Vida Dupla - Andréa Vargas

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Vida Dupla

Este livro é uma leitura essencial para todos que buscam entender e enfrentar os desafios da sexualidade à luz da fé cristã. Com uma abordagem sensível e informativa, a autora nos guia através de histórias reais e princípios bíblicos, oferecendo esperança e direção para uma vida íntegra e centrada em Deus. Uma obra transformadora e inspiradora!

Alessandra de Carvalho, Casada com Guilherme de Carvalho, obreira e cofundadora do L’Abri Brasil, membro da Igreja Esperança, em Belo Horizonte

O livro Vida Dupla, da Andréa Vargas, com quem tenho caminhado, além de pastoreado, aprendido e compartilhado das coisas de Deus há algum tempo, é uma obra imprescindível para quem deseja compreender a sexualidade à luz das Escrituras. Com sensibilidade, profundidade teológica e uma abordagem muito prática, Andréa conduz o leitor a enxergar a sexualidade não como um tabu, mas como parte da criação boa de Deus, que foi distorcida pelo pecado, mas que é redimida em Cristo. Ela conecta, de forma simples, verdades fundamentais da cosmovisão cristã — como Criação, Queda e Redenção — à realidade dos dilemas sexuais contemporâneos, por meio de exemplos reais, oferecendo esperança, restauração e direção segura para viver a sexualidade de forma santa e plena. Este livro é útil para líderes, conselheiros e pais que desejam instruir com graça e verdade, bem como para todo cristão, que precisa entender sua identidade e sexualidade à

luz das Escrituras. Uma leitura que desafia, transforma e restaura, chamando cada um a refletir a glória de Deus em todos os aspectos da vida.

Daniel Simoncelos, Pastor da Igreja Presbiteriana Esperança, em Vitória (ES)

A vida dupla é um navio com vela furada. Ela não aproveita de todo o poder do evangelho no vento do Espírito. Ela paralisa a alma no marasmo. Já este livro é uma tempestade. São temas de águas intensas; dores de noites turbulentas; histórias de tormentas violentas. Este livro irá incomodá-lo, queira Deus, despertá-lo para olhar Aquele que caminha por sobre as águas. Não é o fantasma das falsas esperanças do moralismo ou do hedonismo. É o Cristo Vivo que estende a mão para tirar sua alma das profundezas. Humilhe-se na presença do Senhor, e ele o exaltará.

Vinicius Musselman, Pastor na Igreja Batista da Graça, em São José dos Campos (SP), fundador do Voltemos ao Evangelho

Aos meus pais, Paulo e Vera (in memoriam), por terem sido canais de vida para mim.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Vargas, Andréa

Vida dupla : descendo aos porões da intimidade sexual / Andréa Vargas. -- São José dos Campos, SP : Editora Fiel, 2025.

ISBN 978-65-5723-411-2

1. Casais - Aspectos sexuais 2. Casais - Comportamento sexual 3. Comportamento sexual 4. Sexualidade - Aspectos religiosos - Cristianismo I. Título.

25-270744

CDD-241.667

Elaborado po Aline Graziele Benitez - CRB-1/3129

Vida dupla: descendo aos porões da intimidade sexual

Copyright © 2025 Editora Fiel

Primeira edição em português: 2025

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária

Proibida a reprodução deste livro por quaisquer meios sem a permissão escrita dos editores, salvo em breves citações, com indicação da fonte.

Os textos das referências bíblicas foram extraídos da Versão Almeida Revista e Atualizada, 2ª ed. (Sociedade Bíblica do Brasil), salvo indicação específica.

Diretor Executivo: Tiago J. Santos Filho

Editor-chefe: Vinicius Musselman Pimentel

Editora: Renata do Espírito Santo T. Cavalcanti

Coordenação Gráfica: Gisele Lemes

Revisão: Shirley Lima

Diagramação: Caio Duarte

Capa: Caio Duarte

ISBN brochura: 978-65-5723-411-2

ISBN e-book: 978-65-5723-410-5

Caixa Postal, 1601

CEP 12230-971

São José dos Campos-SP

PABX.: (12) 3919-9999

www.editorafiel.com.br

Sumário

1. “Nem para morrer, eu presto!”

2. “Meu sonho é ser como você!”

3. “Eles não têm ideia do que estão fazendo comigo!”

4.

5.

6. “Ainda sonho em encontrar um príncipe encantado!”

7. “E se eu te provar que Deus não é bom?”

8. “Eu só queria que ele me levasse para tomar um sorvete na praça”

Agradecimentos

Para esse livro surgir, Deus usou muitos! Por isso, agradeço ao próprio Deus, por ter vindo atrás de mim (também); à minha família e amigos, por me segurarem com cordas de amor e incentivo; ao meu pastor, Daniel Simoncelos, pelo zelo com as Escrituras e cuidado (em palavras e ações) à igreja de Jesus; à Missão Avalanche, pela jornada desde 2004, e pela nossa equipe de missionários (que é a melhor do meu mundo); à equipe da Estante da Andréa e Magnólia, em especial à Camila Rodrigues, Letícia Leite e Ana Flávia Alves, pela fidelidade e entrega ao Reino; à Editora Fiel, pelo convite, suporte e excelência na produção de conteúdo, e aos meus amados aconselhados e alunos, pelo privilégio que tenho de ouvi-los compartilhar comigo o coração. Vocês marcam minha vida com graça e plenitude! Obrigada!

As histórias que chegam até mim inundam meu coração com temor e gratidão porque estou convencida por Deus de que a intimidade é um território sagrado. O profundo de cada um de nós diz respeito ao ambiente da adoração que é devida somente ao Senhor da história, Jesus Cristo. Por isso, considero importante dizer que cada aconselhado cuja história foi aqui relatada foi consultado antes da publicação deste livro. Eles leram, opinaram, se emocionaram e oraram para que aquilo que vivenciaram possa trazer esperança a quem ler. A exceção foi uma pessoa que não consegui localizar, mas tive o cuidado de ocultar tudo o que pudesse identificá-la. Sem abrir mão da segurança deles, considerei extremamente importante testemunhar o alcance do evangelho redentivo de Jesus na vida de cada aconselhado. Nossas histórias com Deus trazem sabedoria, confronto, encorajamento e aumentam a nossa fé. Jesus veio e continua vindo atrás de nós — pessoas que viviam à deriva em mares hostis e poluídos, mas que podem encontrar tranquilidade quando atracam seu coração no Príncipe da Paz.

Prefácio

Dentre as histórias da mitologia grega, uma das que mais me impactam é a do rei Midas. Talvez você já tenha ouvido falar: trata-se da história de um rei cujo desejo foi concedido por uma divindade e que, então, adquiriu o poder de transformar em ouro tudo aquilo que tocasse.

Costumamos cunhar a expressão “toque de Midas” para nos referir a esse feito como uma grande virtude. Também é possível que você já tenha ouvido alguém ser comparado positivamente a Midas: “Tudo que fulano faz prospera! Ele tem o toque de Midas!”. Mas o uso dessa imagem como algo positivo demonstra apenas nossa capacidade de perder de vista o ponto fundamental das histórias. Midas pode ter ficado muito feliz com a habilidade de tocar em um tijolo e transformá-lo em uma barra de ouro — mas e quanto às demais relações? E quando Midas quisesse dar um abraço e um beijo em sua esposa ou em sua filhinha? Na verdade, ele estava amaldiçoado por seu desejo e por seu toque. Agora, matava tudo o que amava. Acaso não é assim que acontece conosco e com nossos desejos desordenados? Assim como Midas, todos ambicionamos algo — e passamos a desejar esse “algo” acima de tudo. Eventualmente,

ganhamos a oportunidade, ou o poder, de concretizar esse desejo fora de ordem. E, então, nosso apego, nosso toque, passa a carregar um poder mortal. Isso é verdade em relação a qualquer desejo desordenado, mas, para os propósitos deste livro e para o contexto de uma sociedade pornificada, é especialmente importante falarmos sobre os amores e desejos desordenados em relação ao sexo. Quantos de nós, criados para o desfrute de alegria no exercício de nossa sexualidade, por causa de nosso toque carregado de cobiça, hoje experimentam o sexo como uma mistura amarga de pouco prazer e muita culpa; de pouca satisfação e muito vazio?

Quantos de nós vivenciam a solteirice como uma batalha perdida contra a lascívia e, agora, se arrastam pela vida, cabisbaixos e acorrentados pela pornografia, pelo sexo fora do casamento, pelos desejos homoafetivos e pelas crises?

Certa vez, aconselhei uma moça que, havia anos, não abandonava a igreja, mas já não mais orava nem participava das atividades, porque tivera relações sexuais com seu namorado, engravidara e perdera o bebê em um aborto espontâneo. O bebê se foi, mas a culpa, ali parida, a acompanhava e castigava, afirmando-a como “cidadã de segunda classe no reino dos céus”.

Será que é isso que nos resta? Esperaremos entrar no céu “de fininho”, quase escondidos, por causa de uma longa caminhada de desvios sexuais e derrotas na jornada com Deus? Viveremos nossos dias na terra com a cabeça baixa, sem ânimo e vitalidade, a caminho da cidade celestial? Carregaremos a dúvida constante sobre se realmente fomos transformados pelo evangelho por causa das repetidas quedas no desfrute de nossa sexualidade? Que história estamos vivendo, afinal?

Existem diferentes formas de abordar o tema da sexualidade. Sem dúvida, a abordagem predominante nas igrejas conservadoras tem sido a moralista. Essa abordagem tem a virtude de tratar o certo como certo e o errado como errado, mas o vício de criar cidadãos de primeira e de segunda classe no reino de Deus. Tal abordagem elegeu o pecado sexual como um pecado diferente dos demais: aquele que merece maior exposição e condenação pública. E, como todo moralismo, fez muita gente acreditar que seu valor, sua identidade e sua redenção estão firmados em sua “performance”: “Se eu fizer tudo direitinho, serei aprovado”.

A abordagem moralista, no fim das contas, cria hipócritas e deprimidos. Como a Andréa nos lembra neste livro, há quem pense que, “se a gente se esfregar por cima da roupa, está tudo certo”. E há quem pense que não tem mais lugar entre os santos.

No outro extremo, está a abordagem antinomista. Antinomismo é um nome difícil para “não se reprima” (o pessoal da geração Z vai precisar de ajuda para entender essa referência). Essa abordagem foi adotada por líderes cristãos que revisaram sua teologia, muitas vezes segundo os desejos do próprio coração, passando a chamar o errado de “certo”. Nunca me esqueço de uma irmã que foi, com seu namorado, buscar aconselhamento pastoral, e o pastor disse que não havia o menor problema em que eles tivessem uma vida sexual ativa fora do casamento. Afinal de contas, eles se amavam. Eu mesmo ouvi de uma professora de teologia que a masturbação era algo natural e importante no processo de autoconhecimento.

O antinomismo gera cínicos e ignorantes. Muitos desses líderes, assim como os moralistas, falam a partir de um senso de

superioridade moral — nesse caso, como se fossem sexualmente mais bem resolvidos do que os conservadores. Eles caíram no conto de Freud, e deixaram que o sexo ocupasse o centro. Seus liderados acabam por emular posturas semelhantes ou simplesmente ignoram o ensino bíblico sobre o assunto, já que a Bíblia é sempre reinterpretada e quase nunca lida.

Existe, porém, um caminho melhor para lidar com isso. Não precisamos do legalismo, que esmaga a cana quebrada, nem do antinomismo, que tenta fazer a cana se aceitar “como está”. Existe uma abordagem redentora, que olha para o pecador caído, nomeia seu pecado, mas o levanta para experimentar auxílio e graça enquanto reaprende a caminhar. O agente da redenção não é o líder, conselheiro, discipulador ou amigo; ele é um mero instrumento utilizado para a redenção operada por aquele que possui o toque contrário ao de Midas — aquele que produz vida em tudo o que está morto.

Essa abordagem é boa porque não parte de um senso de superioridade. O que garante que eu mesmo — alguém que está escrevendo este prefácio agora —, daqui a alguns meses, não precise ser ajudado por amigos por ter caído em pecado sexual? No evangelho, só há espaço para um herói — e esse herói não somos nós.

Essa abordagem é boa porque não minimiza o pecado. Pecado é coisa séria, e não deveríamos suavizar sua descrição para não ofender ouvidos sensíveis ou porque as pessoas já estão sofrendo demais com suas lutas. Um médico precisa ajudar seu paciente a entender a gravidade do seu câncer, para que ele corra em busca do tratamento.

Essa abordagem é boa porque oferece esperança real. Nossa

vida não precisa ser o caminhar do bêbado, nem precisamos nos contentar com uma jornada miserável deste lado da eternidade.

Existe poder real em Cristo para operar transformações profundas e redirecionar nosso coração e nossa vida.

Essa abordagem é boa porque firma nossa identidade no lugar correto. Aqueles que foram sexualmente abusados não são o abuso que sofreram. Aqueles que consumiram pornografia por anos a fio não são o seu consumo de pornografia. Aqueles que pecaram contra a castidade não são a sua fornicação. Aquele que está em Cristo é nova criatura.

Que história estamos vivendo, afinal? É isso que Andréa Vargas, nesta preciosa obra, nos ajuda a contemplar.

Conheci Andréa em 2019, quando fui à sede do Avalanche Missões Urbanas para ministrar um curso de Cosmovisão. Cheguei lá e encontrei uma estética bem diferente daquela que eu, um presbiteriano, estava acostumado a ver. Mas ali, entre piercings e tatuagens, bonecos-porteiros e gírias, havia uma parede com uma arte que dizia: “Plantando um jardim em meio ao caos”. Talvez isso resuma a missão do Avalanche e a mensagem da Andréa. Ao longo de muitos anos, ela tem entrado no caos de vidas sexualmente destruídas para plantar jardins.

É isso que ela faz neste livro, que eu o convido a ler. Todos conhecemos o caos do nosso próprio coração, com suas lutas e idolatrias. Mas é no meio dessa bagunça que um jardim começa a ser plantado, semeando o evangelho, regando esperanças, estabelecendo treliças para dar suporte e trazendo a beleza de vidas tocadas pela graça.

Midas ficou sem nada. Mas, porque eu e você fomos tocados por Cristo, temos tudo. Como lemos em 2 Pedro 1.3-8:

Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo, por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Que este livro seja renovo para seu coração, alento para suas dores e força para novas decisões!

ALLEN PORTO

Pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Barretos (SP), Autor de Produtividade Redimida Maio, 2025

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