Mercenário
Daniel Cymbalista/Pulsar
Que trabalha sem outro interesse que não o dinheiro.
A guerra se prolongou por dezenas de anos. Decididos a vencer a forte resistência palmarina, no início da década de 1 690, as autoridades contrataram o mercenário Domingos Jorge Velho, para comandar a destruição de Palmares. Jorge Velho aceitou, mas em troca exigiu um quinto do valor dos quilombolas aprisionados, quinhentos mil réis em panos e roupas, cem mil em dinheiro vivo e o perdão pelos crimes que havia cometido. Houve inúmeros ataques fracassados, mas a superioridade militar, a abertura de novos caminhos até Palmares e um maior conhecimento da Serra da Barriga desequilibraram a luta em favor dos mercenários. Jorge Velho e seus 6 500 homens derrubaram com balas de canhão a enorme muralha de madeira que os palmarinos haviam erguido em volta de sua “capital”, e o combate se transformou num massacre. Em 6 de fevereiro de 1694, a “capital” de Palmares foi incendiada. Depois, os demais mocambos também foram destruídos. Zumbi, ferido em combate, conseguiu escapar e resistiu por vários meses. Mas, depois, traído por um homem de sua confiança, foi morto em 20 de novembro de 1695. Em 1978, a comunidade negra brasileira transformou o dia 20 de novembro – aniversário da morte de Zumbi – em Dia Nacional da Consciência Negra. Ou seja, um dia para refletir com profundidade sobre o racismo no Brasil e buscar formas para superá-lo.
O racismo é um problema a ser enfrentado por todos os brasileiros, independentemente da cor ou da origem. Manifestações como esta, ocorrida em Brasília, em 1995, em comemoração dos trezentos anos da morte de Zumbi, fazem parte da luta contra o racismo.
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