidade, promovendo bem-estar.

1. De acordo com o texto, o que é antiginástica?

2. Como são conduzidas as sessões de antiginástica? É necessário algum pré-requisito para participar dessas sessões?

3. Segundo o texto, a criadora da antiginástica, a francesa Thérèse Bertherat, se inspirou na pesquisa de uma colega compatriota para chegar às suas conclusões a respeito da observação da estrutura corporal.

3. a) Françoise Mézières analisou com profundidade a cadeia de músculos entrelaçados na parte de trás do corpo, desde a base do crânio até debaixo dos pés.

a) O que Françoise Mézières, colega de Bertherat, analisou em sua pesquisa?

b) Quais foram as conclusões de Bertherat em relação aos males que assolam ao corpo e quais são as soluções que ela propõe?

3. b) Leia mais em Orientações para o professor

4. Que relação se pode estabelecer entre a antiginástica e reconhecimento o corpo de cada praticante? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

AMPLIAR

4. Espera-se que os estudantes reflitam que na prática da antiginástica cada indivíduo tem seu ritmo, seus limites e sua história. Essa prática corporal pode facilitar o processo de reconhecimento do corpo e do seu funcionamento, aprofundando a percepção que os praticantes têm de si. O foco deixa de ser a padronização de corpos e movimentos e passa para a individualidade e as diferenças.

Nas sessões de antiginástica, o praticante inicialmente realiza os movimentos somente com um lado do corpo. Antes de realizar os movimentos associados ao outro lado do corpo, é convidado a comparar as sensações corporais do lado inicialmente trabalhado com aquele que ainda não foi trabalhado, de maneira que possa perceber os efeitos da antiginástica em relação ao conforto, à postura e aos efeitos dos movimentos.

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REFLETIR ARGUMENTAR E

A seguir, leia o trecho do resumo de um artigo científico apresentado em um congresso internacional dedicado à educação física e à motricidade humana.

Educação Física e a Antiginástica: as diferenças nas concepções do culto ao corpo

Resumo

Este estudo tem como objetivo realizar um levantamento teórico da história da Educação Física para poder compreender as diferenças nas concepções de culto ao corpo ao longo dos tempos. Juntamente a esse quadro, foram realizadas pesquisas teóricas sobre a inserção das práticas alternativas no Brasil, em específico sobre a antiginástica da autora Thérèse Bertherat. Através da revisão das obras publicadas pela autora e de pesquisas em artigos científicos, foi possível estabelecer um comparativo sobre a visão do culto ao corpo constituída pela Educação Física e pela Antiginástica. Pode-se apontar que a evolução histórica da Educação Física gerou um pensamento que permanece à mercê de influências de autoridades externas a ele ao invés dessa autoridade ser o próprio indivíduo. A proposta de um corpo não estereotipado, autônomo, e consciente de seus próprios movimentos apresentada pela antiginástica aparenta ser um caminho reflexivo para uma nova consciência de valorização corporal. Palavras-chave: Antiginástica, culto ao corpo, Educação Física.

SANTOS, Thais Yuri Jo et al. Educação física e a antiginástica: as diferenças nas concepções do culto ao corpo. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E MOTRICIDADE HUMANA, 10.; SIMPÓSIO PAULISTA, DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 16., 2017, Rio Claro. Resumos [...]. Rio Claro: Unesp, 2017. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/ciefmh/2017/TRABALHO_EV083_MD1_SA5_ ID551_EXT_21042017114827.pdf. Acesso em: 2 out. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. O estudo realizado pelas autoras do artigo teve como objetivo compreender o culto ao corpo ao longo dos tempos. De acordo com o que você estudou neste Capítulo, pode-se afirmar que a atividade física, para muitos praticantes, tem se tornado um bem de consumo e não uma prática associada à saúde e qualidade de vida?

1. Espera-se que os estudantes reflitam que a atividade física tem se tornado um bem de consumo, pelo fato de muitos

2. Ao ler o resumo do artigo, você considera que as autoras são mais favoráveis à prática da atividade física em estabelecimentos como academias ou se inclinam mais à prática da antiginástica? Defenda seu ponto de vista.

praticantes realizarem-na em busca de estética, sob um ideal de corpo estereotipado.

3. Agora reflita: de que forma você tem aderido à prática da atividade física e quais são os objetivos que motivam essa prática em sua vida? Construa argumentos com base em suas reflexões e compartilhe-os com os colegas e o professor.

2. Espera-se que os estudantes percebam que as autoras do artigo são mais favoráveis à prática da antiginástica, como percebido quando elas informaram que o método pode ser uma possibilidade de obter a autonomia corporal.

INDICAÇÃO

• ANTIGINÁSTICA. [S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Gazeta do Tatuapé. Disponível em: www. youtube.com/watch?v=4MxUABOrRFI. Acesso em: 15 out. 2024. Esse vídeo, apresentado por uma fisioterapeuta, aborda o conceito de antiginástica, um breve contexto de seu surgimento e os benefícios resultantes da prática da antiginástica para o corpo humano.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes comentem se realizam práticas corporais como uma oportunidade para promover o cuidado com a saúde. Leve-os a refletir se consideram importante a prática da atividade física relacionada ao bem de consumo, objetivando um corpo estereotipado, ou se têm consciência dos movimentos do corpo, objetivando um corpo saudável e não estereotipado.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Antiginástica

Agora, você terá oportunidade de experimentar a antiginástica, que pode ser incorporada ao seu projeto de vida como uma prática de autocuidado. Além de aumentar a conscientização corporal, também reorganiza a postura e promove bem-estar.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma sala silenciosa e sem estímulos que desviem a atenção.

2. São necessários colchonetes e bolas de tênis (ou de borracha).

Praticar

1. Recomenda-se retirar os sapatos e ficar descalço.

2. Deixe uma bola próxima ao colchonete, para usá-la durante a sessão.

3. Deite-se sobre o colchonete, em decúbito dorsal, mantenha os pés relaxados e posicione os braços estendidos ao lado do corpo, com as palmas das mãos voltadas para cima.

4. Preste atenção em sua respiração e em todos os pontos de contato do seu corpo com o colchonete.

5. Solte a mandíbula e relaxe os músculos da face.

6. Vire para a direita, mantendo o corpo em decúbito lateral, com os joelhos flexionados e o braço direito estendido, perpendicular ao tronco.

7. Inspire e levante o braço esquerdo em direção ao teto, erguendo o ombro, com o cotovelo estendido e a mão aberta.

8. E xpire pelo nariz e desça o braço, prestando atenção aos ossos da escápula e da clavícula, que escorregam durante o movimento. Repita três vezes os movimen tos de elevar e descer o braço. Depois deixe o braço cair para trás, perto da pelve, com a palma da mão voltada para cima.

9. Concentre-se na região entre a orelha e o ombro, pensando na respiração. Inspire e afaste o braço do glúteo, com a palma da mão virada para o teto e o antebraço caído para trás. Expire e pare o movimento.

10. Traga o braço até o quadril e retorne para o decú bito dorsal, com as pernas flexionadas e com os pés apoiados no chão.

■ Ilustração demonstrativa de extensão do braço esquerdo em direção ao teto.

MARCELOKINA

11. Segure o pé esquerdo com a mão esquerda e estenda a perna esquerda lentamente para cima, na direção diagonal. Respire profundamente e, a cada expiração, tente estender um pouco mais a perna.

12. Durante a extensão da perna, mantenha a coluna apoiada no chão, procurando eliminar qualquer tensão entre os ombros e alongando a parte esquerda das costas.

13. Retorne à posição inicial e compare o modo como as duas pernas descansam no chão.

14. Sente-se devagar e, depois, fique em pé. Coloque a bola embaixo do pé esquerdo, movimentando-a por toda a sola do pé.

■ Ilustração demonstrativa de bola de tênis embaixo do pé esquerdo movimentada por toda a sola.

15. Desloque a bola para baixo dos dedos do pé, massageando-os lentamente.

16. Desloque a bola para a parte mediana da sola do pé, movimentando-a para massagear essa área, enquanto apoia o peso da perna sobre a bola, mantendo os dedos do pé relaxados.

17. Continue o movimento da bola sob o pé, massageando toda a sola, até a sentir completamente relaxada.

18. Coloque a bola ao lado do colchonete, permaneça em pé e compare a sustentação e a distribuição do próprio peso nos dois lados do corpo. Em seguida, incline-se para frente e observe se um lado está diferente do outro.

19. Repita todos os exercícios trabalhando o lado direito do corpo.

Avaliar

Depois de participar da sessão de antiginástica, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Quais foram as suas sensações durante a prática da antiginástica? Houve algum momento de desconforto ou dificuldade?

2. Você percebeu alguma mudança na tensão muscular após a sessão? Em qual região do corpo?

3. Quais mudanças você percebeu em sua postura após a sessão?

4. Para você, a prática da antiginástica colabora para o aumento da qualidade de vida?

5. Em sua opinião, a prática da antiginástica pode auxiliar alguém a reconhecer e a respeitar a individualidade de cada corpo, contribuindo para a diminuição de preconceitos?

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MARCELO

6 CAPÍTULO

ESPORTES

PARALÍMPICOS

■ Disputa pela medalha de ouro entre Japão e Turquia, no Japan Para Goalball Championship, em Chiba (Japão). Fotografia de 2019.

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor.

No Capítulo 6, você terá a oportunidade de aprender sobre o golbol, o vôlei sentado e o salto em distância paralímpico. No Tópico 1, além de conhecer o golbol, você vai refletir sobre o que é capacitismo e como combatê-lo e investigar a precisão auditiva de pessoas com deficiência visual. No Tópico 2 , você vai conhecer o vôlei sentado e a história de superação de um atleta paralímpico dessa modalidade, refletir sobre a importância do combate às fake news, especialmente as relacionadas à saúde, e produzir e divulgar uma campanha de conscientização sobre a importância da cobertura vacinal contra a meningite. No Tópico 3, você terá a oportunidade de explorar o atletismo paralímpico, refletir sobre diversidade e inclusão e praticar o salto em distância cooperativo.

Os esportes paralímpicos são modalidades esportivas adaptadas para viabilizar a prática esportiva de competidores com deficiência física, sensorial ou intelectual. Essa adaptação abrange as regras da modalidade esportiva, a forma de praticá-la, os equipamentos utilizados, a duração das disputas e as dimensões das áreas de jogo.

Observe a imagem reproduzida nesta página. Como você acredita que decorrem as partidas desse esporte paralímpico?

Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

1

2. Espera-se que os estudantes relacionem as modalidades paralímpicas aos paratletas, isto é, atletas que, por possuírem deficiências físicas, sensoriais ou intelectuais, têm diferentes características, o que é determinante na adaptação de regras e de outros elementos dessas modalidades.

Golbol: esporte exclusivo para pessoas com deficiência visual

O golbol foi desenvolvido na Alemanha pelo austríaco Hanz Lorezen e pelo alemão Sepp Reindle em 1946, com o propósito de reabilitar e ressocializar os veteranos que ficaram cegos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Por ter sido criado exclusivamente para pessoas com deficiência visual, o golbol representa o único esporte paralímpico que não é adaptado. As vendas utilizadas pelos jogadores garantem a igualdade de condições, uma vez que há diferenças no grau de acuidade visual de cada atleta.

O jogo é disputado em dois tempos de 12 minutos em uma quadra com as mesmas dimensões da quadra de voleibol, dividida ao meio por uma linha central e com um gol em cada extremidade, que ocupa toda a largura da quadra. As equipes são compostas de três jogadores vendados, que devem permanecer em sua própria metade da quadra durante toda a partida e têm o objetivo de fazer a bola cruzar a linha de gol adversária enquanto impedem que a bola cruze a sua própria linha de gol. A bola contém guizos para que os atletas possam ouvi-la enquanto ela se desloca e deve ser arremessada com as mãos.

■ A paratleta da equipe brasileira de golbol Moniza Aparecida de Lima (1998-) faz movimento de defesa contra arremesso adversário, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, em Tóquio (Japão). Fotografia de 2021.

3. Para conseguirem se orientar no espaço e perceberem a trajetória da bola, os jogadores utilizam os sentidos da audição e do tato.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Você já conhecia o golbol? Quais outras modalidades paralímpicas você conhece?

1. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

2. Quais adaptações são necessárias para a prática das modalidades esportivas paralímpicas?

3. Quais são os sentidos utilizados pelos jogadores durante uma partida de golbol?

4. Quais valores você acredita estarem associados à prática esportiva adaptada? Qual é o significado deles para o seu projeto de vida?

4. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

PRIMEIRO OLH AR
NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Transcrição da faixa de áudio 5: Ao contrário de muitos esportes paralímpicos que têm origem nas modalidades olímpicas, o golbol foi criado exclusivamente para pessoas com deficiência visual, cegas ou com baixa visão. Dois times, com três atletas cada, lançam bolas um contra o outro, de forma alternada, com o objetivo de marcar gols no adversário. Todos competem vendados, para não haver desvantagem entre cegos totais e atletas que enxergam vultos. A quadra é do mesmo tamanho da de vôlei, e o gol tem

O barulho no ginásio de golbol é estritamente proibido, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo, quando a torcida pode se manifestar, para comemorar.

A alternância entre defesa e ataque confere dinamismo ao esporte, uma vez que a equipe com a posse de bola tem apenas 10 segundos para trocar passes (ou não) entre seus jogadores e realizar o arremesso em direção à linha de gol adversária. A bola deve ser arremessada rente ao solo ou tocar em uma área específica da quadra denominada área neutra – caso contrário, a equipe é penalizada. Para facilitar a orientação espacial dos atletas durante o jogo, a cada 3 metros há uma linha transversal demarcada com um barbante, preso no piso com fita adesiva, que divide a quadra em seis áreas.

As áreas à frente das traves são denominadas áreas de orientação, e as faixas de 3 metros seguintes são denominadas áreas de lançamento. Portanto, o espaço de cada equipe é formado por uma área de orientação e uma área de lançamento. As duas áreas restantes da quadra, que estão separadas pela linha central, formam a área neutra.

9 metros de largura por 1,30 de altura. A bola oficial é semelhante à de basquete, mas sem câmara de ar interna. Ela possui guizos para que os jogadores se orientem. As partidas são disputadas em dois tempos de 12 minutos com três de intervalo. Quando uma equipe abre dez gols de vantagem, o confronto é encerrado imediatamente.

ÁreadelançamentoÁreadeorientação
ÁreadelançamentoÁreaneutraÁreaneutra Áreadeorientação

Ilustração demonstrativa de uma quadra oficial de golbol, segundo os parâmetros do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).

Para garantir a igualdade de condições, os atletas paralímpicos se submetem ao processo de classificação esportiva paralímpica. Cada modalidade determina seu próprio sistema, considerando o impacto da deficiência na ação motora requerida, como correr, saltar, lançar e nadar. No golbol, três classes ou categorias competem juntas:

B1 – atletas cegos totais ou com percepção de luz, que não reconhecem o formato de uma mão a qualquer distância;

• B2 – atletas com percepção de vultos;

• B3 – atletas que conseguem definir imagens. A letra B vem da palavra em inglês blind, que, em português, significa “cego”.

Página sobre o golbol que informa o resumo das regras e as classes dos atletas elegíveis para competir. INDICAÇÃO

• G OALBALL. São Paulo: Comitê Paralímpico Brasileiro, c2024. Disponível em: https://cpb.org.br/modalidades/ goalball/. Acesso em: 23 ago. 2024.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, um trecho da entrevista que o campeão paralímpico de golbol Romário Diego Marques (1989-) concedeu a um portal de notícias.

Campeão rechaça pecha de “coitadinho” e manda mensagem inspiradora

Ouro em Tóquio, Romário pede que pessoas com deficiência busquem a autoestima, lutem por sonhos e não fiquem em casa trancadas

Feliz com a conquista do ouro inédito com a seleção brasileira de goalball nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, o mato-grossense de coração Romário Diego Marques vive uma das melhores fases da sua vida como atleta. […]

[…]

Você já participou de várias competições importantes e tem uma certa bagagem no seu currículo. Mas competir em Paralimpíadas gera um nervosismo diferente das outras competições? Qual é a sua tática para acalmar os ânimos antes de competir? Tem algum ritual?

Eu, particularmente, sou um cara que me cobro bastante, e [em] tudo que vou fazer sempre quero dar o meu melhor. Essa bagagem, toda minha trajetória, em mundial, enfim, a gente vai adquirindo essa experiência e hoje sou um dos líderes da seleção brasileira e tento passar essa tranquilidade para a molecada. Quando vou entrar dentro da quadra, costumo falar sempre comigo, coloco uma música, faço um trabalho de mentalização, para tentar dar o meu máximo dentro de quadra.

■ O atleta Romário Marques, capitão da seleção brasileira de golbol nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Fotografia de 2021.

Acredita que a sociedade está preparada para atender às especificidades das pessoas com deficiência visual ou há muito o que avançar? Qual o principal problema na sua opinião?

Antigamente tinha a historinha do “coitadinho”, “pobrezinho do cego” e hoje a população vê o deficiente em si com um outro olhar, porque acho que o esporte proporciona isso. A população está nos acompanhando na mídia e isso é muito gratificante para mim.

Acredita que as pessoas com deficiência vivem uma certa “invisibilidade social”? E que sua atuação ajuda a dar autoestima e a fortalecer a luta por melhorias?

Sim. Acho que as pessoas com deficiência deveriam sempre buscar autoestima, porque [hoje] em dia existem muitas pessoas deficientes que estão em casa trancadas, então se elas tentarem buscar estudar, praticar esporte, mostrar para o povo que são capazes, é possível. Por isso é meu intuito divulgar o esporte para ter essa visibilidade e interação.

Qual é seu conselho para crianças, adolescentes, enfim, jovens com deficiências que querem seguir carreira no esporte?

O conselho que tenho é que sempre lutem pelos seus sonhos, nunca desistam, eu saí lá de Natal e já passei por vários clubes do Brasil, hoje estou representando este estado maravilhoso, então sempre busquem os seus sonhos, lutem sempre, e desistir nunca, porque um dia vocês vão conseguir uma medalha tão sonhada […] e dar orgulho para seus familiares e amigos.

MARQUES, Romário Diego. Campeão rechaça pecha de “coitadinho” e manda mensagem inspiradora. [Entrevista cedida a] Douglas Santos. RD News, Cuiabá, 18 set. 2021. Disponível em: www.rdnews.com.br/entrevista-especial/conteudos/149736. Acesso em: 22 ago. 2024.

2. Antes de competir, Romário costuma se concentrar, falar consigo mesmo e ouvir música, utilizando o processo de mentalização. Essas estratégias podem ser transferidas para outras situações da vida, nas quais seja preciso retomar ou manter a calma e a concentração.

ATIVIDADES

4. Ao se comprometer em divulgar o esporte para pessoas com deficiência, Romário as estimula a se engajarem no esporte e na educação e a lutar por seus sonhos sem desistir deles. Espera-se que os estudantes mencionem que o que diz o atleta pode ser aplicado em todos os contextos da vida e em quaisquer áreas profissionais em que as pessoas com deficiência queiram atuar, além do esporte.

1. Segundo o atleta entrevistado, qual é a importância da autoestima para pessoas com deficiência? 1. Leia mais em Orientações para o professor

2. Romário usa algumas estratégias para se acalmar antes de uma competição. Quais são essas estratégias? Elas podem ser aplicadas em outras situações da vida?

3. O texto menciona a “invisibilidade social” das pessoas com deficiência. Você já se sentiu invisível ou percebeu alguém próximo de você sendo invisibilizado? De que forma situações como essa podem ser revertidas? 3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

4. Qual é a mensagem que Romário deixa para as pessoas com deficiência que desejam seguir carreira no esporte? Para você, o que o atleta diz pode ser aplicado em outros contextos da vida?

5. Reúna-se com três colegas e discutam as ações que vocês podem promover para contribuir para a inclusão e para a visibilidade de pessoas com deficiência na escola ou na comunidade. Compartilhem suas reflexões com os demais colegas e o professor.

5. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

REFLETIR ARGUMENTAR E

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem termos como imbecil, demente, louco e maluco, entre outros que eventualmente conheçam, e façam isso de forma respeitosa em sala de aula, considerando a seriedade da abordagem do tema em questão e o respeito para com as pessoas, independentemente de haver ou não colegas com deficiência na turma.

O preconceito contra pessoas com deficiência é denominado capacitismo, e algumas expressões cotidianas são consideradas capacitistas. Leia, a seguir, algumas dicas de frases publicadas pelo Ministério da Saúde que podem substituir expressões capacitistas.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes abordem comportamentos e situações como infantilização, exclusão, falta de acessibilidade, inferiorização, desprezo, dó e estranhamento, rejeição.

Dicas para substituição de termos capacitistas do seu cotidiano

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Combata o capacitismo. Brasília, DF: Ministério da Saúde, [2023]. p. 9. Disponível em: www.gov.br/ mdh/pt-br/assuntos/noticias/2024/janeiro/Guia_Capacitismo_03_11_23.pdf. Acesso em: 24 ago. 2024. Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Quais outras palavras ou expressões você conhece que podem ser consideradas capacitistas?

2. Além de estar presente na fala, o capacitismo também se manifesta no comportamento. Quais comportamentos você considera capacitistas?

3. De que maneira é possível adotar e internalizar um comportamento contrário ao capacitismo? Reflita e compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor.

3. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

4. De que modo as práticas corporais podem auxiliar no combate ao capacitismo?

4. Por meio do estudo e da vivência de práticas corporais adaptadas, é possível compreender melhor as necessidades de adaptação para as pessoas com deficiência, adotando comportamentos sociais que sejam menos capacitistas e mais respeitosos e inclusivos.

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CONEXÕES com

BIOLOGIA

A precisão auditiva em pessoas com deficiência visual

Ao longo de seus estudos, você pôde perceber a importância do sentido da audição para os atletas paralímpicos de golbol. Mesmo sem enxergar, eles são capazes de realizar defesas orientadas pela percepção auditiva, prestando atenção ao som emitido pelos guizos da bola enquanto ela se desloca.

Mas a importância da audição para a pessoa com deficiência visual não se restringe ao esporte, e os cientistas já conseguiram demonstrar que a precisão auditiva das pessoas que nasceram cegas ou que ficaram cegas precocemente, antes de se tornarem adultas, é superior à precisão auditiva das pessoas que enxergam.

Leia, a seguir, o trecho de uma notícia de divulgação científica que apresenta um estudo sobre as relações entre deficiência visual, sensibilidade, precisão e audição.

Pesquisa revela por que audição de deficientes visuais é tão precisa

O córtex auditivo dos deficientes visuais apresenta uma “sintonização” neural mais estreita, o que ajuda a discernir pequenas diferenças na frequência sonora

Diversos estudos mostram que a audição de deficientes visuais é, de fato, mais aguçada em relação às pessoas que podem enxergar, mas foi apenas recentemente que uma equipe norte-americana conseguiu explicar como o sistema nervoso de pessoas com e sem deficiência diferem.

Os resultados mostraram que quem não consegue enxergar, geralmente, pode interpretar as frequências sonoras com mais facilidade. Isso porque o córtex auditivo dos deficientes visuais apresenta uma “sintonização” neural mais estreita, o que ajuda a discernir pequenas diferenças na frequência sonora.

“Para uma pessoa com visão, ter uma representação precisa do som não é tão importante porque ela tem a visão para ajudá-la a reconhecer objetos, enquanto indivíduos cegos só têm informações auditivas. Isso nos dá uma ideia de quais mudanças no cérebro explicam por que pessoas cegas são melhores em detectar e identificar sons no ambiente”, afirma Kelly Chang, membro da equipe, no site da Universidade de Washington.

Como o córtex auditivo desenvolve essa forma de neuroplasticidade ainda é um mistério, mas a equipe especula que poderia ser “uma adaptação ao desenvolvimento da cegueira precoce, os efeitos contínuos da privação visual e/ou demandas auditivas diferenciais que resultam da cegueira”.

córtex auditivo: parte do cérebro que processa as informações auditivas. neuroplasticidade: capacidade do cérebro de se adaptar, formando novas conexões entre os neurônios (células do sistema nervoso).

CONEXÕES com

LÍNGUA PORTUGUESA e ARTE

1. Frequência sonora é a velocidade na qual as ondas de som se propagam no ar.

2. Segundo o que é noticiado, pelos resultados da pesquisa, o córtex auditivo das pessoas que têm deficiência visual apresenta uma sintonização neural mais estreita, o que ajuda a perceber diferenças nas frequências sonoras, por mínimas que sejam.

3. Segundo a pesquisadora, não é tão primordial uma pessoa com visão ter uma representação precisa do som porque, para reconhecer objetos, ela tem o sentido da visão, enquanto isso é primordial para os indivíduos cegos, que só têm informações auditivas. Tal fato explica as adaptações que ocorrem no funcionamento do cérebro e que fazem as pessoas sem visão serem melhores em detectar e identificar sons no ambiente em relação às pessoas que possuem o sentido da visão.

4. a) Espera-se que os estudantes respondam que sim, e que reflitam e conversem sobre o excesso de ruído nos grandes centros urbanos, que têm o potencial de causar impactos na orientação espacial, na saúde e no bem-estar das pessoas com deficiência visual.

indivíduos com visão indivíduos cegos

■ Esquerda: As cores quentes representam regiões do cérebro que mostraram a maior resposta a tons graves, enquanto as cores azuis representam regiões que respondem mais a tons agudos. Direita: Quando os pesquisadores examinaram a faixa de frequências para a qual cada vértice do cérebro era seletivo, eles descobriram que a sintonia tendia a ser mais estreita para deficientes visuais.

Além disso, os especialistas acreditam que a análise permite obter mais informações para entender como o sistema nervoso se desenvolve durante a infância. “Isso fornece um exemplo excelente de como o desenvolvimento de habilidades dentro do cérebro infantil é influenciado pelo ambiente em que crescem”, afirma Ione Fine, uma das responsáveis pela descoberta.

PESQUISA revela por que audição de deficientes visuais é tão precisa. Galileu, [s. l.], 24 abr. 2019. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/04/pesquisa-revela-porque-audicao-dedeficientes-visuais-e-tao-precisa.html. Acesso em: 23 set. 2024.

1. Reúna-se com um colega e pesquisem o que é frequência sonora. Depois comparem os dados obtidos com as demais duplas.

2. Os resultados da pesquisa citada mostraram que quem não consegue enxergar pode interpretar as frequências sonoras com mais facilidade. Como isso ocorre?

3. A pesquisadora Kelly Chang fez uma comparação entre pessoas com visão e pessoas sem visão para explicar a diferença de percepção dos sons no ambiente. Segundo ela, qual é a relação entre essa diferença nas percepções e os efeitos no cérebro de ambos os grupos de pessoas?

4. Considere o maior grau de sensibilidade das pessoas com deficiência visual, conforme os resultados a que chegou a pesquisa divulgada pela notícia.

a) É possível considerar que essas pessoas com mais acuidade auditiva estão mais suscetíveis à poluição sonora dos grandes centros urbanos?

b) Quais são as possíveis soluções para diminuir ou sanar o problema da poluição sonora nesses lugares? Converse com os colegas, compartilhando os pontos de vista de vocês com o professor.

4. b) Resposta pessoal. Uma das soluções possíveis é levantar o problema junto ao poder público e exigir uma resolução, como uma campanha que vise o combate à poluição sonora, com adoção de medidas como limitar a utilização de caixas de som em locais públicos e regulamentar peças ou acessórios de veículos automotores que emitem altos ruídos desnecessariamente.

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KELLY

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Golbol

Nesta atividade, será desenvolvido um jogo adaptado de golbol, com uma dinâmica que oportuniza o arremesso rasteiro da bola ao gol e a experiência com ações ofensivas e defensivas por todos os integrantes das equipes. A atividade também estimula a organização, a comunicação e a cooperação entre os jogadores.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra ou em um espaço amplo. É necessário separar os seguin tes materiais: dez cones, quatro bolas de basquete murchas (que podem ser furadas e preenchidas com areia ou apenas envolvidas em sacola plástica) de aproximadamente 1,2 kg, fita adesiva (ou giz), quatro cronômetros, caneta e papel.

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Áreadeorientação

Áreadeorientação

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ÁreadelançamentoÁreaneutraÁreaneutra Áreadeorientação ÁreadelançamentoÁreadeorientação

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2. A f ita adesiva será utilizada para delimitar quatro quadras de golbol iguais. Dessa forma, os jogos acontecerão no sentido transversal do espaço disponível.

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várias áreas delimitadas para a prática do golbol, que possibilita a mais estudantes praticarem a atividade ao mesmo tempo.

3. Os cones devem ser utilizados para demarcar os gols nas linhas de fundo de cada nova quadra delimitada. Para finalizar as marcações dessas quadras, é preciso utilizar a fita adesiva e traçar as linhas que delimitam a área neutra, as áreas de orientação e as áreas de lançamento.

4. Depois de finalizar a preparação do espaço, é preciso definir as equipes de três integrantes. Antes de iniciarem cada partida, as equipes terão dois minutos para combinar estratégias.

Praticar

1. É necessário elaborar uma tabela, para que todas as equipes tenham oportunidade de se enfrentarem em partidas de golbol.

2. As partidas terão duração de seis minutos e o objetivo é marcar o maior número de gols.

3. As pontuações possíveis em cada partida serão as seguintes: três pontos para vitórias, dois pontos para empates e um ponto para derrotas.

4. Q uando todas as partidas finalizarem, o somatório das pontuações definirá a equipe vencedora.

5. Os integrantes das equipes que não estiverem jogando devem se revezar, para atuar como árbitros das partidas que estiverem sendo disputadas.

6. Durante as partidas de golbol, serão seguidas as seis regras indicadas no item 7.

7. Os três jogadores de cada equipe não podem ultrapassar a linha central, ou seja, a linha que divide ao meio a área total de jogo delimitada pelos cones. Quando um pênalti é concedido, a bola é arremessada da mesma maneira por um dos integrantes da equipe que ataca; no entanto, apenas um dos três jogadores da equipe adversária fica na defesa para evitar a conversão do pênalti em gol. Os itens a seguir se referem às situações de jogo.

■ Ilustração demonstrativa de partida de golbol em uma das áreas delimitadas para a prática da atividade.

• Ball over : se a bola é defendida por um jogador e retorna pela linha central ou pela linha lateral até a área neutra, a equipe que atacou fica novamente com a posse de bola.

• Short ball: se a bola arremessada para antes de atingir a área da equipe defensora, será concedido um pênalti à equipe defensora, e o jogador adversário que tinha realizado o arremesso atuará como único goleiro durante a cobrança.

• High ball: se a bola arremessada não toca o chão pelo menos uma vez dentro da área de lançamento, será concedido um pênalti à equipe defensora, e o jogador adversário que tinha realizado o arremesso atuará como único goleiro durante a cobrança.

• Long ball: se a bola arremessada não toca a área neutra pelo menos uma vez, será concedido um pênalti à equipe defensora, e o jogador adversário que tinha realizado o arremesso atuará como único goleiro durante a cobrança.

• Ten seconds: se uma equipe demora mais de dez segundos para fazer a bola cruzar a linha central ou a linha lateral da quadra, desde o seu primeiro contato defensivo com a bola, será concedido um pênalti à equipe defensora, e qualquer jogador adversário poderá atuar como único goleiro.

Avaliar

Depois de participar do jogo golbol, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o jogo?

2. Quais estratégias foram elaboradas por sua equipe para tentar vencer as partidas? Foi necessário refazer as estratégias planejadas nas partidas seguintes?

3. Os jogos coletivos exigem organização, comunicação e cooperação entre os integrantes de uma equipe. Em quais momentos do jogo você percebeu (ou não) esses valores sendo praticados?

4. De que modo a prática do golbol contribuiu para o seu projeto de vida?

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HECTORGOMEZ

TÓPICO

2

Vôlei sentado: esporte paralímpico para pessoas com deficiência física

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compartilhem seus saberes e experiências em relação ao vôlei sentado com os colegas, ampliando a discussão e o repertório da turma.

O vôlei sentado é uma modalidade paralímpica que se originou em 1956, nos Países Baixos, com o propósito de reabilitar soldados e consiste em uma junção do vôlei convencional com o sitzbal (esporte alemão praticado por pessoas com deficiência semelhante ao vôlei sentado, mas que apresenta algumas diferenças, como a substituição da rede por uma fita para delimitar a altura).

PRIMEIRO

2. Além da indicação de que todos os jogadores permaneçam sentados no chão durante a partida, foram realizadas adaptações no tamanho da quadra e na altura da rede, mudanças necessárias para viabilizar a prática do vôlei por pessoas com deficiência locomotora.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Você já jogou vôlei sentado, assistiu a uma partida dessa modalidade ou conhece algum atleta que a pratica? Comente com os colegas e o professor.

2. Quais adaptações nas regras do vôlei convencional precisaram ser realizadas para que os jogadores com deficiência consigam praticar a modalidade?

Podem participar do vôlei sentado atletas com alguma deficiência física ou locomotora. Os atletas são divididos em dois grupos, de acordo com o grau de impacto no esporte ocasionado pela sua deficiência: VS1 e VS2.

VS1: atletas com deficiências severas, que causam maior impacto nas funções essenciais da modalidade. Exemplo: amputação de perna.

VS2: atletas com deficiências mais leves, que têm menor interferência nas funções em quadra. Exemplo: amputação de parte do pé, amputação bilateral de polegar.

As equipes de vôlei sentado são compostas por jogadores da classe VS1 e até dois jogadores da classe VS2, mas estes não podem permanecer ao mesmo tempo em quadra durante a partida. Quanto ao número de jogadores, o vôlei sentado é semelhante ao vôlei convencional: são seis jogadores de cada time em quadra e seis jogadores no banco de reserva. Já a quadra de vôlei sentado apresenta uma área reduzida em relação à quadra do vôlei convencional, medindo 10 m x 6 m; e a altura das redes varia entre 1,05 m (feminina) e 1,15 m (masculina).

Além da diferença nas dimensões da quadra, as adaptações do vôlei sentado em relação ao vôlei convencional incluem: a permissão de bloquear o saque; a possibilidade de o atleta tocar a rede sem perder pontos (a menos que interfira na jogada); e o contato obrigatório de qualquer parte do corpo do jogador entre as nádegas e os ombros com o piso da quadra, exceto em

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situações de defesa nas quais a bola rebatida não ultrapasse a altura da rede – porém, mesmo nesses casos, não é permitido ficar em pé ou dar passadas. Ao perder esse contato com a quadra, comete-se uma infração chamada lifting. O lifting torna-se permitido quando a bola não estiver completamente acima do bordo superior da rede ao ser lançada em uma ação de defesa. Os fundamentos do vôlei sentado são similares aos do vôlei convencional, diferenciando-se, principalmente, pelo fato de ser permitido o bloqueio de saque. Os sets têm 25 pontos corridos, e o tiebreak, ou set decisivo, 15 pontos. A equipe que vencer três sets ganha a partida.

■ Time brasileiro de vôlei sentado em partida contra time ucraniano, nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo publicado na internet com um depoimento do atleta de vôlei sentado Daniel Yoshizawa (1986-).

Atleta paralímpico de vôlei sentado celebra superação por meio do esporte

Daniel Yoshizawa ressalta a importância da vacinação contra a meningite, doença grave que quase tirou sua vida […]

Trajetória de superação

Levantador da equipe de vôlei sentado do SESI-SP, Daniel começou na modalidade em 2009, após um longo processo de superação de um quadro grave de meningite meningocócica, doença que o levou à amputação de suas pernas e [de] parte dos dedos das mãos, aos 21 anos de idade. Apesar de já ter recebido uma dose da vacina na infância, o atleta não recebeu a dose de reforço na adolescência.

“O processo foi muito doloroso. Sempre fui uma pessoa independente e, do dia para a noite, adoeci, fiquei em coma, precisei amputar partes do meu corpo e me vi em uma situação de total dependência. Perdi força muscular e precisei fazer muita fisioterapia para conseguir me reabilitar. Depois de um ano e meio, minha vida começou a se transformar, quando conheci o vôlei sentado e

fui apresentado ao SESI São Paulo. Valorizo muito a oportunidade que o esporte me deu de renascer como pessoa e profissional. Hoje, tenho uma carreira vitoriosa e sou um exemplo para muitos que passam pelo que passei.”

Mudança de vida

Embaixador da causa da vacinação, Daniel vê como sinal de alerta a queda da cobertura vacinal nos últimos anos no Brasil, já que a doença meningocócica, por exemplo, é considerada uma enfermidade imprevisível por poder ser assintomática, dificultando o diagnóstico precoce, mas também com potencial de desenvolvimento e evolução muito rápidos, podendo levar à morte em até 24 horas após o início dos sintomas.

Daniel relata que nunca tinha entrado em contato com pessoas que tiveram a doença e acreditava que ela acometia somente crianças. No entanto, cerca de 20% dos adolescentes e jovens adultos podem ser portadores do meningococo, pessoas que hospedam a bactéria sem adoecer […], podendo, ainda assim, transmitir a bactéria aos outros. Entre 2015 e 2018, mais de 50% dos casos de meningite meningocócica ocorreram em indivíduos maiores de 15 anos de idade.

“Na juventude, me lembro de ver campanhas para o público infantil, sem foco nos adolescentes. Isso me faz pensar no meu papel de alertar a todos sobre a doença, as sequelas que me deixou, e a importância do reforço da vacinação”, finaliza.

Proteção estendida da vacina contra a meningite meningocócica disponível, gratuitamente, no Sistema Único de Saúde

Em outubro de 2020, a vacina ACWY, contra 4 sorogrupos de meningite meningocócica, foi incorporada ao Programa Nacional de Imunização (PNI) para adolescentes entre 11 e 12 anos. Isso significa que a vacina passou a ser disponibilizada, gratuitamente, na rede pública, e que esses jovens terão uma dose de reforço com proteção ampliada, ajudando a prevenir novos casos da doença.

■ O atleta de vôlei sentado Daniel Yoshizawa durante partida contra a equipe da Ucrânia, nos Jogos Paralímpicos de Paris. Fotografia de 2024.

ATLETA paralímpico de vôlei sentado celebra superação por meio do esporte. Eu, Rio! , [Rio de Janeiro], 6 fev. 2021. Disponível em: https:// eurio.com.br/noticia/19360/atleta-paralimpico-de-volei-sentado-celebra-superacao-por-meio-do-esporte.html. Acesso em: 26 ago. 2024.

INDICAÇÃO

• CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL PARA DEFICIENTES (CBVD). Aracaju, [2024]. Site. Disponível em: https://cbvd.org.br/. Acesso em: 26 ago. 2024. Site da associação privada filiada ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e reconhecida pela World ParaVolley (WPV) como o mais alto órgão de vôlei para pessoas com deficiência no Brasil.

1. O atleta passou por um período de recuperação, após ficar em coma e precisar amputar partes de seu corpo. Depois de um ano e meio, começou a praticar vôlei sentado e, por meio do esporte, deu início a um processo de transformação pessoal e profissional.

2. Daniel defende a importância da vacinação e faz um alerta acerca da relevância de campanhas direcionadas a adolescentes e a adultos

ATIVIDADE S

3. Porque a queda da cobertura vacinal acarreta o ressurgimento de doenças que estavam controladas ou haviam sido extintas. Ao se tornarem

1. Daniel Yoshizawa começou a praticar o vôlei sentado após um caso grave de meningite meningocócica. Como foi esse percurso?

2. Qual é a causa que o atleta apoia como embaixador? Que alerta ele faz à saúde pública no Brasil?

exemplos de superação para outras pessoas que passam por situações semelhantes, atletas como Daniel Yoshizawa podem contribuir para campanhas de vacinação e na divulgação de informações importantes, como a necessidade de doses de reforço para algumas vacinas obrigatórias na infância.

3. Por que a queda da cobertura vacinal no Brasil, nos últimos anos, é um motivo de preocupação? Qual é a importância de atletas como Daniel Yoshizawa se tornarem embaixadores dessa causa?

4. Ao ler o relato de Daniel Yoshizawa, quais lições você pode levar para a sua vida e para os cuidados com a sua saúde? Compartilhe sua resposta com os colegas.

5. Em sua opinião, quais são os benefícios do esporte para as pessoas com deficiência?

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem valores como resiliência e superação. Em relação aos cuidados com a saúde, eles podem mencionar atenção às vacinas e às doses de reforço.

REFLETIR ARGUMENTAR E

5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que o esporte promove a socialização e a reabilitação física, além de apresentar desafios que valorizam as potencialidades das pessoas, e não suas limitações físicas. sobre a necessidade de doses de reforço, especialmente da vacina que previne a meningite meningocócica, que o acometeu e lhe impôs sequelas.

A seguir, leia uma charge a respeito de fake news relacionadas à vacinação, as quais são propagadas por pessoas desinformadas ou mal-intencionadas.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes comentem se tiveram ou não conhecimento das fake news sobre vacinação apresentadas na charge e por quais meios elas foram divulgadas.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o tema e se comprometam a não compartilhar fake news e a alertar pessoas que eventualmente acreditem nessas inverdades, além de discutir sobre o recurso da falsa causalidade e outras falácias.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem medidas preventivas, regulatórias e/ou punitivas que envolvam os agentes de saúde (em campanhas de esclarecimento sobre a vacinação) e as autoridades públicas (na regulamentação e na responsabilização penal de plataformas nas quais as fake news são propagadas, assim como de seus respectivos usuários, que promovem a propagação dessas mentiras).

CAZO. Indústria. das fake news. In: BLOG DO AFTM. [S. l.], 24 nov. 2019. Disponível em: https://blogdoaftm.com.br/charge-industria-da-fake-news/. Acesso em: 23 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. As desinformações apresentadas na charge chegaram até você em algum momento? Em que meio elas foram divulgadas? Comente com os colegas e o professor.

2. A s consequências da propagação de fake news sobre vacinas são graves, porque a redução da cobertura vacinal acarreta o retorno de doenças consideradas erradicadas que voltam a acometer a população. Em sua opinião, quais medidas devem ser tomadas pelas autoridades e agentes de saúde para combater fake news sobre vacinação?

3. Como você pode colaborar para combater as fake news sobre vacinação?

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BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Cobertura vacinal contra a meningite

Na seção anterior, você teve a oportunidade de conhecer a história de um paratleta que se tornou embaixador da vacinação após contrair uma doença grave que poderia ter sido evitada, caso ele tivesse recebido a dose de reforço na adolescência.

Agora, você e os colegas vão investigar, por meio de elaboração e uso de questionário, o comprometimento das pessoas de sua comunidade em relação à cobertura vacinal contra a meningite e elaborar uma campanha virtual de conscientização sobre o assunto.

Primeira etapa

1. A turma deve se organizar em oito grupos, com o objetivo de coletar e analisar os dados de uma pesquisa quantitativa sobre a cobertura vacinal contra meningite.

2. Com o apoio do professor, a turma deve elaborar uma lista coletiva na lousa com oito tópicos que gostariam de investigar relacionados à cobertura vacinal contra meningite, como: conhecimento dos entrevistados sobre a meningite e a vacina contra essa doença; adesão às campanhas de vacinação; conhecimento sobre a necessidade de reforço da vacina etc. Cada grupo ficará responsável por um tema da lista da turma.

3. Escolhido o tema, cada grupo deve elaborar, no caderno, um questionário com quatro perguntas. Cada pergunta deve ter quatro alternativas de resposta previamente elaboradas, para que os participantes da pesquisa assinalem apenas uma alternativa por pergunta.

Segunda etapa

1. Quando o questionário estiver finalizado, acessem na internet uma plataforma gratuita que permita a criação de formulários com perguntas e respostas de múltipla escolha.

2. Com o formulário pronto, cada integrante do grupo deve escolher cinco pessoas do seu convívio e compartilhar o link da pesquisa, para que elas respondam ao questionário.

3. Depois de coletarem as respostas dos participantes, analisem os gráficos gerados pela plataforma e, com base nessas informações, preparem uma apresentação para a turma.

4. Finalizadas todas as apresentações, os grupos devem identificar as alternativas que foram mais assinaladas pelos participantes e representem um risco à cobertura vacinal contra a meningite – principalmente, aquelas relacionadas à necessidade de dose de reforço da vacina.

Terceira etapa

1. Converse com os colegas e o professor sobre formas de tentar reverter os dados da pesquisa que indicam risco à cobertura vacinal.

2. Elaborem uma campanha virtual de conscientização sobre a importância da cobertura vacinal e da dose de reforço da vacina contra a meningite. Vocês podem produzir conteúdos como posts, vídeos e entrevistas com agentes de saúde, para serem compartilhados na comunidade escolar.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Vôlei sentado

Nesta seção, será desenvolvido um jogo de vôlei sentado, modalidade esportiva paralímpica que oportuniza a inclusão de pessoas com deficiência e a cooperação entre os jogadores de uma mesma equipe. Além disso, você e os colegas terão a oportunidade de experimentar fundamentos e gestos do vôlei sentado e, por meio dessa experiência, perceber as dificuldades e as possibilidades de movimento que essa prática corporal possibilita aos seus praticantes.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra. Serão necessários os seguintes materiais: quatro cones, dois elásticos, duas bolas de vôlei e fita adesiva.

2. A f ita adesiva será utilizada para demarcar a área do jogo, delimitando dois retângulos no sentido transversal da quadra com 10 m x 6 m para formar duas quadras com o tamanho oficial da quadra de vôlei sentado, uma ao lado da outra, onde serão desenvolvidos jogos simultâneos. Com a fita adesiva, é necessário traçar a linha central e as linhas de ataque em cada quadra, a 2 m de distância da linha central. Em seguida, cada cone deve ser disposto em uma extremidade da linha central, e cada elástico deve ser amarrado nos dois cones de cada quadra, para representar a rede.

Linha de ataque

Linha central

Linha de ataque

HECTORGOMEZ

■ Ilustração demonstrativa de proposta de quadra adaptada para o vôlei sentado.

3. Antes de iniciar a atividade, é preciso separar as equipes com seis integrantes. Definam, com o professor e de acordo com o número de estudantes da turma, se as partidas serão realizadas com duração de sets de 25 pontos, como nas partidas oficiais, ou se serão mais curtas, para permitir que mais pessoas joguem durante a aula.

Praticar

1. As partidas simultâneas de vôlei sentado serão realizadas nas duas quadras, e haverá um rodízio entre as equipes.

2. Durante as partidas, os jogadores devem manter as nádegas em contato com o piso da quadra por todo o tempo do jogo.

3. Cada jogada será iniciada com um saque realizado por um jogador da última equipe a conquistar um ponto.

4. A equipe pode tocar no máximo três vezes na bola para rebatê-la em direção à quadra adversária.

5. Os pontos são conquistados quando a bola toca o chão da quadra adversária.

6. É permitido bloquear o saque.

7. É permitido tocar na rede.

8. Sempre que uma equipe conquistar um ponto na jogada que foi iniciada por um saque da equipe adversária, os jogadores da equipe que pontuou realizarão o rodízio do vôlei, mudando sua posição no sentido horário, antes de o saque ser realizado.

■ Ilustração demonstrativa das posições dos jogadores de vôlei sentado.

Avaliar

Depois de participar do jogo de vôlei sentado, compartilhe com os colegas e o professor suas percepções sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência com o jogo?

2. Em sua opinião, o vôlei sentado é mais fácil ou mais difícil do que o vôlei convencional? Por quê?

3. Quais foram as oportunidades oferecidas pelo jogo para todos os integrantes da sua equipe efetivamente participarem das jogadas? Você conseguiu realizar os gestos e fundamentos do vôlei sentado?

4. Sua equipe precisou trabalhar coletivamente para ocupar os espaços da quadra? Quais estratégias vocês utilizaram para jogar melhor em grupo?

5. Em quais momentos do jogo você percebeu (ou não) o uso da cooperação e da comunicação em sua equipe?

6. De que forma os conhecimentos adquiridos podem contribuir para sua compreensão e análise crítica dessa prática corporal? Justifique.

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HECTOR
GOMEZ
Zona de defesa Zona de ataque Zona de saque Linha de ataque

Atletismo paralímpico: desafios e possibilidades 3

O atletismo faz parte dos Jogos Paralímpicos de Verão desde sua primeira edição, que aconteceu em Roma, na Itália, em 1960. O esporte, praticado por atletas com deficiência física, visual ou intelectual, é o que mais rendeu medalhas ao Brasil até hoje.

Assim como no esporte olímpico, as competições do atletismo paralímpico englobam provas de pista, campo e rua. As provas de pista abrangem as corridas de 100 m, 200 m, 400 m, 800 m, 500 m, 5 000 m e 10 000m, além dos revezamentos 4 × 100 m e 4 × 400 m e dos saltos em distância, em altura e triplo. As provas de campo compreendem o arremesso de peso e os lançamentos de disco e de dardo. As provas de rua incluem maratona e meia maratona.

2. Espera-se que os estudantes associem esses equipamentos a um alto custo, que dificulta sua aquisição pelos atletas. Além disso, as diferenças tecnológicas das próteses utilizadas por diferentes atletas podem favorecer ou desfavorecer o desempenho deles em relação aos adversários.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Como você imagina que seja a preparação, a formação e o treinamento dos paratletas do atletismo, considerando que as modalidades desse esporte são as mesmas do esporte olímpico?

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

2. Algumas classes de paratletas com deficiência física permitem o uso de equipamentos, como cadeira de rodas ou próteses, durante as competições. Como esses equipamentos, que têm o propósito de serem inclusivos, podem se tornar excludentes?

3. Algumas classes de atletas com deficiência visual participam de provas acompanhadas por um guia. Qual é a importância do atleta-guia?

Dependendo da classificação esportiva em que se enquadram, paratletas com deficiência física podem competir com cadeira de rodas, prótese ou cadeira de arremesso. O alto custo desses equipamentos e a necessidade de adaptá-los às condições individuais de cada atleta representam um enorme desafio para os esportistas que dependem da ajuda de patrocinadores. Em relação aos atletas com deficiência visual, o apoio de um atleta-guia é obrigatório para os que pertencem às classes de deficiências mais severas, opcional para os que têm deficiências moderadas e proibido para os que se enquadram nas deficiências mais leves. Os guias permanecem unidos aos atletas por um cordão preso à mão de cada um e são tão determinantes para o desempenho em competições que também recebem medalhas.

■ O  paratleta alemão Markus Rehm (1988-) saltando para conquistar a medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, em Tóquio (Japão). Fotografia de 2021.

3. Espera-se que os estudantes mencionem o papel do atleta-guia na orientação espacial dos paratletas deficientes visuais e também sua influência como parceiro e motivador, uma vez que, por compartilharem os mesmos treinos e competições, o atleta e seu guia formam uma equipe que precisa estar muito sincronizada.

PRIMEIRO OLHAR
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LER E COMPARTILHAR

A seguir, leia o trecho de uma reportagem que traz depoimentos de paratletas da seleção brasileira de atletismo.

Desafios e incentivos de atletas paralímpicos para chegar a Paris

Iniciativas públicas, legislação e redes de apoio alavancam a carreira de milhares de jovens atletas brasileiros em busca do pódio

[…]

Antes de chegar à arena olímpica, no entanto, a trajetória de cada atleta começa em um espaço mais afetivo, onde o contato com os esportes se dá na infância, muitas vezes, na rua, brincando. “Eu sempre gostei de tudo que era atividade física: jogava bolinha de gude, rodava pião, jogava bola, soltava pipa, já lutei taekwondo e andei de skate. A minha aptidão para o atletismo, possivelmente, se deu em função da minha vivência, por meio dessas brincadeiras de criança. Nunca enxerguei a deficiência como algo que me impedisse de fazer atividades. Para mim, o esporte veio para somar”, recorda o medalhista paralímpico de atletismo Yohansson Nascimento, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Naquela época, ele não imaginava que poderia se tornar um atleta. Não por desconhecer outros meninos que, assim como ele, gostavam de correr, mas porque desconsiderava a possibilidade de dedicar-se a uma rotina de treinos e competições que o levaria a 15 anos de carreira no atletismo.

[…]

INCENTIVO AO ESPORTE

Uma das poucas iniciativas públicas voltadas à inclusão da pessoa com deficiência na sociedade por meio do esporte, e à visibilidade ao esporte paralímpico, é o Centro Paralímpico Brasileiro (CPB), fundado em 1995. A instituição teve um papel central na promulgação da Lei no 10.264, em 2001, conhecida como Lei Agnelo/Piva, fundamental para o desenvolvimento do esporte adaptado no Brasil. Ao estabelecer o repasse de parte da arre cadação das loterias federais para os comitês olímpico e paralímpico, a lei permitiu ações permanentes da CPB em todo o país, e ampliou o incentivo à trajetória de atletas.

Na sede do CPB, onde está o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, localizada na Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo (SP), também se encontra a Escola Paralímpica de Esportes, com atividades gratui tas, voltada para a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual, na faixa etária de 7 a 17 anos, em 14 modalidades. Além da escola, outros programas realizados pelo CPB fomentam o primeiro contato e uma relação contínua com o esporte. […]

■ A atleta brasileira Verônica Hipólito, medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

ATRAVESSAR DESAFIOS

É a soma de redes de apoio e iniciativas de incentivo que movimenta a formação de futuros atletas, mas alguns desafios ainda se impõem como fortes adversários: o capacitismo, a falta de patrocinadores e a pressão, que muitas vezes resulta em quadros de ansiedade e depressão. […]

Medalhista paralímpica e recordista sul-americana, Verônica Hipólito, que aos 14 anos sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) responsável por paralisar todo o lado direito do corpo, reforça a necessidade de a sociedade enxergar a deficiência apenas como uma parte da pessoa, e não como o todo. “Eu tenho uma paralisia, a Rosinha Santos [medalhista paralímpica no arremesso de peso e lançamento de disco], por exemplo, tem uma amputação da perna esquerda. Somos assim, da mesma forma que outras pessoas têm cabelos cacheados, são ruivas, altas ou baixas, gordas ou magras, usam óculos. Não ter uma perna ou um braço, ou ter alguma paralisia no corpo, é apenas uma característica. Tenho certeza de que existem muitas pessoas com deficiência no Brasil que poderiam bater nossos melhores competidores. Só que não as encontramos, porque a maioria é marginalizada, esquecida”, disse Verônica, em entrevista à Revista E , na edição de novembro de 2023.

LLEDÓ, Maria Júlia. Desafios e incentivos de atletas paralímpicos para chegar a Paris. São Paulo: Sesc São Paulo, 30 jul. 2024. Texto originalmente publicado na Revista E, do Sesc São Paulo. Disponível em: www.sescsp.org.br/editorial/ desafios-e-incentivos-para-chegar-em-paris/. Acesso em: 27 ago. 2024.

SOBRE...

Maria Júlia Lledó (1981-) é jornalista. Atua como redatora e editora de revistas, jornais e sites das áreas de cultura, educação, sustentabilidade e direitos humanos.

1. Yohansson teve uma infância muito rica, envolvendo-se em brincadeiras de bolinha de gude, pião, bola e pipa, além de lutar taekwondo e andar de skate. Todo esse repertório contribuiu para desenvolver sua aptidão para o atletismo, esporte que praticou como atleta paralímpico por 15 anos. 3. A Lei Agnelo/Piva desempenha um papel importante no financiamento do esporte paralímpico no Brasil, por meio do repasse de parte da arrecadação das loterias federais para os comitês olímpico e paralímpico. Esse financiamento permite que o Comitê Paralímpico Brasileiro mantenha programas que incentivam a inclusão de jovens com deficiência no esporte.

ATIVIDADES

1. Qual é a relação entre a infância do medalhista do atletismo Yohansson Nascimento (1987-) e sua carreira como atleta paralímpico?

2. Yohansson Nascimento trilhou uma carreira esportiva de sucesso. Na época em que a reportagem foi publicada, ele ocupava um cargo importante em uma instituição ligada ao esporte. Qual é esse cargo e por que é fundamental ele ocupar essa posição?

2. Leia mais em Orientações para o professor

3. Qual é a importância da Lei Agnelo/Piva para o esporte paralímpico no Brasil? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

4. Quais são os principais desafios enfrentados por atletas paralímpicos? Que recursos existem para que esses desafios sejam superados e mais pessoas com deficiência se tornem atletas paralímpicos?

5. Qual é a importância do Comitê Paralímpico Brasileiro no processo de formação de atletas? Qual estrutura fundamental ele oferece atualmente para que os atletas possam se iniciar nas modalidades esportivas paralímpicas?

5. Leia mais em Orientações para o professor

6. A paratleta Verônica Hipólito (1996-) menciona a necessidade de a sociedade enxergar a deficiência apenas como uma parte da pessoa, e não como o todo dela. Como você interpreta essa afirmação e de que modo essa fala pode impactar o seu projeto de vida?

6. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

4. Os principais desafios envolvem o capacitismo, a falta de patrocinadores e a pressão por resultados. A existência de redes de apoio e de iniciativas públicas de incentivo ao esporte paralímpico é essencial para que mais atletas possam superar essas barreiras.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

7. Essa análise destaca a importância de criar um ambiente mais inclusivo e equitativo e de permitir que todos os cidadãos, independentemente de suas condições físicas e intelectuais, tenham as mesmas oportunidades. Todo esse processo passa pela educação, que pode expandir a consciência social empática, e por políticas públicas mais inclusivas e capazes de empoderar as pessoas com deficiência, tirando-as da invisibilidade.

7. Verônica menciona que muitos talentos em potencial não são descobertos porque as pessoas com deficiência são marginalizadas. O que isso revela sobre as oportunidades e os desafios enfrentados por essa população no Brasil?

8. A reportagem cita a importância da rede de apoio para os paratletas. O que é rede de apoio e qual é o seu papel na carreira dos paratletas? Quem pode constituir redes de apoio?

8. Leia mais em Orientações para o professor

REFLETIR ARGUMENTAR E

1. A paratleta aponta que a deficiência física é apenas mais uma entre tantas outras características que diferenciam uma pessoa da outra. Portanto, assim como nas concepções de diversidade e inclusão do autor do livro, a ideia central é a de que todas as pessoas são diferentes.

Leia, a seguir, o trecho de um texto sobre inclusão publicado em livro.

Entender a diversidade é compreender a complexidade humana. Não são apenas os outros diferentes de mim, mas eu também sou diferente de todos. […] Já a inclusão é a prática de tal entendimento, em ações que possibilitem a integração das diferenças, colocando as pessoas em condições de equidade e nos mesmos espaços. Incluir, portanto, não é trazer o diferente para o grupo de iguais, porque não há iguais.

BROGNA, Marcos. Viva (e entenda) a diferença . São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2020. p. 35.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Qual é a relação entre o entendimento sobre diversidade e inclusão presente nesse trecho de livro que você leu e o depoimento da paratleta Verônica Hipólito na reportagem?

2. Em sua opinião, as pessoas têm dificuldade de aceitar a diversidade? Qual é o papel das redes sociais nesse processo? 2. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

3. Você concorda com a frase “Não são apenas os outros diferentes de mim, mas eu também sou diferente de todos”? Apresente argumentos e compartilhe-os com os colegas e o professor.

3. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

4. De que forma você pode contribuir para que o respeito à diversidade e a prática da inclusão aconteçam no seu círculo social e na comunidade escolar? Reflita e proponha ações efetivas que possam contribuir para a equidade.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compreendam a importância de se comprometerem a adotar comportamentos inclusivos e empáticos e a não se envolverem em situações de exclusão ou bullying, inclusive no ambiente virtual.

INDICAÇÕES

• C ONHEÇA o Centro de Treinamento Paralímpico do CPB – com audiodescrição. [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo (3 min). Publicado pelo canal Comitê Paralímpico Brasileiro. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=WhuONof6JYQ. Acesso em: 28 ago. 2024.

O vídeo apresenta o Centro de Treinamento Paralímpico, localizado na cidade de São Paulo (SP).

• A NOVA geração medalhista do atletismo brasileiro no Mundial de Paris 2023. [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Comitê Paralímpico Brasileiro. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=BEit-9zbQTg. Acesso em: 28 ago. 2024.

O vídeo apresenta alguns atletas paralímpicos do atletismo que foram medalhistas no Campeonato Mundial de 2023, ocorrido em Paris (França).

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Salto em distância cooperativo

Nesta atividade, será proposto um jogo interativo inspirado no salto em distância, modalidade do atletismo paralímpico que estimula o desenvolvimento da velocidade, da força reativa, do controle corporal e da concentração.

No salto em distância olímpico, o corredor até a tábua de impulsão mede entre 40 m e 45 m, e a área de queda mede 10 m, devendo ser preenchida com areia úmida e macia. Os competidores têm direito a três tentativas, mas somente a melhor é considerada para a classificação. A distância do salto é medida da linha sinalizada na tábua de precisão até o ponto de contato mais próximo da tábua, considerando o contato de qualquer parte do corpo do saltador com a areia. Se o atleta pisar ou ultrapassar a linha da tábua de impulsão, ele queimará o salto, desperdiçando uma de suas tentativas.

No salto em distância paralímpico, a técnica do salto segue princípios semelhantes aos do salto convencional, mas com adaptações importantes para atender às necessidades dos atletas com deficiência. A principal está na tábua de impulsão, substituída por outra que proporciona mais segurança e precisão do salto. Além disso, atletas com deficiência visual contam com o auxílio de um guia ou chamador, que os orienta por meio de sinais sonoros. O guia tem a função de posicionar o atleta na marca de partida e fornecer orientações auditivas durante a corrida de aproximação. No entanto, uma vez que o atleta está pronto para saltar, o guia não pode mais tocá-lo, exigindo uma perfeita coordenação e confiança entre ambos.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra ou em um espaço semelhante apropriado, com utilização dos seguintes materiais: quatro gizes e quatro cones pequenos de cores diferentes.

2. Antes do início da atividade, é preciso utilizar o giz para traçar quatro corredores paralelos, no sentido longitudinal da quadra ou do espaço de prática e definir quatro equipes. Além disso, será necessário traçar uma linha perpendicular no início de cada corredor, para marcar o ponto inicial do primeiro salto de cada equipe.

3. As equipes receberão um cone, que será colocado no início do seu corredor.

4. Realize um breve aquecimento, seguido de um alongamento, de acordo com os exercícios que o professor selecionar.

Praticar

1. As equipes deverão numerar seus saltadores, para definir a ordem dos saltos.

2. Cada equipe deve definir o representante que vai marcar com giz o local exato onde a primeira parte do corpo do saltador encostou no momento da queda. O cone da equipe deverá ser colocado ao lado dessa marca.

3. O primeiro saltador poderá realizar uma corrida que antecede o salto e, logo em seguida, executar o salto impulsionando o corpo a partir da linha perpendicular traçada no seu corredor, que define o ponto inicial do salto cooperativo.

4. Após realizar o salto, o saltador permanecerá imóvel até que seja feita a marcação do local da sua queda, com o giz e o cone.

5. O saltador seguinte poderá realizar a corrida prévia, mas o ponto de impulsão do seu salto não poderá ultrapassar o cone da sua equipe (onde o saltador anterior aterrissou); caso contrário, seu salto será invalidado.

6. Depois de todos os saltos finalizados, define-se a equipe vencedora, que será aquela cujo cone estiver mais longe da linha que define o ponto inicial do salto cooperativo.

■ Ilustração demonstrativa na qual saltadores em pista de corrida realizam alongamento antes de iniciar a prática corporal.

Avaliar

Depois de participar da atividade de salto em distância cooperativo, compartilhe com os colegas e o professor suas percepções sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o salto em distância cooperativo? Você se sentiu intimidado ou motivado pelos integrantes da sua equipe durante o salto? Houve cooperação na sua equipe?

2. Força reativa (ou taxa de desenvolvimento de força) se refere à aplicação da maior força possível no menor intervalo de tempo. Em que momento do salto você percebeu o uso da força reativa?

3. Em quais momentos você percebeu a importância da velocidade, do controle corporal e da concentração durante o salto?

4. Considerando o atletismo paralímpico, quais são as particularidades da prática do salto em distância para atletas com deficiência física, visual ou intelectual?

HECTOR GOMEZ

PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA

■ A skatista brasileira Isadora Pacheco (2005-) executa manobra em competição nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor

No Capítulo 7, você terá oportunidade de conhecer as práticas corporais de aventura. No Tópico 1, vai aprender algumas ações que minimizam os impactos da prática de skate no meio ambiente e experimentar equilíbrios no skate. No Tópico 2 , você vai se envolver em discussões sobre a relação dos humanos com a natureza e participar de uma corrida de orientação. No Tópico 3, você aprenderá algumas técnicas de parkour, além de relacionar essa prática à preservação dos espaços urbanos. Antes de começar, é importante compreender o conceito de prática corporal de aventura.

As práticas corporais de aventura exploram a experimentação corporal em ambientes desafiadores e imprevisíveis, que possam causar sensações de vertigem, com risco controlado. Essas práticas são classificadas com base no ambiente em que ocorrem, podendo ser realizadas na natureza, como em corridas de orientação e rapel, ou em ambientes urbanos, como durante a prática de parkour e skate. Com base nessas informações, observe a imagem de abertura deste Capítulo e responda: em qual categoria se enquadra o esporte retratado na fotografia?

Espera-se que os estudantes respondam que o esporte retratado na imagem (skate) se enquadra na categoria prática corporal de aventura urbana pelo fato de o praticante superar obstáculos sobre uma prancha com rodas.

2

1 Skate: o surfe do asfalto

O skate é uma prática corporal de aventura urbana que surgiu no início do século XX nos Estados Unidos, derivada dos rollers scooters, uma espécie de patinete fabricado a partir de 1900. Há relatos de que, em 1918, um garoto estadunidense já havia desmontado eixos e rodas de patins, fixando-os em uma prancha de madeira, embora ele se movesse com um joelho apoiado e um pé dando impulso, em vez de ficar de pé sobre a prancha.

Anos mais tarde, na década de 1950, o skate ressurgiu com os surfistas californianos, que fixaram pranchas de madeira em eixos com rodas e deslizaram pelo asfalto, tentando imitar as manobras que faziam na água. Esse ressurgimento aconteceu em uma época de revolução nos costumes, a partir de mudanças na moda, com o uso de jeans e camiseta; na música, com o ritmo do rock; e em outros elementos da cultura que imprimiram ao skate a estética de uma prática corporal performática e associada à liberdade, oposta à ideia de um corpo disciplinado. No Brasil, o skate chegou na década de 1960, trazido por filhos de estadunidenses e por brasileiros que viajavam para os Estados Unidos.

PRIMEIRO OLHAR

■ Homem anda de skate no Elevado Presidente João Goulart, em São Paulo (SP). Fotografia de 2018.

1. Resposta pessoal. É possível que alguns estudantes sejam praticantes de skate e outros já tenham passado pela experiência de observar o skate presencialmente ou por meio da mídia.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Você já teve oportunidade de praticar ou observar pessoas praticando skate?

2. Qual é a sua percepção sobre a prática do skate? Compartilhe seu ponto de vista com os colegas e o professor.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes associem o skate a noções de risco, liberdade, prazer e diversão.

3. Em sua opinião, quais são os impactos positivos e negativos da prática de skate em grandes centros urbanos? Justifique sua resposta.

3. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

O skate foi incluído como esporte olímpico nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, sendo disputado em duas modalidades: o skate street e o skate park. No skate street, a pista é mais plana e os obstáculos simulam elementos encontrados nas ruas, como escadas, corrimãos, bancos e bordas de meio-fio. A pista de skate park possui rampas, piscinas, lombadas e outros obstáculos que possibilitam saltos.

A prática de skate tem conquistado muitos brasileiros, com maior espaço na mídia dedicado ao esporte, como, por exemplo, a transmissão de campeonatos em canais abertos. Além disso, essa prática corporal de aventura urbana ganhou notoriedade pela conquista da medalha de prata, na categoria skate street, pela brasileira Rayssa Leal (2008-) nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

No passado, o skate foi marginalizado e chegou a ser proibido em 1988, na cidade de São Paulo, pelo prefeito Jânio Quadros (1917-1992), como uma resposta à subversão dos skatistas à arquitetura da cidade, quando passaram a usar corrimãos, escadas, guias, trilhos e paredes como obstáculos.

Além da busca por obstáculos, alguns skatistas utilizam seus skates como meio de transporte. Apesar de não emitir poluentes, a prática do skate ainda está longe de se conectar à ideia de sustentabilidade, na medida em que valoriza materiais como madeira, ferro, metal, inox e concreto armado, que fazem parte da paisagem urbana.

LER E COMPARTILHAR

A seguir, leia o trecho de um artigo que aborda a relação entre skate e meio ambiente.

Skate e regenerar: skatistas fazendo a diferença para o meio ambiente

Como skatistas, adotamos a ideia de “patinar e destruir” e “patinar e criar”. Mas, cada vez mais, também precisamos pensar em “patinar e regenerar” em termos de meio ambiente e questões de sustentabilidade.

Pela sua natureza, o skate exige uma forma única e sensível de se relacionar com a terra.

Examinamos cada centímetro de uma rua ou pista de skate com precisão de laser e conhecemos cada solavanco e rachadura sob nossos pés em microdetalhes, como se nossas vidas dependessem disso. Porque eles fazem. Mas como nós, skatistas, também direcionamos esse nível de energia e atenção para o ambiente mais amplo?

[…]

O estado do meio ambiente, é claro, é uma preocupação para muitos skatistas de todas as idades, origens e regiões. Entrei em contato com cinco skatistas que estão fazendo sua parte para cuidar da terra, dos oceanos e do ar ao nosso redor […] Perguntei sobre como eles cuidam do meio ambiente, o que os inspira e em quais 3 passos todos podemos agir.

[…]

Atita é uma skatista de 20 anos que cresceu em Bangalore e é a fundadora da Girl Skate India, que começou em 2015, alguns anos depois que ela pegou uma prancha e se apaixonou pelo skate. […] Quando perguntada sobre suas preocupações sobre o impacto do skate no meio ambiente, ela adverte que, no momento, “nada no skate é realmente sustentável em termos de saúde do meio ambiente. O skate nasceu da condição humana moderna de viver nas cidades, e as cidades são os principais centros de degradação ambiental”. Ela acrescenta: “O skate nos

1. Espera-se que os estudantes respondam que as expressões se relacionam à ideia de sustentabilidade. Enquanto a expressão “patinar e destruir” está associada a impactos negativos da prática de skate no ambiente urbano, a expressão “patinar e regenerar” remete a uma conscientização que precisa ser adquirida e cultivada, envolvendo o equilíbrio entre a prática do skate e a preservação ambiental.

conecta com a infraestrutura da cidade e seus habitantes. A cultura do skate gira em torno de triturar objetos feitos pelo homem em busca de uma emoção. Os skatistas constroem mais desses objetos em pistas ou pistas de skate usando concreto e madeira, produtos altamente tóxicos e insustentáveis. Os skatistas correm com muita frequência em tênis e pranchas de tecido, borracha, metal e madeira. Todo o espírito da cultura do skate é ‘patinar e destruir’”.

[…]

Quais são os 3 passos que Atita sugere para cuidar do nosso futuro?

Faça produtos éticos e ecologicamente corretos. “A indústria pode se esforçar mais para tornar os produtos mais éticos e ecologicamente corretos. Desde o uso de colas amigáveis para prensar placas, até a tentativa de usar materiais mais amigáveis, como cânhamo e cáqui, como tecidos para calçados.”

Apoie suas marcas locais de skate . “Os Estados Unidos dominaram os mercados de skate e os produtos que eles produzem estão sendo enviados para todo o mundo. Não porque outros países não tenham descoberto como fazê-lo igualmente bem, mas porque seu marketing e alcance têm uma influência muito maior no tipo de produto que as pessoas compram.

[…] Nós, como skatistas, precisamos entender que devemos apoiar as raízes dos skatistas de compras locais. Se essas marcas de skate estivessem fazendo produtos ecologicamente corretos de qualidade em suas localizações geográficas e as pessoas as apoiassem para crescer dessa maneira, isso seria mais saudável para o meio ambiente e também significaria que você poderia obter um produto melhor com o suporte que recebem de você.”

Desafie a demolição de parques de skate de competição. “Desafie as marcas quando elas constroem novos skateparks para grandes competições e depois destroem tudo depois que o evento termina. Isso não é sustentável de forma alguma.”

SAGAZ, Julio. Skate e regenerar : skatistas fazendo a diferença para o meio ambiente. [S. l.]: Skate Vale Brasil, 29 dez. 2022. Disponível em: https://skatevalebrasil.com.br/skate-e-regenerar-skatistas-fazendo-a-diferenca-para-o-meio-ambiente/. Acesso em: 20 set. 2024.

ATIVIDADES

1. As expressões “patinar e destruir” e “patinar e regenerar”, citadas no artigo, representam diferentes abordagens e atitudes na cultura do skate. É possível relacionar essas expressões à ideia da sustentabilidade? Se sim, de que maneira?

2. Atita Verghese menciona que “nada no skate é realmente sustentável em termos de saúde do meio ambiente”. O que ela quer dizer com essa afirmação? Você concorda com a skatista? Compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor.

2. Leia mais em Orientações para o professor

3. Segundo Atita, quais são as três grandes ações que poderiam ser implementadas pela indústria e também pelos skatistas para tentar diminuir o impacto ambiental da cultura do skate?

3. Segundo a skatista, a indústria deveria produzir pensando na sustentabilidade, utilizando produtos éticos e ecologicamente corretos, mas a postura dos skatistas também faria a diferença, não só para incentivar essa prática, ao consumir esses produtos, mas também ao apoiar as marcas locais de skate e não ser conivente com demolições de estruturas temporárias que são construídas apenas para atender a interesses específicos, temporários e passageiros.

■ A skatista Atita Verghese em espaço urbano na cidade de Bangalore, na Índia. Fotografia de 2016.
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5. É possível utilizar materiais modulares, que possam ser reutilizados em outros espaços, ou elaborar projetos duradouros, com pistas que possam ser utilizadas pela comunidade após o término das competições.

4. Por que é importante incentivar a fabricação local de produtos relacionados à prática de skate e consumi-los de maneira sustentável?

4. Para valorizar e estimular o crescimento de marcas locais, que possam se envolver na fabricação de produtos ecologicamente corretos e de boa qualidade.

5. Os processos de construção e demolição de skateparks para competições são criticados por Atita. Quais alternativas poderiam ser implementadas para tornar essas práticas mais sustentáveis, tanto local quanto globalmente?

6. Para você, como os skatistas podem contribuir para minimizar os impactos negativos ao meio ambiente, especialmente nos grandes centros urbanos, ao utilizarem a infraestrutura urbana já existente?

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem o uso do skate de forma responsável, evitando danificar espaços públicos e preservando áreas verdes. Eles poderão citar também a utilização de locais subutilizados, transformando-os em áreas para a prática do skate sem necessidade de novas construções.

REFLETIR ARGUMENTAR E

A seguir, leia o trecho de um texto jornalístico que apresenta dois modelos diferentes de produção e consumo: a economia linear e a economia circular.

Enquanto a economia linear baseia-se em retirar da natureza, produzir e logo após descartar o produto, a economia circular visa exatamente o contrário, tendo como objetivo reutilizar este produto que seria descartado.

Assim, um dos principais problemas que o formato linear apresenta é que ele não leva em consideração o lixo que a produção e o descarte em massa desencadeiam. Além disso, também não considera que as matérias-primas para essa produção podem chegar ao fim. A economia circular surge para propor essa nova visão: em que os recursos extraídos e produzidos, ao invés de serem descartados na natureza em formato de lixo, sejam reciclados e sigam em circulação como novos produtos. Acabando assim com a ideia de existência do lixo.

1. A ideia “patinar e destruir” converge com o modelo de economia linear, uma vez que os recursos extraídos da natureza são transformados em produtos e descartados após o uso, sem qualquer

Para a economia linear, o processo tem fim quando o produto é descartado. Já o conceito de economia circular apresenta que todo material ainda pode ser utilizado. Assim, o processo é cíclico, ou seja, não tem fim.

preocupação com a sua durabilidade ou com a possibilidade de reciclar, reutilizar e regenerar.

O QUE é economia circular? Porto Alegre: PUCRS Online, 17 dez. 2020. Disponível em: https://online.pucrs.br/blog/economia-circular. Acesso em: 20 set. 2024.

2. Sugestões de resposta: Algumas ações possíveis são investir na qualidade dos artigos para aumentar sua durabilidade, reduzir a quantidade de embalagens utilizadas, apoiar bazares de peças usadas e em bom estado, não utilizar materiais poluentes como matéria-prima, reaproveitar tecidos e outros insumos na confecção de novos artigos.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Qual dos modelos, linear ou circular, mais se aproxima da ideia “patinar e destruir”, citada no artigo “Skate e regenerar: skatistas fazendo a diferença para o meio ambiente”? Justifique a sua resposta.

2. Considerando que a cultura do skate também inclui o vestuário, como roupas e tênis, quais ações as marcas voltadas ao skate poderiam tomar para aderir à economia circular?

3. Se obtivesse sucesso ao aderir à economia circular, você acredita que a cultura do skate poderia influenciar outras modalidades esportivas a fazer o mesmo? Reflita e argumente considerando o alcance e a audiência do skate, que passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que sim, já que o skate é uma modalidade esportiva bastante relacionada à estrutura urbana, principalmente dos grandes centros, e tem tido bastante divulgação recentemente, tanto que, em 2021, passou a fazer parte do maior evento esportivo global, os Jogos Olímpicos.

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CONEXÕES com

FÍSICA

1. Embora a intensidade das forças seja a mesma, elas não se anulam porque não acontecem no mesmo corpo. Uma força está sendo aplicada sobre o piso e a outra está sendo aplicada no corpo do skatista.

Princípio da ação e reação aplicado às quedas do skate

2. Parte da força aplicada pelo piso do asfalto no corpo do skatista durante a queda é absorvida pelos equipamentos de proteção, evitando que o skatista se machuque.

As quedas fazem parte da história dos skatistas, mas você já parou para pensar sobre a explicação física para a recomendação do uso de equipamentos de proteção? Leia, a seguir, o trecho de um livro de Física que aplica o princípio da ação e reação às quedas no skate.

Uma das características da força mais importante para um skatista (são três as leis necessárias para explicar a força […]) é o que podemos chamar de Princípio da ação e reação.

Assim como nós reagimos quando algo nos atinge, os corpos também reagem a forças que lhes são impressas. Essa reação se dá com a mesma intensidade e em sentido oposto ao da força incidente. Mas por que isto é importante para um skatista?

Quando caímos ou nos batemos em alguma coisa estaremos exercendo uma força nesta superfície, até aí tudo bem. O problema é que esta superfície exercerá uma força igual e oposta em nós, e é esta força que sentimos e é com ela que estaremos preocupados enquanto caímos. Pode reparar, quanto mais forte batemos em algo (ação) este algo reage no sentido de exercer uma força sobre o nosso corpo que vai ser exatamente a mesma que nós exercemos sobre ele, mas, com o sentido contrário, isto é, será uma força que atuará em nosso corpo de fora para dentro com a mesma intensidade da força que nós exercemos na superfície. Estas forças não se anulam, pois elas agem em corpos diferentes: enquanto a força que nós exercemos age na superfície do corpo que atingimos, a força de reação da superfície age sobre nós. Os equipamentos de proteção têm a capacidade de absorver os impactos das forças que são exercidas sobre nós transferindo a ação destas forças para as espumas que se encontram dentro deles, evitando que nos machuquemos. […]

■ Queda de skate sofrida por criança. Fotografia de 2022.

MEIRA, Mateus Castro. A física do skate : uma visão irada da mecânica. [S. l.: s. n.], 2021. E-book. Localizável em: Princípio da ação e da reação.

1. De acordo com o princípio da ação e reação, quando o skatista cai no chão do asfalto, o piso exercerá, no corpo do skatista, a mesma força que esse corpo exerce no piso durante a queda. Se as forças são iguais, por que elas não se anulam?

2. Como a Física explica a importância dos equipamentos de proteção quando um skatista sofre uma queda no asfalto?

3. O skatista mais pesado sofrerá um impacto maior, porque a força que ele exercerá no solo durante a queda será maior do que o skatista mais leve e, consequentemente, a força que o solo exercerá em seu corpo também será maior.

3. De acordo com a Física, a força se refere ao produto da massa de um corpo pela sua aceleração. Se dois skatistas de pesos diferentes que patinam com a mesma aceleração caírem no asfalto, qual deles sofrerá um impacto maior em seu corpo? Por quê?

4. Quais são os equipamentos de proteção recomendados para a prática de skate? Além do uso de equipamentos de segurança, como os conhecimentos adquiridos em aulas de Educação Física podem ajudar a minimizar os efeitos de uma queda durante a prática do skate?

4. Os equipamentos de proteção para a prática do skate são o capacete, as joelheiras, as cotoveleiras, as luvas e os protetores de punho (wrist guards). Conhecimentos adquiridos em aulas de Educação Física, como cair rolando no chão, ajudam a distribuir a força do impacto em uma área maior do corpo e por mais tempo, reduzindo a pressão sobre pontos específicos e diminuindo o risco de lesões.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Noções básicas de equilíbrio e deslocamento sobre o skate

Nesta atividade, você terá a oportunidade de experimentar noções básicas de equilíbrio e deslocamento sobre o skate. A atividade também proporciona o exercício da cooperação, da determinação e da superação entre você e os colegas.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra ou em um pátio adequados para a prática do skate, com piso liso.

2. Serão utilizados os seguintes materiais: skates e equipamentos de segurança (capacetes, joelheiras, cotoveleiras e luvas).

3. Observe cada parte do skate, conforme indicado a seguir, e sua denominação, que é importante conhecer para praticar.

Lixa: colada sobre o shape, para aumentar o atrito dos pés do skatista com o skate.

Truck: eixos do skate, onde as rodas são encaixadas.

:

:

Rodas: presas nos eixos, a maioria é de poliuretano (tipo de plástico rígido), para o skate se deslocar.

■ Imagens de vista superior, inferior e lateral de um skate e suas partes.

Praticar

1. Reveze o skate com os integrantes da turma, para realizar os exercícios indicados a seguir. Quando não estiver usando o skate, observe e auxilie o colega que estiver equilibrado sobre ele, segurando as mãos dele ou o tronco.

Tail
parte traseira do skate
Nose
parte dianteira do skate
Shape: tábua de madeira que fica sobre as rodas.
Sliptape: fina camada de plástico que reduz o atrito e protege a prancha nas manobras.

Equilíbrio (identificação da base)

• Suba no skate com um pé apoiado à frente e outro atrás do shape e teste as bases “regular” e “goofy ”, para identificar qual delas oferece o melhor equilíbrio a você.

• Na base regular, o pé esquerdo permanece à frente, com o corpo virado para a direita. Na base goofy, o pé direito permanece à frente, com o corpo virado para a esquerda.

■ Ilustração demonstrativa de base regular, à esquerda, e de base goofy, à direita.

Manutenção do equilíbrio

Permaneça equilibrado sobre o skate, mantendo a postura, com o pé da frente posicionado logo atrás dos parafusos do dianteiro e o pé de trás posicionado sobre o tail. Os joelhos permanecem ligeiramente flexionados e o corpo ligeiramente inclinado para a frente, com os braços abertos para ajudar na estabilidade.

■ Ilustração demonstrativa na qual jovem equilibra-se no

Deslocamento (remada)

Realize a remada com o pé que estava posicionado atrás, empurrando o chão para trás, enquanto o pé da frente mantém o corpo equilibrado sobre o skate.

• Tanto o pé que estiver realizando a remada quanto o pé que permanecer no shape devem estar voltados para a frente durante a remada. É importante manter o pé que realiza a remada próximo ao skate.

• Depois de atingir a velocidade desejada, recoloque o pé de trás no skate e vire ambos os pés, deixando-os perpendiculares ao shape

■ Ilustração demonstrativa na qual jovem rema para deslocar-se com o skate

Deslocamento (freio)

• E xperimente frear o skate. Inicialmente, utilize o pé de trás para freá-lo, arrastando levemente este pé no chão e reduzindo a velocidade gradualmente, até parar o skate.

Ilustração demonstrativa na qual jovem freia o skate.

Deslocamento (curva)

• E xperimente fazer curvas, mantendo os pés perpendiculares ao shape e o corpo virado para um dos lados, enquanto apoia o peso do corpo na parte da frente dos pés ou nos calcanhares, para inclinar o skate na direção desejada.

• Os trucks giram e fazem o skate seguir a direção da inclinação. Quanto mais você inclinar, mais fechada será a curva.

2. Desloque-se com o skate por todo o espaço com cuidado, equilibrando-se, remando, freando e fazendo curvas abertas, mudando de direção ao longo do percurso.

■ Ilustração demonstrativa na qual jovem faz curvas abertas com o skate

Avaliar

Depois de participar da prática de skate, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade com base nas perguntas a seguir. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com a prática do skate? O que você achou mais desafiador: a remada, a freada ou as curvas? Houve melhora ao longo da atividade?

2. Como a turma se organizou para revezar o skate? Vocês conseguiram cooperar oferecendo dicas e apoio aos colegas durante a prática?

3. De que maneira a prática do skate ajudou você a trabalhar a determinação e a superação? Em que você teve de se esforçar e o que fez para melhorar sua prática?

4. E xistem locais adequados para a prática de skate na região onde você mora? Como você acha que se pode praticar skate de forma consciente e sustentável nesses locais e em grandes centros urbanos?

NÃO ESCREVA NO LIVRO. ALEX RODRIGUES
ALEX RODRIGUES

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Orientação, trilhas e natureza

1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes citem variadas práticas corporais de aventura na natureza, como: rapel, rafting, escalada, canoagem, surfe, tirolesa, paraquedismo, asa-delta, trekking, mountain bike, entre outras.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes relatem experiências pessoais ou de pessoas conhecidas com práticas corporais de aventura na natureza.

As práticas corporais de aventura na natureza podem ser realizadas em ambientes aéreos, aquáticos ou terrestres. Essas atividades são popularmente conhecidas como esportes radicais e, por isso, despertam sensações diversas como euforia, medo, prazer, liberdade, alegria e relaxamento. No ambiente terrestre, existem algumas modalidades que se apresentam como alternativas para quem deseja iniciar a sua experiência de prática de aventura na natureza. Uma dessas modalidades é a corrida de orientação, que desafia seus praticantes a percorrer, no menor tempo possível, a distância entre pontos de controle marcados em um terreno desconhecido com o auxílio de uma bússola e um mapa, no qual constam o percurso da prova e os detalhes sobre a vegetação, o relevo, a hidrografia, as rochas e as construções que compõem o espaço.

PRIMEIRO OLHAR

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes se reportem às sensações de liberdade e de plenitude provocadas pelo contato com a natureza, à necessidade de sair da rotina e conhecer outros lugares, à busca por momentos de lazer e à atração que o risco da imprevisibilidade causa em algumas pessoas.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais práticas corporais de aventura na natureza você conhece?

2. Você já teve oportunidade de vivenciar ou conhece alguém que já vivenciou alguma prática de aventura na natureza? Compartilhe com a turma como foi essa experiência.

3. Em sua opinião, o que leva as pessoas a buscar experiências como práticas corporais de aventura na natureza?

■ Pessoas praticam caminhada em trilha natural na Serra da Canastra, no município de Delfinópolis (MG). Fotografia de 2024. ADRIANOKIRIHARA/PULSARIMAGENS

Outra prática que encontra muitos adeptos mundo afora é a caminhada em trilhas naturais ou trekking. O Brasil é um país privilegiado para a prática dessa modalidade por contar com trilhas em relevos diversos espalhadas por todo o seu território.

Seja qual for a prática escolhida, existem duas lições que todo aventureiro deve aprender antes do seu primeiro encontro com a natureza. Em primeiro lugar, é preciso pensar na própria segurança, preparando-se fisicamente para a aventura, utilizando os equipamentos recomendados e tendo o acompanhamento de guias que conheçam a região. Em segundo lugar, deve-se preservar o ambiente natural que foi eleito para sediar a aventura, reduzindo os impactos ambientais de sua passagem por lá. Os seres vivos que habitam o local podem ser apreciados sem serem tocados, e qualquer lixo que for produzido durante a prática de aventura na natureza deve ser carregado na mochila do aventureiro e descartado em local apropriado.

LER E COMPARTILHAR

A seguir, leia o trecho de um texto sobre caminhadas ao ar livre e o impacto que essa prática pode causar na natureza.

Ecoturismo e natureza… um pouco de filosofia para começar

Você já pensou o que te leva a fazer uma trilha ou uma viagem para a natureza? É uma fuga? Uma desculpa? Uma diversão? Ou é algo mais profundo?

Para mim, consciente ou não disto, você está ouvindo um chamado… da própria natureza, que lhe convida a descobertas e experiências de crescimento pessoal e emocional. Se você ouve e segue este chamado encontrará muito mais do que apenas aventuras, caso seja um bom aluno. O resultado desta experiência é uma consciência mais integrada à totalidade e uma compreensão mais profunda acerca da vida.

[…]

Nada é mais gentil para o homem do que a natureza, e nenhum outro ser é mais cruel com a natureza do que o homem.

Seguir uma trilha pode ser muito atraente, divertido, excitante, mas muitas vezes acontece da trilha ir se abrindo mais e mais, formando um caminho, e em pouco tempo se transforma em uma estrada. Lixo, erosão, barulho… acampamentos desordenados, fogueiras, e a bela natureza selvagem, que pode ser extremamente frágil à mais leve pisada, sofreu o impacto humano.

A questão fundamental encontra-se na forma como o ser humano enxerga a natureza e se relaciona com ela. Enquanto esta visão for de puro aproveitamento ou deleite, encarando a natureza como um ginásio de esporte ou parque de diversão, ou pior ainda, como uma mercadoria, a tendência é a deterioração. […]

O planeta não pertence apenas à espécie humana. Existem milhares de outros seres com os quais compartilhamos a mesma terra, que respiram o mesmo ar, que se sustentam da mesma terra e que bebem a mesma água. Esses outros seres não humanos, independentemente de qualquer valor ou utilidade, também têm o direito de viver. E quem somos nós para achar que podemos determinar o destino, atribuir o valor ou decidir sobre a vida ou a morte de outras espécies não humanas?

Longe de nossas casas e de nossas cidades, encontramos estes lugares desconhecidos, estranhos, incomuns, habitados pelos “outros”.

Quando saímos de nosso lugar e viajamos para essas terras “distantes” de nós e entramos nos reinos das florestas, dos pântanos ou dos cerrados, procuramos satisfazer o nosso desejo de natureza, de contatar a vida, de experimentar sons, cheiros, paisagens e sabores. Queremos nos aproximar de nossas origens e conhecer estes outros seres que habitam este planeta junto com nós humanos. Seja este desejo conhecido ou não, de forma consciente, toda vez que buscamos a natureza, estamos na verdade buscando nossa casa, buscamos a nós mesmos.

Um mergulho na natureza deve ser acima de tudo, um mergulho dentro de nós mesmos. É na natureza onde nossos sentidos se equilibram e nossas capacidades se tornam mais aguçadas. Podemos observar melhor nosso comportamento [diante das] inúmeras circunstâncias que uma simples trilha pode oferecer. Se estivermos conscientes, aprendemos com elas. Passamos a conhecer nossos limites, capacidades, qualidades e fraquezas.

[…]

Antes de sair para a sua próxima aventura, lembre-se de que é a sua atitude que fará a diferença. Os “outros” merecem e devem ser respeitados, tenham eles a aparência, forma ou tamanho que tiverem. Os lugares que pisamos podem ter o sustento dos “outros”, sejam humanos ou não humanos. Quando estiver na natureza, integre-se a ela, afinal você também é parte dela. Somos um produto da natureza.

MATULJA, José Francisco. Caminhadas, trilhas e trekking: orientações e dicas para caminhadas ao ar livre. [S. l.: s. n.]: 2023. E-book. Localizável em: Ecoturismo e natureza… um pouco de filosofia para começar.

INDICAÇÃO

• BRASIL. Ministério do Turismo. Boletim de inteligência de mercado no turismo: trilhas do Brasil. 11. ed. [Brasília, DF]: RIMT, 2023. Disponível em: www.gov.br/turismo/ pt-br/acesso-a-informacao/ acoes-e-programas/redeinteligencia-mercado/ BIMTn11TrilhasdoBrasil_ compressed.pdf. Acesso em: 8 out. 2024. Esse boletim traz informações sobre diversas trilhas em alguns estados brasileiros, desde as locais até as de longo curso nacional. Nas trilhas apresentadas, é possível fazer caminhadas, práticas corporais de aventura na natureza e outras atividades, como cicloturismo, observação da fauna, da flora e de formações geológicas.

■ Frequentadores do Parque Ecológico da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), fazem mutirão de limpeza no local. Fotografia de 2024.

José Francisco Matulja é fotógrafo e escritor, formado em turismo e em hotelaria.

1. O autor do texto quer dizer que esse contato com o ambiente natural é uma oportunidade de descobertas e experiências de crescimento pessoal e emocional. O resultado dessa experiência é uma ampliação da consciência sobre a totalidade e da compreensão acerca da vida.

ATIVIDADES

2. Apesar de as trilhas e viagens à natureza serem atraentes para os seres humanos, os impactos de suas ações, como a abertura de trilhas, caminhos e estradas; acúmulo de lixo; erosão; barulho; acampamentos desordenados e fogueiras, podem deteriorar o meio ambiente.

1. De acordo com o autor do texto, a pessoa está “ouvindo um chamado” quando faz uma trilha ou viagem para a natureza. Qual mensagem ele pretende transmitir com essa afirmação?

4. Por meio do contato com a natureza, os sentidos se equilibram e as capacidades se tornam mais

2. Quais são os impactos provocados pelo ser humano ao realizar trilhas e viagens na natureza apontados pelo autor?

3. O planeta é compartilhado com milhões de espécies de seres vivos além da espécie humana, e é preciso respeitar o direito de sobrevivência de todos os seres, tendo ciência de que as ações humanas no meio ambiente têm consequências à natureza e podem impactar a vida de outros seres vivos, que dependem daquele ambiente para sobreviver. aguçadas, favorecendo a avaliação do próprio comportamento e o conhecimento de limites e de capacidades, qualidades e fraquezas.

3. O autor afirma que o planeta não pertence apenas à espécie humana. O que isso significa? Explique essa afirmação.

5. As práticas corporais de aventura na natureza favorecem a ampliação da consciência sobre a totalidade e compreensão da vida por meio da observação dos seres vivos e dos impactos gerados no meio ambiente através das atitudes

4. De acordo com o texto, como a natureza pode promover o autoconhecimento?

desrespeitosas dos seres humanos. Também ampliam a compreensão do comportamento responsável que o praticante deve adotar

5. Como as práticas corporais de aventura na natureza podem auxiliar na conscientização para comportamentos mais éticos e sustentáveis?

ao realizar atividades na natureza. Da mesma forma, essas práticas promovem valores intrínsecos que permeiam a ética, a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente.

6. Em seu dia a dia, o que você pode fazer para adotar uma atitude mais consciente e respeitosa em relação à natureza? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

6. Resposta pessoal.

Espera-se que os estudantes se conscientizem de que todos os seres vivos devem ser respeitados e se comprometam a adotar um comportamento respeitoso e cuidadoso em relação a todos os seres vivos, evitando a deterioração do meio ambiente para garantir a sobrevivência dos seres.

REFLETIR ARGUMENTAR E

1. De acordo com o relato lido, o autor presenciou a ocorrência de chuva ácida, o surgimento de buracos na camada de ozônio e do aquecimento global. Essas mudanças são impulsionadas pela ação humana, principalmente pelo desmatamento e pela queima de combustíveis fósseis.

Leia, a seguir, o trecho de um texto sobre a mudança da relação de crianças da nova geração com a natureza.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que as causas do distanciamento entre a nova geração e a natureza estão relacionadas à destruição dos ambientes naturais em função da intervenção humana e à escassez de atividades ao ar livre na rotina dos jovens, as quais foram substituídas pela tecnologia.

Quando garoto, eu não sabia que meu jardim estava ecologicamente ligado a outras florestas. Ninguém nos anos 1950 falava sobre chuva ácida nem sobre buracos na camada de ozônio, tampouco sobre aquecimento global. Mas eu conhecia meu jardim e alguns campos, conhecia cada curva do riacho próximo e cada declive das trilhas de terra batida nas redondezas. Eu percorria esses lugares até em sonhos. É provável que uma criança hoje saiba falar sobre a floresta Amazônica, mas não sobre a última vez que […] deitou em um campo ouvindo o vento e observando as nuvens.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes comentem sobre o próprio comportamento e tragam sugestões sobre a necessidade de buscar um equilíbrio entre o tempo dedicado à tecnologia e às atividades que podem ser desenvolvidas em ambientes naturais.

LOUV, Richard. A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do transtorno do déficit de natureza. São Paulo: Aquariana, 2016. p. 24.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Ao ler o texto, quais mudanças ocorridas na natureza o autor presenciou no período de sua infância até o momento? O que pode ter causado essas mudanças?

2. O autor supõe que as crianças da atual geração conheçam mais a natureza de forma teórica do que por experiências reais. Você concorda que a natureza é mais abstração do que realidade para a nova geração? Justifique sua resposta.

3. De que forma é possível aproximar a nova geração do contato com a natureza? Em sua opinião, a relação das pessoas com a tecnologia interfere na relação com a natureza? Comente.

4. Em meio impresso ou digital, faça uma pesquisa sobre quais são as implicações fisiológicas e psicológicas decorrentes do distanciamento entre o ser humano e a natureza. Reflita e argumente sobre o que concluiu a respeito do que foi pesquisado. Em aula, compartilhe suas considerações com os colegas e o professor.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam que o distanciamento entre o ser humano e a natureza causa a privação de sentidos e sensações que podem ter consequências graves para o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social. O excesso de tecnologia atrelado à falta de estímulos sensoriais com o mundo exterior tem se tornado um grande problema para a sociedade, comprometendo as capacidades física, lúdica e empática dos indivíduos.

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BUSCAR MAIS

Mutirão de revitalização de espaço público

Após refletir sobre a importância dos cuidados com o meio ambiente e sobre os impactos gerados na natureza pelas ações humanas, você e os colegas terão a oportunidade de participar de uma pesquisa de campo para definir um espaço público próximo da escola e que necessite de revitalização. Essa revitalização contará com o apoio da turma e de toda a comunidade escolar, e o resultado será divulgado em um post nas redes sociais da turma.

Primeira etapa

1. Com o apoio do professor, definam quatro microrregiões do bairro onde a escola está localizada. Em seguida, organizem-se em quatro grupos e selecionem uma microrregião para cada grupo. Cada grupo deve elaborar um mapa das ruas da microrregião selecionada.

2. Combinem uma data para realizar a pesquisa de campo e, no dia combinado, caminhem pelas ruas de sua microrregião e identifiquem um espaço público com potencial para ser revitalizado. Fotografem o local escolhido e façam anotações sobre as condições de preservação, limpeza, segurança e diversidade de áreas verdes.

3. Organizem as informações coletadas e compartilhem com os colegas. Em seguida, participem de uma votação realizada pelo professor para eleger o local que será revitalizado.

Segunda etapa

1. Definido o local, a turma e o professor devem elaborar uma lista que indique quais ações deverão ser tomadas para revitalizá-lo, tais como: limpeza, plantação de áreas verdes, substituição de placas de sinalização etc.

2. Elejam um representante da turma, que entrará em contato com a Secretaria do Meio Ambiente ou outro órgão público que seja responsável pelas áreas verdes do município para solicitar autorização para realizar um mutirão de revitalização do espaço, com o apoio da comunidade escolar.

3. O professor apresentará quatro frentes de trabalho, que serão desenvolvidas em parceria com professores de outros componentes curriculares. Cada estudante deve escolher em qual frente pretende atuar, formando quatro novos grupos.

Terceira etapa

1. A turma divulgará o evento para toda a comunidade escolar, convidando os estudantes das outras turmas, as famílias e os colaboradores da escola para participar do mutirão de revitalização.

2. Após a conclusão da atividade, fotografem o local revitalizado e façam um post nas redes sociais da turma destacando a relação do ser humano com a natureza e a importância da preservação de locais públicos e do meio ambiente.

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Corrida de orientação

Nesta atividade, você terá a oportunidade de participar de uma adaptação da corrida de orientação, experimentando uma prática corporal de aventura na natureza que estimula a orientação espacial, a tomada de decisões e a flexibilidade cognitiva, além de contribuir para a saúde física e mental.

Essa atividade pode ser realizada em parceria com o professor de Geografia, para explorarem a leitura do mapa e a observação do meio natural.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada fora do ambiente escolar, em um local com área verde como praça, parque ou o mesmo ambiente onde foi realizada a atividade da seção Buscar mais conhecimento.

2. Para realizar a atividade, todos devem: vestir roupas confortáveis e usar tênis, levar uma garrafa de água individual e fazer uso de protetor solar e repelente.

3. Serão utilizados os seguintes materiais: mapas de orientação; um cronômetro (é possível utilizar o cronômetro de um celular ou de um relógio de pulso); oito cartões com perguntas que serão distribuídos pelos oito pontos de controle; celulares; sacos de lixo.

4. O professor informará aos estudantes os pontos de partida e de chegada.

5. A turma deverá ser organizada em oito equipes, que escolherão um nome para a sua identificação.

Praticar

■ Ilustração demonstrativa de mapa de orientação com os pontos de partida, de controle e de chegada da atividade.

1. A turma deve se reunir com o professor no ponto de partida e definir a ordem de saída de cada equipe.

2. O professor acionará o cronômetro e entregará para a primeira equipe um mapa de orientação com uma malha quadriculada. Ao posicionar a malha quadriculada sobre o mapa, a equipe deverá identificar os pontos de controle e definir a ordem que pretende passar por eles. Depois de observar o mapa e definir a sua estratégia, essa equipe iniciará o seu percurso.

As equipes devem passar por todos os pontos de controle antes de atingir o ponto de chegada, mas cabe a cada equipe decidir a ordem dos pontos de controle que percorrerão, definindo o seu próprio percurso.

ALEX RODRIGUES

3. Após 1 minuto, a segunda equipe receberá o mapa de orientação com a malha quadriculada e assim sucessivamente, até que todas as equipes deixem o ponto de partida.

4. Em cada ponto de controle, haverá um cartão com uma pergunta sobre consciência socioambiental ou consumo responsável. A resposta à pergunta deve ser enviada pelo celular, por aplicativo de mensagem, com o nome da equipe e a identificação da coordenada (letra e número) do respectivo ponto de controle.

5. C ada resposta correta garantirá um desconto de 10 segundos no tempo de percurso das equipes.

6. Como desafio, as equipes devem recolher o lixo reciclável que encontrarem durante o percurso e depositá-lo em um saco de lixo.

7. A equipe que completar o percurso no menor tempo, tiver passado por todos os pontos de controle e cumprido o desafio vencerá a corrida de orientação.

8. O lixo reciclado recolhido pela turma deve ser descartado em pontos de coleta de recicláveis.

INDICAÇÃO

■ Ilustração demonstrativa de corrida de orientação, em que o percurso é revelado somente no momento da partida dos participantes.

• INTERNATIONAL ORIENTEERING FEDERATION. Regras para competições de orientação pedestre Tradução: Confederação Brasileira de Orientação (CBO). [S. l.: s. n.]: CBO, 2024. Disponível em: https://azimuteweb.s3.sa-east-1. amazonaws.com/CBO/CBO/01%20-%20CBO/Regras/01.%20Regras%20%20IOF%202024.pdf. Acesso em: 21 set. 2024. O manual apresenta as regras da corrida de orientação.

Avaliar

Depois de participar da corrida de orientação, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com a corrida de orientação? Você contribuiu para o desempenho da sua equipe?

2. Qual estratégia foi adotada pela sua equipe para tentar realizar a corrida de orientação no menor tempo possível? A estratégia foi bem-sucedida? Sua equipe considerou as características do terreno na elaboração da estratégia?

3. Em quais momentos da atividade você percebeu a demanda por orientação espacial, tomada de decisões e flexibilidade cognitiva?

4. O local onde a atividade foi desenvolvida está bem preservado? Você observou alguma degradação ambiental em decorrência da intervenção humana no percurso da atividade?

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TÓPICO

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Parkour: ressignificando o espaço urbano

O parkour é uma prática corporal de aventura urbana criada na década de 1980 na França, por David Belle (1973-), inspirado por técnicas de superação de obstáculos ensinadas por seu pai, um destacado bombeiro da brigada parisiense das décadas de 1960 e 1970. No Brasil, a prática chegou em 2004. Depois de adaptar técnicas de movimentos rápidos para a arquitetura urbana junto de amigos de infância, David Belle sistematizou-os para criar o parkour. A ideia básica do parkour consiste em seguir um caminho, deslocando-se de um ponto a outro de maneira rápida e eficaz, superando obstáculos com as próprias habilidades. O praticante aprende a usar sua força e percepção para escolher as formas mais seguras e eficientes de vencer os desafios. O termo parkour é uma modificação da palavra parcours, que significa “percurso” em português. Seus praticantes são conhecidos como tracers (do verbo francês tracer – “traçar”, “ir rápido”) ou também traceur, no masculino, e traceuse, no feminino.

PRIMEIRO OLHAR

1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes, ou alguns deles, conheçam o parkour e associem essa prática corporal à transposição de obstáculos urbanos.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O que você sabe sobre o parkour?

2. Você já teve oportunidade de vivenciar o parkour ou de observar alguém praticando o parkour? Se sim, compartilhe essa experiência com os colegas.

3. Em sua opinião, o que motiva as pessoas a praticar o parkour?

2. Resposta pessoal. Talvez alguns estudantes tenham passado pela experiência de realizar alguns movimentos de parkour ou de observar alguém praticando parkour. Caso tenham tido essa oportunidade, incentive-os a compartilhar as experiências com os colegas.

O parkour começou a ser conhecido em 1997, quando David Belle participou de reportagens na televisão francesa. Posteriormente, esses registros foram transformados em vídeos que, ao serem compartilhados na internet, ajudaram a disseminar o parkour pelo mundo.

Além de reinterpretar as técnicas utilizadas por seu pai, David Belle acrescentou ao parkour dois princípios, tornando-o uma filosofia de vida que transcende a prática corporal. Esses princípios são frases criadas pelo educador francês, desportista e oficial da marinha Georges Hébert (1875-1957). O primeiro princípio é representado pelo lema “ser e durar”, e o segundo princípio está sintetizado no lema “ser forte para ser útil”. Hébert criou esses lemas por acreditar na importância da força física e do altruísmo.

3. Resposta pessoal. Os estudantes poderão citar como motivação para a prática de parkour a sensação de liberdade que a prática pode trazer, o gosto pelo risco ou pela imprevisibilidade, o interesse por experimentar uma atividade física menos convencional ou a vontade de transgredir.

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LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem sobre parkour, publicada em um jornal universitário.

O parkour não é um esporte competitivo

Quem passava de carro pela rua do Lago, naquele dia de sol, pode ter pensado que os jovens no local eram arruaceiros. Em frente a um dos prédios da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, eles subiam correndo ou aos pulos as escadas, saltavam sobre os corrimões, subiam nos muros e faziam caminhos nada convencionais.

O que talvez o observador apressado não saiba é que os sete jovens reunidos são integrantes do USParkour, o primeiro grupo de parkour da Universidade ligado a uma atlética – a Associação Atlética Acadêmica Gleb Wataghin, do Instituto de Física. A prática consiste em se deslocar de um ponto a outro de maneira rápida e eficaz, utilizando apenas o próprio corpo para ultrapassar obstáculos. Para isso, o traceur ou traceuse – praticante masculino e feminino, respectivamente – treina um conjunto de técnicas.

“Ainda hoje o parkour é marginalizado e então quem treina pelas ruas acaba sendo tachado de vândalo e depredador do patrimônio alheio”, comenta Maria Gabriela Bento, a Pink, aluna do Cursinho da Poli-USP.

Um dos motivos para isso, segundo Lucas Rezende, um dos fundadores do grupo, é que o parkour é uma modalidade recente. […] […]

A modalidade está pautada na cooperação mútua e no extremo cuidado nos treinamentos. Justamente por isso, Maria salienta que “um dos primeiros lemas para um bom treino é respeitar o pico [local de treino]. Ter responsabilidade para não se autodestruir, nem destruir o local.” Lucas completa que, embora os praticantes façam uso das estruturas da cidade, “há um cuidado para não causar problemas e manchar a imagem do esporte. Quanto mais obstáculos, mais livres nos sentimos, mas tudo dentro do limite do bom senso”.

Nisso está a base do primeiro princípio do parkour : “Ser e durar”. “Significa que não basta você ser bom, dure sendo bom”, explica Lucas. Ele salienta que alguns indivíduos têm um ritmo de treino tão intenso que o corpo acaba não acompanhando. “Aqui, tentamos prezar pela longevidade do nosso corpo.”

Ligada a isso também está a segunda filosofia da modalidade: “ser forte para ser útil”. Logo, tudo o que é desenvolvido no treino precisa ter um propósito e todas as etapas – alongamento, aquecimento, treino técnico e fortalecimento muscular – têm motivo para existir.

■ Integrante do USParkour escala uma das paredes da universidade. Fotografia de 2018.

1. O parkour é uma prática baseada na cooperação, no cuidado e no respeito, que consiste em se deslocar de um ponto a outro de maneira rápida e eficaz, utilizando apenas o próprio corpo para ultrapassar obstáculos.

No parkour, os praticantes fazem os movimentos apenas quando têm certeza de que são capazes, preparando-se com base em progressões. “A dificuldade é aumentada aos poucos, para que a mente se acostume, e os obstáculos são superados por etapas: começa sempre do nível do chão e vai ganhando altura e distância”, salienta Ulisses Condomitti, pós-doutor pela USP e funcionário da Universidade.

[…]

Dessa colaboração entre os membros, surge uma das principais características da modalidade: o parkour não é um esporte competitivo. “Na nossa visão, não faz sentido colocar à prova pessoas tão diferentes e com ritmos de aprendizado diferentes”, explica Lucas.

[…]

O esporte na graduação tem um importante papel a desempenhar. Isso porque, segundo Katia Rubio [professora da Escola de Educação Física e Esportes (EEFE) da USP], além da noção do senso comum da atividade física como promotora de saúde, a questão está relacionada diretamente ao prazer. Por isso, a atividade física não precisa necessariamente envolver esportes. “Não precisa ser essa coisa rotulada como atividade física, pode ser dançar ou mesmo fazer jardim. E eu vejo que o parkour é um pouco essa linha, já que é algo desafiador, fora da casinha e uma atividade essencialmente urbana.”

Lucas explica que a linha da não competição optada pelo grupo está também relacionada à preocupação com a saúde mental de seus membros. “Parkour não é só você ultrapassar obstáculos no dia a dia, é uma filosofia de vida e entender que você é único. Então, não adianta ficar se comparando com outra pessoa que se sobressaiu.”

GARCIA, Vitor. O parkour não é um esporte competitivo. Jornal do Campus, São Paulo, 3 maio 2018. Disponível em: www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2018/05/o-parkour-nao-e-um-esporte-competitivo/. Acesso em: 22 set. 2024.

ATIVIDADES

3. Na visão não competitiva do parkour defendida pelo grupo, o foco está na superação dos próprios limites e no crescimento pessoal dos praticantes, com respeito pelo ritmo de cada indivíduo e cooperação entre todos para que haja o aprimoramento.

1. De acordo com a reportagem, qual é a definição da prática do parkour?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

2. A reportagem cita dois princípios nos quais o parkour se apoia, segundo um dos fundadores do grupo USParkour. Como é explicado o primeiro princípio, “ser e durar”? Qual é o segundo princípio e o que você depreende dele?

2. Leia mais em Orientações para o professor

3. O grupo USParkour adota a linha da não competição do parkour. Qual é o foco dessa abordagem do grupo?

4. Quais relações podem ser estabelecidas entre a visão não competitiva do parkour, a competição e a saúde mental? Compartilhe sua opinião com os colegas.

4. Leia mais em Orientações para o professor.

5. As pessoas podem ter diferentes visões a respeito do parkour, até mesmo antagônicas. Segundo o depoimento de Maria Gabriela apresentado na reportagem, o parkour é muitas vezes marginalizado. De acordo com ela, como os praticantes de parkour são vistos pelas pessoas?

6. Considerando a data de publicação da reportagem e a postura dos praticantes do USParkour, qual é a sua percepção a respeito da marginalização do parkour e do preconceito contra seus praticantes atualmente? Você acha que hoje em dia as pessoas conhecem mais a prática? Compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor.

5. Segundo Maria Gabriela, os praticantes da modalidade acabam sendo considerados arruaceiros e depredadores do patrimônio público.

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compartilhem suas percepções a respeito do parkour, se acreditam que o esporte teve mais divulgação ao longo do tempo, se mais pessoas o conhecem hoje e quais podem ser as visões dessas pessoas a respeito do parkour.

2. Sugestão de resposta: Estar aberto ao desconhecido desenvolve a capacidade de explorar novas experiências e oportunidades e é importante para aproveitar melhor as chances de crescimento e adaptação em situações inesperadas, sem receio de arriscar. Além disso, essa postura permite desenvolver estratégias seguras para superar barreiras e lidar com situações complexas, mantendo a confiança nas próprias habilidades, sem se deixar paralisar pelas dificuldades.

REFLETIR ARGUMENTAR E

A seguir, leia o trecho extraído de um livro que trata da relação entre a atividade física, a escolha e a motivação dos indivíduos e o parkour.

Ter prazer numa atividade física e recriar o espaço pode ser, para muitos, melhor que repetir a mesma série de exercícios no mesmo lugar. O contato com a natureza, a busca de novos obstáculos, a criação de novas formas de ultrapassá-los e principalmente a mudança de sentido que o Parkour dá aos objetos urbanos ensinam que os praticantes podem recriar sempre, que podem fazer do mundo aquilo que querem que eles sejam e não aquilo que os outros querem.

Ao mesmo tempo, devido à variedade infinita desses objetos e às particularidades de um para outro, nosso corpo é trabalhado por completo na prática do Parkour. Todo o desenvolvimento físico e mental que o Parkour proporciona deve ser conquistado individualmente, em sua relação pessoal com seus próprios objetivos, sem a fantasia de qualquer progresso depende de fatores externos, tomando consciência que os objetivos e desafios a serem superados dependem de nós.

Um praticante de Parkour faz da transgressão uma criação. Não teme entrar na mata fechada, prefere conhecê-la antes de recusá-la. Diante de obstáculos difíceis aprende a se aproximar com cautela, mas sem temê-los. Diante de obstáculos intransponíveis aprende a reconhecer e respeitar os limites. Preferem cair e levantar, pois acreditam que a vida é assim

■ Leonard Ribeiro Jacinto (1984-), mais conhecido como Leonard Akira, um dos disseminadores do parkour no Brasil. Fotografia de 2010.

CÔRTES, Humberto Pulga. Parkour : o universo dos praticantes. [S. l.: s. n ], 2020. E-book. p. 9-10.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

1. A característica dos praticantes de parkour de fazer da transgressão uma criação pode ser um ensinamento para enfrentar desafios na vida pessoal e profissional? Justifique.

2. De que maneira a atitude dos praticantes de parkour de explorar o desconhecido antes de recusá-lo, ou de se aproximar de obstáculos difíceis com cautela mas sem medo, pode inspirar uma abordagem positiva diante do futuro?

3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

3. Nesse trecho do livro, o autor se refere à possibilidade que o parkour proporciona, aos praticantes, de ativar incessantemente o processo criativo, em razão de os obstáculos mudarem e o corpo adaptar-se a eles para superá-los. Em sua opinião, o parkour é uma modalidade esportiva com potencial para incluir pessoas com mobilidade reduzida? Essas pessoas poderiam praticar o parkour?

4. Na reportagem O parkour não é um esporte competitivo, você leu que a prática do parkour deve ser feita com limite e bom senso. No trecho do livro, diz-se que o praticante “Não teme entrar na mata fechada”. Para você, a decisão de não fazer determinada ação, no parkour, é fruto do bom senso ou do medo? Reflita sobre a questão e compartilhe com os colegas o seu ponto de vista.

4. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

AMPLIAR

O freerunning é uma variação do parkour, criada pelo francês Sébastien Foucan (1974-), um antigo seguidor de David Belle. O freerunning acrescentou acrobacias mais plásticas aos movimentos de parkour, ampliando o foco dos deslocamentos de um ponto a outro para a forma de expressão com o objetivo de aumentar a divulgação da prática pela mídia. Ambos os estilos se complementam em muitos aspectos.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Parkour

Nesta atividade, você terá oportunidade de executar movimentos básicos de parkour, desenvolver a consciência corporal e aprender a transpor obstáculos de maneira segura, controlando as emoções e aprimorando o autoconhecimento.

Planejar

1. Forme um grupo com mais quatro colegas.

2. Com a ajuda do professor e dos colegas, separe previamente materiais disponíveis na escola, como colchonetes e mesas baixas.

Praticar

1. Antes de iniciar, alongue os membros superiores e inferiores sob a orientação do professor.

2. Os integrantes do grupo devem se ajudar mutuamente ao passar pelas estações a seguir.

Estação 1: rolamento

• Execute um pequeno salto e, ao aterrissar, mantenha os joelhos semiflexionados, apoiando ambas as mãos no chão à frente do joelho esquerdo, transferindo o peso do corpo para a frente.

• Posicione o antebraço direito no chão, mantendo a palma da mão direita apoiada no solo.

• Com o corpo inclinado, inicie o rolamento, passando sobre o ombro direito.

• Complete o rolamento, mantendo o corpo grupado, com os joelhos próximos ao peito e o queixo voltado para baixo para proteger o pescoço.

• Realize o movimento com o outro lado do corpo.

■ Ilustração demonstrativa de passo a passo do movimento de rolamento.

Estação 2: salto de precisão

• Posicione-se sobre a superfície escolhida, com os pés paralelos e os joelhos semiflexionados, mantendo os braços estendidos atrás do tronco, prontos para dar o impulso necessário ao salto.

• Flexione mais os joelhos, mantendo o corpo grupado e preparado para o salto, estendendo os braços à frente do tronco e na altura do peito.

• Salte, impulsionando o corpo para a frente, para alcançar a outra superfície com os pés.

• Durante a fase aérea, eleve os joelhos para ajudar no equilíbrio e na precisão do salto. Aterrisse com a parte anterior da sola dos pés. Flexione os dois joelhos ao tocar a superfície, para absorver o impacto do salto.

■ Ilustração demonstrativa de passo a passo do movimento de salto de precisão.

Estação 3: transposição de obstáculos (monkey vault)

• Corra em direção à superfície escolhida, mantendo os braços relaxados ao lado do corpo, preparando-se para apoiar as mãos nessa superfície.

• Apoie as mãos paralelas sobre a superfície a ser superada, afastadas em uma abertura um pouco maior que a linha dos ombros, para que haja espaço para passar seus joelhos entre elas.

• Salte para a frente e para cima, usando as mãos para impulsionar o salto e flexionando os joelhos em direção ao peito. Ao passar os joelhos entre as mãos, retire-as do obstáculo.

• Flexione os joelhos ao aterrissar, apoiando a parte anterior da sola dos pés no chão, usando a flexão dos joelhos para absorver o impacto e garantindo uma aterrissagem suave e controlada.

■ Ilustração demonstrativa de passo a passo do movimento de transposição de obstáculos (monkey vault).

Estação 4: equilíbrio (cat balance)

• Apoiado em quatro apoios, procure estabilizar a região abdominal e distribua o peso uniformemente entre as mãos e os pés.

• Comece a avançar lentamente: mova a mão direita para frente e, simultaneamente, avance a perna esquerda. Mantenha os movimentos suaves e controlados, sem pressa.

• Após dominar o movimento em um ritmo lento, comece a acelerar gradualmente, mantendo sempre o equilíbrio.

• Trabalhe a fluidez do movimento, mantendo uma postura estável. Ao se sentir confortável com o cat balance em superfícies largas, você pode progredir para superfícies mais estreitas.

■ Ilustração demonstrativa de passo a passo do movimento de equilíbrio (cat balance).

Avaliar

Depois de fazer os movimentos do parkour, compartilhe com os colegas e o professor suas percepções sobre a atividade com base nas perguntas a seguir. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o parkour? Você se divertiu ao mesmo tempo em que se superou para enfrentar os desafios impostos pela atividade?

2. Em quais momentos você percebeu a necessidade de tomada de decisão, atenção, controle emocional e autoconhecimento para realizar a atividade?

3. A prática de parkour demanda velocidade, agilidade, potência, equilíbrio, coordenação e força. Qual dessas capacidades foi mais exigida, na sua opinião?

4. Durante o treinamento nas estações, quais movimentos você achou mais difíceis de executar com segurança? Como você avalia sua progressão nos movimentos?

5. Como você lidou com as dificuldades e o que aprendeu sobre sua capacidade de controlar o corpo e analisar o ambiente ao redor?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

8 CAPÍTULO

EVENTOS ESPORTIVOS E JOGOS ELETRÔNICOS

■ Imagem da abertura dos XXXI Jogos Olímpicos, mais conhecidos como Rio 2016, no Rio de Janeiro (RJ). Fotografia de 2016.

No Capítulo 8, você terá a oportunidade de contextualizar os Jogos dos Povos Indígenas, os Jogos Olímpicos e os jogos eletrônicos, além de participar de práticas corporais relacionadas a esses temas. No Tópico 1, você vai conhecer os Jogos dos Povos Indígenas e aprender um jogo que faz parte da tradição maori, povo originário da Nova Zelândia. No Tópico 2 , você vai estudar a relação entre multiculturalismo e Jogos Olímpicos e organizar uma Olimpíada escolar. No Tópico 3, você vai participar de uma discussão sobre os benefícios e os malefícios dos jogos eletrônicos e participar de uma prática corporal com regras e organização inspiradas em um jogo eletrônico.

Antes de começar o estudo deste Capítulo, é preciso compreender o conceito de megaevento esportivo.

A transformação de um grande evento em um megaevento esportivo leva em consideração os seguintes fatores: o impacto no turismo da cidade-sede, os custos envolvidos, as transformações que ocorreram na arquitetura urbana da cidade-sede, a cobertura midiática e o legado do evento. Você consegue explicar todos esses elementos no evento representado na foto desta página?

A fotografia representa a cerimônia de abertura dos XXXI Jogos Olímpicos, ou Rio 2016, realizados em 2016, no Rio de Janeiro (RJ). Leia mais em Orientações para o professor

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor.

1

Jogos dos Povos Indígenas

Os Jogos dos Povos Indígenas foram idealizados pelos irmãos Carlos Justino Terena (1954-2021) e Mariano Justino Marcos Terena (1952-), ou simplesmente Marcos Terena, na época que integravam a seleção de futebol Kurumim, formada por indígenas de diversas etnias. O projeto foi concretizado em 1996, quando mais de 500 atletas de 24 povos se encontraram na cidade de Goiânia, em Goiás, para participar da primeira edição dos Jogos. Em 2015, o evento ganhou uma abrangência internacional, com a cidade de Palmas, no Tocantins, reunindo mais de 2 mil atletas de 30 nacionalidades diferentes para sediar a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, com o lema “O importante não é competir, e sim celebrar!”.

O encontro reuniu modalidades agrupadas em duas categorias: jogos de integração e jogos de demonstração. As práticas corporais que foram integradas aos Jogos contemplam as atividades do cotidiano das comunidades ligadas à caça e à pesca, como o arco e flecha, o arremesso de lança e a canoagem; as atividades que integram rituais das culturas indígenas, como a corrida de tora e as lutas; e outras atividades de caráter geral, como o cabo de guerra e o futebol.

■ Grupo de indígenas da etnia gavião parkatêjê participam da prova de revezamento de tora na primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas (TO). Fotografia de 2015.

1. Resposta pessoal. Dependendo da região onde os estudantes moram, é possível que eles conheçam e tenham tido a oportunidade de acompanhar algumas notícias sobre os Jogos dos Povos Indígenas.

PRIMEIRO OLHAR

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes se reportem às práticas corporais que são mais disseminadas na cultura não indígena, como a peteca, o cabo de guerra, o arco e flecha e a canoagem.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O que você sabe sobre os Jogos dos Povos Indígenas?

2. Quais práticas corporais indígenas você conhece?

3. Em sua opinião, qual é a importância de um evento dedicado à cultura indígena?

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a importância do evento para a valorização da cultura dos povos originários, para a integração das diferentes etnias e para a possibilidade de abertura de um espaço na mídia para divulgar questões importantes que envolvem os povos indígenas.

A arena dos Jogos dos Povos Indígenas é o local onde ocorrem as competições, as apresentações e o cerimonial de abertura, com o desfile das delegações, os rituais indígenas e a entrada da tocha que acenderá a chama do fogo sagrado dos ancestrais.

No evento, também existem espaços reservados para o Fórum Social, local onde acontecem reuniões de lideranças que debatem as questões indígenas, e para o Centro Comercial Indígena, lugar onde cada etnia monta a sua tenda e vende produtos, como artesanatos e pinturas corporais.

LER E COMPARTILHAR

Leia o trecho de um livro publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) sobre os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.

Arena dos jogos

Os jogos tradicionais espelham a diversidade cultural que existe entre os povos originários e expressam um modo de vida que está intimamente associado ao seu meio ambiente – recursos vegetais, animais, hídricos e minerais – e com as diferentes etapas da vida – o percurso entre o nascimento e a morte, bem como todos os sentidos que são atribuídos a esses períodos da trajetória humana.

Os jogos fazem parte de um conjunto de significações culturais composto pelos rituais, pelas tradições orais, pelos ritos de passagem e pelas atividades cotidianas para a garantia da sobrevivência. É comum, por exemplo, que determinado jogo se inicie com algum tipo de ritual, que traz consigo fortes representações da cultura daquela nação indígena, ou que ele mesmo seja parte de algum ritual, o que deixa clara a relação entre essas práticas ditas esportivas e a cultura daquele grupo. São, além disso, um instrumento de convivência, de estabelecimento de relações entre os membros de cada povo e entre os diferentes povos indígenas. Tanto é assim que muitas competições de corrida têm como percurso o caminho entre uma aldeia e outra, de forma a promover ações de integração e reciprocidade entre elas, bem como contribuir para o diálogo entre etnias. Também é por meio dos jogos que se constroem vários aspectos identitários do grupo: “Eu sou um Gavião, porque uso o arco e a flecha desta maneira”; “O povo Rikbatsa é um povo especialista em canoagem. É o meu lugar no mundo”.

[…]

Assim, os I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas transcendem seu aspecto de aprimoramento físico e constituem um incentivo à alegria, ao compartilhamento de experiências, ao diálogo intergeracional, como um momento de convivência e fortalecimento dos laços sociais e, sobretudo, como demonstração da força dos povos originários. Não somente pela força vital demonstrada nas corridas dos atletas com toras de 100 quilos às costas ou nas lutas corporais milenares, mas pela persistência e pela luta dos povos por reconhecimento e melhoria da qualidade de vida. A força que chama atenção nesses jogos não é somente aquela expressa na capacidade de arremessar lanças a grandes distâncias ou de usar com extrema acuidade o arco e a flecha, mas a sutileza do espírito guerreiro que faz da união entre as várias nações indígenas uma flecha de fogo que, ao ser lançada ao céu, ilumina ao seu redor e apresenta a todos a grande beleza das nações indígenas, que aquece os corações com o que há de mais verdadeiro: o respeito ao ser humano e o amor à terra

1. Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas são apresentados como uma celebração da força e da persistência das culturas indígenas, promovendo a alegria, o compartilhamento de experiências e o fortalecimento dos laços sociais. O evento representa a união das várias nações indígenas e favorece a preservação cultural e o reconhecimento da luta pela melhoria da qualidade de vida dos povos indígenas.

De manifestações culturais presentes em cada aldeia, os jogos tradicionais se transformaram nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, a partir do sonho de duas crianças, dois meninos Terena, Carlos e Marcos, que, ao se tornarem homens, perseveraram na luta para concretizar esse sonho. Eles se tornaram os Irmãos Terena – irmãos não somente entre si, mas de todas as nações indígenas. Acreditaram e criaram as condições para que todo o mundo fosse capaz de sonhar junto e construir esta realidade: a valorização da cultura indígena, por meio da divulgação de seus jogos tradicionais.

ROQUE, Lucas et al Jogos mundiais dos povos indígenas, Brasil, 2015: o importante é celebrar! Brasília, DF: Ministério do Esporte, 2017. p. 21-24. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000249170. Acesso em: 23 set. 2024.

2. É fundamental preservar as tradições e os jogos ancestrais que fazem parte dos Jogos dos Povos Indígenas, para garantir que as futuras gerações herdem um mundo rico em diversidade cultural, sabedoria ecológica e valores comunitários.

SOBRE...

Lucas dos Santos Roque é antropólogo com mestrado em Ciências Sociais e consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

3. Porque, ao idealizarem e fazerem acontecer os Jogos dos Povos Indígenas, os irmãos Terena criaram as condições para que exista um espaço de valorização das culturas de todas as etnias indígenas, por meio da divulgação de seus jogos tradicionais.

ATIVIDADES

1. De acordo com o texto, para além dos atributos físicos, quais outros aspectos os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas englobam? Explique.

2. Em um mundo globalizado, qual é o valor de manter vivos os jogos ancestrais e as tradições?

3. Por que o texto faz uma reverência aos irmãos Terena, considerando-os irmãos de todas as nações indígenas?

4. Qual é a relação entre as práticas esportivas e a cultura dos diferentes povos indígenas?

5. Segundo o texto, de que maneira as práticas corporais dos indígenas se aproximam das atividades cotidianas desses povos?

6. Você conhece outros exemplos de eventos ou práticas culturais que desempenham um papel semelhante ao dos Jogos dos Povos Indígenas na preservação e na valorização de culturas tradicionais do Brasil ou do mundo? Explique.

AMPLIAR

INDICAÇÃO

• I JOGOS Mundiais dos Povos Indígenas: Marcos Terena. [S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal PNUDBrasil. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=3qF4NsrG dPA. Acesso em: 23 set. 2024. O vídeo apresenta um depoimento de Marcos Terena sobre a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.

4. As práticas esportivas acontecem nas aldeias durante os rituais, as tradições orais, os ritos de passagem, as atividades cotidianas para a garantia da sobrevivência e os momentos de convivência.

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem alguns eventos nacionais e internacionais que conheçam. Leia mais em Orientações para o professor.

As modalidades esportivas dos Jogos dos Povos Indígenas são classificadas em três grupos, conforme indicado a seguir.

• Jogos de integração: práticas corporais ancestrais de diferentes culturas indígenas, que passaram por uma padronização das regras para serem inseridas no evento. Exemplos: arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, corrida de 100 m, corrida de fundo, corrida de tora, canoagem e natação.

• Jogos de demonstração: práticas corporais que fazem parte da tradição cultural de uma única etnia e, por esse motivo, são apresentadas pela respectiva etnia, sem integrar o programa de competições dos Jogos. Exemplos: jikunahati, futebol de cabeça do povo paresí, do Mato Grosso; e rõkrã , um jogo semelhante ao hóquei de grama, do povo kayapó, do Pará.

• Jogo ocidental: práticas corporais que têm origem em sociedades não indígenas e foram incorporadas pelos indígenas, como, por exemplo, o futebol.

5. As práticas corporais dos povos indígenas, sendo elas competitivas ou não, simbolizam diversas atividades cotidianas que se relacionam com o corpo em movimento no dia a dia, com a caça, com a luta pela preservação territorial e com outras atividades que legitimam a relação desses povos com a natureza e com o meio ambiente.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes comentem que todas as ações indicadas no documento da Unesco para salvaguardar o patrimônio cultural imaterial são importantes para desconstruir os estereótipos relacionados aos povos indígenas, porque sugerem que o meio para viabilizar essas ações é a educação. A educação exerce um papel fundamental na desconstrução de estereótipos, porque investe na formação e na fundamentação, promovendo um aprofundamento do conhecimento, que resulta no respeito à diversidade.

REFLETIR ARGUMENTAR E

A relevância da atuação das comunidades, em especial as indígenas, dos grupos e de alguns indivíduos, foi reconhecida na Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial de 2003 da Unesco, evento realizado em Paris e dedicado à salvaguarda do patrimônio cultural imaterial.

Leia, a seguir, a transcrição do item 3 do artigo 2 da Convenção.

3. Entende-se por “salvaguarda” as medidas que visam garantir a viabilidade do patrimônio cultural imaterial, tais como a identificação, a documentação, a investigação, a preservação, a proteção, a promoção, a valorização, a transmissão – essencialmente por meio da educação formal e não formal – e a revitalização deste patrimônio em seus diversos aspectos.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA. Convenção para salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Tradução: Ministério das Relações Exteriores. Brasília, DF: Unesco, 2006. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/ uploads/ckfinder/arquivos/ConvencaoSalvaguarda.pdf. Acesso em: 23 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Em sua opinião, as ações indicadas no documento da Unesco para salvaguardar o patrimônio cultural imaterial, que incluem identificar, documentar, investigar, preservar, proteger, promover, valorizar, transmitir e revitalizar o evento, são eficientes para desconstruir estereótipos relacionados aos povos indígenas? Justifique a sua resposta.

2. Uma das medidas indicadas no documento da Unesco para salvaguarda sugere a revitalização do patrimônio cultural imaterial.

a) Por que a revitalização é importante?

b) Ao revitalizar um patrimônio imaterial, corre-se o risco de descaracterizá-lo? Justifique sua resposta com argumentos.

2. b) Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

3. Para você, transmitir e promover o que for documentado nas disputas esportivas que acontecem nos Jogos dos Povos Indígenas é uma estratégia eficiente para fomentar o respeito às culturas indígenas? Justifique a sua resposta.

4. Em sua opinião, a valorização e a preservação das culturas indígenas são práticas incentivadas nas sociedades não indígenas? Compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor. 2. a) Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

4. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

INDICAÇÃO

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes mencionem que é possível que o contato com as competições e apresentações dos Jogos dos Povos Indígenas impressione os espectadores, podendo despertar nas pessoas não indígenas o interesse e o respeito por essas culturas.

• O IMPORTANTE não é ganhar, e sim celebrar: JMPI 2015. [S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (3 min). Publicado pelo canal PNUDBrasil. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=U1VYqe9gTKo. Acesso em: 23 set. 2024. O vídeo apresenta alguns momentos da primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que ocorreu em Palmas, no Tocantins, em 2015.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

CONEXÕES com

Grafismos e pinturas corporais indígenas

1. As pinturas e os grafismos carregam símbolos que valorizam a cultura de cada etnia dos participantes dos Jogos dos Povos Indígenas, além de conferirem identidade e intencionalidade a cada participante.

nos Jogos dos Povos Indígenas

Para além das exibições e competições envolvendo diferentes práticas corporais, os Jogos dos Povos Indígenas também se destacam pelo seu valor artístico. Os participantes indígenas de diferentes etnias exibem, no corpo, grafismos, pinturas e adereços com diferentes simbolismos e significados.

2. As etnias utilizam diferentes cores, grafismos e adereços que representam elementos de sua cultura, que podem incluir os ritos, a fauna e a flora, por exemplo.

A pele, os elementos naturais utilizados (como urucum, jenipapo e açafrão) e os grafismos transmitem a identidade cultural e a intencionalidade de cada participante. Assim como os hábitos e costumes de uma etnia, os símbolos, as cores e os traços exercem um papel importante na preservação e na transmissão da cultura indígena ao longo das gerações. Observe estas imagens e responda às atividades a seguir.

Indígenas da etnia kayapó em apresentação de dança durante a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas (TO). Fotografia de 2015.

■ Indígenas da etnia kuikuro, do Alto Xingu, em prova de cabo de guerra na primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas (TO). Fotografia de 2015.

1. O que representam as pinturas e os grafismos nos corpos dos participantes dos Jogos dos Povos Indígenas?

3. Em geral, as pessoas utilizam diferentes vestimentas, acessórios, maquiagens, penteados e tatuagens que tornam cada corpo único na sociedade.

2. Nas imagens observadas, quais elementos são utilizados para diferenciar as etnias?

3. Quais adereços são utilizados nas sociedades não indígenas para conferir identidade às pessoas?

4. Faça uma pesquisa sobre o significado das pinturas e dos grafismos de algumas etnias que participaram da primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. Depois, compartilhe com a turma os resultados obtidos.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem diferentes etnias, elementos e significados das pinturas e dos grafismos corporais dos participantes.

RICARDO TELES/PULSAR IMAGENS
RICARDO TELES/PULSAR IMAGENS
NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Ki-o-rahi, jogo de tradição maori

Nesta atividade, você terá a oportunidade de conhecer o jogo ki-o-rahi e participar de uma adaptação desse esporte. Esse jogo fez parte do programa dos jogos de demonstração na primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas e foi apresentado pelos maori, povo originário da Nova Zelândia. Atualmente, o ki-o-rahi é muito popular nas escolas neozelandesas. O jogo trabalha a agilidade, a velocidade e a precisão do passe, da recepção e do arremesso, além da cooperação e da tomada de decisão.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra ou em um pátio, sendo necessário separar os seguintes materiais: gizes, dois jogos de coletes de cores diferentes, 32 fitas de cetim com 30 cm de comprimento (duas para cada jogador), uma bola pequena, sete cones e um balde.

2. O ki-o-rahi é jogado em um campo circular, com seis áreas demarcadas, que recebem as seguintes denominações: Te Marama, Te Ao, Te Roto, Te Ara, Pawero e Wairua. Na área Te Ao são dispostos sete Pou, representados pelos cones, e na área Wairua é colocado o Tupu, representado pelo balde de cabeça para baixo.

3. Para preparar o campo de jogo, auxilie o professor a traçar, no chão, quatro círculos concêntricos, com 8 m, 6 m, 4 m, 2 m, e corredor de 0,5 m de largura entre as áreas Te Ao, Te Roto e Pawero para formar a área Te Ara. Em seguida, é necessário traçar um círculo com 1,5 m de diâmetro ao lado do círculo maior, para demarcar a área Te Marama.

4. Antes de iniciar o jogo, a turma deve se organizar em equipes com oito integrantes, distribuir os coletes para as equipes e entregar duas fitas de cetim para cada jogador. Cada fita deve ser presa por uma de suas pontas no cós da calça, sendo uma fita pendurada de cada lado do corpo. A definição das duas equipes que disputarão a primeira partida pode ser feita por sorteio.

AMPLIAR

Representação de um Pou

Tupu

■ Ilustração demonstrativa do campo de jogo ki-o-rahi. Ilustração fora de proporção.

A cultura do povo maori possui muitas lendas, e a origem do ki-o-rahi remete à lenda do guerreiro Rahitutakahina (Rahi) e de sua esposa Tiarakurapakewai (Ti Ata), que foi sequestrada pelo povo patupaiarehe. Os patupaiarehe moravam em um vulcão e, para evitar o resgate de Ti Ara pelo marido, criaram três feitiços: uma floresta de videiras gigantes ao redor da aldeia onde vivia Rahi, para dificultar sua travessia; um segundo Sol, para desertificar a paisagem e desidratar Rahi; e um lagarto gigante, para atacar Rahi. Depois de vencer todos esses desafios, Rahi conseguiu chegar ao vulcão, acompanhado de outros membros de sua etnia. Para evitar a eclosão de uma guerra entre os povos, Rahi propôs que um jogo resolvesse a disputa, e assim foi criado o ki-o-rahi.

MARCELOKINA
Wairua
Pawero
Te Marama
Te Ao
Te Roto
Te Ara

Praticar

1. C ada partida será disputada em dois tempos de cinco minutos.

2. Antes de iniciar a partida, é preciso definir qual equipe será kioma e qual será taniwha no primeiro tempo. No segundo tempo, as funções se invertem.

3. Posicionamento dos jogadores:

• Os jogadores da equipe kioma se posicionam nas áreas Te Ao e Pawero e podem se deslocar livremente de uma área para a outra, desde que sempre passem por Te Ara quando mudarem de área.

■ Ilustração demonstrativa na qual jogadores praticam o esporte ki-o-rahi. A equipe kioma é representada pelos jogadores de colete vermelho e a equipe taniwha é representada pelos jogadores de colete amarelo. Ilustração fora de proporção.

• Os jogadores da equipe taniwha se posicionam nas áreas Te Ao e Te Roto e podem se deslocar livremente de uma área para a outra, sem que seja necessário passar por Te Ara.

• N enhum jogador pode invadir a área Wairua, onde está o Tupu

4. A equipe taniwha tem dois objetivos:

• arremessar e acertar a bola no Tupu, para conquistar um ponto;

• p erseguir o jogador kioma que estiver com a posse de bola, para retirar uma de suas fitas e impedi-lo de tocar a bola em algum Pou, obrigando-o a passar a bola imediatamente para um companheiro de equipe.

5. A equipe kioma tem dois objetivos:

• evitar que a equipe taniwha consiga acertar a bola no Tupu. Para atingir esse objetivo, os jogadores kioma podem interceptar as bolas arremessadas pela equipe taniwha ou retirar uma das fitas de um jogador taniwha que estiver com a posse de bola, impedindo-o de realizar o arremesso em direção ao Tupu e obrigando-o a passar a bola imediatamente para um companheiro de equipe;

• conquistar a maior quantidade de pontos possível, tocando a bola (sem arremessá-la) em um (ou mais) Pou e logo em seguida atingindo a área Pawero, para encostar a bola no chão dentro dessa área. A quantidade de pontos obtida pela equipe kioma em cada ataque será igual à quantidade de vezes que a bola foi tocada em diferentes Pou por um ou mais jogadores, antes de ser encostada no chão da área Pawero. Quando estiver correndo para a área Pawero depois de ter tocado em um Pou, o jogador kioma pode pisar na área Te Roto, não sendo necessário passar pela área Te Ara.

MARCELOKINA

6. Os kaitiaki são os jogadores da equipe kioma que atuam como guardiões do Tupu e permanecem na área Pawero com a missão de interceptar as bolas arremessadas pela equipe taniwha.

• Os kaitiaki podem entrar e sair da área Pawero e se deslocar até a área Te Ao, desde que passem pela área Te Ara.

7. A retirada das fitas deve respeitar as seguintes condições:

• s empre que um jogador com a posse de bola tiver uma de suas fitas retirada por um adversário, ele terá três segundos para realizar um passe a um companheiro de equipe, para depois recolocar a sua fita e retornar ao jogo;

• se o jogador tiver suas duas fitas retiradas pelo mesmo adversário, a posse de bola será concedida à outra equipe;

• não é permitido retirar a(s) fita(s) de nenhum jogador que não estiver com a posse de bola.

8. As únicas ações defensivas permitidas no jogo são a retirada da fita do jogador que estiver com a posse de bola e a interceptação de um arremesso (ou passe), enquanto a bola estiver no ar. Não é permitido tocar em qualquer parte do corpo do jogador adversário nem retirar a bola da sua mão. Caso uma dessas duas situações aconteça, é concedida uma cobrança de pênalti à equipe adversária.

9. O jogo tem início com o chute de um jogador da equipe kioma, posicionado na área Te Marama. A bola (ki ) que foi chutada deve ser recebida, obrigatoriamente, por um jogador kioma que esteja na área Pawero. Caso a bola atinja outra área do campo ou toque em um jogador da equipe taniwha, a posse de bola passará para a equipe taniwha.

10. Durante o jogo, a bola deve ser conduzida com as mãos, exceto quando o jogo é iniciado ou reiniciado por um jogador da equipe kioma posicionado na área Te Marama.

11. Todo pênalti é cobrado dentro da área onde a infração aconteceu, com os jogadores se posicionando a 5 m de distância do cobrador, que decide entre um passe livre ou uma corrida com a posse de bola.

Avaliar

Depois de participar do jogo ki-o-rahi, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o jogo? Você conseguiu se apropriar das regras e aplicá-las durante a partida?

2. Durante o jogo, você percebeu que seria necessário recorrer à cooperação e à tomada de decisão?

3. Em que momentos específicos do jogo você percebeu a importância da agilidade, velocidade e precisão no passe, na recepção e no arremesso?

4. De que forma sua vivência no jogo permitiu ressignificar e valorizar as práticas e valores das culturas indígenas? Como esses aprendizados podem ser aplicados em sua vida cotidiana ou em outros contextos?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

2

Jogos Olímpicos: um megaevento esportivo

No dia 6 de abril de 1896, em Atenas, o rei Jorge I da Grécia inaugurou a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. No evento, havia 241 atletas homens de 14 nacionalidades disputando nove modalidades esportivas: atletismo, ciclismo de estrada, ciclismo de pista, esgrima, levantamento de peso, luta, natação, tênis e tiro esportivo.

Desde então, muita coisa mudou: os atletas se profissionalizaram, as mulheres passaram a poder competir, tecnologias foram incorporadas a equipamentos, uniformes e calçados dos atletas, mais de 40 esportes foram incluídos no programa olímpico e o total de participantes em cada edição dos Jogos ultrapassa a marca de 10 mil atletas, que representam mais de 200 nacionalidades, além de haver uma equipe de refugiados.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais são os momentos que você considera mais marcantes dos Jogos Olímpicos? Por quê?

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

2. A quais modalidades olímpicas você gosta de assistir? Há alguma que você prefira e que também pratique?

2. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

3. Em sua opinião, quais fatores tornam os Jogos Olímpicos um evento relevante para o mundo e para as pessoas que participam, seja como atletas ou espectadores?

3. Resposta pessoal. É possível que os estudantes associem a importância dos Jogos Olímpicos às ideias de superação, valorização da identidade nacional, integração entre diferentes culturas, respeito à diversidade etc.

■ Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

O grande entusiasta dos Jogos Olímpicos modernos foi o educador e historiador francês Pierre de Coubertin. Inspirado pelos Jogos Olímpicos da Antiguidade, que aconteceram na Grécia por quase doze séculos, ele idealizou os Jogos Modernos e, em 1894, apresentou seu projeto em um congresso esportivo, resultando na criação do Comitê Olímpico Internacional.

Ao longo do tempo, algumas modalidades foram retiradas e outras, adicionadas, visando modernizar os Jogos. Em edições mais recentes dos Jogos Olímpicos, foram incorporadas, por exemplo, modalidades como skate, surfe e escalada esportiva, refletindo o espírito contemporâneo do evento e ampliando seu apelo global, especialmente entre os jovens.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um livro que relaciona esporte e manifestação cultural.

Olimpismo e Multiculturalismo

Quando Pierre de Coubertin desenvolveu a ideia do Olimpismo, acreditava que o Movimento Olímpico se justificava como promotor do entendimento intercultural e que o esporte era uma linguagem universal a todos os povos. Portanto, todas as pessoas do mundo poderiam praticá-lo independentemente do lugar onde estivessem. Naquele momento histórico [entre o final do século XIX e o início do século XX], pouco se estudava a respeito das diferenças entre os grupos sociais, principalmente porque os países europeus dominavam grande parte do mundo e impunham sua cultura como melhor e mais correta.

Essa forma de conduzir as relações sociais e internacionais transformou-se ao longo do século XX, e o esporte também participou dessa dinâmica ativamente.

Toda atividade esportiva é uma criação cultural relacionada diretamente ao momento histórico e às condições geográficas onde é praticada. Por isso, a dinâmica adotada pelo Comitê Olímpico Internacional busca contemplar, ao longo de mais de um século de existência, as várias manifestações esportivas, incluindo e excluindo modalidades de acordo com a sua representatividade.

■ Delegação da Argélia, ex-colônia francesa, em um barco no Rio Sena antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

1. De acordo com o texto, multiculturalismo é um conjunto de diferentes manifestações culturais e convivência com muitas formas de cultura. O foco central do multiculturalismo é o respeito e a valorização das diferenças.

O fato de uma modalidade não ser olímpica não quer dizer que ela não seja esportiva, como é o caso [...] [d]a corrida de tora ou a pelota basca. Assim, pode haver em muitos países manifestações esportivas praticadas pela população que não estão presentes em Jogos Olímpicos.

A esse conjunto de diferentes manifestações culturais e convivência com muitas formas de cultura é dado o nome de multiculturalismo.

O foco central do multiculturalismo é o respeito e a valorização das diferenças, o que significa a negação do racismo ou de qualquer outra forma de preconceito ou discriminação.

No esporte, isso representa o respeito às diversas manifestações corporais, sejam elas olímpicas ou não.

Essa atitude de respeito à diferença está diretamente relacionada à construção do indivíduo na sua subjetividade, ou seja, naquilo que há de mais particular e específico da sua existência. Considerando que essa subjetividade é construída na relação com o grupo social ao qual o indivíduo pertence, estariam, assim, formadas as bases da identidade cultural em diferentes países.

Coubertin acreditava que o Olimpismo, principalmente por meio dos Jogos Olímpicos, poderia estimular a compreensão internacional, como o desempenho de relações de respeito e tolerância interpessoal entre os indivíduos envolvidos na prática esportiva. Acreditava que o esporte pautado por esses deais filosóficos poderia fornecer exemplos e gerar oportunidades para o exercício da cordialidade entre pessoas de diferentes países, a inclusão e a paz.

SOBRE...

2. O multiculturalismo se apresenta na dinâmica adotada pelo Comitê Olímpico Internacional. Ao longo de sua existência, esse comitê tem buscado incluir, nos Jogos Olímpicos, diversas manifestações esportivas que representam diferentes culturas, ao mesmo tempo que exclui do programa olímpico modalidades com menor representatividade no contexto global.

RUBIO, Katia. Esporte, educação e valores olímpicos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009. p. 56-58.

Katia Rubio é professora universitária, jornalista, psicóloga, mestre em Educação Física, doutora em Educação e concluiu um pós-doutorado em Psicologia social.

ATIVIDADES

3. Pierre de Coubertin entendia o esporte como uma linguagem universal, capaz de unir pessoas de culturas diversas e estimular a tolerância. Ele acreditava que, por meio dos Jogos Olímpicos, indivíduos de diferentes nações poderiam interagir de maneira cordial e respeitosa, contribuindo para a inclusão e a paz.

1. De acordo com o texto, o que é multiculturalismo? Qual é o foco desse conceito?

2. Como o texto relaciona o conceito de multiculturalismo com o movimento olímpico?

3. O que Pierre de Coubertin acreditava que o olimpismo poderia promover entre os povos?

4. Segundo o texto, o fato de uma modalidade esportiva não ser olímpica não significa que ela não seja esportiva. Para você, a dinâmica adotada pelo Comitê Olímpico Internacional de incluir ou excluir modalidades de acordo com a sua representatividade tem como base outros critérios? Justifique.

4. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

5. Cite alguns desafios para a promoção do multiculturalismo no esporte atualmente. Como esses desafios podem ser enfrentados? Compartilhe suas reflexões com os colegas e o professor.

5. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

6. Os valores defendidos por Pierre de Coubertin ao desenvolver o conceito de olimpismo ainda estão presentes nos Jogos Olímpicos atuais? 6. Leia mais em Orientações para o professor

INDICAÇÃO

• COMITÊ OLÍMPICO DO BRASIL. Rio de Janeiro, c2024. Site. Disponível em: www.cob.org.br/. Acesso em: 23 out. 2024. A página oficial do Comitê Olímpico do Brasil (COB), uma Organização Não Governamental (ONG) filiada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), apresenta informações a respeito do esporte olímpico nacional, como textos jornalísticos e vídeos.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

REFLETIR ARGUMENTAR E

Leia, a seguir, o trecho de uma notícia publicada algumas semanas antes da realização dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, a qual trata da Equipe Olímpica de Refugiados do Comitê Olímpico Internacional (COI).

É oficial: 36 atletas formarão a Equipe Olímpica de Refugiados Paris 2024 do COI, representando a população mundial deslocada de mais de 100 milhões de pessoas nos Jogos Olímpicos Paris 2024.

Os 36 atletas vêm de 11 países de origem diferentes e estão atualmente acolhidos por 15 Comitês Olímpicos Nacionais diferentes. […]

O Presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, fez o anúncio durante uma cerimônia na Casa Olímpica, em Lausanne, Suíça, na quinta-feira (2 de maio). Ele disse: “Nós os recebemos de braços abertos. Vocês são um enriquecimento para nossa Comunidade Olímpica e para nossas sociedades”.

“Com sua participação nos Jogos Olímpicos, vocês demonstrarão o potencial humano de resiliência e excelência. Isso enviará uma mensagem de esperança para mais de 100 milhões de pessoas deslocadas ao redor do mundo”, completou o dirigente.

EQUIPE Olímpica de Refugiados do COI para Paris 2024 é anunciada, com 36 atletas. [S. l.]: Paris 2024, 2 maio 2024. Disponível em: https://olympics.com/pt/noticias/equipe-olimpica-de-refugiados-coi-paris-2024-anunciada-com-36-atletas. Acesso em: 23 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. A Equipe Olímpica de Refugiados é composta de atletas com origens diferentes e que formam um grupo. Considerando as particularidades culturais que todos eles trazem, como é possível formarem uma unidade? Há relação entre essa equipe e o olimpismo? Compartilhe sua resposta.

1. Leia mais em Orientações para o professor.

2. A edição de 2024 dos Jogos Olímpicos foi a terceira a contar com a participação da Equipe Olímpica de Refugiados. Considerando a inserção recente desse grupo na longa história do evento, qual é a intenção do Comitê Olímpico Internacional ao promover essa inclusão?

2. Leia mais em Orientações para o professor.

3. Os Jogos Olímpicos duram poucos dias, no entanto, a situação de alguns refugiados, atletas ou não, pode ser de sofrimento em seu dia a dia, considerados o preconceito e a discriminação. Para você, o simbolismo olímpico atua de alguma forma no sentimento de pertencimento dessas pessoas? Compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor.

3. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

AMPLIAR

Os anéis olímpicos foram criados para representar a união dos cinco continentes habitados. Pierre de Coubertin, o criador dos anéis, escolheu as cinco cores (azul, amarelo, preto, verde e vermelho) porque, junto ao fundo branco, elas representam todas as nações participantes dos Jogos, reforçando a universalidade do movimento olímpico. Segundo a Carta Olímpica, conjunto de princípios, regras e guias para a organização dos Jogos Olímpicos adotados pelo Comitê Olímpico Internacional, o símbolo expressa a atividade do Movimento Olímpico e representa o encontro de atletas do mundo inteiro nos Jogos Olímpicos.

■ Imagem dos cinco anéis coloridos entrelaçados que compõem o símbolo olímpico.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Fatos marcantes nos Jogos Olímpicos

O esporte é uma criação cultural e, portanto, dialoga com o momento histórico e as condições geográficas onde é praticado. Assim, os Jogos Olímpicos refletem o contexto político e social de uma época. Nesta seção, você terá oportunidade de participar de uma análise documental para investigar os principais fatos históricos, sociais, culturais, políticos e econômicos que marcaram edições passadas desse evento e divulgá-los por meio de um e-book.

Primeira etapa

1. Antes de iniciar, o professor irá organizar a turma em duplas ou trios, de acordo com a quantidade de estudantes por turma, e atribuir a cada um a análise de edições específicas dos Jogos, o que pode ser feito conforme a sugestão a seguir.

• Grupo 1: Atenas/1896 e Paris/1900

• Grupo 2: Saint Louis/1904 e Londres/1908

• Grupo 3: Estocolmo/1912 e Antuérpia/1920

• Grupo 4: Paris/1924 e Amsterdam/1928

• Grupo 5: Los Angeles/1932 e Berlim/1936

• Grupo 6: Londres/1948 e Helsinque/1952

• Grupo 7: Melbourne/1956 e Roma/1960

• Grupo 8: Tóquio/1964 e Cidade do México/1968

• Grupo 9: Munique/1972 e Montreal/1976

• Grupo 10: Moscou/1980 e Los Angeles/1984

• Grupo 11: Seul/1988 e Barcelona/1992

• Grupo 12: Atlanta/1996 e Sydney/2000

• Grupo 13: Atenas/2004 e Pequim/2008

• Grupo 14: Londres/2012 e Rio de Janeiro/2016

• Grupo 15: Tóquio/2020 e Paris/2024

2. Pesquisem, em bibliotecas ou na internet, livros, jornais, documentários e revistas científicas da área de Educação Física que abordem a história dos Jogos Olímpicos.

3. As informações que vocês precisam coletar são: país-sede; atletas que se destacaram; medalhas conquistadas pelo Brasil caso tenha participado dos jogos em questão; fatos históricos, sociais, culturais, políticos e econômicos que marcaram o evento; legado do evento para a cidade-sede.

Segunda etapa

1. Finalizada a coleta de dados, preparem uma apresentação aos colegas.

2. Durante a apresentação, façam conexões entre os eventos e temas atuais, como sustentabilidade, inclusão e o papel do megaevento no cenário global.

Terceira etapa

1. Reúnam todo o material pesquisado e escolham uma plataforma gratuita que permita criar um e-book, transformando as apresentações dos grupos em um almanaque dos Jogos Olímpicos.

2. Compartilhem o material com seus familiares e com toda a comunidade escolar.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Olimpíada Escolar

Agora, você e os colegas terão a oportunidade de organizar uma Olimpíada Escolar e dela participar, com todos os estudantes da escola. Além de promover a prática esportiva, essa atividade visa colocar em prática os valores do olimpismo, como o respeito, a amizade, a superação e a inclusão, fortalecendo o espírito de equipe e a integração entre os estudantes e a comunidade escolar.

■ Equipes de estudantes reunidas na quadra em cerimônia de jogos em uma escola do município de Divinópolis (MG). Fotografia de 2024.

Planejar

1. Criem comitês de organização da Olimpíada Escolar, cada qual responsável por uma área-chave do evento, como elaboração de regulamentos, arbitragem, logística, divulgação e premiação. Algumas sugestões de comitês são:

• Comitê de missão e valores, que define os princípios e os valores que guiarão o evento, como inclusão, respeito e cooperação. Ações: elaborar a carta olímpica da escola; promover debates sobre a importância dos valores olímpicos com os participantes.

• Comitê de modalidades, categorias e arbitragem, que seleciona as modalidades esportivas e culturais, define as categorias por idade e supervisiona a arbitragem durante as competições. Ações: escolher modalidades tradicionais e outras não convencionais; organizar as categorias por faixas etárias; redigir regulamentos para cada modalidade, com regras e critérios de pontuação; capacitar os estudantes para atuarem como árbitros, garantindo que as disputas sejam justas e dentro das regras.

• Comitê de inscrições e logística, que organiza as inscrições dos participantes e coordena a logística do evento. Ações: cadastrar os participantes nas diferentes modalidades; organizar o calendário das competições; auxiliar na preparação dos materiais e equipamentos necessários.

• Comitê de divulgação, fotografia e filmagem, que promove o evento, registra as competições e divulga os resultados. Ações: criar materiais de divulgação, como cartazes, vídeos e anúncios, para engajar a comunidade escolar; divulgar os resultados em tempo real, usando redes sociais e murais da escola; registrar as competições com fotos e vídeos, editando o material para criar uma lembrança visual do evento e um vídeo de encerramento com os melhores momentos.

2. Ao definir a duração do evento, considerem uma ou duas semanas, com as finais das competições ocorrendo aos finais de semana, para oportunizar aos familiares e a toda a comunidade escolar a possibilidade de acompanhar essa etapa do evento presencialmente.

Praticar

1. É hora de colocar tudo em ação, executar as atividades estabelecidas pelos comitês, garantindo que o evento ocorra conforme o planejamento.

2. Com a ajuda dos colegas, auxiliem o professor a elaborar um formulário com questões para serem respondidas pelos participantes da Olimpíada Escolar, para que seja possível coletar as impressões deles sobre o evento e, com isso, aprimorar aspectos em possíveis edições futuras.

Avaliar

Depois de participar da organização e das competições esportivas que fizeram parte da Olimpíada Escolar, compartilhe com os colegas e o professor sua percepção sobre as atividades.

Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com a organização da Olimpíada? Quais foram os maiores desafios que você enfrentou? Como conseguiu superá-los?

2. A missão e os valores registrados na carta olímpica da escola foram seguidos? Justif ique a sua resposta.

3. Como você se sentiu ao receber as impressões dos participantes sobre o evento? Você concorda com as observações que foram feitas?

4. Em sua opinião, quais ações precisam ser melhoradas para a próxima edição da Olimpíada Escolar? Quais ações foram bem-sucedidas?

5. Em sua opinião, a experiência com a organização e a participação na Olimpíada Escolar aprimorou as suas habilidades de organização, planejamento, tomada de decisão e cooperação? Por quê?

6. Como a experiência de participar na organização e nas competições da Olimpíada Escolar ajudou você a adquirir conhecimentos e habilidades que podem ser aplicados fora do contexto escolar, seja no lazer, em projetos comunitários ou em futuras organizações esportivas?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

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Jogos eletrônicos: benefícios e riscos

1. Respostas pessoais. É possível que grande parte dos estudantes se reporte aos jogos de esportes, de lutas corporais, de dança, de aventura, de RPG, de estratégia, de puzzle e de jogos sociais, entre outros. É possível que citem também jogos antigos ou menos populares.

Conforme você aprendeu no Capítulo 1, todo jogo envolve um desafio, que pode ser motor, cognitivo ou social, e é norteado por regras que devem ser seguidas à risca. Os jogos eletrônicos integram tecnologia digital a esta dinâmica e são conhecidos como video games, por serem visualizados em um monitor. O principal jogo eletrônico precursor do video game foi inventado em 1958 pelo físico William Higinbotham (1910-1994) em um laboratório de pesquisas nucleares, com o intuito de oportunizar ao público visitante a experiência de interagir com um software. No jogo, chamado “tennis for two”, uma linha vertical e outra horizontal representavam a rede e a quadra de tênis, respectivamente, e havia dois botões que eram manipulados pelo jogador, para rebater a bolinha ou controlar o ângulo de sua trajetória.

PRIMEIRO OLHAR

2. Respostas pessoais. É possível que muitos estudantes relatem que jogam jogos eletrônicos diariamente, nos momentos de lazer, nos momentos de descanso ou quando estão no transporte.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Que jogos eletrônicos você conhece? Quais são as temáticas deles?

2. Você joga video game? Se sim, com que frequência?

3. Que sensações os jogos eletrônicos provocam em você?

3. Resposta pessoal. É possível que os estudantes relatem que se sentem descontraídos e empoderados, como ao passar de fase em um jogo.

■ Disputa entre duas equipes, em fase eliminatória de campeonato de um jogo eletrônico, em uma arena localizada em São Paulo (SP). Fotografia de 2019.

A partir da década de 1970, os video games passaram a ocupar um lugar importante nos momentos de entretenimento das pessoas, com a invenção de máquinas de fliperamas e com a fabricação de consoles que são acoplados às TVs, passando a transferir, para o meio digital, situações do mundo real ou imaginário, que exploram temas como: esportes, aventuras, lutas corporais, corridas de automóvel, desafios cognitivos etc. Ao longo das últimas décadas, os gráficos melhoraram e a interação entre jogador e máquina tornou-se ainda maior, proporcionando uma jogabilidade cada vez mais real e imersiva.

A tecnologia tem tornado os jogos eletrônicos cada vez mais complexos e realistas, enquanto a internet expande o seu alcance a um grande número de pessoas. Esse cenário favoreceu a adesão de jogadores aos campeonatos de video games, que ficaram conhecidos como e-sports, apoiados por federações internacionais, mobilizando um público de milhões de espectadores ao redor do mundo.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
MARCELLO

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo de opinião publicado em um jornal eletrônico de responsabilidade de uma universidade pública.

O impacto dos video games na sociedade

A adesão aos video games é motivo de discussões sobre seus efeitos em toda a comunidade. De acordo com a PGB (Pesquisa Game Brasil), três em cada quatro brasileiros afirmam que são fãs de jogos eletrônicos. A partir deste dado, constata-se que os games têm ganhado cada vez mais destaque como forma de entretenimento e diversão no Brasil. […]

Benefícios

No que diz respeito à contribuição dos games à sociedade, observa-se que os membros dessa comunidade aprimoram suas habilidades motoras e cognitivas, além de desenvolver a capacidade de resolver problemas complexos, tomar decisões em um curto período e coordenar movimentos precisos, bem como estimular a liderança, a atenção e melhorar a estratégia. Os jogos também criam comunidades de jogadores on-line e estabelecem conexões globais ao proporcionarem experiências de trabalho em equipe.

No âmbito educacional, os jogos podem ser ferramentas poderosas de ensino, os alunos podem desenvolver pensamento crítico e criatividade, de forma engajadora e interativa. Além de abordarem temas complexos de forma lúdica e estimulante, os jogos também possuem o poder de facilitar o aprendizado de outras línguas, principalmente o inglês, por meio de legendas e trilhas sonoras.

Em relação à saúde mental, os jogos proporcionam uma forma de escape e relaxamento, sendo utilizada como terapia e auxiliando no tratamento de distúrbios mentais. Jogar video game pode reduzir o estresse, melhorar o humor e promover a socialização. De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, pessoas que jogam por até quatro horas por dia notam que se sentem mais alegres.

Malefícios

No entanto, o tempo destinado à atividade tende a ser exagerado. A dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e euforia, é liberada em nosso cérebro, levando os usuários a se viciarem e quererem jogar cada vez mais. Como consequência, acarreta o sedentarismo e participa do desenvolvimento de problemas de saúde, como obesidade, distúrbio de sono, problemas de visão, de audição e má postura. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu formalmente o vício em video games e jogos eletrônicos como uma doença. A obsessão com jogos leva os jogadores a se isolarem socialmente e perderem o interesse em atividades anteriormente prazerosas, deixando de fazer atividades importantes, como a alimentação, estudo, sono e trabalho, para jogar video game.

Embora não haja estudos definitivos que comprovem que os jogos podem induzir alterações neurológicas e atos de violência, pesquisas realizadas pela Associação Americana de Psicologia concluíram que jogos de guerra, luta e tiro podem estimular a agressividade, por interferirem em questões emocionais. Além disso, o desejo constante de obter pontuações altas e falhar em atingir níveis mais altos pode causar irritabilidade e estresse.

ANATER, Marina. O impacto dos video games na sociedade. Jornal Comunicação, Curitiba, 25 out. 2023. Disponível em: https://jornalcomunicacao.ufpr.br/o-impacto-dos-videogames-na-sociedade/. Acesso em: 24 set. 2024.

1. A estatística aponta que 75% dos brasileiros são apreciadores de jogos eletrônicos. Esse dado indica que os games ocupam uma posição de destaque nas formas de entretenimento e diversão no Brasil. Espera-se que os estudantes defendam o seu posicionamento sobre o assunto.

2. As habilidades que podem ser aprimoradas através do uso do video game são: habilidades motoras, trabalhadas durante os movimentos rápidos e precisos realizados com o controle remoto; habilidades cognitivas, como resolução de problemas complexos, pensamento estratégico, atenção, criatividade, pensamento crítico, tomada de decisões em um curto período e contato com a língua inglesa; bem como habilidades de liderança e trabalho em equipe, recrutadas em jogos que criam comunidades on-line.

ATIVIDADES

1. O que a estatística citada no texto revela sobre a popularidade dos jogos de video games no Brasil? Explique o seu posicionamento sobre essa estatística.

2. O texto aponta que algumas habilidades podem ser aprimoradas através do uso de video games. Que habilidades são essas? Em quais outros âmbitos da vida essas habilidades são importantes?

3. Como os video games contribuem para a criação de comunidades globais? Qual é o papel dos jogos eletrônicos nessas comunidades?

3. Muitos jogos utilizam plataformas on-line que possibilitam a interação entre pessoas de diferentes partes do mundo com interesses semelhantes, que se reúnem para jogar, compartilhar experiências e colaborar em missões ou desafios dos jogos.

4. De acordo com o texto, como os video games podem auxiliar a saúde mental? Quais benefícios você já experienciou?

4. Os jogos eletrônicos podem proporcionar a redução do estresse, como uma atividade de relaxamento, entretenimento e diversão, além de promover socialização, quando acontecem em plataformas on-line

5. Além dos benefícios, o texto também apresenta os malefícios dos video games.

a) Quais são eles?

5. b) A melhor forma para evitar os malefícios que os video games podem causar é controlar o seu tempo de uso.

b) Que atitudes o jogador pode ter para praticar os jogos eletrônicos de maneira saudável?

6. Apesar de não haver conclusão científica de que jogos eletrônicos induzam alterações neurológicas e atos de violência, pesquisas realizadas pela Associação Americana de Psicologia concluíram que eles podem estimular a agressividade, a irritabilidade e o estresse. Qual é o seu posicionamento sobre o assunto? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

7. Com o avanço da tecnologia, os jogos eletrônicos sofreram transformações ao longo do tempo, sendo inicialmente apenas uma forma de entretenimento e, depois, usados em competições, como ferramenta educacional e até mesmo na área da saúde, como forma de terapia e reabilitação. Além disso, existem jogos eletrônicos, conhecidos como jogos virtuais ativos, active games ou exergaming, cujo objetivo é proporcionar ao jogador uma prática corporal semelhante a um esporte ou atividade física.

7. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

• Faça uma pesquisa, em fontes confiáveis, sobre o uso de jogos eletrônicos para a promoção da saúde, tendo em vista os benefícios e malefícios que eles podem causar.

• Em data previamente combinada com o professor, compartilhe os dados obtidos com a turma.

AMPLIAR

5. a) O excesso de tempo destinado aos jogos eletrônicos causa a liberação excessiva de dopamina no cérebro, que pode resultar no vício em jogos eletrônicos. De acordo com o que foi apresentado no texto, isso acarreta o sedentarismo, a obesidade, os distúrbios do sono e os problemas de visão, de audição e de postura, além de isolamento social e perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas.

A World Esports Consortium (Wesco), órgão mundial responsável pela organização de eventos esportivos digitais, e a Confederação Brasileira de Desportos Eletrônicos (Cbdel) classificam os jogos que utilizam tecnologia digital em três categorias, conforme indicado a seguir.

• Jogos eletrônicos: jogos praticados durante os momentos de lazer, por jogadores que não integram nenhum ranking e que seguem as regras definidas pelo próprio título do jogo eletrônico.

• Esportes eletrônicos: prática regulamentada e ranqueada de e-sports, relacionada às competições individuais ou em grupo, organizadas por federações institucionais ou privadas. A atuação é puramente humana, através de hardware e software

• Esportes virtualizados: prática regulamentada e ranqueada, relacionada às competições individuais ou em grupo que acontecem em simuladores e são organizadas por federações institucionais ou privadas. A atuação humana é híbrida entre o hardware, o software e o maquinário, possibilitando transferir um esporte regular para o digital. Alguns exemplos de esportes regulares que podem ser praticados em simuladores são a Fórmula 1, o golfe e o ciclismo.

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes expressem as suas opiniões de modo crítico, reflexivo e respeitoso, pautando-se em experiências e relatos pessoais. É possível que alguns deles argumentem que, para a maioria dos jogadores, o video game não interfere na saúde mental, enquanto outros poderão inferir que possivelmente o excesso de jogos eletrônicos influencia no comportamento de modo geral.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. De acordo com o infográfico, 76,5% dos entrevistados reconhecem os e-sports como modalidade esportiva e 75% consideram que a competição de e-sport transmite as mesmas emoções das competições esportivas tradicionais. Os estudantes podem considerar que o e-sport é uma modalidade esportiva cujas competições transmitem as mesmas emoções dos esportes tradicionais, porque o valor atribuído aos jogos e esportes eletrônicos por essa geração é grande.

REFLETIR ARGUMENTAR E

2. Respostas pessoais. É possível que alguns estudantes concordem com a inclusão do e-sport nos Jogos Olímpicos por entenderem que seus praticantes podem ser considerados atletas.

Observe o infográfico a seguir, que apresenta os resultados da Pesquisa Game Brasil (PGB) realizada em 2024.

3. Respostas pessoais. É possível que alguns estudantes tenham dúvida se o e-sport deve ou não ser reconhecido como esporte, por entenderem que os recursos financeiros destinados aos projetos de inclusão por meio do esporte poderiam sofrer redução nessas condições.

E-SPORTS

consideram os e-sports uma modalidade esportiva legítima

concordam que uma competição em e-sports transmite as mesmas emoções dos esportes tradicionais

acreditam que os e-sports podem se tornar tão populares no Brasil quanto os esportes tradicionais

assistiriam a jogos e competições caso passassem na TV aberta

concordam que um atleta de e-sports é alguém que supera seus limites

concordam que os e-sports são uma forma de participar de uma comunidade

■ De acordo com a Pesquisa Game Brasil 2024, 76,5% dos entrevistados consideram os e-sports uma modalidade esportiva legítima.

Fonte: EMBOAVA, Valdecir. Mais de 75% dos brasileiros consideram os eSports como modalidade esportiva. TecMundo, [Curitiba], 28 maio 2024. Disponível em: www.tecmundo.com.br/voxel/283419-75-brasileiros-consideram-esports-modalidade-esportiva. htm?ab=true&. Acesso em: 24 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Identifique, no infográfico, a porcentagem dos entrevistados que reconhecem os e-sports como uma modalidade esportiva e que consideram que a competição de e-sport transmite as mesmas emoções das competições esportivas tradicionais. Você também compartilha dessas opiniões?

Por quê?

2. De acordo com a pesquisa, 83,7% dos entrevistados concordam que um atleta de e-sport é alguém que supera seus limites. Por outro lado, o Comitê Olímpico Internacional (COI) não incluiu o e-sport no programa dos Jogos Olímpicos, apesar de aprovar um evento exclusivo para os e-sports. Em sua opinião, o e-sport deve ser incluído no programa olímpico? Por quê?

3. Caso o e-sport passe a ser reconhecido como esporte no Brasil, as políticas públicas direcionadas aos esportes tradicionais, como os recursos financeiros destinados aos projetos sociais que promovem a inclusão social através do esporte, deverão ser compartilhadas com o e-sport. Você concorda com essa ação? Por quê?

4. Em sua opinião, quais são os aspectos que aproximam e os que distanciam os e-sports das práticas corporais esportivas? Defenda seu ponto de vista com argumentos.

4. Respostas pessoais. É possível que os estudantes associem aspectos físicos, cognitivos e sociais às práticas em questão. O importante é fazer com que eles reflitam sobre semelhanças e diferenças entre os e-sports e outras práticas corporais.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Olimpíada digital

Nesta atividade, você terá a oportunidade de vivenciar uma prática corporal no ambiente escolar adaptada do ambiente digital. A dinâmica da atividade é simular um jogo eletrônico cujo objetivo é conduzir um personagem em várias fases, com tarefas de velocidade, força, agilidade e equilíbrio que remetem às competições de programas e séries de televisão. Diferentemente da versão digital, você será o personagem principal e as suas habilidades físicas serão essenciais para enfrentar os desafios.

Planejar

1. Para simular a Olimpíada Digital, um jogo fictício que retrata os desafios enfrentados por um grupo de personagens em uma arena dinâmica e radical, a prática corporal deve acontecer em uma quadra, com utilização dos seguintes materiais:

• quatro jogos de coletes de cores diferentes;

• cones;

• bambolês;

• um ou mais bancos suecos (tipo de banco feito geralmente de aço ou de madeira, usado para a realização de práticas corporais);

• giz;

• bandeirinhas de papel de várias cores.

2. Antes do início da atividade, é preciso definir quatro equipes, que receberão seus respectivos coletes e poderão se reunir por dois minutos para construir suas estratégias.

Praticar

1. 6 A turma deverá se organizar em quatro equipes para participar da prática corporal.

2. Assim como o jogo eletrônico, a prática corporal será dividida em fases, nas quais os jogadores serão eliminados quando não conseguirem cumprir as tarefas.

3. Ao contrário do que acontece no jogo eletrônico, na atividade proposta, será permitido aos jogadores participarem das fases seguintes, mesmo que tenham sido eliminados nas fases anteriores.

4. Quando conseguirem cumprir as tarefas propostas em cada fase, os jogadores conquistarão pontos para a sua equipe.

AMPLIAR

O termo gamificação é um neologismo da palavra de origem inglesa gamification , que, em tradução livre, significa "tornar algo em um jogo". Trata-se da aplicação de estratégias relacionadas aos jogos em atividades cotidianas, com o objetivo de desenvolver nos participantes mais engajamento e motivação. Para isso, a gamificação utiliza-se de elementos presentes nos jogos, como regras, narrativas, desafios, missões, conquistas, pontuações, entre outros. A gamificação é usada em diversos contextos, entre eles, na educação, como ferramenta para o processo de aprendizagem, e no trabalho, em treinamentos corporativos.

Fase 1: corrida de obstáculos

• O professor definirá um percurso, no qual distribuirá cones, cordas e arcos.

• Todos os jogadores que conseguirem percorrer o trajeto dentro do tempo estipulado previamente pelo professor, sem encostar em nenhum obstáculo, conquistarão um ponto para a sua equipe.

■ Ilustração demonstrativa da prática de corrida de obstáculos.

Fase 2: desafio de equilíbrio dinâmico

O p rofessor irá dispor um ou mais bancos suecos virados para baixo, para que você e os colegas atravessem quatro vezes o seu compri mento, deslocando-se para frente, para trás e para os lados.

Os jogadores que conseguirem realizar os quatro deslocamentos sem cair do banco, dentro de um tempo estipulado previamente, conquistarão um ponto para a sua equipe.

■ Ilustração demonstrativa da prática de desafio de equilíbrio dinâmico.

Fase 3: desafio de potência

O professor riscará várias retas paralelas no chão, com distâncias que aumentam gradativa mente entre uma e outra, para que sejam transpostas com saltos.

• Os saltos podem ser realizados com impulsão, sem impulsão ou até mesmo compor duas provas diferentes. Os jogadores que conseguirem transpor todas as distâncias conquistarão um ponto para a sua equipe.

■ Ilustração demonstrativa da prática de desafio de potência.

Fase 4: desafio de agilidade

• O professor entregará um bambolê para cada equipe, que o posicionará em um canto específico da quadra.

• Em seguida, serão distribuídas várias bandeiras de papel pelo espaço, para que os joga dores capturem uma bandeira por vez, colocando-a dentro do seu bambolê.

D epois de finalizado o tempo que foi estipulado previamente, o professor realizará o sorteio de uma cor.

A equipe que tiver capturado o maior número de bandeiras da cor sorteada receberá cinco pontos.

■ Ilustração demonstrativa da prática de desafio de agilidade.

Fase 5: desafio de equilíbrio estático e resistência

Os jogadores permanecerão parados, apoiando apenas um dos pés no chão.

Todos os jogadores que conseguirem per manecer equilibrados, sem encosta rem outra parte do corpo no chão durante o tempo previamente estipulado pelo professor, conquistarão um ponto para a sua equipe.

5. A equipe que obtiver a maior somatória de pontos vencerá o jogo.

■ Ilustração demonstrativa da prática de desafio de equilíbrio estático e resistência.

Avaliar

Depois de experimentar o jogo eletrônico e a prática corporal, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre as atividades. Respostas pessoais.

1. Você se divertiu nessa prática corporal? Foi difícil corresponder aos desafios?

2. Em sua opinião, é mais divertido interagir com os outros competidores presencial ou virtualmente?

3. Quais modificações você faria na prática corporal para torná-la mais desafiadora?

4. Quais outros jogos eletrônicos você conhece que poderiam ser transformados em práticas corporais?

5. De que modo a vivência corporal no ambiente escolar contribuiu para o seu posicionamento crítico no ambiente digital?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
MARCELOKINA
MARCELOKINA

9 CAPÍTULO

DANÇAS

■ Cena do espetáculo Quebra Nozes, com participantes da Associação Solidariedança, localizada em São Paulo (SP). Fotografia de 2022.

No Capítulo 9, você vai refletir sobre algumas danças. No Tópico 1, você vai estudar as danças afro-brasileiras e participar de uma atividade prática de maracatu. No Tópico 2, você vai estudar algumas as danças regionais e praticar a quadrilha. No Tópico 3, você vai entrar em contato com a história das danças de salão e aprender alguns passos da dança soltinho.

As danças abrangem um conjunto de práticas corporais e artísticas que envolvem o corpo, o espaço e o tempo. Seus gestos e movimentos rítmicos, com passos e evoluções, são combinados para compor várias coreografias, que podem ser individuais, em duplas ou até mesmo em grupos.

As danças diferem de outras práticas corporais rítmico-expressivas por estarem associadas a ritmos e estilos musicais específicos a cada uma delas. Embora cada modalidade de dança se caracterize por um conjunto de códigos (movimentos carregados de simbologias e significados) que foram construídos em um determinado contexto histórico, seus praticantes se expressam de maneiras muito particulares, exercitando a liberdade criativa, o que torna as interpretações únicas.

Com base nessas informações, de que maneira você consegue perceber, na imagem reproduzida nesta página, essa relação individual com a dança?

Espera-se que os estudantes percebam, na imagem, diferentes formas de as pessoas se relacionarem com a dança, o que pode ser constatado tanto pelos corpos diversos que compõem o grupo quanto pelas diferentes expressões faciais e posições corporais.

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor.

1 TÓPICO

Maracatu e ancestralidade africana

1. Respostas pessoais. É possível que os estudantes associem as danças afro-brasileiras a gingados característicos das práticas corporais de matriz africana, como a capoeira e o samba.

As danças afro-brasileiras se referem a um conjunto de expressões artísticas que têm em comum sua raiz negra africana e foram recriadas no Brasil em diferentes momentos históricos. Há muita diversidade nesse conjunto de danças, porque nem todos os africanos trazidos ao Brasil pelo sistema escravista comungavam da mesma cultura, uma vez que as pessoas escravizadas pertenciam a diferentes povos e regiões da África. Além disso, muitas manifestações culturais originárias do continente africano foram reinterpretadas e ganharam novos significados ao se misturarem às culturas indígena e europeia em solo brasileiro.

Uma característica comum das danças afro-brasileiras é o acompanhamento de músicas produzidas por instrumentos percussivos, feitos de pele de animal, de madeira ou de metal, além de outras fontes sonoras, incluindo a percussão corporal. São consideradas danças afro-brasileiras o maracatu, o samba de roda, o maculelê, o coco de roda, o tambor de crioula, a roda dos orixás, o jongo, entre outras.

PRIMEIRO OLHAR

3. Espera-se que os estudantes comentem que as danças afro-brasileiras são acompanhadas, em geral, por músicas com instrumentos percussivos, feitos de pele de animal, de madeira ou de metal, além de outras fontes sonoras, incluindo a percussão corporal. Também as vestimentas específicas caracterizam muitas dessas danças, que podem apresentar personagens, a exemplo do maracatu.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Você já teve a oportunidade de dançar ou de apreciar alguém executando uma dança afro-brasileira?

Compartilhe suas percepções com os colegas e o professor.

2. Quais danças afro-brasileiras você conhece?

2. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

3. Quais são os elementos representativos nas danças afro-brasileiras?

Além de se apresentarem como um sinal de pertencimento e de reafirmação étnica da maior parte da população brasileira, as danças afro-brasileiras carregam uma herança cultural relacionada às cerimônias religiosas ou às festas populares e muitas delas trazem representações de papéis sociais. Um exemplo é o maracatu, que revive a organização social do reino do Congo, por meio de um cortejo. O maracatu característico da região metropolitana do Recife (PE) é denominado maracatu do baque virado, ou maracatu nação, e surgiu em 1711. Existe outro tipo de maracatu, que se originou entre os séculos XIX e XX, chamado maracatu de baque solto, ou maracatu rural, cujos integrantes são trabalhadores da zona rural que representam suas brincadeiras nessa manifestação cultural.

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LER E COMPARTILHAR

Transcrição da faixa de áudio 7: Dança a rainha, vassalo e escravo / Todos os lanceiros e a corte real / Toque o batuque no baque virado / Dama de paço escute o compasso // Vem meu rei, embaixador e princesa também / Catirina olha o baque zuando / É o Estrela que já vem chegando

Leia, a seguir, o trecho de uma publicação sobre dança que apresenta o maracatu.

Maracatu

Típico de Pernambuco, o maracatu se configura como um cortejo onde a música e a dança se fazem presentes. A corte é composta basicamente de um porta-estandarte, rei, rainha, príncipe, princesa, casais de nobres, no mínimo duas damas do paço, e o caboclo de pena, que simboliza os laços com a Jurema . Inclui também os serviçais, tais como baianas, catirinas e ala de escravos. Cada uma das personagens é importante na composição do cortejo, sendo as damas do paço e a rainha as mais importantes, porque elas se responsabilizam, além da questão religiosa, pela proteção do grupo.

■ Homem caracterizado em desfile de maracatu, em Nazaré da Mata (PE). Fotografia de 2014.

O batuque é regido pelo mestre, que rege os batuqueiros e as batuqueiras, pessoas que tocam os instrumentos percussivos. São eles: tarol ou caixa de guerra , alfaia , abê , agbê ou xequerê , gonguê e ganzá

As damas do paço carregam as bonecas chamadas de calungas, que, por representarem a ancestralidade, têm uma importância muito grande. Contudo, o rei e a rainha são os seus personagens principais, pois o maracatu é, essencialmente, a coroação dos reis do Congo. Vamos saber como o maracatu surgiu!

O maracatu, expressão da cultura popular brasileira afrodescendente, surgiu como forma de manter viva a tradição da coroação do rei do Congo, no período escravocrata, entre os séculos XVI e XVII, em Pernambuco, principalmente nas cidades de Recife e Olinda, e traz na sua configuração traços da cultura indígena, africana e europeia. O Rei do Congo era o responsável por comandar os escravos negros trazidos para o Brasil.

O esclarecimento mais disseminado, a partir de diversos estudos acerca da origem do maracatu, é que teria surgido a partir da coroação do Rei do Congo. Manifestação aqui estabelecida, possivelmente, pelos colonizadores portugueses e permitida pelos senhores dos escravos. Não somente os reis, mas também as rainhas do Congo eram lideranças políticas entre os cativos e se encontravam entre o poder da esfera colonial e os negros africanos. Ao longo do tempo, estabeleceu-se um forte elo com a religião de matriz africana e depois da abolição da escravatura, no final do século XVIII, passou a se inserir no carnaval recifense.

Fazem parte do cortejo os seguintes personagens históricos:

• Porta-bandeira ou porta-estandarte : se veste à moda de Luís XV. No estandarte, além do nome da agremiação, também consta o ano da sua criação.

• Realeza : o rei e a rainha (o rei e a rainha do maracatu são títulos conquistados de forma hereditária).

Jurema: árvore nativa do Norte e do Nordeste do Brasil, considerada sagrada. cativos: pessoas forçadas à escravidão.

MARCO ANTONIO SÁ/PULSAR IMAGENS

• Dama do paço: são uma ou duas e carregam a calunga.

• Calunga : boneca negra que representa um ancestral.

• Corte : formada pelo casal de duques, o casal de príncipes e o embaixador. A figura do embaixador não é obrigatória.

• Escravo: carrega um pálio ou um guarda-sol que protege a realeza.

• Baianas: conhecidas como Yabás, cantam e executam danças com referências no candomblé.

• Caboclo de pena : representa os índios.

• Batuqueiros: utilizam os instrumentos e são os responsáveis pelo ritmo da dança.

• Catirinas ou escravas: dançarinas que puxam a dança. […]

pálio: cobertura portátil sustentada por varas usada para proteger uma autoridade em cortejos ou procissões.

SILVA, Marilza Oliveira da. Danças indígenas e afrobrasileiras . Salvador: UFBA, Escola de Dança; Superintendência de Educação a Distância, 2018. p. 67-69. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28065/1/eBook_Dan%c3%a7as_Ind%c3%adgenas_e_ Afrobrasileiras_UFBA.pdf. Acesso em: 27 set. 2024.

SOBRE...

Marilza Oliveira da Silva é professora assistente da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia. É licenciada, bacharela, mestra e doutoranda em Dança.

ATIVIDADES

INDICAÇÃO

• CURTA! Danças regionais: Maracatu de Baque Virado: Aline Valentim. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo Canal Curta!. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=iF4j747M8Hg. Acesso em: 25 set. 2024. O vídeo apresenta a história do maracatu de baque virado e suas simbologias.

1. O maracatu é uma expressão cultural afro-brasileira que surgiu no período colonial, entre os séculos XVI e XVII, em Pernambuco, principalmente em Recife e Olinda, e que se manifesta por meio de um cortejo que representa a coroação do rei do Congo.

1. De acordo com o texto, qual é o significado da narrativa apresentada no maracatu?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

2. Quais são as principais personagens presentes no cortejo do maracatu e qual é a importância das damas do paço e da rainha nessa tradição?

2. Leia mais em Orientações para o professor

3. O que é a calunga no contexto do maracatu e qual é o seu significado cultural e religioso?

4. E xplique a evolução do maracatu ao longo do tempo, desde a sua criação até a sua incorporação ao Carnaval de Recife e de Olinda, em Pernambuco.

4. Leia mais em Orientações para o professor.

5. É possível afirmar que a manifestação cultural do maracatu é uma representação da fusão de diferentes culturas? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

5. Leia mais em Orientações para o professor

6. Para você, qual é a importância social das danças e das expressões artísticas como o maracatu?

7. O texto menciona os instrumentos que batuqueiras e batuqueiros tocam, regidos pelo mestre. Na internet ou em meio impresso, faça uma pesquisa para saber mais sobre o tarol, a alfaia, o abê, o agbê, o gonguê e o ganzá. Depois, no caderno, registre os dados obtidos. Ao final, compare as informações pesquisadas com as dos colegas.

7. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

AMPLIAR

3. No maracatu, a calunga é uma boneca de origem africana, geralmente negra, carregada pelas damas do paço durante o cortejo. Ela representa a ancestralidade e tem um profundo significado cultural e religioso.

O maracatu de baque solto, ou maracatu rural, apresenta algumas diferenças em relação ao maracatu de baque virado, característico do carnaval de Recife. Sua música conta com um coro exclusivamente feminino e possui um ritmo mais acelerado, com o uso de instrumentos de metais (clarinete, saxofone, trombone, corneta ou pistom) e de percussão (tarol ou caixa, surdo, ganzá, chocalhos, cuíca, zabumba e gonguê). Além disso, sua personagem mais importante chama-se caboclo de lança, que move sua lança em todas as direções e leva chocalhos nas costas, também chamados de guizos ou de sinetas.

6. Diversas práticas corporais, incluindo as danças, têm um papel importante na preservação de memórias de resistência e momentos históricos que conferem identidade ao povo brasileiro, simbolizando suas lutas e vitórias sociais. O contato com o maracatu auxilia tanto na reflexão e na conscientização sobre um Brasil preconceituoso e escravagista do passado quanto na valorização das culturas e das conquistas de negras e negros.

1. A menina reflete sobre si mesma e sobre a conexão que existe entre a sua própria identidade e a sua ancestralidade. As roupas e os adereços utilizados por ela e os refletidos no espelho, no terceiro quadrinho, remetem a contextos históricos distintos.

REFLETIR ARGUMENTAR

E

2. O espelho simboliza para a menina a descoberta da sua própria identidade e um encontro com a sua história pessoal e coletiva. Mais do que apenas se ver, a menina reconhece seus ancestrais e a força da sua herança cultural africana. A conscientização sobre as raízes culturais confere um passo importante para o desenvolvimento da autoimagem e da autoaceitação, valorizando a diversidade.

Na seção anterior, você estudou que o maracatu é uma dança típica do estado de Pernambuco, tendo sido influenciado por outras culturas.

A seguir, você vai ler uma tirinha sobre autoimagem e identidade.

TAYÓ EM QUADRINHOS,

Kiusam de. Tayó em quadrinhos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2021. p. 8.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

SOBRE...

Kiusam de Oliveira (1965-), nascida em Santo André (SP), é pedagoga, doutora em Educação, mestre em Psicologia e terapeuta integrativa. Pela obra Tayó em quadrinhos, recebeu o Prêmio Cátedra da Unesco, em 2022.

■ Kiusam de Oliveira, em São Paulo (SP). Fotografia de 2020.

1. Ao se olhar no espelho, qual é a reflexão que a menina faz? Quais detalhes da menina e do reflexo dela justificam sua resposta?

2. O que o espelho simboliza para a menina? Qual é a importância desse simbolismo para o desenvolvimento da autoaceitação? Compartilhe suas reflexões com os colegas e o professor.

3. É p ossível estabelecer uma relação entre o espelho, apresentado na tirinha, e as danças afro­ brasileiras? Justifique seu ponto de vista utilizando argumentos.

INDICAÇÃO

3. Sim. As danças afro-brasileiras têm um papel semelhante ao espelho, porque promovem um encontro entre os seus praticantes e a sua ancestralidade africana, por meio dos gestos e movimentos do corpo que dança.

• MUSEU AFROBRASIL. São Paulo, c2024. Site. Disponível em: www.museuafrobrasil.org.br. Acesso em: 25 set. 2024. Museu cujo acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros e suas influências na construção da sociedade brasileira.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
OLIVEIRA,

CONEXÕES com

SOCIOLOGIA

Ilê Aiyê e a valorização da cultura negra

8

Neste Tópico, você teve a oportunidade de aprender os nomes de algumas danças afro-brasileiras. O samba afro é mais uma dessas danças e costuma ser praticado por integrantes dos blocos afro durante o Carnaval. O primeiro bloco afro que surgiu no Brasil foi o Ilê Aiyê, em Salvador, na Bahia. Os músicos e compositores uniram o samba aos toques utilizados nos rituais de candomblé para criar um ritmo diferenciado, o samba afro. Leia, a seguir, o trecho de um artigo para conhecer a história desse bloco.

balubas, tongas, xonas, chagas, zulus / Civilizações bantus, que no Brasil concentrou / Vila São Vicente,

canavial de presente / Pau Brasil, Salvador // Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil / Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil // Ei, pedra sobre pedra / Sangue e suor no chão / Agricultura floresce / Metalurgia aparece / Candomblé, religião / Irmandade, Boa Morte / Rosário dos Pretos / Zumbi lutador / Lideranças firmadas que, apesar do tempo, o vento não levou // Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil / Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu aju-

Transcrição da faixa de áudio 8: Eu vim de lá / Aqui cheguei / Trabalho forçado / Todo tempo acuado / Sem ter a minha vez / Eu vim de lá / Aqui cheguei / Trabalho forçado / Todo tempo acuado / Sem ter a minha vez // Dos grandes lagos / Regiões em que surgiu / Os bakongos, os bundos / os dou a construir o Brasil // Um legado na dança / Influência no linguajar / Sincretismo na crença / Na culinária, um bom paladar / Tristeza Palmares / Curuzu alegria / Ilê Aiyê Liberdade / Expressão bantu viva pra nossa Bahia

Músicas e referências culturais do Ilê Aiyê: Conheça o ritmo do primeiro bloco afro do Brasil

Fundado em 1974, no bairro da Liberdade, em Salvador, Bahia, o bloco do Ilê nasceu com uma proposta ousada: ser formado exclusivamente por pessoas negras. Naquela época, a decisão foi inusitada. Até então, não existia nenhuma associação carnavalesca voltada apenas para negros.

O objetivo dessa decisão era grandioso, embora bem simples: valorizar a cultura desse povo e permitir a representatividade negra dentro do Carnaval.

Para isso, as pessoas envolvidas no projeto se inspiraram em elementos históricos da religião e cultura dos povos africanos, buscando o resgate dessas referências.

Com consequência, além de permitir que a população, especialmente o povo negro e os periféricos, conhecessem sua própria história, o uso dessas referências também promoveu a disseminação e a valorização desse conhecimento cultural.

STEPHANE. Músicas e referências culturais do Ilê Aiyê: conheça o ritmo do primeiro bloco afro do Brasil. [S. l.]: Ilê Aiyê, 16 mar. 2023. Disponível em: https://ileaiyeoficial.com/referencias-culturais-do-ile-aiye/. Acesso em: 25 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. O Ilê Aiyê tem o compromisso de promover a valorização da cultura negra e de sua ancestralidade, fortalecendo a identidade afro-brasileira no contexto do Carnaval e da sociedade em geral.

1. Qual é o compromisso do bloco Ilê Aiyê com a cultura afro-brasileira?

2. Espera-se que os estudantes respondam que na época em que o bloco foi criado não existia nenhuma associação carnavalesca

2. Por qual motivo os fundadores do Ilê Aiyê decidiram que o bloco seria formado somente por pessoas negras?

voltada apenas para pessoas negras e também para valorizar a cultura desse povo e permitir a representatividade negra dentro do Carnaval. Ao fazer isso, o bloco criou um espaço de autoafirmação e de empoderamento da comunidade negra.

3. O nome do bloco é uma expressão em iorubá, um grupo étnico-linguístico africano. Ilê significa casa e Aiyê significa terra. Considerando isso, estabeleça relações entre o significado dessa expressão e a escolha dela para nomear o bloco.

4. Em sua opinião, qual é a importância social de práticas como o bloco Ilê Aiyê? Compartilhe-a com os colegas e o professor.

3. É possível associar os significados da expressão, que pode ser interpretada como “nossa casa” ou “nossa terra”, com a referência do bloco às heranças dos orixás e com os costumes sociais e culturais da mãe África.

INDICAÇÃO

• PÉRICLES: Voz da Consciência: Episódio 6 (Vovô do Ilê). [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo (7 min). Publicado pelo Canal do Pericão. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=tNdDubguAbc. Acesso em: 25 set. 2024. O vídeo apresenta uma conversa entre Péricles, cantor e compositor brasileiro, e Antônio Carlos dos Santos, mais conhecido como Vovô do Ilê, sobre a origem do bloco Ilê Aiyê.

4. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes mencionem que diversas práticas, inclusive as corporais, auxiliam no empoderamento do povo negro e das culturas afro-brasileiras, buscando a valorização e o respeito ao multiculturalismo brasileiro.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Maracatu

Nesta atividade, você terá a oportunidade de vivenciar uma experiência que valoriza e preserva a cultura afro-brasileira por meio da organização de um desfile de maracatu, da confecção de seus figurinos e instrumentos e da participação no desfile. A atividade também desenvolve a liderança, o trabalho em equipe, a expressividade corporal e a estruturação espaço-temporal.

Planejar

1. Verifique com o professor a data, o horário e o local do desfile, que pode acontecer nas imediações da escola.

2. Auxilie o professor na organização das personagens que serão interpretadas por você e os colegas.

3. Faça uma pesquisa na internet com os colegas para que possam conhecer melhor os figurinos, os instrumentos, o estandarte e a calunga. Para a confecção desses elementos, priorizem materiais reciclados ou reutilizados.

4. Para ensaiar e, depois, desfilar, será necessário reservar um dispositivo conectado a uma caixa de som com acesso à internet, para que, ao longo das experiências, vocês possam ouvir o maracatu.

5. Peçam orientações ao professor de Arte para confeccionar os figurinos, os instrumentos musicais, o estandarte e a calunga.

Praticar

1. O professor irá separar a turma em pequenos grupos, que devem elaborar dois passos para compor a coreografia de maracatu. Cada pessoa se expressa de uma forma por meio da música e isso deve ser respeitado, mas procurem definir movimentos de braços e passadas que sigam o ritmo da música e possam ser sincronizados.

2. Os grupos serão organizados de acordo com as personagens, conforme indicado a seguir.

• Grupo 1: porta-estandarte, damas do paço, casal de duques, casal de príncipes, embaixador, casal real e escravo.

• Grupo 2: yabás (baianas) e caboclo de pena (indígenas).

• Grupo 3: batuqueiros.

• Grupo 4: catirinas.

3. Apesar de ser uma dança de movimentação bastante livre, o maracatu é composto de duas estruturas básicas: o “passo básico” e o “gingado”. Para executar o passo básico, alterne a batida dos pés, no chão, enquanto movimenta os braços, flexionados, para cima e para baixo, com os cotovelos para fora. Aprendido o passo básico, é possível movimentar o corpo para a frente e para trás, enquanto, aos poucos, se avança em caminhada para a frente e de maneira livre.

■ Ilustração demonstrativa de passo básico do maracatu.

4. Se desejarem, integrantes de um ou mais grupos podem se apoiar no passo básico para elaborar outros passos e compartilhar com o restante da turma, de tal forma que os passos componham uma coreografia a ser dançada por todos.

5. Depois da coreografia definida, ensaiem o desfile, organizando o posicionamento das personagens na seguinte ordem:

a) porta-estandarte, que carrega o estandarte;

b) damas do paço segurando as calungas;

c) casal de duque e duquesa;

d) casal de príncipe e princesa;

e) embaixador;

f) rei, rainha e escravo, que carrega o guarda-sol; g) yabás;

h) caboclo de pena;

i) batuqueiros, com os instrumentos musicais; j) catirinas.

6. Convidem os familiares e todos os integrantes da comunidade escolar para assistirem ao desfile do cortejo e escolham o responsável por filmar o evento.

Avaliar

Depois de participar do maracatu, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com a atividade?

2. Quais foram os seus principais aprendizados sobre o maracatu?

3. Como foi o processo de organização do evento e a confecção das fantasias? O que você faria diferente se voltasse a participar de uma experiência semelhante?

4. Você conseguiu acompanhar os passos da coreografia? Percebeu o estímulo à orientação espacial e à aquisição de ritmo?

5. Em sua opinião, a atividade oportunizou o desenvolvimento do trabalho em equipe, da liderança e da expressividade corporal? Em quais momentos?

6. De que forma a vivência do maracatu contribuiu para a sua conscientização da importância dele como manifestação cultural?

NÃO ESCREVA NO LIVRO. ALEX ARGOZINO

2

A quadrilha e a pluralidade cultural nas danças regionais

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes citem características de danças regionais de onde moram, além de curiosidades de como a dança foi criada, por exemplo, ou até mesmo demonstrem a dança regional que eles conhecem.

Os ameríndios, os europeus e os africanos que formaram o povo brasileiro construíram uma cultura plural com expressões artísticas diversas, que se espalharam pelo imenso território do Brasil. As danças fazem parte dessa cultura, e os elementos que a compõem, como os gestos, os movimentos, as formações, as coreografias, os cantos, os ritmos, os instrumentos, os trajes e as alegorias, ajudaram a construir a identidade das diferentes regiões do país.

Nesse caldo cultural, existem danças com personagens, como o boi-bumbá; danças para serem praticadas individualmente, como o frevo; danças em pares, como o forró; danças em grupo, como a ciranda; danças com formações em fileiras, como a catira; danças com formações circulares, como o pau de fita; além de diversos tipos de gestos e movimentos, que incluem giros, sapateados, palmas e muitos outros.

PRIMEIRO OLHAR

2. Respostas pessoais. É possível que os estudantes tenham passado pela experiência de dançar ou tenham observado alguém dançando uma dança regional.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Você conhece alguma dança regional popular na cidade ou no estado em que mora? Se sim, quais são as características dessa dança?

2. Você já teve oportunidade de dançar ou observar alguém dançando uma dança regional? Compartilhe com os colegas e o professor essa experiência.

3. Em sua opinião, qual é a importância das danças regionais para a cultura brasileira?

Dentre as várias danças brasileiras que têm a sua origem relacionada aos povos europeus, destaca-se a quadrilha, dança tradicional da Região Nordeste, que foi inspirada na corte francesa. Depois de chegar ao Brasil e fazer sucesso nos salões da corte de D. Pedro I, a quadrilha se popularizou quando a república foi instaurada no país, sendo reinterpretada e acolhida por moradores da zona rural ao longo do século XX.

Desde que passou a integrar as festas juninas, a quadrilha tornou-se muito relevante do ponto de vista social, econômico e turístico para várias cidades brasileiras, principalmente as nordestinas. Além da relevância para a economia de várias cidades da Região Nordeste – como incentivo ao turismo e movimentação de uma cadeia produtiva da cultura que inclui os cenários, os figurinos e a maquiagem dos dançarinos –, a dança teve sua importância cultural para o país confirmada pelo Estado brasileiro por meio da lei no 14.900, de 2024, que reconhece as festas e as quadrilhas juninas como uma manifestação da cultura nacional.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a importância das danças regionais para ajudar a contar a história de um lugar, para preservar a cultura local e para construir as identidades coletivas das regiões que fazem parte do país, além de valorizar diferentes tradições e costumes do Brasil.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo sobre a história da quadrilha, publicado em um portal eletrônico.

Conheça a história da quadrilha junina

“Quadrilha junina é fenômeno que mobiliza recursos financeiros, afetivos e ancestrais de comunidades”

A história da quadrilha junina inicia lá na Europa, quando surge como uma dança praticada por camponeses e depois passa a ser incorporada na Corte, ou seja, considerada alta sociedade.

Na Inglaterra e França ela sofre algumas modificações e ganha uma organização e catalogação, demonstrando características de diferenciação social e elite. A pesquisadora e professora do Curso de Dança da UFPB, Ana Valéria, fala sobre o significado do nome.

“Ela tem esse nome de quadrilha porque é formada inicialmente por quatro pares de casais que formam um quadrado e desenvolvem variações de movimentos através da enunciação de um mestre de cerimônias, e a força e influência que teve a Corte Francesa faz com que hoje os movimentos carreguem palavras francesas como anavantu , anarriê , de fato”.

No Brasil, a quadrilha ganha notoriedade e as pessoas passam a dançar nos grandes salões de festas, mas com a destituição da Monarquia e a chegada da República, os elementos ligados ao imaginário da Corte Portuguesa são recusados pela então elite cultural. “Foi nesse período que a prática da dança da quadrilha começou a se manter nas populações mais pobres e regiões rurais, onde se dançava em celebração à colheita do milho, criando assim uma tradição”, explica Valéria.

■ Festa de São João, um dos eventos mais tradicionais da Região Nordeste, em Campina Grande (PB). Fotografia de 2011.

anavantu: (adaptação do francês “en avant ” , que significa “para frente”) ou alavantu, comando emitido pelo mestre de cerimônia para que os casais se direcionem para a frente uns dos outros. anarriê: (derivado do francês “derrière ”, que significa “atrás”) todos voltam para trás, retornando para a posição anterior à do anavantu.

1. A quadrilha surgiu na Europa como uma dança camponesa que foi assimilada pela nobreza e pela alta sociedade. O nome quadrilha provém da formação em quadrado de quatro casais, que desenvolvem variações de movimentos anunciados por um mestre de cerimônia.

2. A quadrilha foi introduzida no Brasil durante o período colonial e inicialmente era praticada nos grandes salões de festa da elite. Porém, com a queda da monarquia e a chegada da República, a quadrilha passou a ser associada às camadas populares, especialmente na região rural.

Processos migratórios e a figura do matuto nas quadrilhas

Ana Valéria ainda explica que nos anos de 1920 e 1930, devido a fortes secas no interior do Brasil, iniciaram-se os processos migratórios, e essas pessoas mais simples retornaram aos grandes centros urbanos com suas culturas e danças típicas interioranas, sendo uma delas a quadrilha.

Acabou sendo muito difundida nos ambientes escolares, porém com ideias pejorativas frente a esse povo do campo que agora habitava as cidades. “Muitas das vezes a quadrilha refletia a visão de Brasil que se queria implementar com urbanização e industrialização, e o homem do campo não é reconhecido nessa época, então nas escolas as quadrilhas eram inseridas com esse homem sendo tratado de forma pejorativa e caricatural: pobre, de roupa remendada, dente preto, que não sabe falar, e esses são elementos que começam a fazer parte das quadrilhas da época, principalmente no ambiente escolar”, afirma a professora.

Quadrilha, Babado de Xita e a força da juventude

As quadrilhas juninas mobilizam um grande número de pessoas, que não se restringem ao calendário de festejos juninos. Os ensaios desses grupos têm início nos primeiros meses do ano, assim como a preparação para apresentações e concursos.

Yan Santos, estudante do Curso de Dança da UFPB, é também coreógrafo e presidente da Quadrilha Junina Babado de Xita, do bairro do Cristo Redentor, Comunidades Vale das Palmeiras e Jardim Itabaiana, na capital.

O grupo foi fundado em 5 de setembro de 2019, um pouco antes da pandemia, mas só fez sua primeira aparição em 2021, na live das quadrilhas juninas de João Pessoa. “A Babado de Xita foi criada com o intuito de promover cultura no bairro, na comunidade, e também de ocupar a mente dos adolescentes e jovens, para promover um diferencial na vida dessas pessoas, porque a dança e a música proporcionam isso, em especial a dança típica da terra, do nosso Nordeste”, afirma o coreógrafo.

GOMES, Polyanna. Conheça a história da quadrilha junina. Brasil de Fato, João Pessoa, 22 jun. 2022. Disponível em: www.brasildefatopb.com.br/2022/06/22/conheca-a-historia-da-quadrilha-junina. Acesso em: 25 set. 2024.

3. Nas décadas de 1920 e 1930, o Brasil passou por processos de migração interna devido às fortes secas. As populações rurais migraram para os grandes centros urbanos, levando consigo suas tradições, incluindo a quadrilha, que era dançada em festividades realizadas pela população mais pobre e das áreas rurais, para celebrar a colheita do milho.

SOBRE...

Polyanna Gomes é jornalista, editora e produtora de um programa de rádio na Paraíba.

ATIVIDADES

4. A visão preconceituosa e estereotipada a respeito do povo do campo na quadrilha contribuiu para a marginalização dos costumes e das tradições do campo, associando-os à pobreza. Assim, a cultura rural, em vez de ser celebrada por suas particularidades e riquezas, foi muitas vezes distorcida e subvalorizada.

1. De acordo com o artigo, como surgiu a dança quadrilha e por que ela tem esse nome?

2. Como a dança da quadrilha chegou ao Brasil?

3. Em qual contexto histórico a quadrilha se espalhou pelos centros urbanos?

4. Segundo o artigo, o retrato estereotipado do caipira caricato na quadrilha reflete o preconceito social contra o povo do campo. Qual é o impacto desse preconceito na cultura rural brasileira?

5. Qual é a importância da quadrilha junina para a cultura regional brasileira?

6. Explique de que forma a quadrilha junina ganhou um novo significado e passou por transformações e por um resgate cultural ao longo dos anos. 6. Leia mais em Orientações para o professor.

5. A quadrilha é uma manifestação cultural que engloba vários elementos tradicionais de uma região, como costumes, tradições, culinária, músicas e assim por diante. É uma maneira de preservar, divulgar e valorizar diferentes culturas por meio da dança.

REFLETIR ARGUMENTAR E

1. A imagem retrata as pessoas dançando de maneira coletiva ao som de um grupo musical. Há, ainda, a presença de um casal, representando os casamentos que acontecem nas festas juninas.

Por fazer parte da cultura popular brasileira, as festas juninas são tema na literatura, na música e nas artes. A seguir, observe uma obra do artista pernambucano Militão dos Santos (1956-).

SOBRE...

2. Espera-se que os estudantes argumentem que as festas juninas promovem o encontro de várias pessoas, o que favorece a convivência entre os participantes. Além disso, as quadrilhas são dançadas em pares e em grupos, fazendo com que as pessoas interajam mais umas com as outras. Esses fatores ajudam na socialização e na comunicação entre diferentes grupos sociais.

■ SANTOS, Militão dos. Festa de São João. 2023. Óleo sobre tela, 40 cm x 60 cm.

Militão dos Santos é um artista plástico brasileiro nascido em Caruaru (PE), conhecido por sua arte naïf. Entre os vários temas em suas produções estão o folclore, as festas e as danças regionais brasileiros.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Quais elementos das festas juninas são retratados na imagem?

2. Ao analisar a imagem, é possível afirmar que as festas juninas ou as danças de quadrilha podem ajudar na saúde mental e na socialização? Justifique seu ponto de vista com argumentos.

3. Há pessoas que se sentem constrangidas quando dançam publicamente. Como tornar a dança mais democrática e acolhedora? Reflita sobre o assunto e converse com os colegas e o professor.

3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

INDICAÇÃO

• CAMPINA Grande ou Caruaru: qual o maior São João? [S. l.: s. n.], 2022. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Band Jornalismo. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=lIcUxZr8Lpg. Acesso em: 25 set. 2024.

O vídeo apresenta uma reportagem sobre a retomada das festas juninas em Campina Grande, na Paraíba, e em Caruaru, em Pernambuco, após a pandemia de covid-19.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Danças regionais brasileiras

Você aprendeu que as danças regionais apresentam diversidade e estão espalhadas pelo Brasil. Nesta seção, você terá a oportunidade de conhecer algumas dessas danças ao participar de uma pesquisa qualitativa, que envolve uma entrevista. A pesquisa qualitativa explora com profundidade dados subjetivos, ou seja, que não são quantificáveis. Depois, você e os colegas irão apresentar os dados da pesquisa para a turma.

Primeira etapa

1. A turma deve se organizar em dez grupos para pesquisar as seguintes danças regionais: carimbó; boi-bumbá; ciranda; frevo; catira; siriri; samba; jongo; fandango; e pau de fita.

2. Em grupo, façam uma busca na internet por academias, companhias ou grupos de dança que estejam envolvidos com o ensino e/ou apresentações da dança selecionada.

3. Selecionem duas academias, companhias ou grupos de dança e marquem uma entrevista on-line ou presencial com algum representante da instituição.

4. No caderno, preparem um roteiro de perguntas. A seguir, está um exemplo de roteiro:

• Qual é a origem e a história da dança?

• Quais são as características dos movimentos realizados na dança?

• Como os dançarinos se organizam (individualmente, em pares, em grupos)?

• Qual é o estilo musical que acompanha a dança?

• Como são os trajes e os adereços dos dançarinos?

• A dança acontece em quais datas ou festividades?

Segunda etapa

1. Antes de iniciarem a entrevista, preencham o termo de consentimento livre e esclarecido disponibilizado pelo professor e peçam para o entrevistado assiná-lo, autorizando a gravação da entrevista e o uso dos dados coletados para a pesquisa.

2. Gravem a entrevista e incentivem o entrevistado a fornecer informações detalhadas sobre os temas do roteiro.

Terceira etapa

1. Elaborem uma exposição oral para apresentar aos demais grupos os dados coletados na entrevista. Vocês podem elaborar cartazes ou slides para servir de apoio para a exposição.

2. Finalizadas as exposições orais, cada grupo deve realizar uma apresentação da dança escolhida com base nas informações coletadas, demonstrando alguns passos dessa dança.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Festival de dança de quadrilha

Nesta atividade, você e os colegas terão oportunidade de elaborar uma coreografia de quadrilha e participar da organização de um festival de dança de quadrilha na escola. Você vai experimentar diferentes passos de dança e desenvolver a coordenação motora e o ritmo. Para elaborar a coreografia, você irá exercitar a criatividade, a organização, o planejamento e a habilidade de trabalhar em equipe.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como uma quadra ou um pátio.

2. Será necessário reservar um dispositivo conectado a uma caixa de som com acesso à internet para reproduzir as músicas selecionadas pelos grupos durante a coreografia.

3. A turma deve ser organizada em grupos de até dez pessoas. Cada grupo deve pesquisar alguns passos básicos da quadrilha e praticá-los, definindo quais movimentos são mais interessantes. Depois, cada grupo deve elaborar uma coreografia com duração de três a cinco minutos. Leia, a seguir, alguns passos e movimentos básicos da quadrilha que o grupo pode experimentar.

■ Ilustração demonstrativa de estudantes caracterizados para a dança de quadrilha.

• Balancê: balançar o corpo no ritmo da música, permanecendo no lugar.

• Anavantu: caminhar para frente enquanto dança.

• Anarriê: caminhar de volta ao seu lugar enquanto dança.

• Grande passeio: em pares e com os braços entrelaçados, os condutores e os conduzidos se deslocam em um grande círculo formado por suas filas.

• Caminho da roça: todos caminham em uma fila única.

• Caracol: todos estão em uma única fila. A primeira pessoa da fila lidera o deslocamento enrolando a fileira, como se fosse um caracol, e depois realiza o deslocamento ao contrário, para desmanchar o caracol.

• Grande roda: todos dão as mãos para formar uma grande roda, movimentando-se para o lado direito e para o lado esquerdo conforme orientação do mestre de cerimônia.

• Túnel: em pares, conduzidos e condutores ficam frente a frente e elevam os braços, entrelaçando as mãos para criar um túnel. Um par de cada vez atravessa o túnel e, ao chegar ao final, ergue os braços. O processo continua até que todos tenham passado.

• Despedida: os pares são formados novamente e saem em fila, acenando para o público.

ALEX

4. Cada grupo deve selecionar uma música para executar a coreografia e definir os trajes para a apresentação.

5. Após escolherem os passos de dança e a música, os grupos devem ensaiar a coreografia para apresentá-la às outras turmas da escola.

6. Os grupos devem definir o dia, o horário e o local da apresentação com o professor.

7. Os grupos devem auxiliar o professor a definir uma equipe de colaboradores da escola e estudantes de outras turmas para formar a comissão julgadora do festival, responsável por avaliar os grupos de quadrilha. A comissão deve fornecer uma nota para as apresentações realizadas.

Praticar

1. N o dia da apresentação, os estudantes devem organizar o local com mesas e cadeiras para a comissão julgadora e um aparelho de som, além de decorar o ambiente com bandeirinhas juninas e fita adesiva.

2. Os grupos devem se apresentar em uma ordem estabelecida previamente pelo professor.

3. A comissão julgadora elegerá o grupo que realizou a melhor apresentação.

4. Ao final da atividade, os estudantes devem recolher a decoração e organizar o local, guardando mesas e cadeiras.

Avaliar

■ Ilustração demonstrativa na qual um grupo realiza o passo Grande roda da dança de quadrilha.

Depois de participar do festival de quadrilhas, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Você sentiu dificuldade para realizar a coreografia? Foi preciso alterar a coreografia depois de ensaiá-la?

2. Você concordou com as avaliações da comissão julgadora? Por quê?

3. Qual passo da dança você achou mais interessante e qual foi o mais difícil? É possível criar novos passos de dança?

4. Você percebeu o trabalho de coordenação motora? Em quais momentos?

5. Em sua opinião, a quadrilha é um meio que ajuda na socialização e na comunicação entre as pessoas?

6. Você utilizou os movimentos de dança para expressar emoções e interagir com os colegas?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

TÓPICO

3

O eu, o outro e o ritmo na dança de salão

As danças de salão abrangem todas as modalidades dançadas em duplas, que realizam passos e deslocamentos variados e harmônicos em relação ao acompanhante e à música. Essas danças surgiram na Europa, e tanto no período da Idade Média quanto no Renascimento havia diferença entre as danças folclóricas, que faziam parte dos encontros e das festas frequentados pelo povo, e as danças cheias de etiqueta dos salões de baile da corte. O minueto, a polca, a quadrilha e a valsa eram algumas das danças mais comuns nessa época.

PRIMEIRO OLHAR

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes tenham consciência de que a dança de salão abrange várias modalidades de danças executadas em pares.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes conheçam várias modalidades de dança de salão, como o forró, o tango, o samba de gafieira, a lambada, a valsa etc.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Compartilhe com os colegas e o professor o que você sabe sobre danças de salão.

2. Quais são as danças de salão que você conhece?

3. Você já teve oportunidade de praticar ou observar alguém praticando alguma dança de salão? Compartilhe com os colegas e o professor como foi essa experiência.

3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

A dança de salão mais antiga é a valsa, praticada desde a Idade Média. No século XVI, foi abandonada pelos aristocratas franceses, que a consideravam uma afronta aos bons costumes, porque fazia parte das culturas plebeia e burguesa. A valsa foi reintroduzida nos salões da nobreza somente no início do século XIX. O processo de colonização e imigração expandiu as fronteiras das danças de salão para além da Europa entre os séculos XIX e XX. Na América Latina, surgiram danças que fazem sucesso até hoje em festas e salões, como o samba de gafieira, o soltinho, o tango, o merengue e a salsa, além de muitas outras.

■ Casal pratica dança de salão, em Melbourne (Austrália). Fotografia de 2023.

No século XX, as danças de salão passaram pelo processo de esportivização e ganharam força como uma forma de esporte competitivo, especialmente com o surgimento das categorias “ballroom” e “latin”, que são praticadas em competições internacionais, como as organizadas pela World DanceSport Federation (WDSF). Além disso, em muitos países, as danças de salão se tornaram uma importante expressão cultural, incorporando elementos folclóricos e tradicionais de cada região, o que resultou em uma grande diversidade de estilos.

LER E COMPARTILHAR

Atualmente, as danças de salão continuam ocupando um espaço importante na cultura, como entretenimento e como expressão artística. Além de proporcionar uma atividade social e cultural, as danças de salão trazem também benefícios associados à prática regular de exercício físico.

■ Dançarinos apresentam-se em competição de dança, em Melbourne (Austrália). Fotografia de 2023.

Leia, a seguir, o prefácio que o dançarino, coreógrafo e professor de dança de salão Carlinhos de Jesus (1953-) escreveu para um livro.

Prefácio

Desde os oito anos de idade, tenho a dança como principal atividade. Percebi cedo que esta prática, além de prazerosa e divertida, me trazia melhor desenvoltura mental, motora, postural e autoestima nas alturas. Meu desempenho na escola era bom e eu era considerado um aluno muito inteligente. Nas festas, era disputado no salão e não negava nenhuma dança. Sigo dançando até hoje para viver, permanecer saudável e consciente e posso dizer que a dança é a minha fonte de renda, de felicidade e de energia. Sem ela não imagino o que seria da minha história.

Costumo dizer que qualquer pessoa é capaz de dançar, e é verdade. Os movimentos cotidianos também são ritmo, equilíbrio e coreografia. É a consciência corporal que eleva esses movimentos a outro patamar, e é a nossa criatividade que ressignifica e dá infinitas formas de interpretação a eles. Em todas as culturas, a dança tem papel importante, seja como ritual religioso, instrumento de comunicação, atividade social ou exercício lúdico. O fato é que é uma das principais práticas coletivas em todas as representações populares conhecidas até hoje.

Em tempos atuais, em que a pandemia nos trouxe sequelas físicas, mentais e sociais e reforçou ainda mais o sedentarismo, problema já conhecido em nossa sociedade, a dança se mostrou um potente remédio. Através dela é possível recuperar o viço perdido. Não é apenas movimento, é expressão, comunicação, troca, suor, ritmo, leveza, e, de quebra, uma atividade corporal ótima, capaz de eliminar quilos e angústias. Muito do que se busca na academia e na terapia pode ser encontrado em uma escola de dança.

1. A prática da dança transforma a mente, o corpo e as emoções, propiciando o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e sociais. Quando acompanhada de consciência corporal e criatividade, pode ser considerada uma forma de arte.

2. A dança oferece benefícios físicos e emocionais, além de ser uma excelente atividade física, com melhora da autoestima, da memória, da coordenação motora e das capacidades cognitivas.

Ao contrário de andar em uma esteira, a dança exige esforço mental e coordenação para sincronizar os passos com o parceiro, acompanhando ritmo e música. A memória é peça-chave nessa engrenagem, e exercitá-la é essencial para manter nossa capacidade cognitiva. Tenho aluno de todas as idades. Os mais idosos e aposentados relatam que dançar os faz tirar o pijama e sair de casa, torna-os mais falantes, alegres, fortes e engajados, sem contar que a coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade adquiridos com a prática os ajudam na realização das diferentes tarefas do dia a dia.

A dança é libertadora, capaz de transformar a autoestima, principal caminho para a tão almejada felicidade. E isso tem embasamento científico. Como o próprio dr. Peter Lovatt explica, a dopamina liberada enquanto dançamos nos ajuda a superar os sentimentos negativos.

A arte me possibilita expressar sentimentos e emoções e divulgar a cultura do meu país. Acredito e encaro a minha atividade profissional com seriedade, responsabilidade e a certeza de que a dança pode mudar a maneira como pensamos e sentimos. De fato, quem dança é mais feliz.

JESUS, Carlinhos de. Prefácio. In: LOVATT, Peter. O poder da dança: a ciência e a arte de se tornar mais forte, mais esperto e mais feliz.

3. Dançar é uma atividade que exige esforço mental e coordenação, exercitando a capacidade cognitiva, na medida em que é necessário acompanhar simultaneamente os passos do parceiro, o ritmo e a música, o que orna a dança uma aliada importante na melhoria da memória.

Tradução: Isabela Sampaio. Rio de Janeiro: Agir, 2023. E-book

4. Os movimentos do dia a dia também apresentam ritmo, equilíbrio e coreografia e, por meio da consciência corporal, esses movimentos são elevados a outro patamar, sendo reinterpretados e ressignificados com ajuda da criatividade das pessoas, transformando-se em dança.

SOBRE...

Carlinhos de Jesus é dançarino, coreógrafo, ator, diretor e professor de dança.

■ Carlinhos de Jesus. Fotografia de 2024.

5. A dança de salão pode trazer muitos benefícios para os idosos, como o desenvolvimento de coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade, o que facilita a realização de tarefas cotidianas. Além disso, a dança estimula a socialização, o que contribui para o bem-estar emocional. A prática regular também os motiva a sair de casa, promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável.

ATIVIDADES

1. O texto apresenta a dança como um agente transformador, para além da atividade física. Explique.

2. Segundo o autor, quais são os benefícios proporcionados pela dança?

3. De que forma a dança pode colaborar para a melhoria da memória?

4. Qual é a relação entre a dança e os movimentos realizados pelas pessoas no dia a dia?

5. Como a prática da dança de salão pode impactar positivamente a vida dos idosos, especialmente em relação à saúde física e social?

6. Embora a dança de salão seja tradicionalmente praticada em salões de baile e em festas, ela pode ser realizada em outros ambientes.

a) Quais podem ser esses locais?

6. a) A dança de salão pode ser praticada em diversos ambientes além dos salões de baile e festas, como em escolas de dança, academias, praças públicas, centros comunitários, eventos ao ar livre e até em casa, com familiares ou amigos.

b) Como esses locais podem influenciar a prática dessa atividade?

7. Faça uma pesquisa para saber qual é a função da dopamina no organismo e explique como esse neurotransmissor está relacionado à prática da dança. Depois, compartilhe com os colegas e o professor os dados obtidos.

6. b) Cada local oferece uma dinâmica diferente: nas escolas de dança, o foco é no aprendizado técnico; em praças ou eventos públicos, a prática pode ser mais descontraída

INDICAÇÃO

e acessível a todos, promovendo a socialização e o lazer. A variedade de ambientes amplia o acesso à dança de salão, permitindo que ela seja praticada de forma mais inclusiva e em diferentes contextos.

• COREOGRAFIA Soltinho com Roberto Dias e Flávia Lisboa: Música “Happy”. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal TV Brasil. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=QLrx0353JX0. Acesso em: 14 out. 2024. O vídeo apresenta uma coreografia de soltinho, modalidade de dança de salão brasileira.

7. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compreendam que a dopamina é um neurotransmissor responsável por levar informações do cérebro para diversas partes do corpo e, quando liberada, provoca a sensação de prazer, motivação e satisfação.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Coreografias de dança não profissional têm sido disseminadas em aplicativos, tornando a dança um produto digital adquirido e consumido, comprometendo a qualidade da dança profissional. Com o lançamento de aplicativos, a dança consolida-se como entretenimento e um produto comercial.

ARGUMENTAR E

A seguir, leia o trecho de um texto sobre a relação entre a dança profissional e a disseminação da dança em redes sociais que veiculam vídeos curtos.

Tik Tok e profissionais da dança: parceria ou conflito?

2. O compartilhamento de vídeos não profissionais transforma a dança em um produto digital consumido e exibido nas redes sociais. O foco passa a ser a performance e a busca por aprovação on-line, em vez da apreciação da dança como expressão artística. Isso incentiva um consumo superficial da prática, focado mais na estética do conteúdo digital do que na experiência pessoal e cultural da dança.

Engajamento interferindo na dança profissional

De acordo com relatos de dançarinos em diversas plataformas de debates, a falta de zelo com a arte performática traz danos a longo prazo para a comunidade da dança. […] Coreógrafo, professor e dançarino profissional com mais de 18 anos de carreira, Jonatas dos Santos Cardoso, conhecido artisticamente como Jo Cardoso, afirma que a situação se deve ao sentimento imediatista que acomete a sociedade atual.

O professor esclarece que as pessoas estão optando pelo “caminho mais fácil”. Ao invés de treinar coreografias mais desafiadoras, como os movimentos reproduzidos por Beyoncé em Single Ladies há alguns anos […], escolhem passos simples e virais para um vídeo curto. Isso gera maior alcance com melhor possibilidade de engajamento.

De acordo com Jo, “É tudo sobre o hype , é tudo sobre o máximo de pessoas, curtidas, comentários, compartilhamentos e seguidores que eu conseguir sem fazer muito esforço”. Então, não é possível negar a relevância da dança num contexto social e cultural. E, quando esse objetivo se perde, a dança passa de algo emocional e relacionado à energia para instrumento de popularidade. “A falta de criatividade, a pandemia, esse hype … tudo motiva para que as pessoas cada vez façam menos. Façam apenas o básico”, Jo esclarece. Por isso, é tão complicado definir até onde as danças virais interferem na dança profissional.

FERRY, Mariana. Tik Tok e profissionais da dança: parceria ou conflito? In: COLAB. Belo Horizonte, 1 nov. 2021. Disponível em: https://blogfca.pucminas.br/colab/tik-tok-e-profissionais-da-danca-parceria-ou-conflito/. Acesso em: 28 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Para uma parcela dos dançarinos profissionais, a dança propagada em aplicativos tem como objetivo o engajamento. De que maneira essa atitude transforma a dança em um bem de consumo no mercado digital? Justifique a sua resposta e compartilhe-a com os colegas e o professor.

2. De que maneira o compartilhamento de vídeos contribui para o consumo da dança como entretenimento digital? Quais são os possíveis impactos dessa prática na forma como a dança é vivenciada e apreciada?

3. Como o uso da dança como bem de consumo em aplicativos subverte o sentido da dança como forma de expressão cultural? Quais são as implicações dessa mudança? Reflita e converse com os colegas e o professor sobre o assunto.

3. A dança é uma forma de expressão cultural acessível a todos. No entanto, ao viralizá-la em aplicativos, transformando-a em um produto de mercado, a dança pode esvaziar-se de sentido enquanto manifestação cultural de muitos povos. Isso reduz seu papel a um entretenimento comercial, acessível apenas a um grupo específico, e desvaloriza os profissionais da dança.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Soltinho

Agora, você terá oportunidade de aprender dois passos de soltinho, modalidade de dança de salão brasileira surgida nas gafieiras do Rio de Janeiro na década de 1980, que tem como base a dança estadunidense swing/jazz. O soltinho combina ginga e improviso e costuma ser dançado ao som de rock nacional das décadas de 1960, 1970 e 1980. Os passos são rápidos e dinâmicos, com giros e combinações coreografadas, que desenvolvem a coordenação motora, o ritmo e a orientação espacial.

Após aprender os dois passos dessa modalidade de dança de salão, você deve combiná-los para compor uma coreografia a ser apresentada para a turma.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como um pátio ou uma quadra.

2. Será necessário providenciar um dispositivo conectado a uma caixa de som com acesso à internet para reproduzir algumas músicas selecionadas pela turma para a realização da atividade.

3. A turma deve formar duplas para dançar o soltinho.

Praticar

1. As duplas devem se posicionar e seguir as orientações do professor.

2. Para começar, cada dupla irá treinar o passo básico do soltinho.

Posição inicial do passo básico do soltinho

• Os dois integrantes da dupla devem posicionar-se um à frente do outro, segurando ambas as mãos do seu par.

• Os pés começam juntos, com o corpo equilibrado.

■ Ilustração demonstrativa do passo básico do soltinho: posição inicial.

Primeiro movimento: passo para trás

• Cada integrante da dupla deve soltar uma das mãos e levar a perna do mesmo lado para trás, transferindo o peso do corpo e pisando com este pé no chão.

• Nesse momento, o pé da perna que está na frente eleva-se levemente do chão.

■ Ilustração demonstrativa do primeiro movimento: passo para trás.

Segundo movimento: passo para frente

• Em seguida, o pé da frente realiza uma pisada curta à frente no chão, enquanto o pé de trás se junta ao da frente, retornando à posição inicial e marcando a transição para o passo lateral.

■ Ilustração demonstrativa do segundo movimento: passo para frente.

Terceiro movimento: passo lateral

• Os dois integrantes da dupla devem realizar o primeiro movimento e, depois, fazer um sobrepasso lateral, começando com o afastamento do pé que estava atrás e transferindo o peso para essa perna.

• Em seguida, deve-se juntar o outro pé, retornando à posição inicial.

■ Ilustração demonstrativa do terceiro movimento: passo lateral.

3. Agora, as duplas irão treinar o giro do soltinho.

Posição inicial do giro do soltinho

• Os dois integrantes da dupla devem posicionar-se um à frente do outro, segurando ambas as mãos do seu par.

• Os pés começam juntos, com o corpo equilibrado.

■ Ilustração demonstrativa da posição inicial do giro do soltinho.

Primeiro movimento: preparação para o giro

• Sem soltar as mãos, cada integrante da dupla deve levar uma perna para trás, realizando os dois primeiros movimentos do passo básico.

• Deve-se observar que, em pares, o movimento dos pés será espelhado: enquanto um dos componentes da dupla está com o pé direito à frente, o outro estará com o pé esquerdo à frente.

• Enquanto o pé que está à frente realiza o sobrepasso, será iniciada a preparação do giro. A pessoa que estiver sendo conduzida se aproxima do condutor do giro nesse momento, sem que a dupla solte as mãos.

Segundo movimento: início do giro

• A pessoa conduzida inicia o giro, com um dos braços elevados e o outro na linha da cintura, sem soltar as mãos do condutor.

• O condutor permanece no lugar, girando a pessoa que estiver sendo conduzida.

■ Ilustração demonstrativa do primeiro movimento: preparação para o giro.

■ Ilustração demonstrativa do segundo movimento: início do giro.

Terceiro movimento: final do giro

• Depois de finalizar o giro, a pessoa conduzida e o condutor permanecem um ao lado do outro, mantendo as mãos entrelaçadas.

• Os braços que tinham sido elevados durante o giro abaixam-se e permanecem à frente do corpo.

• O outro braço da pessoa conduzida também fica à frente do corpo, segurando a mão do condutor, cujo braço se posiciona atrás do tronco da pessoa conduzida.

Quarto movimento: transição para a posição inicial

• Os braços abaixados devem ser elevados novamente, e o condutor deve girar a pessoa conduzida no sentido contrário ao feito anteriormente.

■ Ilustração demonstrativa do terceiro movimento: final do giro.

■ Ilustração demonstrativa do quarto movimento: transição para a posição inicial.

Quinto movimento: retorno à posição inicial

• A dupla deve retornar à posição inicial sem soltar as mãos.

■ Ilustração demonstrativa do quinto movimento: retorno à posição inicial.

4. Enquanto a música toca, a dupla deve combinar os dois passos para compor uma coreografia.

5. Cada dupla deve criar passos para serem acrescentados à coreografia.

6. A coreografia deve ser repetida com outras músicas selecionadas.

7. As duplas devem organizar o momento da apresentação da coreografia para os colegas.

Avaliar

Depois de aprender a coreografia do soltinho, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Houve algum momento ou passo que você achou mais desafiador? Como foi para você combinar os diferentes movimentos?

2. Ao trabalhar em dupla, como foi o processo de sincronizar os movimentos com a música? Que estratégias você utilizou para criar novos passos? Como foi essa colaboração com o seu parceiro?

3. Que emoções você experimentou ao dançar a modalidade soltinho? O que mais surpreendeu você?

4. De que maneira você percebeu que a atividade contribuiu para o desenvolvimento de suas habilidades motoras, senso de ritmo e orientação no espaço?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1O CAPÍTULO

DANÇAS

ESPORTES DE MARCA, DE PRECISÃO E DE CAMPO E TACO

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor

■ Atletas disputam uma das provas de corrida do atletismo, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

No Capítulo 10, você participará de leituras, reflexões e atividades práticas relacionadas aos esportes de marca, de precisão e de campo e taco. No Tópico 1, você vai explorar o atletismo e a motivação das pessoas para participar de desafios de corrida. No Tópico 2 , você vai aprender as regras de bocha, inclusive sua versão paralímpica. No Tópico 3, você vai estudar e praticar o beisebol. Antes de começar o estudo deste Capítulo, é preciso compreender os conceitos de esportes de marca, de precisão e de campo e taco.

Os esportes de marca são aqueles que apresentam comparações de resultados, registrados em segundos, metros ou quilos, como o triatlo e a vela. Os esportes de precisão se caracterizam por arremesso ou lançamento de objetos em direção a um alvo estático ou em movimento, comparando-se o número de tentativas, a pontuação obtida ou a proximidade do objeto arremessado com o alvo, como a bocha e o golfe. Os esportes de campo e taco se referem às modalidades nas quais a bola lançada é rebatida o mais longe possível, possibilitando ao rebatedor percorrer as bases o maior número de vezes ou a maior distância entre as bases, enquanto os defensores tentam recuperar a bola rebatida, como no beisebol ou no críquete.

Com base nessas informações, em qual categoria se enquadra o esporte representado na fotografia?

Espera-se que os estudantes identifiquem, na imagem representada na página, a corrida rasa, que faz parte do conjunto de provas da modalidade corrida do atletismo, e classifiquem o atletismo como esporte de marca, pois o resultado é obtido por meio de comparação, em segundos e frações de segundos.

1

Atletismo e motivação

O atletismo é um esporte de marca, com uma tradição que remonta aos Jogos Olímpicos da Antiguidade, quando os gregos disputavam as corridas de velocidade dromo (ou estádio, pois equivalia ao comprimento de um estádio), de 192,27 metros, e diaulo (ou duplo estádio), de 384,5 metros; e a corrida de longa distância dólico, que podia compreender 7 a 24 estádios, ou seja, até 4 614 metros. Havia também a prova combinada pentatlo, que compunha o lançamento de disco, o salto em extensão, o lançamento de dardo, a corrida e a luta.

Atualmente, as modalidades do atletismo que são disputadas em diversos eventos nacionais e internacionais compreendem as corridas de velocidade, de média e de longa distância; as corridas com obstáculos e com barreiras; as corridas de revezamento; as corridas de rua; as corridas em montanha, em trilha e cross country ; a marcha atlética; os saltos; os lançamentos; o arremesso e as provas combinadas.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O atletismo é um esporte composto de diferentes provas ou modalidades. Quais provas ou modalidades do atletismo você conhece?

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

2. Em sua opinião, o atletismo é valorizado no Brasil? Como você avalia a divulgação do esporte nas mídias em geral? Justifique suas respostas.

2. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

3. Você já teve a oportunidade de assistir a alguma prova de atletismo? Já participou de alguma prova ou pratica a modalidade?

3. Respostas pessoais. É possível que os estudantes tenham acompanhado pela televisão ou pela internet alguns eventos de atletismo, como campeonatos mundiais, Jogos Olímpicos, Jogos Pan-Americanos ou Jogos Paralímpicos.

■ Final da prova feminina de corrida rasa de 5 000 m, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

NÃO
ESCREVA NO LIVRO.

As provas olímpicas do atletismo são divididas em provas de rua, provas de pista, provas de campo e provas combinadas.

As provas de rua são a maratona, a marcha atlética de 20 quilômetros e a marcha atlética de 50 quilômetros. Com exceção da marcha atlética de 50 quilômetros, exclusiva para os homens, as demais provas de rua são disputadas nas categorias feminina e masculina.

■ Visão geral do estádio Hayward Field, em Eugene, no estado de Oregon (Estados Unidos), que recebeu o Campeonato Mundial de Atletismo de 2022. Fotografia de 2021.

As provas de pista compreendem as corridas de 100 m, 200 m, 400 m, 800 m, 1 500 m, 5 000 m, 10 000 m, 100 m com barreiras, 110 m com barreiras, 400 m com barreiras, 3 000 m com obstáculos e os revezamentos 4 x 100 m e 4 x 400 m. Todas as provas de pista são disputadas nas categorias feminina e masculina, exceto 100 m com barreiras, restrita às mulheres, e 110 m com barreiras, restrita aos homens. No revezamento 4 x 400 m, além das categorias feminina e masculina, há também a categoria mista, com dois homens e duas mulheres compondo cada equipe.

As provas de campo abrangem as competições que acontecem no centro da pista oval do atletismo e são as seguintes: lançamentos de dardo, disco e martelo; arremesso de peso e saltos em distância, em altura, triplo e com vara. Todas as provas de campo são disputadas nas categorias feminina e masculina.

As provas combinadas se referem ao heptatlo feminino e ao decatlo masculino. O heptatlo abrange as corridas de 200 m, 100 m com barreiras e 800 m; os saltos em altura e em distância; o lançamento de dardo e o arremesso de peso. As modalidades que compõem o decatlo são as corridas de 100 m, 110 m com barreiras, 400 m e 1 500 m; os saltos em distância, em altura e com vara; os lançamentos de disco e de dardo e o arremesso de peso. São atribuídas pontuações ao desempenho dos atletas nas modalidades de acordo com uma tabela predeterminada, e as somatórias de todas essas pontuações definem a classificação final.

Além de atrair a atenção de atletas, que se dedicam aos treinamentos e às competições oficiais, o atletismo também desperta o interesse de muitos praticantes amadores de corrida de rua, que encontram na modalidade uma alternativa para a manutenção de um estilo de vida saudável.

■ Atletas disputam a prova dos 110 m com barreira, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

KIRBY LEE/AP

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um livro literário que aborda a escrita e a corrida.

[…]

Não me levem a mal – não sou totalmente anticompetitivo. É apenas que, por algum motivo, nunca me importei muito se derroto os outros ou se perco deles. Esse sentimento permaneceu um tanto inalterado depois que cresci. Não faz diferença o campo de atuação – derrotar alguém simplesmente não é meu barato. Interesso-me muito mais por atingir os objetivos que fixei para mim mesmo, de modo que, nesse sentido, corridas de longa distância caem como uma luva para uma disposição de espírito como a minha.

Corredores de maratona compreenderão o que quero dizer. Não nos importamos de fato se derrotamos este ou aquele corredor particular. Corredores de primeiro nível, é claro, visam superar seus rivais mais próximos, mas para o corredor mediano, do dia a dia, a rivalidade individual não é uma questão de suma importância. Tenho certeza de que existem corredores comuns cujo desejo de derrotar um rival particular os incita a treinar com mais afinco. Mas o que acontece se seu rival, seja por que motivo for, abandona a competição? Sua motivação pela corrida desaparece ou pelo menos diminui, e fica difícil para eles continuar correndo por muito mais tempo.

Os corredores mais comuns são motivados por um objetivo individual, mais do que qualquer outra coisa: a saber, um tempo que desejam bater. Assim que consegue bater esse tempo, um corredor vai sentir ter atingido o objetivo a que se propôs, e se não conseguir, sentirá que não o fez. Mesmo que não consiga fazer o tempo que esperava, contanto que tenha o sentimento de satisfação de ter feito seu melhor – e, possivelmente, ter feito alguma descoberta significativa sobre si mesmo no processo – então isso é uma realização em si, um sentimento positivo que ele pode levar consigo para a corrida seguinte.

O mesmo pode ser dito a respeito da minha profissão. Na ocupação de romancista, até onde sei, não existe isso de vencer ou perder. Talvez o número de exemplares vendidos, prêmios recebidos e elogios de crítica sirvam como parâmetros externos para a realização literária, mas nenhum deles importa de fato. O crucial é que o que você escreve atinja os padrões que estabeleceu para si mesmo. O fracasso em atingir essa marca não é algo em cuja explicação você possa fornecer facilmente. Quando se trata das outras pessoas, sempre é possível aparecer com uma justificativa razoável, mas não dá para tapear a si mesmo. Nesse sentido, escrever romances e correr maratonas inteiras são atividades muito semelhantes. Basicamente, o escritor tem uma motivação silenciosa, interior, e não busca validação em coisas que sejam visíveis externamente. Para mim, correr é tanto um exercício como uma metáfora. Correndo dia após dia, colecionando corridas, pouco a pouco elevo meu patamar, e cumprindo cada nível aprimoro a mim mesmo. Pelo menos é nisso que deposito meu empenho dia após dia: elevar meu próprio nível. Não sou um grande corredor, de modo algum. Estou mais para um nível comum – ou, antes, mediano. Mas isso não vem ao caso. A questão é se melhorei ou não em relação ao dia anterior. Em corridas de longa distância, o único oponente que você tem de derrotar é você mesmo, o modo como você costumava ser.

MURAKAMI, Haruki. Quem ousa rir de Mick Jagger? In: MURAKAMI, Haruki. Do que eu falo quando eu falo de corrida: um relato pessoal. Tradução: Cássio de Arantes Leite. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 12-13.

SOBRE...

Haruki Murakami (1949-) é escritor e tradutor, considerado um dos autores mais importantes da literatura japonesa. Dois de seus principais livros são Kafka à beira-mar e Caçando carneiros

ATIVIDADES

1. O autor estabelece uma relação entre essa característica anticompetitiva e potenciais adversários ou rivais, em qualquer âmbito da vida, e diz que nunca se importou muito com vitórias ou derrotas envolvendo essa competição com as pessoas, afirmando que derrotar alguém nunca lhe rendeu satisfação alguma. Por isso, as corridas de longa distância se encaixam perfeitamente no seu perfil – o único “adversário” dele é ele mesmo, e as “marcas a serem batidas” são simplesmente os objetivos que ele traçou de acordo com o ritmo e o desempenho avaliados por ele mesmo dia após dia.

1. Haruki Murakami revela uma característica que o acompanha desde muito cedo – um traço anticompetitivo. Segundo ele, por que as corridas de longa distância combinam muito bem com a sua personalidade?

2. Como o autor descreve a motivação dos corredores amadores em relação à satisfação pessoal?

3. Qual é a mensagem passada pelo autor ao afirmar que, em corridas de longa distância, o único oponente é o próprio indivíduo?

3. O foco está na melhoria contínua do próprio desempenho, e não na comparação com o desempenho dos outros. O sucesso, nessa perspectiva, decorre da evolução pessoal e da capacidade de ir além de suas conquistas anteriores.

4. Por que Murakami compara correr a escrever romances? Quais são as semelhanças entre essas atividades?

4. Correr e escrever exigem dedicação, disciplina e motivação interior cujo principal objetivo é a superação pessoal. Em ambas as atividades, o progresso é alcançado pouco a pouco, com esforço diário e perseverança.

5. O texto apresenta uma metáfora, traçando paralelos entre o esforço de correr uma maratona e o esforço de escrever um romance. Estabeleça uma metáfora entre uma ação e uma atividade que você exerce em sua vida, que exige esforço e dedicação, e compartilhe com os colegas e o professor.

5. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

AMPLIAR

2. O autor explica que a rivalidade com outros competidores não é o principal fator de motivação dos corredores amadores. A satisfação está relacionada à autossuperação, quando as metas pessoais de desempenho que tinham sido estabelecidas são atingidas. O importante para esses corredores é o sentimento de realização pessoal e a descoberta de algo novo sobre si mesmo durante o processo.

Uma das cenas mais icônicas da história olímpica aconteceu na primeira prova de maratona feminina da história dos Jogos Olímpicos, realizada em Los Angeles (Estados Unidos) em 1984, quando a atleta suíça Gabriela Andersen-Schiess (1945-) percorreu os metros finais em um estado de completa exaustão, cambaleando e arrastando uma das pernas, enquanto era ovacionada pelo público. Essa imagem rodou o mundo e se tornou um símbolo de perseverança.

■ A atleta suíça Gabriela Andersen-Schiess durante prova de maratona feminina nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (Estados Unidos). Fotografia de 1984.

INDICAÇÕES

• CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO. Regras de competição e regras técnicas da World Athletics . [S. l.]: CBAt, 2024. Disponível em: https://sge.cbat.org.br/_uploads/orgaoAnexo/1u6-h4V4oe9ZzDNu7c37-FHbFK4YVxRIL. pdf. Acesso em: 29 set. 2024.

Documento da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) que apresenta as regras do atletismo, com ilustrações técnicas detalhadas.

• COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO. Visitas . [S. l.]: CPB, 2024. Disponível em: https://cpb.org.br/ct-paralimpico/ visitas/. Acesso em: 10 out. 2024.

Site do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, situado na Rodovia dos Imigrantes, no estado de São Paulo, que permite o agendamento de visitas guiadas para conhecer a estrutura com quase 100 mil m2 , incluindo duas pistas de atletismo, uma coberta e uma descoberta. Com a orientação do professor e da escola, você e os colegas também podem pesquisar e visitar uma pista de atletismo em algum estádio municipal na região ou próximo da região onde moram.

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REFLETIR ARGUMENTAR E

A maratona é uma prova do atletismo capaz de despertar emoções diversas nos praticantes e possibilita a exploração do autoconhecimento. Leia, a seguir, uma tirinha que aborda a relação de um praticante com a maratona.

IOTTI, Carlos Henrique. [Huhu! Começou!]. Contra Relógio, [s. l.], 12 jan. 2022. Disponível em: https://contrarelogio.com.br/ as-melhores-charges-do-iotti-para-ajudar-a-superar-estes-tempos-tao-bicudos-cr-agosto-2016/. Acesso em: 29 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Na prova representada na tirinha, a condição física se mistura à condição mental do maratonista. Em sua opinião, a maratona exige mais dos competidores o esforço físico ou o esforço mental? Justifique seu ponto de vista com argumentos.

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

2. Na tirinha, percebe-se que o corredor, ao término da prova, está pensando na próxima maratona, o que surpreende o leitor, já que, no quadrinho anterior, ele deu indícios de que nunca mais participaria de uma. Por que isso aconteceu? Quais paralelos é possível traçar entre a tirinha e situações reais?

2. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

3. Alguma situação vivenciada por você se assemelha à história de superação pessoal apresentada na tirinha? Compartilhe com os colegas e o professor.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes

compartilhem situações nas quais alcançaram objetivos, demonstrando perseverança.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

CONEXÕES com ...

QUÍMICA

A dopagem no esporte

Na seção Ler e compartilhar, você leu o trecho de um texto literário sobre um escritor que incorporou ao seu cotidiano o hábito de correr, relacionando-o a metas pessoais. No meio esportivo profissional, o sucesso de atletas está diretamente relacionado à superação do desempenho dos adversários, o que faz com que muitos deles recorram a artifícios ilícitos para conquistar objetivos. Leia, a seguir, o trecho de um artigo que aborda o doping no esporte.

Química contra a dopagem

Nossa sociedade está dominada pela automedicação e pelo uso indevido da química para melhorar o desempenho ou a aparência pessoal.

[…]

Muitas pessoas acreditam que essas substâncias não sejam prejudiciais, ou que os ‘ganhos’ compensariam os riscos, o que é um grande erro. Os anabolizantes, por exemplo, são tidos como ‘glamurosos’ e apresentados como a solução para problemas estéticos e de força muscular, mas têm os mesmos efeitos colaterais das chamadas drogas ‘pesadas’.

[…]

Quando a sociedade perde seu rumo, cabe aos poderes constituídos fiscalizar e coibir as práticas indevidas. No âmbito do esporte, cabe às confederações e federações esportivas zelar pela saúde dos competidores e pela ética na competição, realizando, nos atletas filiados, o controle de dopagem (ou doping, como é muito conhecido).

As drogas são moléculas e sua atividade no corpo humano se dá por meio de interações moleculares. Como são identificadas pelo organismo como algo estranho, este procura eliminá-las, transformando-as em moléculas mais fáceis de transportar para a corrente sanguínea e daí para as excreções naturais (urina, fezes, suor) e para cabelos e pelos.

[…]

Portanto, para avaliar se houve dopagem é preciso determinar a presença da droga ou de seus metabólitos em material obtido do atleta. A urina, que acumula os resíduos eliminados pelo organismo, é o material preferencial para essa análise, mas, para certos tipos de substância, a capacidade de detecção é maior quando a investigação é feita no sangue ou no plasma sanguíneo.

Laboratórios autorizados

Embora ainda existam discordâncias, o controle de dopagem no esporte é necessário para combater os malefícios causados pela prática à saúde e garantir a igualdade de condições nas competições.

Nos dois aspectos, a química tem papel fundamental: essa ciência demonstra esses malefícios, por meio das áreas correlatas de farmacologia e toxicologia, e permite detectar o uso de substâncias proibidas, pela análise da composição de fluidos e tecidos cedidos pelo atleta.

A profissionalização levou o desenvolvimento do esporte aos limites da capacidade humana. No atletismo, por exemplo, em provas de velocidade, os recordes diferem em centésimos de segundo! Esse é o terreno fértil para a dopagem: um ‘algo mais’, por menor que seja, pode resultar nessas pequenas diferenças de desempenho, com enorme ganho para o vencedor.

Assim, premidos pela necessidade de vencer a qualquer custo, atletas utilizam diferentes tipos de substâncias, como estimulantes, narcóticos/analgésicos, anabolizantes, corticosteroides, diuréticos, betabloqueadores, carreadores de oxigênio, hormônios (eritropoietina, hormônio do crescimento, insulina), produtos mascarantes (para burlar as análises de controle), transfusões de sangue e, em breve, dopagem genética.

Para cobrir todas essas possibilidades de dopagem, a química analítica precisou desenvolver-se, procurando antecipar-se às novas práticas idealizadas pelos atletas e seus (maus) colaboradores. Técnicas sofisticadas de análise, como cromatografia e espectrometria de massas , são as grandes responsáveis p elo sucesso do controle de dopagem. […]

AQUINO NETO, Francisco Radler de. Química contra a dopagem. Ciência Hoje, [s. l.], nov. 2011. Disponível em: www.cienciahoje.org.br/artigo/quimica-contra-a-dopagem/. Acesso em: 29 set. 2024.

2. A profusão de casos de doping no esporte pode acarretar desconfiança do público em relação aos critérios determinados para garantir a competitividade e até mesmo a integridade física dos praticantes, “manchando” a imagem dessas modalidades e, possivelmente, fazendo com que muitos percam o interesse de acompanhar as competições, o que, para a divulgação e o prestígio das modalidades que apresentam esses casos e também do esporte em geral, pode ser bastante prejudicial.

cromatografia: processo de separação dos componentes em uma mistura complexa. espectrometria de massas: técnica de elucidação estrutural baseada na medida de relação massa/carga de um íon (átomo, molécula ou grupo destes eletricamente carregado).

1. S egundo o artigo, a dopagem é algo presente no esporte e também entre as pessoas que não competem. Qual é a razão de alguns atletas profissionais e praticantes de exercícios físicos recorrerem ao uso de substâncias ilegais?

2. De que maneira as dopagens podem afetar negativamente as modalidades esportivas e o esporte em geral?

3. No artigo, há alguns exemplos de substâncias ilegais e termos do universo da Química relacionados ao tema.

1. Leia mais em Orientações para o professor 3. Leia mais em Orientações para o professor

a) Em grupos, de acordo com a distribuição feita pelo professor, façam uma pesquisa para aprofundar conhecimentos sobre:

• interações moleculares;

• metabólitos;

• anabolizantes;

• corticosteroides;

• diuréticos;

• betabloqueadores;

• carregadores de oxigênio;

• eritropoietina;

• insulina.

b) Elaborem um resumo dos dados obtidos para compartilhar com os demais grupos.

c) Com base nas informações compartilhadas entre os grupos, reflitam e discutam como as substâncias ilegais (doping) agem no corpo humano, quais são suas composições químicas e os malefícios que podem causar na saúde a curto, médio e longo prazo.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

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Corrida de revezamento

Nesta atividade, você vai participar de uma corrida de revezamento, que promove o planejamento estratégico, o trabalho em equipe, a resistência aeróbica e o domínio rítmico. A atividade também estimula a determinação e a superação e oportuniza a adoção de um estilo de vida saudável.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada preferencialmente em uma quadra da escola, com utilização dos seguintes materiais: cones para demarcar o trajeto da corrida; cronômetro (pode ser de um celular ou de um relógio de pulso) para registrar os tempos das equipes; bastões de madeira para serem trocados entre os corredores das equipes; conjuntos de coletes de diferentes cores para identificar as equipes; garrafas e copos de água para a hidratação dos corredores.

2. É preciso contar com a ajuda de voluntários para auxiliar os trabalhos de cronometragem, fiscalização e segurança dos corredores. Você pode convidar os professores ou os colaboradores da escola para ajudarem nessa prática.

3. Antes de iniciar a atividade, é preciso organizar a turma em equipes, com o mesmo número de integrantes cada uma.

Praticar

1. A competição é de regularidade; portanto, o desafio de cada equipe consiste em aproximar o máximo possível o tempo total de corrida de uma meta preestabelecida.

2. É permitido andar ou correr.

3. As equipes devem, inicialmente, realizar corridas de teste para medir o tempo total que cada integrante leva para completar uma volta no percurso. Com base nesses testes, a equipe deve somar o tempo de seus integrantes para definir uma meta, estabelecendo um ritmo que garanta regularidade entre os corredores.

4. Na corrida de revezamento, os quatro primeiros corredores de cada equipe começam no cone de saída, partindo um de cada vez. Cada um desses corredores que inicia a corrida precisa estar com o bastão em mãos e, quando o primeiro corredor finalizar a volta, o próximo corredor da equipe deve iniciar a corrida, e assim sucessivamente, até que participe da corrida o último integrante das equipes.

5. A partir do segundo corredor, a entrada dos competidores ocorre pela zona de passagem, que é o local designado para que a troca seja válida.

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6. Após todos os corredores finalizarem suas voltas e a equipe encerrar a corrida, o tempo total será comparado com o tempo estipulado como meta. A equipe vencedora será aquela que mais se aproximar da meta previamente estabelecida, demonstrando maior regularidade.

■ Ilustração demonstrativa na qual estudantes participam de corrida de revezamento na escola.

Avaliar

Depois de participar da corrida de revezamento, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Ao praticar a corrida, você conseguiu manter o ritmo durante o percurso? Sentiu cansaço ou desconforto em algum momento? Se sim, o que fez para superá-los?

2. Qual foi a estratégia elaborada pela sua equipe para atingir a meta de tempo no percurso, depois de conhecer os tempos individuais de seus corredores? A estratégia foi eficiente?

3. Você percebeu a demanda por planejamento estratégico, trabalho em equipe, resistência aeróbica, domínio rítmico, determinação e superação durante a atividade prática?

4. Quais mudanças você sugeriria na atividade prática para enfatizar o trabalho de resistência aeróbica?

5. Você percebeu que correr é uma ação saudável que traz benefícios para a saúde? De que maneira essa atividade pode melhorar sua saúde física e mental e impactar positivamente na socialização?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
ALEX RODRIGUES

2 TÓPICO Bocha, um esporte democrático

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes tenham conhecimento de que na bocha são realizados lançamentos que objetivam aproximar as bolas lançadas de uma bola

menor presente na cancha e que as partidas podem ser praticadas nos formatos individual e por equipes. É possível que alguns estudantes saibam

que a bocha é uma das modalidades disputadas nos Jogos Paralímpicos. É possível também que alguns tenham tido a oportunidade de assistir a partidas de bocha presencialmente ou de participar de um jogo de bocha, especialmente os moradores das regiões Sul e Sudeste.

A bocha é um esporte de precisão que tem como objetivo arremessar bolas coloridas o mais próximo possível de uma bola-alvo. De origem remota, há registros que indicam que a bocha se assemelha a um tipo de passatempo praticado com pedras arredondadas na Grécia Antiga e no Egito Antigo. Entretanto, sua origem reconhecida é o Império Romano: integrantes do exército de Roma praticavam bocha nos momentos de lazer e difundiram o jogo pelas regiões ocupadas durante o período de expansão imperial. A bocha foi trazida ao Brasil por imigrantes italianos, no início do século XX, inicialmente, para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tendo se espalhado para os demais estados das regiões Sul e Sudeste.

As disputas oficiais de bocha podem ser individuais ou por equipes, e o objetivo dos jogadores é lançar bolas, denominadas bochas, para tentar posicioná-las o mais próximo possível de uma bola menor, conhecida como bolim, ou atingir uma bocha adversária, afastando-a do bolim. O esporte é bastante inclusivo e passou a integrar o programa dos Jogos Paralímpicos em 1984.

PRIMEIRO OLHAR

2. Respostas pessoais. É possível que alguns estudantes tenham passado pela experiência de assistir a uma partida de bocha adaptada e que citem o fato de os atletas poderem usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio (calhas), ou contar com ajudantes (calheiros) para realizar o arremesso.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais informações você conhece sobre a bocha? Você já teve oportunidade de observar ou participar de um jogo de bocha? Compartilhe a experiência com a turma.

2. Você já teve oportunidade de acompanhar pela TV ou pela internet alguma partida de bocha adaptada? Se sim, quais foram as adaptações que mais chamaram a sua atenção?

3. Por que você acha que a bocha não é uma modalidade tão popular? Reflita com os colegas sobre as hipóteses levantadas.

A bocha adaptada (chamada bocha paralímpica quando disputada em Jogos Paralímpicos) é uma modalidade que oportuniza a participação de atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou com deficiências severas em competições esportivas. Todos competem sentados em cadeiras de rodas e, de acordo com a sua classificação funcional, é permitido usar as mãos, os pés e calhas, que são os instrumentos de auxílio, ou contar com o apoio de ajudantes, denominados calheiros.

■ A jogadora brasileira de bocha Ana Caroline Martins (1985-). Fotografia de 2018.

3. Resposta pessoal. É possível que alguns estudantes tenham uma visão estereotipada da bocha, associando a prática a pessoas idosas, ou até mesmo que não a considerem como uma modalidade esportiva competitiva.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
JARDIEL

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um livro que narra a trajetória do campeão mundial de bocha adaptada Dirceu José Pinto (1980-2020).

O milagre de Dirceu

As visitas ao clube da cidade eram frequentes. Em um desses dias de sol, um dos professores se aproximou para fazer um convite. Era para conhecer a bocha. Dirceu engoliu o desprezo. Imagina praticar um jogo de velhos, chato, com essas bolinhas… Nem morto, pensou. Mas a gentileza gerou outra gentileza. Não dava para ignorar uma pessoa tentando ajudar. Embora tenha achado a sugestão descabida, ele aceitou fazer um teste. Mas pediu para pensar antes.

A má vontade para conhecer a modalidade era por causa do uso obrigatório da cadeira de rodas. Naquela altura, aos dezoito anos, Dirceu ainda caminhava sozinho. Nunca tinha sentado em uma cadeira especial. A família e os amigos pediam para que ele tentasse usá-la, já que os tombos eram frequentes e nem sempre havia alguém para dar auxílio, para colocá-lo em pé novamente. A resposta era não.

Mas havia algo na bocha que o atraía, apesar daquela cadeira que gritava fraqueza. A cadeira fazia um convite oposto, queria testar sua força. Todas as manhãs, Dirceu olhava o mesmo homem se esforçando para jogar bocha no Clube Náutico de Mogi. Era o professor Ronaldo Tadeu. Ele segurava e lançava as bolinhas com dificuldade, mas não desistia. Foram três meses de observação cuidadosa, até que Tadeu foi em sua direção carregando bolinhas azuis, uma calha, e uma pergunta. Não foi preciso dizer muita coisa, nem mesmo explicar o esporte adaptado. Dirceu já sabia. Cada bolinha que arremessava era um desabafo. Como era bom ter o que dizer com aqueles braços que se esticavam com dificuldade, mas estavam lá, lutando pelo movimento perfeito, pelo movimento possível. Um daqueles momentos mágicos que te recolocam no mundo. Foi assim que sentiu, assim que começou, assim que descobriu que buscava muitas vitórias na vida, nas batalhas do dia a dia e na pista.

[…]

Foram semanas sem dormir. A preocupação era treinar o máximo que podia, por isso era natural ver Dirceu passar dias inteiros dentro do clube de Mogi. Para custear a viagem para a China, familiares e amigos fizeram vaquinha, rifa, de tudo um pouco. A poucos dias do embarque, Dirceu sonhou que tinha ido para a final da Paralimpíada com o chinês Yuk Wing Leung, o melhor do mundo. Quando ia arremessar sua bolinha, ele acordou. Não deu tempo de saber se ganharia a batalha no universo onírico, mas poderia tentar de olhos bem abertos. E foi justamente o que aconteceu.

Dirceu não era um dos favoritos, ainda mais depois da fraca atuação na Copa do Mundo. Jogo a jogo, entretanto, ele alcançou a final, e foi exatamente da maneira como sonhou e com o adversário que tanto estudou – o chinês de Hong Kong. Confiante, Dirceu começou muito bem a partida e, no finalzinho, contou com um erro do adversário. O placar foi 3 a 1. O Brasil conquistava ali sua primeira medalha da história da bocha paralímpica. Dirceu conquistava ali a certeza de que sua fé o levara até a medalha. Lembrou do Salmo 1. Dos dias na cama. Do choro em silêncio, dos amigos que perdeu, dos gritos que deu, da dor que sentiu. Tudo agora tinha sabor de medalha de ouro.

ASSIS, Joanna de. Para-heróis. Caxias do Sul: Belas-Letras, 2014. E-book. Localizável em: § 32-56.

SOBRE...

Joanna de Assis (1980-) é jornalista, repórter esportiva, correspondente internacional e autora.

1. Inicialmente, Dirceu tinha uma impressão negativa sobre a bocha e sobre o uso da cadeira de rodas. Ele entendia a bocha como um “jogo de velhos” e rejeitava a cadeira de rodas, por considerá-la um sinal de fraqueza. Depois de observar o professor Ronaldo Tadeu durante um período e constatar que, mesmo enfrentando dificuldades, ele continuava jogando bocha, Dirceu mudou sua forma de pensar.

AMPLIAR

2. Dirceu foi motivado pelo exemplo do professor Ronaldo Tadeu, que, além de apresentar a bocha, promoveu uma mobilização para viabilizar financeiramente sua viagem à China, para disputar as Paralimpíadas.

Dirceu José Pinto era nadador, mas precisou abandonar a prática após o avanço de uma doença degenerativa muscular. Aos 22 anos, iniciou a transição para a cadeira de rodas e encontrou na bocha o apoio físico e psicológico necessário para enfrentar as mudanças em sua vida.

Considerado o maior nome da bocha adaptada no Brasil, o atleta conquistou cinco medalhas paralímpicas ao longo de sua carreira: duas de ouro em Pequim, em 2008; duas de ouro em Londres, em 2012; e uma de prata no Rio de Janeiro, em 2016. Dirceu também foi campeão parapan-americano em Toronto, em 2015, campeão mundial em 2010 e vice-campeão mundial em 2014.

Em virtude de problemas cardíacos, Dirceu faleceu em abril de 2020.

ATIVIDADES

3. Estar aberto a novas experiências pode transformar a visão de mundo de um indivíduo, ajudando a superar preconceitos, além de oportunizar a descoberta de novas habilidades, paixões e forças que nem sequer imaginava possuir.

4. A história paralímpica de Dirceu traz uma mensagem de perseverança, porque, apesar de não ser considerado o favorito para a medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de 2008, Dirceu não desistiu do seu sonho e, depois de muita dedicação, tornou-se campeão paralímpico.

■ O atleta de bocha adaptada Dirceu José Pinto. Fotografia de 2008.

5. A prática esportiva propicia o amadurecimento de habilidades socioemocionais que ajudam a lidar com os desafios e com as próprias emoções. Assim como nos esportes, a vida é uma jornada de altos e baixos. Os esportes ensinam a importância da preparação e da persistência, assegurando que as vitórias vêm com esforço e determinação.

1. Qual era a impressão de Dirceu em relação ao jogo de bocha? Como ele mudou sua opinião?

2. Qual foi a importância do professor Ronaldo Tadeu na trajetória do atleta?

3. Que lição a mudança de comportamento de Dirceu em relação à bocha pode ensinar aos leitores sobre preconceitos direcionados às situações desconhecidas?

4. Qual é a mensagem transmitida pela trajetória paralímpica de Dirceu?

5. De que maneira os esportes podem ajudar as pessoas a lidar com as próprias emoções e desafios?

6. D e que modo os valores intrínsecos à bocha paralímpica podem auxiliar as aprendizagens na Educação Física escolar?

6. A modalidade é uma oportunidade para a vivência, a reflexão e a discussão de aspectos essenciais à vida em sociedade, como o estabelecimento de relações construtivas, empáticas e pautadas no respeito às diferenças.

INDICAÇÕES

• PINTO, Dirceu José. Sem trabalho duro não existe conquista. [S. l.], 2016. Medium: Rede Nacional do Esporte, 9 jul. 2016. Disponível em: https://medium.com/min-esporte/semtrabalhoduronaoexisteconquista-f09bbacaebe1. Acesso em: 30 set. 2024. Registro de Dirceu José Pinto sobre sua história de vida.

• BOCHA. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Comitê Paralímpico Brasileiro. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Y_p2dwUjwiM. Acesso em: 30 set. 2024. O vídeo apresenta a bocha paralímpica.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam que as pessoas com deficiência nem sempre conseguem usufruir de seus direitos de acesso às atividades artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, em função da falta de recursos materiais, da inadequação das instalações no que se refere à acessibilidade e da falta de preparo dos profissionais envolvidos com essas áreas.

REFLETIR ARGUMENTAR E

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes contribuam com algumas sugestões, como: adaptações nas atividades, para que os estudantes com deficiência também consigam participar delas, nos materiais e equipamentos e na estrutura física, para garantir a

Na leitura da seção Ler e compartilhar, você pôde constatar a importância do esporte para pessoas com deficiência. A seguir, leia um trecho do Estatuto da Pessoa com Deficiência.

acessibilidade nos espaços; capacitação de professores e funcionários para atender estudantes com deficiência; promoção de uma cultura inclusiva na comunidade escolar; oferta de apoio especializado aos estudantes com deficiência; parcerias com a comunidade etc.

CAPÍTULO IX – Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao Lazer

Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso:

I – a bens culturais em formato acessível;

II – a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais e desportivas em formato acessível; e

III – a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.

[…]

Art. 43. O poder público deve promover a participação da pessoa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:

I – incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de recursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;

II – assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das atividades de que trata este artigo; e

III – assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as demais pessoas.

BRASIL Estatuto da Pessoa com Deficiência . 3. ed. Brasília, DF: Senado Federal, 2019. p. 28. Disponível em: www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/554329/estatuto_da_pessoa_com_deficiencia_3ed.pdf. Acesso em: 30 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Em sua opinião, os direitos assegurados pelos artigos 42 e 43 do Estatuto da Pessoa com Deficiência estão sendo cumpridos em todo o Brasil? Compartilhe sua resposta, utilizando argumentos que defendam seu ponto de vista.

2. De que maneira as escolas podem garantir a participação das pessoas com deficiência em atividades culturais e esportivas em igualdade de condições com os demais estudantes?

3. Quais ações você pode adotar para auxiliar a sua escola a se tornar um ambiente mais inclusivo? Reflita sobre o assunto e compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes se comprometam a adotar comportamentos empáticos em relação às pessoas com deficiência, buscando alternativas para acolhê-las e incluí-las nas atividades, além de cobrar os colegas e os professores a adotar as mesmas práticas. Os estudantes também podem se comprometer a, coletivamente, exigir da administração da escola que sejam feitas adequações na estrutura, para garantir a acessibilidade e a inclusão das pessoas com deficiência.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

BUSCAR MAIS CONHECIMENTO

Inclusão social no jogo de bocha

Na seção Ler e compartilhar, você teve a oportunidade de conhecer um pouco da trajetória de vida do atleta de bocha adaptada Dirceu José Pinto. Agora, você vai realizar uma revisão bibliográfica sobre a inclusão social por meio dessa prática corporal. A revisão bibliográfica investiga os estudos que já foram publicados sobre um determinado tema que se deseja conhecer.

■ A atleta de bocha paralímpica Laissa Teixeira (2005-) nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

Primeira etapa

1. Antes de iniciar a revisão bibliográfica, a turma deve ser organizada em grupos.

2. Reúna-se com o seu grupo. Juntos, pesquisem estudos científicos sobre bocha.

Os estudos científicos são encontrados em periódicos, isto é, em revistas científicas que publicam periodicamente artigos, resumos ou resenhas escritos por pesquisadores, para que os autores e estudiosos em geral possam compartilhar seus estudos e/ou acompanhar as produções científicas em determinada área do conhecimento. Normalmente, a periodicidade da publicação é trimestral, semestral ou anual. Os periódicos científicos ficam armazenados em bases de dados de instituições e órgãos ligados ao ensino e à pesquisa.

3. Depois de acessarem algum portal de periódicos, escrevam, na barra de buscas, o tema ou as palavras-chave que desejam investigar, como a palavra bocha.

4. Observem que vocês foram direcionados para uma nova página, que, geralmente, exibe, de um lado da tela, vários títulos de artigos científicos e, do outro lado, algumas opções de filtros, para vocês aprimorarem a busca. Para que consigam acessar somente os artigos gratuitos do tema pesquisado, procurem por algum filtro que indique que o acesso é aberto ou gratuito e cliquem em “sim” ou “buscar”.

5. Para acessarem somente artigos científicos na sua busca, no filtro sobre o tipo de recurso ou conteúdo, selecionem “artigo” ou “publicações legais”.

6. Para acessarem as publicações mais recentes sobre o tema pesquisado, no filtro do ano de criação, selecionem o período entre 2020 e o ano atual ou a data decrescente.

7. Para incluírem na pesquisa sobre bocha o tema da inclusão, caso haja um filtro sobre áreas, cliquem em “Ciências Humanas”.

8. A maior parte dos artigos científicos é publicada na língua inglesa, uma vez que as revistas científicas mais importantes aceitam somente publicações em inglês, mas, para facilitar o encaminhamento desta revisão bibliográfica, sugere-se que os artigos investigados estejam em português. Portanto, localizem o filtro “idioma” e cliquem em “português”.

9. Selecionados todos os filtros que interessam para esta pesquisa, cliquem no botão “filtrar”, para serem redirecionados a uma nova página, na qual serão exibidos os títulos de todos os artigos que atendem às exigências dos filtros escolhidos.

10. Leiam os títulos de todos os artigos encontrados e selecionem aqueles que se relacionam à inclusão social por meio da bocha. Em seguida, cliquem nesses artigos e leiam seus resumos, para se certificarem de que abordam o tema que vocês estão investigando.

11. Depois de finalizarem o processo de busca e seleção de artigos científicos que abordam a inclusão social por meio da bocha, o professor irá distribuir esses artigos pelos diferentes grupos.

Segunda etapa

1. Leiam o artigo que foi atribuído ao grupo de vocês e preparem uma apresentação oral para ser compartilhada com os colegas, identificando os seguintes elementos:

• título;

• autores;

• periódico em que foi publicado e ano de publicação;

• principais informações apresentadas na introdução;

• resultados obtidos pelo estudo;

• conclusões dos autores.

2. Após a apresentação de todos os grupos, organizem uma roda de conversa para a reflexão e discussão acerca das questões a seguir.

• E xistem semelhanças estruturais entre os artigos científicos apresentados? Quais?

• Os artigos apresentam informações semelhantes sobre a bocha? Quais?

• Os artigos apresentam informações distintas sobre a bocha? Quais?

• Quais informações despertaram mais a sua atenção? Por quê?

• Pode-se confiar nas informações partilhadas? Por quê?

• De que modo a atividade contribuiu para o seu pensamento crítico?

• Você compreendeu que as conquistas científicas normalmente são fruto do trabalho de membros da comunidade, e não atos isolados de personalidades singulares?

3. Para finalizar, converse com os colegas e o professor sobre outros temas relativos à cultura corporal de movimento que poderiam ser interessantes para a realização de uma revisão bibliográfica nas aulas de Educação Física.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Jogo de bocha

Nesta atividade, será desenvolvido um jogo adaptado de bocha, para promover o desenvolvimento do pensamento estratégico, da concentração e da precisão do lançamento, enquanto estimula o respeito e a inclusão.

Planejar

1. A atividade será realizada em uma área plana, com, no mínimo, 3 m de largura por 5 m de comprimento. Serão utilizados os seguintes materiais: fita adesiva colorida, trena ou fita métrica, dezesseis bochas (oito de cada cor) e um bolim. As bochas e o bolim podem ser substituídos por bolas de meia ou de areia. A fita adesiva deve ser usada para realizar as marcações indicadas na ilustração a seguir.

■ Ilustração demonstrativa de área de jogo para bocha.

Oficialmente, a bocha é praticada em uma quadra, denominada cancha, com dimensões de 24 m de comprimento por 4 m de largura, ou 12,5 m por 6 m, no caso da bocha paralímpica.

2. A turma será organizada em equipes com quatro integrantes.

Praticar

1. Antes do início da atividade, reservar dois minutos para que as equipes tenham a oportunidade de se reunir e definir suas estratégias.

2. O objetivo do jogo é posicionar as bochas o mais próximo possível do bolim. Para isso, as equipes devem seguir as seguintes regras:

• Antes de iniciar o jogo, é realizado um sorteio para definir a equipe que lançará o bolim, que deve alcançar a área restrita entre as linhas de 3 m e 5 m, na extremidade oposta àquela onde se encontram os jogadores.

Linha de arremesso
Bochas
Bolim
ALEX ARGOZINO

• A s equipes se alternam para lançar quatro bochas durante a partida, a fim de posicioná-las o mais próximo possível do bolim. Cada integrante do grupo deverá lançar uma bocha por partida.

• Para lançar a bocha, o jogador deve posicionar-se atrás da linha de lançamento. A bocha deve ser lançada pelo ar e não rolada no solo. Após a primeira partida, procure experimentar outras formas de lançar a bocha, como utilizar os pés.

• Ao ser lançada, a bocha pode encostar no bolim ou em qualquer bocha adversária, podendo, inclusive, deslocá-los.

• A bocha que sair da área de jogo, seja pelo lançamento, seja empurrada por outra bocha, é eliminada da partida.

• Será atribuído um ponto à equipe que tiver a bocha posicionada mais próxima ao bolim, após a finalização de todos os lançamentos. Em seguida, o bolim é lançado novamente, para reiniciar o jogo.

• A primeira equipe a marcar 12 pontos vence o jogo.

■ Ilustração demonstrativa da prática do jogo de bocha.

Avaliar

Depois de participar do jogo de bocha, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade.

Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com o jogo de bocha?

2. Quais estratégias foram elaboradas por sua equipe para aproximar as bochas do bolim e afastar as bochas adversárias? As estratégias foram bem-sucedidas?

3. Em quais momentos você percebeu o estímulo ao pensamento estratégico, à concentração e à precisão do lançamento durante a atividade?

4. Antes de realizar a prática, você tinha algum preconceito em relação à bocha?

5. Quais mudanças você proporia para tornar a atividade mais inclusiva, viabilizando a participação de pessoas com deficiência no jogo?

6. Q uais valores intrínsecos à bocha paralímpica podem ser incorporados em seu projeto de vida?

NÃO ESCREVA NO LIVRO. ALEX ARGOZINO

TÓPICO

Beisebol, softbol e adequações esportivas 3

O beisebol é um esporte de campo e taco, disputado por duas equipes com nove jogadores, que se revezam entre o ataque e a defesa e que utilizam quatro bases, em um campo com formato semelhante ao de um losango. Cada jogada inicia com o arremesso da bola por um defensor, rebatida com um taco por um rebatedor da equipe atacante. Para pontuar, um jogador atacante precisa passar em segurança pelas três primeiras bases e atingir a quarta base, denominada home plate.

Os jogos que utilizavam tacos e bolas eram praticados há muito tempo na Europa, e imigrantes ingleses levaram esses jogos aos Estados Unidos, onde várias modificações nas regras originaram o beisebol, nas primeiras décadas de 1800. O esporte é muito popular em Cuba, nos Estados Unidos, no Japão e na Venezuela.

■ Jogadores disputam uma partida no Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi, em São Paulo (SP), o único estádio público de beisebol do Brasil. Fotografia de 2011.

1. Resposta pessoal. É possível que a maior parte dos estudantes associe o beisebol a um esporte cujos jogadores rebatem uma bola com um taco e correm por bases.

PRIMEIRO OLHAR

2. Resposta pessoal. É possível que alguns estudantes tenham tido a oportunidade de assistir a uma partida de beisebol presencialmente, pela televisão ou pela internet. Eles poderão também comentar se viram algum filme ou alguma série em que esse esporte estava presente.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais conhecimentos você tem sobre o beisebol?

2. Você já teve oportunidade de assistir a um jogo de beisebol ou participar de uma partida desse esporte? Compartilhe sua experiência com a turma.

3. Em sua opinião, de que maneira o beisebol, como esporte de campo e taco, pode ser vivenciado no ambiente escolar?

O beisebol começou a ser praticado no Brasil no início do século XX, por estadunidenses que moravam na cidade de São Paulo e por imigrantes japoneses, no interior do estado. Embora não seja um esporte muito conhecido e divulgado no Brasil, a seleção brasileira masculina já conquistou alguns campeonatos e foi medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2023, que ocorreram em Santiago, no Chile.

3. Resposta pessoal. É possível que os estudantes citem alguns jogos pré-desportivos para jogar o beisebol e indiquem materiais que podem ser usados, como bastões, cones, arcos (bambolês), bolas de borracha, ressaltando que a quadra ou o pátio da escola são os espaços mais adequados para a prática.

Leia, a seguir, uma reportagem, publicada na internet, a respeito de Felipe Natel (1989-), jogador brasileiro de beisebol.

Pan: Pelé do beisebol quer se dedicar a erguer o esporte no Brasil

No Japão, ele é Felipe Natel. No Brasil, o Pelé do Beisebol. Único garoto negro entre a molecada de origem oriental na escolinha da modalidade em Itapetininga (SP), quando ganhou o apelido, o arremessador fez carreira no Japão e viu no Pan uma oportunidade de retribuir parte do que a modalidade lhe deu.

Se a seleção ganhou uma prata inédita, muito foi graças a ele, que agora sonha em ver outros garotos tendo a mesma oportunidade. “O beisebol me deu tudo o que eu tenho. Tudo foi graças ao beisebol. Então agora eu me dedico para poder dar um pouco de mim também para ajudar o pessoal” […].

“Eu já estou no final da minha carreira, então agora eu estou focado bastante em poder ajudar a erguer o beisebol no meu país. São poucas as chances que a gente tem de jogar pela seleção e esse ano, esse Pan, me foquei bastante aqui para a gente ter um resultado, para deixar alguma coisa aqui”, continuou.

Pelé, ou Natel, tinha amigos de infância que já jogavam beisebol, o pai trabalhava com a comunidade japonesa de Itapetininga, e foi lá que ele aprendeu a modalidade. Na pré-adolescência, ainda jogou por Tatuí, uma cidade próxima, também com forte presença oriental, antes de ser um dos primeiros jogadores revelados pelo CT Yakult, em Ibiúna (SP).

Construído pela empresa japonesa, o CT é uma academia de formação de atletas de beisebol, que passam por uma peneira entre 13 e 14 anos, e vivem e treinam ali até completarem o ensino médio. Os melhores são contratados por equipes dos EUA, do Japão e da Europa. Os demais voltam para casa. A estrutura é administrada pela Confederação Brasileira de Beisebol, mas custa cerca de R$ 3 mil ao mês, incluindo a escola particular.

1. O beisebol proporcionou a Felipe Natel, segundo o próprio atleta, tudo o que ele conquistou, o que permite inferir que esse esporte gerou muitas das oportunidades que o atleta teve para se desenvolver como profissional e, possivelmente, também no campo da vida pessoal.

2. Felipe Natel é uma referência do beisebol brasileiro, com uma trajetória inspiradora no esporte.

Pelé teve essa formação paga pelo Nippon Blue Jays, equipe de Arujá (SP) e, aos 17, foi contratado pelo Yamaha, do Japão, onde está até hoje, aos 34. “Geralmente antes dos 30, o pessoal já vai parando, porque quanto mais novo, melhor o braço, né? Mas acho que estou fazendo bem a minha parte, para me manter no time”, diz.

Nessa reta final da carreira, ele tem feito o possível para estar sempre presente para a seleção brasileira, apesar de o calendário do Brasil muitas vezes coincidir com o do clube dele no Japão. […]

Acostumado a uma outra realidade, em um país onde o beisebol é paixão nacional, Pelé espera que a medalha de prata conquistada no Pan mude a realidade para novas gerações. “A gente precisa de muito apoio também em questão financeira e, poxa, tem tanta gente que deixa de jogar por essa questão… Eu gostaria que abrisse portas também, como eu tive a oportunidade de ter uma porta aberta para eu continuar.”

■ O arremessador Felipe Natel nos Jogos Pan-Americanos de 2023, em Santiago (Chile). Fotografia de 2023.

VECCHIOLI, Demétrio. Pan: Pelé do beisebol quer se dedicar a erguer o esporte no Brasil. UOL , [s. l.], 23 out. 2023. Disponível em: www.uol.com.br/esporte/colunas/olhar-olimpico/2023/10/29/pele-do-beisebol.htm. Acesso em: 30 set. 2024. 3. O apelido “Pelé do beisebol” faz uma referência ao jogador de futebol Pelé, apelido pelo qual é mundialmente conhecido o jogador de futebol brasileiro Edson Arantes do Nascimento (1940-2022), considerado por muitas pessoas um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos. Como Felipe Natel é também considerado um exímio jogador na modalidade em que atua, alguém utilizou essa alcunha relacionando-o ao talento de Pelé, com a qual possivelmente outras pessoas concordaram, deixando evidente que ele é uma das referências no beisebol.

ATIVIDADES

1. Qual foi o impacto do beisebol na vida pessoal de Felipe Natel?

2. Qual é a importância de Felipe Natel no cenário do beisebol no Brasil?

3. O apelido pelo qual Felipe Natel é conhecido no Brasil é um indício da força que o futebol tem no país e da influência que exerce em outras modalidades. Com base nesse fato, de que maneira é possível relacionar futebol e beisebol?

4. Como a presença de atletas de diferentes origens pode contribuir para romper barreiras e aumentar a representatividade em esportes nos quais a diversidade étnico-racial ainda é limitada?

5. Felipe Natel quer retribuir as oportunidades que o beisebol lhe ofereceu, ajudando a erguer esse esporte no Brasil. De que forma é possível divulgar, valorizar e prestigiar o beisebol na escola e na comunidade? Compartilhe suas reflexões com os colegas e o professor. 5. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

AMPLIAR

4. A presença de atletas de diferentes etnias ajuda a desafiar estereótipos raciais ou culturais que associam certos esportes a grupos específicos, reduzindo o preconceito e abrindo espaço para uma visão mais inclusiva e diversa no esporte.

Embora o beisebol não tenha feito parte dos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912, um atleta desse esporte esteve no centro de uma polêmica. O indígena estadunidense Wa Tho Huck (1887-1953), conhecido como Jim Thorpe, conquistou a medalha de ouro tanto no pentatlo quanto no decatlo, modalidades olímpicas. Apesar disso, Thorpe sofria muito preconceito por causa da ancestralidade indígena.

Sete meses depois dos Jogos Olímpicos, suas medalhas foram confiscadas, pois foi noticiado que ele havia jogado em ligas menores de beisebol na Carolina do Norte, entre 1909 e 1910. Ele recebeu dois dólares por jogo, o que serviu de pretexto para o secretário da entidade dos atletas amadores estadunidenses considerá-lo profissional, alegando ter infringido a regra do amadorismo dos esportes olímpicos, vigente na época.

Em sua defesa, Thorpe argumentou que desconhecia o regulamento, uma vez que sua carreira foi desenvolvida em instituições que atendiam indígenas, nas quais não havia essa informação. A justificativa não foi aceita e, mesmo com o prazo expirado para contestar os resultados, o Comitê Olímpico Internacional (COI) acatou a denúncia. A injustiça só foi desfeita 30 anos após a morte de Thorpe, quando o COI entregou as medalhas a seus filhos, em uma cerimônia emocionante.

Leia, a seguir, o trecho de um texto expositivo sobre o beisebol e o softbol, a versão olímpica do beisebol exclusiva para as mulheres.

Qual é a diferença entre beisebol e softbol?

Embora existam campeonatos mundiais para homens e mulheres em ambos os esportes, no nível olímpico, o beisebol é um esporte exclusivo para homens, enquanto o softbol é um esporte exclusivo para mulheres. Existem diferenças no número de jogadores em cada equipe entre os dois esportes, no tamanho do campo e em algumas regras.

As arremessadoras de softbol também são obrigadas a arremessar por baixo, e a maioria das arremessadoras lançam usando o estilo de arremesso de moinho de vento, onde a bola é lançada após girar em um grande círculo. No softbol, as melhores arremessadoras podem atingir velocidades superiores a 100 km/h. Essa velocidade se encaixa com a natureza acelerada do jogo. Como as bases não estão tão distantes, há uma distância de arremesso mais curta. A duração do jogo também é mais curta em relação ao beisebol, com apenas sete entradas em comparação com as nove do beisebol.

■ A receptora Mariana Pereira (1997-), jogadora da seleção brasileira de softbol. Fotografia de 2018.

HISTÓRIA de: beisebol softbol. [S. l.]: Olympics, c2024. Disponível em: https://olympics.com/pt/esportes/basebol-softbol/. Acesso em: 30 set. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Atualmente, algumas modalidades esportivas disputadas por homens e por mulheres possuem os mesmos regulamentos e parâmetros técnicos, como o futebol e o tênis de mesa. Em sua opinião, é necessário haver, no esporte em geral, adaptações que diferenciem as modalidades em função do gênero de quem as pratica?

1. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

2. Para você, quais critérios teriam determinado especificamente essas adaptações do beisebol para o softbol, no âmbito olímpico? Se tanto homens quanto mulheres praticam o beisebol, o que motivaria a não instituição da modalidade para ambos nos Jogos Olímpicos?

2. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

3. As diferentes oportunidades no esporte e também a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda são grandes desafios a serem vencidos no universo esportivo. Em sua opinião, a equidade deve estar necessariamente atrelada à paridade técnica das modalidades, não havendo diferenças? Justifique sua resposta com argumentos.

3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Jogo de beisebol

Nesta atividade, você participará de um jogo de beisebol, para promover o pensamento estratégico, a comunicação e a cooperação entre os jogadores, além da precisão nas rebatidas e nos lançamentos.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em uma quadra ou em um campo da escola, com o uso dos seguintes materiais: um taco (pode ser substituído por bastão de madeira), quatro cones, bolas pequenas de borracha e giz.

2. O giz será utilizado para traçar um losango no chão. Em cada vértice do losango é preciso dispor um cone, para marcar quatro bases. A distância das bases pode ser entre 5 m e 10 m.

3. O espaço total do campo de beisebol tem duas áreas válidas: o infield (área compreendida pelo home plate e pelas três bases) e o outfield (área válida fora do infield e afastada das bases). O home plate, onde ocorrem as rebatidas e terminam as corridas para pontuação, forma um quadrado com as outras três bases, cujo centro é ocupado pelo arremessador da defesa. As linhas do home plate para a primeira e a terceira bases são as linhas de falta e correspondem às áreas mortas ou foul – se a bola rebatida passar delas , a jogada é invalidada.

4. Depois de preparar a área de jogo, é necessário organizar a turma em equipes com nove integrantes. Antes de iniciar a partida, as equipes devem se reunir para definir as posições de cada jogador de defesa: arremessador ( pitcher); receptor (catcher); primeira base, segunda base e terceira base (jogadores que permanecem ao lado das respectivas bases); jogador interbases; campista direito, campista central e campista esquerdo (defensores do campo externo que ficam no outfield ).

■ Ilustração demonstrativa de áreas, bases e disposição dos jogadores em um campo oficial de beisebol.

Jogador da 3a base
Jogador da 1a base
Jogador

Praticar

1. As partidas terão nove entradas para cada equipe.

2. O jogo segue todas as regras do beisebol, permitindo flexibilizações combinadas previamente para tornar o jogo mais dinâmico.

3. Estas são as principais regras do beisebol:

• O jogo é disputado por duas equipes, com nove jogadores cada uma.

• Durante a partida, as equipes se revezam entre ataque e defesa. A equipe defensora lança a bola e protege as bases, enquanto a equipe atacante rebate a bola e tenta ocupar as bases.

• A equipe defensora permanece com nove jogadores em campo, e a equipe atacante permanece com um rebatedor e até três corredores.

• Cada jogada é denominada entrada e começa quando o lançador da equipe defensora lança a bola em direção à base principal, o home plate, enquanto um atacante tenta rebater essa bola com um taco. Assim que o atacante rebate a bola, as bases ficam desprotegidas e ele larga o taco para correr, tentando ocupar a primeira base. Enquanto isso, os jogadores da defesa tentam resgatar a bola, para proteger novamente as bases, o que ocorre quando um defensor pisa na base, com a bola na mão.

• O rebatedor marcará um ponto para a equipe atacante quando conseguir percorrer todas as bases sem que tenha sido eliminado antes. Ele pode correr as quatro bases em uma única jogada, logo após a sua rebatida, ou fracionar essa corrida, parando em alguma base e correndo para a base seguinte, na rebatida posterior da sua equipe.

• O rebatedor que conseguir atingir a primeira base em uma jogada obrigatoriamente deverá partir para a segunda base na jogada seguinte.

• Para eliminar um atacante, a defesa deve executar uma das seguintes opções: proteger a base para onde o atacante está se dirigindo; encostar a bola no atacante (sem arremessar) enquanto ele corre; agarrar a bola que foi rebatida antes que encoste no chão. Um jogador que estiver parado em uma base não pode ser eliminado.

Avaliar

Depois de participar do jogo de beisebol, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Quais estratégias foram elaboradas por sua equipe? As estratégias foram bem-sucedidas? Foi necessário repensá-las ao longo da partida?

2. Você conseguiu aprimorar a precisão da sua rebatida ou do seu lançamento?

3. Os jogos coletivos exigem comunicação e cooperação entre os integrantes de uma equipe. Em quais momentos do jogo você percebeu esses valores sendo praticados?

4. Você utilizou esse esporte como um meio para interagir com os colegas e ajudou na inclusão dos colegas durante o jogo?

5. Em sua opinião, é possível realizar adaptações no jogo, para desenvolvê-lo fora do ambiente escolar? Quais adaptações você faria e com que propósitos?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

11 CAPÍTULO

DANÇAS

ESPORTE TÉCNICO-COMBINATÓRIO, GINÁSTICA GERAL E DANÇAS URBANAS

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo

■ Jovens praticam dança urbana na Cidade do México (México). Fotografia de 2023.

No Capítulo 11, você vai se dedicar às práticas corporais que dialogam com o universo das artes. Essas manifestações da cultura corporal de movimento se expressam por meio de danças urbanas, ginástica geral e esportes técnico-combinatórios.

No Tópico 1, você vai refletir sobre a ginástica artística e praticar alguns movimentos ginásticos. No Tópico 2, você vai estudar o circo e vivenciar algumas acrobacias circenses. No Tópico 3, você vai aprender alguns passos de breaking e entrar em contato com a cultura hip-hop.

Os esportes técnico-combinatórios são uma categorização de diferentes modalidades esportivas que envolvem a execução de uma sequência de movimentos a ser avaliada por uma banca de juízes. Nesses esportes estão incluídas, por exemplo, a ginástica artística e a ginástica rítmica. A ginástica geral (ou ginástica para todos) é uma modalidade não competitiva que agrupa práticas corporais que envolvem acrobacias e expressão corporal. As danças urbanas se referem às modalidades de danças que surgiram em contextos urbanos e incluem estilos como o locking, o popping, o waving, o animation, o breaking, o house dance, entre outros.

Com base nessas informações, observe a fotografia reproduzida nesta página e responda: qual é a prática corporal retratada?

Espera-se que os estudantes comentem que a fotografia retrata o breaking, um estilo de dança urbana.

em Orientações para o professor

1

Representatividade negra na ginástica artística

A ginástica nasceu na Grécia Antiga, onde a aptidão física era valorizada e recomendada pelos filósofos como uma forma de combinar as atividades física e intelectual. Na Roma Antiga, também se praticava ginástica, mas com foco na preparação física dos soldados.

A ginástica artística – modalidade que une ginástica e exercícios de aparelhos como solo, barra, cavalo e argola – esteve presente em todas as edições olímpicas da Era Moderna, embora a participação feminina só tenha sido incluída nos Jogos de Amsterdã, na Holanda, em 1928.

No Brasil, a história da ginástica começa pela Região Sul, trazida por migrantes alemães no fim do século XIX. Em 1951, o esporte foi oficializado no país, e, desde então, a ginástica artística brasileira vem formando atletas, como os medalhistas olímpicos e mundiais Arthur Nory Mariano (1993-), Arthur Zanetti (1990-), Carolyne Pedro (2000-), Daiane dos Santos (1983-), Daniele Hypólito (1984-), Diego Hypólito (1986-), Flávia Saraiva (1999-), Jade Barbosa (1991-), Júlia Soares (2005-), Lorrane Oliveira (1998-) e Rebeca Andrade (1999-).

PRIMEIRO OLHAR

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes associem a ginástica às conquistas olímpicas da atleta Rebeca Andrade e conheçam as provas e alguns elementos técnicos da modalidade.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Quais são os seus conhecimentos sobre a ginástica artística?

2. Você já executou algum fundamento ginástico, como rolamentos, parada de mão, estrela, entre outros movimentos? Se sim, como foi a experiência?

Durante décadas, a ginástica feminina foi dominada por países europeus orientais, sendo associada a corpos de pessoas jovens e brancas. Esse estereótipo começou a mudar em 2003, a partir da consagração da brasileira Daiane dos Santos como campeã mundial no solo.

Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Rebeca Andrade conquistou quatro medalhas na ginástica artística, entre elas o ouro na final do solo. Somando as duas medalhas que já havia conquistado em Tóquio 2020, ela esteve em seis pódios em olimpíadas e se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil.

■ Rebeca Andrade em performance que lhe rendeu uma medalha de ouro na final individual de solo da ginástica feminina dos Jogos Olímpicos, em Paris (França). Fotografia de 2024.

2. Respostas pessoais. É possível que os estudantes tenham aprendido a executar os rolamentos para frente e para trás, a parada de mãos, a estrela, os equilíbrios com redução da base de apoio, os saltos ginásticos, entre outros movimentos que fazem parte da ginástica artística e da ginástica geral.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um artigo de opinião que trata do triunfo das mulheres brasileiras no esporte e seus desdobramentos.

Mulheres de ouro: as atletas brasileiras e a perspectiva interseccional nas Olimpíadas

Nas últimas décadas, o Brasil tem assistido ao crescimento da visibilidade de mulheres atletas no cenário esportivo e midiático internacional. Esse cenário é ainda mais interessante quando esta visibilidade não está associada à hipersexualização dos corpos das mulheres atletas, como comumente era visto em anos anteriores. O ponto alto em torno dessa discussão no âmbito social foram os resultados das Olimpíadas da França [em 2024]. Rebeca Andrade (Ginástica), Beatriz Souza (Judô) e a dupla Duda e Ana Patrícia (Vôlei de praia) foram as únicas atletas, entre homens e mulheres, a conquistarem o pódio mais alto nesta edição dos Jogos Olímpicos. […]

Marta (futebol), Rafaela Silva (judô) e a dupla Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia) são exemplos de como mulheres brasileiras não apenas enfrentam desafios esportivos, mas também ultrapassam barreiras históricas e sociais. Mulheres que, na maioria das vezes, vieram de origens humildes, enfrentam racismo, machismo e falta de investimento. Suas histórias de luta são potentes em um país onde a desigualdade de gênero e raça ainda marca profundamente as oportunidades, condições de trabalho e os acessos a certos espaços.

Rebeca Andrade, em particular, personifica o triunfo de quem atravessou essas camadas de opressão para se tornar uma figura de destaque mundial. Nascida na periferia de Guarulhos, em São Paulo, Rebeca enfrentou dificuldades financeiras, lesões que poderiam ter encerrado sua carreira de forma precoce e é advinda de um projeto social. Nesta perspectiva, é essencial adotar uma abordagem interseccional neste debate, o termo cunhado por Kimberlé Crenshaw, que aborda como diferentes formas de discriminação (gênero, raça, classe, geográfica, entre outras) se cruzam e criam experiências únicas de opressão ou privilégio. No caso das mulheres atletas brasileiras, essa abordagem adensa as complexidades de suas trajetórias e chegada ao pódio mundial.

■ Fotografias das atletas Beatriz Souza (judô), Rebeca Andrade (ginástica) e a dupla Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia), que conquistaram as três medalhas de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris (França). Fotografias de 2024.

A.RICARDO/SHUTTERSTOCK.COM
A.RICARDO/SHUTTERSTOCK.COM

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes infiram que sim, especialmente pelo pódio conquistado pelas atletas Rebeca Andrade (ginástica), Beatriz Souza (judô) e a dupla Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia) nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

[…]

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes considerem que a interseccionalidade aborda como diferentes formas de discriminação se entrelaçam na identidade de uma pessoa e criam experiências únicas de opressão ou privilégio. No caso das mulheres atletas brasileiras, essa abordagem adensa as complexidades de suas trajetórias e a chegada delas ao pódio mundial.

Nesse âmbito, Rebeca Andrade destaca-se como um exemplo vivo do debate sobre a interseccionalidade nos esportes. Negra e vinda da periferia, ela representa uma conquista que vai além do esporte: sua vitória é também a vitória de uma classe social que historicamente tem menos oportunidades e de um grupo racial que ainda enfrenta marginalização estrutural. Em paralelo ao seu sucesso nos ginásios, Rebeca também se tornou uma figura central no marketing esportivo brasileiro. Ela está à frente de grandes campanhas publicitárias, associando-se a marcas de peso e representando uma mudança no modo como o esporte feminino é percebido e comercializado. O atrelamento da imagem da atleta ao empoderamento feminino, à diversidade racial e ao triunfo pessoal, tornando-se uma fonte de inspiração para milhões de meninas brasileiras, especialmente negras e periféricas, tem seu valor. Todavia, ele dialoga também com o feminismo de mercado (Barreto Januário, 2022) e a comoditização de pautas feministas e femininas, que vendem o individual como um empoderamento coletivo, algo que não poderia ser mais falacioso. […]

BARRETO JANUÁRIO, Soraya. Mulheres de ouro: as atletas brasileiras e a perspectiva interseccional nas Olimpíadas. Rio de Janeiro: Leme, set. 2024. Disponível em: www.leme.uerj.br/mulheres-de-ouro-as-atletas-brasileiras-e-a-perspectiva-interseccional-nas-olimpiadas/. Acesso em: 4 out. 2024.

ATIVIDADES

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que o cenário das mulheres no esporte se torna mais interessante quando o foco está associado ao desempenho das atletas e não à hipersexualização dos corpos delas, como comumente era visto em

1. De acordo com o texto, é possível afirmar que as mulheres atletas brasileiras têm crescido em visibilidade no cenário esportivo e midiático internacional? Explique.

anos anteriores. Contudo, há muito o que se fazer, principalmente em relação à objetificação do corpo feminino na sociedade.

2. Como você analisa o cenário esportivo atual para as mulheres, considerando a hipersexualização dos corpos das mulheres atletas?

3. O conceito de interseccionalidade foi criado em 1989 pela estadunidense Kimberlé Crenshaw (1959-), pesquisadora e defensora dos direitos civis. Em sua opinião, de que forma a interseccionalidade se relaciona com o esporte feminino? Justifique sua resposta e compartilhe-a com os colegas e o professor.

4. De que forma atrelar a imagem da atleta ao empoderamento feminino pode minimizar a reflexão sobre as pautas das mulheres no esporte? Reflita com os colegas e o professor.

5. De que forma podem ser superadas as barreiras ligadas às questões raciais e sociais que impedem o acesso a oportunidades?

INDICAÇÃO

• É OURO! Rebeca Andrade brilha na final do solo em Paris | Olimpíadas 2024 | sportv. [S. l.: s. n.], 2024. 1 vídeo (9 min). Publicado pelo canal GE. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=YtkCv-9-c6Y. Acesso em: 4 out. 2024. O vídeo apresenta a conquista da medalha de ouro olímpica por Rebeca Andrade nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

AMPLIAR

4. O atrelamento da imagem da atleta ao empoderamento feminino, à diversidade racial e ao triunfo pessoal favorece a inspiração e a valorização de milhões de meninas brasileiras, especialmente negras e periféricas. Mas também estabelece um diálogo com o feminismo de mercado e a comoditização das pautas feministas e femininas, que vendem o individual como um empoderamento coletivo.

Na ginástica artística feminina, são disputadas seis provas; na ginástica artística masculina, oito provas, conforme indicado a seguir.

• Ginástica feminina: salto, barras assimétricas, trave de equilíbrio, solo, individual geral e equipes.

• Ginástica masculina: argolas, barra fixa, barras paralelas, cavalo com alças, salto, solo, individual geral e equipes.

5. É importante que haja investimentos em programas de base, que ofereçam treinamento esportivo com acesso gratuito ou de baixo custo. Esse tipo de ação pode ser viabilizada por meio de parcerias entre governos, Organizações Não Governamentais (ONGs) e empresas privadas. O esporte também pode ser inserido no contexto escolar e em atividades extracurriculares, permitindo que várias crianças e adolescentes espalhados pelo país tenham acesso a práticas esportivas. Em paralelo, diversas políticas públicas devem estar alinhadas para garantir igualdade e equidade social.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. A expectativa por resultados excepcionais resulta em um estado de ansiedade permanente. Esse estresse prolongado prejudica o bem-estar mental, levando à exaustão emocional, que vem acompanhada de cansaço físico e mental.

REFLETIR ARGUMENTAR E

2. Espera-se que os estudantes comentem que Simone Biles é uma das maiores atletas de todos os tempos, e, ao assumir publicamente que precisava se afastar do esporte para cuidar da sua saúde mental, a atleta pautou um debate fundamental sobre um problema que acomete milhares de pessoas, que muitas vezes, por preconceito ou ignorância, silenciam e não buscam ajuda.

Nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, a atleta Simone Biles (1997-), favorita à medalha de ouro em todas as provas da ginástica, surpreendeu o mundo ao se retirar da competição nas finais individuais para cuidar de sua saúde mental. Observe a charge publicada em um jornal estadunidense sobre o assunto.

ADDER, Michael de. Mental health balance beam. Washington Post, Washington, D.C., 29 jul. 2021. Disponível em: www.washingtonpost.com/opinions/2021/07/29/mental-health-balance-beam/. Acesso em: 4 out. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

3. A interseccionalidade ajuda a entender que os fatores estressantes da vida de um atleta de alto rendimento (rotinas de treino, alimentação, lesões, resultados etc.) são acompanhados de outros fatores inerentes à sua realidade, por exemplo, racismo e machismo, que aprofundam os prejuízos à saúde.

1. Como a pressão para a obtenção de um desempenho de alta performance afeta a saúde mental de atletas e outros indivíduos em suas respectivas áreas de atuação?

2. Qual é a importância de uma atleta com a relevância de Simone Biles assumir publicamente a necessidade de tratar da sua saúde mental? Justifique a sua resposta e compartilhe-a com os colegas e o professor.

3. De que modo a interseccionalidade pode contribuir para a compreensão dos fatores estressantes e seus impactos na saúde mental de atletas como a Simone Biles? Argumente seu ponto de vista.

4. Em sua opinião, como é possível lidar com as situações de estresse do cotidiano sem prejudicar a saúde mental?

4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que é importante reconhecer quais fatores desencadeiam o estresse para adotar medidas proativas, que reduzem o impacto do estresse e promovem a saúde mental. Os sinais físicos e emocionais do estresse que podem ser identificados no nosso corpo incluem cansaço, irritabilidade, ansiedade e insônia. O exercício físico, o sono regular, a alimentação balanceada, a organização das tarefas, a definição de prioridades, a meditação e o mindfulness são algumas ações que colaboram para o alívio do estresse.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.
©MICHAEL ADDER/ACERVO DO CARTUNISTA

CONEXÕES com

HISTÓRIA

Guerra Fria e Nadia Comaneci

1. A sua conquista inédita da primeira nota 10 perfeita da história da ginástica não foi apenas um feito desportivo, mas também um símbolo de poder e prestígio para o regime comunista romeno, liderado por Nicolae Ceausescu.

Desde a primeira edição olímpica, vários atletas construíram grandes histórias na ginástica artística, e uma das mais emblemáticas foi protagonizada pela romena Nadia Comaneci (1961-), nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, com a conquista de cinco medalhas e a nota 10 perfeita. Com apenas 14 anos, Nadia tornou-se a maior estrela da ginástica, mas essa vitória trouxe muitos traumas à sua vida, custando a sua liberdade em um país liderado por um ditador, na época da Guerra Fria. Foi preciso fugir do país, atravessar a fronteira até a Hungria e pedir asilo aos Estados Unidos para começar uma nova vida. Essa história é contada no documentário A ginasta e o ditador.

A seguir, leia o trecho de uma análise do filme feita pelo professor Marcelo Cardoso.

A lendária Nadia Comaneci e sua fantástica história

2. Nadia enfrentou uma intensa vigilância e um controle do regime ditatorial do seu país. Sua fama foi explorada para promover a ideologia comunista, mas ao mesmo tempo isso limitou sua liberdade pessoal. Sua vida era monitorada pelo governo, o que causou grande sofrimento emocional e psicológico, levando-a a fugir da Romênia.

[…]

A atleta nasceu em 12 de novembro de 1961, apenas três meses após a construção do Muro de Berlim. Na época o mundo estava dividido em dois blocos: os chamados “comunistas”, liderados pela extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e os capitalistas, cuja potência maior eram os Estados Unidos da América.

O documentário é fortemente tocado por este contexto de Guerra Fria e mostra como a ginasta se transformou em uma estrela da noite para o dia. Em 1967, o país começou a ser liderado por Nicolae Ceausescu, que surgiu com o extremo apoio da população e abriu a Romênia para o mundo, desenvolvendo-a, porém, mudou sua posição anos mais tarde, transformando-se em um ditador cruel.

Como era costume, em muitos países se utilizava da força do esporte como arma de propaganda ideológica, e Nadia, uma romena, se tornara “a heroína do trabalho socialista”, principalmente pelo fato de que os soviéticos dominavam a modalidade esportiva no bloco comunista. As impressões sobre a carreira e como enxergava a sua vida no país são narradas pela própria ginasta e entremeadas por depoimentos como o de um ex-coronel da polícia secreta da Romênia ou do técnico que a descobriu, o húngaro Béla Károlyi.

CARDOSO, Marcelo. A lendária Nadia Comaneci e sua fantástica história . São Paulo: Jornalismo esportivo ECA/USP, 30 maio 2020. Disponível em: www.usp.br/esportivo/?p=2303. Acesso em: 4 out. 2024.

3. No contexto da Guerra Fria, o mundo estava dividido entre dois blocos ideológicos principais: o bloco comunista, liderado pela extinta União Soviética (URSS), e o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos.

1. O que representou a conquista olímpica de Nadia Comaneci nos Jogos Olímpicos de Montreal em 1976?

2. Qual foi o impacto que a ascensão esportiva de Nadia Comaneci ocasionou em sua vida pessoal?

3. Qual era a divisão ideológica do mundo na época em que Nadia Comaneci tornou-se a maior referência da ginástica mundial?

4. Qual foi a influência dessa divisão ideológica na carreira de Nadia Comaneci?

4. O esporte era usado como ferramenta de propaganda política, e a conquista de cinco medalhas nos Jogos Olímpicos de 1976 foi vista como um triunfo não apenas dela, mas também do sistema político que a formou.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Circuito de ginástica artística

Nesta atividade, você terá a oportunidade de participar de um circuito de ginástica, que promove a melhoria da força, da resistência muscular, da flexibilidade, da potência, do equilíbrio e da atenção. Todos os movimentos e as posturas trabalhados neste circuito fazem parte da ginástica geral e são desenvolvidos na fase inicial da aprendizagem do esporte técnico-combinatório ginástica artística.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como uma quadra, um pátio ou uma sala. É preciso dividir o espaço em três estações, cada uma contemplando um movimento ginástico diferente. Serão usados os seguintes materiais: tatame, colchonetes e banco sueco (ou trave de equilíbrio).

2. É importante manter a concentração durante a execução dos movimentos, para garantir a própria segurança.

3. Antes de iniciar a atividade, a turma deverá se organizar em grupos, que se revezarão entre as três estações. Caso haja estudantes com conhecimentos sobre a ginástica artística, é possível designá-los à função de mentores nos diferentes grupos.

Praticar

1. Antes de iniciar o circuito, é preciso realizar uma série de alongamentos para os pés, as mãos, os membros superiores e os membros inferiores, sob as orientações do professor.

2. Forme dupla com um colega do seu grupo, para que vocês corrijam um ao outro em cada estação. Revezem as funções durante a execução das posições e dos movimentos ginásticos nas estações.

3. Os grupos permanecerão durante seis minutos, em média, em cada estação.

Estação 1: parada de mãos

• Inicie a atividade na posição em pé sobre um tatame, de costas para a parede, e apoie as mãos no chão com os braços estendidos.

• Em seguida, apoie os pés na parede, escalando-a, enquanto as mãos se aproximam da parede, até atingir a posição invertida, com a face voltada para a parede e o corpo totalmente estendido.

• Certifique-se de que os seus braços conseguem realizar a força necessária para sustentar o seu peso corporal. Para isso, execute o movimento lentamente e com o apoio do colega de dupla.

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento parada de mãos.

MARCELO KINA

Estação 2: avião sobre o banco sueco invertido (ou sobre a trave)

• Apoie um pé sobre a trave, com o joelho totalmente estendido, e eleve a outra perna estendida para trás, enquanto o tronco é inclinado para frente, mantendo as costas retas.

• O lhe para frente e estenda os braços lateralmente, na linha dos ombros.

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento avião sobre o banco sueco invertido (ou sobre a trave).

Estação 3: estrela (ou roda)

• Inicie na posição em pé com uma perna à frente da outra e flexione o tronco à frente com os braços estendidos.

• Quando as mãos estiverem quase tocando o solo, realize um quarto de giro em rotação lateral com o tronco, para abordar o solo com uma das mãos e depois a outra, enquanto a perna que estiver atrás for lançada para o alto, passando lateralmente pelo apoio invertido, com os joelhos estendidos e as pernas afastadas ao máximo, até retornar à posição em pé.

■ Ilustração demonstrativa de execução do movimento estrela (ou roda).

Avaliar

Depois de participar do circuito de ginástica, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Durante os movimentos ginásticos, você conseguiu manter o equilíbrio nas posições estáticas?

2. Você se sentiu seguro com o auxílio do colega? Ao auxiliá-lo, você melhorou a consciência sobre a sua própria execução?

3. Em quais momentos você percebeu a demanda por resistência muscular, flexibilidade, potência e equilíbrio?

4. Executar e aprimorar esse circuito fora do ambiente escolar podem ajudá-lo a se manter ativo?

5. De que modo a prática de ginástica contribuiu para a compreensão sobre você e sobre o outro?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

TÓPICO

2

1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes associem o circo a uma estrutura de lona, com picadeiro, onde acontecem diversas apresentações de artistas, como trapezistas, equilibristas, palhaços, mágicos etc.

O universo do circo

2. Respostas pessoais. Ao expor o que sabem do universo circense, incentive os estudantes a manifestar o que mais desperta o interesse deles no circo. Eles poderão citar trapezistas, equilibristas, contorcionistas, ou artistas como os mágicos e os palhaços.

As atividades circenses são milenares, com registros da prática de contorcionismos, equilíbrios e acrobacias que datam de quase 5 mil anos, na China. No Egito Antigo e na Grécia Antiga, aconteciam procissões com animais exóticos e apresentações de equilibristas e acrobatas para saudar generais que voltavam de guerras. Na Roma Antiga, os anfiteatros, grandes construções circulares ou ovais com uma arena ao centro, serviam de palco para espetáculos e combates com gladiadores e animais.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O circo é uma manifestação artística e cultural. O que você conhece sobre o circo?

2. De acordo com seus conhecimentos sobre o circo, quais números circenses mais despertam o seu interesse? Justifique.

3. Você já teve a oportunidade de acompanhar um espetáculo de circo? Essa experiência ocorreu presencialmente ou por meio de plataformas digitais? Compartilhe com os colegas e o professor. 3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor.

O circo como conhecemos hoje, com uma estrutura circular coberta por uma lona e um picadeiro central, tem origem no final do século XVIII, na Inglaterra, quando o oficial da cavalaria britânica Philip Astley (1742-1814) apresentava shows equestres com apelo militar. Aos poucos, foram sendo introduzidas novas atrações, como a participação de saltimbancos, artistas de rua que realizavam acrobacias, saltos e outros números. Esse modelo de espetáculo se espalhou pela Europa no século XIX e teve seu apogeu no século XX.

■ Tendas de circo montadas na cidade de Mirassol (SP). Fotografia de 2023.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

No Brasil, o circo chegou no final do século XVIII, quando grandes companhias europeias deram origem ao “circo-família”, administrado por famílias de artistas, que adotavam um estilo de vida nômade, apresentando-se em diversas cidades.

Atualmente, alguns circos são administrados por empresários que financiam as apresentações, alguns dos quais com escolas de circo que formam os artistas. Ainda que o circo passe por modificações ao longo do tempo, os espetáculos continuam investindo em performances corporais que encantam e muitas vezes parecem desafiar a própria física.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um livro que apresenta o circo como experiência antropológica, explorando a simbologia dessa expressão artístico-cultural.

Etnopoiesis circense

[…]

O circo e seus artistas ocupam um lugar especial na cultura e no coração das pessoas; pois também o espectador está imerso na paisagem, participa da “carne do mundo”, ri e sofre com as coisas do circo. Ele ri e sofre com as coisas do circo porque o circo e seus artistas falam por meio da poesia, dos dramas, das magias etc., das coisas da vida, das alegrias e tragédias que nos assombram. O circo, como diz Hugues Hotier (1995), é uma “art à fleur de peau”.

[…] [essas] representações artísticas em torno do circo e de seus artistas, inscritas nos imaginários da literatura, do cinema, do teatro, da música, das artes plásticas etc., podem ser vistas como expressões “etnopoiéticas” através das quais gravitam os “significantes tropológicos”, ou seja, os referentes simbólicos que (in)formam a paisagem circense. São eles: a chegada dionisíaca do circo na cidade, a representação da “lona” (a arquitetura) e do picadeiro (o espetáculo); os artistas arquetípicos (o palhaço, a “moça de circo”, o mágico & Cia.); e a poética panem et circenses . Um olhar especial é dedicado às figuras arquetípicas do palhaço, das artistas circenses e do mágico e dos animais, na medida em que performatizam parte da tragédia humana da qual o circo se alimenta. Assim, sob a rubrica da persona , da vertigem e da metamorfose , encontramos: o palhaço, cuja marca mais visível é a máscara, embora se destaque o baixo corporal, o grotesco, o riso e a melancolia; as “moças de circo” (trapezistas, contorcionistas, amazonas, equilibristas e outras), [que] estão sempre a produzir vertigens, ora nos rodopios e volteios alucinantes das danças e dos desequilíbrios no dorso nu dos cavalos, ora nas alturas nos movimentos dos trapézios, das liras, das cordas indianas; entre as personagens capazes de mudar a natureza das coisas e dos comportamentos, mimetizando-os, estão os mágicos & Cia. (trapezistas, animais, objetos), ou seja, aqueles seres e coisas que

etnopoiesis: o que combina arte com etnografia (estudo das características dos grupos sociais).

art à fleur de peau: expressão francesa que significa “arte à flor da pele”.

dionisíaca: vibrante, entusiástica.

arquetípicos: modelares, exemplares. panem et circenses: expressão latina que significa “pão e circo”. persona: imagem com que uma pessoa se apresenta em público.

1. O autor se refere à relação estabelecida entre o circo e o público, que não assiste passivamente ao espetáculo, mas é envolvido pela atmosfera e pelas performances circenses. O espetáculo do circo consegue tocar as emoções de maneira tão profunda que os espectadores são levados a uma espécie de envolvimento total com o que está acontecendo, compartilhando, segundo o texto, os sentimentos e as experiências retratadas pelos artistas.

totêmicas: emblemáticas, simbólicas.

2. O espetáculo circense promove gargalhadas e reflexões sobre a própria condição humana, na medida em que apresenta representações poéticas, dramáticas e mágicas das alegrias e tragédias da vida cotidiana.

ATIVIDADES

operam algum tipo de metamorfose, de transformação mágica. As cenas da chegada do circo, das “arquiteturas totêmicas” da lona e do picadeiro, o sentido estético e político dado ao circo e das performances dos artistas, cada qual designa momentos ou situações, que por si só revelam um lado do circo, sendo a combinação desse conjunto de imagens, das cenas narradas, pintadas, dramatizadas, o que chamo de paisagem circense. É com base nesses pressupostos que se organiza a minha interpretação antropológica do imaginário circense.

ROCHA, Gilmar. O circo: arte em verso, prosa e imagem. Niterói: Eduff, 2022. E-book. Localizável em cap. O verbo circo.

3. De acordo com o autor, as representações artísticas que formam o circo e seus artistas podem ser vistas como expressões etnopoiéticas, ou seja, como características de grupos sociais tratadas por meio da arte. Os referentes simbólicos dessas expressões são a chegada do circo na cidade, a lona (que representa a arquitetura do circo) e o picadeiro (que representa o espetáculo), os artistas e a poética do “pão e circo”.

1. O que o autor do texto quer dizer ao mencionar que o espectador está imerso na paisagem do circo? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

2. De acordo com o texto, por que o circo toca o coração das pessoas? De que maneira os espetáculos circenses causam diferentes emoções nos espectadores?

3. No texto, o autor menciona as “expressões etnopoiéticas”. Quais são os elementos aos quais ele relaciona essas expressões? Que referentes simbólicos estão relacionados a essas expressões?

4. Para retratar o que chama de “paisagem circense”, o autor utiliza, entre outros recursos, as palavras persona, vertigem e metamorfose, estabelecendo, de certo modo, uma classificação das personagens do circo. Quais grupos de artistas estão relacionados a cada uma dessas palavras?

5. Como a lona e o picadeiro, que formam a estrutura física do circo, são retratados e considerados no texto? Justifique associando-os ao adjetivo utilizado pelo autor para caracterizá-los.

5. Leia mais em Orientações para o professor.

AMPLIAR

As modalidades circenses podem ser divididas em cinco grupos:

• Modalidades de equilíbrio: fazem parte dessas modalidades os equilíbrios sobre materiais, como a corda bamba, o arame, a bola, a escada, o monociclo, a perna de pau e o rola-rola.

4. No texto, a persona está associada à figura do palhaço, que, embora seja sempre mais lembrado pelas peripécias que executa, tem no elemento da máscara (maquiagem em geral com cores fortes ou apenas simbolizada por uma bola vermelha no nariz) uma visível metáfora de transformação em relação à identidade. A vertigem está associada às “moças de circo”, ou seja, contorcionistas, trapezistas, equilibristas e outras, que fazem rodopios, danças ou volteios no dorso de animais ou utilizando-se de instrumentos como trapézios, cordas etc. E a metamorfose está associada especialmente aos mágicos, personagens capazes de

• Modalidades acrobáticas : relacionadas aos movimentos corporais incomuns, que demandam destreza, como as técnicas de contorcionismo, as pirâmides humanas, a canastilha (prática que consiste em ser arremessado por duas pessoas para realizar acrobacias aéreas), o mastro chinês e as acrobacias realizadas no trampolim acrobático.

provocar alteração na natureza das coisas – incluindo pessoas – e dos comportamentos.

• Modalidades de malabares: relacionadas à destreza no manuseio de diferentes objetos, como as claves, as bolas, as argolas, os pratos de equilíbrio e a roda cyr (círculo de metal grande semelhante a um bambolê).

• Modalidades de encenação ou representação teatral: relacionadas à expressividade. Embora a principal figura de encenação seja o palhaço, outras personagens do universo circense também fazem uso da encenação, como o apresentador do espetáculo, a bailarina, os dançarinos e o mágico.

• Modalidades de acrobacias aéreas: envolvem acrobacias e equilíbrios que acontecem acima do nível do solo, como as apresentações no trapézio, na lira, no tecido, no mastro pendular (um tipo de poste vertical oscilante) e no quadrante coreano (estrutura com uma pequena plataforma suspensa por mastros).

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os

percebam que a intenção da tirinha é fazer uma crítica à utilização de animais em espetáculos circenses e reconheçam a eficiência do humor para abordar temas importantes e que precisam ser debatidos na sociedade.

REFLETIR ARGUMENTAR E

Entre os elementos da paisagem circense podem estar os animais, cuja presença no circo, hoje em dia, é discutível. Leia, a seguir, uma tirinha que aborda as reflexões de um animal de circo e sua carreira no picadeiro.

FREITAS, Digo. Circo. Diário de Ideias Gráficas (quase) Originais. Campinas, 8 nov. 2011. Disponível em: https://digofreitas.com/hq/ml-50-circo/. Acesso em: 5 out. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Qual é a intenção da tirinha ao retratar um animal que participou de números circenses? Em sua opinião, o humor pode ser uma forma eficaz de abordar temas como esse? Por quê?

2. Das 27 unidades federativas do Brasil, 13 proibiram as apresentações com animais nos circos. Sabendo que são tirados de seu hábitat e sofrem maus-tratos físicos e psicológicos, por que você acha que alguns circos ainda os utilizam? Reflita e compartilhe seus argumentos com os colegas e o professor. 2. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

3. De acordo com o texto “Etnopoiesis circense”, que você leu na seção Ler e compartilhar, a qual simbologia você acredita que o autor associaria os animais utilizados no circo, considerando a interpretação que ele faz do imaginário circense?

Desde 1973, o Dia Nacional do Circo é comemorado em 27 de março, em homenagem a Abelardo Pinto (1897-1973), conhecido como palhaço Piolin, que nasceu em Ribeirão Preto (SP) nessa data. Abelardo começou a trabalhar ainda criança no circo do pai, como contorcionista. Aos 20 anos, substituiu um palhaço na companhia e decidiu seguir essa carreira. O nome Piolin se deve a um apelido que recebeu de um trabalhador do circo de origem espanhola, por ter as pernas muito finas. Em castelhano, piolín significa “barbante fino”. Sua melhor fase foi no Circo Alcebíades, que ficava no Largo Paissandu, em São Paulo (SP), onde atuou por cinco anos. Em 1978, o nome do artista batizou a primeira escola de circo do Brasil, a Academia Piolin de Artes Circenses. ■ O palhaço Piolin. Fotografia de 1972.

3. Resposta pessoal. Os estudantes poderão argumentar que, no trecho do texto transcrito, não há menção à simbologia dos animais pelo fato de o autor ter enfatizado as personagens humanas que fazem parte do espetáculo circense. Outros poderão argumentar que o texto é uma exaltação do espetáculo circense e, por esse motivo, pouco crítico em relação ao que pode ser considerado inadequado nesse universo.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

A teatralidade do palhaço

Você já relacionou algumas figuras circenses a modalidades de representação teatral do circo. Uma delas é o palhaço, que representa um arquétipo social e permite a espectadores reconhecerem características humanas como o oportunismo e a inadequação em situações cômicas, aliando esperteza e ingenuidade.

Nesta seção, você e os colegas terão a oportunidade de realizar uma pesquisa documental sobre a teatralidade do palhaço. Depois, vão elaborar uma apresentação multimídia para divulgar os resultados obtidos aos colegas e ao professor.

Primeira etapa

1. Antes de iniciar a pesquisa, reúna-se com mais três colegas para compor um grupo de trabalho.

2. Com os integrantes de seu grupo, façam uma pesquisa em livros, artigos, sites ou blogues relacionados ao circo, sobre os seguintes tipos de palhaço: branco, augusto e tramp (ou vagabundo). Há vários tipos de palhaço, mas esses três são os mais comuns. Na pesquisa que realizarem, vocês devem obter as seguintes informações de cada tipo de palhaço:

• a origem;

• a caracterização física (maquiagem e figurino);

• as características psicológicas;

• as características da interpretação;

• as funções no circo.

Segunda etapa

1. Assistam a uma apresentação de um ou mais palhaços. Vocês podem assistir a um espetáculo circense ou a uma apresentação em qualquer evento, como shows ou festas. Se não for possível realizar essa atividade presencialmente, busquem um vídeo na internet com uma apresentação de um ou mais palhaços.

2. Depois de assistirem à apresentação, identifiquem se a interpretação do(s) artista(s) caracteriza um dos três tipos de palhaço que pesquisaram, justificando os motivos que levaram vocês a chegar a essa conclusão.

Terceira etapa

1. Utilizem uma plataforma de criação de design gráfico para preparar uma apresentação com imagens e textos dos dados coletados por vocês.

2. Combinem com o professor uma data para apresentar aos colegas o que foi produzido pelos grupos.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Pirâmides humanas

Nesta atividade, você terá a oportunidade de participar de um circuito que promove a vivência de pirâmides humanas, que fazem parte das modalidades de acrobacias circenses e da ginástica geral. A atividade estimula o desenvolvimento do equilíbrio, da resistência muscular, da força e da flexibilidade, além de promover a cooperação e o trabalho em equipe.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como uma quadra, um pátio ou uma sala, com a utilização dos seguintes materiais: colchões, ou peças de tatame de EVA, e cartões com ilustrações das posições que serão realizadas.

2. Antes de iniciar a atividade, é preciso dispor os colchões (ou tatames) em cinco locais (estações) no espaço para a prática. Em cada um deve-se colar no piso, com uma fita adesiva, o cartão de uma pirâmide humana. A turma deve se organizar em grupos sob a orientação do professor.

Praticar

1. Sob a orientação do professor, realizem uma série de alongamentos para os membros superiores e inferiores antes de iniciarem a proposta.

2. Para facilitar, será adotada a nomenclatura da ginástica acrobática. Os integrantes do grupo que sustentam a pirâmide, mantendo os pés, as mãos e/ou outras partes do corpo em contato com o solo, serão chamados de bases. Os integrantes do grupo que se apoiam sobre as bases e ao mesmo tempo sustentam outro(s) integrante(s) serão chamados de intermediários, e os integrantes do grupo que ficam apoiados sobre as bases ou sobre os intermediários, permanecendo equilibrados, serão chamados de volantes.

3. Cada grupo permanecerá em uma das cinco estações para experimentar a pirâmide humana e, após seis minutos, trocará de estação.

• Estação 1: pirâmide com três elementos, dos quais dois são bases e um é volante. As bases se posicionam ajoelhadas uma de frente para a outra, com uma perna à frente e outra atrás. O volante se equilibra em pé, apoiando um pé em cada base, na região da coxa da perna que está à frente. As duas bases seguram a cintura do volante, para auxiliar o seu equilíbrio.

• Estação 2: pirâmide com três elementos, dos quais dois são bases e um é volante. As bases permanecem uma de costas para a outra, na posição de quatro apoios, apoiando as mãos, os joelhos e as canelas no chão. O volante se equilibra em pé, apoiando um pé em cada base, na região do quadril.

■ Ilustração demonstrativa de pirâmide humana com três elementos.

■ Ilustração demonstrativa de pirâmide humana com três elementos.

• Estação 3: pirâmide com cinco elementos, dos quais dois são bases, dois são intermediários e um é volante. As bases permanecem sentadas uma de frente para a outra, com os joelhos flexionados e as mãos apoiadas no chão, na linha dos ombros. Os intermediários sentam-se sobre os joelhos das bases e apoiam seus pés no chão. O volante permanece em pé, com o corpo totalmente estendido, e cada pé apoiado em um intermediário, na região das coxas.

• Estação 4: pirâmide com cinco elementos, dos quais dois são bases, dois são intermediários e um é volante. As bases permanecem em quatro apoios, uma de frente para a outra. Os intermediários ficam em pé à frente das bases, com o tronco inclinado e as mãos apoiando na parte superior das costas das bases, entre as escápulas. O volante permanece equilibrado em pé com o corpo totalmente estendido, apoiando um pé em cada intermediário, na região do quadril.

■ Ilustração demonstrativa de pirâmide humana com cinco elementos.

■ Ilustração demonstrativa de pirâmide humana com cinco elementos.

• Estação 5: pirâmide com nove elementos, dos quais quatro são bases, dois são intermediários e três são volantes. As bases permanecem em quatro apoios, formando duas duplas, uma ao lado da outra. Os intermediários apoiam os pés no chão e posicionam-se entre as duplas de bases, encostando o quadril um no outro, com as pernas afastadas, o tronco inclinado para a frente e as mãos apoiadas nas costas da base mais próxima. Dois volantes permanecem equilibrados em pé, com o corpo estendido e os pés apoiados nas costas de uma dupla de bases (um pé em cada base). O terceiro volante se equilibra em pé, com o corpo estendido e os pés apoiados nas costas dos intermediários. Os três volantes permanecem de mãos dadas.

Avaliar

■ Ilustração demonstrativa de pirâmide humana com nove elementos.

Depois da experiência com as pirâmides humanas, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Você sentiu confiança nos parceiros e percebeu respeito mútuo entre os integrantes dos grupos?

2. Em quais momentos você percebeu o estímulo ao equilíbrio, à resistência muscular, à força e à flexibilidade durante a prática?

3. De que modo as pirâmides humanas podem ajudar na interação com as pessoas?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes saibam que o hip-hop teve origem nos Estados Unidos e o associem principalmente às músicas de rap e a um estilo de dança.

3

Breaking e cultura hip-hop

2. Respostas pessoais. É provável que os estudantes conheçam a dança breaking, associando-a à forma como dançam ou veem outras pessoas dançando ao som de músicas rap, com movimentos acrobáticos. Alguns estudantes podem estar familiarizados com termos como footwork (movimentos próximos ao chão) ou power moves (movimentos acrobáticos de força).

Na década de 1970, nos Estados Unidos, imigrantes jamaicanos se instalaram na periferia de Nova York, no populoso bairro Bronx, passando a conviver com os moradores afro-estadunidenses do local, que sofriam com a marginalização e com a exclusão social.

Do encontro dessas culturas surgiu um movimento cultural denominado hip-hop, que agrupa quatro elementos: a arte urbana do grafite, que estampava as paredes das ruas do Bronx; as músicas mixadas por DJs (disc jockeys); as rimas dos MCs (mestres de cerimônia), que acompanhavam as faixas de música; e a dança breaking, interpretada por dançarinos conhecidos como b-boys break boys) e b-girls (break girls), que combinavam acrobacias e passos estilizados executados em pé (toprocks), próximos ao chão footworks), em pausas marcadas, com o corpo “congelado” (freezes) ou com o apoio de outras partes do corpo, como mãos, cotovelos, cabeça e costas, para realizar impulsões e giros ( power moves).

PRIMEIRO OLHAR

Fotografia de 2023.

3. Respostas pessoais. É possível que muitos estudantes tenham tido a oportunidade de ouvir músicas e de dançar funk ou rap cantados por MCs.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O que você conhece sobre a origem do hip-hop e os elementos que o compõem?

2. Você conhece o breaking ou já viu alguém praticar essa dança? Quais características e movimentos dessa dança você conhece?

3. Você já teve oportunidade de dançar, observar alguém dançando ou ouvir músicas cantadas por MCs? Se sim, compartilhe com os colegas e o professor essa experiência.

■ Jovens participam de batalha de breaking, em Marília (SP).
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
ALF

O movimento hip-hop manifestava a luta de jovens negros da periferia por igualdade de oportunidades. As rimas improvisadas por MCs verbalizaram essa luta e os passos do breaking utilizaram a corporeidade para expressar indignação social.

O hip-hop se espalhou pelo mundo e despontou no Brasil inicialmente na periferia de São Paulo, nos anos 1980, tornando-se mais popular na década de 1990, com o surgimento de vários artistas de rap, como Nelson Triunfo (1954-), Thaíde (1967-) e grupos musicais como Planet Hemp, Racionais MC’s, entre outros.

A dança é um dos elementos centrais da cultura hip-hop, com três estilos principais que surgiram nos Estados Unidos: breaking, popping e locking. Cada um deles tem suas próprias identidades. O breaker (ou b-boy e b-girl ) pratica o breaking, o(a) poper domina o popping, e o(a) locker é o(a) especialista no locking. Apesar das diferenças, todos compartilham o espírito do hip-hop, caracterizado pela diversidade e pela expressão das ruas.

Uma característica central da dança hip-hop é o hibridismo, que combina diferentes influências culturais. Cada breaker, com o tempo, desenvolve seu estilo próprio. Esse estilo autoral permite ao dançarino interpretar e ressignificar gestos, criando uma performance que une técnica e expressão pessoal. O dançarino, através de sua “ginga” ou seu “charme”, se expressa de maneira autêntica e envolvente.

Seja no breaking, no popping ou no locking, cada dançarino comunica algo único. Sua dança se transforma em uma arte performática, em que o corpo é um meio de expressão e identidade na cultura hip-hop.

Nas competições de breaking, são realizadas disputas, denominadas “batalhas”, entre dois competidores. Durante as batalhas, um MC apresenta os b-boys ou as b-girls, e, em seguida, um DJ toca uma faixa musical, para que os competidores se alternem na improvisação da dança durante rounds de 60 segundos, enquanto os árbitros atribuem notas às performances. Os critérios para atribuição das notas levam em conta:

• técnica: precisão, fluidez e qualidade na execução dos movimentos;

• criatividade e personalidade: avaliação da criatividade do competidor, que demonstra seu estilo e sua identidade;

• e xecução: originalidade e coerência do estilo da dança com gestos, expressões etc.;

• musicalidade: sincronicidade dos movimentos do competidor com a música;

• va riedade: intensidade e variação dos movimentos executados.

Dada a popularidade do breaking na França, a dança fez parte dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, mas não foi escolhida pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos para os Jogos de Los Angeles 2028.

Batalha em uma final mundial de breaking em Seul, na Coreia do Sul, em 2013. À direita, o brasileiro Fabiano Carvalho Lopes, conhecido como B-Boy Neguin, contra o marroquino Fouad Ambelj, conhecido como Lil Zoo, à esquerda. Fotografia de 2013.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho do prefácio de um livro de crônicas sobre o hip-hop.

Prefácio

Há algum tempo, conversava com Ailton Krenak sobre as dificuldades dos desterrados, os descendentes de povos movidos à força de seu chão, em reconhecer como seu um “novo mundo”. Tudo o que temos é aquilo que somos, e somos aquilo que podemos considerar nosso. Não no sentido do acúmulo somente, aqui falo sobre uma espécie de “ter” que abre caminho direto para que se possa construir o seu “ser”. De uma maneira ou de outra, o entorno, com mais ou menos precisão, acaba por refletir quem somos.

Se o chão que você tem sob os seus pés te oferece a possibilidade de nele colocar sementes para dormir até que elas despertem sendo plantas, confiantes que miram o céu, certas de que um dia serão árvores, então você tem um mundo para chamar de seu. Ailton disse algo assim, enquanto usava como exemplo a minha horta, de onde retiro parte dos alimentos que comemos em casa.

Vivemos dentro de um fluxo de sobreposições brutais no continente americano há cinco séculos e mais alguma coisinha, a frequência com que esses choques ocorrem é tamanha que já nem damos a devida atenção aos porquês, apenas lidamos, cada um à sua maneira, com as consequências e, nesse átimo de tempo que é a vida humana, seguimos. A cultura hip-hop é fruto dessas grandes movimentações de gente, que acontecem durante essas sobreposições de mundos. É da hora pensar que, assim como mais ou menos 14 bilhões de anos atrás a explosão chamada de big bang criou o universo como conhecemos, e que este, à medida que resfriou, gerou a vida da qual usufruímos, a sobreposição de realidades políticas, culturais e sociais produzida pela crueldade e pelo brutalismo da colonização removeu nações inteiras de seus territórios ao redor do globo.

Foi como consequência das consequências de uma dessas sobreposições que jamaicanos foram parar no Bronx, nos Estados Unidos, na década de [19]70. E, de lá, gerar uma outra explosão que geraria um novo universo de vida pulsante, capaz de redefinir nossos padrões culturais.

É difícil falar sobre onde essa cultura foi criada, é mais fácil falar sobre onde ela foi batizada. Aí podemos partir do Bronx. As manifestações agrupadas debaixo do termo “ hip-hop” de alguma maneira eram encontradas em muitas culturas diferentes, sobretudo no continente africano e na própria América. Aqui, entenda como América a América imensa cantada por Residente, e não a América somente como apelido dos Estados Unidos. Por isso, gosto de chamar a cultura hip-hop de grande linha telefônica da diáspora africana , aquela que conecta todos nós, mas não só.

Foi graças a esse “ big bang” que passamos a nos entender como parte de algo. Aqui, volto na brisa do “ter” e do “ser”, então, através de rimas, graffitis, passos de breaking e scratches , passamos a nos sentir pertencentes a uma

diáspora africana: imigração ou dispersão forçada de populações africanas para atender a mercados escravagistas entre os séculos XVI e XIX.

graffitis: grafites; pinturas e desenhos feitos em paredes, muros, monumentos públicos etc. com a intenção de modificar a paisagem urbana e transmitir mensagens aos transeuntes.

scratches: técnicas musicais que produzem sons percussivos ou rítmicos ao “arranhar” o disco de vinil para frente e para trás repetidas vezes em um toca-discos.

1. O autor evoca a imagem de plantar sementes no chão. Ele compara o ato de plantar à ideia de pertencer a um lugar. Assim como as sementes, que crescem confiantes de que um dia se tornarão árvores, o “ter” um pedaço de terra ou um lugar para chamar de seu permite o desenvolvimento do “ser”. O autor sugere que a identidade do ser humano se constrói a partir do que está ao redor dele, como um espaço no qual se pode enraizar e crescer.

comunidade que via em nós força, beleza e inteligência, diferente do estereótipo construído pelo rastro de destruição que a colonização deixou. Sementes, plantas e árvores, que agora têm a ambição de ser florestas. Você encontrará frutos do hip-hop em todos os setores da sociedade, das calçadas aos tribunais, dos palcos até a elaboração de políticas públicas que promovam a vida.

2. Espera-se que os estudantes compreendam que a cultura hip-hop reconecta culturas, tradições e experiências de diferentes povos, espalhados em diversos lugares, mas que compartilham uma origem comum, por terem sido afetados pela diáspora africana.

EMICIDA. Prefácio. In: TONI C. Hip-Hop: 50 anos, 50 crônicas. São Paulo: LiteraRUA, 2023.

SOBRE...

Emicida é o nome artístico de Leandro Roque de Oliveira (1985-), rapper, cantor, compositor, produtor musical, escritor e apresentador brasileiro. Foi vencedor do Grammy Latino, em 2020, e é autor dos livros Amoras ; Pra quem já mordeu um cachorro por comida, até que eu cheguei longe… e E foi assim que eu e a Escuridão ficamos amigas .

■ Emicida em apresentação na cidade de Belo Horizonte (MG). Fotografia de 2024.

3. Por meio de rimas, graffitis, passos de breaking e scratches, o hip-hop permite que indivíduos se expressem de maneira autêntica e conectem suas experiências pessoais com as de uma comunidade maior, que valoriza a beleza, a inteligência e a criatividade, ajudando a criar uma identidade. 4. O hip-hop proporciona uma plataforma para abordar questões sociais, como racismo, desigualdade e violência, criando uma identidade de resistência e mudança. Artistas de hip-hop usam sua música para expressar as lutas e as aspirações de suas comunidades, criando uma forma de ser e de ver o mundo.

ATIVIDADES

1. No prefácio, qual metáfora o autor utiliza para se referir à relação entre “ter” e “ser”?

2. No texto, o autor chama o hip-hop de “grande linha telefônica da diáspora africana”. Explique o que isso representa.

5. Essas sobreposições, que envolvem a mistura de tradições, valores e identidades, moldam as pessoas como indivíduos e, consequentemente, moldam a sociedade, levando-as a absorver elementos de várias

3. De acordo com o texto, como o hip-hop ajuda a criar uma nova identidade para as pessoas que integram essa cultura?

origens culturais. No contexto atual, essas influências culturais auxiliam o indivíduo a perceber que a identidade humana é plural e dinâmica, construída a partir de diferentes camadas de experiências históricas.

4. Por que o hip-hop é considerado uma voz potente para comunidades historicamente excluídas?

5. Como as sobreposições culturais, citadas no texto, podem influenciar a maneira como as pessoas se veem e se relacionam com o mundo hoje?

6. E xplique a analogia proposta pelo autor ao comparar as sementes plantadas na terra e a cultura hip-hop.

6. Assim como as sementes precisam de um solo fértil para crescer, florescer e eventualmente se transformar em árvores que sustentam a vida, a cultura hip-hop também precisa de um ambiente que possibilite às suas raízes se firmarem, se

7. Como o hip-hop pode influenciar a elaboração de políticas públicas, considerando seu contexto social e cultural?

nutrirem e se expandirem. É possível encontrar frutos do hip-hop em todos os setores da sociedade, das calçadas aos tribunais e dos palcos até a elaboração de políticas públicas que assegurem o direito à vida.

8. Faça uma pesquisa na internet sobre as temáticas nas letras de hip-hop

• Selecione quatro letras de canção e identifique qual é a temática abordada.

• Depois, compartilhe com os colegas e o professor o resultado de sua pesquisa e argumente sobre o motivo desses temas serem abordados nas canções.

8. Resposta pessoal. É possível que os estudantes selecionem letras de canção que tratem de temas como ancestralidade, indignação social, sonhos, autoestima etc.

INDICAÇÃO

• MARTINELLI, Tânia Alexandre; BERNARDES JR., Valdir. Batalha! São Paulo: Ática, 2021. O livro apresenta uma narrativa sobre dois jovens da periferia, ambos engajados com a cultura hip-hop e que estão passando por desafios na adolescência. Tati é uma jovem moradora do bairro de Pirituba, em São Paulo, que deseja ser poeta. Henrique é um morador do Morro do Horácio, em Florianópolis, que divide o tempo entre batalhas de rap e de dança.

7. O hip-hop, nascido de realidades sociais e culturais diversas, pode influenciar políticas públicas ao dar visibilidade às questões de desigualdade, preconceito e exclusão. Ao se posicionar como uma plataforma de expressão coletiva, ele promove diálogos democráticos e empáticos, valorizando as diferenças e defendendo a inclusão e a justiça social nas decisões políticas.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes infiram que a cultura hip-hop promove igualdade e dignidade ao dar voz às comunidades marginalizadas. Alinhado ao artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o hip-hop se utiliza da música, da dança, do grafite e também da moda para reafirmar essa igualdade, desafiando discursos opressores, lutando contra injustiças sociais e oferecendo uma plataforma para reivindicação de direitos.

REFLETIR ARGUMENTAR E

Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um documento com 30 artigos, que compreende os aspectos civil, político, social, econômico e cultural dos direitos que devem ser garantidos a todas as pessoas ao redor do mundo. Leia, a seguir, os artigos 1 e 2 da Declaração.

2. O hip-hop reforça os princípios de inclusão e diversidade ao criar espaços de manifestação para vozes marginalizadas, em resposta à exclusão social e racial. Usando a arte como resistência e unindo pessoas de diferentes origens, esse movimento defende a igualdade de direitos para todos, contribuindo para o combate à discriminação.

Artigo 1

3. Embora os artigos 1 e 2 da Declaração afirmem que todos nascem livres e iguais, muitos brasileiros ainda não têm acesso pleno a esses direitos. Desigualdade social, racismo estrutural e exclusão econômica

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2

afetam principalmente periféricos, negros e indígenas, limitando o acesso a direitos básicos. A falta de políticas eficazes e o preconceito mantêm essas desigualdades.

1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Brasília, DF: Unicef, [202-]. Publicada originalmente em 1948. Disponível em: www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 7 out. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. Em sua opinião, como a cultura hip-hop pode ser vista como uma afirmação dos princípios de igualdade e dignidade presentes no artigo 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos? De que maneira esse movimento cultural contribui para a luta pelos direitos humanos no contexto contemporâneo?

2. De que maneira a cultura hip-hop reforça os princípios de inclusão e diversidade defendidos no artigo 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos? Como esse movimento contribui para combater as várias formas de discriminação na sociedade? Justifique sua resposta utilizando argumentos para defender seu ponto de vista.

3. Considerando o cenário socioeconômico brasileiro, quais são os desafios para garantir que os direitos à dignidade, à igualdade e à não discriminação, conforme descritos nos artigos 1 e 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, sejam efetivamente assegurados a todos os brasileiros? Justifique.

4. Como a dança breaking, um dos elementos do hip-hop, pode ser uma forma eficaz de conscientizar a população sobre os direitos humanos, especialmente os jovens e as comunidades marginalizadas? Reflita sobre essa questão e compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

4. A dança breaking é uma ferramenta eficaz para a conscientização sobre direitos humanos ao permitir que jovens e comunidades marginalizadas expressem suas histórias e ressignifiquem suas identidades. Ao promover valores como igualdade, respeito e cooperação, o breaking cria pertencimento e empoderamento e se torna um meio acessível de sensibilizar a sociedade para questões como desigualdade e exclusão, incentivando o diálogo, a cultura de paz e a transformação social.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Coreografia de breaking

Nesta atividade, você vai aprender uma coreografia de breaking, com três passos de toprock (realizados em pé) e um passo de footwork (realizados próximos ao chão). A atividade oportuniza o desenvolvimento da coordenação motora, da expressividade corporal, do ritmo e da orientação espacial.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como uma sala, um pátio ou uma quadra.

2. Será necessário reservar um dispositivo conectado a uma caixa de som com acesso à internet.

3. Antes de iniciar, é preciso escolher uma playlist de hip-hop, para acompanhar os passos de dança.

Praticar

1. Antes de iniciar, realize uma série de alongamentos para os membros superiores e inferiores, sob as orientações do professor.

2. Concentre-se no movimento das pernas. Os braços ficam livres para você realizar os movimentos que desejar.

Passo 1

• Inicie na posição em pé, com as pernas ligeiramente afastadas, na largura dos ombros.

• Em seguida, cruze a perna direita à frente da esquerda e apoie o pé direito no chão, transferindo o peso do corpo para essa perna.

• Retorne à posição inicial e repita o passo com o outro lado do corpo.

Passo 2

• Inicie na posição em pé, com as pernas unidas.

• D epois, abra a perna esquerda, marcando a pisada no chão com o pé esquerdo e transferindo o peso do corpo para essa perna.

• Leve a perna esquerda à frente, realizando um chute e retorne à posição inicial.

• Repita o passo com o outro lado do corpo.

■ Ilustração demonstrativa de execução do passo 1 do breaking

■ Ilustração demonstrativa de execução do passo 2 do breaking.

Passo 3

• Inicie em pé, com as duas pernas unidas.

• Dê um chute à frente com a perna esquerda, apoiando o pé esquerdo à frente em seguida.

• Cruze a perna direita à frente da perna esquerda, rodando o quadril para a esquerda e transferindo o peso do corpo para a perna direita.

• Retorne à posição inicial e repita o passo com o outro lado do corpo.

Passo 4

■ Ilustração demonstrativa de execução do passo 3 do breaking.

• Inicie na posição agachada, com o tronco inclinado para frente e os pés em meia ponta.

• Estenda a perna esquerda e apoie a mão esquerda no chão, ao lado do quadril.

• Passe o braço direito por cima da perna esquerda e apoie a mão direita no chão, enquanto gira o tronco para o lado esquerdo, com o joelho direito flexionado.

• Retorne à posição anterior. Depois, retorne à posição agachada.

• Realize o mesmo movimento com o outro lado do corpo.

■ Ilustração demonstrativa de execução do passo 4 do breaking.

3. Combine os quatro passos para compor uma coreografia, repetindo cada passo quatro vezes.

4. Invente novos passos de breaking para acrescentá-los à coreografia.

Avaliar

Depois de aprender a coreografia de breaking, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao realizar os movimentos de breaking e como você os superou?

2. Enquanto dançava breaking, que sentimentos ou sensações você experimentou?

3. Durante a execução dos passos, de que forma você percebeu o desenvolvimento da sua coordenação motora, sua expressividade corporal, seu ritmo e sua orientação espacial? Como essas habilidades se conectam com outros aspectos da sua vida?

4. Ao praticar os movimentos de breaking, quais reflexões você fez sobre a importância cultural e social do movimento hip-hop?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

12 CAPÍTULO LUTAS DO MUNDO

Leia mais explicações e sugestões deste Capítulo em Orientações para o professor

■ A judoca brasileira Beatriz Souza (1998-), de quimono azul, em uma das séries de lutas que a levou a conquistar o ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

O Capítulo 12 apresenta algumas modalidades de lutas que são praticadas ao redor do mundo. No Tópico 1, você vai entrar em contato com a história e a filosofia do taekwondo, além de praticar alguns chutes característicos da modalidade. No Tópico 2 , você vai conhecer a história e as regras do judô, participar de uma pesquisa sobre os atletas brasileiros de judô que são medalhistas olímpicos e aprender a executar algumas quedas dessa luta. No Tópico 3, você vai conhecer as características do boxe e vivenciar alguns movimentos básicos desse esporte. Antes de começar, é importante conhecer a diferença entre os conceitos de luta e de arte marcial.

A luta se baseia no combate direto entre dois oponentes, que empregam técnicas de ataque e defesa, regidas por um código de regras. As artes marciais originalmente se referiam ao treinamento de militares para a guerra, uma vez que a palavra marcial se reporta a Marte, deus romano da guerra. Atualmente, o termo vem sendo utilizado para designar modalidades de combate que estão articuladas a preceitos ético-filosóficos. Para evitar uma confusão semântica, alguns estudiosos defendem a substituição da expressão “artes marciais” por “esportes de combate”.

A fotografia reproduzida nesta página apresenta uma luta de judô. Quais outras lutas você conhece?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem o boxe, o taekwondo, o caratê, o kung fu, a luta greco-romana, a luta livre, o jiu-jítsu, o muay thai, o sumô, entre outras.

1

1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes associem o taekwondo a uma modalidade de lutas, com o uso de chutes e socos.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes tenham assistido a alguma luta de taekwondo na TV ou na internet.

Taekwondo: uma luta coreana

O taekwondo, também conhecido como a “arte de chutar e bater”, é uma luta que se originou na Coreia do Sul há mais de 1 300 anos. Por volta de 670 d.C., o território coreano era dividido em três reinos: Koguryo, Baekje e Silla. Durante o reinado de Ching Heung, Silla era constantemente invadido e saqueado pelos reinos vizinhos e, por isso, foi criado um grupo de elite militar formado por jovens aristocratas, conhecido como Hwa Rang-do. Além dos equipamentos bélicos, como lança, espada e arco e flecha, esses guerreiros passaram a utilizar também técnicas de artes marciais e disciplina mental, que muitos anos mais tarde serviriam de base para o taekwondo. Entre 1909 e 1945, a Coreia foi invadida e ocupada pelo Japão e, ao longo desse período, a cultura coreana foi oprimida, com as lutas voltando a ser praticadas somente após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Anos mais tarde, o general Choi Hong Hee (1918-2002) reuniu um grupo de pessoas para unificar diferentes escolas de artes marciais coreanas, resultando na formação do taekwondo em 1961. Posteriormente, vários instrutores e mestres coreanos se encarregaram de difundir o taekwondo pelo mundo.

■ O lutador brasileiro de taekwondo Edival Pontes (de azul), em disputa contra o lutador espanhol Javier Pérez Polo (de vermelho), para conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

PRIMEIRO OLHAR

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que é porque, no taekwondo, são permitidos chutes e socos para acertar o tronco do oponente, e o uso desses equipamentos preserva a integridade física dos lutadores.

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O que você conhece sobre o taekwondo e os seus fundamentos?

2. Você já teve oportunidade de lutar taekwondo ou observar alguma luta de taekwondo? Compartilhe suas experiências com os colegas e o professor.

3. Diferentemente de outras lutas, como o judô e o jiu-jítsu, no taekwondo são utilizadas proteções sobre o dobok, uniforme oficial do esporte. Por que você acha que isso acontece?

O mestre Sang Min Cho (1939-) foi o responsável por trazer o taekwondo para o Brasil na década de 1970, iniciando seu trabalho na cidade de São Paulo. Outros mestres chegaram em seguida, difundindo o taekwondo por outras localidades, como Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Desde os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, quando o taekwondo passou a fazer parte do programa olímpico, o Brasil conquistou três medalhas de bronze: uma com Natália Falavigna (1984-) em Pequim (China), em 2008; uma com Maicon de Andrade (1993-) no Rio de Janeiro (RJ), em 2016; e uma com Edival Pontes (1997-) em Paris (França), em 2024.

LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de uma reportagem publicada em um portal de notícias esportivas sobre a história de Maicon de Andrade, medalhista de bronze no taekwondo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (RJ), em 2016.

Dias de luta, dias de glória: saiba mais sobre Maicon de Andrade, medalhista Olímpico do taekwondo

[…]

Três empregos para se manter no esporte

Maicon conheceu o taekwondo entre os 11 e 12 anos, graças a um projeto da Prefeitura de Ribeirão das Neves, sua cidade natal, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele era mais um dos garotos que sonhava ser jogador de futebol e, sempre que possível, brincava na quadra municipal. Entretanto, um dia ele chegou lá para jogar e viu uma telha caída no chão por conta das chuvas, o que tornava inviável o piso do espaço coberto. Para não perder a viagem, incentivado por um amigo, ele resolveu ir fazer uma aula de taekwondo – para nunca mais sair.

“Sempre gostei de luta. Na primeira vez que fiz uma aula de taekwondo, foi como amor à primeira vista. Para mim, o futebol acabou naquele dia, tinha ido para bem longe. Quando botei o pé lá, sabia que aquilo era para mim. Encaixou perfeitamente comigo”, afirmou

Entretanto, o início não foi nada fácil. Com 16 anos, ele se virava entre os ofícios de auxiliar de pedreiro e garçom para poder bancar os custos relacionados ao taekwondo, e ainda tinha pouco tempo para treinar.

O atleta Maicon de Andrade (de vermelho) em combate contra o argentino Agustín Alves (de azul) nos Jogos Pan-Americanos em Santiago (Chile). Fotografia de 2023.

1. A história de Maicon mostra que a resiliência e a perseverança podem ajudar a conquistar objetivos. O atleta enfrentou inúmeras adversidades, como a falta de recursos financeiros, a necessidade de conciliar trabalho com treinamento e a doença de sua mãe, mas, ainda assim, permaneceu firme em seu propósito de participar dos Jogos Olímpicos.

“Quando você vai começar algo, você não tem um apoio financeiro. Você não vai ter uma grande empresa, um nome, uma marca para te patrocinar dentro do Brasil naquele exato momento. Você precisa provar. Então, para me provar, tinha que dar continuidade. Não podia desistir. Então trabalhei como garçom, ajudante de pedreiro, trabalhava como árbitro de competição, tudo para juntar um dinheirinho para fazer minha inscrição, pagar meu hotel, a minha alimentação, para continuar dentro do taekwondo. Teve uma época em que tive de parar durante um ano e meio porque não estava tendo condição.”

Luta contra doença da mãe

Caçula de uma família com mais sete irmãos – apenas uma mulher –, todos criados apenas por sua mãe, Vitória, Maicon se lembra de estar assistindo aos Jogos Olímpicos de Londres 2012 com ela em meio a essa pausa, quando estava mais voltado a ajudar em casa do que seguir no esporte.

“Estava justamente com ela no quarto, assistindo aos Jogos, e falei que poderia estar nos próximos, que já sabia que seriam no Rio. Ela sempre acreditou em mim. Naquele momento ali eu parei, juntei dinheiro, paguei as contas, paguei tudo que precisava pagar e fui me manter no esporte. E voltei pro taekwondo de novo. Até eu provar ser o melhor”, afirmou.

De fato, as coisas começaram a mudar para o mineiro após esse período de pausa. Ele acabou se mudando para o estado de São Paulo e começou a obter melhores resultados. Em meio ao ciclo Olímpico para os Jogos do Rio, veio o anúncio de que sua mãe estava com um câncer. Maicon chegou a pensar em abandonar o esporte, mas ela não deixou:

“Foi um momento difícil na família, a gente teve que estar mais unido. Falei com a minha mãe que eu ia sair do taekwondo e ia ficar ajudando, mas ela não me deixou fazer isso. Então prometi para ela que eu iria ser medalhista olímpico e era a minha promessa para ela. Graças a Deus deu tudo certo e eu prometi para ela que me classificaria aos Jogos Olímpicos e entregaria a ela a medalha. Ela ia estar lá, presente. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.”

PERISSÉ, Daniel. Dias de luta, dias de glória: saiba mais sobre Maicon de Andrade, medalhista olímpico do taekwondo. [S. l.]: Olympics.com, 23 maio 2023. Disponível em: https://olympics.com/pt/noticias/entrevista-maicon-andrade-bronze-taekwondo-rio-2016. Acesso em: 8 out. 2024.

ATIVIDADES

2. Respostas pessoais. Os estudantes poderão citar valores como perseverança, determinação, sacrifício, gratidão, comprometimento e resiliência.

3. Sim. Maicon contou com o apoio de sua mãe, que sempre acreditou nele e foi uma grande fonte de motivação. Mesmo em momentos difíceis, como durante a doença que a acometeu, ela o incentivou a não desistir do esporte.

1. A reportagem apresenta desafios que Maicon de Andrade enfrentou e superou. O que a história do atleta ensina sobre a importância da resiliência e da perseverança no esporte e na vida?

2. Quais valores fundamentam a trajetória trilhada por Maicon até a conquista de sua medalha olímpica? De que forma esses valores podem ser importantes para o seu próprio projeto de vida?

3. De acordo com o que é apresentado na reportagem, é possível dizer que a história de Maicon revela a importância de ter uma rede de apoio para superar momentos difíceis? Justifique.

4. A respeito do investimento no taekwondo no Brasil, quais dificuldades são citadas por Maicon? Como seria possível contornar essas barreiras?

4. Leia mais em Orientações para o professor.

5. Em sua opinião, de que forma as histórias de superação, como a de Maicon, podem influenciar outras pessoas a perseguirem seus sonhos e conquistarem objetivos? Compartilhe com os colegas e o professor.

6. Considere o que foi tratado na reportagem e outras histórias de atletas que você conheça e responda: de que forma o esporte pode ser uma alternativa para superar desafios financeiros e sociais?

6. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor.

5. Respostas pessoais. Histórias de superação se contrapõem à ideia de que o sucesso é imediato ou fácil, demostrando que o caminho para a realização envolve sacrifícios, desafios e, muitas vezes, recompensas. Essas histórias também ressaltam a importância do apoio emocional e do autoconhecimento.

1. Na postura e na atitude de Marzieh Hamidi transparecem, sobretudo, o espírito indomável, a integridade e a perseverança, mas também os demais princípios, manifestados na sua luta contra o regime autoritário em defesa ao direito das mulheres.

REFLETIR ARGUMENTAR E

2. As lutas da atleta pela vida, pelo seu direito de liberdade e pelo direito das mulheres são evidenciadas quando ela encontra refúgio na França, depois do retorno do Talibã ao poder no Afeganistão em 2021, o que não a fez desistir de brigar pelo que acredita.

Choi Hong Hee propôs cinco princípios do taekwondo, que devem ser seguidos pelos lutadores: cortesia, integridade, perseverança, autocontrole e espírito indomável.

Leia, a seguir, o trecho de uma notícia sobre Marzieh Hamidi, uma atleta afegã, e perceba sua postura na luta pelos direitos das mulheres.

Atleta afegã recebe 3 mil ameaças de morte em 48 horas por defender direitos das mulheres

[…]

“Eu não saí do meu país para me encontrar em uma situação em que estou novamente em perigo”. A ex-campeã de taekwondo do Afeganistão, Marzieh Hamidi encontrou refúgio na França depois do retorno do Talibã ao poder em 2021. Desde seu exílio, a atleta tem se manifestado ativamente contra o regime autoritário em defesa ao direito das mulheres. As postagens sinceras de Hamidi com a hashtag #LetUsExist – ou na tradução livre “Deixem-nos existir” –, foram compartilhadas nas redes sociais. A lutadora recebeu milhares de ligações ao redor do mundo em tom de ameaça.

[…]

Hamidi nunca desistiu de lutar pelo direito das mulheres em seu país de origem. Morando em Paris, na França, a atleta usou as redes sociais para se posicionar contra as restrições do Talibã às roupas femininas, [à] educação e [a] outras liberdades básicas, incluindo a prática de esportes. Ela revelou que as postagens têm o objetivo de ser a voz para quem não tem voz no Afeganistão.

■ A atleta e ativista Marzieh Hamidi (2002-) em sessão de treino em Paris (França). Fotografia de 2023.

ATLETA afegã recebe 3 mil ameaças de morte em 48 horas por defender direitos das mulheres. GE , [s. l.], 17 set. 2024. Disponível em: https://ge.globo.com/taekwondo/noticia/2024/09/17/atleta-afega-recebe-mais-de-3-mil-ameacas-de-morteem-48-horas-por-defender-direitos-das-mulheres.ghtml. Acesso em: 8 out. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. De que modo a postura e a atitude de Marzieh Hamidi se aproximam dos princípios do taekwondo?

2. O taekwondo é uma luta que combina técnicas de força física e mental. Como a simbologia da luta está presente na vida da atleta afegã?

3. De que maneira você pode considerar e utilizar a história de Marzieh Hamidi e os princípios do taekwondo para construir sua visão de mundo e ajudar a lutar por aquilo que acredita, sem perder de vista as pessoas e sua multiculturalidade? Compartilhe seus argumentos.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem argumentos que considerem, em suas visões de mundo, não apenas suas aspirações pessoais, mas também os anseios da coletividade, especialmente das pessoas ao redor deles, a fim de construir sociedades mais justas, democráticas e inclusivas. Além disso, é importante que eles percebam a gravidade da violência contra as mulheres e a necessidade de combatê-la, lutando por equidade e respeito

JOEL SAGET/AFP/GETTY IMAGES
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CONEXÕES com

FILOSOFIA

1. Tanto o budismo quanto o confucionismo são doutrinas originadas no Oriente relacionadas a questões espirituais e que consideram os seres humanos de maneira integral, cujos princípios abrangem aspectos éticos, sociais e filosóficos. Desse modo, como o taekwondo também tem sua origem no Oriente e é influenciado por essas doutrinas, espera-se que seus praticantes considerem essa arte marcial em toda a sua gênese ao praticá-la e difundi-la, o que pressupõe não desconsiderar a sua origem e os seus preceitos.

Confucionismo: conjunto de crenças, valores, ética e filosofia originário da China e que professa virtudes como o culto à natureza e aos antepassados, o amor, a justiça, a reverência e a sinceridade.

Filosofia do taekwondo

As práticas corporais são atividades construídas social e culturalmente ao longo de gerações. Assim, as lutas e, mais precisamente, as artes marciais deflagram influências de outros âmbitos da sociedade, como o período histórico, os costumes e as práticas religiosas, por exemplo. Portanto, ao estudar e aprofundar os conhecimentos no taekwondo, é preciso considerar todo o contexto que influenciou seu surgimento e o desenvolvimento dos aspectos técnicos, físicos, mentais e espirituais que fundamentam essa arte marcial.

Leia, a seguir, o trecho de um texto que explica a filosofia do taekwondo.

Para entender a filosofia do taekwondo é preciso ter em mente que o objetivo da prática dessa arte marcial é o de alcançar uma plenitude harmoniosa entre o ser humano e o universo. Isso significa viver de modo pacífico e justo. Dessa forma, a convivência fica facilitada. Originalmente, o significado da palavra filosofia é o de “amigo da sabedoria”. Exatamente o que inspirava os espíritos na época da formação da Coreia. Então, as forças da natureza eram devidamente apreciadas e havia uma influência do Budismo e do Confucionismo. As pessoas valorizavam as pessoas dignas, de moral elevada, leais e justas.

Nessas condições, o taekwondo é essencialmente uma busca do entendimento do ser. As naturais diferenças entre Oriente e Ocidente refletem nessa arte marcial. O taekwondo tem sua origem marcada pela filosofia oriental tradicional. Nesse sentido, busca explicações intuitivas, mas completas, de fenômenos que escapam à lógica ocidental. […]

2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes apresentem argumentos segundo as crenças e os valores de cada um. Alguns poderão dizer que sim, citando diferentes personalidades conhecidas e seus legados, e outros poderão responder que não, apoiando-se no argumento de que é difícil para os ocidentais compreenderem totalmente as doutrinas orientais.

3. O taekwondo é uma prática que transcende o combate físico e promove a busca por harmonia, justiça e ética nas interações humanas. O praticante não deve aplicar os princípios dessa luta apenas no tatame, mas também em sua vida cotidiana, agindo com retidão, respeito e responsabilidade em suas interações sociais.

CAMPOS, Tanei; GOULART, Fábio; BUENO, Fábio Amador. Taekwondo: o caminho dos pés e das mãos. São Paulo: On Line Editora, 2011. E-book

1. O texto menciona que a filosofia do taekwondo é influenciada pelo budismo e pelo confucionismo. Como essas tradições filosóficas moldam os princípios morais e éticos do praticante de taekwondo?

2. De certo modo, o taekwondo se aproxima do budismo e do confucionismo porque tem como um dos objetivos o alcance da plenitude do ser humano com o universo. Você acredita que o alcance desse estado é possível? Justifique.

3. De que maneira os ensinamentos do taekwondo podem ser aplicados na vida cotidiana para melhorar o relacionamento e o convívio entre as pessoas?

4. Como o significado original da palavra filosofia se relaciona com a prática do taekwondo?

4. O taekwondo é mais do que uma prática física, porque também incorpora princípios de reflexão, disciplina e sabedoria, os quais orientam o praticante a viver de forma mais consciente e ética e a refletir sobre os ideais de sabedoria e autoconhecimento, que também norteiam a filosofia.

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OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Chutes básicos de taekwondo

Nesta seção, você vai vivenciar chutes básicos do taekwondo e compreender a função deles na luta. Você vai precisar de equilíbrio, agilidade e coordenação para executar todos os movimentos.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como uma quadra ou um pátio. É preciso dividir o espaço em quatro estações, uma para cada movimento, e utilizar um giz para escrever, em cada estação, o nome do movimento que será executado.

2. Antes de iniciar a atividade, é preciso que você e os colegas se organizem em grupos, com a ajuda do professor, e distribuam-se pelas estações.

Praticar

1. Realize um breve aquecimento, seguido de um alongamento para membros inferiores e superiores, de acordo com os exercícios que o professor selecionar.

2. Em duplas, você e um colega se revezarão em cada uma das estações para praticar o chute e corrigir um ao outro.

3. A permanência das duplas em cada estação será de cerca de cinco minutos.

4. É importante que as duplas mantenham-se afastadas umas das outras, para evitar o contato corporal durante a execução dos chutes.

• Estação 1: chute bandal tchagui. Esta é a técnica de pés mais utilizada em competições. Na primeira fase do chute, eleve e flexione o joelho da perna que estava posicionada atrás, para depois estendê-lo. Durante a extensão do joelho, o pé de ataque deve atingir o alvo. Nesse chute, o alvo deve ser a altura do tronco, em flexão plantar. Depois, o joelho é novamente flexionado e o pé de ataque pode retornar ao solo.

■ Ilustração demonstrativa de execução do chute bandal tchagui.

• Estação 2: chute ap tchagui. Esse é um dos chutes mais eficientes do taekwondo. Para executá-lo, eleve e flexione, acima da cintura, o joelho da perna que estava posicionada atrás. Em seguida, estenda o joelho para atingir o alvo com a parte frontal da sola do pé.

■ Ilustração demonstrativa de execução do chute ap tchagui

• Estação 3: chute dolyo tchagui. Tem como alvo o rosto do oponente. Para executá-lo, eleve o joelho da perna que estava posicionada atrás ao mesmo tempo que o pé de apoio é virado em 180°. Em seguida, estenda o joelho, mirando a cabeça do oponente. Depois, flexione novamente o joelho na finalização do chute e retorne com o pé para o solo.

■ Ilustração demonstrativa de execução do chute dolyo tchagui.

• Estação 4: chute yop tchagui. Executado durante a luta quando o oponente estiver na lateral. Com o corpo direcionado para a frente, equilibre-se em uma perna, enquanto eleva e flexiona o joelho da outra perna, para, em seguida, estendê-lo, com o pé acertando o oponente.

■ Ilustração demonstrativa de execução do chute yop tchagui.

Avaliar

Depois de realizar os chutes de taekwondo, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Você encontrou dificuldades para executar algum movimento? Se sim, o que fez para contorná-las?

2. A execução dos movimentos exigiu equilíbrio, agilidade e coordenação?

3. Foi possível articular a filosofia do taekwondo à técnica dos movimentos executados?

4. Como as aprendizagens do taekwondo podem contribuir para a sua vida pessoal?

HECTOR
HECTOR GOMEZ
HECTOR GOMEZ
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2

Judô e superação

1. Respostas pessoais. É possível que a maior parte dos estudantes conheça o judô, associando-o a uma modalidade de luta corporal de origem japonesa, com técnicas de defesa e ataque ancoradas em princípios filosóficos. Eles podem citar que o objetivo do lutador é agarrar o oponente para derrubá-lo no solo. É possível que alguns estudantes tenham praticado judô, além de terem assistido a lutas de judô presencialmente, pela TV ou pela internet.

2. Espera-se que os estudantes reconheçam na luta marajoara, na huka-huka, no jiu-jítsu e em outras lutas a característica de desequilibrar o oponente e tentar derrubá-lo como uma semelhança com o judô.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que, ao unir o desenvolvimento físico, intelectual e moral, a arte marcial ajuda a desenvolver o condicionamento físico, a disciplina e a manutenção da saúde mental, aumentando a consciência de si e de seus atos e a capacidade de lidar com situações de violência de forma contida.

O judô é uma arte marcial de origem japonesa, praticada como esporte. Durante a luta, dois atletas se enfrentam com o objetivo de projetar o oponente de costas no tatame ou imobilizá-lo. Criado no final do século XIX pelo professor e filósofo Jigoro Kano (1860-1938), o judô foi inspirado no ju-jutsu, uma antiga arte marcial praticada por guerreiros samurais.

Para criar o judô, Jigoro Kano selecionou as melhores técnicas do ju-jutsu, eliminou aquelas que pudessem ser lesivas e fundamentou a prática da luta em princípios filosóficos, com o objetivo de torná-la um meio para o desenvolvimento físico, intelectual e moral. Assim, o judô passou a ser usado como uma forma de autodefesa. Em 1882, Jigoro Kano fundou o Instituto Kodokan, direcionado à formação e à preparação integral das pessoas. Por meio da luta corporal, seus alunos adquiriam o condicionamento físico e aprendiam o espírito de luta e a atitude moral. O judô chegou ao Brasil no início do século XX, na época da imigração japonesa. Por sugestão de Jigoro Kano, o judoca Mitsuyo Maeda (1878-1941), conhecido como Conde Koma, percorreu o Brasil com outros lutadores japoneses fazendo demonstrações de judô, o que contribuiu para difundir a modalidade pelo país.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. O judô é uma das artes marciais mais praticadas no mundo. Quais informações você conhece sobre essa luta? Já teve oportunidade de praticar ou assistir a uma luta de judô? Comente.

2. Quais lutas você conhece que apresentam semelhanças com o judô?

3. Para você, quais são os benefícios de unir o desenvolvimento físico, intelectual e moral à arte marcial?

ORMUZDALVES/FOLHAPRESS

O judô brasileiro conta com diversos campeões munmedalhistas olímpicos. Entre eles estão Sarah Menezes 1990-) e Rafaela Silva (1992-), que foram campeãs olímpicas, respectivamente, nos Jogos Olímpicos de 2012 e de 2016, além de Aurélio Miguel (1964-), único brasileiro eternizado da Fama do Judô.

O judoca Aurélio Miguel com medalha de bronze conquistada nos Jogos Olímpicos de Atlanta (Estados Unidos). Fotografia de 1996.

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LER E COMPARTILHAR

Leia, a seguir, o trecho de um depoimento de um judoca brasileiro que é medalhista olímpico.

Judô

Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade

O Caminho Suave, tradução literal de Jūdō, nasceu em um país em transição. Criado por um intelectual japonês seis anos depois de decretada oficialmente extinta a classe dos samurais no Japão, dando início à era Meigi, ele herdou princípios e valores do Bushido – Código de Ética do Samurai – e foi influenciado pelas filosofias milenares do confucionismo, xintoísmo, zen-budismo e taoísmo. Mais do que uma luta, o objetivo de Jigoro Kano foi criar uma arte marcial em que a evolução técnica do praticante fosse sempre acompanhada de sua evolução espiritual.

Ele entrou na minha vida em 1989, um mês antes de completar catorze anos. Meu irmão, que já praticava, e a medalha de ouro de Aurélio Miguel nas Olimpíadas de Seul um ano antes, foram os principais responsáveis pela minha introdução neste esporte. O sonho grande desde o primeiro dia de aula, me vendo um dia numa olimpíada, veio do meu professor, Geraldo Bernardes, técnico daquela mesma seleção brasileira do campeão Aurélio Miguel. Quando tudo parecia distante, ele e seu entusiasmo davam asas pros meus sonhos. […]

INDICAÇÃO

• JUDÔ Equipe

Mista: BrasilMedalha Bronze | #Paris2024 Melhores momentos.

[S. l.: s. n.], 2024. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Olympics. Disponível em: www.youtube. com/watch?v= MbXdAjfS5Tc. Acesso em: 9 out. 2024.

■ Flávio Canto em Atenas (Grécia). Fotografia de 2004.

O vídeo apresenta trechos da conquista da medalha de bronze olímpica pela equipe brasileira de judô nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Muitas lutas e países depois, entre vitórias e derrotas, olimpíadas e pan-americanos, foi justamente da minha maior decepção que surgiu minha conquista mais relevante. Depois de cinco anos viajando como titular da seleção brasileira, perdi minha primeira seletiva nacional logo na Olimpíada de Sydney, em 2000. Viajei como reserva e, ainda na Austrália, decidi que tinha chegado a hora de fazer valer o maior ensinamento do judô. Mais importante do que o tamanho da queda é o ensinamento que levamos dela, como nos levantamos. Voltei pro Brasil e comecei a usar meu esporte, seus valores e princípios, para transformar vidas. Voltei ao Brasil e comecei a trabalhar como professor de judô em um projeto social na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, formado em direito e tendo feito uma monografia sobre Terceiro Setor, formalizei meu sonho e o batizei de monografia: trabalho científico de aprofundamento em um tema específico, relacionado à área de formação de um curso.

1. O judô foi criado por Jigoro Kano, com base em princípios e valores do Bushido, o código de ética do samurai, e influenciado pelas filosofias milenares do confucionismo, do xintoísmo, do zen-budismo e do taoísmo. Mais do que criar uma luta, o objetivo de Jigoro Kano foi promover ao praticante uma evolução técnica acompanhada de sua evolução espiritual.

Instituto Reação. Hoje, cerca de 1 800 crianças, jovens e adultos praticam judô diariamente em nove polos no Rio de Janeiro (Rocinha, Cidade de Deus, Tubiacanga, Pequena Cruzada, Deodoro, Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, Arena Olímpica, Jacarepaguá) e um em Cuiabá.

O que mais me impressiona no meu esporte é sua capacidade de treinar para a vida. A primeira lição que temos quando entramos no judô é aprender a cair, repetindo inúmeras vezes exercícios educativos para cair com segurança. Só depois disso que ganhamos o privilégio de aprender a derrubar. Mesmo quando tornamo-nos excepcionais derrubadores continuamos caindo, sempre. E, assim, nessa lição diária de determinação e humildade, compreendemos que no judô e na vida o mais importante não é aprender a não cair, isso é inevitável, mas aprender a se levantar. Como diria um dos princípios máximos do judô “somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo, humildade”.

JUDÔ. [S. l.]: Flávio Canto, [20--]. Disponível em: https://flaviocanto.com/judo/. Acesso em: 9 out. 2024.

SOBRE...

Flávio Vianna de Ulhôa Canto (1975-) é ex-judoca, foi o número 1 do ranking mundial de judô entre 2006 e 2007, campeão pan-americano e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. É um dos fundadores do Instituto Reação, apresentador e comentarista de TV e palestrante.

ATIVIDADES

2. Os princípios do judô mencionados no texto são constância, sabedoria e humildade. Espera-se que os estudantes infiram que a constância se revela no esforço contínuo e disciplinado. A sabedoria abrange não apenas a habilidade técnica, mas também a capacidade de se levantar após as quedas, tirando lições valiosas de cada desafio. A humildade faz parte do processo de evolução do judoca, porque é necessário aceitar as derrotas e aprender com elas.

1. Quem foi o criador do judô e quais influências filosóficas ele usou para desenvolver essa arte marcial? Como isso se reflete nos princípios do judô?

2. Quais são os princípios máximos do judô mencionados no texto? Reflita sobre esses aspectos e explique como eles influenciam a prática dessa luta.

3. Como foi o início da carreira esportiva de Flávio Canto?

3. Flávio Canto conheceu o judô por meio de seu irmão, que já praticava a modalidade, e por influência do medalhista Aurélio Miguel. O grande incentivador de sua trajetória no esporte foi o seu professor e técnico de Aurélio Miguel, Geraldo Bernardes.

4. O autor afirma que o judô auxilia seus praticantes a aprender a se levantar depois das quedas, capacitando-os para a vida. Explique essa afirmação, de acordo com o autor.

5. De acordo com o texto, após uma grande decepção na carreira, Flávio Canto teve sua conquista mais relevante, que o fez pôr em prática os ensinamentos adquiridos do judô. Como ele usou essa arte para transformar a vida de outras pessoas?

4. De acordo com o autor, no judô, o iniciante aprende a cair com segurança antes de aprender a derrubar seu oponente. Por meio dessa experiência, os judocas entendem que as quedas são inevitáveis, portanto, o foco é direcionado para lidar com elas e levantar-se cada vez mais forte. Por meio da interpretação do texto, é possível refletir sobre as quedas na vida que, assim como no judô, vão acontecer e sobre a importância de conseguir se levantar depois de uma queda sem desistir de seus objetivos.

REFLETIR ARGUMENTAR E

Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Rafaela Silva, judoca descoberta pelo Instituto Reação aos oito anos, foi desclassificada por usar uma técnica ilegal na disputa. A judoca foi hostilizada nas redes sociais, recebendo inúmeras ofensas racistas. Rafaela chegou a responder com ofensas e depois se isolou das redes, passando por um período de depressão e abandono do esporte. Lutando contra a doença, Rafaela Silva conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, além de dois títulos mundiais e uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

5. O judô impactou profundamente a vida de Flávio Canto, que usou esse aprendizado para transformar a realidade de outras pessoas. O atleta criou um instituto que proporciona a centenas de crianças, jovens e adultos a oportunidade de usar o esporte como um caminho para uma vida melhor.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. Após ser desclassificada nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a judoca Rafaela Silva recebeu milhares de comentários negativos em suas redes sociais, fazendo com que ela desistisse do judô e do que ele representava em sua vida.

Leia, a seguir, um trecho do depoimento da atleta, publicado em um portal eletrônico.

Levantar e reagir

[…]

2. Com base no texto, é possível inferir que algumas pessoas ofenderam a atleta associando a desclassificação à cor de sua pele, praticando o crime de racismo. Rafaela, por sua vez, respondeu às ofensas e, em seguida, se isolou das redes sociais, tendo vivido um período de depressão.

Eu só queria um abraço, um carinho. Queria falar com a minha mãe. Chorar em silêncio. Mas quando eu peguei o meu telefone, havia milhares de notificações. Milhares.

E eu nem conhecia tanta gente assim.

Não eram meus amigos. Não era minha família. Era gente me atacando, me humilhando, ofendendo a mim e à minha família.

Dizendo que a cor da minha pele determinava que eu nunca seria melhor do que ninguém. Que eu nunca seria nada. Nada.

Me chamando de vergonha para o meu país.

[…]

Nada na minha vida tinha me preparado para aquilo, para um momento assim.

E eu desisti. Eu desisti do judô e de tudo o que ele representava pra mim.

Me joguei no sofá e o que eu fazia o dia inteiro era reviver na minha cabeça os instantes daquela luta, o momento em que eu fui desclassificada. As ofensas, a humilhação. Eu, acostumada a apanhar, não podia saber que um sentimento doía tanto.

■ A judoca Rafaela Silva, à esquerda, com os judocas Tiago Camilo e Sarah Menezes em Londres (Inglaterra). Fotografia de 2012.

SILVA, Rafaela. Levantar e reagir. [S. l.]: The players’ tribune, 11 jul. 2024. Disponível em: www.theplayerstribune.com/br/posts/carta-rafaela-silva-judo-brasil-reacao. Acesso em: 10 out. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. As redes sociais permitem que milhões de pessoas expressem suas opiniões instantaneamente. Isso pode impulsionar comentários motivadores e acolhedores, mas também colabora para ampliar a violência verbal. Quais foram as consequências que essas opiniões trouxeram para Rafaela Silva após um episódio desfavorável em sua carreira?

2. De acordo com o texto, além da desclassificação, o que motivou algumas pessoas a atacar virtualmente a atleta? E qual foi a atitude de Rafaela Silva? Reflita sobre essa situação e compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

3. Em sua opinião, qual seria a melhor atitude a ser tomada pela atleta ao se reconhecer como vítima de um crime cometido em ambiente virtual? Defenda seu ponto de vista com argumentos.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem que, ao identificar atos infracionais em ambiente virtual, a vítima deve coletar provas imediatamente; usar as ferramentas das redes para denunciar os crimes; se possível, remover os conteúdos inapropriados; e comunicar às autoridades, como a delegacia de polícia, o Conselho Tutelar e o Ministério Público. Outra medida importante é não revidar os ataques, para não cometer também possíveis crimes cibernéticos.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

Brasileiros medalhistas olímpicos

O judô masculino fez parte dos Jogos Olímpicos, pela primeira vez, em Tóquio, em 1964, mas foi incluído em definitivo no programa olímpico na edição de Munique, em 1972. Já as disputas femininas só iniciaram na edição de Barcelona, em 1992. Nos Jogos de Tóquio 2020, a competição por equipes também foi integrada ao programa olímpico. Ao longo desses anos, os judocas brasileiros tiveram vitórias importantes, transformando o judô em uma das modalidades que mais rende medalhas olímpicas ao Brasil.

Nesta seção, você terá oportunidade de conhecer essas conquistas até os Jogos Olímpicos de Paris 2024, por meio de uma pesquisa documental sobre os brasileiros que se tornaram medalhistas olímpicos de judô. Depois, em grupos, vocês farão videodocumentários sobre os atletas, que serão divulgados nas redes sociais da turma.

Primeira etapa

1. Antes de iniciar a pesquisa, a turma deve ser organizada em 12 grupos de trabalho. Cada grupo será responsável por pesquisar dois judocas brasileiros, conforme a orientação do professor.

2. Reúna-se com o seu grupo e façam uma pesquisa em livros, revistas ou na internet, para coletar as seguintes informações sobre os atletas selecionados para vocês:

• Data e local de nascimento.

• Início da carreira no judô e a graduação.

• Principais conquistas nacionais e internacionais obtidas no judô.

• Medalhas olímpicas conquistadas, indicando o ano e a cidade-sede dos respectivos Jogos Olímpicos, além dos adversários derrotados nas disputas por medalhas.

• Algumas entrevistas concedidas pelos atletas e notícias ou reportagens publicadas sobre as conquistas olímpicas.

• Algumas fotografias e/ou alguns vídeos das lutas e dos pódios olímpicos.

Segunda etapa

1. Depois de realizar as pesquisas e anotar as informações no caderno, o grupo deve organizar o material coletado para elaborar um videodocumentário dos atletas pesquisados. O vídeo pode ter de 5 a 10 minutos de duração e pode ser produzido a partir de um aplicativo gratuito de edição de vídeos. É possível acrescentar narrações, efeitos sonoros e trilhas musicais aos videodocumentários, desde que estejam, assim como as imagens, de acordo com as normas de direitos autorais vigentes.

2. Após finalizarem as produções audiovisuais, compartilhem os videodocumentários nas redes sociais da turma, para que as outras turmas da escola possam prestigiar e valorizar os judocas brasileiros.

3. Ao final, organizem-se em uma roda de conversa com o professor para compartilhar as reflexões da turma sobre a atividade.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Quedas de judô

Nesta seção, você terá oportunidade de vivenciar algumas das técnicas básicas das quedas do judô, denominadas ukemis. Saber cair após ser projetado ao solo representa uma proteção, porque evita lesões e permite ao judoca se reerguer para continuar na luta. Por esse motivo, as quedas são as primeiras técnicas aprendidas no judô. A atividade proposta na seção favorece o desenvolvimento do equilíbrio e da coordenação.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como uma quadra ou um pátio.

2. Será necessário forrar o chão com peças de tatame de EVA ou colchonetes, para que a superfície fique macia, evitando lesões e acidentes.

3. Antes de iniciar a atividade, a turma deve ser organizada em duplas.

Praticar

1. Antes de executar as quedas, é necessário realizar uma série de alongamentos para membros superiores e inferiores, de acordo com a orientação do professor.

2. Serão apresentadas quatro quedas (ukemis), e, durante cinco minutos, cada dupla deve se revezar entre executar o movimento e corrigir o parceiro, oferecendo dicas que o auxiliem a melhorar o desempenho.

3. É recomendável que as duplas fiquem a uma distância segura, de dois a três metros, umas das outras para evitar o contato corporal durante a execução das quedas.

4. A primeira queda proposta é denominada ushiro-ukemi (que significa “queda para trás”) sentado.

• Inicie na posição sentada olhando para frente, com as pernas estendidas à frente do corpo, os braços estendidos à frente do tronco na altura dos ombros e palmas das mãos voltadas para baixo.

• Role as costas para trás em direção ao tatame, mantendo as pernas estendidas para cima, enquanto encosta o queixo no peito, para impedir que a nuca toque o solo.

• Ao mesmo tempo que as costas tocarem o solo, bata as duas mãos espalmadas e os braços estendidos no solo na linha dos ombros.

• Recolha os braços em seguida, para amortecer o impacto da queda.

■ Ilustração demonstrativa da queda ushiro-ukemi sentado.

5. A segunda queda é a execução da ushiro-ukemi partindo da posição em pé.

• Inicie na posição em pé, olhando para frente, com os dois braços estendidos à frente do tronco e as palmas das mãos voltadas para baixo.

• Em seguida, flexione os joelhos e logo depois role as costas para trás, para executar a queda ushiro-ukemi.

■ Ilustração demonstrativa da queda ushiro-ukemi em pé.

6. A terceira queda é denominada yoko-ukemi (que significa “queda lateral”) sentado

• Inicie na posição sentada, com as pernas afastadas formando um ângulo de 90o entre elas.

• Estenda o braço direito na altura do ombro, mantendo-o paralelo à perna direita e posicione o braço esquerdo próximo ao tronco, na direção do abdome.

• Em seguida, traga a perna direita estendida em direção à perna esquerda, unindo as duas pernas, ao mesmo tempo que o braço direito é movido para frente do corpo, sempre paralelo à perna direita.

• Role as costas para trás com uma leve inclinação do corpo para a direita.

• Enquanto as costas tocam o solo, bata o braço e a mão direita no solo, recolhendo-os rapidamente, para amortecer o impacto da queda.

• Repita o movimento para o lado esquerdo.

■ Ilustração demonstrativa da queda yoko-ukemi sentado.

7. A quarta queda é a execução da yoko-ukemi partindo da posição em pé.

• Inicie na posição em pé, com as pernas ligeiramente afastadas e com o braço direito estendido, lateralmente, na altura do ombro.

• Posicione o braço esquerdo próximo ao tronco, na direção do abdome.

• Em seguida, vire o corpo para a lateral, enquanto a perna direita estendida se aproxima da perna esquerda, ao mesmo tempo que o braço direito é movido para frente do corpo.

• Flexione os joelhos e realize a queda yoko-ukemi. Repita o movimento para o outro lado.

HECTOR
HECTOR
GOMEZ

■ Ilustração demonstrativa da queda yoko-ukemi em pé.

Avaliar

Depois de vivenciar as quedas do judô, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como foi a sua experiência pessoal com a atividade?

2. Você conseguiu executar as quedas de forma segura e eficiente?

3. Teve dificuldade para executar algum movimento? Qual técnica achou a mais fácil e a mais difícil de realizar?

4. Você conseguiu oferecer dicas ao seu parceiro de dupla que resultaram na melhoria da execução dos movimentos? Conseguiu aplicar as dicas que recebeu dele?

5. Percebeu a demanda por coordenação e equilíbrio para executar as quedas?

6. É p ossível transferir a vivência do judô para uma situação imprevista de queda, fora do tatame?

AMPLIAR

Para vencer uma luta no judô é necessário conquistar um ponto. As pontuações no judô estão indicadas no quadro a seguir.

As pontuações no judô

Denominação

Ippon

Wazari

Refere-se ao golpe perfeito, quando o oponente é derrubado e atinge o tatame com as costas (encostando os dois ombros) ou é imobilizado por 20 segundos.

O oponente é derrubado e atinge o tatame com uma parte das costas, podendo ser apenas um ombro, porque a força ou a velocidade são insuficientes para caracterizar o ippon. Também ocorre se o oponente for imobilizado por 15 a 19 segundos.

Shido Penalidade para o atleta que praticar alguma ação ou técnica proibida.

Hansoku-make Penalidade grave, quando o atleta pratica alguma ação que apresente risco ao adversário ou que seja antidesportiva.

O judoca recebe 1 ponto e vence a luta imediatamente.

O judoca recebe ½ ponto, portanto, dois wazaris equivalem a um ippon.

Receber três shidos leva à desclassificação do atleta.

O judoca é expulso e perde a luta.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

3

Boxe: a luta no ringue e a luta contra o preconceito

O boxe é um esporte de combate e consiste em uma luta que utiliza apenas os punhos, protegidos por luvas, para atingir o oponente da cintura para cima e defender-se de suas ações ofensivas. A boa execução dos golpes também é determinada pela técnica de movimentação das pernas dos boxeadores. A luta se desenvolve em uma sequência de pequenos combates chamados rounds ou assaltos.

O registro histórico mais antigo do boxe data de aproximadamente 3000 a.C., no Egito, e as regras atuais foram baseadas em um regulamento assinado em 1867 pelo escocês Marquês de Queensberry (1844-1900). As primeiras lutas olímpicas aconteceram nos Jogos Olímpicos da Antiguidade em 668 a.C. Nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, o boxe masculino começou a ser praticado a partir da edição de 1904, em Saint Louis, no estado de Missouri, nos Estados Unidos, e o boxe feminino somente a partir da edição de 2012, em Londres, na Inglaterra.

PRIMEIRO OLHAR

Reúna-se com os colegas e o professor para responder oralmente às perguntas a seguir.

1. Que imagem você tem do boxe como modalidade esportiva? Você acredita que a mídia influencia a maneira como o boxe é percebido?

1. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

2. Você acredita que o boxe pode ser mais do que um esporte de combate? Para você, essa modalidade pode ajudar na inclusão social?

3. Em sua opinião, o boxe é um esporte que oferece riscos à saúde dos praticantes? Se sim, como você acha que esses riscos podem ser minimizados?

2. Respostas pessoais. Os estudantes poderão argumentar que o boxe ajuda jovens de comunidades marginalizadas a encontrarem um caminho de saída da criminalidade. Alguns poderão apresentar exemplos de programas sociais que utilizam o boxe como meio de inclusão para crianças e adolescentes.

3. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

■ A boxeadora brasileira Beatriz Ferreira (1992-), à esquerda, enfrenta uma adversária irlandesa nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, em Tóquio (Japão). Fotografia de 2021.

Historicamente, o boxe suscita algumas polêmicas e é frequentemente associado à violência. Para alguns, essa visão obscurece seu caráter transformador, que possibilita superação e ascensão social. Muitas pessoas já se apoiaram no boxe como alternativa à criminalidade. O esporte também é alvo de críticas em relação à integridade física dos praticantes, que podem sofrer traumas cranianos e outras lesões graves, o que gera debates sobre a ética e a segurança envolvidas na prática.

LER E COMPARTILHAR

Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o boxe esteve no centro de uma polêmica, quando foi questionada a participação da atleta argelina Imane Khelif (1999-) na competição. Leia, a seguir, o trecho de uma notícia publicada na internet sobre o assunto.

MP francês anuncia investigação de ciberbullying contra campeã olímpica argelina Imane Khelif

[…]

As autoridades francesas iniciaram uma investigação após uma denúncia de ciberbullying agravado apresentada pela boxeadora argelina Imane Khelif, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, vítima de uma polêmica de gênero, informou o Ministério Público da capital francesa […].

O serviço nacional francês de combate ao discurso de ódio on-line abriu uma investigação por “ciberbullying com base no gênero, insulto público devido ao gênero, provocação pública à discriminação e insulto público devido à [sua] origem”, declarou o Ministério Público à AFP.

“A boxeadora Imane Khelif, que acaba de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, decidiu travar uma nova luta: a da justiça, da dignidade e da honra”, afirmou o seu advogado Nabil Boudi em um comunicado no sábado, anunciando que apresentou a queixa no dia anterior.

O MP confirmou ter recebido a denúncia na segunda-feira e informou que a investigação será realizada pelo gabinete central de combate aos crimes contra a humanidade e aos crimes de ódio.

“A investigação criminal determinará quem esteve à frente desta campanha misógina, racista e sexista, mas também se concentrará naquelas e naqueles que alimentaram este linchamento digital”, acrescentou o advogado.

[…]

A polêmica começou no ano passado, quando Khelif e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-Ting, também no centro das atenções pelo mesmo motivo, foram desclassificadas do Mundial feminino em Nova Délhi.

Segundo a IBA [International Boxing Association], Imane Khelif não passou em um exame destinado a estabelecer seu gênero. A Federação se recusou a especificar que tipo de exame havia realizado.

O COI [Comitê Olímpico Internacional] afirmou que a argelina poderia participar dos Jogos Olímpicos na categoria feminina.

A polêmica ressurgiu em Paris quando sua adversária na primeira fase, a italiana Angela Carini, abandonou a luta logo no minuto inicial do primeiro round

Nas redes sociais, a boxeadora foi vítima de uma campanha de ódio e desinformação, que a apresentava como “um homem que luta contra mulheres”.

“Sou uma mulher forte com poderes especiais. Do ringue, enviei uma mensagem para aqueles que estavam contra mim”, declarou Khelif à imprensa na sexta-feira após conquistar o ouro.

■ Imane Khelif acena para o público depois de receber a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em Paris (França). Fotografia de 2024.

AFP. MP francês anuncia investigação de ciberbullying contra campeã olímpica argelina Imane Khelif. Correio Braziliense, Brasília, DF, 14 ago. 2024. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br/mundo/2024/08/amp/6920200-mp-frances-anuncia-investigacao-deciberbullying-contra-campea-olimpica-argelina-imane-khelif.html. Acesso em: 10 out. 2024.

AMPLIAR

De acordo com a delegação da Argélia, a boxeadora Imane Khelif apresenta uma condição denominada hiperandrogenismo, caracterizada por níveis excessivamente altos de hormônios masculinos, como a testosterona. As duas principais causas genéticas e hereditárias para o hiperandrogenismo são a Síndrome de Insensibilidade Androgênica e a Deficiência de Produção da Enzima 5-alfa-redutase.

Na Síndrome de Insensibilidade Androgênica, a testosterona é produzida em altas doses, mas não entra na célula, permanecendo na corrente sanguínea. Portanto, esse hormônio não tem nenhuma influência no desenvolvimento dos músculos e não existe nenhuma vantagem competitiva para a atleta que apresente essa condição.

Por outro lado, na Deficiência de Produção da Enzima 5-alfa-redutase, a alteração genética impede a produção de uma enzima que transforma a testosterona em outro hormônio. Nessa condição, a testosterona se acumula, age nos tecidos e leva a um aumento de massa muscular, o que resulta em uma vantagem competitiva para a atleta nessa condição.

INDICAÇÕES

• FACCHINI, Regina; FRANÇA, Isadora (org.). Direitos em disputa: LGBTI+, poder e diferença no Brasil contemporâneo. Campinas: Editora da Unicamp, 2020.

Livro que reúne estudos sobre diversidade sexual e de gênero relacionados a saúde coletiva, ciências sociais, direito, educação e psicologia.

• W EBER, Gabrielle. Pode uma pessoa cis sofrer transfobia? O que aprendemos com o caso da boxeadora argelina Imane Khelif. Jornal da USP, São Paulo, 29 ago. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/ articulistas/gabrielle-weber/pode-uma-pessoa-cis-sofrer-transfobia-o-que-o-aprendemos-com-o-caso-daboxeadora-argelina-imane-khelif/. Acesso em: 10 out. 2024.

O artigo elucida as origens da transfobia e como ela está enraizada na sociedade, além de abordar a violência sofrida pelas mulheres, sobretudo aquelas que não atendem às expectativas de “feminilidade” impostas pela hegemonia cultural.

RICHARD

1. Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois a atleta foi acusada, nas redes sociais, de ser “um homem que luta contra mulheres”, o que não é verdade, já que a atleta é cisgênero (identifica-se com o gênero atribuído a ela quando nasceu) e o que ela apresenta é um distúrbio endócrino que causa um desequilíbrio hormonal.

ATIVIDADES

2. a) Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

2. b) Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

3. Espera-se que os estudantes considerem que as questões de gênero no esporte podem ser manipuladas nas redes sociais por meio de campanhas de desinformação e discursos de

1. Segundo a notícia, a boxeadora Imane Khelif foi vítima, nas redes sociais, de uma campanha de ódio e desinformação. Você concorda que o caso ocorrido com a atleta pode ser considerado fake news? Justifique.

ódio, como no caso de Imane Khelif. Essas manipulações criam narrativas prejudiciais, alimentam preconceitos e distorcem a realidade, impactando negativamente a imagem e a carreira da atleta.

2. Para fazer referência ao que foi feito com a atleta nas redes sociais, a notícia apresenta as expressões “ciberbullying agravado” e “discurso de ódio on-line ”, o que foi reiterado pelo advogado da atleta, que nomeou o ocorrido como “linchamento digital”.

a) Como você acha que o ciberbullying impactou a saúde mental de Imane Khelif e de que maneira a atleta prosseguiu em sua vida pessoal e profissional?

b) Em sua opinião, casos como o divulgado por essa notícia ilustram a necessidade de medidas mais severas contra a prática de crimes virtuais? Compartilhe com os colegas e o professor.

3. De que forma as questões de gênero no esporte podem ser manipuladas nas redes sociais para prejudicar a imagem de atletas, como aconteceu com Imane Khelif?

4. A atleta argelina afirmou ser “uma mulher forte com poderes especiais”, e seu advogado citou o comportamento das pessoas como “campanha misógina”.

a) Como você entende o termo misoginia? Você concorda com essa afirmação do advogado da atleta argelina? Justifique.

b) A misoginia que ocorre no contexto do esporte é diferente da misoginia que ocorre em todos os demais âmbitos da vida pessoal e profissional? Compartilhe suas reflexões com os colegas e o professor.

5. As redes sociais foram a principal ferramenta utilizada para atingir a atleta argelina. Para você, as redes sociais e a mídia em geral podem moldar a percepção pública sobre questões sensíveis, como gênero e identidade, no universo esportivo?

5. Resposta pessoal. Leia mais em Orientações para o professor

6. Para você, é possível usar as redes sociais para tornar o esporte mais inclusivo e ajudar no combate a preconceitos? De que maneira? Compartilhe sua opinião com os colegas e o professor.

6. Respostas pessoais. Leia mais em Orientações para o professor

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4. a) Misoginia é o ódio ou a aversão a mulheres. Espera-se que os estudantes concordem com a afirmação do advogado da atleta, já que se trata de uma mulher que está sofrendo preconceito por não atender a padrões específicos que determinado grupo de pessoas acredita que ela deveria atender.

Há duas modalidades no boxe: o boxe profissional e o boxe amador ou olímpico. As principais diferenças são os pesos dos pugilistas, que definem as categorias, a quantidade de juízes (cinco no boxe olímpico e três no boxe profissional), a possibilidade do empate (no boxe profissional o empate é possível e no boxe olímpico, em geral, há desempate por critérios técnicos) e a quantidade de rounds que compõem uma luta, até 12 no boxe profissional e apenas três no olímpico. Leia, a seguir, as principais regras do boxe olímpico.

• A s lutas são disputadas em três rounds de três minutos.

• A vitória pode ser declarada por nocaute, por nocaute técnico ou por pontos.

• O nocaute acontece quando um dos lutadores cai no chão ou se apoia na corda, sem se levantar antes de o árbitro contar até dez.

• O nocaute técnico acontece quando o árbitro avalia que um dos lutadores não tem condições de continuar na luta, após ser golpeado várias vezes seguidas.

• O vencedor de um round recebe dez pontos e o perdedor recebe até nove pontos. Os critérios para a pontuação consideram o número de golpes que atingiram o adversário, o domínio da luta, a competitividade, a superioridade técnica e tática e as infrações cometidas.

• Para que um golpe seja pontuado, deve ter atingido a parte frontal ou lateral da cabeça ou do abdome do adversário. Os golpes nos braços não recebem pontos.

• Ações como agarrar o adversário e golpear a sua nuca ou a região abaixo da cintura são consideradas infrações.

• A luva é obrigatória para todos os lutadores, e o capacete é obrigatório para as lutas femininas.

4. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que não, ressaltando que a misoginia está presente em muitos contextos, inclusive ocorrendo entre pessoas heteronormativas que se relacionam entre si, com muitos episódios de violência por parte dos companheiros dessas mulheres.

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

1. a) Espera-se que os estudantes respondam que as leis são importantes para definir como criminosas as pessoas que desrespeitam e agridem homossexuais e transexuais, além de fazer valer os mesmos critérios para toda a coletividade, sem exceção.

1. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem que as pessoas são diversas e devem ser respeitadas. Também é importante destacar a adoção de medidas educativas para esclarecer e educar a sociedade, além de instruir sobre como denunciar episódios de preconceito e violência contra homossexuais, transexuais e pessoas de toda a comunidade LGBTQIAPN+.

REFLETIR ARGUMENTAR E

Imane Khelif foi apontada como uma mulher transgênero, o que não é verdade. Mesmo assim, ela foi vítima de transfobia nas redes sociais. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a homofobia e a transfobia em 2019, equiparando essas práticas ao crime de racismo.

Leia, a seguir, a reprodução de um cartaz.

2. Os estudantes podem argumentar que racismo, homofobia e transfobia são formas de discriminação que inferiorizam e excluem grupos vulneráveis. Assim como o racismo, a homofobia e a transfobia também se baseiam em uma dinâmica de poder que busca a subjugação e a negação da dignidade de pessoas que não pertencem ao grupo dominante, marginalizando-as e violando seus direitos fundamentais.

PENETTA, Amanda. A LGBTFOBIA é um crime! [São Carlos]: InformaSUS Ufscar, 2021. 1 cartaz. Disponível em: https://informasus.ufscar.br/semana-de-combate-a-lgbtfobiapor-um-mundo-plural-e-diverso/. Acesso em: 20 out. 2024.

Agora, reflita sobre as atividades a seguir.

1. No cartaz, é citada a lei no 7.716/89.

a) Qual é a importância da criação de uma lei que criminaliza a homofobia e a transfobia?

b) Quais atitudes a sociedade precisa ter para combater a homofobia e a transfobia?

2. Considere a decisão do STF de enquadrar condutas homofóbicas e transfóbicas nos crimes previstos na lei no 7.716/89, que define os crimes de racismo, e reflita: de que forma o racismo, a homofobia e a transfobia podem ser comparados, em relação ao impacto na dignidade e nos direitos das pessoas? Justifique sua resposta com argumentos.

3. Em 2024, foi publicado um dossiê segundo o qual o Brasil, em 2023, completou 15 anos consecutivos como o país que mais assassina pessoas transexuais no mundo. Considere esse fato e reflita: você acredita que as medidas legais para combater a transfobia serão suficientes para reverter esse quadro? Compartilhe sua resposta com os colegas e o professor.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam a importância de todas as medidas que busquem criminalizar e punir atos relacionados à transfobia. No entanto, alguns poderão argumentar que medidas punitivas talvez não sejam o suficiente para evitar que os crimes continuem sendo cometidos e que é necessário, também, um trabalho de conscientização, envolvendo cidadãos, autoridades e instituições, que engendre uma mudança de mentalidade e culmine em uma transformação cultural da sociedade brasileira.

OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS

Movimentos básicos do boxe

Muitas academias propõem uma prática recreativa e terapêutica que consiste em um treinamento de condicionamento físico que usa elementos do boxe, mas sem a luta entre dois oponentes. Nesta atividade, você terá a oportunidade de vivenciar movimentos básicos do boxe que compõem a modalidade recreativa. Para executá-los, você vai precisar de equilíbrio, agilidade e coordenação.

Planejar

1. A atividade deve ser realizada em um espaço amplo, como uma sala, um pátio ou uma quadra.

2. Serão utilizados os seguintes materiais: bexigas, barbante, fita adesiva e prendedores de roupa.

3. Antes de iniciar a atividade, é preciso separar a turma em duplas, as quais devem manter-se afastadas umas das outras, para evitar o contato físico durante a atividade.

4. Cada dupla receberá uma bexiga, um pedaço de barbante, um pedaço de fita adesiva e quatro prendedores.

5. Depois de encher a bexiga e prendê-la no barbante, é necessário utilizar a fita adesiva para fixar a ponta do barbante no teto, deixando a bexiga pendurada na altura da face.

Praticar

1. Para o aquecimento, será proposto um jogo que utiliza a guarda e a base. Para se deslocar, os pés são arrastados, mantendo o equilíbrio e a postura, com movimentos rápidos e curtos, de modo que o pé que inicia o movimento seja seguido pelo outro, evitando cruzar as pernas e mantendo sempre a estabilidade e o controle do corpo.

Guarda

• Posição passiva de defesa, com os antebraços e os punhos protegendo as partes corporais que podem se tornar vulneráveis.

• Na posição de guarda, os cotovelos são flexionados e apontam para baixo, para proteger as costelas.

• A mão dominante permanece na altura do queixo, para proteger o rosto de golpes laterais, e a mão não dominante permanece mais à frente, na altura da boca, para proteger a parte frontal do queixo.

INDICAÇÃO

• ABC olímpico: conheça a história e as regras do boxe. [S. l.: s. n.], 2024. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal Time Brasil. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=9hVSjR_ 3aRE. Acesso em: 10 out. 2024.

O vídeo apresenta a evolução do boxe desde a Antiguidade até sua regulamentação moderna, abordando as regras básicas do esporte, como o uso de luvas, a pontuação e os nocautes.

■ Ilustração demonstrativa da posição básica.

Mão de trás
Mão da frente

Base

• Posição feita com os joelhos semiflexionados, com as pernas em afastamento anteroposterior, ou seja, uma perna se posiciona à frente da outra, na largura dos ombros, para manter o tronco na diagonal em relação ao oponente e para permitir a execução de giros pelo tronco.

2. Para participar do jogo de aquecimento, coloque um prendedor de cada lado da sua camiseta, na altura do ombro. O objetivo do jogo é retirar os prendedores do seu oponente, realizando pequenos deslocamentos na sua direção, ao mesmo tempo que se esquiva, para evitar que ele retire os seus prendedores. Mantenha a posição de guarda para protegê-los.

3. Os golpes e as combinações dos golpes que serão aprendidos a seguir devem ser dirigidos para a bexiga. Troque de lugar com o seu parceiro a cada duas execuções, para corrigir o movimento dele quando não estiver aplicando os golpes.

4. O primeiro golpe a ser aprendido é o jab.

• O jab se refere ao golpe mais rápido do boxe.

• Mantenha as pernas na posição de base e os braços na posição de guarda, com a mão dominante atrás e mais próxima ao corpo.

• Em seguida, estenda o braço que está à frente, deixando o dorso da mão apontado para cima, e golpeie a bexiga com a mão não dominante, trazendo-a rapidamente à posição inicial.

• O retorno da mão deve ser rápido para evitar um contragolpe.

5. O segundo golpe a ser aprendido é o direto.

• O direto é realizado com a mão dominante, que está posicionada atrás.

• Partindo da posição de guarda, gire o quadril e o tronco para dentro e transfira o peso do corpo para a frente, estendendo totalmente o braço, para atingir a bexiga.

• O direto é um golpe reto, rápido e forte, com o objetivo de nocautear.

■ Ilustração demonstrativa do golpe jab

■ Ilustração demonstrativa do golpe direto.

6. O terceiro golpe a ser aprendido é o gancho.

• O gancho só pode ser executado quando o oponente está muito próximo.

• É um golpe curto e cruzado, realizado na direção diagonal, de baixo para cima.

• E xecute o golpe aprendido em direção à bexiga.

■ Ilustração demonstrativa do golpe gancho.

7. O quarto golpe a ser aprendido é o cruzado.

• O cruzado é um golpe realizado na direção horizontal.

• Após cruzar o braço à frente do rosto, golpeie a bexiga.

8. Realize as seguintes combinações de golpes:

a) Jab e direto.

b) Jab, jab e direto.

c) Jab, jab, direto e gancho.

d) Jab, jab, direto, gancho e cruzado.

Avaliar

■ Ilustração demonstrativa do golpe cruzado.

Depois de aprender os golpes de boxe, compartilhe com os colegas e o professor a sua percepção sobre a atividade. Respostas pessoais.

1. Como você se sentiu durante a prática dos movimentos? Quais você achou mais desafiador e por quê?

2. Quando você ofereceu sugestões ao seu parceiro, percebeu alguma melhoria na execução dele? Que tipo de orientação foi mais eficaz?

3. A s dicas recebidas do seu parceiro influenciaram sua execução? Como você conseguiu aplicar essas orientações no seu corpo?

4. De que maneira a prática de boxe fez você refletir sobre agilidade, coordenação e equilíbrio? Quais foram os momentos em que essas habilidades foram mais exigidas?

5. Você tem interesse em continuar praticando boxe terapêutico e recreativo fora da escola?

6. Quais mudanças nos exercícios ou nos materiais poderiam tornar essa prática mais interessante ou acessível?

NÃO ESCREVA NO LIVRO.

REFERÊNCIAS COMENTADAS

ALLUÉ, Josep M. O grande livro dos jogos. Barueri: Ciranda Cultural, 2016.

A obra reúne 250 jogos, organizados conforme o grau de dificuldade, divididos em três grandes blocos: jogos de raciocínio, jogos para ambientes fechados e jogos para ambientes abertos.

ANDERSON, Bob. Alongue-se. 24. ed. São Paulo: Summus, 2013.

O livro apresenta, de forma didática, um conteúdo com 150 alongamentos, incluindo 17 séries para atividades diárias, 10 séries para serem aplicadas em escritório ou diante do computador, e ainda 37 séries para diferentes tipos de esporte.

ARAÚJO, Carlos. Manual de ajudas em ginástica. 2. ed. Várzea Paulista: Fontoura Editora, 2012. Voltada para a ginástica artística, a obra traz 91 fichas, distribuídas em sete capítulos: solo, saltos de cavalo, barra fixa e paralelas assimétricas, cavalo com alças, argolas, paralelas e trave. Trata-se de um material ilustrado que apresenta os aspectos técnicos mais importantes, os erros mais frequentes e as ações motoras predominantes na ginástica.

BERTHERAT, Thérèse; BERNSTEIN, Carol. O corpo tem suas razões: antiginástica e consciência de si. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.

As autoras trazem um novo olhar sobre o corpo, promovendo uma reflexão com foco no autoconhecimento. A obra ajuda a perceber os efeitos das emoções e do comportamento sobre o corpo, e como ele transmite tais manifestações.

BRANDÃO, Leonardo. Por uma história dos “esportes caliornianos” no Brasil: o caso da juventude skatista (19701990). 2012. Tese (Doutorado em História) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.

A tese de doutorado traz um panorama histórico, político e cultural dos “esportes californianos”, nome designado aos esportes adicais no Brasil, mais especificamente o skate. A partir da análise de uma série de revistas publicadas sobre a prática de skate entre os anos 1970 e 1990, o estudo explora a relação entre a realidade dos grandes eventos e o movimento jovem e de contracultura em torno do esporte.

CAMARGO, Vera R. T.; FERREIRA, Maria B. R.; VON SIMSON, Olga R. de M. (orgs). Jogo, celebração, memória e identidade: reconstrução da trajetória de criação, implementação e difusão dos jogos indígenas no Brasil (1996-2009). Campinas: Curt Nimuendajú, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/236477?show=full. Acesso em: 7 out. 2024. Como resultado de reflexões sobre os jogos indígenas, o livro reúne quinze artigos distribuídos em três partes: o significado dos jogos indígenas no Brasil; pesquisa e legados; e desdobramentos socioantropológicos. Os textos exploram o significado dos jogos, além de seu impacto e sua importância na construção da identidade e do empoderamento dos povos indígenas.

CARDOSO, Gabriel Garcia Borges. Luta marajoara. [Goiânia]: Almanaque da Cultura Corporal, 12 ago. 2023. Disponível em: www.almanaquedaculturacorporal.com.br/post/luta-marajoara. Acesso em: 10 out. 2024.

Página dedicada à luta marajoara, modalidade de combate corporal praticado no arquipélago do Marajó, no estado do Pará. Pouco conhecido entre os brasileiros, o esporte consiste no embate entre dois lutadores, cujo objetivo é derrubar o oponente de costas no chão.

CARLIN, John. Invictus: conquistando o inimigo. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

O autor conta como o rúgbi, um esporte que simbolizava o domínio colonial na África do Sul, foi ressignificado para a unificação nacional de uma sociedade pós-Apartheid.

DEMARCO, Jayme Q. N. Taekwondo: uma nova visão. Teutônia: S.C.P, 2015. E-book

A obra organiza e padroniza o ensino de taekwondo em um documento para consulta. Ainda, as nomenclaturas e sequências marciais são disponibilizadas de forma prática, com o apoio de diagramas que auxiliam estudantes e professores na prática do esporte.

DONODAN, Rae. Boxe para principiantes: um guia completo do boxe. [S. l.: s. n.], 2022.

O material é voltado para iniciação de pugilistas, com princípios básicos como postura e posicionamento dos pés, bem como o desempenho que os diferentes tipos de corpos exercem e seu impacto na interação e na física da luta.

DUARTE, Orlando. História dos esportes. São Paulo: Editora Senac, 2016.

A obra faz um levantamento histórico dos esportes mais conhecidos e traz curiosidades sobre os esportes dos quais o grande público tem pouca ou nenhuma informação.

EVANGELISTA, Alexandre L.; MONTEIRO, Artur G. Treinamento funcional: uma abordagem prática. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2015.

O livro responde às principais dúvidas acerca do treinamento funcional. Com explicações embasadas, apresenta os níveis, a intensidade e as séries mais indicadas de acordo com cada tipo de aprendiz.

FANY, Ricardo (coord). Mirim: povos indígenas no Brasil. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2015.

Versão em forma de livro do site Mirim: povos Indígenas no Brasil, com informações detalhadas sobre alguns dos 246 povos indígenas que vivem no Brasil. A obra aborda informações detalhadas sobre esses grupos que compõem, aproximadamente, 900 mil pessoas, falantes de mais de 150 línguas.

FREITAS, Armando; BARRETO, Marcelo. Almanaque olímpico Rio de Janeiro: LeYa, 2016.

A enciclopédia agrega informações sobre os Jogos Olímpicos desde a edição de 1896, em Atenas, até os jogos do Rio de Janeiro, em 2016, com suas características, jogos, regras, curiosidades e perfis dos atletas de destaque.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2022: panorama. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/. Acesso em: 24 out. 2024.

O Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, apresenta uma análise atualizada da população brasileira, com destaque para as características demográficas, sociais e econômicas de 2022.

KASSABIAN, Victor. Guia do beisebol. [S l.]: Sports Nation BR, 2023. E-book.

O livro apresenta a história do beisebol, as regras, as funções dos jogadores, a estrutura da liga e outras informações.

KOCH, Karl. Pequenos jogos esportivos. 8. ed. Barueri: Manole, 2005.

O autor apresenta a prática de grandes esportes com uma abordagem acessível e adequada ao público estudantil, de forma a propiciar o desenvolvimento metódico relacionado a essas práticas.

KRÖGER, Christian; ROTH, Klaus. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. São Paulo: Phorte, 2005.

A obra propõe os fundamentos para se trabalhar a tática geral, a coordenação e a técnica em diversos jogos nos quais a bola desempenha um papel central. Esse material abrange jogos situacionais, capacidades e habilidades como elementos fundamentais para o desenvolvimento de aprendizagens motoras.

MATULJA, José F. Caminhadas, trilhas e trekking: orientações e dicas para caminhadas ao ar livre. [S. l.: s. n.], 2023. E-book

A obra oferece uma série de informações importantes para a prática de caminhadas ao ar livre nos mais diversos espaços e os seus fundamentos. O material inclui dicas de como se preparar física e mentalmente, como se alimentar, quais ferramentas são adequadas, entre outras dicas que auxiliam praticantes amadores e estimulam novos adeptos.

PEREIRA, Vanildo R.; SANTOS, Maria Aparecida C. M. Dança de salão: uma alternativa para o desenvolvimento motor no ensino fundamental. São Paulo: Phorte, 2014.

Com a proposta de levar a dança de salão para as escolas, o livro introduz a noção de aprendizado atrelada às capacidades coordenativas, motoras, afetivas e cognitivas desenvolvidas por meio dessa prática, unindo os planos artístico e educacional.

PULGA, Humberto. Parkour: o universo dos praticantes. [S. l.: s. n.], 2020. E-book

O material conta a história do parkour e explica, com base em pesquisas, o motivo de ter se transformado em um estilo de vida e como essa atividade física em um espaço urbano espontâneo tem atraído praticantes.

RIBAS, Sarah. O emocionante esporte chamado bocha. S. l.]: Editora Vili, 2019. E-book

A autora apresenta as regras, as origens e os fatos que fazem da bocha um esporte que, apesar de relegado no Brasil, tem caráter técnico e estratégico.

ROCHA, Gilmar. O circo: arte em verso, prosa e imagem. Niterói: Eduff, 2022.

Nesse texto, o circo é apresentado em seu aspecto cultural, antropológico e artístico. O autor resgata a história do circo com imagens escritas, inserção de textos basilares, análises de filósofos e pensadores, bem como as origens do termo e a simbologia envolvida na arte circense.

ROQUE, Lucas et al. Jogos mundiais dos povos indígenas: Brasil, 2015: o importante é celebrar! Brasília, DF: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2017. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000249170. Acesso em: 10 out. 2024.

A publicação tem por objetivo registrar os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), explicando seu contexto, sua importância, os esportes envolvidos e os debates fomentados ao longo das edições realizadas.

ROTH, Klaus; MEMMERT, Daniel; KRÖGER, Christian. Jogos de rede e raquete. São Paulo: Phorte, 2017. (Escola da bola). O livro apresenta mais uma etapa na progressão do ensino dentro do modelo integrativo ao tratar de jogos de rede e raquete. A serem trabalhadas nas escolas, as atividades levam em consideração os elementos táticos, os objetivos, as habilidades e as capacidades envolvidas.

ROTH, Klaus; MEMMERT, Daniel; SCHUBERT, Renate. Jogos de arremesso. São Paulo: Phorte, 2016. (Escola da bola).

A obra aborda o universo dos jogos de arremesso, com exercícios que podem ser aplicados em espaços educativos e que trabalham princípios de coordenação, tática e habilidades técnicas.

RUBIO, Katia. Esporte, educação e valores olímpicos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009.

O livro trata dos valores, da cultura, da proposta de paz e dos elementos que constituem os princípios fundadores dos Jogos Olímpicos e o que representam para a sociedade.

RUFINO, Luiz G. B.; DARIDO, Suraya C. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a educação física. Porto Alegre: Penso, 2015.

A obra oferece um ponto de vista que parte dos aspectos éticos, de formação crítica e de autonomia, tendo em vista os espor tes de luta. Estão inclusas propostas de atividades que auxiliam os professores no planejamento das aulas, na execução e na avaliação das práticas corporais.

SABINO, Jorge; LODY, Raul. Danças de matriz africana. Rio de Janeiro: Pallas, 2011.

Com base na antropologia e na ciência da dança, os autores se debruçam sobre as danças de matriz africana a partir da expressividade, da relação com o corpo e da riqueza cultural, experimental e simbólica que representam.

SCHWARTZ, Gisele Maria; TAVARES, Giselle Helena. Webgames com o corpo: vivenciando jogos virtuais no mundo real. São Paulo: Phorte, 2015. Inspirada nos jogos eletrônicos on-line, a obra traz atividades corporais que articulam imaginação e realidade.

SILVA, Eusébio Lôbo da. Breve panorama: estórias e história da capoeira. Campinas: Unicamp, 2009. (O corpo na capoeira, v. 2).

SILVA, Eusébio Lôbo da. Fundamentação operacional dos movimentos básicos da capoeira. Campinas: Unicamp, 2014. (O corpo na capoeira, v. 3).

SILVA, Eusébio Lôbo da. Introdução ao estudo do corpo na capoeira. Campinas: Unicamp, 2022. (O corpo na capoeira, v. 1).

SILVA, Eusébio Lôbo da. O corpo em ação na capoeira. Campinas: Unicamp, 2014. (O corpo na capoeira, v. 4).

A coletânea oferece um mergulho na arte da capoeira com suas origens, seus fundamentos e sua história. Os volumes buscam capacitar o leitor para o jogo, trazendo informações sobre os movimentos, suas funções e as atividades adaptáveis aos diversos níveis de aprendizagem.

SILVA, Francisco M. da; ARAÚJO, Rossini F. de; SOARES, Ytalo M. (org.). Iniciação esportiva. Rio de Janeiro: Medbook, 2012. O livro visa orientar o leitor interessado em profissionalizar­se na prática esportiva. Nele, estão disponíveis conteúdos voltados à fisiologia, aprendizagem psicomotora, modalidades esportivas e seus fundamentos, além de sugestões de aulas para iniciação nas práticas trabalhadas.

TONI C. Hip-hop: 50 anos: 50 crônicas. São Paulo: LiteraRUA, 2023.

A obra reúne 50 crônicas escritas sobre hip-hop ao longo de 20 anos. Narradas em primeira pessoa, elas captam a essência dos 50 anos dessa cultura a partir dos espaços que a consagraram como manifestação de rua até alcançar os palcos.

UCHIDA, Rioiti; MOTTA, Rodrigo. Uruwashi: o espírito do judô: a história, os valores, os princípios e as técnicas da arte marcial. São Paulo: Évora, 2013. v. 1.

A obra apresenta a história, os valores, as técnicas e os princípios que compõem a arte marcial. Além de seus aspectos físicos, há grande foco nos preceitos educativos, morais e intelectuais envolvidos no esporte.

VALENTE, Francisco et al. Estudo sobre huka­huka: uma luta de matriz indígena brasileira. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 20, p. e ­28608, 2022. A pesquisa faz um registro da huka-huka, luta indígena pouco documentada, explicando suas regras, seus históricos culturais e sociais e sua organização.

Créditos das faixas da coletânea de áudios

Faixa 1 (página 14): CIRANDEIRO. Compositor: domínio público. Intérprete: Grupo Cauim sob regência de Paulo Moura e Ari Colares. (02:01)

Transcrição: Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do que o Sol / Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do que o mar // Eu fui fazer uma casa de farinha / Tão maneirinha que o vento possa levar / Oi, passa Sol, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar / Oi, passa Sol, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar // Achei bom, bonito, meu amor cantar / Ciranda faceira, vem cá cirandeira, vem cá cirandar / La la la la lá / La la la la lá / Ciranda faceira, vem cá cirandeira, vem cá cirandar

Faixa 2 (página 76): SEM capoeira eu não vivo. Intérprete: Abadá-Capoeira. Compositor: Jorge Martins. In: Mestrando Charm. Intérprete: Abadá-Capoeira. [S. l.]: Records DK, 2023. Streaming, v. 1. Faixa 8. Disponível em: https://open.spotify. com/intl-pt/track/6znneC1NqsmCoVFCjYrmRd?si=79b 80f0a84a24dd3. Acesso em: 11 out. 2024.

Transcrição: Sem capoeira eu não posso viver / Sou peixe fora do mar / Passarinho sem voar / Dia sem escurecer // Mesmo rastejando eu vou / Agacho para jogar / Peço ao berimbau que toca / E a Deus para me olhar // Posso ficar sem comer / Nem água eu beberei / Sem capoeira não fico / Porque senão eu morrerei // Peixe fora d'água morre / O dia tem que escurecer / E eu sem capoeira / Não sei o que vou fazer // Passarinho sem voar / Eu sem minha capoeira / Passarinho bate asa / Eu fiquei nessa tristeza

Faixa 3 (página 77): HISTÓRIAS da capoeira. Intérprete: Grupo Muzenza de Capoeira. Compositores: Luiz Carlos de Souza; Saruê. In: Vida de capoeira. Intérprete: Grupo Muzenza de Capoeira. [S. l.: s. n.], 2022. 1 CD, faixa 6. Disponível em: https:// open.spotify.com/intl-pt/track/6SxXmdYZN9QbqSLJj0m 8QR?si=607c4c729cb74116. Acesso em: 11 out. 2024. Transcrição: Histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Eu não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, olho histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, foi o tempo de tristeza / O berimbau me ajudou / Hoje eu jogo a capoeira / Por esse mundo com amor // Ê, a capoeira me ajudou / Com sua libertação / Me mostrou o seu caminho / Com seu berimbau na mão // Mas hoje eu agradeço a Deus / Pelo mundo que eu sei / Mas foi pela capoeira / Que eu me apaixonei // Ê, mas histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Eu não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu Faixa 4 (página 100): EM ENTREVISTA histórica, Vini Jr. se emociona e dispara: ‘Cada vez menos vontade de jogar’. [S. l.: s. n.], 2024. 1 vídeo (32 min). Publicado pelo canal TNT SportsBrasil. Localizável em: 56 s. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=FYOV5vaTwlk. Acesso em: 11 out. 2024. Transcrição: Ah, acredito que é algo muito triste, né, tudo que eu venho passando aqui a cada jogo, a cada jogos [sic], a cada dia, a cada denúncia minha vem aumentando, né, é muito triste isso. Mas acredito também que não só eu, mas como todos os negros que, não só na Espanha, no mundo todo, sofrem no dia a dia, o racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros sofrem no mundo, né. Meu pai sempre teve dificuldade de trabalhar por ser negro, por uma escolha entre ele e um branco sempre vão escolher um branco. E é uma coisa muito difícil, eu tenho lutado bastante por tudo que vem acontecendo comigo. Claro que é desgastante, porque você tá meio que sozinho em tudo. Que eu já fiz tantas denúncias, ninguém é punido, nenhum clube é punido. E a cada dia que passa eu venho lutando por todas aquelas pessoas que vão vir, porque se fosse apenas por mim ou pela minha família, eu acredito que eu já teria desistido de tudo que eu venho lutando. A cada dia que eu vou pra casa eu fico mais triste, mas eu fui escolhido, como você falou, pra defender uma causa tão importante, que a cada dia eu estudo mais sobre. Eu venho aprendendo pra que, no futuro bem

próximo meu irmão, que tem cinco anos, não venha passar por tudo que eu tô passando.

Faixa 5 (página 128): REGRAS e curiosidades do goalball. [S. l.: s. n.], 2012. Publicado pelo canal TV Brasil. 1 vídeo (1 min). Disponível em: www.youtube.com/watch?v=BW_KvqfXXDw. Acesso em: 11 out. 2024.

Transcrição: Ao contrário de muitos esportes paralímpicos que têm origem nas modalidades olímpicas, o golbol foi criado exclusivamente para pessoas com deficiência visual, cegas ou com baixa visão. Dois times, com três atletas cada, lançam bolas um contra o outro, de forma alternada, com o objetivo de marcar gols no adversário. Todos competem vendados, para não haver desvantagem entre cegos totais e atletas que enxergam vultos. A quadra é do mesmo tamanho da de vôlei, e o gol tem 9 metros de largura por 1,30 de altura. A bola oficial é semelhante à de basquete, mas sem câmara de ar interna. Ela possui guizos para que os jogadores se orientem. As partidas são disputadas em dois tempos de 12 minutos com três de intervalo. Quando uma equipe abre dez gols de vantagem, o confronto é encerrado imediatamente.

Faixa 6 (página 191): DESBLOQUEIO de games. Compositor: Chelpa Ferro. Intérprete: Chelpa Ferro. (02:51)

Transcrição: Base instrumental com sons produzidos por aparelhos eletrônicos.

Faixa 7 (página 196): DANÇA rainha: maracatu nação estrela brilhante. [S. l.: s. n.], 2013. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Stephanie Mota. Disponível em: https://youtu.be/1gU wd8CB9w8?si=rDz-1q1CefT8O3_2. Acesso em: 11 out. 2024.

Transcrição: Dança a rainha, vassalo e escravo / Todos os lanceiros e a corte real / Toque o batuque no baque virado / Dama de paço escute o compasso // Vem meu rei, embaixador e princesa também / Catirina olha o baque zuando / É o Estrela que já vem chegando

Faixa 8 (página 199): HERANÇA Bantos. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Ilê Aiyê. Disponível em: www. youtube.com/watch?v=HGkSj0N6JRU&list=RDEMrodE25a1E 6p5hzh22OV0VQ&index=11. Acesso em: 11 out. 2024. Transcrição: Eu vim de lá / Aqui cheguei / Trabalho forçado / Todo tempo acuado / Sem ter a minha vez / Eu vim de lá / Aqui cheguei / Trabalho forçado / Todo tempo acuado / Sem ter a minha vez // Dos grandes lagos / Regiões em que surgiu / Os bakongos, os bundos / os balubas, tongas, xonas, chagas, zulus / Civilizações bantus, que no Brasil concentrou / Vila São Vicente, canavial de presente / Pau Brasil, Salvador // Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil / Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil // Ei, pedra sobre pedra / Sangue e suor no chão / Agricultura floresce / Metalurgia aparece / Candomblé, religião / Irmandade, Boa Morte / Rosário dos Pretos / Zumbi lutador / Lideranças firmadas que, apesar do tempo, o vento não levou // Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil / Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil // Ei, um legado na dança / Influência no linguajar / Sincretismo na crença / Na culinária, um bom paladar / Tristeza Palmares / Curuzu alegria / Ilê Aiyê Liberdade / Expressão bantu viva pra nossa Bahia

Faixa 9 (página 200): MARACATU ritmo característico. Intérprete: Ari Colares. (01:28)

Transcrição: Base instrumental de música de maracatu.

Faixa 10 (página 208): FESTA na roça. Intérprete: Robertinho do Acordeon. Compositores: Mario Zan (Mario João Zandomenighi) e Palmeira (Diogo Mulero). In: PULA fogueira. Rio de Janeiro: MZA Music, 2010. 1 CD, faixa 6.

Transcrição: Base instrumental de canção junina.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR

Caro professor, cara professora,

Esta coleção foi desenvolvida com o propósito de aumentar o seu repertório de ações pedagógicas e dar suporte à desafiadora missão de mediar a aprendizagem dos estudantes.

As estratégias apresentadas são sugestões e não devem ser entendidas como a única via possível para organizar a sua prática docente, pelo contrário: é importante que você tenha iniciativa para fazer adaptações, ampliações ou reduções das atividades propostas, de acordo com o seu contexto. O objetivo é garantir o desenvolvimento dos conteúdos e a participação de todos os estudantes.

É fundamental que os estudantes tenham experiências saudáveis, prazerosas, significativas e seguras no ambiente escolar, resultando em uma aprendizagem que perdure pelo resto de suas vidas. Esse foi o pensamento que norteou nossas escolhas das atividades que compõem os Capítulos desta coleção.

Por fim, as práticas corporais nas aulas de Educação Física são fundamentais para o desenvolvimento dos adolescentes. Porém, elas precisam garantir aos estudantes momentos que vão além da experimentação, provocando ­ os a compreender e refletir sobre sua abrangência, no contexto individual e cultural, fazendo com que eles consigam agir de forma autônoma. Portanto, a participação ativa dos estudantes é imprescindível neste processo, e eles certamente contam com você para engajá­los na história de aprendizagem que está sendo escrita em seus corpos.

Vamos juntos nesse trabalho?

As autoras

Orientações gerais

Estrutura das

Orientações para o professor

As Orientações para o professor estão organizadas em duas partes: esta primeira parte, geral, apresenta os princípios que embasam a proposta didático-pedagógica e os pressupostos teórico-metodológicos desta coleção; a segunda parte apresenta orientações e sugestões didáticas para apoiá-lo na realização das práticas pedagógicas no dia a dia escolar.

Na primeira parte, além da fundamentação que embasa a proposta da coleção, apresenta-se o quadro programático do Livro do estudante, além de sugestões de organização dos temas em bimestres, trimestres ou semestres para os três anos do Ensino Médio.

Na segunda parte, de Orientações específicas, são apresentados objetivos, justificativas, sugestões de encaminhamento, comentários e eventuais respostas ou respostas sugeridas para as atividades, além de competências e habilidades contempladas, Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) abordados, sugestões de integração com outros componentes curriculares etc.

As descrições a seguir são representativas da segunda parte.

A BNCC no Capítulo

Apresenta as informações relacionadas à BNCC, os objetivos, a justificativa e os TCTs trabalhados no Capítulo.

Atividade complementar

Apresenta propostas de atividades que complementam a abordagem ou algum tema do Livro do estudante, com desdobramento, aprofundamento etc.

Sugestão para o professor

Apresenta sugestões de material complementar (livros, vídeos, filmes, sites etc.) para ampliar o repertório do professor e/ou apoiar a aprendizagem dos estudantes.

Objeto educacional digital

Contextualiza e fornece orientações didáticas para uso dos objetos educacionais digitais presentes na coleção.

Estrutura do Livro do estudante

A coleção está organizada em volume único destinado aos três anos que compõem o Ensino Médio. O volume é estruturado em 12 Capítulos, subdivididos em três Tópicos temáticos, com seções, subseções e boxes que apoiam a jornada dos estudantes por meio de textos, atividades, reflexões, pesquisas, práticas etc.

Abertura de Capítulo

Composta de título, imagem e texto introdutório, inicia o conjunto dos três Tópicos que compõem o Capítulo. A observação da imagem e a leitura do texto introdutório possibilitam apresentar o tema que norteará os conteúdos que serão abordados nos respectivos Tópicos.

Abertura de Tópico

Além do título, apresenta texto introdutório com informações sobre o assunto que será abordado no Tópico e atividades orais, presentes no boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Propõe atividades orais relacionadas à sondagem, ao diagnóstico e à sensibilização temática, com o objetivo de aproximar o estudante das discussões, reflexões e práticas que serão desenvolvidas no Tópico, incentivando o compartilhamento de experiências e o levantamento de hipóteses e de repertório sobre os conteúdos do respectivo Tópico.

Ler e compartilhar

Apresenta proposta de leitura de textos de diferentes gêneros que dialogam com o tema do respectivo Tópico, seguida de sequência de atividades, em Atividades, que possibilita ao estudante refletir sobre as diversas práticas corporais ou questões associadas a elas. A seleção desses textos procura atender às diversas demandas do estudante em sua vida escolar, pessoal, profissional e social, inserindo-o em um contexto de protagonismo na reflexão e no debate sobre temas propostos.

Refletir e argumentar

Apresenta proposta de outra leitura de textos de diferentes gêneros, para que o estudante reflita sobre o novo assunto, estabelecendo comparações com o que foi abordado em Ler e compartilhar e, assim, exercite o pensamento crítico, a inferência e a argumentação.

Buscar mais conhecimento

Apresenta propostas de práticas de pesquisa, com o objetivo de ampliar o tema apresentado no Tópico, relacionado a algum aspecto da cultura corporal de movimento, e de reforçar o protagonismo do estudante em seu processo de aprendizagem.

Conexões com…

Por meio da leitura de textos ou de imagens, apresenta proposta de integração do tema do Tópico com outros componentes curriculares, contribuindo para o aprofundamento da aprendizagem em diferentes linguagens.

Oficina de práticas corporais

Proposta de práticas corporais, individuais ou coletivas, associadas ao tema do Tópico e orientadas ao estudante por meio de etapas que conduzem o processo.

Boxes

Os boxes da coleção têm a função de apoiar os estudos.

S obre… apresenta dados biográficos resumidos a respeito de autores.

Indicação traz indicações de sites, vídeos e outros materiais para consulta.

Ampliar apresenta informações complementares que ampliam a compreensão de algum tema ou conteúdo abordado no Tópico.

Além desses, também há os boxes conceito, glossário e destaque, que buscam apresentar e destacar conceitos, conteúdos e termos relevantes para a apreensão dos temas abordados.

Ícones

As faixas de áudio e os objetos educacionais digitais presentes na coleção oferecem materiais complementares ao conteúdo do livro impresso. Esses objetos e faixas são identificados por meio de ícones, facilitando a associação entre o livro e os recursos digitais, com o objetivo de acrescentar, ampliar e dinamizar os temas e conteúdos tratados.

As faixas de áudio, em particular, complementam a abordagem de temas e conteúdos relacionados a práticas de linguagens (verbais, artísticas e corporais), especialmente nas áreas de música e dança. Já os demais objetos educacionais digitais (podcasts, vídeos, carrosséis de imagens, infográficos clicáveis e mapa

clicável) complementam e apoiam os temas e conteúdos trabalhados no Livro do estudante de maneira prática, criativa e dinamizadora do processo de ensino ­aprendizagem.

Conheça, a seguir, os ícones indicativos dos recursos digitais.

Fundamentação teórico-metodológica

A fundamentação teórico ­metodológica desta coleção é norteada pela cultura corporal de movimento e tem como referência a perspectiva pedagógica apresentada por vários autores brasileiros, entre eles Jocimar Daolio, Marcos Garcia Neira, Mauro Betti e Suraya Cristina Darido.

A cultura corporal é entendida como o conjunto de práticas culturais que apresentam os movimentos como mediadores do conteúdo simbólico e significante de diferentes grupos sociais, conforme pontua Neira: […] Ao compreender a gestualidade como uma das formas que os diferentes grupos culturais utilizam para expressar os significados atribuídos às experiências vividas, não só os signos presentes nas brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas, como também os significados que lhes são atribuídos, tornam-se elementos constitutivos da chamada cultura corporal.1

Todos os nossos gestos, expressões faciais, ações corporais e a relação que estabelecemos com o nosso próprio corpo formam um conjunto de significados que compõem uma linguagem corporal. Assim como a linguagem verbal, que se manifesta por meio da fala e da escrita, a linguagem corporal é moldada pela cultura.

A linguagem corporal começa a ser construída desde muito cedo, antes do desenvolvimento da linguagem verbal, conforme explica Daolio:

1 NEIRA, Marcos Garcia. Educação física cultural: inspiração e prática pedagógica. 2. ed. Jundiaí: Paco, 2019. p. 39.

No corpo estão inscritos todas as regras, todas as normas e todos os valores de uma sociedade específica, por ser ele o meio de contato primário do indivíduo com o ambiente que o cerca. Mesmo antes da criança andar ou falar, ela já traz no corpo alguns comportamentos sociais, como o sorrir para determinadas brincadeiras, a forma de dormir, a necessidade de um certo tempo de sono, a postura no colo.2

Enquanto a fala não se apresenta como um recurso disponível, em função da imaturidade do sistema ner voso, as crianças bem pequenas recorrem ao seu corpo para se comunicarem e, ao vivenciar essa dinâmica, aprendem o significado que os adultos atribuem a diversos gestos da sua cultura, iniciando a construção de uma linguagem corporal receptiva e expressiva. Daolio3 chama a atenção para a palavra incorporar, que, não por acaso, deriva da palavra corpo e remete à apropriação da cultura pelo indivíduo que estiver inserido nela:

O homem, por meio do seu corpo, vai assimilando e se apropriando dos valores, normas e costumes sociais, num processo de inCORPOração (a palavra é significativa). Diz-se correntemente que um indivíduo incorpora algum novo comportamento ao conjunto de seus atos, ou uma nova palavra ao seu vocabulário ou, ainda, um novo conhecimento ao seu repertório cognitivo. Mais do que um aprendizado intelectual, o indivíduo adquire um conteúdo cultural, que se instala no seu corpo, no conjunto de suas expressões. Em outros termos, o homem aprende a cultura por meio do seu corpo.4

Tendo em vista o processo de incorporação cultural, que inicia nos primeiros meses e se estende por toda a vida, é possível conceber as danças, os jogos, as brincadeiras, os esportes, as lutas, as práticas corporais de aventura e as ginásticas como atividades que compõem um patrimônio cultural muito rico, que merece ser preservado e transmitido para as novas gerações, segundo Darido5. A autora explica que essas práticas corporais surgiram ao longo da história da humanidade por dois motivos:

1. para satisfazer as necessidades básicas de alimentação e de defesa, em forma de trabalho ou de guerra, o que originou algumas práticas de ginástica e lutas;

2. para expandir os sentimentos e as emoções, sobretudo na forma de danças e jogos. Desse modo, é possível concluir que muitas das práticas corporais que fazem parte das aulas de Educação Física são ancestrais e estão impregnadas de cultura desde a sua origem, tendo sido ressignificadas ao longo do tempo, de acordo com o contexto histórico.

No currículo cultural da Educação Física, as práticas corporais são tematizadas. Tematizar significa tratar algo como um tema de reflexão, o que implica transformar a ocorrência social de uma prática corporal em objeto de estudo. Portanto, além de ser vivenciada, cada prática corporal que faz parte do planejamento pedagógico é contextualizada, para promover reflexões que estejam ancoradas na cultura, o que possibilita uma articulação entre o “saber fazer” e o “saber sobre o fazer”.

Um cuidado que precisa ser tomado ao propor um trabalho fundamentado na cultura corporal de movimento é garantir que os estudantes efetivamente tenham oportunidade de experimentar a prática corporal, para evitar que a Educação Física se transforme em um espaço onde se discute o movimento, sem viver corporalmente esse movimento. Nesta coleção, as atividades foram elaboradas partindo do pressuposto de que a experiência prática e a reflexão sobre essa experiência precisam coexistir, assim como alertam Betti e Zuliani:

A Educação Física também propicia, como os outros componentes curriculares, um certo tipo de conhecimento aos alunos. Mas não é um conhecimento que se possa incorporar dissociado de uma vivência concreta. A Educação Física não pode transformar-se num discurso sobre a cultura corporal de movimento, sob pena de perder a riqueza de sua especificidade, mas deve constituir-se como uma ação pedagógica com aquela cultura. Essa ação pedagógica a que se propõe a Educação Física será sempre uma vivência impregnada da cor-

2 DAOLIO, Jocimar. Da cultura do corpo. 17. ed. Campinas: Papirus, 2013. (Coleção Corpo & motricidade, p. 36).

3 DAOLIO, ref. 2.

4 DAOLIO, ref. 2, p. 37.

5 DARIDO, Suraya Cristina. Diferentes concepções sobre o papel da Educação Física na escola. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Caderno de formação: formação de professores didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. v. 6, p. 34-50.

poreidade do sentir e do relacionar-se. A dimensão cognitiva far-se-á sempre sobre esse substrato corporal. O professor de Educação Física deve auxiliar o aluno a compreender o seu sentir e o seu relacionar-se na esfera da cultura corporal de movimento.6

Seguindo essa linha pedagógica, a coleção está organizada em 12 Capítulos, que costuram três Tópicos com tematizações de práticas corporais. Em cada Tópico, alguns parágrafos introdutórios articulados ao boxe Primeiro olhar, com questões que promovem uma sondagem do conhecimento dos estudantes sobre o tema a ser abordado, são seguidos pela seção Ler e compartilhar, que apresenta o texto principal do Tópico, com propostas de atividades que permitem a interpretação e a discussão da leitura. O boxe Refletir e argumentar oportuniza o aprofundamento da contextualização e da reflexão sobre a prática corporal que norteia o Tópico. Os Capítulos também contemplam propostas de práticas de pesquisa, na seção Buscar mais conhecimento, e de interdisciplinaridade, na seção Conexões com…, além de dicas de materiais complementares, como vídeos, documentários, livros, textos e sites no boxe Indicação.

As propostas de vivências estão contidas na seção Oficina de práticas corporais, quando os estudantes têm a oportunidade de experimentar, pela via corporal, a prática tematizada no Tópico e, por meio dela, aprofundar o seu entendimento sobre a cultura corporal de movimento, mas também desenvolver competências sociais relacionadas ao trabalho em equipe e à cooperação, refinar o seu desenvolvimento perceptivo ­motor, com ênfase na consciência corporal, na estruturação espaço ­temporal, no equilíbrio, na coordenação, na agilidade, na potência, na velocidade, na força, na flexibilidade e na resistência, além de potencializar o aprimoramento de suas habilidades cognitivas, uma vez que o desenvolvimento da cognição é potencializado pelas atividades motoras, de acordo com evidências neurocientíficas, conforme apontam Amaral e Guerra:

[…] As descobertas no campo da Neurociência mostram que os processos complexos característicos da aprendizagem, como raciocínio, tomada de decisão, linguagem, leitura e raciocínio matemático, ocorrem de forma integrada com as emoções, as sensações e os movimentos, isto é, com o corpo inteiro. A

aprendizagem emerge da interação dinâmica entre o corpo e o ambiente que se modificam reciprocamente.7

As mesmas autoras também destacam a importância do movimento para a produção de moléculas denominadas “fatores neurotróficos”, que são responsáveis pelo crescimento de novos neurônios no hipocampo, uma região do sistema nervoso central que está envolvida com a formação de memórias. O movimento também favorece a produção de neurotransmissores envolvidos com circuitos neurais importantes para o processo de aprendizagem, por estarem relacionados à motivação, à atenção, à percepção e ao humor:

O impacto do movimento na estrutura e no funcionamento cerebrais vai muito além do condicionamento físico e do desenvolvimento das habilidades motoras. O movimento promove a saúde do cérebro, aumentando o fluxo sanguíneo e o aporte de oxigênio, glicose e nutrientes, o que leva a uma melhor atividade dos neurônios. O movimento leva à ativação de genes e à produção de fatores neurotróficos , envolvidos com a neuroplasticidade, e também à produção de neurotransmissores , como a dopamina , que está associada à motivação, ao aumento do foco atencional e ao aprendizado; a serotonina , que melhora o humor; e a noradrenalina , que melhora a atenção, a percepção e a motivação. 8

Seguindo as evidências neurocientíficas, nesta coleção optamos por indicar, nos textos introdutórios da seção Oficina de práticas corporais, não só aspectos relacionados às dimensões socioemocionais e os parâmetros da aptidão física e da aptidão motora que permitem aos estudantes ampliar a consciência sobre seus próprios movimentos mas também as habilidades cognitivas desenvolvidas nas atividades propostas, tais como: pensamento estratégico, raciocínio lógico, tomada de decisão, planejamento, organização, atenção, concentração, criatividade, memória e flexibilidade cognitiva.

Todos os Tópicos finalizam com a etapa Avaliar, oportunizando aos estudantes revisitarem as propostas de vivências, enquanto realizam uma autoavaliação desse processo.

6 BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 1, n. 1, p. 73-81, 2002. p. 75. Disponível em: https://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/1363. Acesso em: 17 out. 2024.

7 AMARAL, Ana Luiza Neiva; GUERRA, Leonor Bezerra. Neurociência e educação: olhando para o futuro da aprendizagem. Brasília, DF: Sesi: DN, 2020. p. 163.

8 AMARAL; GUERRA, ref. 7, p. 163.

Educação Física na BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que estabelece as aprendizagens essenciais ao longo da Educação Básica, com o propósito de assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consolidam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

A definição de competência, na BNCC, diz respeito à mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver as diversas demandas da vida cotidiana.

Em sua introdução, a BNCC apresenta essas dez competências gerais, que se inter-relacionam e se desdobram para estruturar, ao longo dos segmentos da Educação Básica, as diferentes áreas do conhecimento e seus respectivos componentes curriculares.

Competências gerais da Educação Básica9

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Entre as áreas do conhecimento regidas por esse conjunto de competências gerais, está a área de Linguagens e suas Tecnologias, na qual se inscreve o com-

ponente curricular Educação Física. No segmento do Ensino Médio, essa área apresenta sete competências específicas.

9 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 9-10. Disponível em: https://www.gov.br/ mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal.pdf. Acesso em: 17 out. 2024.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio10

1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.

3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.

4. Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando­as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.

5. Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo ­as e vivenciando ­as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade.

6. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

7. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar­se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

As linguagens são formas de interação social e se manifestam por meio de representações orais, escritas, artísticas, digitais e corporais. Ao compartilhar a área de Linguagens da BNCC com os componentes curriculares Arte, Língua Portuguesa e Língua Inglesa, a Educação Física ocupa o espaço destinado à linguagem corporal, com exploração do movimento e da gestualidade das práticas corporais pertencentes às diferentes culturas.

No Ensino Médio, as diretrizes da BNCC11 para a Educação Física abrangem: experimentar novos jogos, brincadeiras, esportes, danças, lutas, ginásticas e práticas corporais de aventura;

• refletir sobre as práticas corporais mencionadas;

• aprofundar os conhecimentos sobre as potencialidades e os limites do corpo, sobre a importância de assumir um estilo de vida ativo e sobre os componentes do movimento relacionados à manutenção da saúde;

• refletir sobre a utilização dos espaços públicos e privados frequentados pelos próprios estudantes, para

10 BRASIL, ref. 9, p. 490.

11 BRASIL, ref. 9.

12 BRASIL, ref. 9.

desenvolver práticas corporais nesses espaços, exercendo a cidadania e o protagonismo comunitário.

De acordo com o texto da BNCC12, é esperado que essas experiências de aprendizagem tornem os estudantes capazes de analisar e transformar as práticas corporais, norteados por decisões éticas, conscientes e reflexivas, que respeitem os direitos humanos e os valores democráticos.

Para que essas aprendizagens possam ser efetivamente incorporadas ao projeto de vida dos estudantes, é preciso que as experiências vivenciadas por eles nas aulas de Educação Física sejam significativas. Considerando que o conceito de projeto de vida se expande para além da vida familiar, acadêmica e profissional e agrega também a saúde, o bem­ estar, a sustentabilidade, a cultura, o engajamento social, a corporeidade e vários outros aspectos que permeiam as relações estabelecidas consigo mesmo, com as outras pessoas e com o mundo, torna­se fundamental que a mediação do professor em todas as vivências e tematizações de práticas corporais seja dialógica e acolhedora, buscando o engajamento de todos os estudantes nas aulas.

Linguagens e suas Tecnologias, Educação Física e interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade é norteada pela intersecção entre os conteúdos dos diferentes componentes curriculares, oportunizando aos estudantes construírem várias perspectivas a respeito de um mesmo objeto de conhecimento e expandirem o seu olhar sobre ele. No trabalho interdisciplinar, a fragmentação dos conteúdos dá lugar à articulação entre eles e atende à formação proposta pelo documento Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), segundo o qual:

[…] A interdisciplinaridade e a contextualização devem assegurar a transversalidade e a articulação do conhecimento de diferentes componentes curriculares, propiciando a interlocução entre os saberes das diferentes áreas de conhecimento.13

Em um mundo globalizado, hiperconectado e dinâmico, onde é possível acessar um volume enorme de informações em um curtíssimo intervalo de tempo, a interdisciplinaridade é um princípio pedagógico importante para formar estudantes capazes de lidar com a complexidade da sociedade atual e compreender que as ações humanas repercutem umas em relação às outras. A abordagem da cultura corporal de movimento dialoga com a interdisciplinaridade, ao promover reflexões e vivências de diferentes práticas corporais, investigando o contexto cultural que envolve essas práticas. Por exemplo, ao propor a tematização das lutas brasileiras, um dos conteúdos possíveis se refere à huka-huka, luta corporal que faz parte da cultura dos povos indígenas que habitam o Parque Nacional do Xingu. Além de promover a vivência da luta, é possível estudar os aspectos sociais que envolvem a passagem dos jovens para a vida adulta e a importância da huka-huka nesse processo, ou então estudar os aspectos culturais relacionados à simbologia do ritual kuarup, evento de homenagem aos mortos, que acontece uma vez por ano no território do Xingu, quando a luta huka-huka é disputada.

Ao longo dos Capítulos desta coleção, há vários momentos que propõem um olhar interdisciplinar para os conteúdos desenvolvidos. Além disso, a seção Conexões com… apresenta leituras e atividades que promovem a interlocução entre um determinado componente curri-

cular e a prática corporal tematizada no Tópico. Dessa forma, os estudantes terão oportunidade de recorrer à Arte, para apreciar as representações das brincadeiras de criança nas obras de Ivan Cruz, quando tematizarem as brincadeiras e os jogos populares, e para contemplar grafismos e pinturas corporais características de diferentes culturas indígenas, quando tematizarem os Jogos dos Povos Indígenas; utilizar recursos da Matemática, para interpretar gráficos e tabelas que ilustram os investimentos aportados nas diferentes manifestações esportivas pela Lei de Incentivo ao Esporte, quando tematizarem o handebol; contar com a Geografia, para aprender sobre a pecuária de búfalos no Arquipélago do Marajó, quando tematizarem a luta marajoara; aprofundar conhecimentos sobre a Biologia, para compreender a maior precisão auditiva de pessoas com deficiência visual, quando tematizarem o golbol; conectar-se com a História, para estudar a participação feminina nos Jogos Olímpicos, quando tematizarem o squash, e para contextualizar o período da Guerra Fria na biografia da atleta Nadia Comaneci, quando tematizarem a ginástica artística; evocar conceitos da Física, para se conscientizarem da importância do uso de equipamentos de proteção, quando tematizarem o skate; valer-se de noções da Sociologia, para assimilar a importância do grupo Ilê Aiyê na valorização da cultura negra, quando tematizarem as danças afro-brasileiras; acessar a Química, para aprender os efeitos do doping no corpo dos atletas, quando tematizarem o atletismo; e refletir sobre questões da Filosofia, para relacionar práticas integrativas e autoconhecimento, quando tematizarem a conscientização corporal, e apropriar-se da filosofia do taekwondo, quando tematizarem essa luta.

Temas Contemporâneos Transversais (TCTs)

Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs), previstos na BNCC, são organizados em macroáreas temáticas, a saber: Meio Ambiente, Economia, Saúde, Cidadania e Civismo, Multiculturalismo e Ciência e Tecnologia14. Essas macroáreas objetivam possibilitar um conhecimento contextualizado, que seja relevante para a formação dos estudantes, para que eles atuem de forma autônoma e crítica, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática.

As macroáreas temáticas dos TCTs abarcam temas mais específicos, conforme indicado a seguir.

13 BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília, DF: MEC: SEB: Dicei, 2013. p. 189. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 17 out. 2024.

14 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MEC: SEB, 2019. p. 12. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contempo raneos.pdf. Acesso em: 24 set. 2024.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Ciência e Tecnologia

MULTICULTURALISMO

Diversidade Cultural Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras

MEIO AMBIENTE

Educação Ambiental Educação para o Consumo

ECONOMIA

Trabalho

Educação Financeira

Educação Fiscal

Temas Contemporâneos Transversais na BNCC

CIDADANIA E CIVISMO

Vida Familiar e Social Educação para o Trânsito Educação em Direitos Humanos Direitos da Criança e do Adolescente Processo de envelhecimento, respeito e valorização do Idoso

SAÚDE

Saúde

Educação Alimentar e Nutricional

Macroáreas temáticas e respectivos Temas Contemporâneos Transversais.15

Esta coleção traz referências aos TCTs em algumas leituras, atividades e práticas de pesquisa, com destaque para três macroáreas: Multiculturalismo, Cidadania e Civismo e Saúde.

A macroárea Multiculturalismo será abordada no Capítulo 3, dedicado às lutas brasileiras, e no Capítulo 9, que tematiza as danças. O TCT Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras encontrará um nível de aprofundamento bastante robusto também no Capítulo 3, com as tematizações da luta marajoara, da luta huka­huka e da capoeira, com referência aos aspectos culturais do Arquipélago do Marajó, aos rituais de passagem para a vida adulta dos povos indígenas que habitam o Xingu e à influência da cultura africana na capoeira. O TCT Diversidade Cultural receberá uma atenção especial no Capítulo 9, com as tematizações das danças afro ­brasileiras, das danças regionais e das danças de salão, por meio de reflexões sobre as influências africanas, ameríndias e europeias, respectivamente, nessas manifestações culturais.

Em relação à macroárea Cidadania e Civismo, o TCT Vida Familiar e Social será amplamente explorado

15 BRASIL, ref. 14, p. 13.

no Capítulo 6, que aborda os esportes paralímpicos e tematiza o golbol, o vôlei sentado e o atletismo paralímpico, com menções ao capacitismo, à invisibilidade social das pessoas com deficiência, ao respeito à diversidade e à possibilidade de aprimoramento e descoberta de novas habilidades que o esporte paralímpico oferece aos paratletas, pessoal e profissionalmente.

Já a macroárea Saúde, por meio do TCT Saúde, põe foco na saúde física e mental e receberá atenção especial no Capítulo 5, reservado à tematização das ginásticas de condicionamento físico e de conscientização corporal, com discussões a respeito dos efeitos dessas práticas no autocuidado e na redução dos níveis de ansiedade e de estresse.

Avaliação em Educação Física

A avaliação da aprendizagem apresenta alguns modelos, que incluem o somativo, o formativo, o diagnóstico, o comparativo e o ipsativo. O modelo somati­

vo avalia a aquisição da aprendizagem no final de um determinado período de ensino, como um bimestre ou um semestre. Embora esse modelo possa ser eficiente para indicar o conhecimento que foi efetivamente retido pelos estudantes, ele não possibilita a reconstrução das estratégias de ensino para reverter as dificuldades que foram sinalizadas na avaliação, por ser aplicado após o período de ensino. No modelo formativo, a avaliação da aprendizagem ocorre durante o processo de ensino, auxiliando tanto o professor quanto o estudante a monitorarem o progresso na aquisição do conhecimento e oportunizando a identificação de possíveis lacunas na aprendizagem, para o planejamento das próximas intervenções. O modelo diagnóstico identifica os conhecimentos prévios dos estudantes, permitindo ao professor conhecer o perfil da turma e adaptar o ensino às suas necessidades, na medida em que a avaliação da aprendizagem é aplicada antes de iniciar o processo de ensino. O modelo comparativo promove a comparação entre o desempenho do estudante e um padrão ou um critério preestabelecido, auxiliando o professor e o estudante a qualificarem o ensino e a aprendizagem. Finalmente, no modelo ipsativo, a avaliação da aprendizagem é aplicada em diferentes momentos do processo de ensino, permitindo comparar o desempenho do estudante com ele mesmo ao longo do tempo, com foco no progresso individual. É importante não perder de vista que o objetivo da avaliação deve estar atrelado à investigação da aprendizagem, oportunizando que os dados coletados nesse processo de investigação sirvam de base para orientar as próximas intervenções pedagógicas, conforme aponta Luckesi16:

Na prática escolar, nosso objetivo é que nossos educandos aprendam e, por aprender, se desenvolvam. A avaliação da aprendizagem está a serviço desse projeto de ação e configura-se como um ato de investigar a qualidade da aprendizagem dos educandos, a fim de diagnosticar impasses e consequentemente, se necessário, propor soluções que viabilizem os resultados satisfatórios desejados. Significa investigar e, com base nos conhecimentos produzidos, tomar decisões de intervenção quando necessário.17

Para investigar a aprendizagem dos estudantes, a sugestão é que o professor siga os cinco princípios propostos por Hoffmann18:

1. Oportunizar aos alunos muitos momentos de expressar suas ideias.

2. Promover discussão entre os alunos a partir de situações problematizadoras.

3. Realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, buscando entender as respostas apresentadas pelos estudantes.

4. Em vez do certo/errado e da atribuição de pontos, fazer comentários sobre as tarefas dos alunos, auxiliando-os a localizar as dificuldades, oferecendo-lhes oportunidades de descobrirem melhores soluções.

5. Transformar os registros de avaliação em anotações significativas sobre o acompanhamento dos alunos em seu processo de construção de conhecimento.19

Para extrair os dados sobre o processo de aprendizagem dos estudantes, sugerem-se o encaminhamento e os instrumentos indicados a seguir.

1. Propor questões no início de cada Tópico, apresentadas no boxe Primeiro olhar, para serem debatidas oralmente pelos estudantes, com o objetivo de realizar uma avaliação diagnóstica e identificar o conhecimento prévio deles a respeito da prática corporal que será tematizada.

2. Acompanhar o percurso de aprendizagem da turma ao longo dos três Tópicos que compõem cada Capítulo, por meio de observações seguidas de anotações sobre o comportamento e o envolvimento de cada estudante durante as aulas.

3. Propor uma autoavaliação ao final de cada Capítulo, com 18 questões que proporcionam aos estudantes a oportunidade de revisitar o seu processo de aprendizagem, indicando em quais habilidades consideram que já alcançaram a proficiência e quais habilidades precisam ser aprimoradas, ao mesmo tempo que conseguem comparar o seu envolvimento e a sua participação nas atividades com os resultados das avaliações anteriores.

4. Consultar as anotações que foram feitas sobre os estudantes e, com base nesses registros, realizar uma reunião individual com cada estudante ao final de cada Capítulo, para uma conversa sobre o seu processo de aprendizagem e a sua autoavaliação. A ficha a seguir é uma sugestão de modelo de instrumento que pode ser utilizado na autoavaliação.

16 LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011.

17 LUCKESI, ref. 16, p. 175.

18 HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 34. ed. Porto Alegre: Mediação, 2018.

19 HOFFMANN, ref. 18, p. 72-73.

Utilize a coluna da direita para sinalizar com a letra P as habilidades em que você já adquiriu proficiência e com a letra M as habilidades que você precisa melhorar.

1. Eu participei das discussões propostas no boxe Primeiro olhar do Tópico 1, expressando a minha opinião e prestando atenção à fala dos meus colegas, sem interrompê ­los?

2. Eu realizei a leitura e as atividades da seção Ler e compartilhar do Tópico 1 e me apropriei dos conhecimentos que foram desenvolvidos na seção?

3. Eu participei das discussões que foram propostas nas atividades do boxe Refletir e argumentar do Tópico 1, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos, adotando um posicionamento empático em relação ao tema que estava sendo discutido e respeitando opiniões divergentes de outros colegas?

4. Eu realizei a leitura e as atividades da seção Conexões com… do Tópico 1 e compreendi a intersecção entre a Educação Física e a disciplina apresentada na seção?

5. Eu me engajei nas vivências desenvolvidas na seção Oficina de práticas corporais do Tópico 1 e respeitei os meus colegas, enquanto realizava a prática corporal?

6. Eu aprofundei o meu conhecimento sobre a prática corporal que foi abordada no Tópico 1?

7. Eu participei das discussões propostas no boxe Primeiro olhar do Tópico 2, expressando a minha opinião e prestando atenção à fala dos meus colegas, sem interrompê ­los?

8. Eu realizei a leitura e as atividades da seção Ler e compartilhar do Tópico 2 e me apropriei dos conhecimentos que foram desenvolvidos na seção?

9. Eu participei das discussões que foram propostas nas atividades da seção Refletir e argumentar do Tópico 2, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos, adotando um posicionamento empático em relação ao tema que estava sendo discutido e respeitando opiniões divergentes de outros colegas?

10. Eu me dediquei à prática de pesquisa da seção Buscar mais conhecimento do Tópico 2?

11. Eu me engajei nas vivências desenvolvidas na seção Oficina de práticas corporais do Tópico 2 e respeitei os meus colegas, enquanto realizava a prática corporal?

12. Eu aprofundei o meu conhecimento sobre a prática corporal que foi abordada no Tópico 2?

13. Eu participei das discussões propostas no boxe Primeiro olhar do Tópico 3, expressando a minha opinião e prestando atenção à fala dos meus colegas, sem interrompê ­los?

14. Eu realizei a leitura e as atividades da seção Ler e compartilhar do Tópico 3 e me apropriei dos conhecimentos que foram desenvolvidos na seção?

15. Eu participei das discussões que foram propostas nas atividades da seção Refletir e argumentar do Tópico 3, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos, adotando um posicionamento empático em relação ao tema que estava sendo discutido e respeitando opiniões divergentes de outros colegas?

16. Eu me engajei nas vivências desenvolvidas na seção Oficina de práticas corporais do Tópico 3 e respeitei os meus colegas, enquanto realizava a prática corporal?

17. Eu aprofundei o meu conhecimento sobre a prática corporal que foi abordada no Tópico 3?

18. Eu pretendo transpor uma ou mais práticas corporais que experimentei neste Capítulo para o meu projeto de vida, adotando um estilo de vida que valorize o movimento corporal na minha rotina?

É importante destacar que o processo de autoavaliação dialoga com as evidências das pesquisas em Neurociência aplicada à educação, conforme explicam Amaral e Guerra20:

[…] A autoavaliação é um processo que mobiliza tanto a metacognição quanto a autorregulação das emoções e do comportamento, pois convoca o estudante a refletir sobre o próprio aprendizado. Ao promover a autoavaliação, o professor pode aumentar o nível de

20 AMARAL; GUERRA, ref. 7.

21 AMARAL; GUERRA, ref. 7, p. 162.

interesse e engajamento, levando a melhor desempenho acadêmico, por meio da compreensão dos estudantes das suas possibilidades e dificuldades e da identificação das estratégias que mais favorecem a sua aprendizagem. Os pesquisadores argumentam que a autoavaliação deve ser um tipo formativo de avaliação, que ocorra ao longo do processo de aprendizagem, permitindo ao estudante mudar a estratégia ou o próprio comportamento na busca de melhores resultados.21

Outro ponto importante que precisa ser considerado a respeito do processo de avaliação abrange a compreensão da diferença entre os conceitos de avaliação e instrumento. O instrumento é a ferramenta que utilizamos para coletar dados sobre a aprendizagem dos estudantes, tais como: portfólio, relatório, rubricas, registros de observações, entre vários outros. O processo de avaliação se constrói com base na interpretação desses dados, portanto, o instrumento está a serviço da avaliação e não pode ser confundido com ela. Esse entendimento se faz necessário, porque, quando a avaliação é confundida com o instrumento, aplica­se exame, e não avaliação. Isso acontecia com frequência na abordagem tecnicista da Educação Física, que dominou a área no século XX e no início do século XXI, com protocolos validados em pesquisas científicas sendo reproduzidos nas aulas, para supostamente avaliar os estudantes. O problema nesse modelo é a falta de diálogo entre aquilo que se ensina e aquilo que é testado, não oferecendo aos professores as respostas necessárias para interpretar e acompanhar o processo de aprendizagem. Era comum, nas décadas de 1980 e 1990, por exemplo, aplicar o teste de Cooper, com uma corrida de 12 minutos, para realizar a avaliação. Entretanto, nas aulas ensinava­se o gesto técnico de modalidades esportivas coletivas. Para além da crítica à abordagem tecnicista da Educação Física, esse tipo de teste é ineficiente para avaliar a aprendizagem do movimento, porque mede a capacidade aeróbica dos estudantes e não oferece qualquer informação sobre o gesto que foi aprendido.

Educação Física, culturas juvenis

e formação integral cidadã

A etapa do Ensino Médio é marcada por várias mudanças, que caracterizam a transitoriedade entre a infância e a vida adulta. Longe de tentar apresentar uma lista de atributos que desconsiderem as singularidades de cada estudante, é importante entender que, nessa fase da vida, ocorrem transformações muito significativas nas estruturas do sistema nervoso central, que originam novos comportamentos, modificações físicas, alterações no humor e aquisição do pensamento hipotético­ dedutivo. Todas essas mudanças estão em curso em cada jovem nas aulas, e a Educação Física é um excelente espaço para acolher esses estudantes e apoiá­los no seu processo de reconstrução da identidade social.

22 BRASIL, ref. 13, p. 155.

As vivências de brincadeiras, jogos, esportes, lutas, danças, ginásticas e práticas de aventura são muito potentes para desconstruir a rigidez que algumas vezes está presente na sala de aula e abrir um canal de diálogo com os jovens sobre diversos assuntos relevantes para a comunidade, que permeiam essas práticas corporais. Não por acaso, em todos os Tópicos que compõem os Capítulos desta coleção, o boxe Refletir e argumentar problematiza temas sensíveis do ponto de vista social e promove debates entre os estudantes sobre esses temas, que incluem o racismo estrutural, o combate à homofobia e à transfobia, a não violência contra a mulher, o respeito à diversidade, o esclarecimento sobre práticas e falas capacitistas, o combate ao bullying, a cidadania digital, entre vários outros, tendo como propósito desenvolver a empatia, o respeito aos Direitos Humanos e o pensamento autônomo e crítico, mitigando os diferentes tipos de preconceito que deixam cicatrizes profundas no tecido social.

Nessa relação dialógica que se pretende construir com os estudantes, é importante adequar as propostas desta coleção à realidade social e cultural da escola onde as atividades serão desenvolvidas, para que as especificidades locais e as múltiplas culturas juvenis sejam respeitadas. Por exemplo, no Capítulo dedicado às danças, é recomendável acrescentar às atividades pedagógicas outras propostas de danças que façam parte do universo cultural dos estudantes e atendam, dessa forma, às orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, segundo as quais: […] esta proposta de atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio concebe a juventude como condição sócio-histórico-cultural de uma categoria de sujeitos que necessita ser considerada em suas múltiplas dimensões, com especificidades próprias que não estão restritas às dimensões biológica e etária, mas que se encontram articuladas com uma multiplicidade de atravessamentos sociais e culturais, produzindo múltiplas culturas juvenis ou muitas juventudes. Entender o jovem do Ensino Médio dessa forma significa superar uma noção homogeneizante e naturalizada desse estudante, passando a percebê-lo como sujeito com valores, comportamentos, visões de mundo, interesses e necessidades singulares.22

A aproximação entre o conteúdo proposto e a realidade cultural e social dos estudantes favorece a atribuição de significado por parte deles às experiências de aprendizagem, o que potencializa a transposição dessa aprendizagem para o seu projeto de vida.

Pensamento computacional, argumentação e inferência

As transformações físicas, cognitivas e socioemocionais pelas quais os jovens passam na etapa do Ensino Médio, em virtude das alterações que ocorrem em seu sistema nervoso, resultam em diversas dúvidas e anseios que repercutem em seu comportamento e representam um grande desafio para o ensino. Um dos recursos que pode aproximar os jovens a se conectarem com as experiências de aprendizagem que acontecem na escola é incentivar o pensamento computacional. O conceito de pensamento computacional está relacionado à habilidade de mobilizar conhecimentos para a solução de problemas, por meio da tecnologia, de maneira crítica, criativa e estratégica. Nesse sentido, ele está relacionado tanto ao uso e à apropriação da tecnologia quanto às diferentes áreas do conhecimento.

O pensamento computacional se sustenta com base em alguns pilares.

D ecomposição: habilidade de decompor um problema maior em partes menores, propiciando sua compreensão e consequente resolução.

Abstração: capacidade de filtrar e classificar os dados mais relevantes para a solução de um problema, em vez de focar os detalhes.

Identificação de padrões: análise de dados, de modo a chegar a generalizações e abstrações.

Pensamento algorítmico: habilidade de definir etapas sistematizadas ou ordenadas para solução de problemas complexos. (É importante lembrar que os algoritmos são parte do pensamento computacional. O pensamento algorítmico ajuda a definir uma série de etapas ordenadas para a resolução de problemas complexos.)

O incentivo ao pensamento computacional não deve se restringir à Matemática, porque as demandas por resolução de problemas, construção de inferências, argumentação, investigação, representação, comunicação de ideias e capacidade de elaborar etapas estão presentes em todas as áreas. Considerando a abundância de informações no contexto digital atual, é necessário fomentar situações de aprendizagem em que os estudantes possam desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento computacional e a análise e interpretação de dados, para que atuem, de maneira autônoma e crítica, nas diversas esferas de atuação social. Nesta coleção, a seção Buscar mais conhecimento, que consta em cada Capítulo, apresenta práti­

cas de pesquisa com encaminhamentos que dialogam com o pensamento computacional, na medida em que os estudantes terão oportunidade de organizar as etapas da pesquisa, decompor um objeto de estudo em partes menores para investigá­lo e extrair os dados mais relevantes dessa investigação para analisá­los, sistematizá­los e apresentá­los aos colegas ou às demais pessoas da comunidade escolar, utilizando tecnologias digitais ao longo desse processo. Além de promover a valorização do conhecimento científico e o combate à desinformação, essa seção favorece o consumo da internet por meio de um posicionamento crítico e responsável, contemplando vários temas relacionados às práticas corporais, tais como: pesquisa de análise de mídias sociais para investigar postagens de especialistas nas áreas de treinamento físico e nutrição e pesquisa documental sobre os principais fatos históricos, sociais, culturais, políticos e econômicos que marcaram as diferentes edições dos Jogos Olímpicos, além de várias outras propostas.

Organização dos espaços e metodologias ativas

Considerando os estudantes como protagonistas do processo de aprendizagem e agentes ativos na construção do conhecimento, produzido em rede e com base em diferentes linguagens, faz­se necessário adotar novas pedagogias, em que se abandone a premissa de que há uma hierarquia em que o professor é o detentor absoluto dos saberes, para que o ambiente da aula se torne, de fato, um espaço mais democrático. O componente curricular Educação Física possibilita a utilização e exploração de uma ampla gama de espaços, sejam eles intraescolares, a exemplo da quadra poliesportiva, da biblioteca, do pátio, do laboratório de informática etc., ou extraescolares, como praça, parque e equipamento cultural próximo. Em sala de aula, é possível propor diferentes disposições de carteiras para além do modelo enfileirado tradicional, como a organização semicircular, em duplas ou trios, ou em grupos maiores, a fim de incentivar a interação entre todos, estudantes e professor.

Ilustração demonstrativa de variadas disposições de carteiras em sala de aula. Da esquerda para a direita: semicircular; duplas ou trios; e grupos.

ALEX SILVA

Há muitos desafios relativos ao ensino e à aprendizagem atualmente. Muitos deles dizem respeito às dificuldades para motivar os estudantes e envolvê-los nesses processos. As chamadas metodologias ativas visam a uma posição ativa na aprendizagem por parte dos estudantes e à atuação dos professores como mediadores e facilitadores desse processo, possibilitando que os estudantes “aprendam fazendo”.

É importante assumir que o papel de mediador, em alguns momentos, pode colocar o professor em uma situação de desconforto, porque nessa condição novos desafios se apresentam, especialmente aqueles relacionados à gestão do tempo, o que requer um cuidado maior no planejamento e na organização das atividades de ensino.

Como exemplos de metodologias ativas, podemos citar: resolução de problemas, trabalho de campo, sala de aula invertida, projetos de pesquisa, aprendizagem colaborativa. Todas essas estratégias de ensino, articulando teoria e prática, objetivam levar os estudantes a aplicar na vida cotidiana os conceitos, as habilidades, os valores e os conhecimentos que aprenderam. Elas também consideram os diferentes modos de aprendizagem dos estudantes, a cultura juvenil e os seus interesses. Apresentamos, a seguir, cada um desses exemplos citados.

Resolução de problemas

A resolução de problemas propicia que os estudantes elaborem hipóteses, criem estratégias de resolução, busquem e analisem informações para solucionar um problema bem definido. Ao aplicar conceitos em atividades práticas, essa estratégia visa desenvolver nos estudantes o pensamento crítico e a capacidade de ação como agentes propositores. Nesta coleção, a resolução de problemas será desenvolvida em várias oportunidades, especialmente em dois momentos que estão presentes em todos os Capítulos: (1) nas atividades do boxe Refletir e argumentar, quando é apresentado aos estudantes um texto que se reporta a um tema social sensível relacionado à prática corporal que estiver sendo tematizada, e os estudantes são convidados a debatê-lo e a buscar soluções para o problema apresentado; e (2) na seção Oficina de práticas corporais, quando os estudantes são provocados a construir ou reconstruir estratégias para serem aplicadas em jogos ou outras vivências.

• Trabalho de campo O trabalho de campo correlaciona teoria e prática ao propor aos estudantes uma vivência fora do espaço da sala de aula. É um estudo de investigação que proporciona que eles tenham contato com objetos e situações reais e possam aplicar os conceitos aprendidos. Não se trata de uma atividade de natureza recreativa para a turma, pois o trabalho de campo relaciona-se a

uma pesquisa em que os estudantes devem fazer entrevistas, observações ou registros que, em seguida, serão analisados e interpretados por eles. Nesta coleção, os estudantes serão convidados a realizar o trabalho de campo em algumas oportunidades que envolvem práticas de pesquisa, como, por exemplo, definir um espaço público próximo da escola que necessite de revitalização, realizando a intervenção necessária para recuperá-lo e preservá-lo, ou em algumas propostas de vivências, como, por exemplo, participar de uma adaptação da corrida de orientação, por meio de leitura de mapa e exploração da localização espacial, em que aproveitam para exercer a consciência ambiental ao praticar o plogging, atividade de corrida com coleta de lixo para ser reciclado.

• Sala de aula invertida

A sala de aula invertida pretende alterar a lógica tradicional em que o professor faz uma aula expositiva. Nessa estratégia, o professor orienta os estudantes a conhecer um conteúdo por meio de uma aula expositiva registrada, como uma videoaula, uma sequência ilustrada, leituras ou outro recurso. Após esse primeiro momento, o professor sana possíveis dúvidas dos estudantes e orienta projetos, exercícios e atividades, em que eles possam aprofundar os conhecimentos sobre o conteúdo estudado. Por fim, o professor sistematiza o conteúdo de modo colaborativo com os estudantes, que podem compartilhar suas experiências. Essa metodologia propicia que o ambiente de sala de aula seja dedicado às experiências ativas e organizadas em duplas, trios e grupos de estudantes. Nesta coleção, a estratégia da sala de aula invertida será contemplada em vários momentos. Em um deles, os estudantes terão oportunidade de propor aos colegas uma brincadeira ou um jogo indígena, que pesquisaram previamente.

• Projetos de pesquisa

Os projetos de pesquisa permitem que os estudantes participem mais ativamente do processo de construção do conhecimento. De modo coletivo, os estudantes podem selecionar temas de relevância para a cultura juvenil e investigar os aspectos que julgarem mais interessantes, tornando a aprendizagem mais significativa, uma vez que se engajam no processo. Aqui também eles são protagonistas, pois elaboram as perguntas, as hipóteses e as conclusões, acompanhados e orientados pelo professor. Nesta coleção, os projetos de pesquisa serão contemplados em todos os Capítulos. Em uma dessas oportunidades, por exemplo, os estudantes farão uma pesquisa documental sobre a teatralidade do palhaço, quando estiverem participando de tematizações do circo.

• Aprendizagem colaborativa

A aprendizagem colaborativa é uma metodologia que privilegia o desenvolvimento de trabalhos em

grupo entre os estudantes em torno de um objetivo comum de modo colaborativo. Essa estratégia possibilita que os estudantes desenvolvam as habilidades no campo dos afetos e das relações pessoais, como a capacidade de ouvir o outro com respeito e atenção, liderar um grupo, tomar decisões, mediar conflitos, regular as próprias emoções etc. Nesta coleção, a aprendizagem colaborativa será amplamente explorada nos momentos de tematizações e vivências das práticas corporais, que colocam os estudantes no papel de protagonistas em seu processo de aprendizagem, utilizando recursos e abordagens adequados para eles, para os conteúdos e para os objetivos definidos, baseando ­se na ideia de que ensinar não é transmitir conhecimento (professor­ estudantes), mas propiciar formas de participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento e fazer com que ele possa ser aplicado em sua vida cotidiana. No Capítulo que aborda a ginástica artística, por exemplo, os estudantes se organizarão em duplas, cujos integrantes se revezarão entre realizar um movimento da modalidade e observar a execução do colega, para corrigi­lo em seguida, assim como no Capítulo que aborda as práticas corporais de aventura, em que os estudantes experimentam noções básicas de equilíbrio e deslocamento sobre o skate, revezandose, observando o colega e auxiliando ­se mutuamente.

Estratégias de adaptação e inclusão

Uma educação inclusiva pressupõe a igualdade de oportunidades de aprendizagem para todos. É preciso que os estudantes com deficiência ou altas habilidades encontrem na escola um ambiente que promova o desenvolvimento de suas potencialidades e, ao mesmo tempo, espeite as suas singularidades. De acordo com Mendes23:

Nesse sentido, acreditamos que os educadores terão maior chance de cumprir seu papel a partir do momento em que perceberem e explorarem as singularidades de cada estudante. Incluir, portanto, não significa ‘normalizar’, tentar encaixar alguém considerado diferente em um modelo tal qual ele se apresenta. Adaptações superficiais são efêmeras e não dão conta do recado. Para nós, incluir corresponde a ‘singularizar’, assumir como ponto de partida que todo estudante é único quanto a sua histó-

ria e suas potencialidades. Diante desse dado, a missão do educador é planejar, caso a caso, práticas que reconheçam tais diferenças, mesmo que tenha consciência, como a maioria de nós, de suas limitações em identificá-las.24

Com certeza, a inclusão representa um desafio nas aulas de Educação Física. Para que todos os estudantes sejam acolhidos e respeitados em sua singularidade, é preciso que exista uma prontidão para realizar várias adaptações no planejamento pedagógico, no processo de avaliação e na estrutura física dos espaços, além de muita sensibilidade para mediar as interações entre eles, desenvolvendo a empatia e promovendo a pluralidade. Os quadros a seguir apresentam alguns encaminhamentos possíveis para o acolhimento de estudantes com deficiência ou com altas habilidades. As diretrizes foram transcritas dos Cadernos do Professor de Educação Física, elaborados pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, em 2022, mas é importante ressaltar que as situações de inclusão devem levar em conta o contexto de cada escola e as condições de cada estudante – com base em um diálogo constante com a sua família –, para que as experiências vividas por esses jovens nas aulas considerem todo o seu potencial para aprender e se integrar ao universo escolar.

Sugestões para atendimento de estudantes com deficiência visual

• É impor tante apresentar os locais onde acontecerão as aulas de Educação Física.

• Atenção aos ruídos ao explicar uma atividade.

• Prover ao estudante meio de comunicação compatível com as suas possibilidades: material ampliado (provas, atividades em geral).

• I ncentivar e possibilitar o uso dos auxílios ópticos prescritos pelo médico oftalmologista: óculos, lupas e telescópios. O auxílio deve ser apresentado para a classe como um avanço tecnológico e de grande valia.

• Conceder­lhe tempo suficiente para a realização das tarefas e avaliações.

• Utilizar recursos sonoros em atividades práticas.

• Se necessário, oferecer auxílio de um estudante para a realização de atividades práticas.

• Utilizar vídeos com audiodescrição, ou descrever as imagens apresentadas.

• Fazer adaptações em materiais para que os estudantes possam participar; como, por exemplo, a possibilidade de fazer tabuleiros de jogos (dama, trilha etc.) em relevo.25

23 MENDES, Rodrigo Hübner (org.). Palavras do organizador. In: MENDES, Rodrigo Hübner. Educação inclusiva na prática: experiências que ilustram como podemos acolher todos e perseguir altas expectativas para cada um. São Paulo: Fundação Santillana, 2020. p. 21-30.

24 MENDES, ref. 23, p. 28.

25 SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em ação: caderno do professor: educação física: ensino fundamental: anos finais: 1º semestre. São Paulo: Coped, 2022. v. 1, p. 9. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2022/01/WEB_Livro-1-Educa%C3%A7% C3%A3o-F%C3%ADsica-3.pdf. Acesso em: 18 out. 2024.

Sugestões para atendimento de estudantes com deficiência física

• Iniciar por atividades familiares.

• Basear as adaptações no potencial funcional e não no diagnóstico.

• Analisar as exigências sensório­motoras de cada atividade antes de sua apresentação.

• Reduzir o tempo de duração dos períodos ou do jogo, diminuir o tamanho da quadra e permitir substituição livre.

• Reduzir distâncias, abaixar as cestas e redes, aproximar os alvos.

• Planejar períodos de descanso.

• Criar um sistema de parceiro de jogo onde dois jogadores exercem o papel de um.

• Ajustar as posturas para a realização das tarefas.

• Substituir os equipamentos por aqueles mais leves e maiores (quando possível).

• Dar explicações simples e diretas.26

Sugestões para atendimento de estudantes com deficiência auditiva

• Fazer uso de vídeos; pense nas possibilidades de sua turma e se necessário utilize vídeos com tradução em Libras.

• Falar sempre de frente para o estudante, para que ele possa fazer leitura labial.

• Além de explicar a atividade oralmente, demonstrar.

• Substituir recursos sonoros por recursos visuais, como, por exemplo: em jogo de futebol, utilizar uma bandeira, levantando ­a além do apito, para indicar que o jogo foi paralisado, ou pedir que todos fiquem parados, para que o estudante perceba que o jogo foi paralisado.

• No ensino de danças, permitir aos estudantes sentir as ondas sonoras. Caso seja possível, proponha a observação de vídeos.27

Sugestões para atendimento de estudantes com deficiência intelectual

• Dar um comando de cada vez: em uma atividade como o circuito, que tem vários movimentos para realizar, saltar, correr etc. Explique um de cada vez.

• Buscar feedback: perguntar se o estudante entendeu a explicação e pedir que fale o que entendeu. Muitas vezes esse estudante diz que entendeu, e o professor só percebe quando vê a atividade errada.

26 SÃO PAULO (Estado), ref. 25, p. 10.

27 SÃO PAULO (Estado), ref. 25, p. 10.

28 SÃO PAULO (Estado), ref. 25, p. 11.

29 SÃO PAULO (Estado), ref. 25, p. 12.

30 SÃO PAULO (Estado), ref. 25, p. 12.

• Em processos de avaliação, oportunizar ao estudante se expressar oralmente e usar o professor como escriba.

• Utilizar imagens para expressar o que está falando.

• Fazer adaptações em materiais para que os estudantes possam participar; como, por exemplo, aumentar o tamanho dos materiais se necessário etc.

• Fazer adaptações nas regras dos jogos: diminuir os espaços, os tempos de jogos, colocar estudantes para ajudar um ao outro.28

Sugestões para atendimento de estudantes com altas habilidades

• Estimular a criatividade, habilidades de organização, de escrita, de tomada de decisões, de pesquisas, de estudo e comportamento direcionado a metas, entre outras.

• Propor atividades de exploração ajuda o estudante a selecionar um tópico, a explorá­lo em profundidade e a apresentar suas descobertas aos colegas.29

Sugestões para atendimento de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

• Ser objetivo, reduzir os enunciados, apresentar apenas uma instrução por vez e utilizar frases objetivas, curtas e/ou palavras­ chave.

• Evitar expressões com duplo sentido ou mensagens nas entrelinhas, como metáforas e outras figuras de linguagem.

• S empre que possível, oferecer apoio visual nas atividades, se assim o estudante necessitar. Não se pode generalizar achando que todos necessitam dos mesmos recursos, daí a importância de o professor conhecer o perfil do estudante.

• P lanejar e selecionar um método acessível ao estudante.

• S equenciar os conteúdos que requeiram processos gradativos.

• Utilizar atividades direcionadas com foco no interesse do estudante.

• Alterar o nível de complexidade das atividades. Ex.: fragmentar um texto.

• Alterar o nível de abstração de uma atividade oferecendo recursos como apoios: visuais, auditivos, gráficos ou materiais concretos.

• A ntecipar sempre as mudanças de rotina ao estudante.30

Organização de conteúdos e cronograma

A seguir, apresentamos uma sugestão de distribuição dos Capítulos que considera o Ensino Médio com duração de três anos, com possíveis arranjos em bimestres, trimestres e semestres. Trata-se de uma evolução sequencial sugerida; entretanto, os Capítulos da coleção podem ser trabalhados de forma autônoma, o que permite rearranjos não lineares. Nesse sentido, cada profes-

sor pode adaptar o planejamento à realidade da rede em que está inserido, da escola – considerando o projeto político-pedagógico – e de cada turma específica. Na sequência, apresenta-se o quadro programático do volume único que compõe esta coleção, no qual estão indicados, para cada Capítulo, os conteúdos principais dos respectivos Tópicos.

Sugestão de plano de desenvolvimento bimestral

1o bimestre: Capítulo 1 5o bimestre: Capítulo 5 9o bimestre: Capítulo 9

2o bimestre: Capítulo 2 6o bimestre: Capítulo 6 10o bimestre: Capítulo 10

3o bimestre: Capítulo 3 7o bimestre: Capítulo 7 11o bimestre: Capítulo 11

4o bimestre: Capítulo 4 8o bimestre: Capítulo 8 12o bimestre: Capítulo 12

Sugestão de plano de desenvolvimento trimestral

1o ano 1o trimestre

1o ano 2o trimestre

1o ano 3o trimestre

2o ano 4o trimestre

2o ano 5o trimestre

2o ano 6o trimestre

3o ano 7o trimestre

3o ano 8o trimestre

3o ano 9o trimestre

Capítulo 1 – Tópicos 1, 2 e 3

Capítulo 2 – Tópico 1

Capítulo 2 – Tópicos 2 e 3

Capítulo 3 – Tópicos 1 e 2

Capítulo 3 – Tópico 3

Capítulo 4 – Tópicos 1, 2 e 3

Capítulo 5 – Tópicos 1, 2 e 3

Capítulo 6 – Tópico 1

Capítulo 6 – Tópicos 2 e 3

Capítulo 7 – Tópicos 1 e 2

Capítulo 7 – Tópico 3

Capítulo 8 – Tópicos 1, 2 e 3

Capítulo 9 – Tópicos 1, 2 e 3

Capítulo 10 – Tópico 1

Capítulo 10 – Tópicos 2 e 3

Capítulo 11 – Tópicos 1 e 2

Capítulo 11 – Tópico 3

Capítulo 12 – Tópicos 1, 2 e 3

Sugestão de plano de desenvolvimento semestral

1o ano 2o ano 3o ano

1o semestre: Capítulos 1 e 2

2o semestre: Capítulos 3 e 4

3o semestre: Capítulos 5 e 6 5o semestre: Capítulos 9 e 10

4o semestre: Capítulos 7 e 8 6o semestre: Capítulos 11 e 12

Quadro programático – volume único

Tópicos

CAPÍTULO 1 Brincadeiras e jogos

CAPÍTULO 2 Esportes de invasão

Tópico 1 – Brincadeiras e jogos populares

Tópico 2 – Peteca: herança brincante dos povos indígenas

Tópico 3 – Jogos de tabuleiro do continente africano

Tópico 1 – O handebol e a dimensão social dos esportes coletivos

Tópico 2 – Memórias do basquete

Tópico 3 – Quando o rúgbi subverteu uma sociedade excludente

Tópico 1 – A luta que nasceu no Arquipélago do Marajó

CAPÍTULO 3 Lutas do Brasil

CAPÍTULO 4 Esporte de parede, esporte de rede e futebol

CAPÍTULO 5 Ginástica de condicionamento físico e de conscientização corporal

Tópico 2 – Práticas corporais indígenas nos rituais de passagem para a vida adulta

Tópico 3 – Capoeira: da marginalização ao reconhecimento

Tópico 1 – Squash e o acesso das mulheres ao esporte

Tópico 2 – Voleibol: uma paixão nacional

Tópico 3 – O futebol e a identidade nacional

Tópico 1 – Mindfulness, respiração e saúde mental

Tópico 2 – Distopia de corpos midiatizados

Tópico 3 – Antiginástica: um encontro com o próprio corpo

Conteúdos

• Ruas de brincar resgatam o espaço público para as crianças | Ana Cândida Pena e Carolina La Terza

• Representação artística das brincadeiras e dos jogos populares

• Pique ­bandeira

• Peteca | Renata Meirelles

• Brincadeiras e jogos dos povos indígenas

• Adaptação do jogo xavante tobda’é

• Jogos Africanos de tabuleiro – A Matemática na Cultura Africana | Elegbaraguine

• Jogo yoté

• A relação entre prática esportiva, desenvolvimento social e o desafio dos governos | O Povo

• Legislação e incentivo ao esporte

• Handebol progressivo

• Há 30 anos, Brasil era campeão mundial de basquete feminino e encontrava virada que precisa agora | Gustavo Longo

• A presença da música nos esportes

• Basquete ludo

• 25 anos de um título mundial que uniu um país dividido e salvou vidas | Andrei Kampff

• Jogo do TIP

• Luta marajoara: uma luta genuinamente brasileira | Marcelo Moreira Antunes, Claudio Joaquim Borba­Pinheiro e Ítalo Lopes Campos

• Os búfalos e a luta marajoara

• Jogos de oposição que remetem à luta marajoara

• Kuarup – o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu | Ana Carolina Aleixo Vilela

• Ritos de passagem indígenas para a fase adulta

• Jogos de oposição que remetem à luta huka­huka

• Capoeiristas da PB falam sobre a importância do legado ancestral da cultura afro ­brasileira | Filipe Cabral

• Circuito de movimentos de capoeira

• Atleta que fingiu ser menino vira campeã no Paquistão | BBC News Brasil

• Participação feminina nos Jogos Olímpicos

• Jogo de squash

• Midiatização do voleibol: principais mudanças no esporte | Giovana Maldini

• Linguagem gestual usada no voleibol

• Torneio de voleibol

• Ser Brasil | Luis Fernando Veríssimo

• Futebol estratégico

• Mindfulness: prática pode ser tão eficaz quanto remédio de ansiedade |

Hospital Israelita Albert Einstein

• O mindfulness e a filosofia

• Exercícios respiratórios

• Pesquisa mostra que 84% das jovens editam foto antes de postar nas redes sociais |

Evelin Azevedo

• Redes sociais e imagem corporal

• Treino de condicionamento físico

• O que é a antiginástica e o que ela pode fazer por você e seu corpo | Carolina Robino

• Antiginástica

CAPÍTULO 6 Esportes paralímpicos

CAPÍTULO 7 Práticas corporais de aventura

CAPÍTULO 8 Eventos esportivos e jogos eletrônicos

CAPÍTULO 9 Danças

CAPÍTULO 10 Esportes de marca, de precisão e de campo e taco

Tópicos

Tópico 1 – Golbol: esporte exclusivo para pessoas com deficiência visual

Tópico 2 – Vôlei sentado: esporte paralímpico para pessoas com deficiência física

Tópico 3 – Atletismo paralímpico: desafios e possibilidades

Tópico 1 – Skate: o surfe do asfalto

Tópico 2 – Orientação, trilhas e natureza

Tópico 3 – Parkour: ressignificando o espaço urbano

Tópico 1 – Jogos dos Povos Indígenas

Tópico 2 – Jogos Olímpicos: um megaevento esportivo

Tópico 3 – Jogos eletrônicos: benefícios e riscos

Tópico 1 – Maracatu e ancestralidade africana

Tópico 2 – A quadrilha e a pluralidade cultural nas danças regionais

Tópico 3 – O eu, o outro e o ritmo na dança de salão

Tópico 1 – Atletismo e motivação

Tópico 2 – Bocha, um esporte democrático

Tópico 3 – Beisebol, softbol e adequações esportivas

Conteúdos

• Campeão rechaça pecha de “coitadinho” e manda mensagem inspiradora |

Douglas Santos entrevista Romário Diego Marques

• A precisão auditiva em pessoas com deficiência visual

• Golbol

• Atleta paralímpico de vôlei sentado celebra superação por meio do esporte | Eu, Rio!

• Cobertura vacinal contra a meningite

• Vôlei sentado

• Desafios e incentivos de atletas paralímpicos para chegar a Paris | Maria Júlia Lledó

• Salto em distância cooperativo

• Skate e regenerar: skatistas fazendo a diferença para o meio ambiente | Julio Sagaz

• Princípio da ação e reação aplicado às quedas do skate

• Noções básicas de equilíbrio e deslocamento sobre o skate

• Ecoturismo e natureza… um pouco de filosofia para começar | José Francisco Matulja

• Mutirão de revitalização de espaço público

• Corrida de orientação

• O parkour não é um esporte competitivo | Vitor Garcia

• Parkour

• Arena dos jogos | Lucas Roque et al.

• Grafismos e pinturas corporais indígenas nos Jogos dos Povos Indígenas

• Ki-o-rahi, jogo de tradição maori

• Olimpismo e Multiculturalismo | Katia Rubio

• Fatos marcantes nos Jogos Olímpicos

• Olimpíada Escolar

• O impacto dos video games na sociedade | Marina Anater

• Olimpíada digital

• Maracatu | Marilza Oliveira da Silva

• Ilê Aiyê e a valorização da cultura negra

• Maracatu

• Conheça a história da quadrilha junina | Polyanna Gomes

• Danças regionais brasileiras

• Festival de dança de quadrilha

• Prefácio do livro O poder da dança: a ciência e a arte de se tornar mais forte, mais esperto e mais feliz | Carlinhos de Jesus

• Soltinho

• Quem ousa rir de Mick Jagger? | Haruki Murakami

• A dopagem no esporte

• Corrida de revezamento

• O milagre de Dirceu | Joanna de Assis

• Inclusão social no jogo de bocha

• Jogo de bocha

• Pan: Pelé do beisebol quer se dedicar a erguer o esporte no Brasil | Demétrio Vecchioli

• Jogo de beisebol

CAPÍTULO 11 Esporte técnico- -combinatório, ginástica geral e danças urbanas

Tópicos

Tópico 1 –Representatividade negra na ginástica artística

Tópico 2 – O universo do circo

Tópico 3 – Breaking e cultura hip-hop

Tópico 1 – Taekwondo: uma luta coreana

CAPÍTULO 12 Lutas do mundo

Tópico 2 – Judô e superação

Tópico 3 – Boxe: a luta no ringue e a luta contra o preconceito

Conteúdos

• Mulheres de ouro: as atletas brasileiras e a perspectiva interseccional nas Olimpíadas | Soraya Barreto Januário

• Guerra Fria e Nadia Comaneci

• Circuito de ginástica artística

• Etnopoiesis circense | Gilmar Rocha

• A teatralidade do palhaço

• Pirâmides humanas

• Prefácio do livro Hip-hop: 50 anos, 50 crônicas | Emicida

• Coreografia de breaking

• Dias de luta, dias de glória: saiba mais sobre Maicon de Andrade, medalhista Olímpico do taekwondo | Daniel Perissé

• Filosofia do taekwondo

• Chutes básicos de taekwondo

• Judô | Flávio Canto

• Brasileiros medalhistas olímpicos

• Quedas de judô

• MP francês anuncia investigação de ciberbullying contra campeã olímpica argelina Imane Khelif | AFP

• Movimentos básicos do boxe

Créditos e transcrições das faixas de áudio

Faixa de áudio 1

Cirandeiro, p.14

CIRANDEIRO. Compositor: domínio público. Intérprete: Grupo Cauim sob regência de Paulo Moura e Ari Colares. (02:01)

Transcrição: Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do que o Sol / Cirandeiro, cirandeiro, oh! / A pedra do teu anel brilha mais do que o mar // Eu fui fazer uma casa de farinha / Tão maneirinha que o vento possa levar / Oi, passa Sol, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar / Oi, passa Sol, passa chuva, passa vento / Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar // Achei bom, bonito, meu amor cantar / Ciranda faceira, vem cá cirandeira, vem cá cirandar / La la la la lá / La la la la lá / Ciranda faceira, vem cá cirandeira, vem cá cirandar

Faixa de áudio 2

Sem capoeira eu não vivo, p. 76

SEM capoeira eu não vivo. Intérprete: Abadá-Capoeira. Compositor: Jorge Martins. In: Mestrando Charm. Intérprete: Abadá-Capoeira. [S. l.]: Records DK, 2023. Streaming, v. 1. Faixa 8. Disponível em: https://open.spotify. com/intl-pt/track/6znneC1NqsmCoVFCjYrmRd?si= 79b80f0a84a24dd3. Acesso em: 11 out. 2024. Transcrição: Sem capoeira eu não posso viver / Sou peixe fora do mar / Passarinho sem voar / Dia sem escurecer // Mesmo rastejando eu vou / Agacho para jogar / Peço ao berimbau que toca / E a Deus

para me olhar // Posso ficar sem comer / Nem água eu beberei / Sem capoeira não fico / Porque senão eu morrerei // Peixe fora d’água morre / O dia tem que escurecer / E eu sem capoeira / Não sei o que vou fazer // Passarinho sem voar / Eu sem minha capoeira / Passarinho bate asa / Eu fiquei nessa tristeza

Faixa de áudio 3

Histórias da capoeira, p. 77 HISTÓRIAS da capoeira. Intérprete: Grupo Muzenza de Capoeira. Compositores: Luiz Carlos de Souza; Saruê. In: Vida de capoeira. Intérprete: Grupo Muzenza de Capoeira. [S. l.: s. n.], 2022. 1 CD, faixa 6. Disponível em: https://open.spotify.com/intl-pt/track/6SxXmdYZ N9QbqSLJj0m8QR?si=607c4c729cb74116. Acesso em: 11 out. 2024.

Transcrição: Histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Eu não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, olho histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, foi o tempo de tristeza / O berimbau me ajudou / Hoje eu jogo a capoeira / Por esse mundo com amor // Ê, a capoeira me ajudou / Com sua libertação / Me mostrou o seu caminho / Com seu berimbau na mão // Mas hoje eu agradeço a Deus / Pelo mundo que eu sei / Mas foi pela capoeira / Que eu me apaixonei // Ê, mas histórias da capoeira / Só quem sabe quem ela viveu / Eu não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu // Ê, não escolhi a capoeira / Foi ela quem me escolheu

Em entrevista histórica, Vini Jr. se emociona e dispara: ‘Cada vez menos vontade de jogar’, p. 100

EM ENTREVISTA histórica, Vini Jr. se emociona e dispara: ‘Cada vez menos vontade de jogar’. [S. l.: s. n.], 2024. 1 vídeo (32 min). Publicado pelo canal TNT Sports Brasil. Localizável em: 56 s. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=FYOV5vaTwlk. Acesso em: 11 out. 2024. Transcrição: Ah, acredito que é algo muito triste, né, tudo que eu venho passando aqui a cada jogo, a cada jogos [sic], a cada dia, a cada denúncia minha vem aumentando, né, é muito triste isso. Mas acredito também que não só eu, mas como todos os negros que, não só na Espanha, no mundo todo, sofrem no dia a dia, o racismo verbal é minoria perto de tudo que os negros sofrem no mundo, né. Meu pai sempre teve dificuldade de trabalhar por ser negro, por uma escolha entre ele e um branco sempre vão escolher um branco. E é uma coisa muito difícil, eu tenho lutado bastante por tudo que vem acontecendo comigo. Claro que é desgastante, porque você tá meio que sozinho em tudo. Que eu já fiz tantas denúncias, ninguém é punido, nenhum clube é punido. E a cada dia que passa eu venho lutando por todas aquelas pessoas que vão vir, porque se fosse apenas por mim ou pela minha família, eu acredito que eu já teria desistido de tudo que eu venho lutando. A cada dia que eu vou pra casa eu fico mais triste, mas eu fui escolhido, como você falou, pra defender uma causa tão importante, que a cada dia eu estudo mais sobre. Eu venho aprendendo pra que, no futuro bem próximo meu irmão, que tem cinco anos, não venha passar por tudo que eu tô passando.

Faixa de áudio 5

Regras e curiosidades do goalball, p. 128

REGRAS e curiosidades do goalball. [S. l.: s. n.], 2012. Publicado pelo canal TV Brasil. 1 vídeo (1 min). Disponível em: www.youtube.com/watch?v=BW_KvqfXXDw.

Acesso em: 11 out. 2024.

Transcrição: Ao contrário de muitos esportes paralímpicos que têm origem nas modalidades olímpicas, o golbol foi criado exclusivamente para pessoas com deficiência visual, cegas ou com baixa visão. Dois times, com três atletas cada, lançam bolas um contra o outro, de forma alternada, com o objetivo de marcar gols no adversário. Todos competem vendados, para não haver desvantagem entre cegos totais e atletas que enxergam vultos. A quadra é do mesmo tamanho da de vôlei, e o gol tem 9 metros de largura por 1,30 de altura. A bola oficial é semelhante à de basquete, mas sem câmara de ar interna. Ela possui guizos para que os jogadores se orientem. As partidas são disputadas em dois tempos de 12 minutos com três de intervalo. Quando uma equipe abre dez gols de vantagem, o confronto é encerrado imediatamente.

Faixa de áudio 6

Desbloqueio de games, p. 191

DESBLOQUEIO de games. Compositor: Chelpa Ferro. Intérprete: Chelpa Ferro. (02:51)

[Base instrumental com sons produzidos por aparelhos eletrônicos.]

Faixa de áudio 7

Dança Rainha, p. 196

DANÇA rainha: maracatu nação estrela brilhante. [S. l.: s. n.], 2013. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo canal Stephanie Mota. Disponível em: https://youtu.be/1gUwd 8CB9w8. Acesso em: 11 out. 2024.

Transcrição: Dança a rainha, vassalo e escravo / Todos os lanceiros e a corte real / Toque o batuque no baque virado / Dama de paço escute o compasso // Vem meu rei, embaixador e princesa também / Catirina olha o baque zuando / É o Estrela que já vem chegando

Faixa de áudio 8

Herança Bantos, p. 199 HERANÇA Bantos. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Ilê Aiyê. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=HGkSj0N6JRU&list=RDEMrodE25a1E6p 5hzh22OV0VQ&index=11. Acesso em: 11 out. 2024.

Transcrição: Eu vim de lá / Aqui cheguei / Trabalho forçado / Todo tempo acuado / Sem ter a minha vez / Eu vim de lá / Aqui cheguei / Trabalho forçado / Todo tempo acuado / Sem ter a minha vez // Dos grandes lagos / Regiões em que surgiu / Os bakongos, os bundos / os balubas, tongas, xonas, chagas, zulus / Civilizações bantus, que no Brasil concentrou / Vila São Vicente, canavial de presente / Pau Brasil, Salvador // Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil / Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil // Ei, pedra sobre pedra / Sangue e suor no chão / Agricultura floresce / Metalurgia aparece / Candomblé, religião / Irmandade, Boa Morte / Rosário dos Pretos / Zumbi lutador / Lideranças firmadas que, apesar do tempo, o vento não levou // Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil / Cada pedaço de chão / Cada pedra fincada / Um pedaço de mim, Ilê Aiyê / O povo bantu ajudou a construir o Brasil // Um legado na dança / Influência no linguajar / Sincretismo na crença / Na culinária, um bom paladar / Tristeza Palmares / Curuzu alegria / Ilê Aiyê Liberdade / Expressão bantu viva pra nossa Bahia

Faixa de áudio 9

Maracatu ritmo característico, p. 200 MARACATU ritmo característico. Intérprete: Ari Colares. (01:28)

[Base instrumental de música de maracatu.]

Faixa de áudio 10

Festa na roça, p. 208 FESTA na roça. Intérprete: Robertinho do Acordeon. Compositores: Mario Zan (Mario João Zandomenighi) e Palmeira (Diogo Mulero). In: PULA fogueira. Rio de Janeiro: MZA Music, 2010. 1 CD, faixa 6.

[Base instrumental de canção junina.]

Créditos e transcrições dos podcasts

Podcast

1

Jogos Paralímpicos, p. 126

Todos os áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Transcrição:

[Locutora] Jogos Paralímpicos

[Música de transição]

[Locutora] Assim como os tão esperados Jogos Olímpicos, os Jogos

Paralímpicos acontecem de quatro em quatro anos. Eles são realizados logo na sequência dos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno e disputados por atletas com deficiência física, intelectual ou visual.

[Música de transição]

[Locutora] O evento oferece uma oportunidade única para inspirar mudanças sociais e promover a valorização das pessoas com deficiência e dos paradesportistas no mundo todo. Atualmente, os Jogos Paralímpicos contam com 22 modalidades, como badminton, futebol para cegos, judô, canoagem, hipismo, tênis de mesa, basquete em cadeira de rodas, entre vários outros. Porém, nem sempre foi assim. Comparada com a Olimpíada, a Paralimpíada é um evento relativamente recente, que pode ser considerado um passo fundamental para superar os desafios enfrentados há muito tempo pelas pessoas com deficiência, como a escassez de acessibilidade arquitetônica e social, a carência de políticas de inclusão e a falta de representação e de visibilidade em diversos níveis da sociedade.

[Música de transição]

[Locutora] A origem dos Jogos Paralímpicos remonta ao ano de 1948, quando um médico alemão chamado Ludwig Guttmann organizou uma competição para veteranos da Segunda Guerra Mundial que haviam sofrido lesões na medula espinal. Ele acreditava que a prática de esportes poderia contribuir para a recuperação desses pacientes. A competição foi realizada na Inglaterra e chamada de Jogos de Stoke Mandeville, que era o nome do hospital onde os participantes recebiam tratamento. No evento, 14 homens e duas mulheres participaram de um campeonato de tiro com arco.

[Música de transição]

[Locutora] Em 1952, os Jogos de Stoke Mandeville se tornaram internacionais com a participação de atletas da Holanda. Em 1954, já eram 14 países participando da competição. Esse número subiu para 18 países em 1955, quando o evento recebeu 200 atletas.

[Música de transição]

[Locutora] Essa rápida evolução dos Jogos de Stoke Mandeville chegou ao auge em 1960, quando a competição aconteceu seis dias após o encerramento dos Jogos Olímpicos de Roma, em um evento considerado oficialmente a primeira edição dos Jogos Paralímpicos.

A competição contou com a participação de 400 atletas de 23 países, que competiram em oito modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, natação, tênis de mesa, tiro com arco, sinuca, dardos e esgrima em cadeira de rodas. Em 1976, na Suécia, ocorreu a primeira edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno.

[Música de transição]

[Locutora] E o Brasil? Onde entra na história dos Jogos Paralímpicos?

A primeira participação do nosso país no evento aconteceu na Olimpíada de 1972, na antiga Alemanha Ocidental. Foram 20 atletas brasileiros, todos homens, para disputar quatro modalidades: atletismo, natação, tiro com arco e basquete em cadeira de rodas. Apesar de sua estreia tardia nos Jogos Paralímpicos, o país conquistou sua primeira medalha já na edição seguinte, em 1976, em Toronto, no Canadá. A dupla Robson Sampaio e Luiz Carlos da Costa ganhou a medalha de prata no lawn bowls, um esporte parecido com a bocha, mas praticado na grama.

[Música de transição]

[Locutora] Desde então, podemos dizer que o Brasil foi se tornando uma potência nos Jogos Paralímpicos. No total, já conquistamos

mais de 380 medalhas, sendo mais de 110 medalhas de ouro, mais de 130 de prata e mais de 130 de bronze. Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021, nossos atletas paralímpicos subiram ao pódio 72 vezes e conquistaram 22 medalhas de ouro, 20 de prata e 30 de bronze.

[Música de transição]

[Locutora] Para conseguir resultados tão expressivos, o Brasil conta com centros de referência paralímpicos em diversas regiões do país. Esses centros são locais onde os atletas treinam desde a iniciação no esporte até alcançar o patamar de alto rendimento. Há centros de referência nos estados de Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Roraima, além do Distrito Federal.

[Música de transição]

[Locutora] É fundamental destacar que os Jogos Paralímpicos são muito mais do que uma simples competição esportiva. Com seu crescimento em dimensão e importância, o evento tornou-se uma referência para um mundo mais inclusivo. O esporte amplia a visibilidade e o reconhecimento das pessoas com deficiência e promove uma série de avanços sociais importantes, com destaque para o aumento do número de profissionais especializados e capacitados para atender pessoas com deficiência e a contínua evolução dos equipamentos urbanos e esportivos. Além disso, os Jogos Paralímpicos oferecem uma oportunidade única para que as cidades-sede se tornem mais acessíveis e sirvam de exemplo para inspirar o resto do mundo.

[Música de transição]

[Locutora] Créditos: Todos os áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Podcast 2

Origens do tênis, p. 80

Todos os áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Transcrição:

[Locutor] Origens do tênis

[Música de transição: raquete batendo na bolinha de tênis]

[Locutor] Pelo barulho da bolinha, já deu para descobrir sobre qual esporte vamos falar, não é mesmo? O tênis é um dos esportes mais completos para movimentar o corpo. Para rebater a bolinha, os jogadores exercitam músculos dos membros inferiores e superiores, além de músculos do abdome.

[Música de transição]

[Locutor] Não se sabe ao certo a origem do tênis, mas acredita-se que os antigos jogos praticados com bola por egípcios, gregos e romanos tenham sido os precursores desse esporte. A prática mais próxima do jogo atual surgiu na França, entre os séculos XIII e XIV. Era o Le Jeu de Paume ou “jogo com a palma da mão”. O jogador arremessava a bola contra a parede e depois a rebatia. Inicialmente, era praticado com a mão, depois passou a ser com uma luva, e só em 1780 o cabo de madeira da raquete entrou para o esporte. Já a bolinha era muito dura no princípio. Atualmente, ela é feita de borracha revestida de feltro, que mistura lã e náilon. A versão moderna do tênis nasceu na Inglaterra e foi criada pelo major inglês Walter Clopton Wingfield em 1874. Ele registrou a patente das regras do jogo, que são válidas até hoje.

[Música de transição: raquete batendo na bolinha de tênis]

[Locutor] E como se joga tênis? Esse esporte é disputado com dois ou quatro jogadores. A partida acontece em quadra retangular dividida por uma rede. O objetivo do jogo é usar a raquete para arremessar a bola ao adversário, que deve evitar que a bola bata no chão em sua metade da quadra pela segunda vez. O jogo começa com um saque,

momento em que o jogador arremessa a bola para o adversário. Se o adversário não consegue rebater a bola, o jogador pontua diretamente, o que é chamado de ace. O tênis é definido por sets, games e pontos. Uma partida pode ter, no máximo, cinco sets, a depender da modalidade de tênis praticada, e ganha quem conquistar mais sets. Para ganhar um set, o tenista precisa vencer com, no mínimo, dois pontos de vantagem. Cada set tem quatro games. Para fazer um game , o jogador precisa marcar pontos em uma sequência específica: 15, 30, 40 e game. Quando a partida está empatada, ela é decidida em um tie-break. O tie-break é um game especial com regras específicas. Nele, o cálculo dos pontos é direto e não segue a contagem tradicional de 15, 30, 40 e game. Os pontos vão de um a sete e ganha o jogador que marcar sete pontos primeiro, sempre com uma diferença de dois pontos contra o adversário. [Música de transição]

[Locutor] A contagem tradicional de 15, 30, 40 e game foi usada no primeiro torneio oficial de tênis que aconteceu no clube Wimbledon, em Londres, na Inglaterra, em 1877. Até hoje, Wimbledon é considerado o mais clássico de todos os torneios. O segundo torneio mais antigo surgiu nos Estados Unidos e é disputado desde 1881. O tênis ganhou projeção mundial a partir do século XX e se popularizou com os grandes torneios internacionais. Os quatro de maior prestígio são os torneios anuais de Grand Slam, que reúnem os principais tenistas do mundo. Eles acontecem em Melbourne, na Austrália; em Paris, na França; em Londres, na Inglaterra; e em Nova York, nos Estados Unidos. Cada torneio tem quadras e características próprias que interferem no tipo de jogo. Em comum, todos têm a duração mais longa, alem mais pontos no ranking mundial e pagam prêmios milionários. [Música de transição: raquete batendo na bolinha de tênis] [Locutor] Aqui no Brasil, esse esporte começou a ganhar projeção com Maria Esther Bueno, considerada a rainha do tênis. Ela foi eleita a melhor tenista do século XX da América Latina e conquistou três títulos em três décadas diferentes: 1950, 1960 e 1970. Outro nome importante para o esporte é Gustavo Kuerten. Mais conhecido como Guga, ele é o maior tenista brasileiro de todos os tempos. Ao longo da carreira, ganhou três títulos no torneio de Roland Garros, na França. Durante dois anos, foi o número um no ranking mundial e líder do ranking brasileiro entre 1996 e 2005. Quem também se destaca no tênis no Brasil é Bia Haddad. Em 2023, ela se tornou a primeira mulher brasileira a entrar no top 10 do ranking mundial, além de colecionar títulos individuais e em duplas. Esses são alguns dos ídolos que contribuíram para divulgar e impulsionar o tênis no país. E quem poderia imaginar que um simples jogo com a palma da mão pudesse se transformar em um esporte tão complexo e fascinante ao longo dos séculos?

[Música de transição]

[Locutor] Créditos: Todos os áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Podcast 3

A cultura hip-hop no Brasil, p. 256

A canção “Diário de um detento”, dos Racionais MC’s, foi lançada em 1997 no álbum Sobrevivendo no inferno. A música “Hip-hop na veia” foi lançada em 1990 por Thaíde & DJ Hum no álbum Hip-hop na veia. A canção “Minha alma (a paz que eu não quero)”, de O Rappa, foi lançada em 1999, no álbum Lado B Lado A. Os outros áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Transcrição:

[Locutor] A cultura hip-hop no Brasil

[Locutor] O hip-hop é um movimento cultural que surgiu em Nova York, nos Estados Unidos, na década de 1970. O termo pode ser traduzido como “balançar o quadril”. Vamos descobrir agora que o alcance do hip-hop vai muito além da dança.

[Música de transição]

[Locutor] O hip-hop engloba um conjunto cultural amplo que inclui música ( rap ), artes plásticas (grafite) e dança ( breaking ).

O movimento começou como uma forma de expressão artística e de protesto da população negra e marginalizada dos Estados Unidos. Entre seus pioneiros estão a estadunidense Cindy Campbell, que organizou o primeiro evento de hip-hop da história em Nova York, e os DJs Kool Herc e Grandmaster Flash. Porém, aquele que é considerado o fundador do movimento é o DJ e artista Afrika Bambaataa. Foi ele quem juntou todos os elementos do movimento e passou a chamá-lo de hip-hop

[Música de transição]

[Locutor] O hip-hop e suas vertentes logo ganharam o mundo e se tornaram um estilo de vida. No Brasil, o movimento começou a ganhar força em São Paulo, na década de 1980. Jovens se encontravam no centro da cidade para dançar breaking e cantar rap, e não demorou para o Brasil ter seus próprios artistas, como o grupo Racionais MC’s, criado em 1988.

[Música de transição: trecho da música “Diário de um detento”] “Na muralha, em pé, mais um cidadão José / Servindo o Estado, um PM bom / Passa fome, metido a Charles Bronson”

[Locutor] Esse é um trecho de “Diário de um detento”, uma das canções mais famosas dos Racionais MC’s. Se você conhece o grupo, já entendeu de que maneira sua obra se encaixa no movimento hiphop: muitas músicas dos Racionais MC’s tornaram-se verdadeiros hinos contra o racismo, a violência do Estado e a opressão de jovens negros e pobres.

[Música de transição: trecho da música “Diário de um detento”] “Ele sabe o que eu desejo / Sabe o que eu penso / O dia tá chuvoso, o clima tá tenso”

[Locutor] O Brasil tem diversos outros pioneiros do hip-hop . O artista gráfico Alex Vallauri, por exemplo, tornou-se conhecido como o mestre do grafite no país. Suas obras estamparam diversas paredes e muros da cidade de São Paulo, e ele participou de quatro edições da Bienal de Arte da metrópole paulistana. Já no breaking, o destaque fica para Nelson Triunfo. Nos anos 1980, ele começou a dançar o estilo nas ruas e em bailes de São Paulo e logo se tornou um símbolo do movimento. Chegou até a ser preso pela polícia durante a Ditadura civil-militar. Naquela época, mesmo dançar na rua poderia ser motivo para prisão, principalmente se fosse uma dança contestadora como o breaking.

[Música de transição: trecho da música “ Hip-hop na veia”] “ Não adianta escapar / Tentar fugir / Pois eu sei que você não vai resistir / Eu tenho um troço doido pra você / Pega leve, meu irmão, pra não enlouquecer”

[Locutor] Você ouviu um trecho da música “Hip-hop na veia”. A discotecagem também teve seus pioneiros no Brasil. Entre eles está a dupla Thaíde & DJ Hum, autores dessa canção. Eles ajudaram a divulgar o rap brasileiro em seu início e também são um símbolo da popularização do hip-hop no Brasil.

[Música de transição]

[Locutor] Se, nos anos 1980, o Brasil foi apresentado ao hip-hop e seus elementos, nas décadas seguintes, o movimento se estabeleceu como uma ferramenta de protesto e de inclusão social no país. As rádios comunitárias passaram a ter um papel muito importante na difusão do rap. Bandas já conhecidas, como os Racionais MC’s, tornaram-se ainda mais famosas, além de surgirem mais e mais grupos de rap, DJs e grafiteiros. Da marginalidade, o rap passou a tocar também em rádios comerciais, a ter discos lançados por gravadoras maiores e a levar grandes públicos para shows e festivais.

[Música de transição: trecho da música “Minha alma (a paz que eu não quero)”] “A minha alma tá armada / E apontada para a cara do sossego”

[Locutor] Pavilhão 9, Câmbio Negro e MV Bill são apenas alguns dos artistas e grupos musicais que surgiram na década de 1990. Isso sem falar em diversas outras bandas que tiveram alguma influência do rap, como Planet Hemp, Charlie Brown Jr., Nação Zumbi e a banda O Rappa, autora da música “Minha alma (a paz que eu não quero)”, que acabamos de escutar.

[Música de transição]

[Locutor] Atualmente, são muitos os artistas que levam o legado do hip-hop adiante no Brasil. Djonga, Filipe Ret, Negra Li, Flora Matos, Froid, Orochi e BK’ são apenas alguns de seus representantes. E, para aumentar ainda mais a visibilidade e a importância da influência do hip-hop no mundo, o breaking estreou como modalidade olímpica nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024. A competição de dança contou com a participação de 32 atletas, sendo 16 mulheres e 16 homens.

[Música de transição]

[Locutor] Créditos: A canção “Diário de um detento”, dos Racionais MC’s, foi lançada em 1997 no álbum Sobrevivendo no inferno . A música “Hip-hop na veia” foi lançada em 1990 por Thaíde & DJ Hum no álbum Hip-hop na veia. A canção “Minha alma (a paz que eu não quero)”, de O Rappa, foi lançada em 1999, no álbum Lado B Lado A. Os outros áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Referências comentadas

ALLUÉ, Josep M. O grande livro dos jogos. Barueri: Ciranda Cultural, 2016.

A obra reúne 250 jogos, organizados conforme o grau de dificuldade, divididos em três grandes blocos: jogos de raciocínio, jogos para ambientes fechados e jogos para ambientes abertos.

ANDERSON, Bob. Alongue-se. 24. ed. São Paulo: Summus, 2013.

O livro apresenta, de forma didática, um conteúdo com 150 alongamentos, incluindo 17 séries para atividades diárias, 10 séries para serem aplicadas em escritório ou diante do computador e ainda 37 séries para diferentes tipos de esporte.

ARAÚJO, Carlos. Manual de ajudas em ginástica. 2. ed. Várzea Paulista: Fontoura, 2012. Voltada para a ginástica artística, a obra traz 91 fichas, distribuídas em sete capítulos: solo, saltos de cavalo, barra fixa e paralelas assimétricas, cavalo com alças, argolas, paralelas e trave. Trata­se de um material ilustrado que apresenta os aspectos técnicos mais importantes, os erros mais frequentes e as ações motoras predominantes na ginástica.

ARAÚJO, Jesús. Os 250 melhores jogos para todos. Barueri: Ciranda Cultural, 2008.

O livro oferece uma variedade de jogos que podem ser aplicados em situações diversas, estando sozinho ou em grupo; em locais fechados ou abertos.

AYOUB, Eliana. Ginástica geral e educação física escolar Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

A obra busca propor uma abordagem da ginástica que considere a dimensão humana do indivíduo em um exercício de descoberta da inteireza e da linguagem corporal.

BEHNKE, Robert S. Anatomia do movimento. Tradução: Antônio Alberto Fernandes. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

A anatomia humana é abordada pela obra em seus mais diversos aspectos e especificidades, com uma diversidade de recursos didáticos. Com o apoio de ilustrações, fotos, atividades e um conteúdo detalhado, o material explora o corpo humano em sua totalidade, tanto a composição musculoesquelética quanto os sistemas nervoso, cardiovascular e respiratório.

BERTHERAT, Thérèse; BERNSTEIN, Carol. O corpo tem suas razões: antiginástica e consciência de si. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.

As autoras trazem um novo olhar sobre o corpo, promovendo uma reflexão com foco no autoconhecimento. A obra ajuda a perceber os efeitos das emoções e do comportamento sobre o corpo, e como ele transmite tais manifestações.

BRACHT, Valter. Educação Física e aprendizagem social. 2. ed. Porto Alegre: Magister, 1997.

A obra reúne artigos e ensaios que abordam o papel social da Educação Física, seu modelo teórico, de legitimação, crítica, produção de conhecimento, entre outros aspectos.

BRANDÃO, Leonardo. Por uma história dos “esportes californianos” no Brasil: o caso da juventude skatista (19701990). 2012. Tese (Doutorado em História) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.

A tese de doutorado traz um panorama histórico, político e cultural dos “esportes californianos”, nome designado aos esportes radicais no Brasil, mais especificamente o skate. A partir da análise de uma série de revistas publicadas sobre a prática de skate entre os anos 1970 e 1990, o estudo explora a relação entre a realidade dos grandes eventos e o movimento jovem e de contracultura em torno do esporte.

CAMARGO, Vera Regina Toledo; FERREIRA, Maria Beatriz Rocha; VON SIMSON, Olga Rodrigues de Moraes (org.). Jogo, celebração, memória e identidade: reconstrução da trajetória de criação, implementação e difusão dos Jogos Indígenas no Brasil (1996­2009). Campinas: Curt Nimuendajú, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/1234 56789/236477?show=full. Acesso em: 7 out. 2024.

Como resultado de reflexões sobre os jogos indígenas, o livro reúne 15 artigos distribuídos em três partes: o significado dos Jogos Indígenas no Brasil; pesquisa e legados; e desdobramentos socioantropológicos. Os textos exploram o significado dos Jogos, além de seu impacto e sua importância na construção da identidade e no empoderamento dos povos indígenas.

CAMPOS, Tanei; GOULART, Fábio. Taekwondo: o caminho dos pés e das mãos. São Paulo: On Line Editora, 2011.

O livro trata dos princípios filosóficos e das técnicas de autodefesa do taekwondo.

CARDOSO, Gabriel Garcia Borges. Luta marajoara. [Goiânia]: Almanaque da Cultura Corporal, 12 ago. 2023. Disponível em: www. almanaquedacultur acorporal.com.br/post/luta ­ marajoara. Acesso em: 10 out. 2024.

Página dedicada à luta marajoara, modalidade de combate corporal praticado no Arquipélago do Marajó, no estado do Pará. Pouco conhecido entre os brasileiros, o esporte consiste no embate entre dois lutadores, cujo objetivo é derrubar o oponente de costas no chão.

CARLIN, John. Invictus: conquistando o inimigo. Tradução: Teresa Carneiro. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

O autor conta como o rúgbi, um esporte que simbolizava o domínio colonial na África do Sul, foi ressignificado para a unificação nacional de uma sociedade pós­apartheid.

CASTELLANI FILHO, Lino. Educação física no Brasil: a história que não se conta. Campinas: Papirus, 1988.

O autor agrega um tratamento crítico sobre a disciplina com base numa concepção histórica­ crítica da educação.

CORNELL, Joseph. Vivências com a natureza: guia de atividades para pais e educadores. Tradução: Arianne Brianezi et al São Paulo: Aquariana, 2005.

A obra prepara e orienta pais e educadores na inserção de jovens e crianças em atividades com a natureza. As interações descritas promovem um aprendizado não apenas sobre o meio ambiente mas também a partir dele.

DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade (coord.). Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Grupo Gen­Guanabara Koogan, 2000. (Educação Física no ensino superior).

A obra discute aspectos da Cultura Corporal de Movimento, atrelada a amplas discussões em Educação Física. Em seguida, são apresentadas propostas de atividades, sites, sugestões de leitura e filmes para o ensino dentro das unidades temáticas trabalhadas.

DEMARCO, Jayme Q. N. Taekwondo: uma nova visão. Teutônia: SCP, 2015. E-book

A obra organiza e padroniza o ensino de taekwondo em um documento para consulta rápida. Ainda, as nomenclaturas e sequências marciais são disponibilizadas de forma prática, com o apoio de diagramas que auxiliam estudantes e professores na prática do esporte.

DONODAN, Rae. Boxe para principiantes: um guia completo do boxe. [S. l.: s. n.], 2022. E-book.

O material é voltado para iniciação de pugilistas, com princípios básicos como postura e posicionamento dos pés, bem como o desempenho que os diferentes tipos de corpos exercem e seu impacto na interação e física da luta.

DUARTE, Orlando. História dos esportes. 6. ed. São Paulo: Editora Senac, 2016.

A obra faz um levantamento histórico dos esportes mais conhecidos e traz curiosidades sobre os esportes dos quais o grande público tem pouca ou nenhuma informação.

ESTEVAM, Camila Motta. Representação dos Jogos dos Povos Indígenas na mídia brasileira. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação Física e Esporte) – Programa de Pós­Graduação em Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2020.

Com base na análise do conteúdo veiculado na mídia (jornais, revistas, arquivos e internet) ao longo de 12 edições dos Jogos dos Povos Indígenas, o estudo faz uma crítica à abordagem generalista dos meios de comunicação e lança luz sobre a riqueza cultural indígena.

EVANGELISTA, Alexandre Lopes; MONTEIRO, Artur Guerrini. Treinamento funcional: uma abordagem prática. 3. ed. rev. ampl. São Paulo: Phorte, 2015. O livro responde às principais dúvidas acerca do treinamento funcional. Com explicações embasadas, o conteúdo trabalha quais são os níveis, a intensidade e as séries mais indicadas de acordo como cada tipo de aprendiz.

FANY, Ricardo (coord.). Mirim: povos indígenas no Brasil. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2015.

Versão em forma de livro do site Mirim: Povos Indígenas no Brasil, com informações detalhadas sobre alguns dos 246 povos indígenas que vivem no Brasil. A obra trata desses grupos, que hoje compõem 900 mil pessoas, falantes de mais de 150 línguas.

FREITAS, Armando; BARRETO, Marcelo. Almanaque olímpico. Rio de Janeiro: LeYa, 2016.

A enciclopédia agrega informações sobre os Jogos Olímpicos desde a edição de 1896, em Atenas, até os jogos do Rio de Janeiro, em 2016, com suas características, jogos, regras, curiosidades e perfis dos atletas de destaque.

FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1991. (Pensamento e ação no magistério).

A obra aborda como a Educação Física é fundamental para a aquisição de um aprendizado integral que vai além do desenvolvimento de capacidades motoras. O trabalho realizado, nesse contexto, contribui para o aperfeiçoamento da cognição e dos processos mentais, essenciais para a prática educativa em sua totalidade.

FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2009. (Pensamento e ação na sala de aula).

A obra faz proposições de como os conteúdos trabalhados em Educação Física contribuem para que os estudantes desenvolvam consciência corporal, expressividade, sensibilidade e cooperação.

GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. Dicionário crítico de educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2014. A publicação faz um levantamento dos principais conceitos vinculados ao universo da Educação Física, estabelecendo referências para seus significados.

KASSABIAN, Victor. Guia do beisebol. [S. l.]: Sports Nation BR, 2023. E-book.

O livro apresenta ao público brasileiro a história do beisebol, as regras, as funções dos jogadores, a estrutura da liga e as demais informações que explicam o sucesso do esporte de forma a torná­lo atraente a novos espectadores e praticantes.

KOCH, Karl. Pequenos jogos esportivos. Tradução: Reinaldo Guarany. 8. ed. Barueri: Manole, 2005.

O autor apresenta a prática de grandes esportes com uma abordagem acessível e adequada ao público estudantil, de forma a propiciar o desenvolvimento metódico relacionado a essas práticas.

KRÖGER, Christian; ROTH, Klaus. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. Tradução e revisão científica: Pablo Juan Greco. São Paulo: Phorte, 2005.

A obra propõe os fundamentos para se trabalhar a tática geral, a coordenação e a técnica em diversos jogos nos quais a bola desempenha um papel central. Esse material abrange jogos situacionais, capacidades e habilidades como elementos fundamentais para o desenvolvimento de aprendizagens motoras.

LIMA, Gabriella Campos Jannini de; SILVA, Luciana Maria da. Relações entre corpo, mídia e saúde mental: significações de corpos midiatizados no Instagram. Refacs, Uberaba, v. 9, supl. 2, p. 786­797, 2021.

O estudo comparou o perfil de uma blogueira fitness ao de uma plus size para estabelecer diferenças, semelhanças e influências na vida cotidiana delas. Em conjunto, foram medidos os impactos da representação dos corpos femininos na mídia e seu significado na autoestima e na percepção dos padrões de beleza impostos.

LOUV, Richard. A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do transtorno do déficit da natureza. Tradução: Alyne Azuma, Cláudia Belhassof. São Paulo: Aquariana, 2016.

A obra propõe uma reflexão sobre o efeito prejudicial da ausência da natureza na vida de crianças. Os estudos e as histórias contidos no livro relacionam a natureza à saúde mental, física, emocional e acadêmica desse público, sobretudo em um contexto cada vez mais urbanizado.

LOVATT, Peter. O poder da dança: a ciência e a arte de se tornar mais forte, mais esperto e mais feliz. Tradução: Isabela Sampaio. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2023. Com base em estudos desenvolvidos pelo autor, o livro traz um conjunto de combinações e passos que produzem efeitos emocionais. Assim, busca­se demonstrar os impactos po­

sitivos da dança na autoestima, no autoconhecimento e no desenvolvimento mental, motor e postural, e apresentar a dança como linguagem de expressão de sentimentos.

MATULJA, José F. Caminhadas, trilhas e trekking: orientações e dicas para caminhadas ao ar livre. [S. l.: s. n.], 2023. E-book

A obra oferece uma série de informações importantes sobre a necessidade, a importância e os fundamentos para a prática de caminhadas ao ar livre nos mais diversos espaços. O material inclui dicas de como se preparar física e mentalmente, como se alimentar, quais ferramentas são adequadas, entre outras dicas que auxiliam praticantes amadores e incentivam novos adeptos.

MEIRA, Mateus Castro. A física do skate: uma visão irada da mecânica. [S. l.: s. n.], 2021. E-book No livro, a mecânica é tratada por meio dos movimentos realizados pelos skatistas. Os conceitos de força, energia e atrito são alguns dos princípios trabalhados pelo lado lúdico e estético das manobras elaboradas.

MEIRELLES, Renata. Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil. São Paulo: Terceiro Nome, 2007.

A obra apresenta uma diversidade de brincadeiras e jogos artesanais de crianças de todo o país. O conteúdo inclui brincadeiras de roda com canções, peteca, giramundo, perna de pau e mais uma série de jogos interessantes, nostálgicos e de grande riqueza e ludicidade.

METODOLOGIA do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992. (Coleção Magistério 2o grau, série Formação do professor).

A publicação apresenta e discute questões teórico-metodológicas de forma a contribuir para que o docente construa seu próprio referencial com base em condições reais de sua prática.

MURAD, Maurício. Sociologia e educação física: diálogos, linguagens do corpo, esportes. Rio de Janeiro: FGV, 2009. O livro faz um estudo transdisciplinar entre os dois campos do conhecimento com uma abordagem histórica e analítica.

NELSON, Arnold G.; KOKKONEN, Jouko. Anatomia do alongamento. Tradução: Fernando Gomes do Nascimento. 2. ed. Barueri: Manole, 2018.

O guia traz exercícios de alongamento para o aumento da flexibilidade e da amplitude dos principais grupos musculares, incluindo rotinas voltadas especificamente a cada esporte, ao nível de cada praticante e inclui rotinas para a diminuição da glicose no sangue.

NUNES, Murilo et al. A luta marajoara na atualidade: percepções de atletas e ex-atletas da modalidade. Movimento, v. 29, p. e29012, jan./dez. 2023. Disponível em: https://doi. org/10.22456/1982-8918.124101. Acesso em: 7 out. 2024. O estudo aborda as percepções dos atletas e ex-atletas de luta marajoara sobre as dimensões culturais, educacionais e esportivas da prática.

PEREIRA, Vanildo R.; MAIA, Maria Aparecida Coimbra. Dança de salão: uma alternativa para o desenvolvimento motor no ensino fundamental. São Paulo: Phorte, 2014. Com a proposta de levar a dança de salão para as escolas, o livro introduz a noção de aprendizado atrelada às capacidades coordenativas, motoras, afetivas e cognitivas desenvolvidas por meio dessa prática, unindo os planos artístico e educacional.

PINHEIRO, Matheus; AGUIAR, Jonathan (org.). Jogos e brincadeiras africanas: o brincar que nasce do chão. Rio de Janeiro: Wak, 2022.

A obra estabelece um novo olhar sobre o brincar que começa no chão, elemento fundamental nas brincadeiras africanas. É apresentado um panorama histórico, antropológico, documental e pedagógico com implicações na percepção da coletividade humana e nas relações étnico-raciais.

PULGA, Humberto. Parkour: o universo dos praticantes. [S. l.: s. n.], 2020. E-book

O material conta a história e explica, com base em pesquisas, o motivo de o parkour ter se transformado em um estilo de vida e como essa atividade física em um espaço urbano espontâneo tem atraído praticantes.

RIBAS, Sarah. O emocionante esporte chamado bocha. [S. l.]: Vili, 2019. E-book.

A autora apresenta as regras, as origens e os fatos que fazem da bocha um esporte que, apesar de relegado no Brasil, tem caráter técnico e estratégico.

ROCHA, Gilmar. O circo: arte em verso, prosa e imagem. Niterói: Eduff, 2022.

Nesse texto, o circo é trabalhado em seu aspecto cultural, antropológico e artístico. O autor resgata a história do circo com imagens escritas, inserção de textos basilares, análises de filósofos e pensadores, bem como as origens do termo e a simbologia envolvida na arte circense.

ROQUE, Lucas et al Jogos mundiais dos povos indígenas: Brasil, 2015: o importante é celebrar! Brasília, DF: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2017. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000249170. Acesso em: 10 out. 2024.

A publicação tem por objetivo registrar os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), explicando seu contexto, sua importância, os esportes envolvidos e os debates fomentados ao longo das edições realizadas.

ROTH, Klaus; MEMMERT, Daniel; KRÖGER, Christian. Jogos de rede e raquete. Tradução: Pablo Juan Greco, Mariana Calábria Lopes. São Paulo: Phorte, 2017. (Escola da bola).

O livro apresenta mais uma etapa na progressão do ensino dentro do modelo integrativo ao adicionar jogos de rede e raquete. A serem trabalhadas nas escolas, as atividades levam em consideração os elementos táticos, os objetivos, as habilidades e as capacidades envolvidas.

ROTH, Klaus; MEMMERT, Daniel; SCHUBERT, Renate. Jogos de arremesso. Tradução: Pablo Juan Greco, Mariana Calábria Lopes. São Paulo: Phorte, 2016. (Escola da bola).

A obra aborda o universo dos jogos de arremesso, com exercícios que podem ser aplicados em espaços educativos e que trabalham princípios de coordenação, tática e habilidades técnicas.

RUBIO, Katia. Esporte, educação e valores olímpicos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009. Muito além de relatar a história dos Jogos Olímpicos desde a Grécia Antiga, o livro trata dos valores, da cultura, da proposta de paz e dos elementos que constituem os princípios fundadores dos Jogos Olímpicos e o que representam para a sociedade.

RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina. O ensino das lutas na escola: possibilidades para a educação física. Porto Alegre: Penso, 2015.

A obra oferece um ponto de vista que parte dos aspectos éticos, de formação crítica e de autonomia tendo em vista os esportes de luta. Estão inclusas propostas de atividades que auxiliam os professores no planejamento das aulas, na execução e na avaliação das práticas corporais.

SABINO, Jorge; LODY, Raul. Danças de matriz africana: antropologia do movimento. Rio de Janeiro: Pallas, 2011.

Com base na antropologia e na ciência da dança, os autores se debruçam sobre as danças de matriz africana por meio da expressividade, da relação com o corpo e da riqueza cultural, experimental e simbólica que representam.

SCHWARTZ, Gisele Maria; TAVARES, Giselle Helena (org.). Webgames com o corpo: vivenciando jogos virtuais no mundo real. São Paulo: Phorte, 2015. Inspirada nos jogos eletrônicos on-line, a obra traz atividades corporais que articulam imaginação e realidade. Em combate ao sedentarismo, as metodologias reunidas restabelecem a corporeidade e exercitam capacidades cooperativas e individuais.

SILVA, Eusébio Lôbo da. O corpo na capoeira. Campinas: Editora da Unicamp, 2009­2022. 4. v.

A coletânea oferece um mergulho na arte da capoeira com suas origens, fundamentos e história. Os volumes buscam capacitar o leitor para o jogo, trazendo informações sobre os movimentos, suas funções e as atividades adaptáveis aos diversos níveis de aprendizagem.

SILVA, Francisco Martins da; ARAÚJO, Rossini Freire de; SOARES, Ytalo Mota (org.). Iniciação esportiva. Rio de Janeiro: Medbook, 2012.

O livro visa orientar o leitor interessado em profissionalizar­se na prática esportiva. Nele, estão disponíveis conteúdos voltados à fisiologia, à aprendizagem psicomotora, às modalidades esportivas e aos seus fundamentos, além de sugestões de aulas para iniciação nas práticas trabalhadas.

SILVA, Kassius Nitzke da. Jogos dos povos indígenas: estratégias e práticas representacionais. São Paulo: Dialética, 2022.

A publicação é uma análise sobre os Jogos dos Povos Indígenas. Ela põe em perspectiva as representações culturais e discute a relação entre o que é jogo e o que é indígena, para repensar o que é esporte com base nas etnias participantes.

SILVA, Tiago Aquino da Costa e; GONÇALVES, Kaoê Giro Ferraz. Manual de lazer e recreação: o mundo lúdico ao alcance de todos. São Paulo: Phorte, 2017.

Com propostas de brincadeiras e jogos, os autores produziram um material acessível a um público diverso, de acadêmicos a recreadores e interessados no assunto. Sua proposta é fazer do brincar algo de importância para o desenvolvimento humano inerente a cada idade.

SILVEIRA, Vanessa Rozan da. Corpos e beleza no Instagram: estetização em busca de likes. 2017. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) – Programa de Estudos Pós­

Graduados em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017.

A dissertação explora o funcionamento das representações físicas em circulação na rede social Instagram e como elas afetam o imaginário e a construção de ideais físicos por parte do público. O estudo correlaciona as representações já sedimentadas pela mídia tradicional às possíveis mudanças no padrão de beleza, atreladas a novos valores de consumo e status via redes sociais.

TANI, Go; CORRÊA, Umberto Cesar (org.). Aprendizagem motora e o ensino do esporte. São Paulo: Blucher, 2016.

A obra trata do desenvolvimento das capacidades motoras como fio condutor para uma melhor experiência prática, resultando em maior envolvimento, interação e integração por meio das atividades esportivas.

TONI C. Hip-hop: 50 anos, 50 crônicas. São Paulo: LiteraRUA, 2023.

A obra reúne 50 crônicas escritas sobre hip-hop ao longo de 20 anos. Narradas em primeira pessoa, elas captam a essência dos 50 anos dessa cultura por meio dos espaços que a consagraram como manifestação de rua até alcançar os palcos.

TORRES, Allan Kardec Souza. Gira Brasil: danças circulares brasileiras. Curitiba: Appris, 2021.

Além de agregar ao repertório cultural um levantamento sobre os tipos de danças folclóricas brasileiras, o livro explora como essas manifestações podem ser trabalhadas para o aperfeiçoamento de técnicas corporais. Isso se dá por meio de passos de diferentes regiões e sua interação com o caráter humano na visão de cada comunidade à qual a dança está ligada.

UCHIDA, Rioiti; MOTTA, Rodrigo. Uruwashi: o espírito do judô: a história, os valores, os princípios e as técnicas da arte marcial. São Paulo: Évora, 2013. v. 1.

Apresentando vasto material, a obra oferece um contato com a história, os valores, as técnicas e os princípios que compõem a arte marcial. Além de seus aspectos físicos, há grande foco nos preceitos educativos, morais e intelectuais envolvidos no esporte.

VALENTE, Francisco et al. Estudo sobre huka­huka: uma luta de matriz indígena brasileira. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 20, p. e ­28608, 2022. A pesquisa faz um registro da huka­huka, luta indígena pouco documentada, explicando suas regras, históricos culturais, sociais e organização.

Orientações específicas

Capítulo

1

Brincadeiras e jogos

A BNCC no Capítulo 1

Temas Contemporâneos Transversais: Vida Familiar e Social; Diversidade Cultural; Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso; Direitos da Criança e do Adolescente; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Campos de atuação social: campo de atuação na vida pública, campo artístico-literário, campo da vida pessoal e campo das práticas de estudo e pesquisa.

Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104), 3 (EM13LGG303, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503) e 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG604).

Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG704).

Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502).

Objetivos e justificativa

R efletir sobre as possibilidades de utilização dos espaços públicos para realizar práticas corporais.

Experimentar e fruir brincadeiras e jogos de diferentes etnias indígenas, compreendendo a importância dessas práticas corporais para a valorização das culturas indígenas.

• Experimentar e fruir jogos de tabuleiro originários de diferentes culturas africanas, compreendendo a relação entre esses jogos e as tradições ancestrais dessas culturas.

As brincadeiras e os jogos estão presentes em todas as culturas desde os tempos mais remotos e, por meio da vivência e da tematização dessas práticas, é possível extrair informações de suas culturas de origem e aprender sobre elas, contemplando os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) Diversidade Cultural e Direitos da Criança e do Adolescente.

A temática das brincadeiras e jogos populares desenvolvida no Tópico 1 oportuniza aos estudantes reflexões sobre a ocupação dos espaços públicos nos momentos de lazer. Por sua vez, a escolha pelas temáticas de brincadeiras e jogos indígenas e jogos de tabuleiro de origem africana dos Tópicos 2 e 3, respectivamente, favorece o trabalho com o TCT Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e também possibilita discussões sobre as relações intergeracionais, com abordagem dos TCTs Vida Familiar e Social e Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso nas diferentes culturas, uma vez que essas práticas são passadas por meio da oralidade, de uma geração para a outra.

Introdução

No Tópico 1, a tematização possibilita articular o desenvolvimento das competências específicas 1, 3, 5 e 6 da área de Linguagens e suas Tecnologias, em que os estudantes vão refletir sobre as possibilidades de utilização dos espaços públicos para a realização de práticas corporais. Além disso, aborda os campos de atuação social de atuação na vida pública e artístico-literário, por meio dos textos apresentados.

O Tópico 2 desenvolve os campos de atuação social artístico-literário e de práticas de estudos e pesquisa, além das competências específicas 1, 2, 3, 4, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, tendo como objetivo experimentar, fruir e recriar brincadeiras e jogos de diferentes etnias indígenas, compreendendo a importância dessas práticas corporais para a valorização das culturas indígenas.

O Tópico 3 desenvolve o campo de atuação social da vida pessoal e as competências específicas 1, 2, 3, 4 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, com o objetivo de experimentar e fruir jogos de tabuleiro originários de diferentes culturas africanas, compreendendo a relação entre esses jogos e as tradições ancestrais dessas culturas.

Abertura do Capítulo 1 (p. 10)

Neste Capítulo, os estudantes terão a oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre algumas variações de brincadeiras e jogos populares de matrizes indígena e africana, além de serem convidados a experimentar essas práticas.

Faça o levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema do Capítulo 1: brincadeiras e jogos. Oriente-os a fazer uma leitura do texto de abertura do Capítulo e a responder oralmente à pergunta do último parágrafo. Espera-se que eles

concluam que o cabo de guerra retratado na fotografia se trata de um jogo. Enfatize que a imagem apresenta jovens jogando cabo de guerra, a fim de afastar o estigma de que as brincadeiras e os jogos são práticas inerentes somente à infância.

Auxilie-os a observar os elementos que caracterizam o jogo de cabo de guerra, como a presença de regras preestabelecidas, a experimentação da vitória ou da derrota e a utilização da força em sincronia com os demais integrantes do grupo, evidenciando capacidades físicas e estratégicas para que o objetivo seja alcançado com sucesso.

Tópico 1 – Brincadeiras e jogos populares (p.

11)

Peça aos estudantes que se organizem em pequenos grupos, para que realizem a leitura do texto introdutório e conversem sobre as questões propostas no boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Proponha aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa para responder oralmente às perguntas. Certifique-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1. A atividade possibilita aproximar o tema da realidade dos estudantes e fomentar a ideia de que brincadeiras e jogos não se relacionam apenas à cultura infantil. Incentive-os a justificar suas respostas, a fim de enriquecer a discussão e a reflexão.

2. A atividade tem como objetivo propor aos estudantes a ideia de ruas e locais públicos como espaços de convivência, que podem ser utilizados em momentos de lazer.

3. A atividade favorece o desenvolvimento de um olhar crítico dos estudantes sobre os problemas envolvidos no processo de urbanização das grandes cidades brasileiras.

Ler e compartilhar (p. 12 e 13)

Oriente os estudantes a ler individualmente o texto e responder às atividades no caderno. Em seguida, organize uma roda de conversa, incentivando-os a compartilhar oralmente suas respostas, enquanto você atua como um mediador dessa dinâmica. Certifique-se de que todos tenham oportunidade de verbalizar, apoiando aqueles estudantes que demonstrarem insegurança em se manifestar e valorizando suas falas e opiniões.

Atividades

1 e 2. Essas atividades incentivam os estudantes a construir uma síntese da ideia central do texto lido.

3. A atividade dialoga com o boxe Ampliar, que apresenta o conceito de identidade cultural. Se julgar oportuno, peça aos estudantes que listem,

oralmente, quais elementos compõem a identidade cultural do círculo social deles.

4. A atividade promove um debate entre os estudantes e abre espaço para mobilizá-los a buscar caminhos para efetivamente implantarem as ruas de lazer nas proximidades de onde moram, exercendo a cidadania e o protagonismo comunitário. Envolva a comunidade escolar nesse processo e ofereça apoio aos estudantes, incentivando-os a dialogar com a vizinhança e auxiliando-os a entrar em contato com os canais de comunicação da prefeitura, além de organizar as divisões de tarefas e elaborar, em conjunto com eles, um cronograma de ações. Você pode acessar o “Guia Ruas de lazer”, disponibilizado no site do Instituto Alana, e seguir as orientações do documento, para orientar os estudantes.

Sugestão para o professor

• GUIA Ruas de lazer. São Paulo: Instituto Alana, 2022. Disponível em: https://alana.org.br/material/ruas-de-lazer/. Acesso em: 15 out. 2024.

A página direciona para o download do guia, que apresenta instruções para a implantação de ruas de lazer nas cidades.

Refletir e argumentar

A proposta do boxe incentiva os estudantes a se posicionarem criticamente. Oriente-os a ler o texto e responder às atividades no caderno individualmente, compartilhando suas respostas com o grupo em seguida, através da sua mediação.

1. A atividade tem como objetivo confrontar os estudantes em relação à visão de muitos motoristas e de autoridades públicas sobre a necessidade de regular o comportamento das pessoas que circulam nas ruas para garantir a segurança de todos, incentivando os estudantes a refletir sem buscar respostas rasas para problemas complexos nem adotar posicionamentos radicalizados, que desconsiderem opiniões contrárias.

2. A atividade tem como proposta provocar um debate sobre a necessidade de ampliar os espaços públicos de convivência e otimizar a distribuição de pessoas e veículos nas ruas dos municípios.

3. Promova um debate com os estudantes sobre o tema e incentive-os a pesquisar iniciativas que deram certo em outras localidades, inclusive em países estrangeiros.

Conexões com... Arte (p. 14 e 15)

O trabalho proposto nesta seção favorece a fruição estética e o estudo de recepção de obras de arte e de produtos da indústria pelos estudantes.

Explore as brincadeiras e jogos citados no texto e leve-os a refletir sobre tradições, valores culturais, históricos

e sociais que essas práticas expressam. Comente que, entre as brincadeiras e jogos mencionados, a ciranda pode ser considerada uma atividade lúdica e também uma dança circular.

Objeto educacional digital

Em seguida, apresente para os estudantes o áudio “Cirandeiro” (faixa 1) sugerido no Livro do estudante. Se julgar pertinente, proponha uma pesquisa sobre letras de canção de ciranda. A atividade pode ser desenvolvida com o apoio dos professores de Língua Portuguesa e de Arte. Informe-os que a pernambucana Maria Madalena Correia do Nascimento (1944-), conhecida como Lia de Itamaracá, é considerada a cirandeira mais famosa do Brasil. Lia gravou dois álbuns: A rainha da ciranda (1977) e Eu sou Lia (2000) e recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 2005. Peça aos estudantes que leiam o texto. Em seguida, leia as questões de 1 a 3 em voz alta, incentivando-os a responder oralmente. Oriente-os a realizar a pesquisa proposta na atividade 4 e combine com a turma uma data para a apresentação oral da atividade em uma roda de conversa.

1. I ncentive os estudantes a refletir sobre as emoções que são despertadas pelas cores e pelos movimentos.

2. Leve os estudantes a refletir sobre as diferenças culturais, reconhecendo seus processos históricos e sociais.

3. Aproveite a oportunidade para debater com os estudantes a importância das brincadeiras na fase da infância e de preservar uma atitude lúdica na adolescência e na fase adulta.

4. Se for necessário, reserve o laboratório de informática da escola e conduza a pesquisa de imagens com os estudantes. Em parceria com o professor de Arte, direcione o olhar deles para a apropriação do Patrimônio Cultural por meio das brincadeiras pesquisadas. Além disso, incentive-os a refletir sobre as sensações experimentadas por meio dessas práticas no período da infância.

Oficina de práticas

corporais (p. 16 e 17)

A atividade desta seção apresenta uma possibilidade de recriação do jogo pique-bandeira, que permite um aumento no nível de complexidade e a participação de todo o grupo, uma vez que, nesta proposta, a disputa entre duas equipes do jogo tradicional foi substituída por uma disputa entre quatro equipes. Garanta um ambiente seguro e inclusivo, especialmente para estudantes com deficiência ou limitações físicas, se houver.

No item 4 da etapa Planejar, avalie e estabeleça (com a ajuda dos estudantes, se for o caso) a quantidade de grupos, considerando a quantidade de estudantes na turma e o espaço disponível para as práticas. Se for preciso formar mais do que quatro equipes, organize um rodízio entre as equipes, para garantir que todos participem do jogo.

No item 4 da etapa Praticar, considere que eliminar da rodada o estudante que tem a sua tira removida pelo adversário aumenta a complexidade do jogo.

Na etapa Avaliar, pergunte se os estudantes conhecem outras variações do pique-bandeira e se existe a possibilidade de reproduzir esse jogo fora do ambiente escolar.

Tópico 2 – Peteca: herança brincante dos povos indígenas (p.

18)

O propósito do texto de abertura do Tópico 2 do Capítulo 1 é apresentar aos estudantes a pluralidade cultural dos povos indígenas. Oriente-os a formar duplas para realizar a leitura compartilhada do texto e a debater as respostas às perguntas do boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Se desejar, permita que os estudantes se mantenham organizados em duplas para realizar as atividades do boxe. Peça-lhes que respondam oralmente às perguntas e certifique-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1 e 2. Ao explorar as brincadeiras dos povos originários, as atividades propostas nestes itens têm como objetivo promover aos estudantes o respeito pelas tradições indígenas.

3. A atividade tem o propósito de conscientizar os estudantes sobre o respeito à diversidade cultural.

A segunda parte do texto introdutório reforça a ideia da pluralidade cultural dos povos indígenas ao explorar as variantes linguísticas para designar peteca pelas diferentes etnias indígenas e apresentar algumas formas de jogar com esse artefato.

Sugestão para o professor

• HORDONES, Nádia Maria Martins. O esporte moderno e a constituição do esporte peteca no Brasil. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR, HISTÓRIA E EDUCAÇÃO, 8., 2004, [João Pessoa]. Anais […]. [João Pessoa]: UFPB, 2004. Disponível em: www.uel.br/grupoestudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/ anas8/artigos/NadiaMariaMartinsHordones.pdf. Acesso em: 7 nov. 2024.

O ar tigo apresenta diversas palavras dos povos originários para denominar peteca.

Ler e compartilhar

(p. 19 a 21)

Nesta seção, os estudantes terão a oportunidade de conhecer um jogo tradicional de peteca do povo xavante e o processo de preparação do jogo.

Atividades

1. Ressalte com os estudantes a percepção de que a relativização do tempo, a segurança, a autonomia e o próprio ambiente podem influenciar na relação do brincante com o brincar.

2. Incentive os estudantes a refletir sobre o fato de que as pessoas vivem realidades socioeconômicas muito diversas nos grandes centros urbanos e que, por esse motivo, as relações temporais também podem ser percebidas de maneiras diferentes.

7. O jogo com tobda’és é realizado com um material extremamente leve (palha), em um espaço muito amplo. Considere as respostas dos estudantes para explorar com eles possibilidades de adaptações para realizar esse jogo em ambientes fechados ou parcialmente fechados, como a quadra coberta ou o pátio da escola. Pode ser interessante fazê-los perceber que a proximidade dos jogadores no momento do arremesso em um ambiente mais fechado pode significar risco à integridade física deles. Pode-se citar a possibilidade de utilizar outros materiais na confecção das petecas, como espuma ou tecido, no lugar dos tradicionais tobda’és, além  de acrescentar regras ao jogo, como a definição de uma distância mínima entre os jogadores no momento dos arremessos e a proibição de lançamentos na cabeça ou na face dos adversários.

8. Explique para os estudantes que o povo xavante habita a área central do cerrado brasileiro e que, além do milho, também fazem parte da agricultura xavante o feijão e a abóbora.

10. Instigue os estudantes a refletir sobre as generalizações indevidas a respeito das culturas indígenas, que resultam em desinformação, estereótipos e preconceitos.

Ampliar

Retome com os estudantes o conceito de jogo, diferenciando-o de esporte. O jogo é uma atividade lúdica que objetiva a diversão e apresenta desafios motores, cognitivos ou sociais, sujeitos a regras, que podem ser reinterpretadas por diferentes grupos sociais. Por outro lado, no esporte, o objetivo é conquistar a vitória sobre o oponente, orientando-se por comparações de desempenho e por um conjunto de regras institucionalizadas por associações, federações e confederações esportivas.

Refletir e argumentar

Neste boxe, as atividades incentivam o posicionamento crítico dos estudantes por meio da argumentação.

1. Explique para os estudantes que o senhor Toptiro e as crianças xavantes não são personagens fictícios, que o texto apresenta uma cena real e que, para elaborar o seu livro, a autora Renata Meirelles apresenta registros de sua pesquisa sobre brinquedos e brincadeiras das crianças brasileiras.

2 e 3. Aproveite a oportunidade para promover um debate sobre etarismo: do que se trata, por que ocorre e quais são as formas de combatê-lo, tendo em vista a construção de uma sociedade inclusiva.

4. Se julgar pertinente, explore com os estudantes os diferentes contextos em que ocorre a intergeracionalidade, como no contexto familiar (parentescos entre pessoas) e nas relações de estudo e trabalho, além da percepção do tema ao longo do tempo (se há a noção por parte dos estudantes de que a discussão sobre esse tema e essas relações entre as gerações foram se alterando, em que sentidos e por quais motivos essas alterações ocorreram) etc.

Buscar mais conhecimento (p. 22)

Esta seção propõe uma prática de pesquisa documental sobre brincadeiras e jogos indígenas que amplia o repertório de brincadeiras dos estudantes, promove a valorização das culturas indígenas e favorece o desenvolvimento do pensamento computacional.

No item 3 da Primeira etapa, oriente os estudantes para que não haja repetição das práticas escolhidas, a fim de ampliar o repertório da turma sobre brincadeiras e jogos indígenas e enriquecer a fruição e a valorização dessas práticas. Além disso, oriente os estudantes a utilizar o ambiente digital de forma crítica e ética.

No item 4 da Primeira etapa, para identificar o local onde vive a etnia, suas características e o significado atribuído por ela à brincadeira ou ao jogo, sugira aos estudantes que consultem os sites indicados a seguir, além de outros que eventualmente conheçam.

• POVOS INDÍGENAS NO BRASIL MIRIM. [São Paulo, 202-].

Site. Disponível em: https://mirim.org/pt-br. Acesso em: 15 out. 2024.

Site com informações sobre os povos indígenas brasileiros em linguagem acessível para o público infantojuvenil.

• TERRITÓRIO DO BRINCAR. [S. l., 202-]. Site. Disponível em: https://territoriodobrincar.com.br/. Acesso em: 7 nov. 2024.

Site do projeto Território do Brincar, idealizado por Renata Meirelles para registrar e difundir a cultura infantil.

Oficina de práticas corporais

(p. 23 e 24)

O propósito de desenvolver com os estudantes uma adaptação do jogo xavante é viabilizar a sua vivência no espaço escolar, preservar a integridade física dos estudantes e evitar o estímulo à agressividade.

Considerando a limitação do espaço para desenvolver a atividade no ambiente escolar e a dificuldade de encontrar petecas de palha de milho para desenvolver o jogo, nesta atividade, o tobda’é será substituído por bola de meia e algumas regras do jogo serão adaptadas.

No item 3 da etapa Planejar, caso haja estudantes com deficiência ou limitação física, auxilie as equipes a adaptar os movimentos, buscando a inclusão entre todos. Considere também que a sugestão de divisão do espaço, com duas partidas acontecendo simultaneamente, evita que os estudantes aguardem um longo tempo para participar do jogo.

Avalie e estabeleça (com a ajuda dos estudantes, se for o caso) a quantidade de grupos, considerando a quantidade de estudantes na turma e o espaço disponível para as práticas.

Defina se cada jogador receberá uma bola de meia ou se poderá pegar a bola do oponente, caso tenha a oportunidade.

No item 9 da etapa Praticar, é possível propor várias rodadas e definir critérios de pontuação, além de organizar um rodízio entre as equipes, para que todas se enfrentem. Se desejar, acrescente a seguinte regra: cada jogador poderá retornar ao campo duas vezes para novas disputas individuais antes de a partida terminar.

Na etapa Avaliar, pergunte se os estudantes consideraram a atividade produtiva e o que fariam de diferente nas próximas oportunidades.

Atividade complementar

Para finalizar o trabalho do Tópico 2 do Capítulo  1, é importante que os estudantes possam ressignificar e consolidar o que foi aprendido em outras situações, desenvolvendo a autonomia, as tomadas de decisão, o trabalho em grupo e a cooperação. Para isso, sugere-se elaborar uma proposta que incentive os estudantes a criar possibilidades de uso da peteca em brincadeiras e jogos.

Tópico 3 – Jogos de

tabuleiro do continente africano (p. 25 e 26)

O texto de abertura do Tópico 3 do Capítulo 1 leva os estudantes a inferir que é possível obter informações sobre as tradições das sociedades africanas com base na observação de seus jogos de tabuleiro.

Leia o texto em voz alta para os estudantes e, se for possível, apresente um mapa da divisão territorial da África, convidando os estudantes a localizar os países que são citados no texto para evitar generalizações indevidas e valorizar as diferentes culturas que fazem parte do continente africano.

Primeiro olhar

Em uma roda de conversa, leia uma atividade por vez e convide os estudantes a responder oralmente às perguntas. Certifique-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1. Incentive os estudantes a explicar as regras e o objetivo do jogo de tabuleiro de que mais gostam. Se for possível, permita que eles pesquisem a imagem do tabuleiro na internet, para apresentá-la aos colegas.

2. Caso os estudantes desconheçam a origem dos jogos de tabuleiro citados por eles, oriente-os a trocar informações com os colegas. Se ninguém da turma souber, permita que façam uma breve pesquisa na internet e compartilhem as informações entre eles.

3. Valorize com os estudantes a relevância dos jogos de tabuleiro para as sociedades africanas, uma vez que suas táticas e estratégias são preservadas como segredos de família e passadas de uma geração para outra.

Ler e compartilhar (p. 27 a 29)

Oriente os estudantes a formar duplas, para realizar uma leitura compartilhada do texto e responder juntos às atividades no caderno. Incentive-os a compreender que os jogos africanos contribuem para o estímulo do raciocínio lógico e matemático de quem os pratica.

Atividades

1. Se for possível, utilize um mapa-múndi para localizar com os estudantes o Quênia. Se considerar oportuno, comente com a turma a divisão regional da África: África setentrional ou do norte, África ocidental, África central, África oriental e África meridional ou austral. O Quênia está localizado na África oriental.

4. b) Auxilie os estudantes a traçar paralelos entre o jogo shisima e os demais jogos de tabuleiro que informaram como resposta.

5. S e for possível, utilize o mapa-múndi para localizar com os estudantes o Senegal, país da África ocidental.

8. Aproveite a oportunidade para discutir com os estudantes sobre diferenças na qualidade das interações sociais promovidas pelos jogos de tabuleiro e pelos jogos virtuais.

9. Aproveite para reforçar a relação entre os jogos de tabuleiro e as tradições ancestrais das sociedades africanas.

Refletir e argumentar

Ao explorar os textos sugeridos neste boxe, incentive a argumentação por parte dos estudantes.

Oriente os estudantes a realizar uma leitura individual dos textos e, posteriormente, leia em voz alta uma atividade por vez, incentivando-os a responder oralmente às perguntas e certificando-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1. Incentive os estudantes a associar os jogos de pedrinhas e sementes citados no poema aos jogos de mancala, indicando que os ancestrais reportados no terceiro verso da primeira estrofe têm relação com as sociedades africanas.

3 e 4. Converse com os estudantes sobre os motivos que restringem a liberdade para brincar de crianças e adolescentes da geração atual, tais como: falta de segurança, ausência de espaços amplos de convivência nos grandes centros urbanos, excesso de atividade e falta de tempo livre na rotina de muitas crianças e adolescentes, entre outros. Incentive os estudantes a construir argumentos sobre as possíveis consequências dessa restrição de liberdade.

Oficina de práticas corporais

(p. 30 e 31)

A oficina de práticas corporais promove a vivência do jogo de tabuleiro yoté, um jogo de estratégia que favorece o desenvolvimento do pensamento computacional dos estudantes.

Na etapa Planejar, se for necessário, auxilie os estudantes a confeccionar o tabuleiro de yoté e defina com a turma o local da escola onde as partidas serão realizadas.

No item 11 da etapa Praticar, incentive a troca de adversários ao final das partidas, promovendo momentos de socialização entre os estudantes. Se considerar interessante, verifique a possibilidade de organizar com a turma um torneio de yoté.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a pensar em maneiras de aplicar os conhecimentos adquiridos na rotina diária.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles sobre essa avaliação, propondo as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões e reflexões que foram propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos?

2. Exercitei a empatia e o respeito durante a fala dos colegas?

3. Dediquei-me à atividade de pesquisa sobre brincadeiras indígenas, atuando de forma colaborativa com o meu grupo e sendo responsável no ambiente digital?

4. Empenhei-me e cooperei com os colegas nas atividades da Oficina de práticas corporais que foram propostas ao longo do Capítulo 1?

5. Compreendi o contexto e a importância sociocultural de brincadeiras e jogos tradicionais dos povos indígenas e dos povos originários africanos, valorizando a diversidade e a pluralidade de saberes?

6. Sinto-me capaz de transpor as diversas aprendizagens deste Capítulo para a construção do meu projeto de vida?

Capítulo 2 Esportes de invasão

A BNCC no Capítulo 2

Temas Contemporâneos Transversais: Vida Familiar e Social; Educação Fiscal; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras; Educação para o Consumo; Educação em Direitos Humanos.

Campos de atuação social: campo de atuação na vida pública, campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo jornalístico-midiático e campo artístico-literário.

Competências gerais: 1, 3, 4, 5, 7, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

• Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503).

• Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201), 3 (EM13LGG301), 5 (EM13LGG501), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG703, EM13LGG704).

• Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502).

Objetivos e justificativa

• Experimentar o handebol, conhecendo suas características e os desafios de projetos esportivos na sociedade.

• Vivenciar o basquete, identificando a sua presença na sociedade e no âmbito da sustentabilidade.

• Conhecer a história do rúgbi como uma ferramenta social e política relevante para o país.

O estudo dos jogos de invasão neste Capítulo possibilita aos estudantes vivenciar alguns desses jogos,

como o handebol, o basquete e o rúgbi, bem como reconhecer e experimentar regras, características, fundamentos técnicos (movimentação) e objetivos dessas modalidades esportivas.

O desenvolvimento do Tópico 1 possibilita que os estudantes reflitam sobre a prática do handebol e sobre a atividade esportiva vinculada ao desenvolvimento social em consonância com políticas públicas. Além disso, com base na leitura de leis e projetos voltados para essas políticas esportivas, os estudantes podem compreender como os desportos podem promover valores éticos e morais e ajudar no desenvolvimento social de uma região. Dessa forma, contemplam-se os TCTs Vida Familiar e Social e Educação Fiscal.

O Tópico 2 cumpre o propósito de auxiliar os estudantes a averiguar como essas modalidades esportivas podem ser adaptadas no contexto escolar e a perceber como elas estão presentes em diferentes mídias sociais, bem como promover conceitos de sustentabilidade, com abordagem dos TCTs Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e Educação para o Consumo.

Por fim, o Tópico 3 aborda o modo como os esportes podem ser usados como meios sociais e políticos para promover a união e a participação de um povo de maneira pacífica, contemplando os TCTs Vida Familiar e Social e Educação em Direitos Humanos.

Introdução

O Tópico 1 favorece o desenvolvimento das competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias e os campos de atuação social de atuação na vida pública e da vida pessoal, em que os estudantes devem refletir sobre a prática esportiva vinculada ao desenvolvimento social em consonância com políticas públicas.

O Tópico 2 desenvolve os campos de atuação social das práticas de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático e artístico-literário, além das competências específicas 1, 2, 3, 5, 6 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, tendo como objetivo valorizar a relevância do esporte e os aspectos ligados a essa atividade nos eventos esportivos, bem como compreender o empenho de grandes empresas em busca de sustentabilidade na prática esportiva.

Por fim, o Tópico 3 desenvolve o campo de atuação social jornalístico-midiático e as competências específicas 1, 2, 3, 4 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias ao proporcionar aos estudantes que analisem a maneira como esse esporte pode impactar a realidade social e política de uma nação.

Abertura do Capítulo 2 (p. 32)

Neste Capítulo, os estudantes serão convidados a praticar alguns esportes de invasão, que possivelmente

já vivenciaram no ambiente escolar, com o objetivo de ampliar os conhecimentos deles.

Para começar, faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre os esportes de invasão. É esperado que eles citem algumas características, como: ataque ao campo ou à quadra do oponente e conquista da meta. Explique o conceito de esportes de invasão, detalhado no texto, e, se for preciso, use como exemplo o futebol, para que eles possam assimilar o conceito. Se desejar, escreva na lousa os esportes citados pelos estudantes e auxilie-os a averiguar se são de invasão.

Explore a imagem de abertura e incentive os estudantes a responder à questão. Espera-se que percebam que as jogadoras usam uniformes diferentes, o que deixa evidente que se trata de dois times que se enfrentam. Em campo, uma das jogadoras do time brasileiro segura um objeto (a bola), enquanto jogadoras do time adversário estão correndo atrás da oponente com o intuito de tentar impedi-la de avançar.

Tópico 1 – O handebol

e a dimensão social dos esportes coletivos (p. 33 e 34)

Faça o levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre handebol. Pergunte se a turma acompanha partidas ou notícias sobre handebol e se conhecem os feitos esportivos e atletas brasileiros da modalidade.

Primeiro olhar

Em uma roda de conversa, convide os estudantes a responder oralmente às perguntas. Certifique-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1. É possível que os estudantes citem as regras básicas do handebol, como arremessar a bola com as mãos na meta adversária.

2. R elembre com os estudantes as principais posições e suas respectivas funções no handebol, especificando-as.

3. Os estudantes devem perceber que as modalidades esportivas coletivas não se limitam apenas a competições oficiais, mas também contribuem para a promoção da saúde física e mental dos praticantes. Reforce que, no handebol, o gol é convertido quando a bola entra por completo no gol (meta) do adversário. Se a equipe que arremessou não cometeu nenhuma violação às regras, ganha uma pontuação.

Ao tratar do handebol em cadeira de rodas, informe que o Brasil é um dos principais responsáveis pelo início da modalidade no mundo. As primeiras iniciativas no país foram registradas em 1993, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e em 2005,

na Universidade Paranaense (Unipar) de Toledo (PR). A modalidade foi historicamente desenvolvida pela Associação Brasileira de Handebol em Cadeira de Rodas (ABRHACAR).

Sugestão para o professor

• VOCÊ conhece o handebol em cadeira de rodas? Aracaju: Confederação Brasileira de Handebol, 12 mar. 2022. Disponível em: https://cbhb.org.br/noticias/leitura/13280/ voce-conhece-o-handebol-em-cadeira-de-rodas. Acesso em: 16 out. 2024.

O texto apresenta as principais características do handebol em cadeira de rodas.

Ler

e compartilhar (p. 35 e 36)

Nesta seção, é importante que os estudantes interpretem no texto como o handebol foi usado como política social e identifiquem seus benefícios aos praticantes. Informe que a palavra desporto tem origem francês antigo (desport) e significa “prazer”, “descanso”, “espairecimento”, “recreio”. Ao se traduzir o termo para o inglês, foi adicionado um significado relacionado ao uso atlético regulado por regras, resultando na definição de sport. Posteriormente, essa palavra em inglês foi adaptada para o português como esporte

Atividades

2. No texto, o professor empregou a palavra consumo, relacionada à população, no sentido de consumir as diversas modalidades esportivas, especialmente profissionais, ou seja, ser espectador, que comparece aos locais apropriados onde as modalidades são praticadas ou que as acompanha nas diversas mídias que as divulgam, como televisão e internet. Uma das relações possíveis de se estabelecer entre “consumo” e “modo de vida capitalista” é a relação comercial que existe, atualmente, entre as grandes empresas que são proprietárias de marcas esportivas que patrocinam ou financiam o esporte e pessoas que se interessam apenas pelo consumo de produtos que essas empresas fabricam, não se interessando ou pouco se interessando pela prática esportiva.

4. Espera-se que os estudantes citem a relação feita no texto entre o crescimento populacional e a coletividade. À medida que uma população cresce, é desejável que as pessoas mantenham o senso de coletividade e sejam integradas, respeitosas e cooperativas. Dessa forma, por exemplo, as práticas esportivas – que possibilitam o desenvolvimento desses aspectos nos indivíduos – farão parte do cotidiano de todos.

Se julgar interessante, proponha aos estudantes uma reflexão sobre a importância de políticas públicas na área do esporte. Peça-lhes que pesquisem sobre o assunto e compartilhem os resultados com a turma.

Leve os estudantes a concluir que políticas públicas são um conjunto de ações e decisões tomadas por governos ou instituições governamentais nas diferentes esferas (municipal, estadual ou federal), com o propósito de tratar de problemas de interesse público e/ou assegurar que direitos previstos na Constituição sejam colocados em prática.

Comente que as políticas públicas devem atender às diferentes perspectivas de realização do esporte na sociedade, quais sejam: esporte-performance: voltado para a competição e o rendimento; esporte-participação: voltado para o lazer, valoriza a participação de todos; esporte-educação: voltado para a experimentação, a análise e a compreensão crítica do esporte como fenômeno sócio-histórico-cultural.

Refletir e argumentar

A proposta deste boxe é incentivar os estudantes a elaborar argumentos de maneira reflexiva e crítica sobre a importância das políticas públicas esportivas.

1. Incentive os estudantes a inferir que o pensamento crítico é desenvolvido à medida que esportistas avaliam criticamente o próprio desempenho e o desempenho dos adversários, buscando soluções para obter melhores resultados. O trabalho em grupo é desenvolvido não só nos esportes coletivos mas também nos esportes individuais, uma vez que existe uma relação estreita entre a comissão técnica e todos os demais envolvidos na preparação dos esportistas. E a resiliência é trabalhada o tempo todo, na medida em que os esportistas precisam reavaliar as suas ações durante as partidas para seguir no jogo mesmo quando não estão vencendo.

2. Espera-se que os estudantes apresentem argumentos que considerem que os valores desenvolvidos no esporte incentivam a consciência social, já que é necessário considerar a presença do outro de maneira consciente, com respeito, empatia e cooperação. Além disso, as aulas e os treinamentos ocupam os momentos em que os esportistas poderiam estar ociosos, evitando que se envolvam em situações de risco ou pouco favoráveis a seu desenvolvimento e ampliando suas perspectivas de futuro, que pode ser se desenvolver profissionalmente na própria prática esportiva.

Sugestão para o professor

• APROVADO projeto para evitar evasão escolar de atletas de alto rendimento. Senado Notícias , Brasília, DF, 24 mar. 2022. Disponível em: www12.senado.leg.br/noticias/ materias/2022/03/24/aprovado-projeto-para-evitar-evasaoescolar-de-atletas-de-alto-rendimento. Acesso em: 7 nov. 2024.

Texto sobre a aprovação pela Comissão de Educação (CE) do projeto de lei no 2.493/2019 que facilita o acesso e a

permanência, em escolas ou universidades, de atletas olímpicos selecionados para equipes municipais, estaduais ou nacionais.

Conexões com... Matemática

(p. 37 e 38)

Esta seção permite um trabalho interdisciplinar com o componente curricular Matemática, a fim de que os estudantes possam analisar estatisticamente os dados fornecidos sobre leis esportivas.

2. Se for necessário, auxilie os estudantes a identificar a manifestação que mais adquiriu recursos financeiros. Incentive-os a justificar as hipóteses da turma.

4. Para ampliar os saberes dos estudantes e trabalhar os conceitos de cálculo e de porcentagem, a turma pode elaborar um gráfico com a relação (em porcentagem) entre cada manifestação (valores em reais e da quantidade de projetos) e os números gerais dos projetos e valores.

Oficina de práticas

corporais (p. 39 e 40)

Esta seção apresenta uma proposta de atividade prática de jogo adaptado de handebol com o objetivo de propor experiências de elaboração de táticas e estratégias variadas, a fim de promover a coletividade e ampliar o repertório motor dos estudantes e o raciocínio coletivo no esporte. Garanta uma prática inclusiva, especialmente para estudantes com deficiência ou limitações físicas, se houver.

No item 2 da etapa Planejar, se a turma for numerosa, forme mais equipes e organize várias partidas com uma duração menor. Para além disso, é possível propor também adaptações do jogo de handebol em cadeira de rodas, bem como utilizar regras e espaços adaptados do handebol de praia.

No item 3 da etapa Praticar, é importante garantir que os estudantes tenham o conhecimento da zona ou área de substituição do handebol.

Na etapa Avaliar, leve os estudantes a refletir sobre como as adaptações do esporte ao contexto escolar auxiliam no processo educacional, promovendo o desenvolvimento integral dos indivíduos.

Tópico 2 – Memórias do basquete

(p. 41 e 42)

Este tópico tem como objeto de estudo o basquete, uma das modalidades mais populares e praticadas no Brasil e no mundo.

O basquete é um esporte presente na cultura juvenil que não se limita às quadras esportivas e apresenta uma cultura própria com diferentes elementos, como músicas, gírias e modos de agir e de se vestir.

Informe aos estudantes as principais características do basquete e de suas movimentação em diferentes contextos.

Primeiro olhar

Em uma roda de conversa, incentive os estudantes a responder oralmente às perguntas. Garanta que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1. Espera-se que os estudantes compreendam que os atletas famosos são figuras públicas.

2. Incentive os estudantes a narrar brevemente como a trajetória de um atleta influenciou positivamente suas vidas em diferentes contextos (financeiro, educacional, de saúde, familiar, esportivo etc.)

Em seguida, prossiga com a apresentação das informações históricas sobre o basquete contidas no Livro do estudante. Leve os estudantes a valorizar as conquistas do basquete no cenário olímpico e internacional e os seus atletas mais relevantes, além de promover uma reflexão sobre a valorização dos atletas na sociedade brasileira.

Ler e compartilhar (p. 43 a 45)

Se considerar pertinente, proponha uma leitura em voz alta e compartilhada do texto, fazendo intervenções, se necessário.

Atividades

1. Espera-se que os estudantes compreendam que esse título foi um marco no esporte, pois incentivou a participação das mulheres nos esportes, desconstruindo a ideia estereotipada de que alguns esportes são exclusivos para homens.

3. Comente com os estudantes que a troca de uma liderança (técnico) pode auxiliar nas conquistas esportivas de um time ao promover uma nova dinâmica entre os jogadores.

4. R essalte para os estudantes a importância dessas conquistas para o time feminino de basquete brasileiro.

6. Espera-se que os estudantes percebam que a mescla de jogadoras experientes e jovens em um time pode trazer dinamismo para os atletas, o que pode ser vantajoso para a seleção.

Refletir e argumentar

Neste boxe, incentive os estudantes a refletir e argumentar durante as atividades.

1. Espera-se que os estudantes reflitam e argumentem sobre a relação entre impactos ambientais e esporte, fornecendo exemplos com base nos próprios conhecimentos e nas experiências que eventualmente tenham por meio das práticas esportivas, sobretudo coletivas.

2. Espera-se que os estudantes apresentem argumentos que considerem que os valores desenvolvidos

no esporte incentivam a consciência social, já que é necessário considerar a presença do outro de maneira consciente, com respeito, empatia e cooperação. Além disso, as aulas e treinamentos ocupam os momentos em que os esportistas poderiam estar ociosos, evitando que se envolvam em situações de risco ou pouco favoráveis a seu desenvolvimento e ampliando suas perspectivas de futuro, que pode ser se desenvolver profissionalmente na própria prática esportiva.

3. Incentive os estudantes a citar ações que eles realizam e que impactam positivamente o ambiente, a fim de que reflitam criticamente sobre o próprio comportamento e como poderiam contribuir beneficamente para a sociedade e para o ambiente.

Buscar mais conhecimento (p. 46)

A atividade proposta nesta seção favorece a ampliação do pensamento computacional dos estudantes ao propiciar que eles desenvolvam um processo de pesquisa.

Informe aos estudantes que a pesquisa documental utiliza fontes diversificadas, sem tratamento analítico, atuais ou antigas, como: documentos oficiais, jornais, revistas, cartas, fotografias, filmes, vídeos de programas de televisão, pinturas, tabelas estatísticas etc.

Para a realização desta atividade, os estudantes podem consultar páginas esportivas de grandes veículos de imprensa, sites de revistas especializadas na modalidade praticada pelo(a) atleta selecionado(a), sites das federações nacionais ou internacionais da modalidade esportiva, redes sociais oficiais do(a) atleta etc.

No item 2 da Primeira etapa, é importante que não haja repetição dos atletas escolhidos pelos grupos, a fim de ampliar o repertório dos estudantes.

No item 2 da Segunda etapa, se for necessário, traga um aparelho digital, caso a escola não tenha um laboratório de informática para uso dos estudantes.

Oficina de práticas

corporais (p. 47 e 48)

A proposta de atividade prática tem como objetivo ampliar e/ou aperfeiçoar o gesto técnico do basquete e o repertório motor dos estudantes. Caso alguns estudantes apresentem dificuldades durante a prática, forneça dicas e, se desejar, eleja alguns estudantes para auxiliar os colegas com dificuldades. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver.

No item 4 da etapa Praticar, explique aos estudantes que bola convertida é quando a bola entra na cesta independentemente se for dentro ou fora da linha dos três pontos. Para esta atividade, toda cesta vale a mesma pontuação.

Na questão 4 da etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre as sensações experimentadas com o jogo e sobre a influência das músicas nas emoções, nas interações e na motivação durante a prática.

Atividade complementar

Se desejar, proponha aos estudantes uma atividade prática envolvendo diretamente o tema do Tópico 2, ou seja, a memória do basquete. Para isso, explore com a turma como o basquete era jogado em sua primeira versão, elaborada por James Naismith, e como essas regras históricas podem ser adaptadas para o ambiente escolar.

A rememoração dessas regras tem como objetivo incentivar os estudantes a compreender e valorizar a evolução do esporte, além de desenvolver as próprias versões do jogo, promovendo um ambiente de respeito e cooperação na turma.

Tópico 3 – Quando o rúgbi subverteu uma sociedade excludente

(p. 49 e 50)

O rúgbi é uma modalidade presente em diversas competições internacionais, como as Olímpiadas, embora não seja uma modalidade popular no Brasil.

É possível que os estudantes possam associar o rúgbi com o futebol americano por haver uma certa semelhança entre esses dois esportes, como uso das mãos para fazer passes e arremessos, condução da bola até a meta do adversário etc. Porém, são modalidades com origens e características distintas.

Explore o título do Tópico com os estudantes, a fim de que eles relacionem as práticas corporais com os sentidos históricos, culturais e sociais que as caracterizam na área de Linguagens.

Objeto educacional digital

O infográfico apresenta a origem e as regras do rúgbi, suas modalidades e especificidades.

Primeiro olhar

Em uma roda de conversa, leia uma atividade por vez e convide os estudantes a responder oralmente às perguntas. Certifique-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1. Incentive o grupo a compreender que as regras dessa modalidade esportiva se apresentam como um modo de evitar ações violentas, pois atribuem ao jogador que derrubou o adversário no chão a responsabilidade pela segurança deste.

3. Incentive os estudantes a pensar sobre como empregar esses valores na comunidade em que vivem – por exemplo, em situações que exigem a união de várias pessoas por uma demanda que beneficiaria a todos, como a elaboração de uma

petição, um auxílio comunitário para pessoas que estão passando por alguma dificuldade específica e a exigência de um equipamento público inexistente ou de mais qualidade em serviços públicos garantidos por lei.

Explique aos estudantes que o rúgbi apresenta duas versões: rugby XV (rúgbi de 15), com 15 jogadores por equipe que disputam 2 tempos de 40 minutos, e a modalidade olímpica rugby sevens (rúgbi de 7), com 7 jogadores por equipe que disputam 2 tempos de 7 minutos.

Ler e compartilhar (p. 51 a 53)

A seção favorece o trabalho interdisciplinar com o componente curricular História, para que a turma possa compreender o que foi o apartheid e a relação política, social e econômica da África do Sul na década de 1990. Além disso, o professor de História pode contribuir com fatos históricos para contextualizar a importância do rúgbi para os sul-africanos.

Atividades

2. A atividade favorece a ampliação do vocabulário dos estudantes. Se desejar, escreva na lousa as palavras citadas pela turma.

3. Espera-se que os estudantes compreendam que o rúgbi foi utilizado como um meio político para unir negros e brancos pelo fato de ter sido uma das práticas corporais mais populares na África do Sul daquela época.

4. Valorize com os estudantes o gesto de Mandela e Pienaar, que ergueram a taça juntos, e leve-os a perceber que essa ação representa um símbolo de união e paz.

6. Espera-se que os estudantes infiram que a demonstração das habilidades esportivas de Chester Williams o tornaram um importante e respeitado membro da equipe. No entanto, o preconceito não deve ocorrer em nenhuma situação. Para evitar situações como essas, é importante respeitar todas as pessoas, culturas e etnias, além de propagar essa consciência a toda a sociedade.

8. Opor tunize momentos de reflexão com os estudantes sobre como a segregação racial permanece enraizada em muitas sociedades, apesar de existirem leis de combate ao racismo, e sobre as maneiras possíveis de combatê-lo. É possível, também, abrir um espaço de conversa para o compartilhamento de experiências que alguns estudantes possam ter vivenciado, a fim de refletir a respeito dos desdobramentos desses fatos e do que é possível fazer caso essas situações voltem a acontecer no futuro.

Refletir e argumentar

A proposta do boxe incentiva os estudantes a se posicionarem criticamente. Oriente-os a compartilhar suas respostas com o grupo e faça essa mediação.

1. O objetivo da atividade é que os estudantes analisem como um hino pode ser usado para trazer representatividade para as pessoas ao incluir todos os grupos sociais e evitar qualquer tipo de exclusão social.

3. Esper a-se que os estudantes percebam que o slogan apresentado pode ser usado para transmitir ideologias políticas e sociais, promovendo interação entre diferentes grupos sociais em busca da paz.

Oficina de práticas

corporais (p. 54 e 55)

Nesta seção, propõe-se uma prática de rúgbi adaptada para o contexto escolar, a fim de que os estudantes possam conhecer e vivenciar as características, as movimentações e os objetivos próprios desse esporte de invasão. Mobilize a participação de todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiência ou limitação física, se houver.

No item 2 da etapa Planejar, auxilie os estudantes a estabelecer a zona de pontuação de acordo com as dimensões da quadra ou do espaço disponível na escola para a realização da atividade. É necessário verificar quais são as dimensões totais e estabelecer uma proporção. Considerando as dimensões oficiais do campo de rúgbi, a área in-goal ocupa 6% da área total de jogo, de acordo com as medidas mínimas (100 m para a área de jogo e 6 m para cada uma das áreas in-goal). Assim, se a medida total da área de jogo da quadra da escola tiver a medida oficial de uma quadra poliesportiva, isto é, 27 m de comprimento, cada área de pontuação corresponderá a 6% de 27 m, o que equivale a cerca de 1,60 m de comprimento.

No item 3 da etapa Planejar, se a turma for numerosa, é possível separar várias equipes e realizar um rodízio entre elas ou definir dois campos de jogo, para desenvolver partidas simultâneas.

No item 4 da etapa Praticar, para que o jogo evolua para uma partida mais próxima do rúgbi, é possível incluir instruções como a possibilidade de os atletas darem mais passos ao ter a posse da bola ou de a bola ser passada apenas para os lados e para trás.

Na etapa Avaliar, pergunte aos estudantes o que mais gostaram na atividade e o que fariam de diferente nas próximas oportunidades.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles sobre essa avaliação, propondo

as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos?

2. Respeitei e considerei os momentos de fala e os argumentos dos colegas durante as reflexões propostas? Como essa consideração influenciou minha compreensão do tema discutido?

3. Como foi o meu processo de dedicação à atividade de pesquisa sobre a música que marcou a carreira do atleta? De que forma eu contribuí com a investigação do grupo? O que eu aprendi com essa experiência?

4. Quais foram as estratégias que eu utilizei para me empenhar nas atividades da Oficina de práticas corporais propostas ao longo do Capítulo (handebol progressivo, basquete ludo e jogo do TIP)? Como esse empenho impactou o meu aprendizado e desenvolvimento durante o Capítulo?

5. Com base nas práticas corporais experimentadas, compreendi diferentes culturas e valores importantes para o meu desenvolvimento?

Capítulo 3 Lutas do Brasil

A BNCC no Capítulo 3

Temas Contemporâneos Transversais: Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras; Vida Familiar e Social; Trabalho.

Campos de atuação social: campo jornalístico-midiático, campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa e campo artístico-literário.

Competências gerais: 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG203), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG503).

• Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502).

• Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301,

EM13LGG302, EM13LGG303), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502) e 6 (EM13LGG601, EM13LGG602).

Objetivos e justificativa

• Retomar e aprofundar o conceito de luta, estudando as lutas brasileiras marajoara, huka-huka e capoeira, compreendendo sua importância sócio-histórica e seus aspectos de identidade e de pertencimento.

• Conhecer as principais características e os movimentos corporais da luta marajoara e as especificidades locais de sua região de origem.

• Experimentar as lutas que foram desenvolvidas nas culturas indígenas, reconhecendo suas características e sua relação cultural com os povos originários do Brasil.

• Fruir a capoeira, compreendendo a ligação histórica e cultural dessa luta brasileira com povos negros africanos e vivenciando essa prática corporal.

As lutas carregam elementos e tradições culturais dos locais onde surgiram e são praticadas e também transmitem valores éticos ao possibilitar a demonstração de respeito ao próximo. Esses são alguns dos motivos pelos quais se pode afirmar que estudar as lutas é uma maneira de conhecer novas culturas.

Os Tópicos 1 e 2 apresentam lutas brasileiras que podem não ser tão conhecidas pelas pessoas como outras, embora sejam populares entre as comunidades que as praticam, evidências da multiplicidade cultural do Brasil, o que permite explorar o TCT Diversidade Cultural. Já o Tópico  3 oportuniza aos estudantes reconhecer a capoeira como uma prática de origem brasileira que preserva as raízes culturais dos antepassados africanos, sua memória e seu legado ancestral, o que favorece um amplo trabalho com o TCT Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Introdução

O Tópico 1 permite desenvolver e trabalhar as competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias. Os estudantes vão refletir e conhecer uma luta de origem brasileira, vivenciando-a na escola de maneira adaptada por meio de atividades teóricas e práticas, abordando o campo de atuação social jornalístico-midiático com os textos apresentados.

O Tópico 2 aborda os campos de atuação social da vida pessoal e das práticas de estudo e pesquisa, além das competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, tendo como objetivo experimentar, fruir, conhecer e valorizar a cultura indígena ao explorar a luta huka-huka, prática corporal presente em um ritual fúnebre sagrado em homenagem aos mortos ilustres das etnias do Xingu.

O Tópico 3 trabalha os campos de atuação social jornalístico-midiático e artístico-literário e as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 6 da área de Linguagens

e suas Tecnologias, com o objetivo de apresentar a capoeira como um patrimônio cultural do Brasil e mostrar como essa luta engloba vários conceitos de arte, dança e luta, além de resgatar a ancestralidade negra africana e afirmar a identidade afrodescendente.

Abertura do Capítulo 3 (p. 56)

Neste Capítulo, os estudantes terão a oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre as lutas brasileiras. É possível que alguns deles conheçam as características da capoeira, por ser uma das lutas mais populares do Brasil e do mundo. Alguns estudantes podem ter menos familiaridade com a luta marajoara e a luta huka-huka, ou até mesmo desconhecê-las, talvez por serem práticas menos divulgadas nas mídias sociais, embora sejam bastante populares nas regiões onde são praticadas.

Faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema do Capítulo 3: lutas do Brasil. Oriente-os a fazer uma leitura do texto de abertura e a responder oralmente à pergunta do último parágrafo. Espera-se que os estudantes citem as duas pessoas ao centro da imagem, que realizam movimentos de ataque e defesa.

É importante que os estudantes percebam, na imagem, que a capoeira possui elementos da dança, ou seja, a presença de música e ritmo, pelo fato de os capoeiristas estarem realizando os movimentos em uma roda e os integrantes dessa roda estarem batendo palmas e usando instrumentos musicais. Incentive-os a citar ou até mesmo demostrar algum movimento ou técnica da capoeira ou de um instrumento musical utilizado na prática.

Tópico 1 – A luta que nasceu no Arquipélago

do Marajó (p. 57)

Peça aos estudantes que realizem a leitura da primeira parte do texto introdutório e conversem sobre as questões propostas.

Primeiro olhar

Solicite aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa para responder oralmente às questões propostas no boxe Primeiro olhar

1. A atividade possibilita que os estudantes relembrem ou identifiquem as lutas brasileiras que eles conhecem ou já praticaram na escola nos anos anteriores.

2. Se julgar pertinente, incentive um debate sobre a relação entre luta e violência, explorando as características das práticas de luta que podem pôr em risco a integridade física dos lutadores.

3. Incentive os estudantes a refletir sobre a importância da luta marajoara para a identidade cultural do Arquipélago do Marajó. Eles também poderão se manifestar a respeito de lutas que ocorrem na região onde moram.

Solicite aos estudantes que leiam a segunda parte do texto introdutório. Comente que esportivização é o processo de transformação de uma atividade física ou corporal em modalidade esportiva, geralmente com viés competitivo.

Sugestão para o professor

• GOVERNO do Pará (Secom). Seduc promove a 2a fase dos Jogos Estudantis Paraenses (JEPs). Agência Pará, Belém, 3 out. 2021. Disponível em: https://agenciapara.com.br/ noticia/31882/seduc-promove-a-2-fase-dos-jogos-estu dantis-paraenses-jeps. Acesso em: 21 out. 2024.

A notícia cita a inclusão da luta marajoara nos Jogos Estudantis Paraenses, importante evento cujo objetivo é propagar o esporte educacional difundido nas redes de ensino das escolas do Pará.

Ler e compartilhar (p. 58 e 59)

Oriente os estudantes a ler individualmente o texto. Após a leitura do texto, explique a eles que a sigla Iphan se refere ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A instituição é responsável por preservar o patrimônio cultural do Brasil, composto por bens de natureza material (bens móveis e imóveis) e imaterial (bens transmitidos de geração a geração, como práticas, representações, conhecimentos e técnicas reconhecidos como parte integrante do patrimônio cultural brasileiro).

Solicite, então, que respondam às atividades no caderno. Em seguida, organize uma roda de conversa com os estudantes e incentive-os a compartilhar oralmente as respostas, ouvindo os colegas com respeito e atenção.

Atividades

1. Espera-se que os estudantes reconheçam que a diversidade cultural não está apenas nas práticas corporais mas também em outros contextos (culinária, vestimenta, música, arte etc.).

2. A atividade permite compreender e enfatizar que as práticas corporais são permeadas de aspectos culturais dos povos que as conceberam.

3. A atividade promove a análise e a interpretação da frase, elucidando o significado do termo endêmica Caso seja necessário, os estudantes podem usar um dicionário para pesquisá-la.

4. A atividade oportuniza aos estudantes identificar que, inicialmente, a luta marajoara surgiu como uma atividade de lazer para os nativos; portanto, nem sempre teve um viés competitivo.

Sugestão para o professor

• GALINA, Décio. Forte como um búfalo. [São Paulo]: Trip, 15 out. 2009. Disponível em: https://revistatrip.uol.com. br/trip/forte-como-um-bufalo. Acesso em: 7 nov. 2024. A reportagem apresenta um pouco da cultura dos praticantes da luta marajoara no Pará.

Refletir e argumentar

Oriente os estudantes a ler a notícia e verifique se desconhecem alguma palavra ou expressão. Comente com eles que peso-mosca é a categoria de peso dos lutadores mais leves do boxe e que UFC corresponde à sigla de Ultimate Fighting Championship (Campeonato Final de Combate, em português), uma organização mundial de MMA. A sigla MMA corresponde a Mixed Martial Arts (Artes Marciais Mistas, em português), tipo de luta em que os atletas podem utilizar golpes e técnicas de diversas artes marciais, como judô, caratê e wrestling. Já o termo wrestling significa “luta livre”, modalidade de luta em que é permitido atacar qualquer parte do corpo do adversário, além de usar as próprias pernas ou os braços para golpear as pernas dos oponentes. Depois da leitura, peça que respondam às atividades no caderno individualmente, compartilhando, em seguida, as reflexões com a turma.

1. A atividade permite que os estudantes reflitam sobre os benefícios da luta e como as características dessa prática foram incluídas no projeto de vida do atleta Deiveson Figueiredo.

2. Incentive a reflexão e a discussão dos estudantes a respeito dos possíveis prós e contras associados ao processo de esportivização da luta marajoara e das práticas corporais em geral.

3. Leve os estudantes a comparar a luta marajoara com outras lutas em que é necessário segurar ou agarrar o oponente. Assim, poderão perceber que muitas lutas utilizam golpes e objetivos parecidos, embora sejam de culturas diferentes.

Informe aos estudantes que a luta marajoara se distingue por características únicas que moldam a forma como os combates são realizados. As principais características da luta marajoara são:

Ambiente de combate: disputa sem vestimentas especiais; realização em terrenos de areia ou argila; área de combate circular, de onde os lutadores não podem sair.

• Início do combate: a posição inicial varia conforme a localidade – oponentes quase eretos, com as mãos espalmadas se tocando; semiagachamento: oponentes levemente agachados e frente a frente; joelhos contrários tocando um no outro; um braço envolve o tórax do adversário, o outro fica posicionado para trás (variação tradicional, menos comum).

• Desenvolvimento da luta: o combate ocorre principalmente com os lutadores em pé, com o objetivo de desequilibrar e derrubar o oponente; as técnicas

incluem: agarrar, puxar, empurrar, desequilibrar e projetar o adversário; um ponto é marcado ao fazer com que as costas do oponente toquem o solo.

• Final do combate: a luta pode ser encerrada de três formas – melhor de três: vence o lutador que conseguir três pontos; desistência: um lutador pode desistir, declarando o adversário vencedor; tempo: a luta pode ser finalizada por limite de tempo, conforme as regras preestabelecidas.

Conexões com... Geografia

(p. 60 e 61)

Ao abordar esta seção, convide o professor de Geografia para explorar a localização geográfica do Arquipélago do Marajó, seu aspecto fluviomarinho e como isso afeta positivamente a agricultura e a criação de búfalos. Peça aos estudantes que realizem a leitura do texto. Em seguida, solicite que respondam às questões de 1 a 4 em voz alta, incentivando-os a responder oralmente. Oriente-os a realizar a pesquisa proposta na atividade 5 e combine com eles uma data para a apresentação oral dos resumos para toda a turma.

1. A atividade permite aos estudantes perceber que, pelo fato de a ilha ser banhada por vários ambientes com água, é necessário utilizar os búfalos para a locomoção, ou seja, para atravessar regiões alagadas.

3. A atividade possibilita aos estudantes constatar como as lutas refletem aspectos culturais, apoiando-se na informação de que as características e as movimentações dos búfalos inspiraram posições e movimentos da luta marajoara.

4. A imagem dos búfalos encostando as cabeças se assemelha à imagem da movimentação da luta marajoara. Para estabelecer essa relação, peça aos estudantes que observem, comparem e descrevam a fotografia dos búfalos reproduzida na página 61 do Livro do estudante e a fotografia dos lutadores da luta marajoara reproduzida na página 57.

5. Organize a turma em grupos, de acordo com o número de estudantes e os assuntos sugeridos. Esta atividade ajuda os estudantes a conhecer mais sobre as especificidades do Arquipélago do Marajó, bem como a buscar informações confiáveis. Você pode reservar uma aula no laboratório de informática da escola, se houver, para a turma realizar as pesquisas, e outra aula para que os estudantes possam elaborar o resumo das informações coletadas. Para auxiliá-los, convide o professor de Língua Portuguesa, que poderá acompanhá-los e fornecer apoio na produção dos resumos.

Objeto educacional digital

O mapa clicável explora como a pecuária extensiva de búfalos no Arquipélago do Marajó molda as características da luta marajoara, uma expressão cultural única da região.

Oficina de práticas

corporais (p. 62 e 63)

A atividade apresenta jogos de oposição que remetem à luta marajoara. Ressalte para os estudantes que eles devem realizar os movimentos com segurança, evitando acidentes e de modo a respeitar os colegas. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, garantindo, assim, um ambiente inclusivo.

No item 2 da etapa Planejar, o diâmetro da área circular pode ter dois metros. Contudo, se julgar necessário, você pode aumentar ou diminuir essa medida conforme as especificidades da turma e o local em que será realizada a prática.

No item 3 da etapa Planejar, auxilie os estudantes na definição das duplas, para garantir que as disputas sejam formadas por oponentes com constituição física semelhante.

No terceiro jogo de oposição da etapa Praticar, reforce com os estudantes que, nesse jogo, ocorre a ação de empurrar. Para evitar que se machuquem, você pode estabelecer para esse jogo uma área de diâmetro menor.

Na etapa Avaliar, pergunte aos estudantes de que modo a vivência dos jogos de oposição que remetem à luta marajoara os auxiliou na valorização de práticas corporais brasileiras. Aproveite para perguntar o que especificamente essa vivência possibilitou explorar em relação à consciência corporal deles.

Atividade complementar: torneio com jogos de oposição

Se julgar pertinente, proponha aos estudantes um torneio com jogos de oposição. Assim, eles terão a oportunidade de exercer o protagonismo ao organizar um torneio que refletirá os conhecimentos adquiridos. Todos assumirão responsabilidades, como na organização das chaves, na definição de categorias de acordo com pesos e habilidades, na arbitragem, na preparação do espaço e na comunicação. Esse desafio, além de reforçar as habilidades relacionadas à vivência, vai promover o trabalho em equipe, a liderança e a autonomia.

Tópico 2 – Práticas

corporais indígenas nos rituais de passagem para a vida adulta (p. 64 e 65)

O Tópico 2 do Capítulo 3 aborda a luta huka-huka, uma importante prática corporal das etnias indígenas habitantes do Parque do Xingu que contempla gestualidades e pintura corporal. Peça aos estudantes que realizem a leitura da primeira parte do texto introdutório

e conversem sobre as questões propostas no boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

1. A atividade possibilita analisar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre as etnias indígenas do Parque Indígena do Xingu.

2. A atividade oportuniza que os estudantes reflitam e analisem como as práticas corporais estão associadas ao modo de pensar e de viver de alguns dos povos indígenas. Na cultura de alguns desses povos, são conhecidas algumas práticas usadas em rituais ou ritos de passagem, como a luta huka-huka.

3. A atividade permite que os estudantes estabeleçam associações entre os papéis sociais das mulheres e dos homens, nas diferentes comunidades indígenas, e a educação e a formação de cada grupo, considerando o que se espera que cada um exerça. Solicite aos estudantes que leiam a segunda parte do texto introdutório. Peça que observem a imagem dos indígenas e leiam a legenda.

Ler e compartilhar (p. 65 a 67)

Oriente os estudantes a ler individualmente o artigo e, em seguida, o texto do boxe Ampliar. Solicite, então, que respondam às atividades no caderno. Em seguida, organize uma roda de conversa com a turma e incentive os estudantes a compartilhar oralmente as respostas, ouvindo os colegas com respeito e atenção.

Ampliar

Converse com os estudantes sobre o significado da ação de garimpeiros ilegais – nesse contexto, trabalhadores que extraem da terra, de forma ilegal, substâncias minerais úteis ou preciosas –, e por que a presença dessas pessoas é uma ameaça aos indígenas.

Sugestão para o professor

• PARQUE Estadual do Xingu. [S. l.]: Instituto Socioambiental, [202-]. Disponível em: https://uc.socioambiental.org/ pt-br/arp/3458. Acesso em: 21 out. 2024.

Página com informações sobre a área total do Parque Estadual do Xingu, mapa, características, documentos jurídicos e notícias a respeito do que ocorre na região.

Atividades

1. A atividade permite que os estudantes reconheçam o kuarup como um dos principais eventos indígenas e suas principais características.

2. A atividade possibilita perceber que não é qualquer etnia indígena que participa do kuarup, além de reconhecer, por meio das características do kuarup, que há diversas culturas e comunidades indígenas.

4. Pergunte aos estudantes se eles conhecem o jenipapo e o urucum. Caso algum deles conheça, peça que

faça uma descrição para os colegas. Explique que os indígenas extraem do jenipapo uma tinta preta e do urucum uma tinta de cor avermelhada, com as quais eles fazem pinturas no corpo e em utensílios.

5. A atividade permite aos estudantes refletir sobre a simbologia relacionada aos troncos de madeira e os indígenas falecidos, reconhecendo o ato como um forte elemento cultural das etnias que participam desse evento fúnebre.

Refletir e argumentar

A proposta deste boxe incentiva o pensamento crítico e a argumentação dos estudantes.

1. Enfatize a importância da atividade física na adolescência para que se possa manter a boa saúde física e a boa saúde emocional para lidar com situações e desafios, conquistar objetivos e fazer projeções e planos para o futuro. Incentive os estudantes a, sobretudo, relatar as soluções e os caminhos encontrados para vencer as dificuldades. Aproveite a oportunidade para acolher as angústias que surgirem e orientar os adolescentes que precisam pedir ajuda aos adultos do seu entorno, caso você perceba essa necessidade. Se considerar oportuno, explore com eles o conceito de saúde, que não apenas abrange as boas escolhas individuais que precisam ser feitas mas também resulta de boas condições de habitação, educação, renda, transporte, emprego, lazer etc. Aborde também o que as pessoas devem fazer para que todos possam ter o direito de usufruir dessas boas condições.

2. Promova um diálogo sobre a formação universitária e o mundo do trabalho, incentivando os estudantes a seguir esse caminho e colocando-se à disposição para sanar as dúvidas que eles tiverem a esse respeito.

3. A atividade possibilita aos estudantes refletir e argumentar com base nas próprias vivências. Incentive-os a citar as práticas corporais que estão presentes na sociedade e que os afetam diretamente. Você também pode pedir a eles que citem práticas corporais relacionadas ao projeto de vida das pessoas como meio de socialização, lazer, trabalho, saúde etc.

Buscar mais conhecimento

(p. 68)

Esta seção propõe uma prática de pesquisa documental, com base em fontes de informações confiáveis sobre a cultura indígena, que amplia o conhecimento sobre as diferentes etnias que existem no Brasil e favorece o pensamento computacional.

No item 1 da Segunda etapa, ressalte para os estudantes que o mapa conceitual é um recurso muito eficaz para ser utilizado como guia de estudo em

qualquer componente curricular. Se considerar pertinente, pesquise previamente exemplos de mapas conceituais para mostrar aos estudantes. Atente para as diferenças entre mapa conceitual e mapa mental.

No item 2 da Segunda etapa, se for preciso, compartilhe com os estudantes alguns sites em que possam ser encontradas as informações, como:

• POVOS INDÍGENAS NO BRASIL. [S. l., 202-]. Site. Disponível em: https://pib.socioambiental.org. Acesso em: 15 out. 2024.

No site, há informações e análises de povos indígenas que habitam o território nacional, além de textos, tabelas, gráficos, mapas, listas, fotografias e notícias sobre a realidade desses povos e seus territórios.

Pergunte aos estudantes se eles já leram um mapa conceitual e um mapa mental, sobre quais assuntos esses mapas tratavam e quais eram as características de cada um deles. Em seguida, retome com eles a diferença entre mapa conceitual e mapa mental. O mapa mental tem como característica principal a associação de conceitos sem detalhes que os inter-relacionem, o que não exige necessariamente conhecimentos específicos; já no mapa conceitual, os conceitos têm de estar claramente relacionados e inter-relacionados, em geral por meio de fios, setas, frases ou formas verbais, o que demanda relações claras entre as palavras e as expressões utilizadas no mapa e, portanto, requer conhecimentos mais específicos a respeito de cada termo empregado.

Oficina de práticas

corporais (p. 69 e 70)

A oficina de práticas corporais promove a vivência de jogos de oposição que remetem à luta huka-huka, de maneira segura e adaptada para o contexto escolar. Comente com os estudantes que o contato físico entre os jogadores deve ser estabelecido com cuidado e respeito, para preservar a integridade física dos participantes. Incentive a participação de todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiência ou limitação física, se houver, garantindo um ambiente inclusivo.

No item 3 da etapa Planejar, a sua intervenção é importante na definição das duplas, para garantir que as disputas aconteçam entre oponentes com constituição física semelhante. Oriente os estudantes a não machucar os oponentes e determine que não serão permitidos movimentos bruscos que ofereçam potencial risco à integridade física de todos.

Na etapa Avaliar, pergunte aos estudantes de que modo a vivência dos jogos de oposição que remetem à luta huka-huka os auxiliou na valorização de práticas corporais brasileiras. Aproveite para perguntar o que especificamente essa vivência possibilitou explorar em relação à consciência corporal deles.

Tópico 3 – Capoeira: da marginalização ao

reconhecimento (p. 71 a 73)

Este tópico aborda a capoeira e propicia aos estudantes vivenciar alguns movimentos básicos dessa manifestação cultural que pode ser caracterizada, simultaneamente, como jogo, luta e dança. Além disso, promove a reflexão e a valorização da cultura e das tradições de origem africana e afro-brasileira, que desempenharam um papel fundamental na formação do povo brasileiro.

Ao abordar a origem da capoeira, explique que os afrodescendentes ainda enfrentam marginalização por parte de segmentos da sociedade que não conseguiram superar o pensamento escravocrata e que é imprescindível combater o racismo estrutural, que engloba o preconceito contra a capoeira.

Objeto educacional digital O vídeo apresenta a história das rodas de capoeira como espaços de comunidade e pertencimento para os praticantes.

Primeiro olhar

Proponha aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa para que todos respondam oralmente às perguntas.

1. Neste momento, cada questão exige um diálogo participativo. Por exemplo, para o grupo que só assistiu a uma roda capoeira, sugira uma discussão sobre como foi essa experiência, se foi em uma praça, na escola ou pela televisão e internet. Para o grupo que participou, procure saber mais sobre esse aspecto, se foi uma única oportunidade, se era praticante e deixou de participar da capoeira. Para o grupo que já praticou, sugere-se aproveitar essa experiência e aproximar esses estudantes dos demais, para colaborar na aprendizagem de outros.

2. Informe aos estudantes que os capoeiristas costumam usar roupas brancas e uma corda na cintura, que indica a evolução do praticante e que, na capoeira regional, Mestre Bimba aboliu o uso dos calçados e adotou a cor branca para as vestimentas. Na roda de capoeira, podem ser utilizados instrumentos como atabaque, agogô e pandeiro, mas o principal deles é o berimbau. As canções de capoeira variam entre temas históricos e cotidianos. Os movimentos utilizados são ginga, queixada, meia-lua de frente, cocorinha etc.

Explique aos estudantes que o aprendizado da capoeira não envolve apenas seus gestos, acrobacias, chutes e esquivas. Incentive-os a refletir sobre essa perspectiva de forma que percebam que, além dos movimentos

característicos da capoeira, é preciso aprender a tocar seus instrumentos, conhecer seus rituais e suas músicas e apropriar-se de sua história, para que efetivamente a prática corporal e suas raízes culturais sejam aprendidas por seus praticantes.

Depois, pergunte aos estudantes sobre a importância de valorizar e acolher a prática da capoeira como uma manifestação de luta afro-brasileira. Leve-os a inferir que a capoeira é uma das mais importantes manifestações culturais brasileiras e está associada à resistência da população negra à opressão social que ainda acontece atualmente.

Ler

e compartilhar (p. 73 a 76)

Reserve um momento da aula para que os estudantes possam ler o texto apresentado e responder às atividades no caderno.

Atividades

2. Os estudantes devem compreender que, para além da prática corporal, os capoeiristas da Paraíba contribuíram para a transformação da realidade da comunidade.

5. Espera-se que os estudantes avaliem a mudança de perspectiva que a capoeira pode proporcionar para as pessoas negras, no sentido de sair do lugar de subalternizado para alguém reconhecido e produtor de saberes.

7. A capoeira traz consigo a valorização da população negra, de seus saberes, sua identidade e história, atividade relevante na formação cultural da comunidade paraibana. Além disso, atualmente, ela está presente em quase todos os municípios do estado, promovendo a saúde e a consciência cidadã de milhares de crianças, adolescentes, jovens e adultos.

8. Se desejar, a atividade pode ser feita em conjunto com os professores de Língua Portuguesa e de Arte, para que os estudantes identifiquem as características de cada tipo de cantiga de capoeira. Explore a letra da canção com os estudantes e comente que o uso de metáforas reforça a ideia de que a capoeira é uma força vital para o compositor, que se sente dependente e incompleto sem ela.

Objeto educacional digital

9. Se for possível, apresente o áudio “Sem capoeira eu não vivo” (faixa 2) sugerido no Livro do estudante. A atividade favorece a apreciação de músicas utilizadas na capoeira e o reconhecimento de instrumentos musicais, bem como a reflexão sobre as letras dessas canções.

Refletir e argumentar

Oriente os estudantes a organizar uma roda de conversa para responder às atividades.

1. Espera-se que os estudantes observem que a roda oportuniza uma democracia nas ações dos capoeiristas, pois uns tocam em volta da roda, outros jogam capoeira ao centro, outros ficam na atenção de continuar o jogo, outros acompanham com palmas e cânticos.

2. Espera-se que os estudantes associem a roda a ambientes mais democráticos, uma vez que facilita o diálogo e a reciprocidade. A roda passa a impressão de algo dinâmico, acolhedor e agregador, podendo abrir ou fechar, acelerar e desacelerar como na vida cíclica. Por outro lado, caminhar em uma única direção apresenta uma linearidade sem qualquer perspectiva de mudança, com os mesmos líderes à frente, desconsiderando as diferenças que compõem os processos humanos e caracterizando a dominação, esboçada na linearidade, em detrimento do diálogo, assim como a ausência da imprevisibilidade, que muitas situações de comunicação geram.

3. Espera-se que os estudantes percebam, na expansão da capoeira, a oportunidade de valorizar esse patrimônio cultural brasileiro e de conscientizar seus praticantes e apreciadores sobre a importância do movimento de resistência da população negra no Brasil. Entretanto, existe a preocupação de a capoeira entrar em contato com outras culturas mantendo como característica central sua essência de resistência e luta do povo negro por meio da cultura corporal de movimento.

Oficina de práticas

corporais (p. 77 a 79)

Essa seção propicia aos estudantes vivenciar movimentos básicos da capoeira, promovendo a valorização dos costumes e das tradições dos povos precursores dessa prática. Garanta o direito dos estudantes com deficiência ou com limitação física de participar de todas as práticas. Considere que, na capoeira, a participação pode ocorrer como jogador, espectador, ritmista e cantor.

Objeto educacional digital

No item 2 da etapa Planejar, explore o áudio “Histórias da capoeira” (faixa 3) sugerido no Livro do estudante e deixe que o som conduza o ritmo das apresentações. Enfatize que a roda de capoeira é o local onde o jogo acontece e que dá sentido aos movimentos dos capoeiristas em harmonia com a música e os cânticos. Caso não seja possível a utilização da caixa de som, sugere-se ensaiar o cântico com os estudantes antes da experimentação.

Na etapa Praticar, reforce que os movimentos devem ser executados individualmente e que o parceiro

da dupla tem a função de orientar o praticante. Incentive as duplas a se comunicarem abertamente sobre suas ideias e preferências e promova um trabalho colaborativo e harmonioso. Esteja disponível para mediar qualquer divergência que possa surgir.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a considerar o que aprenderam e a valorizar os saberes construídos e compartilhados.

Atividade complementar: coreografia de capoeira

Se julgar oportuno, incentive as duplas a colaborar na criação e execução de uma coreografia que reflita as múltiplas combinações possíveis na capoeira. Oriente-as a praticar a coreografia, ajustando os movimentos e sincronizando-os com a música, além de ensaiar a sequência de entrada, condução do jogo e saída da roda.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles sobre essa avaliação, propondo as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões que foram propostas ao longo do Capítulo? Quais foram as minhas principais contribuições em termos de inferências, análises e argumentos críticos?

2. Respeitei o momento de fala dos colegas, considerando seus argumentos durante as reflexões que foram propostas? Como isso impactou minha aprendizagem?

3. Empenhei-me nas atividades da seção Oficina de práticas corporais? Como apliquei os conhecimentos aprendidos nos jogos de oposição e nas estações de movimentos da capoeira?

5. Ao longo do percurso, manifestei respeito e compreensão em relação às diferentes culturas abordadas? Como essas experiências contribuíram para ampliar minha visão sobre a importância da diversidade cultural?

6. Como a vivência de diferentes práticas corporais que manifestam diferentes culturas na escola influencia minha compreensão da necessidade de construir uma sociedade que respeite a diversidade de saberes, identidades e culturas?

7. Valorizei a cultura da capoeira como um universo que envolve a resistência do povo negro no Brasil, sua musicalidade, sua vestimenta, seus movimentos e seus instrumentos?

8. Experimentei de forma ativa e colaborativa o circuito de movimentos sobre a capoeira?

Capítulo 4 Esporte de parede, esporte de rede e futebol

A BNCC no Capítulo 4

Temas Contemporâneos Transversais: Educação em Direitos Humanos; Direitos da Criança e do Adolescente; Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras; Economia; Trabalho; Vida Familiar e Social. Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo jornalístico-midiático, campo das práticas de estudo e pesquisa e campo artístico-literário.

Competências gerais: 1, 2, 4, 5, 7, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502).

Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG403), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503).

Objetivos e justificativa

Exper imentar e fruir o squash , identificando suas regras, e analisar criticamente a condição feminina no esporte e na sociedade, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos.

• Analisar a influência da mídia nas transformações históricas do voleibol e experimentar diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) do voleibol, elaborando e utilizando estratégias para solucionar os desafios técnicos e táticos da modalidade.

• Discorrer sobre a relação entre o futebol e a construção da identidade nacional, problematizando o comportamento dos torcedores.

O esporte é um fenômeno sociocultural que mobiliza emoções não somente de atletas, técnicos e

torcedores interessados genuinamente no desempenho e na prática esportiva mas também daqueles atores cujo interesse está voltado para seus aspectos econômicos, tais como a mídia, os dirigentes esportivos e os patrocinadores. As arenas esportivas ajudam a explicar os acontecimentos mundiais e nacionais, porque nelas se reproduz toda a complexidade das relações sociais e de suas disputas por poder.

Nesse sentido, a tematização do squash no Tópico  1 promove um aprofundamento sobre a situação da mulher no contexto mundial e nacional, do ponto de vista histórico e contemporâneo, permitindo discussões que envolvem o trabalho com os TCTs Educação em Direitos Humanos, Direitos da Criança e do Adolescente, Diversidade Cultural e Vida Familiar e Social.

A tematização do voleibol no Tópico 2 aborda a influência da mídia televisiva no esporte e das mídias sociais no comportamento dos espectadores, favorecendo discussões sobre os TCTs Trabalho, Economia e Educação em Direitos Humanos.

Já a tematização do futebol no Tópico 3 ajuda a compreender a relação entre o esporte e a construção da identidade nacional, com referência às emoções que o futebol desperta nos torcedores e ao comportamento desses torcedores, o que oportuniza discussões que envolvem os TCTs Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e Educação em Direitos Humanos.

Introdução

No Tópico 1, a tematização do squash promove a experimentação, a fruição e a identificação das regras desse esporte, além de oportunizar uma análise crítica da situação feminina no mundo esportivo e na sociedade ao longo da história, desenvolvendo as competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias e abordando os campos de atuação social da vida pessoal e jornalístico-midiático.

No Tópico 2, a tematização do voleibol aborda a influência da mídia nas transformações dessa modalidade esportiva, além de propor a vivência de diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico), por meio da organização de um torneio de voleibol, desenvolvendo as competências específicas 1, 2, 3, 4, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias e abordando os campos de atuação social jornalístico-midiático e das práticas de estudo e pesquisa.

No Tópico 3, a tematização do futebol aborda a relação entre o futebol e a construção da identidade nacional, problematizando o comportamento dos torcedores e desenvolvendo as competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, além de abordar o campo de atuação social artístico-literário.

Abertura do Capítulo 4 (p. 80)

Oriente os estudantes a fazer a leitura do texto de abertura do Capítulo e a responder oralmente à pergunta do último parágrafo. Apesar de o esporte não ser abordado nesta coleção, espera-se que eles reconheçam que o futevôlei, retratado na fotografia, é um esporte de rede. Peça a eles que relatem quais elementos justificam a classificação do futevôlei nessa categoria. Espera-se que suas falas incluam a ocupação de um lado da quadra por cada equipe e o objetivo do jogo, que consiste em rebater a bola em direção ao campo adversário, tentando fazê-la tocar o chão, para inviabilizar sua devolução. Incentive os estudantes a mencionar outros esportes de rede ou de parede que conheçam. Objeto educacional digital

O podcast apresenta aos estudantes uma breve incursão sobre as origens e a evolução do tênis, até ele se tornar um dos esportes mais populares do mundo. Apresenta também a história de ícones do esporte no Brasil, como Maria Esther Bueno, Gustavo Kuerten e Bia Haddad.

Tópico 1 – Squash e o acesso das mulheres ao

esporte (p.

81)

Oriente os estudantes a realizar individualmente a leitura do texto introdutório e proponha uma roda de conversa para que respondam oralmente às questões do boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Reúna o grupo e leia em voz alta uma pergunta por vez, incentivando os estudantes a responder oralmente.

1. É possível que os estudantes conheçam a opressão sofrida por mulheres no Paquistão e que alguns deles se recordem da história de Malala Yousafzai (1997-), a ativista pelo direito à educação de meninas e mulheres, que foi alvejada em um ataque praticado por extremistas, quando estava a caminho da escola, no Paquistão.

2 e 3. Reforce com os estudantes o conceito de esporte como um fenômeno social cuja visibilidade auxilia os atletas a romper as barreiras geopolíticas para divulgar suas histórias.

Ler e compartilhar (p. 82 a 84)

Oriente os estudantes a ler individualmente o texto e formar pequenos grupos para construir em conjunto as respostas das atividades.

Atividades

1. Converse com os estudantes sobre outros atletas que utilizam seu prestígio e sua história para lutar

por direitos humanos, como o piloto Lewis Hamilton (1985-), que é engajado na luta contra o racismo, e a nadadora Joanna Maranhão (1987-), empenhada na luta contra o abuso infantil.

2. A restrição à liberdade das mulheres no Paquistão ficou explícita na reportagem, com todos os preconceitos e as dificuldades enfrentados pela atleta para praticar esporte. No Brasil, o preconceito contra as mulheres existe, mas se manifesta de forma mais naturalizada na cultura local, como, por exemplo, nas situações de desigualdade salarial, na escassez de representatividade em cargos públicos, na dificuldade de acesso a cargos de liderança etc.

3. Assim como Maria Toorpakai, Malala recebeu o apoio de seu pai para lutar contra a opressão do Talibã e, em 2014, tornou-se a pessoa mais jovem a ser laureada com o Prêmio Nobel da Paz.

Refletir e argumentar

O encaminhamento do boxe incentiva o posicionamento crítico e a argumentação dos estudantes. Se desejar, convide quatro estudantes para lerem em voz alta o conteúdo de Refletir e argumentar (texto introdutório, Texto 1, Texto 2 e boxe Sobre...). Em seguida, separe a turma em pequenos grupos para conversarem sobre as atividades. Depois, peça aos grupos que compartilhem suas respostas.

1. Converse com os estudantes sobre alguns marcos das conquistas femininas no Brasil ao longo dos anos. Se for possível, compartilhe com os estudantes o link a seguir.

• O S MARCOS históricos no ensino e na vida pública da mulher no Brasil. Brasília, DF: Ministério da Justiça e Segurança Pública, 6 mar. 2023. Disponível em: www.gov. br/prf/pt-br/noticias/uniprf/2023/marco/os-marcos-histo ricos-no-ensino-e-na-vida-publica-da-mulher-no-brasil. Acesso em: 24 out. 2024.

2 e 3. Converse com os estudantes sobre o papel das redes sociais tanto na propagação de discursos machistas e misóginos quanto na denúncia e no combate à desigualdade de gênero.

Sugestões para o professor

• ONU MULHERES. Vamos conversar? Cartilha para o enfrentamento à violência contra a mulher. Brasília, DF: ONU Mulheres, 2016. Disponível em: www.onumulheres. org.br/wp-content/uploads/2016/04/CARTILHA_DF.pdf. Acesso em: 24 out. 2024.

Em 2016, a S ecretaria Adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal, a Defensoria Pública, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios e a ONU Mulheres lançaram uma cartilha, em formato de história em quadrinhos, para divulgar informações relacionadas à violência doméstica e familiar contra mulheres.

• MULHER SEGURA. [S. l.], c2022. Site. Disponível em: www. mulhersegura.org/. Acesso em: 24 out. 2024. A plataforma, criada a partir da iniciativa do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), reúne serviços desenvolvidos pelos estados brasileiros e organizações locais, associados ao atendimento e à proteção às mulheres em situação de violência, e traz informações confiáveis sobre os diversos tipos de violência.

Conexões com... História (p. 85)

Esta seção proporciona um trabalho interdisciplinar com o componente curricular História ao abordar a participação das mulheres nos Jogos Olímpicos, discutindo o seu direito à cidadania.

1. Se for possível, disponibilize computadores ou dispositivos eletrônicos com acesso à internet e oriente os estudantes a pesquisar, em grupos, alguns direitos dos cidadãos na Constituição Federal de 1988.

2. Pierre de Coubertin (1863-1937) se apoia em uma suposta fragilidade física e emocional das mulheres para justificar o seu posicionamento contrário à participação feminina nos Jogos Olímpicos. No entanto, não há evidências científicas que comprovem uma superioridade de equilíbrio emocional dos homens em relação às mulheres. A respeito de condição física, força, velocidade, agilidade, potência e resistência, pode haver diferenças entre homens e mulheres, mas sem preponderância, mesmo porque há diversas modalidades esportivas, cada qual exigindo e possibilitando o desenvolvimento de diferentes características dos atletas, sejam homens ou mulheres.

3. A paridade no número de atletas mulheres e homens no evento indica uma preocupação do Comitê Olímpico Internacional em buscar uma igualdade de oportunidades para mulheres e homens e evidencia um reconhecimento de condições mais parelhas, embora ainda haja um longo percurso a ser explorado. Por exemplo, quando se analisam os demais atores do contexto esportivo, percebe-se o predomínio de homens entre treinadores, jornalistas esportivos, lideranças nas confederações esportivas e em vários outros cargos e ocupações no universo do esporte, tanto no contexto olímpico quanto nos demais torneios mundiais, regionais ou locais.

Oficina de práticas corporais (p. 86 e 87)

Nesta seção, os estudantes terão a oportunidade de vivenciar o jogo de squash. Garanta a segurança e a participação de todos, especialmente dos estudantes com deficiência ou limitação física, se houver.

No item 1 da etapa Planejar, caso não haja raquetes disponíveis ou suficientes para todos os estudantes,

é possível confeccioná-las artesanalmente, utilizando o molde de uma raquete de squash, para recortar cinco lâminas de papelão, e cola quente, para colar umas sobre as outras. Depois que a cola secar, é recomendável passar uma fita adesiva em toda a extensão da raquete, para reforçá-la.

No item 4 da etapa Praticar, considere propor uma mudança na regra do jogo, finalizando-o quando um dos jogadores atingir 5 pontos, caso não seja possível desenvolver várias partidas paralelas ao mesmo tempo no período da aula.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre a participação deles e compartilhar como foi a experiência pessoal deles durante a atividade.

Tópico 2 – Voleibol: uma paixão nacional (p. 88)

Oriente os estudantes a ler individualmente o texto e as atividades do boxe Primeiro olhar, respondendo-as mentalmente.

Se julgar interessante, comente com os estudantes que William George Morgan (1870-1942) era jogador de futebol americano quando foi convidado por James Naismith (1861-1940) – criador do basquete em 1891 –para estudar na Associação Cristã de Moços (ACM) em Springfield, Estados Unidos. Após se formar, Morgan assumiu o cargo na ACM Holyoke. Morgan criou um jogo que consistia em rebater uma câmara de bola de basquete por cima de uma rede semelhante à de tênis (com 1,98 metro de altura) que separava duas equipes, as quais deveriam seguir dez regras básicas. Batizado de mintonette, o jogo teve o nome alterado para volleyball, pois refletia melhor a ação principal do jogo: o constante voleio (volley, em inglês) da bola sobre a rede.

Primeiro olhar

Leia em voz alta uma pergunta por vez e convide os estudantes a respondê-las oralmente, certificando-se de que todos tenham oportunidade de responder pelo menos uma das perguntas.

2. Espera-se que os estudantes relatem que o voleibol é interessante por ser um esporte dinâmico, que exige coordenação e trabalho em equipe. É possível destacar a emoção das partidas e a habilidade dos jogadores, tanto ao praticar o esporte quanto ao apreciá-lo, especialmente nas transmissões televisivas que capturam esses momentos com detalhes. Geralmente, sua iniciação ocorre por meio da educação física escolar, passando pelas atividades de lazer e competitivas (como escolinhas e clubes esportivos) e pelo processo de massificação, ou seja, pelo consumo desse esporte em programas esportivos.

3. A mídia televisiva aumenta exponencialmente o alcance de visualizações do esporte, despertando o

interesse do público e consequentemente atraindo patrocinadores, que passam a investir no esporte, auxiliando o seu desenvolvimento. Os comentaristas que acompanham as narrações televisivas também ajudam os telespectadores a compreender as regras do esporte.

Ler e compartilhar (p. 89 a 91)

Se julgar pertinente, oriente os estudantes a realizar a leitura do texto individualmente.

Atividades

2. Converse com os estudantes a respeito da contribuição das mídias sociais para a celebrização dos jogadores de voleibol da atualidade.

4. Explique aos estudantes que, para além dos investimentos em infraestrutura, os recursos financeiros aportados para o voleibol por patrocinadores permitiram que os jogadores passassem a receber salários para jogar, o que resultou em um tempo maior dedicado ao esporte.

5. Pergunte aos estudantes se eles já tiveram a oportunidade de assistir a partidas de voleibol e de futebol presencialmente, incentivando-os a compartilhar essas experiências.

Refletir e argumentar

Promova uma conversa com os estudantes sobre o respeito à diversidade, orientando-os a ler o texto em seguida. Caso surjam manifestações de preconceito, atente para levar a turma à reflexão sobre o respeito à diversidade e à convivência democrática, promovendo uma cultura de paz e acolhimento.

1 e 2. Promova uma roda de conversa e oriente os estudantes a agir com respeito diante das respostas dos colegas, não permitindo que eles elaborem comentários homofóbicos.

3. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a adoção, no dia a dia, de uma postura ativa contra o preconceito referente à orientação sexual das pessoas. As ações podem incluir: combate a piadas e comentários discriminatórios; promoção de conversas sobre diversidade e inclusão; engajamento em projetos e campanhas que visem educar e sensibilizar sua comunidade para a importância do respeito à diversidade. A ideia é que haja o reconhecimento do seu papel individual na construção de uma sociedade mais justa e acolhedora.

Buscar mais conhecimento (p. 92 e 93)

Nesta seção, propõe-se uma prática de pesquisa para investigar a linguagem universal do voleibol, a fim de aprofundar os conhecimentos técnicos dessa modalidade esportiva.

No item 1 da Primeira etapa, escreva na lousa o jogo escolhido por cada grupo, para evitar repetições. Se for necessário, compartilhe com os estudantes os canais indicados a seguir, para auxiliá-los na escolha de uma partida oficial de voleibol para a realização da atividade.

• OLYMPICS. [ S. l. ], c2006-2024. YouTube: [Canal] @Olympics. Disponível em: www.youtube.com/Olympics;

• CONFEDERAÇÃO Brasileira de Voleibol. Canal Vôlei Brasil. Brasil, c2009-2024. YouTube: [Canal] @VoleiBrasil1. Disponível em: www.youtube.com/@VoleiBrasil1. Acessos em: 24 out. 2024.

No item 3 da Segunda etapa, oriente os estudantes a utilizar plataformas gratuitas de criação e edição de slide, como:

• PREZI. [S. l.], c2024. Site. Disponível em: https://prezi.com/pt/;

• CANVA. [S. l.], c2024. Site. Disponível em: www.canva.com/ pt_br/. Acessos em: 24 out. 2024.

Informe os estudantes que o relatório deve acompanhar o slide. O relatório apresentará as percepções sobre o jogo, incluindo uma análise do comportamento das equipes; as estratégias empregadas pela comissão técnica para tentar reverter resultados desfavoráveis; e os(as) jogadores(as) que mais se destacaram. Já o slide associa recursos linguísticos e visuais para explicar um tema ou conceito de forma ágil, como os dados da partida; imagens com o gestual dos árbitros, acompanhadas das denominações em inglês e português de suas respectivas marcações; e as citações com as percepções da dinâmica do jogo, organizadas em itens.

Se não for possível utilizar recursos tecnológicos para criar o slide, oriente-os a elaborar um cartaz com colagens.

No item 1 da Terceira etapa, oriente os estudantes a comparar a linguagem utilizada nos jogos oficiais e a que usam ao jogar voleibol na escola ou fora do ambiente escolar. Incentive-os a discutir quais termos em inglês são mantidos e quais não são utilizados, além de avaliar se os gestos empregados pela arbitragem são os mesmos utilizados nos jogos oficiais.

Oficina de práticas corporais (p. 94 e 95)

A atividade proposta nesta seção favorece o protagonismo dos estudantes e a valorização do trabalho coletivo. Promova um ambiente inclusivo para todos, especialmente para os estudantes com deficiência ou limitações físicas, se houver.

A atividade possibilita aos estudantes aplicar os conhecimentos adquiridos na seção Buscar mais conhecimento sobre as marcações dos árbitros e as percepções observadas durante a análise das partidas de voleibol oficial.

No item 1 da etapa Planejar, caso a escola não possua uma quadra de voleibol e/ou materiais disponíveis para a realização do torneio, avalie a possibilidade de firmar parcerias com outros espaços, como clubes ou ginásios esportivos, para empréstimo da quadra e/ou do material.

No item 2 da etapa Planejar, apresente aos estudantes algumas possibilidades de forma de disputa, como:

• Sistema de chaveamento: os jogos são eliminatórios e a equipe vencedora avança para a próxima fase, até que restem apenas as finalistas.

• Sistema de rodízio: as equipes jogam entre si, e a equipe com o maior número de vitórias ao final das rodadas é declarada campeã.

Fase de grupos: as equipes são organizadas em dois grupos, disputando uma contra a outra dentro do grupo, como em um sistema eliminatório. As melhores equipes de cada grupo avançam para a fase eliminatória.

Incentive os estudantes a analisar essas possibilidades e permita que escolham a forma de disputa que consideram mais interessante ou adequada para a turma.

Tópico 3 – O futebol e a identidade nacional

(p. 96 e 97)

Oriente os estudantes a ler individualmente a primeira parte do texto introdutório. Em seguida, peça que respondam às questões propostas no boxe Primeiro olhar

Primeiro olhar

Leia em voz alta uma pergunta por vez e convide os estudantes a se manifestar.

1. Faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes acerca do futebol. Além disso, exponha os aspectos incertos da história do esporte e incentive-os a se expressar.

4. O futebol é um fenômeno sociocultural que interage de forma dinâmica com a sociedade e tem nuances relativas ao local, à cultura e à época em que é praticado. Em relação ao Brasil, alguns fatores podem ser comuns comparados a outros países, e outros podem ser relacionados a como a sociedade brasileira se organiza; entre eles é possível mencionar, por exemplo: a desigualdade de gênero (o fato de as mulheres não serem remuneradas como os homens nem obterem o mesmo grau de reconhecimento), a violência potencial associada a torcidas (a existência de grupos rivais, que às vezes se enfrentam fisicamente), a coletividade (o esporte tem muitos atores e organiza-se sob uma extensa hierarquia, da qual os jogadores ocupam apenas um dentre outros papéis), a mobilidade social (o que permite a alguns homens e algumas mulheres obterem prestígio e

sucesso financeiro e profissional, em detrimento de milhares de outras pessoas que trilharam o mesmo caminho e não obtiveram os mesmos resultados), o racismo (a que muitos jogadores e muitas jogadoras afrodescendentes do Brasil estão sujeitos, cometido pela torcida ou por profissionais do próprio esporte, em território brasileiro ou em outros países) etc.

Solicite aos estudantes que leiam a segunda parte do texto introdutório, perguntando se eles costumam frequentar locais onde partidas de futebol são disputadas e quais são as impressões deles a respeito das demais pessoas que também frequentam esses locais e sua relação com os times e o esporte.

Ler e compartilhar (p. 98 a 100)

A leitura e a análise da crônica proposta nesta seção propiciam a ampliação dos conhecimentos dos estudantes sobre futebol e sobre algumas figuras de linguagem utilizadas no texto.

Atividades

Se desejar, oriente os estudantes a formar duplas, para que elaborem conjuntamente as respostas às atividades.

Ao explorar o boxe Indicação com a turma, se for possível, agende uma visita a um estádio de futebol da sua região para explorar com os estudantes todos os seus espaços, como arquibancadas, sala de imprensa, vestiários dos jogadores, gramado etc.

2. Esclareça para os estudantes que a Copa do Mundo é um torneio que foi crescendo com o tempo e, consequentemente, o número de equipes participantes aumentou. Nas primeiras edições – de 1934, 1938 e 1950 –, foram 16, 15 e 13 equipes participantes, respectivamente. Já entre 1954 e 1978, a competição teve 16 equipes participantes. Entre 1982 e 1994, o número de equipes participantes aumentou para 24. As edições com 32 equipes ocorreram de 1998 até 2022. A partir da Copa de 2026, a competição contará com 48 participantes. Portanto, na época da publicação da crônica, participavam da Copa do Mundo, no total, 32 equipes. A próxima edição do evento, em 2026, será realizada de modo inédito em três países (México, Canadá e Estados Unidos), com a participação de 48 equipes.

3. Espera-se que os estudantes percebam que, para o cronista, é estabelecida entre as pessoas e o futebol uma relação emocional ou sentimental. Por esse motivo, elas se exaltam, na medida em que o sucesso do time em campo pode refletir o sucesso delas próprias, ao passo que o contrário também pode ocorrer – elas se sentirem fracassadas em caso de derrota ou mau desempenho da seleção brasileira. Desse modo, segundo o olhar do cronista, cada lance da partida pode despertar, nessas pessoas,

emoções profundas que são externalizadas de forma passional. Aproveite a oportunidade para perguntar aos estudantes como eles se comportam no papel de torcedores durante a Copa do Mundo.

4. b) Espera-se que os estudantes exponham seus pontos de vista com coerência, apresentando argumentos que aproximem suas visões da do cronista, se partilham dela, ou citando outros aspectos que exponham as motivações dos torcedores segundo o que acreditam, diferentemente do cronista.

5. Embora seja possível considerar que a crônica de Luis Fernando Veríssimo apresenta um tom cômico, o que é um traço desse autor, pode-se associar o despudor citado pelo cronista a comportamentos excessivos de alguns torcedores, culminando em episódios de racismo contra jogadores e torcedores e também violências verbal e física, com agressões que incentivam o desrespeito, a violência e causam fatalidades, dentro e fora dos estádios. Incentive os estudantes a refletir sobre a violência nos estádios, a interferência das torcidas organizadas nos clubes, o comportamento dos torcedores com os atletas e outros aspectos que são exemplos de posturas inadequadas, exaltadas ou desmedidas de alguns torcedores de futebol.

6. a) A poetisa brasileira Anna Amélia de Mendonça (1896-1971) escreveu poemas sobre futebol, e a escritora Clarice Lispector (1920-1977) escreveu uma crônica que tem esse esporte como tema. No entanto, não há registros de autoras que tenham produzido textos sobre futebol com a mesma profusão com que os escritores o fizeram. Outras mulheres que escreveram sobre futebol são: Soninha Francine, Milly Lacombe, Giovana Capucim e Silva, Karine Nascimento, Suellen dos Santos Ramos, Silvana Vilodre Goellner e Érika Alfaro de Araújo.

6. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que a produção de autores sobre futebol é muito maior do que a produção de autoras. Os estudantes poderão argumentar, com base em aspectos sócio-históricos, que, no decorrer do século XX, o espaço concedido aos homens para atuar em contextos relativos a esportes, como futebol, não era o mesmo concedido às mulheres, seja em relação ao papel de observadores, seja em relação à própria prática profissional (jogadores, treinadores, gestores de clubes etc.), o que se reflete, portanto, na escassa produção feminina de textos de cunho futebolístico.

7. Retome, com os estudantes, os aspectos atribuídos à importância do futebol de modo geral, alguns dos quais foram tratados na crônica lida. A atividade pode também abranger outras práticas corporais e o envolvimento dos estudantes com cada uma delas. Incentive-os a argumentar sobre as preferências deles ou as potenciais preferências, caso não tenham uma modalidade esportiva de

que gostem ou que pratiquem, sempre buscando ressaltar os aspectos positivos que as práticas corporais podem acarretar à vida deles, como em relação a saúde, bem-estar, lazer e socialização. Objeto educacional digital

O vídeo apresenta a história da jogadora Sissi, uma das lendas do futebol feminino no Brasil, desde sua infância até suas conquistas na copa do mundo de futebol feminino.

Refletir e argumentar

A proposta deste boxe favorece a reflexão sobre o racismo. É importante que as atitudes antirracistas sejam incentivadas diariamente, promovendo uma cultura de paz e de respeito aos direitos humanos. Em nenhuma hipótese, comentários de cunho racista devem ser tolerados.

Leia o texto introdutório em voz alta e, em seguida, peça aos estudantes que observem as duas charges. Pergunte se eles têm acompanhado as denúncias de racismo feitas pelo jogador Vinicius Júnior na Espanha, desde 2021. Se for possível, apresente a fotografia do jogador que inspirou a criação das charges neste estudo. Leve-os a inferir que o braço erguido com o punho fechado é usado como símbolo da luta antirracista e expressa também unidade, força e orgulho do povo negro. O gesto foi realizado pelo atleta após ter marcado um gol, em razão dos episódios de xenofobia e racismo, sofridos por ser um jogador brasileiro e negro, por parte de profissionais do futebol e torcedores espanhóis no continente europeu.

Ao explorar a primeira charge com os estudantes, chame a atenção para a intertextualidade da frase “Vini, vi, vencerei o racismo”, estampada na parte de trás da camiseta do jogador, com a frase latina “Veni, vidi, vici” (“Vim, vi, venci”, em português), atribuída ao general romano Júlio César (100 a.C.-44d.C.).

Ao explorar a segunda charge, pergunte se sabem o significado da palavra Conmebol, escrita na mesa onde se senta um dos personagens. Caso haja alguém que conheça o termo, incentive-o a compartilhar com os colegas. Explique que Conmebol é o acrônimo de Confederação Sul-Americana de Futebol, órgão dirigente do futebol sul-americano, responsável por organizar os principais torneios internacionais de futebol na América do Sul. Foi fundada em 1916 e é formada, atualmente, por confederações, federações ou associações de seus países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Objeto educacional digital

Explore o áudio “Em entrevista histórica, Vini Jr. se emociona e dispara: ‘cada vez menos vontade de jogar’” (faixa 4) sugerido no Livro do estudante e proponha um debate sobre a fala do jogador em relação à luta contra o racismo.

Leia uma pergunta por vez em voz alta e promova um debate entre os estudantes com a sua mediação, convidando-os a manifestar suas opiniões oralmente.

1. Espera-se que os estudantes relacionem a dificuldade no enfrentamento ao racismo em uma cultura colonialista, que ensina a oprimir os direitos da população negra e a banalizar o preconceito racial. Além desse fator, outros ainda podem contribuir para tornar o processo de combate ao racismo mais dificultoso. Nesse caso, trata-se de um imigrante trabalhando em terra estrangeira, o que também não é bem-visto por parte da população local, haja vista os episódios corriqueiros de xenofobia sofridos por essas pessoas. Além de tudo, Vinicius Júnior é um jogador talentoso, que vem ganhando cada vez mais destaque no esporte e, consequentemente, nas mídias internacionais, o que também pode não ser bem aceito por colegas de profissão, sobretudo os que revelam comportamentos e posturas racistas.

2. Quando um jogador de sucesso internacional, como Vinicius Júnior, abraça a luta contra o racismo, essa causa ganha mais visibilidade. A divulgação dos posicionamentos do jogador pelos meios de comunicação globais é capaz de incentivar outras pessoas a fazer denúncias e pressiona as autoridades a investigar seriamente essas denúncias e a veicular campanhas de conscientização contra o racismo.

3. A quantidade de casos de racismo negligenciados e invisibilizados no futebol pelas instituições competentes. Não investigar as denúncias valida o comportamento indiferente ou mesmo conivente com o racismo, tanto no esporte quanto na sociedade.

4. O objetivo é que os estudantes percebam que o racismo sofrido por Vinicius Júnior não representa um caso isolado do futebol europeu, mas acontece com inúmeros jogadores em campeonatos de diferentes níveis e faixas etárias no mundo todo.

5. Se considerar pertinente, leia com os estudantes o Artigo 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (disponível em: www.unicef.org/brazil/ declaracao-universal-dos-direitos-humanos; acesso em: 24 out. 2024), documento adotado pela Organização das Nações Unidas com princípios que definem um ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações no que se refere à garantia do respeito universal aos direitos e às liberdades fundamentais dos seres humanos.

Oficina de práticas

corporais

(p. 101 a 103)

A dinâmica da atividade sugerida nesta seção favorece a democratização da prática ao propor substituições constantes dos jogadores e, consequentemente, cria oportunidade da participação de todos, sem

priorizar aqueles que são mais hábeis. Promova um ambiente inclusivo, especialmente para estudantes com deficiência ou limitações físicas.

No item 1 de Praticar, se a turma for numerosa, é possível separar mais equipes e organizar várias partidas com uma duração menor, para evitar longas esperas. Caso isso ocorra, lembre-se de providenciar a quantidade de coletes e suas cores adequada ao número definido de equipes participantes.

Na etapa Avaliar, oportunize aos estudantes revisitar as propostas de vivências, enquanto realizam uma autoavaliação desse processo.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles sobre essa avaliação, propondo as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões que foram propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos?

2. Respeitei o momento de fala dos colegas, considerando seus argumentos durante as reflexões propostas?

3. Dediquei-me à atividade de pesquisa, assistindo ao jogo de voleibol para anotar os termos em inglês e a linguagem gestual do árbitro e posteriormente elaborei um infográfico e um relatório para apresentar os resultados obtidos?

4. Empenhei-me nas atividades da Oficina de práticas corporais que foram propostas ao longo do Capítulo (squash, voleibol e futebol estratégico)?

5. Consegui transpor as aprendizagens em Educação Física para outros âmbitos da minha vida?

Capítulo 5 Ginástica de condicionamento físico e de conscientização corporal

A BNCC no Capítulo 5

Temas Contemporâneos Transversais: Saúde; Educação Alimentar e Nutricional; Ciência e Tecnologia. Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo artístico-literário, campo das práticas de estudo e pesquisa e campo jornalístico-midiático.

Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

• Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG103), 2 (EM13LGG201), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG503).

• Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG203), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Tópico 3: 1 (EM13LGG101), 2 (EM13LGG201), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302) e 5 (EM13LGG503).

Objetivos e justificativa

Praticar algumas técnicas respiratórias, conhecendo a importância da respiração para a melhora do equilíbrio emocional.

Fruir exercícios da ginástica de condicionamento, refletindo sobre a relação entre autoimagem e redes sociais.

Conhecer e fruir a antiginástica, analisando as diferentes concepções do culto ao corpo nas práticas corporais.

A ginástica de condicionamento físico visa qualificar o rendimento, adquirir e manter a condição física ou modificar a composição corporal, enquanto a ginástica de conscientização corporal combina práticas com movimentos lentos e suaves, para melhorar a percepção do próprio corpo. Essas temáticas oportunizam trabalhar os TCTs Saúde e Ciência e Tecnologia.

No Tópico 1, os estudantes vão conhecer a importância da respiração para melhorar o equilíbrio emocional, refletindo sobre o TCT Saúde, e experimentar uma prática da ginástica de conscientização corporal. No Tópico 2, eles terão a oportunidade de analisar e discutir a relação entre a autoimagem e as redes sociais, estabelecendo conexões com o TCT Ciência e Tecnologia, além de pesquisar orientações de especialistas sobre alimentação e atividade física, explorando o TCT Saúde Alimentar e Nutricional, e fruir uma prática de ginástica de condicionamento físico. A ginástica de conscientização corporal também será tema do Tópico 3, traçando paralelos com questões relacionadas ao TCT Saúde.

Introdução

O Tópico 1 possibilita articular o desenvolvimento das competências gerais 1, 3, 4 e 8 e das competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, tratando de respiração e equilíbrio emocional. Além disso, aborda os campos de atuação social da vida pessoal e artístico-literário por meio dos textos apresentados.

O Tópico 2 permite desenvolver as competências gerais 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 e as competências

específicas 1, 2, 3, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, ao explorar autoimagem, uso de redes sociais e atividade física, além de propor uma pesquisa de análise de mídias sociais relacionada a treinamento físico e nutrição, abordando os campos de atuação social da vida pessoal, das práticas de estudos e pesquisa e jornalístico-midiático.

O Tópico 3 promove o trabalho das competências gerais 1, 4, 6, 8 e 10, assim como das competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, permitindo a reflexão sobre prática de ginástica de conscientização, culto ao corpo e pensamento científico. Além disso, aborda os campos de atuação social da vida pessoal e jornalístico-midiático.

Abertura do Capítulo 5 (p. 104)

Neste Capítulo, os estudantes terão a oportunidade de experimentar algumas práticas de ginástica de conscientização corporal e de condicionamento físico, além de participar de práticas e reflexões importantes sobre elas.

Faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes em relação aos anos anteriores da Educação Física sobre ambas as categorizações de ginásticas. Pergunte sobre as diferenças conceituais das duas modalidades e incentive-os a refletir sobre a ioga e suas características. Oriente-os a fazer uma leitura do texto de abertura do Capítulo e a responder oralmente à pergunta do último parágrafo. Eles devem identificar, na imagem, a prática de ginástica de conscientização corporal.

Direcione o olhar deles para as posturas adotadas pelas pessoas, a importância e a utilização da respiração como forma de manter o equilíbrio na prática da ioga. Comente que a respiração mais lenta, profunda e fluida atingida durante o relaxamento ou a meditação tem efeitos benéficos físicos, mentais e emocionais.

Tópico 1 – Mindfulness, respiração e saúde

mental (p. 105)

Solicite aos estudantes que façam a leitura do texto introdutório e conversem sobre as questões propostas no boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Proponha aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa para responder oralmente às perguntas. Certifique-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar, valorizando as experiências de cada um. 1. A atividade visa fazer um levantamento do conhecimento prévio dos estudantes acerca do mindfulness. Certifique-se de que os estudantes compreendem o mindfulness como uma ginástica de conscientização corporal.

2. A atividade direciona o olhar dos estudantes para o interior deles, oportunizando a reflexão sobre as sensações e emoções. Dessa forma, é importante que consigam valorizar a prática da atenção plena como forma de autoconhecimento.

3. A atividade é uma forma de transpor as reflexões anteriores para construções efetivas no projeto de vida dos estudantes, mais especificamente sobre por que utilizar o mindfulness no dia a dia pode trazer benefícios.

Por fim, converse com os estudantes sobre o que eles consideram serem os níveis normais de ansiedade e estresse em determinadas situações do cotidiano e os limiares patológicos dessas e outras questões psicológicas.

Ler e compartilhar (p. 106 a 108)

Proponha a leitura do texto. O objetivo dele é apresentar a prática de mindfulness como uma estratégia alternativa e benéfica para o bem-estar. É preciso garantir que as questões de saúde mental não sejam minimizadas a ponto de simplificar os possíveis tratamentos necessários, enfatizando a importância da orientação profissional, psicológica ou psiquiátrica, inclusive com a utilização de medicação quando necessária. É preciso também estabelecer um ambiente acolhedor para que os estudantes se sintam à vontade para partilhar suas emoções.

Explique aos estudantes que estudo clínico randomizado (ECR) é uma pesquisa experimental, realizada em humanos, baseada na comparação entre duas ou mais intervenções aplicadas aleatoriamente em um grupo de participantes de forma controlada, e que padrão-ouro é a referência mais precisa para avaliar um medicamento, segundo os critérios de indicação, efetividade, segurança e adesão.

Atividades

1. Pergunte aos estudantes se alguém já teve a oportunidade de praticar o mindfulness. Se sim, peça que compartilhem a experiência.

2. Enfatize a importância da orientação de profissionais da psicologia e da medicina no tratamento de acordo com os diagnósticos recebidos.

3. Ressalte que a saúde física e a saúde mental estão intimamente interligadas.

4. Comente que, muitas vezes, os textos publicados nas diversas mídias utilizam recursos para despertar a atenção do leitor e persuadi-lo de algo, por isso é fundamental fazer uma leitura atenta e analisar e posicionar-se criticamente em relação a essas produções.

5. Garanta que os estudantes se sintam acolhidos em suas colocações.

6. Enalteça a importância da utilização de fontes confiáveis de pesquisa, assim como a importância

de uma postura ética, crítica e responsável no ambiente digital.

Refletir e

argumentar

A proposta deste boxe incentiva o pensamento crítico e a argumentação dos estudantes. Oriente-os a ler e refletir sobre as informações apresentadas no infográfico.

1. Incentive os estudantes a partilhar suas experiências pessoais.

2. A atividade permite aos estudantes estabelecer hipóteses e fazer inferências a respeito do comportamento do ser humano associado à ansiedade.

3. Ressalte a importância da gestão emocional no equilíbrio dos sentimentos e nos possíveis comportamentos associados a eles.

4. Enalteça a importância de áreas como a medicina e a psicologia no tratamento de questões como a ansiedade e o estresse.

Conexões com... Filosofia

(p. 109)

Esta seção incentiva os estudantes a traçar conexões entre o mindfulness e a filosofia ao estabelecer paralelos entre as práticas meditativas da Grécia Antiga e os conceitos de estoicismo e epicurismo. Solicite que leiam o texto. Em seguida, explique que o budismo é um sistema filosófico e religioso surgido na Índia segundo o qual é possível superar o sofrimento ao atingir o estado de bem-aventurança. Depois, oriente-os a, individualmente, responder às atividades, registrando as respostas no caderno.

1. É impor tante que os estudantes percebam como as práticas da cultura corporal com origens na Grécia Antiga ainda estão presentes na sociedade atual.

2. Amplie a atividade com os estudantes para que eles também reflitam sobre os aspectos da cultura juvenil que podem influenciar positiva ou negativamente o estado de atenção plena.

3. Garanta que as transposições realizadas alcancem os objetivos propostos na seção. Para isso, você pode reservar uma aula para que os estudantes preencham a lousa com palavras que simbolizem a valorização da atenção plena na vida cotidiana.

Oficina

de práticas corporais (p. 110 e 111)

A prática permite aos estudantes utilizar a respiração profunda de forma consciente e intencional. É importante ressaltar que as técnicas podem ser utilizadas em diversas situações, principalmente para a gestão de sensações e emoções. É importante que eles possam reconhecer a anatomia respiratória e, consequentemente, as funções do diafragma. Incentive a

participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, a fim de garantir um ambiente inclusivo.

No item 5 da etapa Praticar, caso alguns estudantes relatem incômodo durante a prática de respiração abdominal com retenção, oriente-os a diminuir a duração, inspirando por dois segundos e expirando por quatro segundos e mais dois segundos de pausa. Se julgar necessário, peça a eles que respirem normalmente e incentive-os a concluir a atividade.

Na questão 3 da etapa Avaliar, pergunte como os estudantes pretendem aplicar a respiração diafragmática na rotina diária para ajudar no controle da ansiedade. Por fim, incentive-os a utilizar a respiração profunda em diversos momentos do dia a dia.

Tópico 2 – Distopia de corpos midiatizados (p. 112)

O tema tratado neste Tópico 2 é bastante presente e importante na juventude. Por esse motivo, proponha uma roda de conversa com os estudantes para que eles possam expressar suas opiniões acerca de como o corpo e a imagem corporal são tratados na sociedade. Além disso, aproveite para garantir conexões entre o impacto dos padrões estéticos impostos pelas mídias e suas consequências para a saúde física e a saúde mental das pessoas.

Peça aos estudantes que façam a leitura da primeira parte do texto introdutório e conversem sobre as questões propostas no boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Incentive os estudantes a responder individualmente às atividades. É importante que percebam a magnitude da influência do ambiente em que vivem em relação ao corpo e aos padrões de beleza.

1. Espera-se que os estudantes percebam que os padrões de beleza são conjuntos de características estéticas esperadas e que a construção desses padrões ocorre conforme o contexto cultural. Com o maior alcance da internet e a profusão das redes sociais, as pessoas tornam-se mais sujeitas a aderir aos padrões vigentes, muito em razão de elas mesmas difundirem e publicarem suas próprias imagens. Assim, as ginásticas de condicionamento físico, muitas vezes associadas ao consumo de substâncias prejudiciais à saúde, contribuem, senão para a construção, para a idealização de corpos segundo os padrões de beleza atuais.

2. Ao conduzir a discussão sobre a influência da internet e das redes sociais na autoavaliação da imagem corporal, aproveite para evidenciar o título deste tópico. Explique como esse conceito se aplica ao cenário atual, em que padrões irreais de beleza são promovidos de forma massiva, e como isso leva as

pessoas a comparar seus corpos com imagens manipuladas e idealizadas.

3. Aproveite para promover práticas e reflexões que valorizem os diferentes corpos, respeitando suas características, individualidades, limitações e potencialidades.

Peça aos estudantes que façam a leitura da segunda parte do texto e converse com eles sobre os conteúdos que eles costumam consumir nas redes sociais. Aproveite o momento para construir um ambiente de acolhimento dos jovens e discutir sobre comportamentos que podem ser adotados, principalmente no ambiente digital, e visem combater estereótipos e padrões de beleza impostos pela sociedade e refletidos nas redes sociais.

Ler e compartilhar (p. 113 a 115)

Leia o texto com os estudantes e reserve alguns minutos para que eles possam dialogar sobre o tema. É importante garantir que os estudantes desenvolvam a autoestima e a autoconfiança e adotem uma postura de tolerância e respeito com os colegas.

Atividades

1. Converse com os estudantes sobre os motivos pelos quais os níveis de insatisfação corporal são maiores nas mulheres do que nos homens. É importante que eles percebam que diversos fatores opressores são catalizados nas mulheres, inclusive o machismo, ampliando a busca por um corpo estipulado como perfeito.

2. Ao conduzir a discussão, aproveite para destacar a diferença do impacto dos padrões de beleza em ambos os gêneros. É importante mencionar que, embora meninos e meninas sejam afetados pelos padrões de beleza, a preocupação com a imagem corporal costuma ser maior por parte das mulheres. Isso se deve à maior cobrança estética imposta historicamente sobre elas. Nos homens, a pressão também existe, geralmente mais relacionada à força e corpo atlético.

3. Converse com os estudantes sobre como as aulas de Educação Física podem auxiliar no acolhimento e na valorização dos diferentes biotipos.

4. Incentive os estudantes a compartilhar suas avaliações desse cenário para discutir, juntos, o que mudou (caso tenha mudado) e o que permanece (se de fato se mantém) em relação ao fenômeno analisado pela pesquisa divulgada na reportagem.

5. É possível pensar em ações nos ambientes familiares, escolares, além de iniciativas do poder público, como: discutir a importância de reconhecer e valorizar a beleza real e a diversidade; incentivar a participação em atividades como esportes, artes, voluntariado, que desenvolvem outras habilidades e outros interesses para além da aparência física etc.

Refletir e argumentar

Oriente os estudantes a refletir e argumentar sobre as questões apresentadas na tirinha.

1. a) Converse com os estudantes sobre o tempo que costumam despender no uso de aparelhos eletrônicos no dia a dia e o que poderiam estar fazendo em parte desses períodos. Eles poderão citar que parte desse tempo poderia ser direcionada às práticas corporais, que oportunizam a socialização. Ressalte que o bem-estar físico e mental promovido pelas práticas corporais é maior do que na utilização de aparelhos como celulares e tablets e que as práticas corporais melhoram diversos parâmetros da saúde física e mental, como, por exemplo, a autoimagem e a autoconfiança. Enfatize que tudo isso não significa abandonar completamente o uso desses aparelhos, mas sim utilizá-los com parcimônia.

1. b) As práticas corporais podem trazer a possibilidade de experiências que ajudem as pessoas a estabelecer outros tipos de conexões e interações, especialmente com elas mesmas, de maneira a manter a própria saúde e proporcionar bem-estar. Muitas vezes, a diminuição dos ambientes de prática corporal, assim como a falta de incentivo e de valorização social, pode contribuir para afastar os jovens das práticas corporais.

2. O fato de os influenciadores não serem, necessariamente, profissionais capacitados em determinada área exige a adoção de um posicionamento crítico, por parte dos estudantes, em relação ao consumo que fazem dos conteúdos na internet e nas redes sociais. Incentive-os a utilizar fontes confiáveis de pesquisas e certifique-se de que compreendem que o número de seguidores, visualizações ou compartilhamentos não pode servir como parâmetro para a confiabilidade do que é postado.

3. Converse com os estudantes sobre as diferenças entre um ato de censura e a liberdade de expressão. A liberdade de expressão sem censura é direito garantido pela Constituição, mas há limites, pois discursos de ódio e propagação de desinformação não são protegidos pelo direito à liberdade de expressão. Nesse sentido, discuta com os estudantes sobre a viabilidade de responsabilizar as pessoas por suas falas e comportamentos no ambiente digital, procurando garantir os direitos e os deveres de todos os cidadãos que convivem em sociedade.

Buscar mais conhecimento

(p. 116)

Esta seção tem como objetivo principal propor uma pesquisa de análise de mídias sociais, para que os estudantes possam investigar as postagens de especialistas em treinamento físico e em nutrição.

No item 3 da Primeira etapa, sugira que considerem diferentes temas: treinamento físico (frequência de treinos, diferenças entre treinos de força para homens e mulheres e exercícios mais eficazes para condicionamento geral); nutrição (impacto da alimentação no desempenho físico, uso de suplementos e importância da hidratação); composição corporal (relação entre exercícios aeróbicos e perda de gordura e equilíbrio entre perda de peso e manutenção de massa muscular).

No item 1 da Segunda etapa, você pode sugerir: Antonio Herbert Lancha Junior; Ciência Informa (grupo de professores e pesquisadores da Universidade de São Paulo); Guilherme Artioli; Hamilton Roschel; Tânia Rodrigues; Bianca Ramallo.

No item 4 da Segunda etapa, defina previamente o tempo da exposição oral de cada grupo, para que os estudantes preparem a apresentação multimídia e se organizem de acordo com o tempo estabelecido. Quanto à apresentação multimídia, você pode sugerir que contenha tabelas, gráficos ou outros recursos imagéticos e multissemióticos para ilustrar os resultados das análises. Se considerar pertinente, é possível envolver o professor de Arte na etapa de elaboração da apresentação multimídia, de modo que ele possa auxiliar os estudantes na adequação, considerando os objetivos e o público-alvo.

No item 5 da Segunda etapa, depois das apresentações dos grupos, organize uma roda de conversa para os estudantes comentarem como foi a atividade, desde a prática de pesquisa até a exposição oral.

Oficina de práticas

corporais (p. 117 a 119)

A atividade propõe um treino de condicionamento físico, que incentiva o desenvolvimento da resistência muscular e da flexibilidade e deve ser realizado com acompanhamento. Garanta um ambiente seguro e inclusivo, especialmente para estudantes com deficiência ou limitações físicas, se houver, adaptando as atividades, se necessário.

No item 2 da etapa Planejar, antes de iniciar a atividade, organize os estudantes pelo espaço e entregue um colchonete, um elástico e duas garrafas PET a cada um deles.

No item 3 da etapa Praticar, oriente os estudantes na série de movimentos da ginástica de condicionamento.

Agachamento: em pé, com as pernas afastadas na largura dos ombros, manter o tronco reto, o abdome contraído e as mãos na altura do peito. Flexionar os joelhos e empurrar o quadril para trás. Descer o corpo até as coxas ficarem paralelas ao chão, ou até o limite confortável. Os joelhos devem estar alinhados com os pés, sem ultrapassar as pontas. Para voltar à posição inicial, pressionar os calcanhares no chão e estender

os joelhos. Inspirar o ar na descida e expirar na subida. Músculos trabalhados: glúteo máximo, quadríceps, posteriores de coxa, tríceps sural e músculos do core.

Panturrilha: em pé, elevar-se e ficar na ponta dos pés por um segundo, contraindo as panturrilhas ao máximo. Retornar à posição inicial. Músculos trabalhados: gastrocnêmio e sóleo.

No item 4 da etapa Praticar, oriente os estudantes na série de exercícios de resistência muscular.

Elevação pélvica: em decúbito dorsal (com a barriga voltada para cima), com os joelhos flexionados e os pés apoiados no chão, na largura do quadril. Manter os braços estendidos ao lado do corpo, com as palmas das mãos para baixo, contraindo os músculos do glúteo e do abdome, e elevar o quadril em direção ao teto, formando uma linha reta dos ombros até os joelhos. Manter essa posição por 3 segundos, abaixar o quadril em direção ao chão, para retornar à posição inicial. Músculos trabalhados: glúteo máximo, glúteo médio, isquiotibiais, quadríceps, adutores do quadril e músculos do core.

Abdominal: em decúbito dorsal, com os joelhos flexionados e os pés apoiados no chão, na largura do quadril. Contrair o abdome e levar o tronco em direção aos joelhos, mantendo o quadril apoiado no colchonete. Para retornar à posição inicial, descer lentamente o tronco, mantendo o abdome contraído. Músculo trabalhado: reto abdominal.

Remada: sentado, com as pernas estendidas e unidas à frente do corpo. Envolver as solas dos pés com o elástico, segurando uma ponta do elástico em cada mão. Manter o tronco reto e as mãos alinhadas com os ombros. Puxar o elástico em direção ao tronco, dobrando os cotovelos e mantendo-os próximos ao corpo. Para retornar à posição inicial, estender lentamente os braços para frente do corpo. Músculos trabalhados: latíssimo do dorso, trapézio, romboides, redondo maior, bíceps braquial, deltoide e músculos do core.

No item 5 da etapa Praticar, oriente os estudantes na série de exercícios de resistência muscular.

Flexão de braço: em prancha alta, em decúbito ventral (com a barriga voltada para baixo), encostando os pés em meia-ponta no chão, com os braços estendidos e com as mãos apoiadas no chão, ligeiramente mais afastadas do que a largura dos ombros. Manter o corpo em linha reta, desde os calcanhares até a cabeça, contraindo os músculos dos glúteos e do abdome e direcionando o olhar à frente. Descer o corpo até que fique próximo de tocar o chão, mantendo-o alinhado, com os músculos dos glúteos e abdome contraídos, e flexionar os cotovelos, que devem apontar ligeiramente para fora. Empurrar o corpo de volta à posição inicial, estendendo os cotovelos e mantendo a postura alinhada. Músculos trabalhados: peitoral maior, deltoide, tríceps braquial, ancôneo e músculos do core.

Extensão do cotovelo: em pé, com as pernas afastadas na largura dos ombros e segurando com as mãos uma garrafa PET de 300 mL cheia de água ou de areia, manter os braços estendidos acima da cabeça e as costas retas. Flexionar os cotovelos, abaixando a garrafa PET e levando-a para trás da cabeça até que os antebraços fiquem paralelos ao chão. Manter os cotovelos próximos à cabeça e apontados para frente. Retornar à posição inicial, estendendo os cotovelos.

Rosca bíceps: em pé, com as pernas ligeiramente afastadas, na largura dos ombros. Segurar em cada mão uma garrafa PET de 300 mL cheia de água ou de areia e manter os braços totalmente estendidos ao lado do corpo, com os cotovelos próximos ao tronco. Flexionar um cotovelo de cada vez, levando a garrafa em direção ao ombro. O movimento deve ocorrer apenas nos antebraços. Em seguida, abaixar lentamente a garrafa até retornar à posição inicial, e executar com o outro lado do corpo. Músculos trabalhados: bíceps braquial, braquial e braquiorradial.

No item 6 da etapa Praticar, oriente os estudantes nesta sequência de alongamentos.

Alongamento para a musculatura lateral do tronco: em pé, com os pés paralelos, ficar com as pernas estendidas e afastadas na largura dos ombros, os braços estendidos para cima, com mãos entrelaçadas acima da cabeça. Inclinar o tronco para a lateral.

Alongamento para a musculatura do ombro: em pé, ficar com as pernas afastadas e estendidas. Braço esquerdo cruzado e estendido à frente do peito. Cotovelo esquerdo flexionado apontando para o chão, com o antebraço esquerdo à frente do antebraço direito encostando nele. Fazer o mesmo com o braço direito.

Alongamento para punhos: em pé, ficar com as pernas estendidas e afastadas na largura dos ombros. Mãos à frente do tronco, um pouco abaixo da linha do peito, com as palmas juntas e os dedos apontando para cima.

Alongamento para a região anterior da coxa: pernas estendidas, pé apoiado no chão. Flexionar a perna, com o joelho apontado para o chão e o pé encostando no glúteo, sendo segurado pela mão do mesmo lado. Depois, fazer o mesmo com a outra perna.

Alongamento para as costas: ajoelhar com os glúteos encostando nos calcanhares, peito encostando nas coxas, cabeça voltada para o chão e braços estendidos à frente do corpo.

Tópico

3 – Antiginástica: um encontro com o próprio corpo (p. 120)

O texto introdutório leva os estudantes a compreender as dificuldades na consciência corporal enfrentadas durante a puberdade e os estirões de crescimento. Nesse

momento, é importante levá-los a reconhecer essa estranheza como um processo natural ao desenvolvimento do corpo humano.

Primeiro olhar

Após a leitura do texto com os estudantes, incentive-os a responder às atividades.

1. Enalteça a normalidade e a diversidade de transformações corporais.

2. Informe aos estudantes que a condição física dos atletas durante a puberdade é variável. Ainda que todos tenham a mesma idade, os corpos podem estar em estágios diferentes de maturação.

3. Saliente que o foco da antiginástica não são a estética e o culto ao corpo e que, talvez por isso, seja nomeada dessa forma.

Aproveite o momento para conversar com os estudantes sobre como a falta de consciência corporal pode ser um motivo para que as pessoas se afastem das atividades e dos exercícios físicos.

Ler e compartilhar (p. 121 a 123)

Organize os estudantes em duplas e peça que leiam o texto. Incentive-os a compreender a antiginástica como uma prática alternativa para a melhora da consciência corporal e do relaxamento.

Atividades

Ao conduzir as atividades, reflita com os estudantes sobre o fato de a antiginástica não substituir outros diversos benefícios das ginásticas para a saúde física e mental.

1. Pergunte aos estudantes se existem outras formas de obter benefícios similares aos adquiridos com a antiginástica.

2. Enalteça a importância da condução da prática por um profissional capacitado, como um professor de Educação Física ou um fisioterapeuta, por exemplo.

3. b) Bertherat acredita que o excesso de tensão, o encurtamento e as contrações dessa cadeia de músculos pesquisados por sua colega, Françoise Mézières, são as causas desses males. As soluções propostas são exercícios de alongamento para relaxar o corpo e fazer voltar ao lugar os ossos, músculos, tendões e ligamentos.

4. Converse com os estudantes sobre a complexidade do corpo humano e a importância da conexão entre todas as suas estruturas, tanto para o autoconhecimento quanto para a saúde e o bem-estar.

Refletir e argumentar

A proposta deste boxe é incentivar o posicionamento crítico dos estudantes em relação às práticas que enfatizam o culto ao corpo, em comparação com aquelas que promovem uma visão mais reflexiva sobre a valorização corporal.

1. Reflita com os estudantes sobre como a indústria (estética, suplementos, academias etc.) incentiva o corpo perfeito e o desempenho a qualquer custo.

2. Converse sobre as diferenças entre as práticas de academia e a antiginástica, assim como seus diferentes benefícios para o condicionamento físico e a saúde.

3. Ressalte que os objetivos intrínsecos às práticas corporais devem se sobrepor aos fins estéticos impostos pela indústria fitness e de estética. Nesse sentido, evidencie a importância da visão crítica como fator determinante no consumo de informações e na prática de atividades físicas de modo consciente e saudável.

Oficina de práticas

corporais (p. 124 e 125)

Para a prática da antiginástica, proporcione um ambiente calmo, silencioso e confortável. Caso algum estudante apresente níveis de dor ou desconforto incompatíveis com a prática, oriente-o a evitar a postura ou a movimentação proposta. Garanta uma prática inclusiva, especialmente para estudantes com deficiência ou limitações físicas, se houver, adaptando as atividades, se necessário.

No item 4 de Praticar, fale pausadamente as partes do corpo indicadas a seguir, para que os estudantes tenham tempo suficiente para direcionar a atenção a cada uma delas: calcanhares, panturrilhas, ossos da bacia, glúteo, vértebras, costas, escápulas, ombros, cabeça.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles sobre essa avaliação, propondo as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos?

2. R espeitei o momento de fala dos colegas, considerando seus argumentos durante as reflexões propostas?

3. Compreendi a relação existente entre o mindfulness e a filosofia grega antiga?

4. Dediquei-me à atividade de pesquisa, auxiliando o meu grupo a selecionar e analisar as publicações sobre treinamento físico e nutrição, composição corporal ou ginástica de condicionamento do especialista selecionado? Envolvi-me na elaboração da animação com as orientações sobre exercício físico e alimentação?

5. Participei das discussões e das reflexões sobre o conceito de antiginástica?

6. Empenhei-me nas atividades da Oficina de práticas corporais que foram propostas ao longo do Capítulo (exercícios respiratórios, treino de condicionamento físico e sessão de antiginástica)?

Capítulo 6 Esportes paralímpicos

A BNCC no Capítulo 6

Temas Contemporâneos Transversais: Vida Familiar e Social; Educação em Direitos Humanos.

Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo de atuação na vida pública e campo jornalístico-midiático.

Competências gerais: 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503).

Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502).

Objetivos e justificativa

E xperimentar os papéis de jogador e árbitro de golbol, discutir a inclusão de pessoas com deficiência e apropriar-se do conceito de capacitismo, combatendo discursos e comportamentos capacitistas. Experimentar e fruir o vôlei sentado e conscientizar-se sobre a importância da cobertura vacinal e da prática esportiva para pessoas com deficiência.

• Compreender a importância das redes de apoio para as pessoas com deficiência e discutir sobre o respeito à diversidade.

A construção de uma sociedade inclusiva passa pela valorização da diversidade, por meio da educação. A Educação Física contribui com esse processo ao permitir o acesso dos estudantes à vivência dos esportes paralímpicos, ressignificando a prática esportiva de pessoas com deficiência e promovendo a ideia de possibilidades, em vez de limitações. Assim, o golbol, o vôlei sentado e o atletismo paralímpico favorecem o aprofundamento

dos TCTs Vida Familiar e Social e Educação em Direitos Humanos, discutindo inclusão, capacitismo, cobertura vacinal, transformação social por meio do esporte, redes de apoio e respeito à diversidade.

Introdução

No Tópico  1, o golbol possibilita o desenvolvimento das competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, abordando inclusão e capacitismo e os campos de atuação social das práticas de estudo e pesquisa, de atuação na vida pública e jornalístico-midiático.

No Tópico 2, o vôlei sentado promove o desenvolvimento das competências específicas 1, 2, 3, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, com debates sobre transformação social por meio do esporte e de prática de pesquisa sobre cobertura vacinal, contemplando os campos de atuação social da vida pessoal, das práticas de estudo e pesquisa, de atuação na vida pública e jornalístico-midiático.

No Tópico 3, o atletismo paralímpico incentiva o desenvolvimento das competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, com análises sobre a importância das redes de apoio para as pessoas com deficiência e o respeito à diversidade, contemplando os campos de atuação social da vida pessoal, de atuação na vida pública e jornalístico-midiático.

Abertura do Capítulo 6 (p.

126)

Peça aos estudantes que leiam individualmente o texto de abertura do Capítulo. Em seguida, oriente-os a observar a imagem e responder à questão. Espera-se que citem algumas características ou regras do golbol, como os lançamentos da bola, os movimentos de defesa, o que os jogadores vestem para praticar o esporte, as vendas usadas por eles no rosto etc. Eles também podem mencionar o tamanho das traves de gol, a demarcação da quadra, o número de jogadores em quadra (três por time).

Objeto educacional digital

O podcast apresenta a história, a importância e as características dos Jogos Paralímpicos, um evento global que promove inclusão e visibilidade para atletas com deficiência. Também enfoca o destaque dos atletas brasileiros no quadro geral de medalhas e políticas e iniciativas que fazem o Brasil se tornar uma potência do esporte paralímpico.

Tópico

1 – Golbol:

esporte exclusivo para pessoas com deficiência

visual (p. 127 e 128)

Solicite aos estudantes que façam a leitura do texto introdutório e conversem sobre as questões propostas no boxe Primeiro olhar

Primeiro olhar

1. Espera-se que os estudantes compartilhem o que sabem sobre esportes paralímpicos, mencionando modalidades esportivas, características dos atletas, conquistas nacionais em edições dos Jogos Paralímpicos etc. Nesse momento, procure mapear os conhecimentos prévios dos estudantes sobre esportes paralímpicos.

2. Incentive os estudantes a refletir sobre as diferentes modalidades esportivas paralímpicas e as adaptações necessárias para pessoas com deficiência física, sensorial ou intelectual.

4. Espera-se que os estudantes citem o respeito, a empatia, a solidariedade, a ética, a inclusão e a igualdade como alguns dos valores intrínsecos à prática esportiva adaptada, que vão se refletir também em seus projetos de vida, ao interagir com as pessoas e atuar na sociedade.

Reforce com os estudantes as denominações das áreas da quadra, relacionando-as às cores da imagem: faixas amarelas correspondem às áreas de orientação, faixas laranjas correspondem às áreas de lançamento e faixas marrons correspondem à área neutra, onde a bola deve tocar ao ser lançada.

Objeto educacional digital O áudio “Regras e curiosidades do goalball” (faixa 5) apresenta um breve contexto do golbol, suas características e alguns detalhes dessa modalidade esportiva paralímpica.

Ler e compartilhar (p. 129 e 130)

Oriente os estudantes a realizar individualmente a leitura proposta na seção.

Atividades

1. A autoestima é importante para todos; para pessoas com deficiência, ela pode impulsioná-las a lutar por seus sonhos, estudar, praticar esportes e mostrar à sociedade a sua capacidade. A mudança do olhar em relação às pessoas com deficiência por parte da sociedade já está acontecendo, segundo Romário. Os esportes promovem visibilidade, e a mídia ajuda a construir essa autoestima.

3. Espera-se que os estudantes compartilhem relatos de exclusão pessoal ou de terceiros, sugerindo ações contra isso, como combater o capacitismo e reconhecer a falta de inclusão e acessibilidade nas cidades, o que limita a integração de pessoas com deficiência. Proponha uma discussão sobre diversidade e acolhimento.

5. Espera-se que, organizados em grupos, os estudantes conversem sobre a importância da inclusão e da visibilidade das pessoas com deficiência e sobre como é possível contribuir para isso. Um

exemplo é identificar se os espaços na escola, no bairro ou na região são apropriados para as necessidades e os direitos que essas pessoas também têm de se deslocar, utilizar transporte público, subir ou descer pavimentos em edificações, comunicar-se, expressar-se, interagir etc. Procure engajar os estudantes a se comprometerem com a adoção de comportamentos inclusivos e empáticos. Também é possível, por exemplo, sensibilizá-los a identificar problemas em espaços públicos e a buscar soluções, fazendo registros e entrando em contato com os canais de atendimento ou com as pessoas responsáveis por esses locais.

Refletir e argumentar

As atividades deste boxe auxiliam na elaboração do posicionamento crítico dos estudantes. Sugere-se levá-los ao laboratório de informática da escola (se houver) para acessar o guia Combata o capacitismo, ampliando o entendimento deles sobre o assunto.

1. Oriente os estudantes a explicar os motivos pelos quais consideram os termos capacitistas, mesmo os regionais. Aproveite para relacionar o uso desses termos ao bullying e ao cyberbullying, ressaltando a importância de combatê-los também, de modo que os estudantes compreendam a importância do respeito às pessoas e suas identidades, culturas, saberes, escolhas etc.

2. Convide os estudantes a refletir sobre seus próprios comportamentos em relação às pessoas com deficiência e identificar se já adotaram atitudes capacitistas.

3. Espera-se que os estudantes citem a conscientização diária sobre o combate ao capacitismo, sugerindo, por exemplo, que se pergunte à pessoa com deficiência como ela prefere ser ajudada, respeitando sua autonomia.

Sugestão para o professor

• AFINAL, o que é capacitismo? [S. l.: s. n.], 2022. 1 vídeo (3 min). Publicado pelo canal Terra Brasil. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=TGBO1f-dYag. Acesso em: 25 out. 2024.

O vídeo apr esenta a definição de capacitismo e os comportamentos mais comuns que caracterizam esse preconceito.

Conexões com... Biologia

(p. 131 e 132)

Leia o texto em voz alta e, ao fim de cada parágrafo, esclareça as informações. Após ler o primeiro parágrafo, explique que o córtex auditivo, responsável por interpretar os sons, fica na parte lateral do cérebro. Após ler o segundo parágrafo, fale sobre a propagação do som em ondas e a frequência sonora (Hz), destacando

que o córtex auditivo de pessoas cegas ou com perda precoce de visão tem uma sintonização mais estreita, o que permite maior precisão auditiva. Após ler o terceiro parágrafo, explique que essa reorganização se chama neuroplasticidade, uma adaptação do cérebro. Mostre a imagem da página 132 do Livro do estudante, indicando a localização do córtex auditivo no cérebro. Depois de finalizar a leitura, proponha aos estudantes que se organizem em duplas para responder às atividades.

1. Se for possível, acompanhe os estudantes até o laboratório de informática, se houver, para que eles possam realizar a pesquisa.

4. Espera-se que os estudantes discutam o impacto do excesso de ruído nos centros urbanos na orientação espacial, saúde e bem-estar de pessoas com deficiência visual. Uma possível solução é levantar a questão com o poder público e propor medidas como campanhas contra a poluição sonora que limitem o uso de caixas de som e regulamentem veículos que emitem ruídos desnecessários.

Oficina de práticas corporais (p. 133 e 134)

As discussões propostas no Capítulo promovem reflexões que buscam a mudança de comportamento e o respeito às pessoas com deficiência. Entretanto, a simulação de deficiência com o uso de vendas não contribui para o acolhimento da diversidade, por isso não recomendamos essa prática. O propósito desta oficina é apresentar aos estudantes o golbol, esporte paralímpico pouco conhecido e pouco divulgado, e permitir sua experimentação, fruição e análise.

No item 2 da etapa Planejar, a delimitação de quatro quadras iguais possibilita que sejam disputadas partidas simultâneas, reduzindo o tempo de espera das equipes.

No item 5 da etapa Praticar, esclareça o papel do árbitro no golbol, que conduz o início do jogo e os períodos, comanda as cobranças de penalidades e anuncia gols e faltas.

No item 7 da etapa Praticar, reforce que a bola só pode ser arremessada com as mãos, sem o uso dos pés. Explique que um comando importante para o jogo com vendas e que pode ser incorporado na atividade é o “play”, que marca o início ou reinício do jogo, exigindo silêncio de todos (incluindo a torcida, se houver). Outros comandos importantes são: “out”, para informar que a bola saiu da área de jogo, e “block out”, quando a defesa rebate a bola para fora. Nesse caso, o árbitro reposiciona a bola para um novo arremesso após o comando “play”. Ressalte para os estudantes que as regras do golbol são regidas pela International Blind Sports Federation (IBSA), que elegeu a língua inglesa como padrão para a uniformização dos comandos. Assim, eles poderão conscientizar-se desse uso por diversos falantes com ca-

racterísticas multiculturais, percebendo, por meio desse exemplo, a língua inglesa como um bem simbólico a ser utilizado por pessoas do mundo todo.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a também comentar como foi a experiência pessoal deles ao exercer o papel de árbitro das partidas e utilizar os termos em inglês para conduzi-las.

Sugestão para o professor

• OLIVEIRA, Ricardo Aparecido de; SILVA, Letícia Pereira da. Manual iniciação ao esporte paralímpico: goalball. São Paulo: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), 2021. E-book. Disponível em: www.fundesporte.ms.gov.br/wp-content/ uploads/2023/07/Manual-de-Iniciacao-Goalball-1.pdf. Acesso em: 25 out. 2024.

Manual introdutório sobre a prática esportiva para pessoas com deficiência.

Tópico 2 – Vôlei sentado: esporte paralímpico

para pessoas com deficiência física

(p. 135 e 136)

Oriente os estudantes a realizar a leitura da primeira parte do texto introdutório e a conversar sobre as questões propostas.

Primeiro olhar

Separe os estudantes em pequenos grupos e oriente o debate sobre as respostas das atividades. 1 e 2. Se for possível, leve a turma ao laboratório de informática, se houver, e compartilhe um vídeo de uma partida de vôlei sentado, mostrando as regras e possibilidades de adaptações da modalidade em relação ao voleibol de quadra. Se desejar, acesse o canal do Comitê Paralímpico do Brasil (disponível em: www.youtube.com/@brasilparalimpico; acesso em: 25 out. 2024) e selecione o vídeo que será compartilhado com os estudantes.

Ler e compartilhar (p. 136 a 138)

Oriente os estudantes a realizar a leitura individual do texto.

Atividades

1. Peça aos estudantes que comentem se conhecem alguém que contraiu meningite e como a doença se manifestou.

2 a 4. Peça aos estudantes que discutam os motivos que levam as pessoas a não se vacinarem e reforce a importância da cobertura vacinal para a proteção da população contra doenças graves.

5. Aproveite para conversar sobre as possibilidades de adaptação em outros esportes, além do voleibol, para atender as pessoas com deficiência.

Sugestão para o professor

• C ONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL PARA DEFICIENTES. Regras oficiais de voleibol sentado [Aracaju]: CBVD, 2022. Disponível em: https://cbvd.org. br/wp-content/uploads/2022/07/REGRAS-OFICIAISVOLEIBOL-SENTADO-2022-2024-CBVD-VERSÃO-FINAL. pdf. Acesso em: 25 out. 2024. Este manual apresenta as regras oficiais de vôlei sentado.

Refletir e argumentar

Sugira aos estudantes que se organizem em pequenos grupos para ler a charge e responder às atividades para, depois, compartilhá-las com a turma.

2. Peça que comentem as fake news sobre a vacinação a que tiverem acesso e expliquem por que essas informações são falsas.

3. Promova um debate sobre a regulação das plataformas on-line, incentivando os estudantes a construir argumentos favoráveis ou contrários a essa temática.

Buscar mais conhecimento (p. 139)

A prática de pesquisa quantitativa e a elaboração de questionário, propostas na atividade, reforçam a conscientização dos estudantes sobre a importância da cobertura vacinal e favorecem o engajamento deles com essa causa ao ampliar a propagação da informação correta para toda a comunidade escolar, contemplando o protagonismo comunitário.

Explique aos estudantes que a pesquisa quantitativa utiliza dados mensuráveis, ou seja, que possam ser quantificados, para investigar um fenômeno.

No item 2 da Primeira etapa, ajude os estudantes a elaborar a lista de temas para pesquisa, a fim de evitar repetições, e a distribuir esses temas entre os grupos.

No item 3 da Primeira etapa, confira as quatro alternativas de resposta elaboradas para as quatro perguntas por cada grupo, auxiliando-os a reconstruir o texto, se necessário.

No item 1 da Segunda etapa, pesquise previamente algumas plataformas gratuitas para a criação de questionários e compartilhe-as com os estudantes. Se for possível, reserve o laboratório de informática da escola, se houver, para a realização da atividade.

Oficina de práticas

corporais (p. 140 e 141)

No item 2 da etapa Planejar, organizar duas partidas simultâneas de vôlei sentado permite que mais estudantes participem do jogo ao mesmo tempo.

No item 3 da etapa Planejar, intervenha na formação das equipes para evitar disparidades técnicas e táticas, garantindo jogos equilibrados. Para evitar longas esperas, proponha aos estudantes que façam um rodízio entre as equipes, que disputarão partidas com um único set mais curto, ou que definam uma duração máxima para cada partida.

No item 1 da etapa Praticar, convide os estudantes que não estiverem jogando para atuar como árbitros.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a analisar a experiência pessoal no jogo fazendo comentários construtivos, a fim de contribuir para o aprimoramento em práticas futuras.

Tópico 3 – Atletismo paralímpico: desafios e possibilidades (p. 142)

Oriente os estudantes a realizar a leitura individual do texto introdutório.

Informe aos estudantes que a maratona é uma prova de rua tradicional com distância de 42.195 m (aproximadamente 42 km), enquanto a meia maratona compreende metade desse percurso, ou seja, 21.097,5 m (aproximadamente 21 km).

Primeiro olhar

Oriente os estudantes a formar duplas e conversar sobre as suas respostas às atividades.

1. Espera-se que os estudantes mencionem o trabalho cuidadoso e adaptado com os atletas das diversas modalidades do atletismo paralímpico, levando em conta as deficiências física, visual e intelectual e, principalmente, suas variações, que influenciam a categorização dos paratletas, na permissão do uso de equipamentos e no direito a competir acompanhados de atletas-guias.

3. Explore a relação de confiança entre o atleta-guia e o paratleta. Para mais detalhes a respeito das cadeiras que os paratletas utilizam, leve-os ao laboratório de informática da escola, se houver, e acesse a página do Comitê Paralímpico Brasileiro, disponível em: https://cpb.org.br/noticias/atletas-paralimpicosdo-arremesso-e-lancamento-tem-cadeiras-exclu sivas-que-exigem-normas-e-materiais-proprios/ (acesso em: 25 out. 2024).

Ler e compartilhar (p. 143 a 145) Solicite aos estudantes que leiam o texto. Depois, encaminhe-os para a realização das atividades.

Atividades

1. Converse sobre a importância das brincadeiras e da atividade física para que crianças com deficiência ganhem autonomia e vivam uma infância plena.

2. Em 2024, ano em que a reportagem foi publicada, o ex-atleta paralímpico ocupava o cargo de vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro. Yohansson teve uma carreira de sucesso como atleta e tem competência para liderar uma instituição que é referência mundial na gestão e na promoção do esporte paralímpico, além de proporcionar a outras pessoas que desenvolvam seus talentos para se tornarem grandes esportistas profissionais como ele.

5. O Comitê Paralímpico Brasileiro é responsável por programas que incentivam a inclusão de jovens com deficiência no esporte. Na sede estão o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro e a Escola Paralímpica de Esportes, que oferecem 14 modalidades gratuitas para crianças e adolescentes com deficiência física, visual e intelectual. Outros programas do comitê também incentivam o contato contínuo com o esporte.

6. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a importância de construir relações respeitosas com todos, independentemente de sua condição física ou intelectual. As pessoas com deficiência precisam ser compreendidas e respeitadas para além da deficiência, com seus desejos, sonhos e capacidade de realização. Todas as pessoas, independentemente de suas condições, devem ser incentivadas a superar eventuais dificuldades e agir como protagonistas de seu projeto de vida, valorizando e acolhendo as suas e as outras individualidades.

7. Converse com os estudantes sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência desde a fase da infância, na educação escolar. Se julgar oportuno, consulte o Painel de Educadores da Educação Especial, elaborado pelo Instituto Rodrigo Mendes e pelo Instituto Unibanco, que pode ser acessado na plataforma Diversa, disponível em: https://diversa.org.br/indicadores/ (acesso em: 25 out. 2024).

8. A rede de apoio é formada por pessoas que oferecem suporte emocional e logístico aos atletas, ajudando a manter sua saúde física e mental e permitindo que se dediquem ao esporte. Inclui familiares, profissionais de preparação e outras pessoas do entorno que contribuem para sua participação em treinos e competições.

Refletir e argumentar

Faça a leitura do texto em voz alta e posteriormente leia uma atividade por vez, incentivando os estudantes a opinar.

2. Espera-se que os estudantes argumentem que a divergência do senso comum causa estranhamento. Em uma época na qual muitas relações humanas são mediadas pelas redes sociais, esse estranhamento pode se transformar em repulsa.  Os

algoritmos das redes sociais direcionam a conteúdos que reforçam interesses, formando grupos que compartilham crenças e valores, o que resulta em não aceitação ou repúdio ao que é diferente. Isso dificulta o respeito à diversidade.

3. Incentive os estudantes a refletir sobre as características únicas, valorizando suas existências e elaborando um projeto de vida autoral e significativo. Proponha que argumentem suas respostas e acolham as dos colegas, pautando-se nos valores de equidade e nos princípios dos Direitos Humanos.

4. Peça aos estudantes que compartilhem experiências que envolvam respeito à diversidade. Incentive-os a se comprometer com o combate ao preconceito, adotando comportamentos empáticos.

Oficina de práticas corporais (p.

146 e 147)

A proposta do salto em distância cooperativo favorece a participação de todos os estudantes. Se julgar oportuno, proponha mais de uma partida, mantendo ou misturando as equipes. Garanta um ambiente inclusivo e participativo, especialmente se houver estudantes com deficiência ou limitações físicas. Considere adaptar regras, se necessário.

No item 3 da etapa Praticar, instrua os estudantes a executar uma série de alongamentos para os membros inferiores, antes de iniciarem a corrida e os saltos.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a revisitar a participação deles e compartilhar como foi a experiência pessoal deles durante a atividade.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles, propondo as questões a seguir, que permitem identificar habilidades consolidadas e aquelas que precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com inferências, argumentos e análises críticas?

2. Respeitei o momento de fala dos colegas, considerando seus argumentos?

3. Dediquei-me à atividade de pesquisa, auxiliando o meu grupo a elaborar e aplicar o questionário e a analisar as respostas obtidas, além de participar da campanha de conscientização sobre a importância da cobertura vacinal?

4. Empenhei-me nas atividades da Oficina de práticas corporais que foram propostas ao longo do Capítulo (golbol, vôlei sentado e salto em distância paralímpico)?

5. Consegui valorizar os conhecimentos adquiridos e aplicá-los ao meu projeto de vida?

Capítulo 7 Práticas corporais de aventura

A BNCC no Capítulo 7

Temas Contemporâneos Transversais: Educação Ambiental; Educação para o Consumo; Vida Familiar e Social; Saúde.

Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo jornalístico-midiático, campo de atuação na vida pública.

Competências gerais: 1, 2, 4, 5, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502).

Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503).

Objetivos e justificativa

Conhecer o processo histórico do skate e suas características, refletindo sobre as relações com o meio em que é praticado, além de aprender noções básicas de equilíbrio e deslocamento.

Aprofundar-se nas práticas corporais de aventura na natureza, refletindo sobre a importância de preservar o meio ambiente, e participar de uma atividade adaptada de corrida de orientação, que possibilita orientação espacial e tomadas de decisões.

• Identificar as características do parkour e como essa prática pode ressignificar o espaço urbano, reconhecendo sua característica não competitiva e os benefícios que proporciona aos praticantes.

A temática da prática corporal de aventura urbana desenvolvida no Tópico 1 oportuniza aos estudantes refletir sobre o skate e sobre como essa prática pode ajudar na percepção do espaço urbano e nas questões da sustentabilidade, trabalhando os TCTs Educação Ambiental, Educação para o Consumo e Vida Familiar e Social. O Tópico 2 aborda uma prática realizada na natureza, possibilitando um contato maior com o ambiente

natural e permitindo conscientizar-se da importância de sua preservação e da relação desse aspecto com a revitalização de outros espaços, trabalhado assim o TCT Educação Ambiental. O Tópico 3 permite a reflexão crítica sobre a filosofia relacionada ao parkour e sobre como essa prática é capaz de despertar a motivação e a cooperação para superar obstáculos, o autoconhecimento e a consciência corporal, desenvolvendo os TCTs Vida Familiar e Social e Saúde.

Introdução

No Tópico 1, a tematização tem como foco desenvolver as competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias e explorar os campos de atuação social da vida pessoal, das práticas de estudo e pesquisa e jornalístico-midiático, ao permitir vivenciar uma prática urbana em diferentes contextos e compreender seu processo histórico.

O Tópico 2 desenvolve as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias e explora os campos de atuação social das práticas de estudo e pesquisa e de atuação na vida pública, ao trabalhar a análise e a reflexão sobre práticas corporais de aventura na natureza e sobre como elas podem impactar positivamente o meio ambiente, mobilizando percepções de preservação e de revitalização de espaços.

O Tópico 3 desenvolve as competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias e explora o campo de atuação social jornalístico-midiático, ao possibilitar a experiência e a fruição do parkour, além da reflexão sobre sua relação com a ressignificação do espaço urbano e a conscientização do próprio corpo, além de reconhecimento de limites e transposição de obstáculos e dificuldades, explorando os aspectos desafiadores dessa prática essencialmente não competitiva.

Abertura do Capítulo 7 (p. 148)

No Capítulo 7, os estudantes terão a oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre as práticas corporais de aventura, as relações que essas práticas estabelecem com os espaços onde são praticadas e a conscientização dos praticantes sobre esses ambientes e o próprio corpo, despertando reflexões sobre sustentabilidade, preservação, revitalização e ressignificação, além do autoconhecimento e da conscientização corporal.

Faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre os assuntos abordados no Capítulo 7. Oriente-os a fazer uma leitura do texto introdutório do Capítulo e a responder oralmente à pergunta do último parágrafo. Espera-se que identifiquem que o skate é o esporte representado na fotografia, considerando os elementos da imagem, como o instrumento e os acessórios utilizados pela atleta e o ambiente em que ela executa a manobra, e categorizando-o como

uma prática corporal de aventura urbana. É possível ampliar a análise dessa imagem ao pedir aos estudantes que descrevam o ambiente em que ocorre a cena, com a marca olímpica ao fundo, sobre uma estrutura de concreto armado, perguntando-lhes em quais espaços urbanos é possível praticá-lo.

Sugestão para o professor

• HISTÓRIA do skate no Brasil. [ S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (10 min). Publicado pelo canal 100%SKATEmag. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=8J8OFS4tulw. Acesso em: 24 out. 2024.

O vídeo apresenta a história do skate no Brasil.

Tópico 1 – Skate: o surfe

do asfalto (p. 149)

Peça aos estudantes que façam a leitura da primeira parte do texto introdutório, faça um levantamento dos conhecimentos prévios deles a respeito do skate e solicite que conversem sobre os questionamentos propostos no boxe Primeiro olhar

Primeiro olhar

Em uma roda de conversa, convide os estudantes a responder oralmente às perguntas, certificando-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1. Os estudantes podem citar se já viram vídeos na internet ou se assistiram a competições de skate pela televisão. Se houver quem pratique a modalidade, incentive o compartilhamento da experiência com os colegas: como foi o aprendizado, onde costuma andar de skate e de que modo garante a segurança ao praticar.

2. Cada estudante pode ter uma visão do skate , associada a lazer, meio de locomoção ou até mesmo competição. Eles devem argumentar de maneira respeitosa, ouvindo e acolhendo as falas dos colegas.

3. É possível que os estudantes primeiro contextualizem a prática do skate, dizendo se ocorre em pistas apropriadas e locais de lazer, como parques ou praças, ou se ocorre em ruas e avenidas (tanto como diversão quanto como meio de transporte). Ao associá-la a meio de transporte, é possível que apresentem argumentos que relacionem a prática a uma mobilidade urbana sustentável, pois o skate não emite poluentes como a maioria dos veículos utilizados para locomoção. Já em relação aos pontos negativos, ao associar a prática a meio de transporte, os estudantes poderão dizer que muitos dos centros urbanos possuem relevos inapropriados para a utilização do skate, especialmente os mais montanhosos, com subidas ou descidas muito íngremes, além da dificuldade de convívio com meios de transporte maiores, especialmente os veículos.

Peça aos estudantes que façam a leitura da segunda parte do texto introdutório. Evidencie que houve um período em que o skate foi marginalizado e chegou a ser proibido na cidade de São Paulo. Sobretudo, chame a atenção para a reflexão proposta em relação ao skate ser utilizado como um meio de transporte não poluente, mas que é indissociável da paisagem urbana, especialmente dos grandes centros, motivo pelo qual muitos não o consideram um aliado da sustentabilidade.

Ler

e compartilhar (p. 150 a 152)

Peça aos estudantes que leiam o artigo e respondam às atividades no caderno, incentivando-os a compartilhar oralmente as respostas.

Atividades

1. Assegure-se de que os estudantes percebam, pelas frases citadas, a mudança de perspectiva em relação ao skate, identificando a contraposição entre os verbos destruir e regenerar

2. Espera-se que os estudantes reconheçam que o posicionamento da skatista é bem claro em relação à crítica feita à cultura do skate e que eles se posicionem com argumentos coerentes em relação ao assunto. Ao afirmar que o skate não contribui para a sustentabilidade do meio ambiente, a skatista se refere à relação do skate com a infraestrutura das cidades, que são, segundo ela, os principais centros de degradação ambiental. Atita menciona que a cultura do skate gira em torno de triturar objetos fabricados pelo ser humano, com materiais não sustentáveis, e que, além de já degradar construções existentes, são construídas ainda outras mais, apenas para proporcionar emoção aos skatistas e entusiastas.

3. Certifique-se de que os estudantes analisem e identifiquem os benefícios de haver ações voltadas para a sustentabilidade e o impacto positivo dessas ações no meio ambiente, o que não significa erradicar a cultura do skate, mas sim torná-la mais sustentável.

4. Os estudantes devem refletir e concluir que a fabricação local tem impactos econômicos e sociais positivos nas comunidades.

5. Incentive os estudantes a citar ideias ou ações para reutilizar os espaços visando à sustentabilidade.

6. Peça aos estudantes que compartilhem suas opiniões com os colegas, expondo seus pontos de vista e ouvindo os demais com respeito e atenção.

Refletir e argumentar

A proposta deste boxe incentiva os estudantes a argumentar posicionando-se criticamente. Oriente-os a ler o texto e responder às atividades no caderno individualmente e, em seguida, compartilhar as respostas com os colegas.

1. Os estudantes devem relacionar o texto apresentado neste boxe ao artigo lido na seção Ler e compartilhar, estabelecendo paralelos entre a economia linear e a ideia de “patinar e destruir”.

2. Os estudantes devem refletir e apresentar argumentos que relacionem o consumo, na cultura do skate, à sustentabilidade e à preservação ambiental. Você pode ampliar a reflexão ao propor que considerem, em suas opiniões, a influência das mídias na divulgação do skate e as grandes marcas comerciais que patrocinam os atletas e utilizam essas mesmas mídias para anunciar seus produtos.

3. Incentive os estudantes a compartilhar os argumentos com base em seus pontos de vista. Instigue ainda mais a reflexão deles perguntando se há aspectos negativos em relação ao skate ter se tornado uma modalidade dos Jogos Olímpicos e solicitando que apresentem justificativas.

Conexões com... Física (p. 153)

Esta seção traz uma abordagem interdisciplinar com o componente curricular Física ao abordar o princípio de ação e reação, permitindo analisar como as quedas causam lesões no corpo do praticante de skate e reconhecer a importância dos equipamentos de segurança e de espaços adequados para a prática.

1. É impor tante que os estudantes compreendam que, mesmo que haja forças sendo aplicadas no chão e no corpo do skatista, o impacto causa mais lesão pelo fato de o corpo não ser preparado para absorver uma grande quantidade de energia cinética (forma de energia associada à quantidade de movimento de um objeto).

2. Os equipamentos de segurança absorvem (amortecem) os impactos da queda, especialmente em regiões sensíveis, como as articulações dos joelhos e dos cotovelos e a região do crânio.

Oficina de práticas corporais (p. 154 a 156)

Nesta seção, os estudantes poderão vivenciar e experimentar o skate de uma maneira segura na escola. Para realizá-la, eles devem usar equipamentos de segurança. Se for possível, providencie e distribua colchonetes ou tatames pelo chão para amortecer o impacto das eventuais quedas, mesmo que você e os colegas estejam próximos para fornecer suporte e apoio. Incentive a par ticipação de todos, inclusive dos estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva. No item 2 da etapa Planejar, de acordo com a quantidade de skates e de materiais de proteção disponíveis na escola, divida a turma em alguns grupos e disponibilize a eles um skate e um conjunto de materiais de proteção. Sabendo que os materiais para a prática

do skate são específicos e que não é comum tê-los nos materiais de Educação Física da escola, procure identificar, junto aos estudantes, quantos possuem skate e equipamentos de segurança e se podem disponibilizá-los para a realização da atividade.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre a participação deles na atividade e a compartilhar como foi a experiência pessoal deles durante a atividade.

Tópico 2 – Orientação, trilhas e natureza

(p. 157)

Na abertura do Tópico 2, informe aos estudantes que a corrida de orientação começou a ser praticada na Suécia, no início do século XX, quando o ambiente da natureza foi utilizado como estratégia para motivar atletas que tinham abandonado as provas de corrida no campo a retornar a essas competições. No Brasil, a modalidade tornou-se mais conhecida em 1974, depois de ser introduzida no currículo da Escola de Educação Física do Exército. Oriente os estudantes a ler individualmente a primeira parte do texto introdutório e, em seguida, responder oralmente às atividades do boxe Primeiro olhar

Primeiro olhar

2. Incentive os estudantes a compartilhar as experiências com os colegas. Caso alguns nunca tenham vivenciado uma prática de aventura, pergunte se já viram vídeos, competições ou reportagens sobre o assunto e quais foram as impressões deles. Peça que leiam a segunda parte do texto introdutório. Enfatize a importância da segurança ao praticar o trekking e também da conscientização da preservação do meio ambiente que todo aventureiro deve nutrir. Em seguida, peça que leiam o texto da seção Ler e compartilhar.

Ler e compartilhar (p. 158 a 160)

Solicite aos estudantes que façam a leitura do texto individualmente e, em seguida, respondam às atividades, cujas respostas devem ser registradas no caderno. Depois de explorar com eles o texto escrito, a imagem, a legenda e as atividades, chame a atenção deles para as informações apresentadas no boxe Indicação. Se você considerar pertinente, reserve com antecedência o laboratório de informática da escola, se houver, e utilize parte da aula para acessar com eles o site indicado, que apresenta informações sobre trilhas distribuídas pelo território brasileiro.

Atividades

2. É impor tante que os estudantes se conscientizem de que a presença do ser humano na natureza

pode causar prejuízos para o ambiente, afetando a fauna e a flora local, por isso é necessário comportar-se e atentar para as próprias ações.

Refletir

e argumentar

Convide um estudante para ler o texto em voz alta. Em seguida, peça que respondam às atividades no caderno, compartilhando suas opiniões com os colegas.

2. Incentive os estudantes a falar das experiências deles com a natureza, especialmente na infância.

4. Ressalte a importância da busca de informações em fontes oficiais. Se houver estudantes com restrições ou dificuldades de acesso a equipamentos conectados à internet, você pode organizar uma aula em que eles poderão utilizar a biblioteca da escola. Caso considere mais adequado, você pode organizá-los em grupos para fazer essa atividade. Em data previamente combinada, permita que apresentem as pesquisas, compartilhando com a turma os resultados. Verifique se os resultados das pesquisas feitas pelos estudantes associam, de algum modo, o distanciamento da natureza a pessoas que vivem em ambientes altamente urbanizados.

Buscar mais conhecimento (p. 161)

Nesta seção, propõe-se uma prática de pesquisa para conhecer diferentes espaços públicos no entorno da escola e verificar se precisam ou não de revitalização. Na Primeira etapa, ajude-os na definição das microrregiões que serão exploradas. A fim de garantirem a segurança dos estudantes, você e outros professores poderão se organizar para acompanhar os grupos na pesquisa de campo.

No item 3 da Segunda etapa, proponha aos estudantes quatro frentes de trabalho, que serão desenvolvidas em parceria com professores de outros componentes curriculares, para que cada estudante escolha em qual frente pretende atuar, formando quatro novos grupos.

Grupo 1: solicitar auxílio do professor de Geografia para elaboração de um esboço do espaço e de uma análise da topografia para o planejamento do processo de revitalização.

• Grupo 2: solicitar auxílio do professor de Biologia para avaliação do solo e definição da vegetação que poderá ser plantada no local.

• G rupo 3: solicitar auxílio do professor de Língua Portuguesa para elaboração do texto que será encaminhado à Secretaria do Meio Ambiente ou outro órgão da prefeitura que seja responsável pelas áreas verdes do município.

• Grupo 4: solicitar auxílio do professor de Arte para elaboração do material de divulgação do evento.

Oficina de práticas corporais

(p. 162 e 163)

Caso seja inviável deslocar os estudantes para um ambiente externo, proponha a atividade no espaço da escola. A fim de garantir a segurança de todos, se possível, convide um profissional da escola que seja brigadista para participar da atividade. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, a fim de garantir uma prática inclusiva.

No item 3 da etapa Planejar, o mapa deve conter o percurso da atividade e as informações do local (vegetação, construções etc.). Prepare oito cartões com perguntas relacionadas à consciência socioambiental e responsável, para serem dispostos nos pontos de controle; cada cartão deve conter uma pergunta diferente. Elabore o mapa do local onde a atividade será realizada. Se a atividade acontecer na escola, é possível utilizar uma cópia da planta baixa da instituição. Depois, imprima em um papel transparente (como papel vegetal ou papel para retroprojetor) uma malha quadriculada do tamanho do mapa, em que as linhas verticais sejam identificadas com letras e as linhas horizontais, com números. A malha quadriculada em papel transparente deve ser sobreposta ao mapa para indicar os pontos de controle, que serão localizados pelas equipes com uso das respectivas referências de letras e números, como, por exemplo, “4H”.

No item 7 da etapa Praticar, você pode propor uma ordem para critérios de desempate, por exemplo: número de acertos das respostas, tempo, quantidade de lixo etc.

Explore o boxe Indicação apresentado na página e ressalte que se trata de um documento que pode ser utilizado para que os estudantes aprofundem os conhecimentos deles na corrida de orientação. Se considerar pertinente, reserve o laboratório de informática da escola, se houver, e utilize parte da aula para acessar com eles o documento indicado no site. Para aproveitar melhor esse tempo com os estudantes na exploração do documento, acesse-o com antecedência e selecione trechos, como os itens relacionados ao fair play (jogo limpo) e à resolução sobre as boas práticas ambientais.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre a participação deles na atividade e a compartilhar como foi a experiência pessoal deles durante a atividade.

Tópico 3 – Parkour: ressignificando o espaço urbano (p. 164)

Oriente os estudantes a realizar individualmente a leitura da primeira parte do texto introdutório para

que, em seguida, respondam oralmente às perguntas do boxe Primeiro olhar

Primeiro olhar

Proponha aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa.

3. Incentive os estudantes a se manifestar, formulando hipóteses a respeito dos motivos de as pessoas praticarem o parkour

Peça aos estudantes que façam a leitura da segunda parte do texto introdutório e explore com eles o significado de altruísmo (dedicação desinteressada ao próximo), relacionando-o aos lemas de Georges Hébert e ao parkour.

Objeto educacional digital O vídeo oferece reflexões sobre a história do parkour, uma prática de aventura urbana que transforma a relação das pessoas com o espaço e o mobiliário urbano.

Ler e compartilhar (p. 165 a 167)

Oriente os estudantes a ler individualmente o texto e responder às atividades no caderno.

Atividades

Se considerar pertinente, oriente os estudantes a formar duplas, para que elaborem conjuntamente as respostas às atividades.

2. A reportagem apresenta uma fala de Lucas Rezende, um dos fundadores do grupo USParkour, que explica o primeiro princípio: os praticantes devem treinar de maneira consciente, preservando seu corpo, evitando lesões e visando à longevidade. O lema do segundo princípio é “ser forte para ser útil”. Espera-se que os estudantes o associem ao desenvolvimento de seres humanos atuantes na sociedade.

4. Espera-se que os estudantes reflitam que a relação entre o parkour, a competição e a saúde mental está no fato de que a visão não competitiva do parkour valoriza a cooperação entre praticantes e o respeito pelo ambiente, o que contrasta com a pressão por resultados intrínseca aos esportes competitivos. Na visão não competitiva do parkour, o foco é o cuidado com o próprio corpo e com o espaço.

6. Incentive os estudantes a compartilhar as impressões com os colegas. Para ampliar, você pode solicitar aos estudantes que perguntem a pessoas próximas, como familiares e amigos, se eles conhecem o parkour e qual é a visão que têm sobre tal prática, socializando as respostas com a turma.

Refletir e argumentar

A proposta deste boxe incentiva o pensamento crítico e a argumentação dos estudantes.

1. Os estudantes poderão responder que sim, na medida em que essa característica incentiva a pensar de maneira inovadora, buscando soluções não convencionais e utilizando a criatividade como uma ferramenta essencial para superar desafios. Essa perspectiva facilita a descoberta de caminhos originais para enfrentar obstáculos pessoais ou profissionais.

3. Os estudantes poderão apresentar diferentes argumentos. Alguns poderão mencionar que qualquer pessoa pode praticar o parkour e que pessoas com mobilidade reduzida precisariam adaptar os movimentos e saber reconhecer quais obstáculos podem ser superados. Outros poderão argumentar que o parkour não é inclusivo, já que se utiliza de estruturas urbanas que não foram planejadas do ponto de vista da acessibilidade, ou seja, que já não permitem o trânsito normal das pessoas com mobilidade reduzida e, por isso, são menos adequadas ainda para adaptações de movimentos dessas pessoas.

4. Espera-se que os estudantes mencionem os pontos em comum entre a reportagem e o trecho do livro, os quais ressaltam a postura assertiva que os praticantes devem adotar: saber reconhecer os seus limites, preservar a boa saúde física e mental e progredir conforme a regularidade da prática, aumentando, aos poucos, os desafios a transpor. Ressalte a importância de os estudantes não transgredirem recomendações importantes relacionadas a perigos que extrapolam a prática do parkour.

Oficina de práticas

corporais (p. 168 a 170)

Esta seção apresenta uma proposta de vivência do parkour de maneira segura e adaptada ao ambiente escolar. Assegure-se de que, durante a prática, os estudantes executem os movimentos em locais apropriados, para garantir a integridade física deles e evitar acidentes. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

No item 1 da etapa Praticar, instrua os estudantes a executar uma série de alongamentos para os membros superiores e inferiores, antes de iniciarem os movimentos nas estações.

No item 2 da etapa Praticar, coloque colchonetes no chão no espaço disponível para a prática. Antes de eles executarem o rolamento, comente que devem manter o queixo próximo ao peito durante todo o movimento. Ao executarem a transposição de obstáculos, é necessário escolher primeiro os obstáculos mais baixos (bancos ou mesas) e ir aumentando gradualmente a altura conforme ganham confiança. Verifique se o

obstáculo a ser transposto está fixo no local, para evitar que se mova durante o salto.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre a participação deles na atividade e a compartilhar como foi a experiência pessoal deles durante a atividade.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles, propondo as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com análises e argumentos? Contribuí para as reflexões e o desenvolvimento do tema?

2. Compreendi como é possível minimizar os efeitos de uma queda durante a prática do skate?

3. Contribuí para identificar e propor ações de revitalização ao realizar a atividade de pesquisa sobre espaços públicos na microrregião do meu grupo?

4. Como avalio meu esforço e comprometimento nas atividades da seção Oficina de práticas corporais? De que forma essas práticas contribuíram para meu desenvolvimento pessoal e físico?

Capítulo 8 Eventos

esportivos e jogos eletrônicos

A BNCC no Capítulo 8

Temas Contemporâneos Transversais: Diversidade Cultural; Ciência e Tecnologia; Saúde.

Campos de atuação social: campo de atuação na vida pública, campo artístico-literário, campo jornalístico-midiático, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo da vida pessoal.

Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

• Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502) e 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG604).

• Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103), EM13LGG105), 2 (EM13LGG201,

EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703).

Objetivos e justificativa

• Conhecer a história e as modalidades dos Jogos dos Povos Indígenas e a intencionalidade relacionada à identidade das diferentes etnias nos grafismos e nas pinturas corporais dos participantes, além de praticar um jogo de tradição maori, povo originário da Nova Zelândia.

• Compreender a relação entre o multiculturalismo e os Jogos Olímpicos, explorar a história desse megaevento esportivo e como ele reflete os contextos político e social das diferentes épocas e organizar uma Olimpíada Escolar para pôr em prática os valores do olimpismo.

• E xplorar as características dos jogos que utilizam tecnologia digital, refletir sobre os benefícios e os malefícios dos jogos eletrônicos, com base na adesão ao uso de video games, e adaptar uma prática corporal com regras e organização inspiradas em um jogo eletrônico.

No Capítulo 8, os estudantes ampliarão os seus conhecimentos sobre os Jogos dos Povos Indígenas, os Jogos Olímpicos e os jogos eletrônicos, além de participar de práticas corporais relacionadas a esses temas. O Tópico 1 aborda os aspectos culturais das etnias indígenas que se refletem nos Jogos dos Povos Indígenas e possibilita a prática do ki-o-rahi, jogo de tradição maori, promovendo o desenvolvimento do TCT Diversidade Cultural. O Tópico 2 promove a reflexão do conceito de olimpismo relacionado ao multiculturalismo e à inclusão e a organização de uma Olimpíada Escolar, o que permite trabalhar os TCTs Educação em Direitos Humanos, Vida Familiar e Social e Diversidade Cultural. Por fim, o Tópico 3 explora a influência da tecnologia nos jogos eletrônicos, seu impacto no entretenimento e nas competições e apresenta uma prática adaptada de um jogo eletrônico no ambiente escolar, favorecendo a abordagem dos TCTs Ciência e Tecnologia e Saúde.

Introdução

No Tópico 1, a tematização possibilita articular o desenvolvimento das competências específicas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 da área de Linguagens e suas Tecnologias, em que os estudantes vão refletir sobre as simbologias presentes nos Jogos dos Povos Indígenas e praticar a adaptação de um jogo do povo maori. Além disso,

aborda os campos de atuação social de atuação na vida pública e artístico-literário.

No Tópico 2, a tematização permite explorar e desenvolver as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, ao abordar a história dos Jogos Olímpicos e os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos relacionados a esse evento, que poderão ser praticados na organização e na vivência de uma Olimpíada Escolar. Essa exploração envolve os campos de atuação social jornalístico-midiático, das práticas de estudo e pesquisa, da vida pessoal e de atuação na vida pública.

No Tópico 3, a tematização possibilita trabalhar as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, ao aprofundar conhecimentos sobre os jogos eletrônicos e oportunizar aos estudantes vivenciar uma prática corporal no ambiente escolar adaptada do ambiente digital. Assim, abordam-se os campos de atuação social das práticas de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático e de atuação na vida pública.

Abertura do Capítulo 8 (p. 171)

Os estudantes serão convidados a ampliar os conhecimentos sobre grandes eventos e megaeventos esportivos e também sobre jogos eletrônicos. Eles terão a oportunidade de praticar com os colegas alguns jogos, o que possibilitará a reflexão a respeito dessas práticas, sob o aspecto coletivo, e a integração com os colegas. Faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre Jogos dos Povos Indígenas, Jogos Olímpicos e jogos eletrônicos. Oriente-os a fazer uma leitura do texto de abertura e peça que observem e identifiquem os elementos na fotografia reproduzida na página. Ao analisarem essa imagem, os estudantes deverão notar que o local está cheio de pessoas e inferir que se trata de um estádio. Além disso, o momento registrado direciona o olhar para as bandeiras que estão na parte superior da fotografia. Informe-os de que o estádio que abrigou a abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro foi o Maracanã. Pergunte se conhecem o significado de cada uma das bandeiras que estão mais visíveis, ao centro. Caso desconheçam, realizem uma pesquisa sobre elas, se possível, no laboratório de informática da escola (bandeira com os anéis olímpicos, bandeira com a marca da ONU, bandeira do Brasil, bandeira com a marca dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e bandeira da Grécia).

Tópico 1 – Jogos dos Povos

Indígenas (p. 172)

Leia o texto com os estudantes e incentive a reflexão sobre a riqueza cultural das práticas corporais indígenas e sobre a pluralidade de significados em diferentes comunidades e contextos.

Primeiro olhar

Proponha aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa para responder oralmente às perguntas.

1. Explique que o Brasil possui, segundo o Censo de 2022, cerca de 1,7 milhão de indígenas.

2. Pergunte quais aspectos aproximam ou distanciam as práticas corporais indígenas de outras práticas conhecidas pela turma.

3. Enfatize a importância da cultura corporal de movimento na preservação, representação e valorização de diferentes povos e culturas.

Aproveite o momento para tratar de desdobramentos relacionados ao tema, assegurando a superação de possíveis estereótipos e preconceitos presentes nas práticas corporais.

Objeto educacional digital

O infográfico clicável apresenta uma das modalidades dos Jogos dos Povos Indígenas, a luta huka-huka, prática corporal de matriz indígena brasileira disputada nas categorias feminina e masculina.

Ler e compartilhar (p. 173 a 175)

Oriente os estudantes a ler o texto e a registrar as respostas das atividades no caderno.

Atividades

Organize uma roda de conversa para os estudantes compartilharem as respostas. Certifique-se de que todos tenham a oportunidade de falar.

1. Ressalte que as práticas corporais fazem parte da cultura dos povos.

2. Leve os estudantes a refletir sobre o impacto, na globalização, da disseminação de práticas corporais típicas e tradicionais dos mais diversos povos e, no caso dos indígenas, das variadas etnias.

4. Peça aos estudantes que deem exemplos de outras práticas corporais que também representem o cotidiano de alguma outra população.

6. Dê exemplos de eventos culturais, como o Festival Folclórico de Parintins, no estado do Amazonas, que destaca tradições amazônicas, e também as festas de São João, no Brasil. Mencione também as Olimpíadas Sami, realizadas pelos povos do norte da Escandinávia, e o Festival Nacional de Danças Folclóricas no México.

Leia com os estudantes o boxe Ampliar, que apresenta mais detalhes da categorização das modalidades esportivas dos Jogos dos Povos Indígenas.

Refletir e argumentar

Oriente os estudantes a ler o texto e a responder às atividades no caderno, compartilhando suas respostas e percepções com os colegas.

2. a) Espera-se que os estudantes percebam que a revitalização é uma forma consciente de conservação do patrimônio cultural imaterial.

2. b) Espera-se que os estudantes infiram que o patrimônio cultural imaterial é transmitido de geração a geração e precisa se atualizar para se conectar com as novas gerações, mantendo, contudo, seus elementos essenciais. Nos Jogos dos Povos Indígenas, as tradições das práticas corporais e rituais são preservadas, enquanto o cerimonial de abertura e os temas do Fórum Social podem ser atualizados, assim como a inclusão de novas etnias e modalidades.

3. Oriente os estudantes a pesquisar dados estatísticos sobre os povos indígenas no Brasil, traçando comparativos com o panorama em décadas passadas.

4. Espera-se que os estudantes considerem que a valorização e a preservação das culturas indígenas dependem de um trabalho em conjunto entre os povos indígenas, o governo e a população. Para isso, é preciso que a legislação para proteger áreas demarcadas, impedir violência contra a população indígena e promover políticas de valorização cultural seja colocada em prática.

Conexões

com... Arte (p. 176)

Esta seção amplia o repertório dos estudantes e conecta a arte aos grafismos e às pinturas corporais indígenas. Peça a eles que observem a imagem e atentem às pinturas, aos grafismos, às cores e aos adereços utilizados pelas etnias representadas.

3. Reflita com os estudantes sobre como os adereços distinguem os diferentes grupos sociais, tanto na mesma sociedade quanto em outras.

4. Oriente os estudantes a utilizar fontes oficiais de pesquisa. Para organizar a atividade, se desejar, divida a turma em pequenos grupos e, se for possível, reserve o laboratório de informática da escola para a realização da atividade.

Oficina de práticas corporais (p. 177 a 179)

Nesta atividade, os estudantes conhecerão o jogo ki-o-rahi e participarão de uma adaptação dessa prática indígena neozelandesa. Antes do jogo, peça que leiam as regras passo a passo para esclarecer dúvidas. Separe os materiais com antecedência e promova um ambiente lúdico e integrador. Garanta a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver.

No item 4 da etapa Planejar, caso a turma seja muito numerosa, organize equipes maiores ou mais de um campo para promover partidas simultâneas, evitando esperas prolongadas.

Na questão 2 da etapa Avaliar, incentive os estudantes a falar mais sobre a cooperação e a tomada de

decisão, além de como se deu a interação com os colegas em relação a esses aspectos durante o jogo.

Tópico 2 – Jogos Olímpicos: um megaevento esportivo

(p. 180)

O texto de abertura do tópico tem como objetivo trazer para os estudantes um breve resumo da história dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, desde o seu surgimento em 1896, em Atenas, na Grécia. Leia o texto com os estudantes e incentive-os a responder oralmente às perguntas do boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Proponha aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa para responder oralmente às perguntas. Certifique-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar, valorizando as experiências de cada um.

1. Os estudantes poderão mencionar as disputas mais acirradas, as competições com participação de brasileiros, momentos históricos, cerimônias de abertura e encerramento, além do pódio, onde atletas representam seus países ou a Equipe Olímpica de Refugiados.

2. Incentive-os a comentar sobre as modalidades preferidas e pergunte se costumam acompanhá-las em outros eventos, e não apenas nos Jogos Olímpicos; se acompanham apenas atletas nacionais ou também internacionais; e o que percebem de diferente em torneios ou competições olímpicas em relação às não olímpicas. Caso pratiquem alguma modalidade, incentive que compartilhem suas experiências com os colegas.

3. Ressalte que os Jogos Olímpicos são considerados um dos maiores eventos esportivos do mundo, comparados apenas à Copa do Mundo de Futebol. Converse com os estudantes sobre os fatores que influenciam a inclusão ou exclusão de alguns esportes do quadro de modalidades olímpicas, como audiência, número de atletas e praticantes, organização e presença na mídia.

Ler e compartilhar (p. 181 a 183)

Peça aos estudantes que leiam o texto e respondam às atividades no caderno. Relembre que o olimpismo está também relacionado aos valores olímpicos de excelência, amizade e respeito.

Atividades

2. Enfatize a importância dos Jogos Olímpicos como um evento de intercâmbio cultural entre nações representantes dos cinco continentes, além da equipe dos refugiados.

4. Espera-se que os estudantes respondam que o caráter esportivo de uma modalidade não depende de sua inclusão nos Jogos Olímpicos, mas de sua relevância cultural, social e histórica para as comunidades. Ao discutirem a inclusão e exclusão de modalidades, os estudantes poderão argumentar que, além da representatividade, muitos atores estão envolvidos, como empresas que comercializam produtos, patrocinam equipes e buscam audiência. Assim, a relação comercial no megaevento é inevitável, apesar da subjetividade que envolve o movimento olímpico.

5. Sugestão de resposta: os principais desafios incluem preconceito e discriminação em ambientes esportivos e restrição de acesso a modalidades, além da globalização, que pode desvalorizar práticas regionais. Além disso, culturas minoritárias muitas vezes são invisibilizadas por organizações esportivas. Enfrentar esses desafios exige um esforço coletivo de atletas, treinadores, organizações e governos para construir um ambiente inclusivo que respeite a diversidade cultural.

6. Os valores de Pierre de Coubertin, como a promoção da paz e o entendimento entre nações, permanecem centrais nos Jogos Olímpicos. Um exemplo recente é a suspensão da Rússia dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, por causa de violações no controle antidoping, e dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, em função da invasão da Ucrânia. Essa suspensão reflete como os Jogos Olímpicos se adaptam às realidades políticas e sociais, defendendo um ambiente de paz e igualdade.

Refletir e argumentar

Este boxe incentiva os estudantes a refletir e se posicionar criticamente em relação ao acolhimento de refugiados pela Equipe Olímpica de Refugiados nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Oriente-os a ler o texto e a responder às atividades no caderno, compartilhando as respostas com a turma.

1. Espera-se que os estudantes identifiquem as particularidades que unem os refugiados, como serem atletas, lutarem por objetivos semelhantes e viverem em países onde não nasceram. Também devem perceber a relação entre essa equipe e o olimpismo, destacando como a existência de uma equipe de refugiados nos Jogos Olímpicos favorece o respeito, a tolerância e a inclusão, promovendo a paz entre diferentes culturas.

2. Espera-se que os estudantes associem a ação do Comitê Olímpico Internacional (COI) de incluir a Equipe Olímpica de Refugiados no evento aos ideais idealizados por Pierre de Coubertin, que defendia os Jogos Olímpicos como promotores do

acolhimento e do respeito às múltiplas identidades culturais, em um esforço pela paz e união.

3. Permita aos estudantes que exponham suas reflexões, argumentando sobre os pontos de vista apresentados. Alguns podem reconhecer que, apesar da curta duração dos Jogos, a inclusão de refugiados gera visibilidade e oportunidades de melhoria para esses atletas e outros em situações semelhantes. Outros poderão argumentar que, após o evento, a visibilidade se extingue e as condições dos refugiados permanecem inalteradas.

Explore com os estudantes o boxe Ampliar, que trata da estrutura do símbolo olímpico, suas cores e sua forma característica.

Buscar mais conhecimento (p. 184)

Esta seção tem como objetivo ampliar o conhecimento dos estudantes acerca dos fatos históricos, sociais, culturais, políticos e econômicos que marcaram edições passadas dos Jogos Olímpicos. Para isso, considere a quantidade de estudantes da turma ao organizá-los em grupos. Você pode convidar o professor de História para acompanhar os estudantes nessa pesquisa de análise documental.

No item 1 da Segunda etapa, combine com a turma uma data para as apresentações aos colegas. Depois das apresentações dos grupos, proponha uma roda de conversa para todos comentarem como foi a atividade.

No item 1 da Terceira etapa, pesquise previamente algumas plataformas gratuitas para a criação dos e-books e compartilhe-as com os estudantes. Se for possível, reserve o laboratório de informática da escola para a realização da atividade.

Oficina de práticas

corporais (p. 185 e 186)

A atividade proporciona um momento de prática, reflexão e socialização. Garanta que os valores olímpicos sejam mobilizados pelos jovens, tanto nas competições quanto na organização e apreciação do evento. Promova a inclusão dos estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias.

Oriente-os a formar grupos, sempre com base no número de estudantes da turma, para compor os comitês responsáveis por diferentes áreas da Olimpíada Escolar, incentivando a colaboração e a divisão de responsabilidades.

No item 1 da etapa Planejar, oriente os estudantes sobre os comitês.

• Comitê de missão e valores: explore com os estudantes a estrutura da Carta Olímpica oficial

(disponível em: www.fadu.pt/files/protocolos-con tratos/PNED_publica_CartaOlimpica.pdf; acesso em: 29 out. 2024) e selecione trechos que inspirem a definição dos princípios do evento, como inclusão. Ajude na elaboração da carta olímpica da escola e promova debates para garantir que todas as atividades reflitam os valores e o espírito da Olimpíada Escolar.

• Comitê de modalidades, categorias e arbitragem: oriente a seleção de modalidades inclusivas, organizando as categorias por faixas etárias e garantindo a participação de todos. Certifique-se de que as instalações da escola são apropriadas para a realização de todas as competições previstas ou considere encontrar locais próximos para realizar algumas das competições.

Comitê de inscrições e logística: organize as inscrições e crie um calendário sem sobreposição de horários, facilitando a participação e garantindo que tudo esteja pronto para as competições.

Comitê de divulgação, fotografia e filmagem: crie uma página no site da escola com formulário de inscrições, calendário de competições, resultados e galeria de fotos e vídeos, garantindo visibilidade e registro visual do evento.

No item 2 da etapa Planejar , procure viabilizar a organização do evento pelos estudantes com antecedência, para evitar entraves burocráticos referentes à realização de atividades fora do horário regular da escola.

Na etapa Praticar, reserve com os estudantes os espaços e separe os materiais necessários. Dialogar com a direção e outros professores é essencial para engajar os estudantes nos dias dos jogos. Prepare um kit de primeiros socorros com luvas, curativos, termômetro, soro fisiológico e gelo. Incentive os participantes a levar garrafas de água e alimentos leves.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre a participação deles na atividade e a compartilhar como foi a experiência de organizar a Olimpíada Escolar com os colegas, os professores e as pessoas da comunidade escolar envolvidas, a condução desse evento comunitário desde o planejamento e a participação nas competições.

Tópico 3 – Jogos eletrônicos: benefícios e riscos (p. 187)

O texto introdutório apresenta os jogos eletrônicos, algumas de suas características e a origem dos video games. Solicite aos estudantes que façam a leitura da primeira parte e conversem sobre as questões propostas no boxe Primeiro olhar

Primeiro olhar

Proponha aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa para responder oralmente às perguntas.

2. Pergunte também aos estudantes com quem costumam jogar e quais são os significados desses momentos para eles.

3. Para além das sensações, pergunte aos estudantes como eles costumam se comportar ao jogar sozinhos, com os colegas ou no modo on-line.

A segunda parte do texto trata de uma nova forma de jogo eletrônico, os e-sports. Peça aos estudantes que leiam o restante do texto introdutório e explore com eles esse tema, perguntando o que conhecem sobre o assunto. Peça que compartilhem os conhecimentos com a turma.

Ler e compartilhar (p. 188 a 190)

Solicite aos estudantes que, em duplas, realizem a leitura do texto.

Atividades

Se desejar, mantenha os estudantes organizados em duplas, para que elaborem conjuntamente as respostas às atividades.

1. Analise com os estudantes se a estatística também representa o número de praticantes na turma.

2. Pergunte sobre outras habilidades que podem não ter sido citadas no texto e ressalte a importância do uso da língua inglesa na comunicação global, uma vez que ela é bastante utilizada em jogos de video game e associada à tecnologia de maneira geral.

6. Informe aos estudantes que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou, em 2016, o “Manual de orientação – Saúde de crianças e adolescentes na era digital” (disponível em: www.sbp.com.br/ fileadmin/user_upload/publicacoes/19166d-MO rient-Saude-Crian-e-Adolesc.pdf; acesso em: 29 out. 2024) com recomendações para pediatras, pais e educadores sobre o uso de tecnologia por crianças e adolescentes. O documento afirma que jogos on-line com cenas agressivas são inapropriados em qualquer idade, pois banalizam a violência e contribuem para a cultura de ódio. Se julgar interessante, compartilhe o link e promova a reflexão sobre esse assunto entre os estudantes.

7. Você pode orientar os estudantes a se organizarem em grupos para realizar a pesquisa. Reafirme a importância de utilizar fontes confiáveis (revistas científicas, sites de órgãos e instituições mundiais, revistas e jornais prestigiados, blogues de profissionais especialistas etc.). Reserve uma data para que eles compartilhem as apresentações com a turma.

Leia com os estudantes o boxe Ampliar, que apresenta uma classificação dos jogos que utilizam tecnologia digital.

Refletir e argumentar

Conduza a atividade sugerindo reflexões para além dos e-sports , analisando as possibilidades que a internet oferece. Leve-os a inferir que a internet pode prejudicar a saúde física e mental se usada de forma irresponsável, mas que, com olhar crítico e bons hábitos, pode ser uma importante ferramenta no cotidiano.

1. R etome que o esporte envolve competição que ocorre sob condições formais e organizadas, sendo representado, por exemplo, por atletas, regras e federações.

2. Comente que, em 2024, o COI aprovou a primeira edição de Jogos Olímpicos de e-sports, a ser sediada na Arábia Saudita.

4. Pergunte aos estudantes como eles acham que o tema e-sports deveria ser tratado na educação física escolar.

Sugestão para o professor

HONOR ATO, Marcelly Vasconcelos. A caracterização jurídica dos e-sports e sua regulamentação no direito brasileiro. Revista FT, Rio de Janeiro, 1 nov. 2023. Disponível em: https://revistaft.com.br/a-caracterizacao-juridica-dose-sports-e-sua-regulamentacao-no-direito-brasileiro/. Acesso em: 29 out. 2024.

Pesquisa acadêmica sobre a necessidade de ação legislativa que reconheça os benefícios e riscos associados aos jogos virtuais.

Oficina de práticas

corporais (p. 191 a 193)

A atividade simula um jogo, transpondo as aventuras de um personagem fictício para o ambiente da educação física escolar. Incentive a participação de todos, inclusive dos estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

Explore com os estudantes o conceito de gamificação, apresentado no boxe Ampliar, perguntando-lhes se já conheciam o termo e, em caso afirmativo, em qual contexto e o que compreendem desse termo.

Objeto educacional digital

O áudio “Desbloqueio de games” (faixa 6) é uma base instrumental com sons produzidos por aparelhos eletrônicos.

No item 2 da etapa Planejar, proponha aos estudantes uma pesquisa sobre outros jogos on-line que possam ser transformados em práticas corporais. Se possível, viabilize a prática desses jogos na escola. Oriente o acesso a

fontes oficiais e confiáveis e o uso do pensamento crítico ao navegar nas esferas digitais.

No item 2 da etapa Praticar, algumas destas sugestões podem ser executadas na condução da prática corporal.

• Fase 1: corrida de obstáculos: organize a turma em quatro equipes. Três equipes ficam na lateral de fora da quadra, enquanto uma se posiciona no início do percurso. Distribua os materiais (cones, cordas e arcos) para formar uma pista de corrida que ocupe a quadra toda, com cerca de 2 m de largura. Os cones delimitam o percurso, com curvas fechadas que exigem que os estudantes freiem e mudem de direção. Os bambolês devem ser dispostos em zigue-zague para que os jogadores pisem dentro de cada um alternadamente. As cordas devem estar ligadas aos cones para que os jogadores saltem em algumas partes e passem por baixo em outras. Indique a linha de partida e a linha de chegada.

• Fase 2: desafio de equilíbrio dinâmico: as equipes devem estar alinhadas em frente a um banco sueco, ao longo de seu comprimento. Se possível, distribua quatro bancos suecos lado a lado no espaço da quadra.

• Fase 3: desafio de potência: organize as equipes em frente a uma sequência de riscas. Distribua quatro sequências de riscas de 1 m de comprimento lado a lado. Aumente a distância entre as riscas a cada 25 cm.

• Fase 4: desafio de agilidade: cada equipe deve estar em um dos cantos da quadra, próximo a um bambolê. Distribua cerca de 50 bandeiras de papel de cada uma das cores das equipes pelo espaço da quadra.

• Fase 5: desafio de equilíbrio estático e resistência: todos os jogadores devem estar distribuídos e misturados pela quadra em posição de avião (equilíbrio em um pé só e com os braços abertos).

Na questão 2 da etapa Avaliar, incentive os estudantes a analisar as diferenças e as semelhanças nas interações presencial e virtual com os demais competidores, considerando o próprio desempenho.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o próximo Capítulo, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles e proponha as questões a seguir, as quais possibilitam que identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas.

1. Participei das discussões propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos?

2. Respeitei o momento de fala dos colegas, considerando seus argumentos durante as reflexões?

3. Dediquei-me à atividade de pesquisa, ajudando o meu grupo a coletar informações sobre as edições

anteriores dos Jogos Olímpicos, e participei da elaboração do almanaque?

4. Compreendi a relevância dos grafismos e das pinturas corporais indígenas nos Jogos dos Povos Indígenas?

5. Participei das discussões sobre os benefícios e os malefícios dos jogos eletrônicos?

6. Empenhei-me nas atividades da seção Oficina de práticas corporais que foram propostas ao longo do Capítulo (jogo ki-o-rahi, Olimpíada Escolar e Olimpíada Digital?)

Capítulo 9 Danças

A BNCC no Capítulo 9

Temas Contemporâneos Transversais: Diversidade Cultural; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras; Vida Familiar e Social; Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso; Educação para o Consumo.

Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo artístico-literário, campo jornalístico-midiático e campo das práticas de estudo e pesquisa.

Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502) e 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604).

Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG704).

• Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604).

Objetivos e justificativa

• Explorar a diversidade das danças afro-brasileiras, valorizando-as como patrimônio cultural e reconhecendo-as como herança cultural, e vivenciar a prática do maracatu.

• Aprofundar conhecimentos e pesquisar mais sobre as danças regionais brasileiras, compreendendo suas influências culturais, além de praticar uma coreografia de quadrilha.

• Conhecer a história das danças de salão e sua influência nas mais diversas culturas, refletir sobre a relação das pessoas com a dança no cotidiano e conhecer e praticar passos do soltinho.

As danças são um conjunto de práticas corporais e artísticas presentes em diversas culturas, e seu conhecimento amplia o repertório motor e cultural dos estudantes, possibilitando a abordagem de muitos TCTs, entre os quais Diversidade Cultural e Vida Familiar e Social.

No Tópico 1, a tematização do maracatu põe foco na herança cultural das danças afro-brasileiras, trabalhando os TCTs Diversidade Cultural, Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes culturais brasileiras e Vida Familiar e Social. No Tópico 2, explora-se a pluralidade cultural nas danças regionais do Brasil, mobilizando-se sobretudo o TCT Diversidade Cultural. No Tópico 3, a abordagem das danças de salão e do soltinho desenvolve os TCTs Diversidade Cultural, Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso e Educação para o Consumo.

Introdução

No Tópico 1, são desenvolvidas as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 6 da área de Linguagens e suas Tecnologias, que permitem a reflexão sobre dança, herança cultural, pertencimento e identidade, abordando os campos de atuação social artístico-literário, da vida pessoal e jornalístico-midiático.

No Tópico 2, trabalham-se as competências específicas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, com o objetivo de aprofundar os estudos da quadrilha e das danças regionais brasileiras, e os campos de atuação social das práticas de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático e artístico-literário.

No Tópico 3, enfocam-se as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 6 da área de Linguagens e suas Tecnologias, visando à exploração das influências culturais nas danças de salão, e os campos de atuação social artístico-literário e das práticas de estudo e pesquisa.

Abertura do Capítulo 9 (p. 194)

O Capítulo 9 apresenta informações e atividades sobre danças para que os estudantes possam conhecer diversas práticas corporais de diferentes matrizes culturais. Trata-se, portanto, de uma maneira de abordar e valorizar diferentes culturas por meio das danças, bem como de conhecer e apresentar movimentos específicos de diferentes danças. Ao trabalhá-las, é importante os estudantes compreenderem que dançar é um direito de todos e que as danças não são práticas

exclusivas de um grupo social específico, embora elas possam carregar aspectos socioculturais. Levar isso em consideração pode ajudar a reduzir estereótipos e preconceitos relacionados a danças de modo geral. Oriente os estudantes a fazer a leitura do texto de abertura. Faça o levantamento dos conhecimentos prévios deles em relação ao que sabem sobre danças, pedindo que listem, no caderno ou na lousa, as danças que conhecem ou praticam. Eles também poderão mencionar ritmos e estilos musicais associados às danças. Em seguida, peça que respondam oralmente à pergunta do último parágrafo. Espera-se que citem as diferentes maneiras de as pessoas se expressarem pela dança, por meio dos gestos e das posições (indícios de que realizam diferentes movimentos), das expressões faciais e das interações com os demais participantes.

Tópico 1 – Maracatu e ancestralidade africana

(p. 195)

Leia o texto introdutório com os estudantes e solicite que respondam oralmente às questões do boxe

Primeiro olhar.

Primeiro olhar

2. Os estudantes podem mencionar danças como samba, maracatu e maculelê, a depender da região em que vivem e, caso tenham ascendência afrodescendente, segundo suas vivências e as histórias de seus antepassados.

Objeto educacional digital

O carrossel de imagens apresenta quatro danças afro-brasileiras, com suas raízes nos saberes e nas crenças dos povos africanos trazidos para o Brasil: o tambor de crioula, o jongo, o samba de roda e o maculelê, assim como alguns instrumentos de percussão que as acompanham.

Ler e compartilhar (p. 196 a 198)

Oriente os estudantes a ler o texto e a registrar as respostas das atividades no caderno. Após a leitura, você pode apresentar a eles o áudio “Dança Rainha” (faixa 7) para que ouçam o ritmo do maracatu de baque virado ou maracatu nação.

Objeto educacional digital

O áudio “Dança rainha” (faixa 7) é uma canção do grupo Maracatu Nação Estrela Brilhante, do Recife (PE), fundado em 1906, que apresenta o cortejo de maracatu, com seus personagens característicos.

Atividades

Se preferir, oriente os estudantes a formar duplas e conversar sobre as suas respostas às atividades.

2. Fazem parte do maracatu os membros de uma corte, formada pelo rei, pela rainha, pelo príncipe, pela princesa, pelas damas do paço, pelo duque, pela duquesa e pelo embaixador (personagem não obrigatória), além das personagens pertencentes a outros estratos da sociedade, que incluem o porta-estandarte, as baianas, as catirinas, o caboclo de pena, os batuqueiros, as batuqueiras e os escravos. As damas do paço e a rainha são as principais personagens do maracatu, responsáveis pela proteção espiritual de todo o grupo que compõe o cortejo.

4. Com surgimento entre os séculos XVI e XVII, durante o período escravocrata, o maracatu era uma forma de manter viva a tradição da coroação do rei do Congo, transformando-se posteriormente em uma manifestação popular do Carnaval em Recife e Olinda.

5. Espera-se que os estudantes identifiquem o multiculturalismo no maracatu, com influências indígenas, africanas e europeias, o que simboliza a fusão cultural que permeia a tradição.

6. Incentive os estudantes a compartilhar opiniões sobre o maracatu, valorizando a cultura afro-brasileira.

7. Antes de prosseguir com a pesquisa, verifique com os estudantes quais deles conhecem os instrumentos musicais indicados. Incentive quem conhece ou toca algum instrumento a compartilhar sua experiência. Pergunte o que são instrumentos de percussão, destacando que são aqueles que produzem som ao serem batidos ou vibrados, geralmente com baquetas ou com as mãos.

Refletir e argumentar

A proposta deste boxe favorece a reflexão sobre identidade e autoaceitação. Oriente os estudantes a analisar a tirinha, responder às atividades individualmente no caderno e, depois, compartilhar os argumentos com os colegas.

1. Leve os estudantes a refletir sobre a importância de valorizar a própria imagem e a ancestralidade e enfatize a importância de valorizar e respeitar as culturas das pessoas.

2. O espelho simboliza para a menina a descoberta da sua própria identidade e um encontro com a sua história pessoal e coletiva. Esse reconhecimento de suas raízes africanas fortalece sua autoimagem e autoaceitação, valorizando a diversidade e as características únicas de cada corpo.

3. Espera-se que os estudantes reflitam e estabeleçam a relação entre o espelho e as danças afro-brasileiras, interpretando essas práticas como uma forma de autorreconhecimento e de valorização da ancestralidade.

Sugestão para o professor

• MARACATU. Recife: Cultura.PE, c2024. Disponível em: https://www.cultura.pe.gov.br/pagina/cultura-populare-artesanato/cultura-popular/manifestacoes/maracatu/. Acesso em: 30 out. 2024.

O site apresenta características e curiosidades do maracatu.

Conexões com... Sociologia

(p. 199)

Peça aos estudantes que leiam o texto e apresente o áudio “Herança Bantos” (faixa 8) para que conheçam uma das canções do grupo Ilê Aiyê. Proponha uma roda de conversa para discussão e troca de ideias. Oriente os estudantes a responder oralmente às perguntas.

1. Certifique-se de que os estudantes percebam a relevância social do bloco para a cultura negra.

2. Os estudantes devem perceber que essa ação afirma a identidade da comunidade negra e a exaltação de seus valores, que devem ser respeitados e reconhecidos, além de sua influência e contribuição cultural.

3. Espera-se que os estudantes interpretem o significado do nome do bloco e sua relação com a preservação da cultura negra. Você pode ampliar, pedindo a eles que citem, caso conheçam, outros termos e outras expressões usadas no cotidiano deles que fazem referência à ancestralidade africana e que compartilhem os significados.

4. Espera-se que os estudantes elaborem argumentos respeitosos sobre o valor do bloco e sua importância para a comunidade afrodescendente. Pergunte aos estudantes se eles participam de algum bloco ou de algum grupo que reafirma os valores das culturas afro-brasileiras, ou se conhecem pessoas que fazem parte desses grupos, e que compartilhem com os colegas suas experiências e seus conhecimentos.

Objeto educacional digital

O áudio “Herança Bantos” (faixa 8) é uma canção do bloco afro Ilê Aiyê que trata de processo histórico, identidade e exaltação do povo negro.

Oficina de práticas corporais (p. 200 e 201)

Incentive os estudantes a experimentar o maracatu na escola, valorizando essa dança afro-brasileira e promovendo a socialização da turma. A atividade é dinâmica e mobiliza o protagonismo dos estudantes. Promova a participação de todos, inclusive dos estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

No item 3 da etapa Planejar, reforce com o grupo a importância da sustentabilidade e do consumo consciente.

No item 4 da etapa Planejar, você pode utilizar o áudio “Maracatu ritmo característico” (faixa 9) nos ensaios e também depois, no desfile.

No item 2 da etapa Praticar, incentive a reflexão sobre o respeito e a consciência necessários na representação das personagens, destacando que o desfile de maracatu é uma prática tradicional que valoriza as culturas afro-brasileiras. Cuide para que sejam evitadas quaisquer manifestações de cunho racista ou de quaisquer outros preconceitos em relação à personagem do escravo, enfatizando para os estudantes a importância histórica de sua representação no maracatu.

No item 3 da etapa Praticar, oriente os estudantes a executar o passo básico do maracatu. Garanta que todos dominem esses movimentos iniciais antes de incorporar o movimento para frente e para trás. A interação coletiva durante a dança deve ser priorizada em relação à precisão dos movimentos. Se considerar pertinente, você pode pesquisar e compartilhar vídeos com o passo básico para facilitar a compreensão.

Na questão 6 da etapa Avaliar, incentive os estudantes a falar mais sobre como a vivência da prática corporal pode contribuir para um melhor entendimento e uma melhor percepção a respeito dessas manifestações para as comunidades que as praticam e de que maneira eles se sentiram, considerando todo o contexto cultural e social associado a essa dança.

Objeto educacional digital

O áudio “Maracatu ritmo característico” (faixa 9) é uma base instrumental do maracatu, exemplificando seu batuque e sua sonoridade.

Tópico

2 – A quadrilha e a pluralidade cultural nas danças regionais (p.

202)

É possível que alguns estudantes já tenham estudado e até mesmo praticado uma dança de quadrilha ou uma dança regional. Peça aos estudantes que realizem a leitura da primeira parte do texto introdutório e conversem sobre as questões propostas no boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

Em uma roda de conversa, leia uma atividade por vez e convide os estudantes a responder oralmente às perguntas. Certifique-se de que todos tenham oportunidade de se manifestar.

1. Espera-se que os estudantes citem uma dança popular ou típica da região onde moram. Caso não conheçam, pergunte sobre danças regionais de

outras regiões que eventualmente eles conheçam e quais são as características dessas danças.

2. Os estudantes podem mencionar se já viram uma reportagem ou um vídeo de uma dança regional. Pergunte mais a respeito dessa dança, se sabem qual é a região de origem dela, por exemplo, e peça que compartilhem com os colegas.

3. Espera-se que os estudantes argumentem que as danças regionais ajudam a preservar e valorizar tradições e costumes locais.

Solicite aos estudantes que leiam a segunda parte do texto introdutório. Ressalte a importância da quadrilha, uma prática antiga que ainda tem relevância cultural no Brasil, especialmente em festividades tradicionais como as festas juninas.

Ler e compartilhar (p. 203 a 205)

Oriente os estudantes a ler individualmente o texto. Leia com eles os termos do glossário, esclarecendo seus significados e certificando-se de que os compreenderam, e explore a imagem reproduzida na página. Em seguida, solicite que respondam às atividades no caderno. Você pode propor uma roda de conversa, incentivando-os a compartilhar oralmente suas respostas, enquanto você atua como um mediador.

Atividades

2. Incentive-os a relacionar a introdução da quadrilha no Brasil ao período colonial, compreendendo como essa dança se popularizou em diversas regiões. Nesta atividade, é importante mobilizar os conhecimentos dos estudantes a respeito da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

3. Espera-se que relacionem fatores de migração, como as secas, que motivaram a movimentação de pessoas do campo para centros urbanos. Nesta atividade, é importante mobilizar os conhecimentos dos estudantes a respeito da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

4. Oriente-os a refletir criticamente sobre como, em muitas quadrilhas, a estereotipação do “caipira” pode desvalorizar costumes e tradições rurais.

5. Certifique-se de que os estudantes percebam a quadrilha como um meio de valorização e preservação de costumes e tradições regionais brasileiras.

6. Espera-se que os estudantes comentem que a quadrilha junina se tornou um símbolo cultural brasileiro, incorporando elementos religiosos e folclóricos. Atualmente, é uma manifestação cultural complexa e valorizada em muitas regiões, que mobiliza comunidades inteiras em torno de ensaios, figurinos e coreografias e reforça a resistência cultural e a valorização das raízes do país.

Antes de prosseguir e explorar o boxe Refletir e argumentar, se for possível, assista com os estudantes à

reportagem sugerida no boxe Indicação, a respeito das retomadas das festas juninas na região Nordeste depois da epidemia da covid-19. Para isso, você pode dedicar um tempo da aula, reservando, com antecedência, o laboratório de informática da escola, se houver.

Refletir e argumentar

Proponha aos estudantes que observem e analisem a obra de arte, leiam as informações da legenda e também o boxe Sobre..., que apresenta informações do artista produtor dessa obra. Em seguida, peça que reflitam sobre as atividades apresentadas e respondam individualmente no caderno. Incentive-os a compartilhar as respostas, apresentando argumentos e ouvindo com atenção e respeito as falas dos colegas.

1. S olicite aos estudantes que falem dos detalhes observados na reprodução da obra, listem e identifiquem elementos que julgarem característicos e representativos da quadrilha e das festas juninas. Se possível, peça a eles que justifiquem as escolhas.

2. É impor tante conduzir a atividade no sentido de levar os estudantes a refletir e se posicionar criticamente sobre como a quadrilha, assim como as danças coletivas em geral, promove a socialização, pois é realizada em duplas ou em grupos, promovendo a interação entre as pessoas e proporcionando momentos de diversão e relaxamento.

3. Espera-se que os estudantes infiram que há espaço para todos na dança, independentemente de classe social, gênero ou etnia. A dança é uma manifestação que favorece a inclusão e a socialização, e o combate ao preconceito passa pelo respeito à diversidade. Debates sobre esse tema na mídia e na escola são essenciais para fomentar essa conscientização. Incentive-os a compartilhar as reflexões deles, com argumentos, a respeito dos motivos pelos quais as danças podem promover acolhimento, perguntando se eles tiveram experiências satisfatórias com a dança, se por meio da dança eles já se sentiram mais conectados e se a dança foi capaz de despertar neles aspectos relacionados a autoimagem, autopercepção e pertencimento.

Buscar mais conhecimento (p. 206)

Esta seção tem como objetivo ampliar os saberes dos estudantes sobre as danças regionais, promovendo uma compreensão da pluralidade de costumes e tradições que existem nas cinco regiões do país. Oriente a turma a realizar a pesquisa qualitativa em fontes confiáveis e locais que trabalhem com danças regionais. No item 4 da Primeira etapa, oriente os estudantes a elaborar um roteiro de perguntas para a entrevista, permitindo que o entrevistado responda livremente,

mas mantendo o foco nas informações que os grupos precisam coletar.

No item 1 da Segunda etapa, é necessário elaborar previamente o termo de consentimento livre e esclarecido com a proposta das entrevistas. Esse termo pode ser feito juntamente com a coordenação escolar.

Para a realização da Terceira etapa, combine previamente com os estudantes o dia e a ordem de apresentação dos grupos. Se desejar ampliar a atividade, você pode propor aos estudantes e organizar com eles a apresentação a outras turmas e também à comunidade escolar.

Oficina de práticas corporais (p. 207 e 208)

Esta seção apresenta uma proposta de vivência e criação de uma coreografia de quadrilha junina, permitindo aos estudantes sintetizar e revisar os movimentos da dança, promovendo o protagonismo da turma e valorizando essa expressão popular brasileira. Incentive a participação de todos, inclusive dos estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

No item 2 da etapa Planejar, os estudantes podem escolher as músicas juninas que considerarem mais interessantes, mas é fundamental analisar as letras previamente para garantir sua adequação ao ambiente escolar.

No item 3 da etapa Planejar, se for necessário, retome a conversa proposta na seção Ler e compartilhar e incentive os estudantes a repensar a representação do dançarino de quadrilha, evitando estereótipos e representações caricatas. Organize os grupos em pares; se o número de estudantes da turma for ímpar, você pode perguntar aos estudantes quem gostaria de exercer o importante papel de mestre de cerimônias. Você também pode propor a eles que invertam os papéis propositalmente, para viverem diferentes experiências na dança.

No item 4 da etapa Planejar, algumas estudantes podem optar por saia ou calça em vez do vestido. Em relação à música, você pode utilizar o áudio “Festa na roça” (faixa 10), tanto para os ensaios quanto para a apresentação.

No item 6 da etapa Planejar, a apresentação pode ser feita no intervalo das aulas, preferencialmente na quadra ou no pátio da escola.

Na questão 5 da etapa Avaliar, incentive os estudantes a argumentar sobre as relações entre a quadrilha e a interação com as pessoas, de preferência, considerando também a cultura como aspecto agregador e identitário.

Objeto educacional digital

O áudio “Festa na roça” (faixa 10) é uma música com base instrumental de canção junina, bastante típica desse festejo, com um instrumento muito utilizado no gênero – o acordeão.

Tópico 3 – O eu, o outro e o ritmo na dança de salão

(p. 209)

Ao abordar o Tópico 3, leve os estudantes a perceber que um conjunto de danças pode abranger diversas modalidades, pois podem estar relacionadas a locais, épocas e contextos diversos. Peça aos estudantes que leiam a primeira parte do texto introdutório e respondam às perguntas do boxe Primeiro olhar. Proponha uma roda de conversa para que possam compartilhar as respostas com os colegas.

Primeiro olhar

2. A turma pode listar na lousa as danças citadas, justificando se são danças de salão ou não.

3. Caso os estudantes digam que não conhecem, você pode perguntar a eles se já viram cenas de danças de salão em filmes ou em videorreportagens, por exemplo. É possível perguntar, também, como acreditam que os bailarinos executam a dança de salão.

Solicite aos estudantes que leiam a segunda parte do texto introdutório e ressalte que há vários tipos de danças de salão, que variam em estilo e popularidade ao redor do mundo, e que novas variações surgem ao longo do tempo.

Ler e compartilhar (p. 210 a 212)

Se considerar pertinente, proponha uma leitura em voz alta e compartilhada do texto. Depois, peça aos estudantes que façam as atividades no caderno.

Atividades

1. Os estudantes devem elaborar argumentos com base na interpretação do texto apresentado.

2. Espera-se que os estudantes considerem o texto e percebam que a dança, além de beneficiar a saúde física, promove a saúde mental.

3. Espera-se que os estudantes percebam a relação entre os movimentos e a música, especialmente no que diz respeito ao ritmo (batida), além de considerar que muitas danças ocorrem com parceiros, o que exige a memorização dos passos e também dos movimentos dos parceiros, para haver uma sincronização.

4. Espera-se que os estudantes percebam que a dança, assim como os demais deslocamentos corporais

que as pessoas realizam, está diretamente associada a movimento. Ao se transformarem em objeto de contemplação e fruição, com criatividade, esses movimentos tornam-se artísticos, sobretudo quando estão associados a ritmos musicais.

5. Incentive a reflexão dos estudantes, levando-os a argumentar e justificar como a dança pode beneficiar a saúde dos idosos, melhorando a coordenação motora ao memorizar passos e facilitando a socialização ao conhecer novas pessoas.

6. Cada local oferece uma dinâmica diferente: nas escolas de dança, o foco é no aprendizado técnico; em praças ou eventos públicos, a prática pode ser mais descontraída e acessível a todos, promovendo a socialização e o lazer. A variedade de ambientes amplia o acesso à dança de salão, permitindo que ela seja praticada de forma mais inclusiva e em diferentes contextos.

7. Incentive os estudantes a realizar pesquisas para ampliar seus saberes, buscando informações em fontes confiáveis. Se necessário, peça a eles que pesquisem também o significado de neurotransmissor – cada uma das moléculas secretadas pelas porções terminais dos neurônios, responsável por transmitir o impulso nervoso (fluxo de carga elétrica que passa ao longo de uma fibra nervosa).

Refletir e argumentar

Reserve um momento da aula para que os estudantes leiam o texto e respondam às perguntas no caderno. Depois, promova uma roda de conversa para que compartilhem seus argumentos. Reforce que todos devem ouvir e respeitar as opiniões dos colegas.

1. Os estudantes devem perceber como, atualmente, os meios tecnológicos mudaram o contexto social de algumas danças, que passaram a ser produtos consumidos digitalmente.

2. Os estudantes poderão argumentar que os vídeos de dança em algumas plataformas digitais priorizam apenas a estética e a aprovação de outros usuários, em detrimento dos aspectos culturais e históricos das danças.

Oficina de práticas

corporais (p. 213 a 215)

Incentive a turma a vivenciar e conhecer os movimentos da dança de salão brasileira. Por ser uma dança em duplas, é fundamental o respeito mútuo ao dançar. Sempre que possível, utilize um aparelho de som para tocar músicas dessa dança, permitindo que os estudantes realizem os movimentos na batida da música. Garanta a participação de todos, inclusive dos estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias.

Sugestão para o professor

• COREOGRAFIA Soltinho com Roberto Dias e Flávia Lisboa: Música “Happy”. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal TV Brasil. Disponível em: www.youtube.com/ watch?v=QLrx0353JX0. Acesso em: 13 out. 2024. O vídeo apresenta a coreografia do soltinho executada por um casal formado por um professor e uma dançarina.

No item 2 da etapa Planejar, a turma pode realizar uma breve pesquisa de músicas usadas no soltinho e elaborar uma playlist usando uma ferramenta digital. Essa lista pode ser usada durante a aula, tornando a prática mais dinâmica e divertida.

No item 3 da etapa Planejar, se houver um número ímpar de estudantes na turma, promova um rodízio a cada 2 ou 3 minutos, permitindo que todos dancem; o estudante que não estiver dançando pode ajudar os colegas.

No item 2 da etapa Praticar, durante a prática do Terceiro movimento: passo lateral, oriente os estudantes a realizar a marcação rítmica “atrás; à frente; 1, 2, 3” da seguinte maneira: o “atrás” corresponde ao primeiro movimento; o “à frente”, ao segundo; e o “1, 2, 3” marca o terceiro movimento, que é o passo lateral.

No item 3 da etapa Praticar, proponha a realização do movimento de maneira devagar, passo a passo. Reforce com os estudantes que eles devem tomar cuidado para não pisar no pé do parceiro; para isso, um colega deve estar levemente afastado do outro (ainda segurando na mão dele) para que o outro possa girar devagar.

Na etapa Avaliar, leve os estudantes a refletir sobre a articulação entre a memória, a adequação ao ritmo e a sincronização com o parceiro de dança, relacionando a interação e a cooperação com os colegas ao dançar.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o próximo Capítulo, é importante que os estudantes revisem seus percursos de aprendizagem. Proponha as questões a seguir; elas ajudam a identificar as habilidades que já foram consolidadas e as que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. De que maneira contribuí com as discussões ao longo do Capítulo, especialmente em análises críticas e argumentos que expandiram as reflexões?

2. Como considerei os argumentos dos colegas durante as reflexões propostas? De que forma respeitei e integrei essas diferentes perspectivas na minha análise?

3. Dediquei-me à pesquisa, ajudando meu grupo a elaborar, realizar e analisar a entrevista sobre danças regionais e ensinar aos colegas a dança selecionada?

4. Como me envolvi nas atividades da seção Oficina de práticas corporais e como isso contribuiu para o desenvolvimento das habilidades trabalhadas no Capítulo?

Capítulo 10 Esportes de marca, de precisão e de campo e taco

A BNCC no Capítulo 10

Temas Contemporâneos Transversais: Saúde; Educação Alimentar e Nutricional; Vida Familiar e Social; Ciência e Tecnologia; Diversidade Cultural; Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras; Trabalho.

Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo jornalístico-midiático, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo de atuação na vida pública e campo artístico-literário.

Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG103), 2 (EM13LGG201, EM13LGG203), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG503).

Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503).

Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503).

Objetivos e justificativa

Exper imentar e fruir o atletismo, concebendo a prática de corrida de longa distância como uma expressão de autocuidado, automotivação e perseverança e reconhecendo os riscos à saúde promovidos pelo consumo de substâncias ilícitas para a melhora do desempenho.

• Experimentar e fruir a bocha e discutir o respeito à diversidade e os direitos da pessoa com deficiência, valorizando as possibilidades de inclusão promovidas pelo esporte.

• Exper imentar e fruir o beisebol, reconhecendo os fatores culturais e econômicos envolvidos no esporte, as diferenças dessa modalidade com o softbol e as possibilidades de adaptações para desenvolver essa prática no ambiente escolar.

No Tópico 1, a tematização do atletismo promove discussões que envolvem tanto os aspectos motivacionais relacionados à prática de corrida quanto o alerta

para a busca obsessiva pelo melhor desempenho no esporte profissional, que leva alguns atletas a abdicarem da ética e recorrerem ao doping, contemplando os TCTs Saúde, Educação Alimentar e Nutricional e Ciência e Tecnologia. No Tópico 2, a tematização da bocha e da bocha adaptada conduzirão vivências do esporte, práticas de pesquisa, reflexões e discussões que se aprofundam nas temáticas da inclusão e dos direitos das pessoas com deficiência, abordando os TCTs Saúde e Vida Familiar e Social. No Tópico 3, a tematização do beisebol possibilitará vivências e discussões sobre os aspectos sociais, culturais e econômicos do esporte, abordando os TCTs Diversidade Cultural, Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e Trabalho.

Introdução

No Tópico 1, a tematização do atletismo e particularmente da prática de corrida de longa distância norteia discussões, reflexões e vivências, que oportunizam o desenvolvimento das competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, além de abordar, por meio dos textos apresentados, os campos de atuação social da vida pessoal, das práticas de estudo e pesquisa e artístico-literário.

No Tópico 2, a tematização da bocha costura discussões a respeito da inclusão de pessoas com deficiência, promovendo o desenvolvimento das competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias e contemplando os campos de atuação social das práticas de estudo e pesquisa, de atuação na vida pública e artístico-literário.

No Tópico 3, a tematização do beisebol trata de aspectos culturais e econômicos envolvidos no esporte, aprofundando o desenvolvimento das competências 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias e apresentando o campo de atuação social jornalístico-midiático.

Abertura do Capítulo 10 (p. 216)

Faça a leitura do texto em voz alta e direcione a atenção dos estudantes para a imagem de abertura do Capítulo, orientando-os a responder verbalmente à pergunta. Durante a análise da imagem, pergunte aos estudantes se eles conhecem mais exemplos de esportes de marca. É possível que respondam: natação, ciclismo, canoagem, remo, levantamento de peso, entre outros.

Depois, incentive-os a citar outros esportes de precisão e de campo e taco, além daqueles que já foram mencionados. Alguns exemplos desses esportes incluem o boliche e o arco e flecha, na categoria de esportes de precisão, e o softbol, na categoria de esportes de campo e taco.

Tópico 1 – Atletismo e motivação

(p. 217 e 218)

Oriente os estudantes a ler individualmente a primeira parte do texto introdutório. Em seguida, encaminhe-os para realizar as questões propostas no boxe Primeiro olhar.

Objeto educacional digital

O carrossel de imagens “Mulheres no atletismo” apresenta a história de quatro mulheres que ganharam destaque em modalidades do atletismo e os obstáculos que precisaram enfrentar para chegar às competições de nível profissional.

Primeiro olhar

Organize os estudantes em pequenos grupos para ler as atividades do boxe e conversar sobre suas respostas às perguntas. Quando finalizarem, convide um representante de cada grupo para compartilhar com os demais colegas uma síntese da discussão que aconteceu em seu grupo.

1. Os estudantes poderão citar as provas de corrida, de salto e de arremesso que acontecem nos Jogos Olímpicos. Espera-se que associem o atletismo a alguma das várias modalidades que compõem o esporte (corridas rasas, corridas com barreiras, corridas com obstáculos, corridas de revezamento, saltos, arremessos, lançamentos e marcha atlética, em provas de pista, de campo ou de rua). Informe aos estudantes que, ao todo, o atletismo é composto de 40 modalidades, das quais 28 são disputadas nos Jogos Olímpicos.

2. É possível que os estudantes citem que o atletismo tem destaque nos veículos mais especializados e algum destaque nas mídias em geral (televisão, jornais, internet etc.) por ser um esporte bastante tradicional e historicamente importante. No entanto, comparado a outros esportes, eles poderão argumentar também que os momentos de maior visibilidade do atletismo se dão, em geral, quando acontecem os eventos esportivos de maior prestígio e com maior alcance global, como os Jogos Pan-Americanos e os Jogos Olímpicos.

Ler e compartilhar (p. 219 a 221)

Oriente os estudantes a realizar a leitura individual do texto e a escrever as respostas no caderno. Depois, leia uma pergunta por vez e incentive-os a compartilhar suas respostas.

Atividades

2 e 3. Aproveite a oportunidade para convidar os estudantes a compartilhar as estratégias que utilizam para alcançar suas metas pessoais, buscando vencer a si mesmos, como faz o autor do texto, ou

vencer os outros. Reforce a importância da ética como norteadora de qualquer tipo de competição. 5. Espera-se que os estudantes reflitam, escolham uma atividade que desenvolveram ou vêm desenvolvendo em sua vida e a relacionem a outra ação, estabelecendo uma metáfora coerente. Incentive-os a se manifestar citando atividades que demandem persistência, consistência e autossuperação para alcançar metas pessoais, tendo em vista os projetos de vida dos estudantes.

Durante a exploração do boxe Ampliar, converse com os estudantes sobre como, apesar de a atitude da atleta ter sido louvada mundialmente como um exemplo de determinação, seu estado de exaustão extrema e desidratação, que a deixou à beira do colapso, demonstra os riscos de ultrapassar os limites físicos. É fundamental compreender que, no esporte e na vida, superar desafios é valioso, mas o autocuidado e o respeito aos sinais do corpo são igualmente importantes.

Incentive a reflexão sobre a linha tênue entre perseverança saudável e esforço prejudicial, destacando que reconhecer os próprios limites não é fraqueza, mas uma forma de inteligência corporal e responsabilidade com a própria saúde.

Ao explorar o boxe Indicações, verifique a possibilidade de organizar com os estudantes e a escola uma pesquisa e visita a uma pista de atletismo em algum estádio municipal na região ou próximo de onde moram.

Refletir e argumentar

Oriente os estudantes a ler a tirinha e conversar sobre as atividades. Depois, convide-os a compartilhar as respostas.

1. Espera-se que os estudantes considerem ambos os esforços, tanto o físico quanto o mental, como aspectos com os quais os competidores de maratonas precisam lidar durante as provas, especialmente em competições de alto nível, com adversários preparados e expectativa de superação de marcas anteriores. Também devem levar em consideração as competições entre amadores, que poderão ser tão ou mais desafiadoras, na medida em que esses competidores não são esportistas profissionais, a despeito de a extensão da maratona não mudar por conta disso.

2. Espera-se que os estudantes percebam, na tirinha, a representação do esforço exigido para percorrer e concluir uma maratona e como isso pode levar os corredores ao limite, a ponto de não quererem mais passar por tanto desgaste. É possível estabelecer relações com situações reais na medida em que alcançar objetivos pode ser um processo longo e desafiador, mas a superação e o aprendizado pessoal podem compensar o esforço exigido durante o processo, causando a sensação de autossuperação, que pode se refletir na vida pessoal ou profissional.

Conexões com... Química

(p. 222 e 223)

Oriente os estudantes a fazer a leitura do texto em dupla e, posteriormente, realizar as atividades 1 e 2 no caderno. Em seguida, incentive-os a compartilhar as respostas com a sua mediação.

1. Alguns competidores profissionais usam a dopagem com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo, obtendo, dessa maneira, melhores rendimentos que os adversários ou conquistando marcas históricas, que lhes renderão prestígio, fama e, possivelmente, prêmios e ganhos financeiros. Muitos dos praticantes de exercícios físicos que não competem profissionalmente também utilizam substâncias ilegais para obter melhores rendimentos visando a resultados estéticos, como aumentar a massa muscular ou diminuir as taxas de gordura rapidamente, atendendo, assim, a certos padrões corporais impostos ou idealizados por toda a sociedade ou por parte dela.

3. Organize os estudantes em grupos de acordo com a quantidade total deles em sala de aula e também dos termos a serem pesquisados. Reserve uma aula para os estudantes realizarem as pesquisas, que podem ser feitas no laboratório de informática, na biblioteca ou em algum espaço adequado da escola que disponibilize internet. Peça a eles que preparem apresentações, produzindo cartazes ou slides, por exemplo. Essa atividade pode ser feita com o auxílio do professor de Química. Se desejar, oriente os estudantes a apresentar as pesquisas a outras turmas da escola.

Oficina de práticas

corporais (p. 224 e 225)

Nesta atividade, os estudantes terão a oportunidade de participar de uma corrida de revezamento que prioriza o domínio rítmico. A sugestão inicial de propor que cada estudante corra ou caminhe pelo percurso pode ser alterada, se for constatado que alguns estudantes não têm condição física de percorrer o percurso completo. É possível orientar as equipes a decidir a distância que cada integrante percorrerá, desde que a soma de todas as distâncias percorridas pelos integrantes complete o total de voltas inicialmente previsto no percurso para toda a equipe. Garanta uma prática inclusiva, especialmente para estudantes com deficiência ou com limitações físicas, se houver.

Na etapa Praticar, proponha aos estudantes a seguinte série de alongamentos dinâmicos antes de iniciar a atividade.

• Para alongar os flexores do joelho: permanecer por 5 segundos em pé, com a perna direita estendida à frente da perna esquerda e o joelho esquerdo semiflexionado. Em seguida, flexionar o tronco em direção ao joelho direito, projetando as mãos em

direção aos pés e retornando cinco vezes. Realizar o alongamento com o outro lado do corpo.

• Para alongar o quadríceps: permanecer por 5 segundos em pé, com as pernas estendidas. Em seguida, flexionar alternadamente os joelhos para levar um pé de cada vez em direção ao glúteo, segurando-o com a mão do mesmo lado. Realizar o exercício cinco vezes com cada lado do corpo.

• Para alongar os flexores e extensores do quadril: permanecer por 5 segundos em pé ao lado de uma parede e apoiar uma das mãos nela. Em seguida, manter o joelho esquerdo estendido com o pé esquerdo apoiado no chão, enquanto o joelho e o quadril direitos são flexionados, para que a perna direita balance para frente e para trás. Realizar o mesmo exercício com a outra perna depois de cinco execuções.

• Para alongar os adutores e abdutores do quadril: permanecer por 5 segundos em pé ao lado de uma parede com o braço direito estendido na altura do ombro e a mão direita apoiada na parede. Enquanto a perna direita permanece estendida, o joelho e o quadril esquerdo são flexionados, para que a perna esquerda se mova da lateral em direção à frente do corpo. Realizar o mesmo alongamento com o outro lado do corpo depois de cinco execuções.

• Para alongar os rotadores mediais e laterais do quadril: permanecer por 5 segundos em pé ao lado de uma parede, com o braço direito estendido na altura do ombro e a mão direita apoiada na parede. Enquanto a perna direita permanece estendida, o joelho e o quadril esquerdo são flexionados, para que a perna esquerda balance e gire ao redor do quadril. Realizar o mesmo alongamento com o outro lado do corpo depois de cinco execuções.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre a participação deles na atividade e relatar como foi a experiência pessoal durante o processo.

Atividade complementar: jogo da centopeia

Se julgar oportuno, proponha o jogo descrito a seguir antes de iniciar a corrida de revezamento, para promover aos estudantes o aquecimento e o treino da passagem do bastão.

Organize as equipes perfiladas uma ao lado da outra e entregue um bastão ao primeiro estudante de cada fileira. Ao sinal sonoro, oriente as equipes a trotar pelo espaço, sem desmanchar as fileiras, enquanto passam o bastão para o colega que estiver atrás. Quando o último integrante da fileira receber o bastão, deve passá-lo por trás de seu corpo, para a sua outra mão e devolvê-lo para o colega que estiver à sua frente, de forma que o bastão passe por todos os integrantes da equipe até chegar novamente ao primeiro estudante.

Cada vez que o bastão percorrer toda a fileira (ida e volta), o grupo conta em voz alta o número da volta. Essa dinâmica será mantida até que o tempo determinado para a atividade tenha sido cumprido. A equipe que passar o bastão mais vezes vencerá o jogo.

Tópico 2 – Bocha, um esporte democrático

(p. 226)

Oriente os estudantes a fazer a leitura do texto introdutório e converse com eles sobre a história da bocha e sobre a bocha paralímpica.

Primeiro olhar

3. Incentive os estudantes a refletir sobre a possibilidade de a característica inclusiva da bocha, que acolhe pessoas com deficiência e idosos, contribuir para a criação de preconceitos, que resulta no desinteresse de jovens pela sua prática.

Ler e compartilhar (p. 227 a 229)

Oriente os estudantes a realizar a leitura individual do texto. Depois, convide-os a compartilhar suas respostas, certificando-se de que todos tenham oportunidade de fala.

Atividades

4 e 5. Converse com os estudantes a respeito de projetos de vida, incentivando-os a refletir sobre como a trajetória paralímpica de Dirceu pode inspirá-los a lutar por seus sonhos.

6. Aproveite para reforçar a característica inclusiva da bocha paralímpica, que viabiliza o acesso ao esporte de pessoas com deficiência motora severa. Converse com os estudantes sobre o respeito à diversidade, presente na bocha paralímpica, que pode ser transferido para as aulas de Educação Física na escola.

Refletir e argumentar

As atividades propostas neste boxe favorecem o posicionamento crítico dos estudantes por meio da argumentação.

2 e 3. Converse com a turma sobre as oportunidades oferecidas aos estudantes com deficiência na sua escola, incentivando-os a se comprometerem coletivamente a adotar comportamentos acolhedores em relação aos colegas e/ou colaboradores com deficiência e a refletir sobre as ações da escola que promovam essa inclusão.

Buscar mais conhecimento

(p. 230 e 231)

Durante a organização dos grupos, leia em voz alta as instruções da atividade, reforçando que por meio da

revisão bibliográfica é possível analisar os artigos científicos e os livros que foram publicados sobre uma determinada área do conhecimento.

No item 1 da Primeira etapa, informe previamente aos estudantes o local onde a revisão bibliográfica será realizada, se na escola ou em casa. Se for possível, reserve o laboratório de informática da escola para a realização da atividade.

No item 2 da Primeira etapa, para que não seja necessário realizar a revisão bibliográfica em diferentes bases de dados, pode-se sugerir aos estudantes que consultem o portal de periódicos da Capes, disponível em: www.periodicos.capes.gov.br/ (acesso em: 29 out. 2024). Explique que um portal de periódicos é uma plataforma que reúne várias bases de dados acadêmicas.

Nos itens 10 e 11 da Primeira etapa, leia os resumos dos artigos que foram selecionados pelos estudantes, defina os mais relevantes e distribua-os pelos grupos.

No item 3 da Segunda etapa, converse com os estudantes sobre os princípios éticos e formativos que regem o processo de pesquisa, escrita e publicação científica. Enfatize que as informações partilhadas em um artigo científico são oriundas de fontes credenciadas, capacitadas, especializadas e fidedignas (universidades, grupos de pesquisa, pesquisadores etc.). Para além disso, após a escrita de um artigo científico, toda informação, antes de ser publicada, passa pela apreciação de outros especialistas como forma de garantir a confiabilidade dos dados.

Oficina de práticas corporais

(p. 232 e 233)

Nesta atividade, os estudantes terão a oportunidade de vivenciar um jogo adaptado de bocha. Como o esporte costuma despertar pouco interesse de jovens devido aos estereótipos que associam essa prática às pessoas idosas, é possível que muitos estudantes sejam surpreendidos ao se sentirem desafiados e interessados pelo jogo. Incentive a participação de todos, especialmente dos estudantes com deficiência ou limitação física, se houver.

Na etapa Planejar, se a turma for numerosa, é possível demarcar várias canchas para realizar jogos simultâneos e finalizar as partidas quando uma das equipes conquistar 3 pontos em vez de 12 pontos, como sugerido na etapa Praticar

Nessa etapa, a atividade se torna mais ampla se o professor considerar os arremessos realizados com os pés, característicos da bocha paralímpica. Outra possibilidade é propor que os estudantes lancem a bocha com calhas de lançamento. Caso a escola não disponha de uma calha de lançamento, é possível confeccioná-la usando um cano de PVC 100 mm, com 1,60 m de comprimento, cortado na transversal.

Se houver mais canchas marcadas e várias equipes puderem jogar simultaneamente, os jogos podem ser realizados por tempo, permitindo o rodízio das equipes. Dessa forma, é possível organizar vários confrontos diferentes, garantindo que todas as equipes participem e se enfrentem em diversas combinações, tornando a atividade mais dinâmica e inclusiva.

Oriente os estudantes a utilizar a fita métrica para medir a distância entre as bochas e o bolim, identificando qual equipe receberá a pontuação de cada rodada.

Tópico 3 – Beisebol, softbol e adequações esportivas

(p. 234 e 235)

Oriente os estudantes a fazer a leitura individual do texto introdutório.

Primeiro olhar

Leia em voz alta uma pergunta por vez e incentive os estudantes a se manifestar.

1. Explore a imagem de abertura do Tópico 3 para apresentar aos estudantes o campo de beisebol no formato de diamante e suas quatro bases, localizadas nos cantos. Explique o posicionamento da equipe defensora e do atacante, que está segurando o taco. Os jogadores da defesa se distribuem pelo espaço, para defenderem a bola que será rebatida, tentando agarrá-la ou encostá-la no atacante (para que ele seja excluído) ou tentando encostar a bola em alguma base, impedindo que o atacante alcance essa base durante sua jogada (ou “entrada”). O atacante, por sua vez, tentará percorrer o maior número de bases possível após rebater a bola, para alcançar a última base (na jogada que realizou a rebatida ou nas jogadas seguintes, com rebatidas realizadas pelos seus companheiros de equipe), para conquistar um ponto para a sua equipe. Chame a atenção dos estudantes para o revezamento que existe entre as duas equipes, nas funções de defesa e ataque.

Ler e compartilhar (p. 235 a 237) Oriente os estudantes a realizar a leitura individual do texto.

Atividades

2. Se desejar, informe aos estudantes que, depois de sair de uma cidade pequena, Felipe Natel conseguiu jogar no Japão, país com muita tradição no beisebol e onde ele se consolidou como profissional, tornando-se uma inspiração para jovens que desejam profissionalizar-se no beisebol e ajudando a aumentar a popularidade do esporte no Brasil.

3. Comente o fato de o apelido Pelé ter se tornado verbete no dicionário Michaelis (disponível em:

https://michaelis.uol.com.br/palavra/wezv8/Pelé/; acesso em: 29 out. 2024) para designar alguém que é fora do comum, inigualável.

5. Na escola, a ideia de vivenciar o beisebol pode ser associada ao compartilhamento de conhecimentos: conhecer as regras do beisebol, explorar e refletir sobre os pontos técnicos e também praticar esse esporte. Na comunidade, é possível divulgar o esporte para familiares e amigos, apresentando essa modalidade, falando dos jogadores profissionais e compartilhando os conhecimentos técnicos desse esporte, além de averiguar se há escolas e centros especializados no ensino dessa modalidade esportiva e se há espaços adequados para a prática do beisebol, os quais podem ser exigidos pelos cidadãos junto ao poder público.

Refletir e argumentar

Oriente os estudantes a ler o texto e a responder às atividades no caderno, compartilhando as respostas com a turma.

1. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a questão, apresentem argumentos segundo o que percebem, no meio esportivo, em relação à diferenciação na prática de algumas modalidades esportivas e, sobretudo, estejam conscientes da busca pela equidade no esporte. Relembre-os de que a própria história dos Jogos Olímpicos Modernos revela que a participação feminina nos jogos já sofreu intensa rejeição, depois de longo período do evento em que elas nem sequer podiam participar, antes dessa presença se tornar histórica e admirável, chegando a 50% dos atletas nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

2. Espera-se que os estudantes elaborem argumentos coerentes com o ponto de vista deles, a respeito de as adaptações para o softbol serem adequadas ou não, apresentando argumentos em ambos os casos, se houver opiniões dissonantes. Em relação aos critérios e às decisões que embasam a escolha das modalidades olímpicas, adaptadas ou não, espera-se que os estudantes apresentem argumentos que justifiquem suas opiniões. Se considerar pertinente, discuta com a turma a necessidade de haver diferenças entre os parâmetros olímpicos e paralímpicos e levante a reflexão a respeito de estereótipos, incluindo questões sobre o desempenho de homens e mulheres relacionadas a atributos físicos ao competir sob as mesmas condições.

3. Espera-se que os estudantes reflitam e apresentem argumentos que embasem suas opiniões. Incentive o compartilhamento de ideias e de pontos de vista, garantindo que os estudantes considerem, em suas reflexões, a luta histórica das mulheres por protagonismo, igualdade de condições,

valorização das capacidades e visibilidade, tanto no meio esportivo quanto nos diversos contextos da vida social.

Oficina de práticas corporais (p.

238 e 239)

A atividade propicia a oportunidade de os estudantes vivenciarem um jogo de beisebol. Antes de iniciar, explore a imagem da página e chame a atenção deles para o posicionamento dos diferentes jogadores. Promova um ambiente inclusivo, especialmente para os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver.

No item 2 da etapa Planejar, oriente os estudantes a identificar no campo que foi demarcado o infield, o outfield, o home plate, as três bases e as linhas de falta.

No item 4 da etapa Planejar, separe os estudantes em equipes com nove integrantes e defina a ordem das partidas. Se o espaço disponível permitir, divida-o em dois campos para que duas partidas ocorram simultaneamente, otimizando a atividade e garantindo maior participação dos estudantes. Com as duas áreas de jogo prontas, é possível organizar a turma em quatro equipes, distribuindo o número total de estudantes de forma equilibrada entre elas. Após um período de jogo ou um determinado número de entradas, as equipes podem trocar de campo ou enfrentar outras equipes, garantindo que todos os grupos se enfrentem ao longo da atividade.

No item 2 da etapa Praticar, se os estudantes demonstrarem dificuldade para realizar as rebatidas, é possível propor que a bola pique no chão antes de ser rebatida ou que seja utilizada uma bola grande e leve.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles a respeito, propondo as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões que foram propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos?

2. Respeitei o momento de fala dos colegas, considerando seus argumentos durante as reflexões que foram propostas?

3. Dediquei-me à atividade de pesquisa, auxiliando o meu grupo a buscar arquivos sobre bocha e inclusão e a elaborar uma apresentação a respeito do artigo?

4. Empenhei-me nas atividades da seção Oficina de práticas corporais que foram propostas ao longo do Capítulo (corrida de revezamento, bocha e jogo de beisebol)?

Capítulo 11

Esporte técnico-combinatório, ginástica geral e danças urbanas

A BNCC no Capítulo 11

Temas Contemporâneos Transversais: Educação em Direitos Humanos; Diversidade Cultural; Vida Familiar e Social.

Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo jornalístico-midiático, campo artístico-literário, campo de atuação na vida pública e campo das práticas de estudo e pesquisa.

Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias no Ensino Médio:

• Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 6 (EM13LGG602, EM13LGG604).

• Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG103), 2 (EM13LGG201, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304), 5 (EM13LGG501, (EM13LGG502, EM13LGG503), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703).

• Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604).

Objetivos e justificativa

• Vivenciar a ginástica artística, reconhecendo essa prática como um esporte técnico-combinatório.

• A profundar os conhecimentos sobre o circo, percebendo as acrobacias circenses como uma manifestação artística e social.

• Praticar alguns passos de breaking, identificando as características do hip-hop como um movimento cultural e social.

A temática da prática corporal em diálogo com as artes desenvolvida no Tópico 1 oportuniza aos estudantes refletir sobre a ginástica artística, explorando o TCT Educação em Direitos Humanos. Os Tópicos 2 e 3 favorecem o trabalho com os TCTs Diversidade Cultural

e Vida Familiar e Social ao explorar o circo e as acrobacias circenses, além da cultura hip-hop e o breaking

Introdução

A temática do Tópico 1 possibilita desenvolver as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 6 da área de Linguagens e suas Tecnologias, em que os estudantes vão refletir sobre as possibilidades de vivência da ginástica artística. Também aborda os campos de atuação social da vida pessoal, jornalístico-midiático e artístico-literário.

O Tópico 2 trabalha os campos de atuação social das práticas de estudo e pesquisa, artístico-literário e jornalístico-midiático, além das competências específicas 1, 2, 3, 5, 6 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, tendo como objetivo experimentar e fruir as acrobacias circenses e a ginástica geral.

Por fim, o Tópico 3 desenvolve os campos de atuação social artístico-literário e de atuação na vida pública e as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 6 da área de Linguagens e suas Tecnologias, com o objetivo de conhecer diferentes movimentos na dança urbana.

Abertura do Capítulo 11 (p. 240)

Este Capítulo apresenta aos estudantes três práticas corporais relacionadas às artes: um esporte técnico-combinatório (ginástica artística), uma ginástica geral (acrobacias circenses) e uma dança urbana (breaking), o que contribui para ampliar o repertório motor e cultural dos estudantes ao vivenciar diferentes práticas corporais. Levante os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os assuntos abordados neste Capítulo. Oriente-os a ler o texto introdutório e a responder oralmente à pergunta do último parágrafo. Espera-se que identifiquem que se trata do breaking, dança urbana que faz parte da cultura hip-hop.

Sobre a ginástica geral, em 2007, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) denominou a alteração do nome da prática Ginástica Geral (GG) para Ginástica Para Todos (GPT). Entretanto, nesta coleção, adotaremos o termo “ginástica geral”, seguindo os preceitos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de 2018.

Tópico 1 –

Representatividade negra na ginástica artística (p. 241)

Se desejar, peça aos estudantes que leiam o texto introdutório individualmente e encaminhe-os para responder às atividades propostas no boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

As atividades propostas neste boxe têm como objetivo fazer um levantamento dos conhecimentos prévios

e das hipóteses dos estudantes sobre o texto expositivo, a fim de incentivá-los a refletir sobre a ginástica artística de uma forma mais completa, considerando o que sabem e suas experiências pessoais e culturais.

1. Se julgar oportuno, pergunte aos estudantes se eles acompanham notícias e postagens sobre ginástica geral nas mídias sociais.

2. Aproveite para verificar se os estudantes conseguem identificar e diferenciar as técnicas básicas dessa prática corporal.

Leve os estudantes a associar a ginástica artística aos esportes técnico-combinatórios e atribuir os resultados obtidos pelos atletas ao desempenho de técnicas e habilidades específicas.

Objeto educacional digital O infográfico “Ginástica artística” apresenta um pouco mais sobre as técnicas e modalidades da ginástica artística, os critérios de pontuação e as diferenças nas competições feminina e masculina.

Ler e compartilhar (p. 242 a 244)

Oriente os estudantes a ler individualmente o texto e formar pequenos grupos para construir em conjunto as respostas das atividades.

Atividades

1. Comente que Rebeca Andrade (ginástica), Beatriz Souza (judô) e a dupla Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia) foram as únicas atletas, entre homens e mulheres, a conquistar o lugar mais alto do pódio na edição dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ressalte que Marta (futebol), Rafaela Silva (judô), entre outras atletas, também são exemplos de como mulheres brasileiras vêm conquistando visibilidade mundial.

2. Incentive a fala respeitosa dos estudantes e a valorização das atletas brasileiras no meio esportivo.

3. Nesse âmbito, Rebeca Andrade destaca-se como um exemplo vivo de interseccionalidade nos esportes. Negra e vinda da periferia, sua vitória no esporte é também a vitória de uma classe social que historicamente tem menos oportunidades e de um grupo racial que ainda enfrenta marginalização estrutural.

Refletir e argumentar

As atividades propostas no boxe favorecem o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo dos estudantes.

1. Promova uma conversa entre os estudantes sobre a importância da manutenção da saúde mental e do bem-estar de atletas e treinadores na busca de melhores resultados. Cite outros casos de atletas de alto rendimento que tornaram pública sua luta pela saúde mental, como o surfista Gabriel Medina (1993-), que se ausentou das competições entre 2021 e

2022 para tratar a depressão; a tenista Naomi Osaka (1997-) que, em 2020, tornou pública sua depressão após desistir de um campeonato; e a jogadora de basquete Liz Cambage (1991-), que desistiu de um campeonato por conta da ansiedade, em 2021.

2. Espera-se que os estudantes percebam que a atitude de Simone Biles pode representar um dos símbolos da luta pela saúde mental.

Conexões com... História (p. 245)

A seção favorece o trabalho interdisciplinar com o componente curricular História, para que os estudantes possam aprimorar os conhecimentos sobre o período da Guerra Fria.

1. Leve os estudantes a perceber como uma conquista esportiva pode ser usada em movimentos políticos e sociais.

3. Informe que a Guerra Fria compreende o período de 1947 a 1991.

Oficina de práticas corporais (p. 246 e 247)

Durante a prática proposta nesta seção, recomenda-se o uso de tatame para garantir a segurança dos estudantes. Incentive a participação de todos, especialmente de estudantes com deficiência ou limitação física, se houver.

No item 1 de Praticar, conduza os estudantes a uma série de alongamentos antes de iniciar o circuito.

No item 3 de Praticar, caso haja grupos formados por um número ímpar de integrantes, oriente-os na formação de trios e no revezamento de funções durante a execução das posições e dos movimentos ginásticos das estações.

Na Estação 1: parada de mãos, antes de realizar o movimento de forma autônoma, devem ser executados alguns educativos com o auxílio da parede.

Na Estação 3: estrela (ou roda), explique que a estrela é um elemento básico de solo, que representa uma passagem pelo apoio invertido, lançando alternadamente as pernas. Ressalte que não há problema se os movimentos não saírem completamente estendidos, o importante é respeitar os seus limites e fazer o melhor que conseguir.

As atividades sugeridas na etapa Avaliar têm como objetivo promover, entre os estudantes, uma reflexão aprofundada sobre a prática corporal desenvolvida na seção Oficina de práticas corporais.

Tópico 2 – O universo do

circo (p. 248 e 249)

Oriente os estudantes a realizar individualmente a leitura da primeira parte do texto introdutório para que, em seguida, respondam oralmente às perguntas

do boxe Primeiro olhar, mobilizando os conhecimentos prévios da turma.

Primeiro olhar

Se desejar, proponha aos estudantes que se organizem em uma roda de conversa para responder às perguntas oralmente.

1. Chame a atenção dos estudantes para os diferentes contextos do circo, como a prática corporal, o entretenimento, a manifestação artística etc.

3. Os estudantes que já acompanharam números circenses, presencial ou virtualmente, poderão compartilhar a experiência com os colegas. Se desejar, pergunte-lhes a respeito das diferenças entre acompanhar um espetáculo circense presencial e virtualmente, incluindo na conversa os estudantes que nunca acompanharam esse tipo de manifestação, questionando-lhes como imaginam que são essas experiências e quais seriam as principais diferenças entre ambas.

Ler e compartilhar (p. 249 a 251)

Se desejar, promova uma leitura compartilhada do texto.

Explique que o uso de animais em espetáculos circenses teve início na Roma Antiga, que apresentava duelos de sobrevivência entre humanos e animais. Em 1833, o treinador Isaac A. Van Amburgh (1808-1865) integrou animais selvagens aos espetáculos circenses e, apesar de receber críticas pela crueldade exercida, tornou-se o primeiro grande treinador de animais selvagens a ter relevância internacional. Seu nome continuou sendo usado pelos circos até 1922. Atualmente, a presença de animais em circos gera discussão em diversos países, incluindo o Brasil, e essa prática se encontra em declínio.

Atividades

2. Espera-se que os estudantes compreendam que o circo é uma manifestação artística e cultural, que propicia diferentes emoções por meio de suas apresentações.

5. A lona e o picadeiro não são vistos apenas como estruturas físicas mas também como símbolos que fazem parte da magia e da atmosfera envolvente do circo, criando um ambiente que possibilita a imersão do público nas emoções e nas experiências presentes no espetáculo. De maneira não gratuita, o autor utiliza, no texto, o adjetivo totêmicas para caracterizar essas estruturas, visto que o termo totem remete a seres ou objetos considerados sagrados ou que evocam, em suas simbologias, elementos subjetivos e bastante representativos de uma coletividade atrelados a crença, espiritualidade etc.

Sugestão para o professor

• CENTRO DE MEMÓRIA DO CIRCO. São Paulo, c2024. Site. Disponível em: https://memoriadocirco.org.br/. Acesso em: 2 nov. 2024.

Site oficial de um espaço de preservação da memória do circo com imagens e vídeos, dados do acervo e informações sobre cursos, palestras e debates sobre a história e a cultura circense.

Refletir e argumentar

Oriente os estudantes a refletir e argumentar sobre as questões apresentadas na tirinha. Informe-os que, para que sejam permitidas apresentações envolvendo animais – seja em circos, aquários, feiras etc. –, é preciso seguir normas que garantam o bem-estar das espécies e que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é o órgão responsável por receber denúncias de maus-tratos a animais.

1. Chame a atenção dos estudantes para a utilização do humor a favor da crítica social.

2. Os estudantes poderão relacionar a utilização de animais nos espetáculos às tradições circenses que se perpetuam ao longo do tempo, das quais a aparição de animais faz parte, havendo uma parcela do público que não dissocia o espetáculo teatral dos números que os utilizam. Espera-se que considerem as condições a que os animais são expostos e demonstrem empatia por eles, preocupando-se e considerando a necessidade de preservá-los, talvez concluindo que não deveriam ser utilizados como instrumentos nos circos, em todo o território nacional, a despeito de legislações que porventura decretem restrições ou proibições. Informe que ainda não existe uma lei nacional que proíba a exibição e doma de animais em espetáculos, porém alguns estados e municípios brasileiros baniram essa prática.

Buscar mais conhecimento

(p. 252)

A proposta desta seção é a realização de uma pesquisa documental, favorecendo a ampliação do pensamento computacional dos estudantes.

No item 2 da Primeira etapa, se desejar, proponha aos estudantes a pesquisa de outros tipos de palhaços ou de outros personagens circenses, como os acrobatas, as bailarinas, os equilibristas e os mágicos, seguindo critérios pertinentes ao tipo de pesquisa proposta, que é o estudo de recepção da indústria cultural.

Oficina de práticas corporais (p. 253 e 254)

Esta seção propicia aos estudantes a oportunidade de vivenciar um circuito de pirâmides humanas, uma modalidade de acrobacias circenses e da ginástica

geral. Permita que os estudantes repitam as acrobacias mais simples com segurança até sentirem confiança para progredirem nas atividades propostas. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

No item 2 da etapa Planejar, prepare previamente cartões com ilustrações das posições que os estudantes vão realizar, os quais devem ser colados em cada uma das estações, servindo de referência para os grupos. Para organizar os estudantes em grupos, considere o número de elementos em cada uma das pirâmides. Desse modo, haverá grupos com três, cinco e nove integrantes. Para que consiga supervisionar melhor a turma, proponha aos estudantes que passem primeiro pelas quatro estações iniciais, deixando a quinta estação, que possui mais elementos na pirâmide (nove), por último.

No item 3 da etapa Praticar, converse com os estudantes sobre a importância de respeitarem o espaço corporal dos colegas durante as execuções. A atividade com pirâmides humanas requer confiança, cooperação, cuidado e respeito. Além disso, é importante reforçar a necessidade de manter a musculatura contraída durante as execuções para favorecer o equilíbrio corporal. A turma deve decidir em conjunto quem vai fazer as funções da pirâmide humana (bases, intermediários e volantes). Enquanto alguns estudantes realizam as pirâmides, outros podem ajudar no equilíbrio, segurando as mãos dos colegas ao subirem ou se posicionarem. Assim, todos se sentem mais seguros para não cair nem desequilibrar. Durante as execuções, fique atento aos estudantes e, caso alguém comece a sentir cansaço ou dores, deve-se interromper a atividade imediatamente para evitar lesões.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre a participação deles na atividade e compartilhar como foi a experiência pessoal durante o processo.

Tópico 3 – Breaking e cultura hip-hop (p. 255 e 256)

Faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre os assuntos abordados neste Tópico. Oriente-os a ler o texto introdutório e a responder às atividades do boxe Primeiro olhar

Primeiro olhar

1. Durante a discussão das respostas, é importante aprofundar o conhecimento dos estudantes sobre outros elementos fundamentais do movimento, como o grafite e o DJ (disc jockey, quem toca as músicas para o público), que também desempenham papéis centrais na cultura hip-hop

3. É importante orientar os estudantes sobre as diferenças entre o funk brasileiro e o hip-hop. Embora ambos compartilhem MCs e DJs, o funk,

principalmente o carioca, se distingue pela sua expressão coletiva e pelas influências locais, como as danças coreografadas em grupo. Já o hip-hop, especialmente o rap e o breaking, foca a individualidade e a reflexão social.

Destaque a prática corporal do movimento hip-hop, enfatizando os principais estilos, mencionando, além do breaking, o popping e o locking.

Objeto educacional digital

O podcast “A cultura hip-hop no Brasil” apresenta um pouco da cultura hip-hop no Brasil, além de alguns trechos de músicas representativas do gênero.

Ler e compartilhar (p. 257 a 259)

Oriente os estudantes a ler individualmente o texto e responder às atividades no caderno.

Atividades

Peça à turma que se organize em trios para que cada grupo possa responder às atividades. Depois, incentive-os a compartilhar as respostas com os demais colegas.

2. Aproveite a oportunidade para promover positivamente a cultura negra entre os estudantes.

3. Leve os estudantes a compreender que a dança é uma linguagem corporal que utiliza os movimentos para expressar a singularidade humana.

4. Incentive os estudantes a refletir sobre formas de realização de protestos pacíficos com o uso das artes, como a música e a dança.

8. Se for possível, reserve o laboratório de informática da escola para que os estudantes realizem a pesquisa proposta na atividade. Depois, oriente-os a formar uma roda de conversa e compartilhar os resultados da pesquisa com a turma e o professor.

Refletir e argumentar

As atividades deste boxe têm como objetivo incentivar o debate entre os estudantes sobre a aplicação dos Direitos Humanos e o hip-hop na sociedade contemporânea, promovendo uma compreensão mais profunda e articulada entre esses temas.

2. S e julgar interessante, retome com os estudantes a pesquisa feita em Atividades sobre letras de hip-hop como um exemplo da ação da cultura hip -hop em reforço aos princípios de inclusão e diversidade defendidos no artigo citado.

3. Incentive os estudantes a manifestar suas opiniões, sempre ouvindo com respeito os colegas e discutindo com base em argumentos e contra-argumentos.

Oficina de práticas

corporais (p. 260 e 261)

Esta seção favorece aos estudantes a realização de uma coreografia de breaking ao praticar alguns

movimentos básicos do hip-hop. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

Antes de iniciar a atividade, converse com os estudantes sobre as diferentes fases que estruturam a performance do breaking, cada uma delas com uma função específica dentro da apresentação.

Informe que a primeira fase é o toprock, que consiste em passos realizados em pé e serve como introdução da performance. Nessa fase, o dançarino se apresenta e define o ritmo da dança, usando movimentos que mostram controle e estilo pessoal.

Em seguida, vem o footwork, que marca a transição para o chão. Nessa fase, o dançarino executa movimentos rápidos e complexos com as pernas, girando em torno do próprio corpo e explorando o espaço de forma dinâmica. O footwork é uma parte essencial do desenvolvimento da coreografia, em que o dançarino demonstra fluidez e técnica.

Os power moves entram em cena durante ou após o footwork. São movimentos acrobáticos de alto impacto, que exigem força, controle e habilidade. Giros, saltos e movimentos contínuos no chão são exemplos de power moves que impressionam o público pela complexidade e velocidade.

A última fase é o freeze, quando o dançarino “congela” em uma posição estática, geralmente de equilíbrio, para finalizar sua apresentação com impacto. O freeze é um momento de controle absoluto, que encerra a performance de forma dramática, marcando o ponto alto da habilidade do dançarino.

No item 3 da etapa Planejar, ao selecionar músicas para acompanhar a dança breaking, é essencial criar um ambiente dinâmico e envolvente, garantindo que as escolhas musicais estejam de acordo com os valores educacionais e livres de conteúdos apelativos ou inadequados. Uma sugestão também seria escolher músicas instrumentais.

No item 1 da etapa Praticar, conduza os estudantes a uma série de alongamentos antes de iniciar a atividade.

Na etapa Avaliar, incentive os estudantes a refletir sobre a participação deles na atividade e compartilhar como foi a experiência pessoal durante o processo.

Avaliar o percurso

Antes de iniciar o Capítulo seguinte, é importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles a respeito, propondo as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. De que maneira contribuí para as discussões, especialmente em termos de análises críticas e argumentos que expandissem as reflexões propostas?

2. Respeitei os argumentos dos colegas durante as reflexões propostas? E de que forma integrei essas diferentes perspectivas na minha análise?

3. Eu me dediquei à atividade de pesquisa, auxiliando o meu grupo a investigar os tipos de palhaço, a analisar a interpretação de um palhaço e, posteriormente, a produzir uma apresentação com os dados e as análises resultantes da pesquisa?

4. De que forma me envolvi nas atividades da seção Oficina de práticas corporais (circuito de ginástica artística, pirâmides humanas e breaking)? Como esse envolvimento contribuiu para o desenvolvimento das habilidades propostas ao longo do Capítulo?

Capítulo 12 Lutas do mundo

A BNCC no Capítulo 12

Temas Contemporâneos Transversais: Diversidade Cultural; Vida Familiar e Social; Educação em Direitos Humanos; Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo jornalístico-midiático, campo artístico-literário, campo das práticas de estudo e pesquisa e campo de atuação na vida pública.

Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 4, 5, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

Tópico 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303) e 5 (EM13LGG501, EM13LGG503).

Tópico 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Tópico 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG702).

Objetivos e justificativa

• Experimentar e fruir o taekwondo, apropriando-se de sua filosofia e aplicando seus princípios para posicionar-se criticamente sobre pautas que envolvem os direitos humanos.

• Experimentar e fruir o judô, transferindo as aprendizagens da luta para os desafios enfrentados no dia a dia, compreendendo que a habilidade de levantar-se após as quedas corporais pode ser aplicada para reerguer-se emocionalmente em experiências de frustração.

• Compreender as regras do boxe, experimentando sua versão recreativa e terapêutica e discutir as condutas homofóbicas, transfóbicas e misóginas, refletindo sobre alternativas para combater esses comportamentos.

As lutas relacionadas às artes marciais têm sua origem associada ao treinamento de guerra dos militares, mas foram ressignificadas e incorporaram códigos de conduta que passaram a promover valores virtuosos. Por esse motivo, a vivência e a tematização dessas práticas favorecem o desenvolvimento do respeito à diversidade, à cidadania e à educação em direitos humanos. Nesse sentido, a tematização do taekwondo e sua relação com a filosofia, no Tópico 1, possibilita abordar os TCTs Diversidade Cultural, Vida Familiar e Social e Educação em Direitos Humanos. A tematização do judô e seus princípios que objetivam o desenvolvimento físico, intelectual e moral, no Tópico 2, contempla o TCT Diversidade Cultural, e a tematização do boxe e seu caráter transformador, no Tópico 3, engloba os TCTs Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras, Diversidade Cultural e Educação em Direitos Humanos.

Introdução

No Tópico 1, são desenvolvidas as competências específicas 1, 2, 3 e 5 da área de Linguagens e suas Tecnologias, possibilitando que os estudantes reflitam sobre a aplicação da filosofia e dos princípios do taekwondo em pautas que envolvem os direitos humanos, articulando os campos de atuação social da vida pessoal e jornalístico-midiático.

No Tópico 2, são trabalhadas as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, possibilitando que os estudantes reflitam a respeito da transferência das aprendizagens sobre o judô para os desafios enfrentados no dia a dia, desenvolvendo também os campos de atuação social da vida pessoal, jornalístico-midiático, artístico-literário e das práticas de estudo e pesquisa.

No Tópico 3, enfocam-se as competências específicas 1, 2, 3, 5 e 7 da área de Linguagens e suas Tecnologias, por meio da compreensão das regras do boxe, a experimentação de sua versão recreativa e terapêutica, além de discussões sobre condutas homofóbicas, transfóbicas e misóginas, com o objetivo de propor reflexões para combater o preconceito, desenvolvendo os campos de atuação social da vida pessoal, jornalístico-midiático e de atuação na vida pública.

Abertura do Capítulo 12 (p. 262)

Oriente os estudantes a ler o texto e incentive-os a explorar a fotografia reproduzida na página, listando as lutas que conhecem. Acione os conhecimentos mobilizados em tópicos anteriores, o que os estudantes poderão fazer citando, por exemplo, a luta huka-huka, a capoeira e a luta marajoara, além do jiu-jítsu e da esgrima. Outras lutas são o muay thai (luta de origem tailandesa), o dambe, o n’golo e a laamb (lutas de origem africana) etc. O judô e o boxe também poderão ser citados e são as lutas trabalhadas nos demais tópicos deste Capítulo.

Tópico 1 – Taekwondo:

uma luta coreana (p. 263 e 264)

Leia o texto introdutório com os estudantes e proponha uma roda de conversa para que respondam oralmente às questões do boxe Primeiro olhar

Primeiro olhar

1. Esclareça que no taekwondo é permitido apenas o uso das mãos e dos pés, para desferir socos e chutes. Os chutes podem atingir a cabeça e o tórax do oponente, e os socos podem atingir o tórax. O rosto não pode ser atingido.

3. Explique para os estudantes que o uniforme do taekwondo é denominado dobok, constituído por blusa e calça branca, além da faixa, denominada ti. Os equipamentos de proteção incluem o capacete para a cabeça, o colete para o tronco e as botas para os pés.

A segunda parte do texto introdutório apresenta a origem do taekwondo no Brasil e os medalhistas olímpicos brasileiros na modalidade. Faça a leitura em voz alta e explique para os estudantes que, além de Sang Min Cho, outros mestres de taekwondo foram enviados a vários países pelo governo coreano para difundir a modalidade. Ler e compartilhar (p. 264 a 266)

Oriente os estudantes a ler o texto e responder às atividades no caderno.

Atividades

2. Incentive os estudantes a transpor os valores citados para os próprios projetos de vida.

3. Convide os estudantes a refletir sobre as pessoas que fazem parte da rede de apoio deles e de que forma eles também podem contribuir para integrar a rede de apoio de amigos e familiares.

4. Maicon cita a falta de patrocínios e os custos elevados com materiais, treinos, alimentação, viagem e hospedagem. Espera-se que os estudantes citem que algumas das estratégias de valorização e incentivo à prática esportiva passam pelo investimento

público, na formação de base, na prática escolar e no alto rendimento, e pelo investimento privado, por meio do apoio de empresas e mídias.

6. O espor te pode oferecer um caminho para melhorar as condições financeiras e sociais, por meio de bolsas de estudo, patrocínios e oportunidades profissionais, tanto no Brasil quanto no exterior. Muitos atletas vêm de contextos sociais difíceis e encontram no esporte uma maneira de transformar suas realidades.

Refletir e argumentar

Promova uma conversa com os estudantes sobre os princípios propostos por Choi Hong Hee e peça que leiam o texto e respondam às atividades.

3. Incentive os estudantes a traçar conexões entre os desafios enfrentados pela atleta e os que eles próprios vivenciam, assim como a luta por direitos, sobretudo das mulheres. Espera-se que eles possam refletir e transpor os princípios do taekwondo para outros âmbitos da vida cotidiana.

Conexões com... Filosofia

(p. 267)

Peça aos estudantes que leiam o texto e o glossário e retome, se necessário, o conceito de budismo. Organize-os em grupos para que elaborem as respostas das atividades. Quando finalizarem, oriente-os a compartilhar as respostas com os colegas.

1. O budismo molda o taekwondo com sua ênfase em compaixão, não violência e autocontrole, enquanto o confucionismo contribui com valores de respeito, lealdade e desenvolvimento do caráter moral.

Oficina de práticas corporais

(p. 268 e 269)

Os estudantes terão a oportunidade de experimentar os chutes básicos do taekwondo. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

No item 1 da etapa Planejar, distribua as estações pelo espaço distantes umas das outras, para garantir a segurança dos estudantes, evitando o contato físico entre eles durante a execução dos chutes.

No item 1 da etapa Praticar, oriente os estudantes a caminhar em qualquer direção pelo espaço em ritmo acelerado, mudando o padrão de deslocamento a cada 30 segundos, conforme o seu comando, de acordo com as seguintes indicações: caminhar de costas, trotar, caminhar agachado, caminhar na ponta dos pés, caminhar apoiado nos calcanhares, galopar, saltitar, trotar com elevação dos joelhos, trotar encostando os calcanhares nos glúteos, caminhar encostando as mãos no chão, caminhar elevando os braços alternadamente, caminhar elevando e abaixando os braços simultaneamente.

No item 2 da etapa Praticar, caso haja grupos formados por um número ímpar de integrantes, oriente-os na formação de trios e no revezamento de funções durante a execução dos movimentos das estações. Nos itens 1 e 4 da etapa Praticar, oriente os estudantes a realizar os alongamentos indicados a seguir.

• Estufar o peito, estender os braços atrás do corpo e entrelaçar as mãos, tentando elevar os braços, mantendo essa posição por 5 segundos.

• Estender os braços à frente do tórax, na altura dos ombros, e entrelaçar os dedos, com as palmas das mãos voltadas para fora, mantendo essa posição por 5 segundos.

Estender os braços à frente do tronco e hiperestender os punhos, com os dedos unidos e voltados para cima, mantendo essa posição por 5 segundos.

Estender os braços à frente do tronco e flexionar os punhos, com os dedos unidos e voltados para baixo, mantendo essa posição por 5 segundos.

Em pé, apoiar as mãos no chão e afastar progressivamente as pernas.

Afastar as pernas (uma à frente da outra), empurrar o quadril para baixo e flexionar o joelho da perna da frente, mantendo-o alinhado ao tornozelo. A outra perna é estendida para trás, com o joelho apoiado no chão. Depois de manter a posição por 5 segundos, realizar o alongamento com o outro lado do corpo. Em pé, flexionar um dos joelhos, mantendo-o voltado para o chão, e puxar o calcanhar em direção ao glúteo, mantendo essa posição por 5 segundos. Em seguida, executar o alongamento com o outro lado do corpo.

Afastar as pernas (uma à frente da outra), mantendo o joelho da frente ligeiramente flexionado e a perna de trás estendida, com o calcanhar apoiado no chão. Apoiar as mãos em uma parede e, depois de 5 segundos, executar o alongamento com o outro lado do corpo.

Na questão 4 da etapa Avaliar, incentive os estudantes a falar mais sobre o que podem transpor do taekwondo para o projeto de vida deles.

Tópico 2 – Judô e superação (p.

270)

Oriente os estudantes a ler a primeira parte do texto introdutório. Em seguida, proponha uma roda de conversa para compartilharem as respostas aos questionamentos do boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

3. Retome com os estudantes o conceito de arte marcial, incentivando-os a refletir sobre a possibilidade de transformar uma prática corporal originalmente voltada para a guerra em uma prática

que valoriza a educação e o desenvolvimento integral do ser humano.

Depois de propor a leitura da segunda parte do texto introdutório, desafie-os a lembrar de nomes de judocas que conquistaram medalhas para o Brasil em campeonatos internacionais.

Ler e compartilhar (p. 271 a 273)

Peça aos estudantes que leiam o depoimento e respondam às atividades no caderno, incentivando-os a compartilhar oralmente as respostas.

Atividades

1. Retome com os estudantes o conceito de confucionismo e peça que pesquisem os conceitos de zen-budismo, xintoísmo e taoísmo. Zen-budismo é a prática do budismo que se concentra na meditação. Xintoísmo é a religião de origem japonesa que cultua a natureza e os espíritos ancestrais. Taoísmo é a prática religiosa e filosófica de origem chinesa que busca a harmonia com o “tao”, que representa a ordem natural do Universo.

4. Peça aos estudantes que compartilhem experiências pessoais nas quais conseguiram se reerguer após uma queda.

Refletir e argumentar

Oriente os estudantes a ler o texto e responder às perguntas.

1. Incentive-os a adotar um comportamento responsável no ambiente virtual, exercitando a cidadania digital, que se refere ao compromisso de utilizar a internet e as tecnologias digitais de maneira responsável, ética e segura, promover o respeito mútuo e participar de forma crítica e construtiva do ambiente virtual.

2. Peça aos estudantes que reflitam e argumentem sobre quais ações podem ser tomadas para combater o racismo em ambientes virtuais.

3. Cite que as delegacias especializadas em crimes virtuais podem ser encontradas no site da polícia civil dos estados.

Buscar mais conhecimento (p. 274)

A seção propõe uma prática de pesquisa documental e favorece o pensamento computacional, uma vez que os estudantes terão oportunidade de organizar as etapas da pesquisa, decompondo o objeto de estudo em partes menores para investigá-lo e extrair os dados mais relevantes dessa investigação para analisá-los, sistematizá-los e apresentá-lo aos colegas por meio da elaboração de um videodocumentário. No item 1 da Primeira etapa, é possível sugerir estes nomes de judocas: Chiaki Ishii e Douglas Vieira; Walter Carmona e Luiz Onmura; Leandro Guilheiro

e Ketleyn Quadros; Felipe Kitadai e Sarah Menezes; Aurélio Miguel e Rogério Sampaio; Tiago Camilo e Flávio Canto; Henrique Guimarães e Carlos Honorato; Mayra Aguiar e Rafael Silva; Rafaela Silva e Daniel Cargnin; Beatriz Souza e Willian Lima; Larissa Pimenta e Guilherme Schimidt; Leonardo Gonçalves e Rafael Macedo.

No item 1 da Segunda etapa, converse com os estudantes a respeito do planejamento de um videodocumentário, como a preparação de um roteiro do que será falado, além da produção e da edição da captação de imagens. Caso seja necessário, faça sugestões de melhorias nos roteiros. Se for possível, verifique a possibilidade de a escola fornecer equipamentos para a gravação dos videodocumentários.

Oficina

de práticas corporais (p. 275 a 277)

A seção trata da vivência de técnicas básicas das quedas do judô, promovendo o equilíbrio e a coordenação. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

No item 1 da etapa Praticar, proponha os alongamentos a seguir.

A joelhar-se, com o quadril sobre os calcanhares, inclinar o tronco para frente e estender os braços o mais longe possível, apoiando as mãos no chão.

Manter a posição por 5 segundos.

Em quatro apoios, apoiar as palmas das mãos no chão, com os dedos apontados para os joelhos.

Manter a posição por 5 segundos.

S entar-se sobre os calcanhares, com os joelhos flexionados, e apoiar as mãos atrás do corpo, inclinando o tronco para trás, permanecendo na posição por 5 segundos.

Permanecer por 5 segundos na posição de cócoras, com os pés apoiados no chão e os dedos dos pés virados para fora.

Sentar-se com as pernas afastadas e inclinar o tronco para frente, mantendo a posição por 5 segundos.

Deitar-se em decúbito dorsal, mantendo um joelho flexionado, com o pé apoiado no chão e a outra perna elevada, formando um ângulo de 90º entre a coxa e o tronco. Puxar os dedos do pé para baixo em direção ao tronco e manter a posição por 5 segundos. Realizar o exercício com o outro lado do corpo.

• Sentar-se com os joelhos flexionados, os pés apoiados no chão, o tronco encostando nas coxas e os braços envolvendo os joelhos e rolar o corpo para trás, até apoiar as costas no chão.

Explore com os estudantes o boxe Ampliar, que apresenta os golpes do judô e as respectivas pontuações.

Na questão 4 da etapa Avaliar, incentive os estudantes a falar mais da interação com o parceiro de

dupla e por que a humildade é um pilar importante na prática dos fundamentos do judô.

Tópico 3 – Boxe: a luta no ringue e a luta contra o preconceito

(p. 278 e 279)

Peça aos estudantes que leiam a primeira parte do texto introdutório. Faça um levantamento dos conhecimentos prévios deles a respeito do boxe, solicitando que, em uma roda de conversa, compartilhem as respostas aos questionamentos do boxe Primeiro olhar.

Primeiro olhar

1. Os estudantes poderão associar o boxe à violência, enfatizando os golpes e as lutas intensas. Alguns poderão argumentar que o boxe vai além do combate, destacando que exige disciplina e foco e pode ser uma ferramenta de superação pessoal. Em relação à mídia, poderão afirmar que ela tende a focar os aspectos mais violentos, como lutas dramáticas e nocautes, para angariar audiência, o que pode reforçar a imagem negativa do boxe.

3. É possível que os estudantes respondam que sim pelos riscos de lesões, como traumatismos cranianos, fraturas ou danos permanentes à saúde, e mencionem que o boxe é frequentemente associado à violência e à agressividade em razão de como é exposto na mídia. Os que acreditam que o esporte oferece riscos poderão sugerir, para minimizá-los, o uso de mais equipamentos de proteção, ou de equipamentos mais reforçados, e o estabelecimento de regras que proíbam golpes violentos ou em locais específicos do corpo.

A segunda parte do texto introdutório apresenta as polêmicas associadas ao boxe. Oriente os estudantes a ler o texto e incentive-os a opinar a respeito.

Ler e compartilhar (p. 279 a 282)

Oriente os estudantes a ler a notícia e, em seguida, o texto do boxe Ampliar. Certifique-se de que compreenderam o hiperandrogenismo e ressalte a importância do conhecimento científico para entender fenômenos como o da condição da atleta argelina. Depois, peça que respondam às atividades no caderno.

Atividades

1. Converse com os estudantes a respeito de fake news, explicando que essa prática no mundo virtual resulta na percepção distorcida da realidade por quem recebe e consome a notícia falsa sem verificar sua veracidade. Peça aos estudantes que levantem soluções para evitar que eles próprios acreditem em fake news, como checar a informação em fontes oficiais.

2. a) Espera-se que os estudantes mencionem que a exposição ao ódio e à desinformação pode levar à diminuição da autoestima, ao estresse, à ansiedade, à depressão e ao isolamento. Eles poderão argumentar que os fatos adversos são utilizados pela atleta para buscar fortalecimento e alcançar objetivos ainda mais ambiciosos, tanto na vida pessoal quanto no esporte.

2. b) Espera-se que os estudantes considerem que sim e citem a necessidade de criação de um ambiente digital seguro como uma das medidas necessárias para evitar a prática de crimes virtuais. Alguns poderão argumentar que existe também a possibilidade de responsabilizar as plataformas das redes sociais por divulgações de conteúdos fraudulentos, já que elas pertencem a grandes conglomerados que podem investir em sistemas de moderação de conteúdo. Outro ponto que poderão levantar é a necessidade de divulgar os efeitos do ciberbullying e de veicular campanhas de conscientização dos internautas a respeito das boas práticas ao utilizar a internet.

5. A mídia tradicional e as redes sociais têm o poder de amplificar tanto as narrativas construtivas quanto as destrutivas. Quando uma questão sensível como o gênero no esporte é tratada de maneira respeitosa, o resultado pode ser o entendimento e a compreensão. No entanto, quando um tom sensacionalista ou preconceituoso é adotado, são reforçados estereótipos que fomentam discursos de ódio. A mídia e as redes sociais impactam a maneira como questões de gênero e identidade são percebidas e, se os temas forem tratados com o necessário respeito, a tendência é que as pessoas se sintam mais inclinadas a compreender e se interessar, o que pode expandir suas visões de mundo.

6. Espera-se que apresentem argumentos que afirmem que as redes sociais podem ser importantes instrumentos de combate a preconceitos e ajudar a conferir a devida relevância a atletas, independentemente de gênero, raça, cultura e outras características. Eles poderão ressaltar também que a internet, assim como outros espaços multiculturais e multi-ideológicos, é um terreno de disputas, em que as pessoas disseminam suas crenças e suas visões de mundo, ora convergentes, ora conflitantes, e que isso deve ser feito com respeito e sem violência. Explore com os estudantes as informações do boxe Ampliar , que apresenta as principais regras do boxe olímpico.

Refletir e argumentar

O boxe promove a discussão da criminalização da transfobia e da homofobia. Oriente os estudantes a ler o cartaz e responder oralmente às perguntas.

1. As leis são importantes para normatizar os comportamentos e abrir caminho para a sociedade

debater os seus próprios valores. A partir da Lei no 7.716/89, atos de discriminação e violência contra pessoas em função de sua orientação sexual passaram a ser tratados como crimes de racismo.

2 e 3. Incentive os estudantes a opinar a respeito de atitudes e comportamentos que eles próprios podem adotar para combater o racismo, a homofobia e a transfobia. Explique que o conceito de racismo foi ampliado para além de traços biológicos ou fenotípicos, abrangendo construções histórico-culturais que justificam a desigualdade e o controle social.

Oficina de práticas

corporais

(p. 283 a 285)

A seção propõe a vivência do boxe recreativo e terapêutico, com o objetivo de oportunizar a experimentação dos movimentos básicos, sem promover a luta corporal, para preservar a integridade física dos estudantes. Incentive a participação de todos, incluindo os estudantes com deficiência ou limitação física, se houver, fazendo as adaptações necessárias e garantindo uma prática inclusiva.

No item 2 da etapa Praticar, reforce que os prendedores devem ser retirados e segurados com as mãos e que não são permitidos tapas ou socos.

No item 8 da etapa Praticar, oriente os estudantes a aumentar progressivamente a velocidade das combinações de golpes, à medida que se apropriam dos gestos técnicos.

Na etapa Avaliar, pergunte aos estudantes como o boxe recreativo e terapêutico pode ajudar no desenvolvimento de habilidades e na superação de desafios. Avaliar o percurso

É importante que os estudantes revejam seus percursos de aprendizagem. Converse com eles a respeito, propondo as questões a seguir, as quais possibilitam que os estudantes identifiquem as habilidades que já foram consolidadas e as habilidades que ainda precisam ser aprimoradas. As respostas são pessoais.

1. Participei das discussões propostas ao longo do Capítulo, contribuindo com inferências, análises e argumentos críticos e propositivos?

2. Respeitei o momento de fala dos colegas, considerando seus argumentos durante as reflexões propostas?

3. Dediquei-me à atividade de pesquisa, auxiliando o grupo a procurar documentos sobre os atletas?

4. Empenhei-me nas atividades da seção Oficina de práticas corporais propostas ao longo do Capítulo (chutes do taekwondo, quedas do judô e golpes básicos do boxe)?

5. Consegui transpor as aprendizagens em Educação Física para outros âmbitos da minha vida?

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