dado especial. A condição normal de um seguidor de Cristo é participar da comunhão dos sofrimentos dele, e os que não fazem isso precisam sempre perguntar a si mesmos por que não o estão fazendo.
Sofrimento e o avanço do evangelho
Promover o avanço do evangelho é um empreendimento perigoso. Aqueles que levam a luz de Cristo às trevas de um mundo rebelde parecem experimentar um nível intensificado de sofrimento. Isto foi certamente uma experiência de Paulo. Bem no começo da vida cristã de Paulo, quando Ananias lhe foi enviado em Damasco para restaurar-lhe a visão, Deus ligou uma descrição de sua chamada missionária com estas palavras: “Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (At 9.16). Paulo entendeu esta ligação e a expressou a Timóteo no final de sua vida, ao descrever o evangelho e dizer sobre ele: “Para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre e, por isso, estou sofrendo estas coisas” (2 Tm 1.11-12). Para que ninguém pense que esta conexão entre sofrimento e serviço do evangelho era exclusiva dos apóstolos, Paulo aplicou-a também a Timóteo, dizendo: “Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus” (2 Tm 2.3). Na verdade, esta conexão era tão íntima, que Paulo usou a expressão “participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho”, onde
o contexto indica claramente que ele falava sobre participar da obra do evangelho (2 Tm 1.6-9). Este padrão tem permanecido até ao presente. Aqueles que têm levado o evangelho a lugares onde ele nunca foi ouvido antes têm sido, sempre, alvos especiais de oposição e sofrimento. David Garrison, em seu livro Church Planting Movements (Movimentos de Plantação de Igreja), lista o sofrimento de missionários como uma das principais características na maioria dos lugares em que Deus tem agido de maneiras extraordinárias.2 Isto não deve surpreender-nos. O mundo, o Diabo e a nossa própria carne se opõem, todos, à obra de Deus. Aqueles que levam o evangelho a lugares em que Cristo ainda não é conhecido têm de fazer isso com seus olhos abertos para o que possa vir adiante. Além disso, a igreja no Ocidente tem de abraçar a verdade de que o evangelho é digno de qualquer preço que Deus pede que paguemos e tem de abandonar sua aversão instintiva ao desconforto e ao perigo. A Grande Comissão não será cumprida sem sofrimento.3 Se uma parte do corpo de Cristo demonstra que não está disposta a pagar qualquer tipo de preço, Deus os deixará de lado e usará aqueles cujos valores estão mais em harmonia com os valores dele.
Cosmovisão Bíblica e Sofrimento Até aqui esta discussão têm sido um tanto sombria. Tudo isto significa que o cristianismo bíblico é algum Revista fé par a h oje | 53