“Você já quis que a teologia fosse apresentada de forma simples?
R. C. Sproul tem o dom de simplificar coisas sem trivializá-las. Como um pai que ensina seu filho a nadar, ele pode nos levar a águas profundas sem permitir que nos afoguemos. Por isso, eu o convido a mergulhar nesta piscina do conhecimento de Deus. Se você quer saber a respeito do que faz a Bíblia ser diferente, quem Deus é, por que Cristo morreu, como o Espírito Santo age na alma de uma pessoa ou o que acontecerá no dia de juízo, nestas páginas você achará respostas claras de um mestre sábio.”
— Joel R. Beeke
Presidente e professor de Teologia Sistemática e Homilética, Puritan Reformed Theological Seminary, Grand Rapids, Michigan
“Certa vez, um rapaz me disse que, numa noite, sonhou que viu um exército de teólogos, vindo do horizonte, em direção a ele. Bem na frente, liderando o destacamento, estava R. C. Sproul. Leia este livro e você entenderá o sonho. Aqui há teologia arraigada na Escritura, oferecida pelo melhor dos teólogos da igreja e exposta com a clareza e simplicidade que são as marcas características de um excelente comunicador e teólogo.”
“Você precisa ser um teólogo para ler este livro? É claro que sim. Mas, este é o argumento do título do livro: você é um teólogo. A questão real é se você é um bom teólogo ou não! Então, leia, marque e absorva Somos Todos Teólogos. Quando você terminar, será quase certamente um teólogo mais saudável e mais feliz.”
— Sinclair B. Ferguson
Professor de Teologia Sistemática, Redeemer Seminary, Dallas
“R. C. Sproul é um mestre talentoso e hábil especialmente em explicar conceitos teológicos em termos descomplicados. Neste livro, ele aborda de forma sucinta e clara as principais categorias da teologia sistemática. Este é um material tremendamente valioso para todos, desde o crente mais novo até ao pastor mais experimentado. É realmente verdade que somos todos teólogos. O Dr. Sproul nos ajuda a sermos melhores teólogos.”
— John MacArthur
Pastor, Grace Community Church
Presidente, The Master’s College and Seminary Sun Valley, Califórnia
“R. C. Sproul escreveu um breve e abrangente resumo de teologia sistemática que tenciono recomendar às minhas classes nos anos vindouros. É biblicamente fiel, solidamente reformado, alicerçado em tradição cristã de dois mil anos e atual em assuntos cruciais para a mente de pessoas de nossa cultura secularizada. Ele escreve com sua clareza típica e economia de palavras. Como sempre, Sproul prende a atenção do leitor. Por muito tempo, tenho recomendado a meus alunos Summary of Christian Doctrine (Resumo de Doutrina Cristã), de Louis Berkhof, como uma fonte sucinta e confiável de teologia sistemática reformada. É ainda bastante útil, mas suspeito que agora terei de recomendar Somos Todos Teólogos , de Sproul, mais do que qualquer outra obra nesta categoria. Trindade, predestinação, criação, a extensão da expiação, justificação, falar em línguas, anjos e demônios, céu e inferno – todos estes assuntos, e muitos outros, são
apresentados correta e responsavelmente, de uma maneira que honra a Palavra de Deus escrita e edifica aqueles que estão abertos às suas verdades.”
— Douglas F. Kelly
Professor de Teologia Sistemática, Reformed Theological Seminary, Charlotte, Carolina do Norte
R.C. Sproul
SOMOS TODOS TEÓL OGOS
R771s Sproul, R. C. (Robert Charles), 1939Somos todos teólogos : uma introdução à teologia sistemática / R. C. Sproul ; [tradução: Francisco Wellington Ferreira]. – São José dos Campos, SP: Fiel, 2017.
481 p.
Tradução de: Everyone’s a theologian: an introduction to systematic theology
ISBN 9788581324050
1. Teologia dogmática. I. Título.
CDD: 230
Catalogação na publicação: Mariana C. de Melo Pedrosa – CRB07/6477
Somos todos Teólogos:
Uma introdução à Teologia Sistemática
Traduzido do original em inglês
Everyone’s a Theologian: An Introduction to Systematic Theology Por R.C. Sproul
Capítulo 60 Novos céus e nova terra ............................................ 471
Apêndice Os credos ..................................................................... 479
PARTE UM
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
O QUE É TEOLOGIA?
Há alguns anos, uma escola cristã bem conhecida me convidou para falar ao corpo docente e à administra-
ção sobre esta pergunta: “O que é uma faculdade ou universidade cristã?” Em minha chegada, o deão me conduziu em um tour pelo campus. Durante o percurso, observei esta inscrição na porta de um escritório: “Departamento de Religião”. Quando chegou a hora de falar ao corpo docente naquela noite, mencionei a inscrição que eu tinha visto e perguntei se o departamento sempre tivera aquele nome. Um idoso membro do corpo docente respondeu que anos antes o departamento se chamava “Departamento de Teologia”. Ninguém pôde me dizer por que o nome do departamento fora mudado.
“Religião” ou “teologia” – que diferença faz? No mundo acadêmico, o estudo de religião tem sido tradicionalmente incluído no contexto mais amplo de sociologia ou de antro-
pologia, porque religião tem a ver com as práticas de adoração de seres humanos em ambientes específicos. A teologia, por contraste, é o estudo de Deus. Há uma grande diferença entre estudar apreensões humanas da religião e estudar a natureza e o caráter de Deus. O primeiro estudo é puramente natural em sua orientação. O segundo é sobrenatural, lidando com o que está acima e além das coisas deste mundo.
Depois de explicar isto em minha palestra ao corpo docente, acrescentei que uma verdadeira faculdade ou universidade cristã é comprometida com a premissa de que a verdade suprema é a verdade de Deus e de que ele é o fundamento e a fonte de todas as outras verdades. Tudo que aprendemos – economia, filosofia, biologia, matemática – tem de ser entendido à luz da realidade abrangente do caráter de Deus. Essa é a razão por que, na Idade Média, a teologia foi chamada “a rainha das ciências”, e a filosofia, “sua criada”. Hoje, a rainha foi deposta de seu trono e, em muitos casos, mandada ao exílio, e um suplantador reina. Substituímos a teologia pela religião.
TEOLOGIA DEFINIDA
Neste livro, estamos interessados na teologia, especificamente a teologia sistemática, que é um estudo coerente e ordeiro das principais doutrinas da fé cristã. Neste capítulo, oferecerei uma breve introdução à ciência da teologia sistemática e algumas definições básicas.
A palavra teologia compartilha de um sufixo -logia, como ocorre na designação de muitas disciplinas e ciências, tais como biologia, fisiologia e antropologia. O sufixo vem da palavra grega logos, que achamos no começo do evangelho de João: “No
princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus” (Jo 1.1). O vocábulo grego logos significa “palavra”, ou “ideia”, ou, como um filósofo a traduziu, “lógica” (é também desta palavra que obtemos a nossa palavra lógica). Portanto, quando estudamos biologia, estamos considerando a palavra ou a lógica da vida. Antropologia é a palavra ou a lógica sobre os humanos, sendo antrōpos a palavra grega que significa homem. A primeira parte da palavra teologia vem do vocábulo grego theos, que significa “deus”. Portanto, a teologia é a palavra ou a lógica sobre Deus mesmo. Teologia é uma palavra muito abrangente. Refere-se não somente a Deus, mas a tudo que Deus nos revelou na Escritura Sagrada. Como parte da disciplina de teologia, há o estudo de Cristo, que chamamos “cristologia”. Teologia inclui também o estudo do Espírito Santo, que chamamos “pneumatologia”, o estudo do pecado, que é chamado “hamartiologia”, e o estudo das coisas futuras, que chamamos “escatologia”. Estas são subdivisões da teologia. Os teólogos também falam da “teologia propriamente dita”, que tem referência específica ao estudo de Deus mesmo.
Muitos se sentem à vontade com a palavra teologia, mas se retraem quando ouvem o termo qualificador sistemática. Isto acontece porque vivemos num tempo de aversão disseminada para com certos tipos de sistemas. Respeitamos sistemas inanimados – sistema de computadores, sistemas de alarmes de incêndio e sistemas de circuitos elétricos – porque entendemos sua importância para a sociedade. Mas, no que diz respeito a sistemas de pensamento ou entendimento da vida e do mundo de uma maneira coerente, as pessoas não se sentem
à vontade. Parte da razão para isso tem a ver com uma das filosofias mais influentes que surgiram na história do Ocidente – o existencialismo.
A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA
O existencialismo é uma filosofia de existência. Pressupõe que não há tal coisa como uma verdade essencial, mas que, em vez disso, há uma existência distintiva – não essência, mas existência. Por definição, o existencialismo tem aversão por um sistema genérico de realidade. É um antissistema que se apega a verdades, mas não à verdade, e a propósitos, mas não ao propósito. O existencialismo não acredita que a verdade possa ser entendida de uma forma ordeira, porque eles veem o mundo, em última análise, como caótico, sem significado ou propósito.
A pessoa enfrenta a vida simplesmente como ela acontece; não há qualquer ponto de vista abrangente que dê sentido a tudo da vida, porque, em última análise, a vida não faz sentido.
O existencialismo tem causado um impacto tremendo na cultura ocidental, juntamente com seus filhos, o relativismo e o pluralismo. O relativista diz: “Não há verdade absoluta, exceto a absoluta verdade de que não há absolutamente nenhuma verdade. Toda verdade é relativa. O que é verdadeiro para uma pessoa pode ser falso para outra”. Não há nenhum esforço para colocar em harmonia pontos de vista opostos (algo que um sistema procuraria fazer), porque, de acordo com os relativistas, não há qualquer possibilidade de um entendimento sistemático da verdade.
Essa filosofia tem causado também um grande impacto na teologia, até nos seminários. A teologia sistemática está se
tornando rapidamente uma disciplina esquecida, não somente por causa do impacto do pensamento existencialista, do relativismo e do pluralismo, mas também porque algumas pessoas entendem erroneamente a teologia sistemática como uma tentativa de enquadrar a Bíblia em um sistema filosófico. Alguns têm tentado enquadrar a Bíblia em um sistema filosófico, como nos casos de René Descartes e seu racionalismo e de John Locke e seu empirismo. Aqueles que fazem essas tentativas não ouvem a Palavra de Deus ou não procuram entendê-la em seus próprios termos; em vez disso, procuram fazer com que um sistema pré-concebido se imponha sobre as Escrituras.
Na mitologia grega, um bandido chamado Procusto atacava as pessoas e lhes cortava as pernas para ajustá-las ao comprimento de uma cama de ferro, em vez de simplesmente alongar a cama. Tentativas de encaixar a Escritura num sistema de pensamento pré-concebido são igualmente desorientadas, e o resultado tem sido uma aversão à teologia sistemática. No entanto, a teologia sistemática não tenta enquadrar a Escritura numa filosofia ou num sistema, mas, em vez disso, procura extrair os ensinos da Escritura e entendê-los de forma ordeira e temática.
PREMISSAS DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA
A teologia sistemática está baseada em algumas premissas. A primeira é a de que Deus revelou-se a si mesmo não somente na natureza, mas também por meio dos escritos dos profetas e dos apóstolos e que a Bíblia é a Palavra de Deus. É teologia par excellence. É o completo logos de theos.
A segunda premissa é que, ao revelar-se a si mesmo, Deus o faz de acordo com seu próprio caráter e natureza. A Escritura nos
diz que Deus criou um cosmos ordeiro. Ele não é autor de confusão, porque nunca se confunde. Deus pensa claramente e fala de uma maneira inteligível, com o propósito de ser entendido.
Uma terceira premissa é que a revelação de Deus na Escritura manifesta as qualidades de seu caráter. Há uma unidade na Palavra de Deus, apesar da diversidade de seus autores. A Palavra de Deus foi escrita durante muitos séculos, por muitos autores e aborda uma variedade de temas, mas dentro dessa diversidade há unidade. Toda a informação que achamos na Escritura – coisas futuras, a expiação, a encarnação, o julgamento de Deus, a misericórdia de Deus, a ira de Deus – têm sua unidade em Deus mesmo. Por isso, quando Deus fala e se revela, há uma unidade nesse conteúdo, uma coerência.
A revelação de Deus é também consistente. Alguém já disse que consistência é o embaraço de mentes inferiores, mas, se isso fosse verdade, teríamos de dizer que Deus tem uma mente inferior, porque em seu ser e caráter ele é totalmente consistente. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hb 13.8).
Estas premissas guiam o teólogo sistemático à medida que ele realiza sua obra de considerar todo o espectro da Escritura e inquire sobre como ela se harmoniza no todo. Em muitos seminários, o departamento de teologia sistemática é separado do departamento de Novo Testamento e do departamento de Antigo Testamento. Isto acontece porque o teólogo sistemático tem um foco diferente do professor de Antigo Testamento e do professor de Novo Testamento. Eruditos bíblicos se focalizam em como Deus se revelou a si mesmo em vários momentos no decorrer do tempo, enquanto o teólogo sistemático toma essa informação, reúne-a toda e mostra como essa informação
se ajusta em um todo significativo. Isto é, certamente, uma tarefa intimidante, e estou convencido de que ninguém já a fez perfeitamente.
Visto que estou engajado em teologia sistemática, sempre fico admirado com a coerência específica e intrincada do escopo da revelação divina. Teólogos sistemáticos entendem que cada ponto na teologia aborda cada outro ponto. Quando Deus fala, cada detalhe que ele profere tem um impacto em cada outro detalhe. Essa é a razão por que nossa tarefa constante é ver como todas as peças se ajustam no todo orgânico, significativo e consistente. Isso é o que faremos neste livro.
O Ministério Fiel visa apoiar a igreja de Deus de fala portuguesa, fornecendo conteúdo bíblico, como literatura, conferências, cursos teológicos e recursos digitais.
Por meio do Ministério Apoie um Pastor (MAP), a Fiel auxilia na capacitação de pastores e líderes com recursos, treinamento e acompanhamento que possibilitam o aprofundamento teológico e o desenvolvimento ministerial prático.
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