Guia de Estudo - O Sermão do Monte - CFL

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GUIA DE ESTUDOS O Sermão do Monte


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Ligonier Connect Guia de Estudos Traduzido do original em inglês Sermon on the Mount Copyright© 2015 Ligonier Ministries ▪ Publicado por Ligonier Ministers Copyright©2017 Curso Fiel de Liderança 1ª Edição em Português 2020 ▪ Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Curso Fiel de Liderança da Missão Evangélica Literária PROIBIDA A REPRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO POR QUAISQUER MEIOS, SEM A PERMISSÃO ESCRITA DOS EDITORES, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE. ▪ Caixa Postal 1601 CEP 12230-971 São José dos Campos – SP PABX: (12) 3919-9999 www.cursofieldelideranca.com.br

Diretoria Administrativa: Alexandre da Costa Oliveira Diretoria Acadêmica: Tiago José dos Santos Filho Coordenação Pedagógica: Laise Helena Oliveira Tradução: Paulo Reiss Junior Revisão: Laise Helena Oliveira Diagramação: Laise Helena Oliveira Capa: Laise Helena Oliveira

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SUMÁRIO

O CURSO FIEL DE LIDERANÇA...............................................................................

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COMO USAR ESTE GUIA.......................................................................................

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INTRODUÇÃO

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AULA 1 – A VIDA NO REINO ................................................................................

07

AULA 2 – AS BEM-VENTURANÇAS.......................................................................

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AULA 3 – O CUMPRIMENTO DA LEI .....................................................................

22

AULA 4 – O SIGNIFICADO DA LEI .........................................................................

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AULA 5 – VIVENDO A VIDA RECONCILIADA .........................................................

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AULA 6 – AME SEU INIMIGOS .............................................................................

44

AULA 7 – ESCRIBAS, FARISEUS, HIPÓCRITAS ........................................................

52

AULA 8 – CONHECENDO DEUS COMO PAI ...........................................................

59

AULA 9 – A ORAÇÃO DO SENHOR .......................................................................

66

AULA 10 –A CURA PARA NOSSA ANSIEDADE .......................................................

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AULA 11 – CONDENAÇÃO E DISCERNIMENTO .....................................................

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AULA 12 – AS ESCOLHAS DEFINITIVAS .................................................................

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O CURSO FIEL DE LIDERANÇA O Curso Fiel de Liderança (CFL) é o ministério de educação teológica da Missão Evangélica Literária (Ministério Fiel), idealizado há mais de 20 anos pelo missionário Richard Denham Jr., fundador da “Fiel”, que tem como alvo primário oferecer aos pastores, líderes, professores e estudantes de teologia uma oportunidade de refletir e aprofundar seus conhecimentos em temas bíblicos, baseados em uma cosmovisão reformada, cooperando com o seu crescimento na fé e na sã doutrina, o que será refletido em seu ministério de ensino e instrução do povo de Deus, na igreja local. Em 2011, o CFL ganhou corpo, com o planejamento do primeiro curso. As gravações das aulas tiveram início no ano de 2012. A quantidade de cursos foi aumentando até que, em 2017, surgiu o CFL Assinatura, através do qual o estudante acessa uma plataforma com diversos cursos, vídeos das Conferências Fiel, audiolivros, palestras, workshops, entre outros recursos. O número de cursos oferecidos pelo CFL tem crescido consideravelmente ano a ano. O CFL, em parceria com diversas instituições nacionais e internacionais possui um corpo docente composto por brasileiros e estrangeiros, mestres e doutores em teologia, que têm se dedicado ao ensino e influenciado positivamente o cenário teológico contemporâneo. O Curso Fiel de Liderança zela pela qualidade teológica dos cursos oferecidos para que você, ao estudar, seja enriquecido na Palavra. Que o conteúdo deste curso sirva para edificar sua vida e aquecer o seu coração.

Equipe CFL Ministério Fiel

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COMO USAR ESTE GUIA Este Guia de Estudos foi desenvolvido para ser utilizado juntamente com as aulas do curso O Sermão do Monte. Se você é um aluno assinante no CFL, tem permissão para fazer o download desse material que se encontra no Portal do Aluno. Este recurso tem a finalidade de colaborar com os seus estudos pessoais, através de um melhor aproveitamento do conteúdo do curso. Neste guia, para cada aula, você encontrará uma breve introdução; indicações de leituras bíblicas, as quais consideramos extremamente importantes, pois auxiliarão na fixação da matéria ministrada; uma descrição dos objetivos do processo de aprendizagem; uma ou mais citações que corroboram com o conteúdo ministrado em aula; o esboço da aula; exercícios de fixação (a quantidade de exercício proposta no guia excede o número proposto ao longo do curso) e exercícios de reflexão. Algumas dessas atividades foram utilizadas ao longo do curso. Assim, nossa recomendação é para que, embora tenhamos parte do Guia de Estudos nas atividades do portal, você o imprima e o utilize durante o acompanhamento das videoaulas, sabendo que essa atitude será enriquecedora para seus estudos particulares. Oramos para que este Guia de Estudos seja enriquecedor para seus estudos.

Equipe CFL Ministério Fiel

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INTRODUÇÃO Talvez o Sermão do Monte, muito provavelmente, seja o mais conhecido e amado sermão já pregado. Neste sermão, Jesus se apresenta como o Rei prometido, ao anunciar o reino de Deus e demonstrar seu poder. Nesta série de doze aulas, o Dr. Sinclair B. Ferguson explica como esse sermão nos equipa para vivermos a vida do reino de Deus em um mundo decaído. O Dr. Ferguson analisa os ensinamentos do Sermão do Monte considerando tópicos como a vida contracultural, as implicações mais profundas da Lei de Deus, o impacto das bemaventuranças na nossa vida e na vida do nosso próximo, além de nos mostrar como o conhecimento fundamental de Deus como Pai é a cura para todas as nossas ansiedades.

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AULA 01 A VIDA NO REINO

Introdução Jesus Cristo pregou com a autoridade do prometido Rei vindouro. Nesta lição introdutória, o Dr. Ferguson coloca o Sermão da Monte no contexto do Evangelho de Mateus e faz um resumo do seu conteúdo e de suas implicações.

Leitura Bíblica Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. – Mateus 4: 17

Objetivos da Aula 1. Contextualizar o Sermão do Monte 2. Descrever os pontos principais do Sermão do Monte 3. Aplicar esses pontos às vidas dos crentes

Citação Precisamos de uma obra sobrenatural da graça de Deus em nossos corações antes que possamos ver, entender e entrar no reino sobre do qual Jesus está falando. - Sinclair Ferguson

Esboço da Aula A. O SERMÃO DO MONTE DEVE SER ENTENDIDO NO CONTEXTO DO QUE VEM ANTES, NO EVANGELHO DE MATEUS. 7


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1. Jesus se apresentou para ser batizado. a. Jesus foi batizado aos trinta anos. b. O Pai identificou Jesus como o Servo Sofredor (Is 42: 1) e como o Rei a quem o Pai diria: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança” (Sl 2: 8). 2. O Evangelho de Mateus começa e termina com a noção de que “Jesus é o Rei”. a. A genealogia de Mateus nos diz que Jesus é descendente do rei Davi. b. As profecias sobre Jesus, que Mateus destaca, são profecias sobre a vinda de um rei. c. Mateus termina seu Evangelho com as palavras de Jesus: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28:18). d. Jesus começa o seu ministério público anunciando o reino de Deus e a necessidade de se responder com arrependimento e fé (Mt 4:17). 3. Jesus não somente anuncia a presença do reino, mas também mostra o poder do reino. a. Jesus ganha o poder de libertar homens e mulheres ao vencer as tentações do diabo no deserto, e assim cura os enfermos, os cegos e os possessos de demônios. b. Jesus revela o poder do reino pela maneira como chama as pessoas a ele; os primeiros discípulos imediatamente deixam suas redes para segui-lo. c. Jesus tem autoridade para curar, chamar e libertar - toda lealdade é devida a ele, doenças e espíritos malignos fogem de sua presença. d. Os milagres de Jesus são “flashs” momentâneos de seu reino final. 4. Jesus quer ensinar aos seus discípulos o que é viver no reino de Deus. a. Jesus trouxe seus discípulos das trevas para a luz, mas porque a luz não está brilhando totalmente e, definitivamente, seus discípulos devem aprender o que é viver em um mundo decaído.

B. CADA UM DOS CAPÍTULOS DO SERMÃO DO MONTE PODE SER RESUMIDO COM UMA PALAVRA.

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1. O primeiro capítulo do Sermão do Monte pode ser resumido pela palavra cumprimento, pois o cumprimento vem por meio de Jesus Cristo. a. Jesus cumpre as profecias e promessas do Antigo Testamento. b. Jesus traz satisfação às vidas quebradas e feridas. c. Jesus enche seu povo de vida que é vivida para a glória de Deus 2. Jesus quer nos ensinar a diferença entre uma vida vivida com ele e uma vida vivida sem ele. a. As bênçãos do cristão são totalmente diferentes das bênçãos do mundo e invertem os padrões do mundo. b. O reino transforma as pessoas de tal forma que elas se tornam diferentes daquelas ao seu redor. c. O impacto de uma vida transformada significa que, como Jesus em toda a sua compaixão, ternura e obras milagrosas - aqueles que o seguem serão perseguidos (2 Pe 4:12). d. A justiça dos cristãos é mais profunda do que a dos escribas e fariseus, porque Jesus nos ensina o papel adequado da lei e nos permite mantê-lo. 3. O próximo capítulo do Sermão do Monte pode ser resumido pela palavra Pai. a. Jesus nos ensina que, ao sermos trazidos para o reino, somos trazidos para conhecer o Pai celestial. b. Conhecer o Pai celestial é a chave para viver no reino de Deus. 4. O último capítulo do Sermão do Monte pode ser resumido pela palavra julgamento. a. Jesus ensina aos seus discípulos como a vida transformada muda a forma como eles fazem julgamentos e tomam decisões. b. A vida dos discípulos deve ser construída sobre Jesus Cristo.

C. O SERMÃO DO MONTE TERMINA DESTACANDO A AUTORIDADE COM QUE JESUS PREGOU. 1. Há uma sensação de que o Rei chegou. 2. A grande questão é como as pessoas responderão.

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3. O restante do Evangelho de Mateus continua com alguns que respondem com fé e outros que respondem com incredulidade.

D. EXISTEM QUATRO APLICAÇÕES PRINCIPAIS QUE PODEMOS TIRAR DESTA BREVE INTRODUÇÃO AO SERMÃO DO MONTE. 1. A primeira aplicação é que a vida diferente da qual Jesus fala deve ter uma origem sobrenatural. a. Muitas pessoas afirmam amar o Sermão do Monte porque estão vagamente familiarizadas com seu conteúdo, mas não conhecem, verdadeiramente, Jesus. b. O Sermão do Monte é frequentemente mal compreendido e não conduz as pessoas a se colocarem de joelhos, conscientes de sua necessidade e incapacidade. c. Muitas pessoas respondem à nova vida que Jesus ensina por meio do Evangelho, dizendo: “Vou tentar fazer melhor”. d. Jesus deixa claro que não podemos desenvolver uma nova vida por nós mesmos; nós precisamos da obra sobrenatural da graça de Deus para podermos ver, entender e entrar no reino (Jo 3: 3). 2. A segunda aplicação é que Jesus fala sobre uma transformação que afeta as próprias raízes de nossas vidas. a. Ao longo de nossas vidas como cristãos, Cristo nos conduz cada vez mais profundamente, expondo os pecados ocultos de nossas vidas. b. A igreja evangélica tem enfatizado erroneamente saúde, riqueza, felicidade e piedade para tentar atrair o mundo à vida que Jesus produz. c. Jesus está mais preocupado em desconstruir nossas vidas para revelar o poder do Evangelho para que sejamos diferentes a ponto de sermos como ele, mesmo na oposição que enfrentou. 3. A terceira aplicação é que a transformação que Jesus cria em nós é uma transformação de arrependimento que dura por toda a vida.

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a. A primeira tese das 95 Teses de Martinho Lutero: “Quando nosso Senhor Jesus disse: 'arrependam-se', ele quis dizer que toda a vida cristã deveria ser de arrependimento”. 4. A quarta aplicação é que a transformação da vida cristã somente acontece quando nos curvamos à autoridade do Senhor Jesus Cristo.

Exercícios de Fixação 1. O Evangelho de Mateus começa e termina com a noção de que Jesus é. a. Profeta b. Sacerdote c. Rei d. Todas as alternativas acima estão corretas.

2. As palavras do Pai que identificaram Cristo em seu batismo como o Servo Sofredor e Rei são referências aos Salmos e a ______________ . a. Daniel b. Isaías c. Ezequiel d. Jeremias

3. Os primeiros discípulos de Cristo deixaram suas redes porque eram inteligentes o suficiente para reconhecer a autoridade de Cristo. a. Verdadeiro b. Falso

4. A primeira seção do Sermão do Monte pode ser resumida pela palavra: a. Pai b. Cumprimento c. Julgamento 11


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d. Transformação

5. Jesus anula o papel da lei porque ele cumpriu a lei. a. Verdadeiro b. Falso

6. Jesus nos ensina que a vida cristã será ______________. a. de origem sobrenatural b. profundamente transformadora c. vitalícia d. todas as alternativa acima estão corretas

Exercícios de Reflexão 1. Que significado teve a tentação de Cristo no deserto para o seu ministério público? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Como o Sermão do monte apresenta a vida cristã contracultural? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Como uma mensagem que enfatiza apenas saúde, riqueza e felicidade pode prejudicar o Evangelho? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 12


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4. De que forma o Sermão do Monte é comumente mal interpretado? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 02 AS BEM-AVENTURANÇAS

Introdução Jesus começa o Sermão do Monte definindo a vida transformada. Nesta aula, o Dr. Ferguson descreve as características pessoais do cristão e como outros serão capazes de reconhecer Jesus Cristo por meio delas.

Leitura Bíblica Tornei-me opróbrio para todos os meus adversários, espanto para os meus vizinhos e horror para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim. – Salmo 37:11

E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse nome. – Atos 5: 41

Objetivos da Aula 1. Fazer as conexões lógicas de uma bem-aventurança para a próxima de forma a definir o que é ser cristão 2. Nutrir uma compreensão da vida cristã como uma vida que reflete Cristo para o mundo

Citação Estar no reino significa pertencer a Jesus Cristo, então devemos esperar que cristãos experimentem um pouco da mesma oposição que o Senhor Jesus experimentou. - Sinclair Ferguson 14


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Esboço da aula A. JESUS DÁ UM PASSO À FRENTE, DESDE O COMEÇO DE SEU MINISTÉRIO, A FIM DE TRATAR COM OS PROBLEMAS DE NOSSA CULPA E ESCRAVIDÃO. 1. Nossa culpa está, em última análise, diante de Deus, e estamos escravizados não apenas pelo pecado, mas também por Satanás. 2. Cristo é simbolicamente batizado em nossos pecados em seu batismo. a. As águas nas quais as pessoas purificaram simbolicamente seus pecados são derramadas sobre Jesus, e ele cumprirá este batismo na cruz. b. Jesus lida com nossa culpa para que possamos nos tornar filhos do Pai celestial. 3. Jesus sofreu tentação no deserto para lidar com nossa escravidão. a. Ao contrário das tentações, que naturalmente vêm a nós, Jesus, como o Filho de Deus, foi à tentação para vencer o Maligno. b. Jesus foi tentado pela promessa do diabo de lhe dar os reinos do mundo, o que, na verdade, foi o que Jesus veio ao mundo para obter. c. Jesus demonstrou sua disposição, de lidar com nossa culpa e resgatar os reinos do mundo, através do caminho da cruz, por não ceder às tentações do diabo. d. Jesus derrotou o diabo no deserto e nos introduziu aos novos poderes do reino de Deus.

B. O SERMÃO DO MONTE PODE SER CHAMADO DE “VIDA CRISTÃ 1.01”. 1. O Sermão do Monte inicia uma série de blocos de ensino exclusivos do livro de Mateus. a. Mateus está dividido em blocos de ensino sobre a natureza do reino, como ele funciona, como ele virá e como as pessoas viverão nele. b. Jesus está ensinando os princípios mais fundamentais do que significa ser um cristão. 2. O Sermão do Monte não começa nos dizendo o que devemos fazer como cristãos, mas nos contando as bem-aventuranças do que somos como cristãos. 15


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a. Ser é a base do fazer na vida cristã.

C. EXISTEM PONTOS IMPORTANTES A DESTACAR SOBRE COMO JESUS DESCREVE AS CARACTERÍSTICAS DOS CIDADÃOS DO REINO. 1. As descrições que Jesus dá são descrições do povo de Deus que encontramos em várias partes do Antigo Testamento. a. As promessas espalhadas por todo o Antigo Testamento estão sendo reunidas na nova vida dos cidadãos do reino. b. Jesus está citando o Antigo Testamento quando declara: "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Sl 37:11). c. Jesus veio para trazer realização (Jo 10:10), então as bem-aventuranças são caracterizado por contrastes que sublinham o fato de que, para ser preenchido com Cristo, você precisa ser esvaziado de si mesmo. 2. As bem-aventuranças invertem os valores do mundo de uma forma que é contracultural. a. São os pobres que são abençoados, os mansos que herdam a terra e aqueles que choram que são confortados. b. Os valores do mundo desvalorizam os valores de Deus. 3. A transformação contracultural nos leva a um mundo em que existe conflito e perseguição. a. As bem-aventuranças terminam enfatizando esse fato. b. O apóstolo Pedro lutou contra o desejo de ter uma vida cristã sem oposição, perseguição e dor. c. Pedro, mais tarde entenderia que os cristãos deveriam esperar experimentar a mesma oposição que Jesus experimentou (1Pe 4:12). 4. As bem-aventuranças são uma descrição de Jesus Cristo e nos revelam quem somos nele. a. Jesus é aquele que chorou, aquele que era pobre de espírito, aquele que era manso e aquele que era perseguido.

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b. As bem-aventuranças estão, na realidade, descrevendo o que é se tornar semelhante a Cristo. c. Ele é o abençoado, e nele experimentaremos todas as bençãos espirituais, mesmo que elas venham com sofrimento e perseguição.

D. AS BEM-AVENTURANÇAS TÊM UM FLUXO NATURAL QUE LOGICAMENTE AS CONECTA UMAS ÀS OUTRAS. 1. Precisamos nos tornar pobres de espírito para entrar no reino; aprendemos a lamentar por nossos pecados. 2. Somos então capazes de entender o que é lamentar e ser abençoado, e ao lamentarmos, nosso orgulho é destruído enquanto começamos a entender a mansidão. 3. Deus opera em nós novas ambições, gostos, afeições; começamos a amar diferentes coisas e pessoas diferentes; começamos a amar a igreja. 4. Ao sermos transformados, começamos a ter fome e sede de justiça, e à medida que ansiamos pela justiça, nos tornamos misericordiosos. a. Nós sabemos, em primeira mão, o que é receber misericórdia. 5. Nossos corações, então, são purificados e começamos a ver Deus como o Deus da paz. a. Como ele nos reconciliou consigo mesmo em Cristo, procuramos nos reconciliar com outros irmãos e desejamos que experimentem a mesma comunhão em Cristo. b. Temos a expressão física, de nossa paz com Deus por meio de Jesus Cristo, na Ceia do Senhor. c. Algumas pessoas afirmam querer paz neste mundo, mas passam suas vidas rejeitando o desejo de Deus de que eles deveriam ter paz com ele. d. Os cristãos, por outro lado, são instintivamente pacificadores. 6. Quando a perseguição vem por causa de seguirmos a Cristo, devemos também instintivamente compreender, claramente, que estamos sendo abençoados.

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a. Uma resposta natural, à nossa exposição ao ridículo e à perseguição, é lutar, mas se nós sofremos por Cristo, há grande alegria na compreensão de que devemos ter algo sobre nós que lembre os outros dele (At 5:41). b. Também somos abençoados por causa de nossa decisão de confiar no Senhor em meio a perseguição.

E. “BEM-AVENTURADOS OS MANSOS, PORQUE ELES HERDARÃO A TERRA” É A BEMAVENTURANÇA CENTRAL. 1. É central porque Cristo herda a terra, e ele, durante seu ministério, colocou uma considerável ênfase na mansidão. 2. Esta bem-aventurança também está centralmente localizada nas bemaventuranças. a. Tendo lamentado por nossos pecados, tendo sido esvaziados de nós mesmos, e tendo experimentado a transformação, podemos lidar com pessoas difíceis sem irritação. b. Jesus primeiramente deu exemplo disso mostrando-nos sua graça. 3. Os cristãos entendem que o Pai celestial soberanamente supervisiona as dificuldades e as circunstâncias irritantes. a. Portanto, podemos nos curvar a ele em todas as circunstâncias. b. Podemos ter um espírito de mansidão porque sabemos que ele trabalhará em todas as coisas para o nosso bem. 4. Jesus chama a atenção para a mansidão como um aspecto de seu próprio caráter. a. Ele apela para isso como o fundamento sobre o qual devemos ir a ele (Mt 11: 2830). b. Quando as bem-aventuranças são verdadeiras sobre nós, as pessoas deveriam pensar que poderiam vir a nós para que lhes seja mostrado o caminho para Cristo.

Exercícios de Fixação 18


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1. Cristo veio para lidar com nossa culpa e a/as_________. a. Tentação b. Dificuldades c. Escravidão d. Provas

2. O Sermão do Monte deve ser entendido como um curso avançado de vida cristã. a. Verdadeiro b. Falso

3. As bem-aventuranças são todas palavras originais do Senhor Jesus Cristo. a. Verdadeiro b. Falso

4. Nas narrativas do Evangelho, Pedro luta principalmente com a/o_________, uma dimensão da vida cristã. a. fé b. paz c. sofrimento d. certeza

5. As únicas características pessoais para as quais Cristo chama a atenção são sua mansidão e __________. a. confiabilidade b. graciosidade c. beleza d. humildade

6. A ressurreição de Jesus Cristo aponta mais diretamente para o nosso relacionamento com o Deus de __________. 19


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a. urpeza b. misericórdia c. paz d. amor

Exercícios de Reflexão 1. Como os valores do mundo são radicalmente revertidos nas bem-aventuranças? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Como as características descritas nas bem-aventuranças são o resultado natural de nossa conversão? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Como as bem-aventuranças são exemplificadas em Jesus Cristo? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

4. Cristo apelou para sua própria mansidão como a base sobre a qual devemos vir a ele. O que nossa mansidão deve incentivar os outros a fazer? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 20


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AULA 03 O CUMPRIMENTO DA LEI

Introdução Jesus Cristo veio para cumprir a Lei de Deus e possibilitar que a cumpramos. Nesta lição, Dr. Ferguson aborda as maneiras pelas quais Jesus cumpriu a lei e as maneiras pelas quais ele ensinou seus discípulos a viver de acordo com ela.

Leitura Bíblica Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas(...) – Hebreus 10: 1

Objetivos da aula 1. Apresentar o papel da Lei de Deus na vida do crente; 2. Explicar os múltiplos aspectos pelos quais Jesus cumpriu a lei.

Citação Jesus está dizendo: 'eu cumpri a lei completamente porque eu sou aquele para quem a lei apontava'. – Sinclair Ferguson

Esboço da aula A. JESUS COMEÇA A ABORDAR A LEI DE DEUS EM MATEUS 5: 17-20. 1. Jesus entende que neste ponto do Sermão do Monte, as pessoas estão começando a questionar por que ele ainda não mencionou a lei.

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a. É importante lembrar que as pessoas que estavam ouvindo Jesus viviam sob a lei que Deus lhes deu por meio de Moisés. b. As pessoas podiam calcular tudo o que estava acontecendo em Jerusalém pela lei, uma vez que ela regulamentava os dias, anos e sacrifícios oferecidos pelas pessoas. 2. Com o tempo, as pessoas começaram a acreditar que para serem verdadeiramente espirituais, elas precisavam ir além da Lei de Deus. a. Mais de trezentos regulamentos adicionais foram criados pelo fariseus para garantir que a lei fosse mantida, e esses regulamentos, por sua vez, foram considerados como leis divinas. b. Este é um erro que às vezes é cometido por cristãos. 3. As bem-aventuranças naturalmente levaram as pessoas a questionar por que Jesus ainda tinha que falar sobre a Lei de Deus. a. A bem-aventurança do primeiro Salmo é a bem-aventurança do homem que medita na lei de Deus dia e noite (Sl 1: 2). 4. Jesus ainda não tinha dito nada sobre a lei porque ele sabia que, embora a lei possa nos dizer como viver, ela não pode nos capacitar a viver de acordo com ela. a. A lei pode nos dizer o que fazer, mas a lei não tem o poder de nos habilitar a fazer isso. b. Paulo aprendeu com Jesus que o Evangelho nos dá o poder de cumprir a lei e a fazer da lei o nosso prazer (Rm 8: 3-4.).

B. JESUS ENUMERA VÁRIOS PONTOS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O CRISTÃO E A LEI DE DEUS. 1. A lei desempenha um papel permanente na vida de um cristão. a. Cristo não veio para destruir a lei, mas para cumpri-la. b. Cristo personifica a lei, e nele, vemos a vida para a qual a Lei de Deus aponta. 2. A lei funciona como um teste decisivo para medir a fidelidade no ensino e avaliar adequadamente o discipulado cristão.

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a. Não podemos descartar a lei com base em sermos cristãos do Novo Testamento, e, de fato, Jesus nos adverte contra tal ideia. b. Podemos avaliar a consideração de um mestre pelo discipulado cristão por sua fidelidade à lei. 3. A lei requer uma justiça que excede a dos escribas e fariseus. a. Isso foi chocante para os ouvintes, porque os fariseus já eram considerados justos, e Jesus estava ensinando que seus seguidores precisam cumprir a lei de uma forma que os fariseus não podiam. b. Os fariseus abordaram a lei de tal forma que ela nunca poderia produzir a plenitude da lei em suas vidas; só o Evangelho pode produzir tal cumprimento. c. Ainda hoje, quando Moisés é lido, permanece um véu (2Co 3:15), pois Cristo é aquele para quem o primeiro Salmo apontava e aquele que cumpre as promessas do Antigo Testamento. 4. A lei não pode ser cumprida em nossas vidas se for empreendida com nossas próprias forças. a. Os cristãos entendem que o reino de Deus nos quebrou e nos deu novos afetos que nos capacitam de novas maneiras.

C. JESUS TAMBÉM ESTÁ ENFATIZANDO QUE ELE VEIO PARA CUMPRIR A LEI. 1. A lei foi dada a Moisés no Sinai como uma expressão negativa (o que não devemos fazer) da lei que foi escrita de maneira positiva (o que devemos fazer) no coração de Adão como a imagem de Deus. a. Adão agia instintivamente, antes da queda, de uma forma que o conformava com o verdadeiro propósito da Lei de Deus, e os patriarcas viveram de tal maneira que eles não se conformaram com a lei como estava escrita em seus corações. 2. Deus publicou a lei em tábuas de pedra, de uma forma amplamente negativa, porque seu povo era, espiritualmente, como crianças.

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a. Às vezes, a maneira mais fácil de ensinar as crianças é dizer-lhes o que não fazer, e para nos manter seguros, Deus expressa a maior parte dos Dez Mandamentos em forma negativa. b. Embora sejam negativos, eles ainda contêm a convocação dos propósitos originais de Deus. 3. Jesus cumpriu a lei moral de Deus. a. Jesus veio para obedecer onde nós desobedecemos e suportar o castigo por nossa desobediência. b. Jesus limpa nossos corações e nos liberta de nossa escravidão e culpa. 4. Jesus cumpriu a lei cerimonial de Deus. a. A lei não continha apenas mandamentos morais, mas também continha regulamentos quanto ao que deveria ser feito quando um mandamento fosse violado. b. Os sacrifícios eram exigidos e funcionavam como uma figura do Evangelho, pois eles lembravam ao povo de sua necessidade do perdão de Deus. c. O autor de Hebreus argumenta que, uma vez que os sacrifícios tinham que ser repetidos, eles não poderiam ter sido os sacrifícios que realmente tiravam o pecado. d. Jesus vem para cumprir todas as figuras do Antigo Testamento que apontavam para o perdão dos pecados pelo sacrifício, de uma vez por todas, de um sumo sacerdote da ordem de Melquisedeque. e. A igreja primitiva entendeu que Jesus cumpriu a lei e, portanto, deixou de lado sacrifícios e rituais desnecessários. 5. Jesus cumpriu a lei civil de Deus. a. A lei foi dada, por meio de Moisés, a uma determinada nação a fim de preservar a promessa de que o Messias viria. b. A lei moral aplicada à vida cívica da nação nunca foi pensada para ser permanente, assim como o sistema sacrificial nunca foi feito para ser permanente.

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c. As aplicações específicas da lei para uma sociedade em particular terminaram quando Jesus se tornou o Rei de uma sociedade internacional. d. As festas e sacrifícios que eram realizados apenas em Jerusalém não são mais necessários, e assim o Cristianismo vai além de qualquer nação. e. A cura do paralítico por Jesus é uma figura aproximada do que Jesus fez: quando Jesus ressuscitou, ele se levantou e simplesmente enrolou todas aquelas aplicações específicas da Lei de Moisés. f. A Confissão de Fé de Westminster ensina que as sociedades podem aprender muitas coisas sobre justiça e equidade de como a Lei de Deus já foi aplicada, mas a ênfase no que Jesus está ensinando aqui é que a vida cristã pode ser vivida em qualquer lugar. g. Jesus veio para que a vida cristã fosse uma realidade internacional. 6. Jesus mostra como a Lei de Deus opera na vida do cristão. a. O restante de Mateus 5 diz respeito à justiça que vai além da dos escribas e fariseus. b. Jesus nos permite guardar a lei em um nível mais profundo, porque a obediência que ele concede surge do coração, que reconhece que Deus se tornou nosso Pai (Jr 31:33).

Exercícios de Fixação 1. A verdadeira espiritualidade implica em alcançar um maior cumprimento da lei do que aquele que Deus requer. a. Verdadeiro b. Falso

2. Podemos compreender a bem-aventurança e prioridade da lei para a vida cristã olhando para __________. a. os Salmos b. as bem-aventuranças 26


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c. Provérbios d. Nenhuma das alternativas acima

3. Saber o que a lei exige é a chave que lhe permite cumpri-la. a. Verdadeiro b. Falso

4. A lei __________ não foi dada para um determinado período e para uma determinada nação. a. civil b. moral c. cerimonial d. judicial

5. Jesus cumpriu o aspecto __________ da lei. a. civil b. moral c. cerimonial d. jurídico

6. O/A __________ ensina que a aplicação da lei moral à vida cívica de Israel ainda pode ensinar aos cristãos sobre justiça e equidade. a. Confissão de fé de Westminster b. Catecismo de Heidelberg c. Trinta e Nove Artigos d. Confissão Belga

Exercícios de Reflexão 1. Como a lei é um teste espiritual decisivo para examinar o ensino de alguém? 27


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_______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Como a justiça de um cristão excede a dos escribas e fariseus? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. De que maneiras Cristo cumpriu a lei? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

4. O que nos ensina o abandono dos sacrifícios e rituais do Antigo Testamento, pela Igreja Primitiva? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 04 O SIGNIFICADO DA LEI

Introdução Os escribas e fariseus tentaram tornar a Lei de Deus mais fácil acrescentando coisas a ela. Nessa aula, o Dr. Ferguson explica como Cristo corrigiu suas interpretações equivocadas da Lei de Deus e enfatizou a vida cristã como uma vida moldada pela reconciliação e pelo Evangelho.

Leitura Bíblica Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; – Romanos 6: 17

Objetivos da Aula 1. Enfatizar a identidade do cristão como sal e luz; 2. Ensinar o entendimento perfeito de Cristo sobre a lei; 3. Mostrar como Cristo nos capacita a guardar a lei.

Citação A Lei de Deus nos leva a Cristo, para que sejamos salvos. E, então, Cristo nos dá a lei, para nos ensinar como devemos viver agora que somos salvos. - Sinclair Ferguson

Esboço da aula A. A VIDA CRISTÃ É UMA VIDA CONTRACULTURAL - NÓS SOMOS O SAL DA TERRA E A LUZ DO MUNDO. 29


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1. Jesus transforma a vida de seu povo de tal forma que eles criam uma cultura diferente. 2. Jesus anuncia quem somos nas bem-aventuranças, e, também, anuncia quem somos ao nos declarar sal e luz. a. Jesus não está dizendo: "Faça essas coisas para se tornar sal e luz", mas sim, "Você é sal e luz." 3. O sal e a luz funcionam, na sociedade, de duas maneiras diferentes: a. O sal é um agente preservador, então os cristãos preservam a sociedade. b. O sal dá sede, então o sal dos cristãos deixa os outros sedentos pelo que eles têm em Cristo. c. A luz expõe as trevas, portanto, os cristãos, apenas pela maneira como vivem suas vidas, conscientizam os outros de que são pecadores. d. A luz expõe os corações das pessoas, assim como Cristo encontrou oposição em sua vida, quando falamos ou o demonstramos aos outros, encontramos a mesma oposição. e. Quando os crentes vivem como luz, eles fornecem não apenas um padrão, mas também uma direção. 4. Jesus está cumprindo em nós a imagem de como fomos feitos para viver. a. Isso reforça sua declaração de que ele veio cumprir a lei, não para destruí-la.

B. JESUS ENSINA, DURANTE O RESTANTE DE MATEUS 5, A COMO DEVEMOS ENTENDER A LEI DE DEUS. 1. Durante o século XVII, houve uma discussão considerável sobre o papel da lei. a. A questão era se recebemos a lei das mãos de Moisés ou das mãos de Cristo. b. A verdade é que Moisés não tem poder para nos capacitar a guardar a lei. 2. O Peregrino, de John Bunyan, ilustra a verdade de que a lei, conforme dada a Moisés, não nos permite guardá-la. a. Na narrativa, um dos companheiros de Cristão está sendo espancado até à morte, e ele grita: “Tenha misericórdia de mim!”. b. A pessoa que bate nele diz: “Não sei como mostrar misericórdia”. 30


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c. Alguém com cicatrizes nas mãos vem em seu socorro. d. Cristão explica ao seu companheiro que o homem que estava batendo nele era Moisés e o homem que o resgatou foi Cristo. e. A lei nos leva a Cristo para sermos salvos por ele, e então Cristo nos dá a lei para nos ensinar a como devemos viver agora que somos salvos. 3. Cristo está ensinando aos seus discípulos a forma como os escribas e fariseus lidam com a lei. a. Ao longo do restante de Mateus 5, tudo o que Jesus ensina começa com a frase: “Ouvistes o que foi dito. . .” A fim de estabelecer um contraste com o seu ensino. b. Jesus não está contradizendo a lei, porque ele já havia dito que seu o propósito não era destruir a lei. c. A introdução usual, quando o Antigo Testamento é citado no Novo Testamento é “Deus disse. . .” Ou “Está escrito. . ..” d. Quando Jesus começa suas declarações com “Ouvistes o que foi dito. . .”, ele está dizendo que a lei foi mal interpretada e que ele está ensinando sobre o verdadeiro significado interno da lei. e. Jesus entende que Seus ouvintes foram criados em uma comunidade cercada pela interpretação rabínica e tem que ensiná-los a interpretar a lei corretamente. f. Jesus não faz referência a nenhuma interpretação rabínica para o que ele está dizendo, e é por isso que, no final do sermão, as pessoas reconhecem uma autoridade que é diferente da dos escribas e fariseus.

C. JESUS ESTÁ CHEGANDO À LEI DE DEUS E TRAZENDO DELA SEU SIGNIFICADO INTERIOR MAIS PROFUNDO. 1. Deus deu a lei no Sinai em termos amplamente negativos, mas ela contém exortações positiva sobre como o povo de Deus deve viver. a. Jesus está atraindo essas exortações positivas aqui no Sermão no Monte. 2. Jesus não apenas interpreta corretamente a lei; ele também nos ajuda a guardar a lei. a. Essa é a marca de um grande mestre. 31


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b. Jesus nos ensina a como fazer aquilo que somos incapazes de fazer independentemente. 3. Ao estudar a Bíblia, temos a tendência de aceitar os mandamentos de Deus e ir a outro lugar para descobrir como cumpri-los. a. Precisamos pedir a Deus que nos ensine a como fazer, o que ele manda, dentro do contexto da Bíblia. b. Isso é o que Jesus está fazendo no Sermão do Monte.

D. JESUS ILUSTRA COMO O ENTENDIMENTO ADEQUADO DA LEI MOLDA TUDO NA VIDA. 1. Jesus começa nos ensinando que há mais de uma maneira de matar alguém, por isso somos chamados a viver uma vida de reconciliação. a. A motivação de nossos corações, quando procuramos rebaixar alguém ou manchar sua reputação é destruí-lo, ainda que pela língua. b. Jesus nos ensina a viver em contraste com isso, porque quando Deus ordena, “não matarás”, ele está se dirigindo ao coração. c. Estamos nos expondo ao julgamento de Deus sempre que nosso coração se expressa com insultos e humilhação ao nosso irmão. d. Já que fomos reconciliados com Deus por meio de Cristo, sabemos o que é viver uma vida centrada na reconciliação com os outros. 2. Jesus ilustra a importância de viver uma vida de reconciliação relacionando-a com nossas ofertas a Deus. a. É mais importante reconciliar-se com nosso irmão do que apresentar nossas ofertas diante de Deus sem que haja reconciliação. b. As implicações do que Jesus está ensinando é que devemos, se necessário, sair do nosso percurso para buscar a reconciliação com nosso irmão, assim como Deus enviou seu próprio Filho para morrer por nós. c. Quando o Evangelho influencia nosso pensamento, somos movidos a buscar reconciliação nos relacionamentos.

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3. Jesus ilustra a importância da reconciliação por meio de nossos relacionamentos seculares. a. Somos chamados a buscar a reconciliação para evitar que nossos relacionamentos se desfaçam a tal ponto que que as questões só possam ser resolvidas em um tribunal civil. b. Devemos usar tudo que está ao nosso alcance para buscarmos a reconciliação com alguém antes que seja tarde demais e não seja mais uma opção. 4. Jesus mostra como podemos viver fielmente dentro dos laços do casamento. a. Jesus ensina como ter um casamento como Deus planejou - para toda a vida e livre de adultério e divórcio. b. Jesus fala sobre como os rabinos distorceram as leis relativas ao divórcio a ponto de um homem poder se divorciar de sua esposa por ela fazer algo vergonhoso. c. Jesus proíbe o divórcio, exceto por motivo de adultério. d. Ele revela como ter um casamento fiel, livre de adultério, evitando que nossos olhos e mãos sejam errantes. 5. Jesus nos ensina como cumprir nossa palavra. a. Jesus não está dizendo que devemos nos recusar a fazer qualquer juramento. b. Jesus está abordando a prática de fazer juramentos que mais tarde poderiam ser quebrados por causa de um apelo ao que alguém jurou. c. As pessoas acreditavam que jurar no altar ou no templo não requeria tanta obrigação quanto jurar a Deus. d. Cristo está nos ensinando que nossa palavra é nossa obrigação, então cada palavra que falamos deve ser fiel ao Senhor. 6. Jesus ensina que nossa justiça deve exceder a justiça dos escribas e fariseus. a. A força motriz por trás das reinterpretações da lei, pelos escribas e fariseus, é que elas deveriam tornar a lei acessível. b. Na verdade, é o entendimento perfeito de Cristo da lei que a torna acessível. c. Jesus está procurando nos guiar para uma vida mais pura na qual tenhamos relacionamentos frutíferos, um coração reto no casamento e uma compreensão de que cada palavra que falamos está diante de Deus. 33


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Exercícios de Fixação 1. Os escribas e fariseus __________ a lei. a. interpretavam mal b. aplicavam mal c. distorciam d. todas as acima estão corretas.

2. No Sermão do Monte, Jesus ensina especificamente que nós nos expomos ao julgamento de Deus quando __________ nosso irmão. a. conspiramos contra b. atrapalhamos c. invejamos d. sentimos raiva de

3. A força motriz por trás da reinterpretação da lei pelos fariseus era tornar a lei mais fácil de se cumprir. a. Verdadeiro b. Falso

4. __________ é o novo centro da vida cristã. a. Relevância b. Aceitação c. Reconciliação d. Polidez

5. Jesus ordena que não façamos juramentos. a. Verdadeiro b. Falso 34


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6. No Sermão do Monte, Jesus não aborda __________ como um tópico de como a lei foi mal aplicada. a. os juramentos b. a ansiedade c. o adultério d. o divórcio

Exercícios de Reflexão 1. Como o sal e a luz servem de ilustração para o cristão na sociedade? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Qual é o significado de Cristo apresentar seus ensinamentos pela frase “Ouvistes o que foi dito”? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Como o ensino de Cristo sobre a luxúria capacita alguém a guardar o mandamento “Não adulterarás”? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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4. O que o Dr. Ferguson acredita que precisa ser adicionado ao nosso estudo das Escrituras? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 05 VIVENDO A VIDA RECONCILIADA

Introdução A reconciliação que temos com Deus, por meio de Jesus Cristo, muda a maneira como vivemos no mundo e na eternidade. Nesta aula, o Dr. Ferguson explica as ilustrações que Jesus usa para nos ensinar a como viver uma vida que sempre aponta para ele.

Leitura Bíblica Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, – 2 Coríntios 5:18

Objetivo da aula Fornecer o significado cultural das ilustrações que Jesus usa para nos ensinar sobre a vida centrada no Evangelho.

Citação A lógica do Evangelho é uma lógica em que uma vida de obediência é produzida pela transformação do coração.... Somos contados justos, aos olhos de Deus, e isso nos motiva a obedecer a lei. – Sinclair Ferguson

Esboço da aula A. O PROPÓSITO DE NOSSO ESTUDO DO SERMÃO DO MONTE É QUE POSSAMOS ENTRAR NA LÓGICA DO EVANGELHO.

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1. A lógica do Evangelho é a vida de obediência produzida por uma transformação do coração. a. Não é que procuramos obedecer à lei para que, eventualmente, possamos ser considerados justos aos olhos de Deus; já somos considerados justos e isso é o que nos motiva a obedecer à lei. b. Não é que lutamos pelo reino de Deus; uma vez que entramos no reino, o poder do reino é liberado em nossas vidas. c. Nós, então, nos tornamos sal e luz e descobrimos o que nos era estranho: nós amamos e cumprimos a Lei de Deus. 2. O evangelho nos ensina que a graça cria o verdadeiro amor e obediência à lei. a. Uma ilustração disso é como apenas os cristãos podem, verdadeiramente, conhecer e desfrutar do privilégio do Dia do Senhor. B. JESUS AGORA ABORDA, NO SERMÃO DO MONTE, UMA DECLARAÇÃO BEM CONHECIDA DO ANTIGO TESTAMENTO: “OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE” (LV 24:20). 1. Esta declaração é sempre mal aplicada aos relacionamentos pessoais. 2. Esta declaração visa fornecer um princípio de justiça, de modo que a punição seja adequada ao crime. a. Limita a vingança e rege as relações jurídicas entre pessoas. b. Este princípio protege a sociedade e fornece uma adequada compreensão de um castigo que corresponda justamente a um crime. 3. Jesus não está ensinando que os cristãos devem parar de exercer seus direitos legais. a. O apóstolo Paulo repetidamente exerceu seus direitos legais como cidadão romano. b. A Bíblia nos ensina que devemos exercer nossos direitos em comunidade. 4. Jesus está ensinando que os cristãos não devem defender seus direitos como o princípio fundamental mais importante. a. As pessoas, em nossa sociedade atual, são incrivelmente movida por direitos. b. O evangelho nos ensina a sermos contraculturais e que se estivermos em Cristo ofereceremos todos os nossos direitos a ele. 38


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5. Escolher quando não insistir em nossos direitos nos dá a oportunidade de testemunhar de Jesus, que não insistia nem mesmo em seus próprios direitos. a. Cristo se humilhou, tornou-se obediente até a morte na cruz e foi exaltado pelo Pai (Fp 2: 5-11). b. O paradoxo é que Cristo não insistiu em seus próprios direitos, mas, a ele, foram dados todos os direitos e privilégios como o Filho do Pai. c. Essa deve ser nossa mentalidade.

C. JESUS USA, NO SERMÃO DO MONTE, QUATRO ILUSTRAÇÕES PARA NOS AJUDAR A ENTENDER COMO DEVEMOS DAR TESTEMUNHO DELE PELA MANEIRA COMO VIVEMOS. 1. “. . . não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra” (Mt 5: 39). a. Jesus não está nos ensinando a não termos discernimento, mas está nos ensinando um princípio. b. Jesus menciona particularmente a face direita porque um tapa na face direita era um tapa com as costas da mão e o mais grosseiro dos insultos. c. O princípio é que permitiríamos que eles nos insultassem e nos humilhassem sem retaliação e, ao fazer isso, os desarmamos e lhes daremos um vislumbre do Senhor Jesus Cristo. d. A grande tática bíblica é deixar o mal se exaurir até perceber que não pode tirar o melhor de você. 2. “. . . e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa” (Mt 5: 40). a. Ao responder a uma pessoa gananciosa, a reação padrão do coração do ser humano não é, tipicamente, aquele de lhes oferecer nossos bens. b. Ser capaz de dar livremente dos nossos bens é maravilhosamente desconcertante para pessoas que não são cristãs. c. Jesus extrai uma expressão da lei que também revela o quanto nós nos apegamos às nossas posses. 39


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d. A beleza do Evangelho pode nos libertar de obsessões e permitir a generosidade. 3. “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas” (Mt 5: 41). a. Jesus está falando sobre a negação da liberdade pessoal, porque um soldado do exército da ocupação romana poderia recrutar um indivíduo para uma tarefa. (por exemplo, Simão de Cirene foi recrutado para carregar a cruz para Jesus). b. O limite para recrutamento por um soldado romano era de mil passos, então uma manifestação da vontade de dar mil passos a mais por eles seria totalmente “desarmante” para um soldado romano. i.

Um soldado neste cenário é, por definição, um inimigo: ele é um soldado, um soldado romano, ocupando seu país e colocando seu fardo em suas costas.

ii.

O Evangelho nos ensina a servir nossos inimigos apontando-os a Cristo.

c. Este é o mesmo princípio que Paulo usou em seu ministério como servo pela causa de Jesus (2 Co 4: 5), e é provável que essa disposição fosse o segredo de sua fecundidade. 4. “Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.” (Mt 5: 42). a. Jesus não está nos ensinando a desconsiderar a sabedoria e o entendimento. b. Provérbios também nos ensina a sermos sábios e criteriosos com nosso dinheiro. c. Jesus está abordando a motivação do coração. d. Às vezes é muito fácil, para nós, olharmos as passagens nas Escrituras, sobre sabedoria e dinheiro, como desculpa para sermos mesquinhos. e. Não deveríamos preferir arriscar parecer tolos em nossa generosidade, mesmo quando tente ser sábios e perspicazes? f. Jesus está nos chamando para compartilhar o que Deus nos deu, e devemos manter o que Deus nos deu de mãos abertas, livre das possessivas influências das riquezas e posses, para que possamos ser verdadeiramente livres.

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Exercícios de Fixação 1. Dr. Ferguson ensina que o Sermão do Monte é __________ do Evangelho. a. o coração b. a lógica c. o significado d. a implicação

2. A vida __________ é produzida por uma transformação do coração. a. obediente b. circunspecta c. transcendente d. Nenhuma das acima está correta

3. Jesus ensina que a generosidade na vida cristã muitas vezes envolve tornar-se imprudente nas decisões sobre dinheiro. a. Verdadeiro b. Falso

4. “Olho por olho, dente por dente” é um padrão para os relacionamentos pessoais. a. Verdadeiro b. Falso

5. Jesus ilustra a vida reconciliada por meio de exemplos em que nossa__________ é necessária para apontar para ele. a. Dignidade b. Propriedade c. Liberdade d. Todas as acima estão corretas.

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6. De acordo com o Dr. Ferguson, a chave para a fecundidade de Paulo era __________. a. seu zelo b. sua habilidade c. seu apostolado d. sua servidão

Exercícios de Reflexão 1. O que o exemplo de Cristo nos ensina sobre insistir em nossos direitos em um nível pessoal? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Como o evangelho muda a maneira como nos relacionamos com nossos bens? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Por que renunciar à liberdade pessoal é um testemunho tão eficaz de Cristo? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

4. Como você corrigiria alguém que cita “Olho por olho, dente por dente” como justificativa para a vingança? 42


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_______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 06 AME SEUS INIMIGOS

Introdução Somos chamados a amar nossos inimigos de tal maneira que apontemos para o amor de nosso Salvador. Nesta aula, o Dr. Ferguson desenvolve a questão de como Jesus está nos em ensinado a, como filhos de um Pai celestial generoso, amarmos nossos inimigos.

Leitura Bíblica Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens. – Romanos 12: 17

Objetivos da aula 1. Corrigir a interpretação errônea da Lei Mosaica de que amar o próximo implica em odiar o inimigo; 2. Explicar o objetivo, motivo e padrão em relação a amar os inimigos.

Citação A expressão bíblica de amor é 'estou determinado; porque Cristo se deu por mim, eu me darei por e para os outros'. - Sinclair Ferguson

Esboço da aula

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A. RECORDAR ATÉ ONDE O SERMÃO DO MONTE NOS LEVOU ATÉ AGORA É IMPORTANTE PARA ENTENDERMOS O CONTEXTO DO ENSINO DE JESUS NO FINAL DE MATEUS 5. 1. Jesus ensinou que o reino de Deus chegou, e mostrou o poder do reino por meio de seus milagres. 2. Jesus ensinou que o Evangelho transforma a vida das pessoas vivem no reino. 3. Jesus ensinou que a bem-aventurança está enraizada em uma identidade centrada no Evangelho. a. As pessoas costumam comentar que são abençoadas, e o que querem dizer com isso é que elas tiveram sorte nesta vida. b. Jesus está ensinando sobre uma bem-aventurança que é produzida pela iniciativa de Deus em tomar nossas vidas e transformá-las. 4. Jesus ensinou que a vida transformada leva a uma vida de justiça que é mais profunda e impactante do que a justiça dos escribas e fariseus. a. Os escribas e fariseus eram intimidadores em sua prática religiosa. b. Jesus ensina que a verdadeira justiça produzirá pessoas que são mansas e generosas. 5. Jesus ensinou que a Lei de Deus foi feita para ser sempre usada de forma adequada levando-nos a uma bela vida de liberdade e alegria, ele faz isso abordando como a lei havia sido mal utilizada.

B. JESUS COMEÇA, AGORA, A ENSINAR MAIS SOBRE A APLICAÇÃO INCORRETA DA LEI DE DEUS E COMO ELA FOI MAL INTERPRETADA: “VOCÊ DEVE AMAR O SEU PRÓXIMO E ODIAR O SEU INIMIGO”. 1. As pessoas acreditavam que a implicação natural da Lei de Deus era amar o próximo e odiar o inimigo. a. Os doutores da lei criaram uma falsa dicotomia, porque odiar seu inimigo não implica, necessariamente, na lógica de amar o próximo. 2. Alguém pode argumentar que é bíblico amar seu próximo e odiar seu inimigo com base em passagens dos Salmos ou nas ações de Elias. 45


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a. Nessas situações, alguém como David não está agindo em caráter privado mas tem uma compreensão da posição que Deus lhe deu. b. Davi recebeu a posição de rei, e era apropriado a ele resistir aos inimigos que estavam atacando o reino. c. Jesus está ensinando que é um erro aplicar o princípio de resistir ao seu inimigo, no que se refere a um rei e seu reino, à sua vida pessoal. 3. Jesus quer nos ensinar mais o que as Escrituras dizem sobre a identidade de nosso próximo. a. No Evangelho de Lucas, um interprete da lei pergunta a Jesus sobre a lei: “E quem é o meu próximo?” (Lc 10: 29). b. Jesus responde com a parábola do bom samaritano, e retorna a pergunta ao interprete da lei: “Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?” (Lc 10: 36). c. O interprete da lei estava tentando limitar suas responsabilidades, mas Jesus lhe mostrou que ele deve ser o próximo dos necessitados e até mesmo daqueles que acabam sendo seus inimigos.

C. PERGUNTA PARA NOS AJUDAR NA VIDA CRISTÃ PRÁTICA: QUAL É O OBJETIVO ENVOLVIDO? 1. O objetivo é amar nosso próximo a tal ponto que amamos até mesmo aqueles que se tornaram nossos inimigos. a. A ideia de se apaixonar é uma experiência romântica na qual estamos totalmente dominados de sentimentos por outro. b. Jesus nos ensina que o amor não é algo que subjuga e nos controla, mas que é a disposição do cristão para com os outros. c. A compreensão bíblica do amor é tal, que nós, como cristãos, nos tornamos determinados a nos darmos aos outros, como Cristo se deu a nós. 2. Como amamos nossos inimigos? a. Uma coisa é saber que devemos amar nossos inimigos, mas outra coisa é saber como fazer isso. 46


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b. Jesus nos ensina como amar nossos inimigos: “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” (Mt 5: 44). 3. Amamos nossos inimigos primeiramente orando por eles. a. No momento em que você começa a orar por seus inimigos, você não pode mais tratá-los da maneira que você faria naturalmente, porque isso o torna ativo em seu relacionamento, não defensivo. b. Orar por nossos inimigos nos torna conscientes de que eles não são tão intimidadores e estejam tão no controle quanto pensávamos que estavam. c. Deus é quem está no controle, por isso oramos para que Deus intervenha em suas vidas empobrecidas, cheias de raiva e ódio. d. Começamos a vê-los sob uma luz diferente e até sentir pena de sua situação porque eles não entendem a natureza de sua situação. e. Nossos inimigos perceberão que não somos tão pequenos quanto parecíamos, e, da mesma forma, que eles não são tão grandes quanto pareciam, porque servimos a um Deus bom. f. Nós nos concentramos mais nas necessidades de nossos inimigos e menos em nossa fraqueza, quando oramos por eles. g. Isso é exatamente o que Jesus fez na cruz: “Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem” (Lc 23: 34).

D. PERGUNTA PARA NOS AJUDAR NA VIDA CRISTÃ PRÁTICA: QUAL É O MOTIVO ENVOLVIDO? 1. Jesus ensina o motivo pelo qual devemos amar nossos inimigos: “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste,” (Mt 5: 44-45). a. Jesus está estabelecendo as implicações do que é ser filho do Pai celeste. 2. “porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.” (Mt 5: 45). a. Jesus está nos mostrando que somos filhos de um Pai celestial generoso.

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3. “Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?” (Mt 5: 46). a. Cristo morreu por nós enquanto ainda éramos pecadores (Rm 5: 8). b. Se amamos apenas aqueles que nos amam, então não somos diferentes dos coletores de impostos que meramente mostram honra entre os ladrões. 4. O Evangelho nos dá o motivo para amarmos nossos inimigos. a. Assim como a Rainha da Inglaterra disse uma vez: “Filhos reais, modos reais”, nós devemos mostrar que somos filhos de Deus. b. Podemos pedir ao Senhor que nos ajude a ser como ele em relação aos nossos inimigos. 5. Começaremos a ver nossos inimigos como pessoas desesperadamente necessitadas. a. Se nos vemos como filhos reais do Pai celestial que compartilha sua maravilhosa generosidade, nos tornaremos mais generosos com os outros. b. Podemos nos dar ao luxo de sermos generosos com nossos inimigos de maneira que nossa generosidade os desarme.

E. PERGUNTA PARA NOS AJUDAR NA VIDA CRISTÃ PRÁTICA: QUAL É O PADRÃO ENVOLVIDO? 1. Jesus ensina o padrão pelo qual devemos amar nossos inimigos: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mt 5: 48). 2. A palavra traduzida como “perfeito” é a mesma que é traduzida em outro lugar, no Novo Testamento, como “maduro”. a. Jesus está nos ensinando que devemos crescer em nossa generosidade. 3. O Pai celestial, que demonstrou sua perfeição na generosidade que ele tem mostrado aos seus inimigos, é nosso padrão de generosidade. 4. Robert Murray M'Cheyne escreveu como uma oração: “Faça-me tão santo quanto um pecador salvo pode ser.” a. Assim como nesta oração, devemos imitar o Pai celestial, para que as pessoas possam ver a semelhança, especialmente na maneira como amamos nossos inimigos. 48


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Exercícios de Fixação 1. Os fariseus acreditavam que, se somos ordenados a amar nosso próximo, é ilógico odiar nossos inimigos. a. Verdadeiro b. Falso

2. Teólogos sugerem que determinemos o __________ de um ensino para nos ajudar em nossa vida cristã prática. a. objetivo b. motivo c. padrão d. Todas as acima estão erradas

3. __________ é um elemento central para estender amor aos nossos inimigos. a. Conversação b. Confissão c. Abertura d. Oração

4. A ____________ de Deus faz nossos inimigos parecerem menores do que pensávamos originalmente. a. asseidade b. eternidade c. soberania d. transcendência

5. “Filhos reais, modos reais” é uma expressão que foi originalmente usada como um exemplo do objetivo do ensino de Cristo. 49


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a. Verdadeiro b. Falso

6. Amar nossos inimigos com __________ do Pai mostrará que somos seus filhos. a. o padrão b. a perfeição c. a generosidade d. Todas as acima estão erradas

Exercícios de Reflexão 1. Por que as orações de Davi não apoiam o argumento de odiarmos nossos inimigos? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. O que o interprete da lei estava tentando concluir ao perguntar a Jesus: “Quem é meu próximo? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Como o amor cristão difere, em significado, do amor descrito na expressão “Eu me apaixonei”? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 50


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4. Como a oração muda nosso relacionamento com nossos inimigos? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 07 ESCRIBAS, FARISEUS, HIPÓCRITAS

Introdução Os discípulos do Senhor Jesus Cristo vivem em marcante contraste com os fariseus, pois a verdadeira justiça é para a glória de Deus, não para a nossa. Nesta aula, o Dr. Ferguson desenvolve o tema “Como conhecer a Deus como Pai é o remédio essencial para a hipocrisia farisaica”.

Leitura Bíblica Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. – Mateus 6:16

Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. – Mateus 6: 21

Objetivos da Aula 1. Expor a hipocrisia religiosa dos escribas e fariseus; 2. Descrever como o conhecimento de Deus como Pai foi perfeitamente revelado em Jesus Cristo e como isso muda as motivações dos nossos corações.

Citação Damos porque nós amamos o Pai, e damos porque nós compartilhamos algo da 'pulsação' do Pai para com os necessitados. – Sinclair Ferguson

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Esboço da aula A. HÁ UMA LÓGICA INTERNA PARA O SERMÃO DO MONTE E PARA TODA A VIDA DO MINISTÉRIO DE JESUS. 1. Jesus veio para estabelecer o reino de Deus. a. Ele foi publicamente apontado como o Rei em seu batismo (Sl 2: 7). 2. Jesus veio para lutar contra Satanás, que roubou o mundo da humanidade com o fim de destruí-lo. a. Jesus é o primeiro indivíduo na história a resistir aos ataques do mal. b. Satanás deixou de tentar Jesus no deserto à espera de um momento mais oportuno, e Jesus continua a proclamar o reino. 3. Jesus também mostra o poder do reino por meio de sinais e maravilhas, restaurando homens e mulheres à vida física que Deus planejou para eles - os cegos veem, o coxo anda, os leprosos são purificados e os surdos ouvem. 4. Jesus ensina aos seus discípulos que o poder do reino não apenas restaura e transforma corpos humanos, mas também restaura e transforma vidas humanas. a. Existem bênçãos, em Jesus Cristo, que mudam fundamentalmente o que nós somos. 5. A totalidade de Mateus 5 pode ser resumida pela palavra cumprimento. a. As bem-aventuranças são o cumprimento das promessas do Antigo Testamento de como a vida seria transformada. b. Cristo cumpre a Lei de Deus e capacita seus discípulos a guardar a lei de forma mais profunda do que os escribas e fariseus.

B. JESUS, AGORA, SE CONCENTRA NA MANEIRA COMO OS ESCRIBAS E FARISEUS PRATICAM A RELIGIÃO E COMO SEUS DISCÍPULOS DEVEM VIVER EM CONTRASTE COM ISSO. 1. Jesus destaca três elementos principais na vida religiosa dos fariseus. a. Esses são os mesmos elementos que são exibidos na parábola sobre o publicano e o fariseu (Lc 18: 9-14). 53


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b. O fariseu está orando, gabando-se de seu ministério de misericórdia e enfatizando sua disciplina rigorosa. 2. Jesus fala sobre a maneira como os fariseus dão esmolas, oram e jejuam de forma que todos possam ver. 3. Jesus prega com um ritmo e um padrão de fala consistentes nessas três seções do Sermão do Monte. 4. Ele enfatiza três pontos principais: a motivação em nosso discipulado, o resultado de nosso discipulado e as perdas potenciais que poderiam resultar do nosso discipulado. 5. Jesus fala sobre a motivação em nosso discipulado e a natureza da hipocrisia. a. Hipócrita vem do grego e se refere a um ator que colocaria uma máscara para mudar de personagens. b. Um hipócrita faz coisas para manter as aparências. c. Jesus lida com a compreensão adequada do nosso discipulado em contraste com a atividade religiosa feita para ser vista pelos outros. 6. Jesus fala sobre a recompensa pelo discipulado. a. Jesus ensina que aqueles que fazem suas boas obras para serem vistos não têm nenhuma recompensa do Pai celestial. b. Jesus mostra como os hipócritas realmente são vistos por Deus, contando anedotas como soar uma trombeta antes de dar aos pobres. c. Jesus mostra como os fariseus oram e jejuam para serem vistos. 7. Jesus não está sendo malicioso. a. Jesus quer revelar como Deus os vê. b. Jesus está expondo o problema de não ter recompensa junto ao Pai. c. Jesus está ensinando que viver na presença de Deus relacionando-se com ele como Pai é a solução.

C. O CONHECIMENTO DE DEUS COMO PAI É TOTALMENTE REVELADO POR MEIO DE CRISTO E É O REMÉDIO ESSENCIAL PARA A HIPOCRISIA. 1. Deus é referido como “Pai” dez vezes nos primeiros dezoito versículos de Mateus 6. 54


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a. Não há um grupo de dezoito versos, dezoito capítulos ou dezoito livros, no Antigo Testamento, que se refiram, dez vezes, a Deus, pessoalmente como “Pai”. b. Nem todo o Antigo Testamento contém dez referências pessoais a Deus como “Pai”. 2. As referências a Deus como “Pai”, no Antigo Testamento, tendem a se encaixar em duas categorias. a. Elas se referem a Deus como criador do universo. b. Elas se referem a Deus como criador de Israel. c. Exceções a esta categorização: o rei em relação a Deus como um filho e as metáforas usadas para descrever as qualidades de Deus. 3. Não há uma referência a Deus como “Pai”, no Antigo Testamento, semelhante ao que Jesus fala sobre como devemos entender Deus como “Pai”. a. Deus se revela definitivamente e totalmente em Jesus Cristo. b. Somente quando o Filho é revelado é que a Trindade é compreendida. c. Se Jesus é o Filho, então a primeira pessoa da Trindade deve ser o Pai. 4. Agora que o Filho chegou, começamos a conhecer Deus de tal maneira que altera nossas principais preocupações. a. Ficamos mais preocupados com o que o Pai pensa de nós do que com o que outras pessoas pensam de nós. b. Isso muda a maneira como praticamos nossa justiça. 5. A forma como damos será diferente. a. Damos porque amamos o Pai e queremos compartilhar o coração do Pai com os necessitados. b. Não estamos dando para nos beneficiar, mas queremos estender as riquezas, que o Pai nos deu, aos outros. c. Se alguém percebe ou não, é irrelevante, porque estamos fazendo isso para o Pai. 6. “Eles já receberam a recompensa” é uma expressão comumente encontrada em antigos recibos que é semelhante à expressão “pago integralmente”.

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a. Se você quer o louvor dos homens, é isso que você vai conseguir, mas você não terá nenhuma recompensa do Pai celestial. 7. Não podemos, na realidade, ganhar uma recompensa do Pai celestial. a. Como faz um bom pai terreno faz, ele também nos dá mais do que podemos ganhar. b. Em nossas doações, e por meio de nossas disciplinas espirituais, não estamos preocupados com o que a mão esquerda ou direita está fazendo. c. Queremos responder ao convite do Pai para buscar sua face, e quando estivemos em sua presença, nosso rosto começa a refletir o seu. d. Um hino de Anna Laetitia que nos ensina a orar por “um coração livre de si mesmo para se acalmar e compreender”; é isso que descobrimos quando conhecemos Deus como Pai.

Exercícios de Fixação 1. Cumprimento é uma palavra que descreve Mateus 6. a. Verdadeiro b. Falso

2. A parábola do publicano e do fariseu em Lucas 18 destaca ___________ como o ponto focal da religião dos fariseus. a. atos de misericórdia b. oração c. jejum d. Todas as acima estão erradas.

3. Os fariseus pretendiam que sua prática religiosa chamasse a atenção para _______. a. seu amor b. sua misericórdia c. sua disciplina 56


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d. sua hipocrisia

4. Jesus contrasta a hipocrisia dos fariseus com __________ do discipulado. a. os resultados b. as motivações c. as perdas potenciais d. as vantagens financeiras

5. “Eles já receberam a recompensa” é uma frase encontrada em versões antigas do que nós hoje chamaríamos de recibo. a. Verdadeiro b. Falso

6. As referências do Antigo Testamento a Deus como Pai descrevem seu relacionamento com __________. a. Israel b. os reis c. a criação d. todas os povos da terra

Exercícios de Reflexão 1. De onde vem a palavra hipócrita? Como ela descreve com precisão os fariseus? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. O que é significativo sobre as referências a Deus como Pai em Mateus 6?

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_______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Como Jesus Cristo, o Filho de Deus, aprofundou nosso relacionamento e conhecimento de Deus? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

4. Qual é a principal motivação do cristão para doar aos necessitados? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 08 CONHECENDO DEUS COMO PAI

Introdução A essência de conhecer a Deus como Pai se manifesta na oração, por meio de nossa identidade em Jesus Cristo. Nesta lição, o Dr. Ferguson apresenta a Oração do Senhor enquanto descreve como Jesus muda a maneira como chegamos ao nosso Pai celestial.

Leitura Bíblica E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! – Gálatas 4: 6

Objetivo da Aula Instruir sobre nossa atitude e abordagem em relação à oração.

Citação [Disse Jesus] "Quando vocês vêm ao Pai, orem em meu nome". Isso quer dizer: Orem como um membro da minha família. - Sinclair Ferguson

Esboço da aula A. JESUS ESTÁ NOS ENSINANDO QUE NÃO PODEMOS NOS CONHECER ATÉ QUE CONHEÇAMOS O PAI, E QUE A ESSÊNCIA DE CONHECER O PAI SE MANIFESTA NA ORAÇÃO. 1. Jesus tem nos mostrado como os hipócritas são vistos aos olhos do Pai porque ele quer que nos conheçamos. 59


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a. “Conheça a si mesmo” é um elemento central da filosofia grega. 2. João Calvino abre suas Institutas da Religião Cristã, enfatizando a importância do conhecimento de Deus e do conhecimento de nós mesmos. a. Não podemos nos conhecer a menos que também conheçamos o Pai. 3. A seção central de Mateus 6: 1-18 envolve a oração. a. A literatura hebraica é diferente da literatura inglesa porque coloca os principais pontos significativos no meio e não no final. 4. Jesus nos ensina como orar. a. Jesus está contrastando a maneira correta de orar com a oração hipócrita. b. Os discípulos pediram a Jesus para ensiná-los a orar, no relato de Lucas sobre a Oração do Senhor, e à luz de João 17, não é nenhuma surpresa eles terem perguntado. 5. A Oração do Senhor é definida dentro do contexto de nossa identidade como filhos do Pai celeste. a. Jesus nos apresentou ao Pai, e como filhos do Pai, nós desfrutamos de uma herança. b. Jesus nos ensinou a orar como membros de sua família. 6. O fato de termos sido nomeados em Cristo está profundamente entrelaçado na teologia dos Evangelhos. a. Jesus é batizado simbolicamente em nossos pecados, que são colocados sobre ele na cruz. b. Somos então batizados nele, e uma troca maravilhosa ocorre porque somos renomeados e trazidos para a sua família. c. O batismo é uma cerimônia de nomeação de família, e assim como quando seus pais nomearam você, isso não muda você internamente, mas tem um impacto profundo em sua vida. d. Ser nomeado em Cristo dá a você uma identidade que diz quem você é, então agora, você pode orar ao Pai assim como Jesus orou. 7. Em Jesus Cristo, podemos orar: “Aba! Pai!”

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a. Até mesmo os cristãos que viviam em uma cultura de língua grega oraram: “Abba! Pai!” porque foram apresentados ao Pai pelo Senhor Jesus Cristo (Rm. 8:15; Gl. 4: 6).

B. JESUS NOS ENSINA COMO CONHECER A DEUS COMO PAI INFLUENCIA NOSSA ATITUDE NA ORAÇÃO. 1. Sempre que somos exortados a não fazer algo no Novo Testamento, há uma substituição. a. Se alguém nos diz para adiar algo, sempre nos é dito o que acontecerá em seu lugar. b. O sermão de Thomas Chalmers O Poder Expulsivo de um Novo Afeto é um exemplo perfeito do que o Evangelho faz ao substituir nossas antigas afeições. c. Jesus nos exorta a não orarmos para sermos vistos ou a acumular vãs repetições para sermos ouvidos, e então ele nos mostra como orar. 2. A verdadeira oração direciona nossos olhos para o Pai celestial. a. Spurgeon uma vez comentou, que havia lido em um artigo de jornal a declaração de um jornalista descrevendo uma oração como a “melhor oração oferecida a uma congregação em Boston”. b. O teste decisivo de nossa oração deve ser se nossos olhos estão sobre o Pai. c. Devemos ter uma compreensão de nosso glorioso acesso a ele e de nossa segurança nele. d. Este é o motivo pelo qual Jesus nos ensina a buscar lugares privados para orar, e a dizer: “Pai nosso”. 3. A oração privada não significa que não devemos mais orar publicamente. a. Jesus orava regularmente em público. b. Se a oração fosse exclusivamente privada, Jesus não teria nos ensinado a orarmos habitualmente: “Pai nosso”. c. Jesus está nos ensinando que a oração é, principalmente, um relacionamento do nosso coração com o pai.

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d. A oração é sobre nossa atitude e não sobre a quantidade ou a eloquência de nossas palavras, como se elas induzissem a atenção de Deus. 4. O Pai celestial sabe do que precisamos antes de pedirmos a ele, mas isso não significa que não precisamos mais orar. a. Não oramos para dizer a Deus o que precisamos ou para lhe dizer coisas que ele não saiba. b. Oramos para descobrir como Deus está se movendo em nossas vidas e como ele está nos levando a alcançar seus propósitos. c. Deus também usa nossa oração como um meio pelo qual sua bênção é espalhada ao mundo. d. Deus não quer cumprir seus propósitos sem nos alcançar para eles, e este é nosso grande privilégio como seus filhos.

C. JESUS NOS ENSINA COMO CONHECER DEUS COMO PAI INFLUENCIA NOSSA ABORDAGEM NA ORAÇÃO. 1. É, também, o fato de que Deus é nosso Rei, que muda nossa atitude e serve como base para nossa capacidade de apresentar petições a ele. a. É Sua identidade como Pai e Rei que muda a forma como oramos. b. Ele é o Rei, e é nosso privilégio estar diante de sua infinita majestade. c. Ele é majestade infinita e simultaneamente nosso Pai, e isso muda a forma como temos comunhão com ele. 2. A tensão de conhecer a grandiosidade de Deus e a ternura de Deus é indescritível. a. É quando compreendemos essas duas coisas que nos expandimos espiritualmente e sentimos o deleite, a glória e a maravilha de vir a ele. b. Ele quer ser conhecido por nós como o Pai que está no céu e ao mesmo tempo nosso Pai celestial. 3. Muitas pessoas têm dificuldade em pensar em Deus como Pai por causa do relacionamento com seu próprio pai. a. Não podemos extrapolar da paternidade de nossos pais terrenos para a paternidade de nosso Pai celestial. 62


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b. Também não podemos confiar no cuidado paternal de Deus, por nós, por meio da nossa capacidade de lermos as circunstâncias providenciais de nossas vidas. 4. A razão pela qual confiamos em sua paternidade celestial é porque ele nos deu tudo o que ele tem em Jesus Cristo e no dom do Espírito Santo. a. Esta é a mesma lógica do Evangelho que Paulo usa para mostrar que Deus não vai parar, por nada, de nos abençoar (Rm 8:32). b. A cruz nos convence do amor do Pai celestial, e é através da cruz que podemos orar em nome de Jesus Cristo.

Exercícios de Fixação 1. O Poder Expulsivo de um Novo Afeto - um título do sermão que descreve, com precisão, a. como o Evangelho funciona, foi pregado por __________. b. John Owen c. João Calvino d. Thomas Watson e. Thomas Chalmers

2. O Sermão do Monte ensina que devemos orar apenas em particular. a. Verdadeiro b. Falso

3. Nossa atitude e nossa __________ na oração são o que realmente importam. a. habilidade b. quantidade c. abordagem d. articulação

4. Nosso privilégio na oração está em conhecer a grandiosidade __________ de Deus. 63


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a. a imponência b. o peso c. a ternura d. a mansidão

5. Adquirimos confiança na paternidade de Deus examinando as circunstâncias providenciais em nossas vidas. a. Verdadeiro b. Falso

6. __________ nos convence do amor do Pai celestial. a. O Filho b. O Espírito c. A cruz d. O nosso conhecimento

Exercícios de Reflexão 1. Qual é o significado do batismo para o nosso relacionamento com o Pai celestial na oração? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Qual é o teste decisivo e o objetivo de nossas orações? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 64


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3. Por que oramos se o Pai sabe do que precisamos antes de pedirmos a ele? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

4. Como você pode ajudar a explicar a paternidade de Deus para alguém que tem dificuldade de entender Deus como Pai por causa de seu pai terreno? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 09 A ORAÇÃO DO SENHOR

Introdução A oração do Senhor é o padrão para a oração e para a vida. Nesta lição, o Dr. Ferguson nos ensina como a oração do Pai Nosso nos ajuda a viver na presença de Deus de maneira a buscarmos sua glória e confiarmos nele em todas as nossas necessidades.

Leitura Bíblica Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão. – Salmo 32: 6

Objetivos da Aula 1. Identificar as seções da oração do Pai Nosso; 2. Detalhar cada petição da oração do Pai Nosso.

Citação A oração não é uma parte compartimentada de nossas vidas, mas a oração é a manifestação da forma como nós realmente vivemos nossas vidas diante da face de Deus. - Sinclair Ferguson

Esboço da aula A. O Pai Nosso é um padrão para oração e um padrão para a vida. 1. É útil pensar na Oração do Senhor como um padrão de vida para que possamos aprender a viver na presença de Deus. 66


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a. O título da obra medieval A Prática da Presença de Deus nos ensina que a oração não é uma parte compartimentada de nossas vidas. b. A oração é um transbordamento da maneira como vivemos nossas vidas diante da face de Deus. 2. Calvino usou a frase latina coram Deo para expressar como vivemos na presença de Deus, e, também, como vivemos em comunhão com Deus. a. À medida que crescemos como cristãos, desenvolvemos a consciência de que vivemos em dois mundos diferentes. b. A consideração mais ampla é que estamos vivendo no mundo de Deus, na companhia do Pai. c. A vida de Jesus foi caracterizada por uma compreensão da presença de Deus. d. Ele ensinou seus discípulos a orar e os apresentou à vida que reconhece o sempre presente Pai celestial.

B. A PRIMEIRA SEÇÃO DA ORAÇÃO DO SENHOR FOCALIZA A GLÓRIA DE DEUS E SEU NOME. 1. Uma maneira simples de orar, de Martinho Lutero, foi escrito para instruir seu barbeiro sobre como usar a Oração do Senhor como um esboço para oração. a. Um dos grandes lemas de Lutero era “Deixe Deus ser Deus”. 2. Deixar Deus ser Deus é para o que a primeira petição do Pai Nosso chama nossa atenção. a. Estamos orando para que Deus seja Deus para nós, que ele venha a ser visto como Deus para o mundo, e que seu reino seja o fruto de nossas vidas. 3. Chegamos a Deus como Pai reconhecendo que ele é santo. a. Nós apreciamos quão maravilhosa é a nossa intimidade com ele porque ele é piedoso. b. Entendemos que seu nome é santo, por isso queremos ver seu nome sendo tratado como santo. 4. Somos zelosos pelo nome do Senhor, e nos dói quando o nome do Senhor é tomado em vão. 67


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a. Quando as pessoas usam o nome do Senhor em vão, elas estão falando sobre nosso Pai. b. Estamos orando para que o nome de Deus seja reconhecido como uma expressão de quem Deus é.

C. A PRIMEIRA SEÇÃO DA ORAÇÃO DO SENHOR FOCALIZA A GLÓRIA DE DEUS E SEU REINO. 1. Oramos: “Venha o teu reino”, embora o reino de Deus já tenha vindo na pessoa de Cristo. a. Deus sempre trabalhou progressivamente na história. b. Moisés e seu povo só tiveram vislumbres de Jesus por meio dos sacrifícios. c. O profeta Isaías apontou para o Servo Sofredor que lidaria com a escravidão espiritual de Israel. d. Nesse sentido, Isaías sabia mais sobre Jesus do que Moisés ou Abraão. 2. Deus trabalha exatamente da mesma maneira que seu reino é estabelecido em Jesus. a. Jesus veio e derrotou o senhor deste mundo, e, agora, ele quer que o reino seja estendido ao o mundo. b. Jesus envia seus discípulos por todo o mundo porque toda autoridade foi dada a ele. c. A autoridade de Cristo ainda não se estendeu aos corações de todas as pessoas, e é para isso que estamos orando. d. Queremos ver o poder transformador de Deus invadindo as vidas das pessoas. 3. O reino se move de expressar a majestade de Deus no céu para expressar a Majestade de Deus na terra. a. Estamos orando para que mostremos a majestade de Deus em nossas próprias vidas entre seu povo. b. Jesus nos ordena que sejamos perfeitos como nosso Pai celestial é perfeito, e assim, oramos pela plena expressão da imagem de Deus em nossas vidas.

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4. Vivemos na presença de Deus para que a obediência ao Pai que é exibida na corte celestial seja exibida em nossas vidas terrenas. a. Izaak Walton disse, de Richard Sibbes: “O céu já estava nele antes que ele estivesse céu.” b. Isso é verdade para todo cristão, porque pelo Espírito Santo temos o amor de Deus em nossos corações para que possamos experimentar o céu ainda nesta terra. c. Quanto mais o experimentamos, maior é o nosso desejo de viver em uma atmosfera de vida celestial, para que as pessoas vejam nossas boas obras e glorifiquem a Deus.

D. A SEGUNDA SEÇÃO DA ORAÇÃO DO SENHOR FOCALIZA NOSSAS NECESSIDADES. 1. Deus é suficiente para responder a todas as nossas orações e suprir todas as nossas necessidades. a. Sabemos quem é Deus, por isso podemos pedir-lhe o pão de cada dia. b. O Pai Nosso não é apenas um padrão para oração, mas também um padrão para nossas vidas, então começamos a pensar em termos de dependência diária do Senhor. 2. A abundância no século vinte e um pode nos fazer perder as implicações de pedir ao Senhor o pão de cada dia. a. A oração se destina a se espalhar pelos detalhes de nossas vidas, porque não poderíamos nem mesmo desfrutar das coisas que, erroneamente, pensamos que são nossas, se não fosse pela provisão de Deus e nossa dependência dele. b. Um bom exemplo disso é como um medicamento pode funcionar para alguém e não funcionar para outra pessoa. c. Um cristão vê que, como um remédio que não funciona, os recursos deste mundo são vazios em si mesmo, portanto eles só são satisfatórios à medida que são recebidos na dependência de Deus que os provê. d. A provisão de Deus, por sua vez, nos leva a viver em sua presença e na fé dependente. e. Jesus nos ensina que a dependência do Senhor é a única maneira de nossas necessidades serem verdadeiramente satisfeitas. 69


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3. Viver na dependência muda a maneira como oramos, porque quando trazemos nossos pedidos a Deus, perguntaremos a nós mesmos: “Nós realmente precisamos disso?” a. A oração nos livra da natureza possessiva do materialismo. b. A compreensão de que estamos orando ao Rei do universo coloca a importância do que pedimos em perspectiva. c. Aprendemos a viver sem as coisas de que pensamos precisar. d. Jesus está nos dando um princípio simples que nos traz de volta à simplicidade básica. E. A SEGUNDA SEÇÃO DA ORAÇÃO DO SENHOR FOCALIZA NOSSA NECESSIDADE DIÁRIA DE PERDOAR. 1. Jesus expandiu ainda mais a Oração do Senhor: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará”. a. Se não estamos empenhados em perdoar os outros, então é evidente que não temos experimentado o perdão de Deus. b. O perdão de Deus lava a falta de perdão de nossa alma. 2. Isso não significa que estamos pedindo a Deus que nos perdoe porque perdoamos aos outros, como se disséssemos: “Se eu os perdoo, então o Senhor deve me perdoar”. a. Deus vem a nós com as mãos cheias de perdão, e quando olhamos e contemplamos tal perdão, nossa falta de perdão é lavada. 3. Devemos pedir perdão, embora já estejamos justificados. a. Aqui na oração do Senhor e em todo o Novo Testamento, somos ordenados e encorajados a pedir perdão. b. Justificação significa que nossos pecados estão perdoados e nós somos considerados justos aos olhos de Deus. c. Deus não é apenas o Juiz que justifica, mas também o Pai celestial que entra em relacionamento conosco. 4. O Juiz que se torna nosso Pai é uma ilustração da justificação, adoção e a razão pela qual pedimos perdão. 70


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a. O juiz nos absolve de uma vez por todas, mas viveremos com o Pai para sempre. b. Não queremos entristecê-lo, então, quando o fazemos, buscamos o perdão. c. Vivemos em um sentimento de amor pelo Pai celestial para que nunca venhamos a entristecê-lo ou ofendê-lo. 5. Isso é o que a Bíblia quer dizer quando fala sobre o temor a Deus. a. O temor a Deus não é se encolher de terror. b. O temor a Deus é o espírito de um filho de Deus que quer ver o Pai sorrir em sua vida e que evita fazer qualquer coisa que traga um olhar severo ao seu rosto. 6. Precisamos ir a Deus quando o entristecemos. a. Ainda temos o instinto de nos esconder de Deus quando o entristecemos. b. Quando nos lembramos de que ele é nosso Pai celestial, vamos a ele e encontramos seu abraço paternal e perdão. F. A SEGUNDA SEÇÃO DA ORAÇÃO DO SENHOR FOCALIZA A NOSSA NECESSIDADE DE SERMOS LIBERTOS DA TENTAÇÃO. 1. Nossa necessidade de perdão nos leva a orar para sermos libertos da tentação. 2. Deus não nos leva à tentação, mas Jesus foi levado à tentação. a. Na sabedoria de Deus, ele pode nos expor a testes para que possamos resistir e ficar mais forte. 3. Nem sempre é o caso onde desejo pecaminoso e oportunidade estejam presentes. a. Quando a oportunidade externa e o desejo interno estão presentes, ficamos no que o Novo Testamento chama de “dia mau” (Ef 6:13). b. Em seguida, precisamos nos revestir de toda a armadura de Deus. 4. Às vezes, o Pai celestial deseja nos mostrar que confiamos nele. a. Ele quer nos mostrar que é capaz de nos impedir de cair e nos mostrar que nossa confiança nele é real. b. É um pensamento terrível o de que possamos falhar em momentos de tentação, então nós oramos na dependência do pai. 5. Porque o Pai realmente se preocupa conosco, ele nos provê, nos perdoa, nos sustenta e nos protege.

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Exercícios de Fixação 1. A oração do Senhor é dividida em __________ seções. a. duas b. três c. quatro d. diversas

2. Coram Deo era a expressão favorita de __________. a. Thomas Watson b. Richard Sibbes c. Martinho Lutero d. João Calvino

3. “Deixe Deus ser Deus” era uma expressão favorita de __________. a. Thomas Watson b. Richard Sibbes c. Martinho Lutero d. João Calvino

4. O temor a Deus é o espírito de um filho de Deus que deseja ver o sorriso do Pai. a. Verdadeiro b. Falso

5. Nossa __________ é a principal razão pela qual pedimos perdão ao nosso Pai celestial. a. justificação b. santificação c. glorificação 72


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d. adoção

6. Oração e __________ são nossos maiores aliados quando a oportunidade externa se encontra com o desejo interno em nossas tentações. a. o Pai celeste b. a armadura de Deus c. o Espírito Santo d. a nossa capacidade de resistir

Exercícios de Reflexão 1. Por que é importante pensar na Oração do Senhor não apenas como um padrão para orar mas também como padrão de vida? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Por que oramos: “Venha o teu reino”, se o reino já veio na pessoa de Jesus Cristo? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Como e por que a Oração do Senhor muda o que pedimos? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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4. Se já fomos perdoados, por que Jesus nos dá um modelo de oração em que devemos pedir perdão? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 10 A CURA PARA NOSSA ANSIEDADE Introdução Nossa compreensão de Deus, ou a falta dela, pode ser a causa ou a cura para nossa ansiedade. Nesta lição, o Dr. Ferguson explora as ilustrações que Jesus usa para ensinar sobre a cura do Evangelho para nossa ansiedade - conhecer nosso Pai.

Leitura Bíblica Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas. – Mateus 6: 32-33

Objetivo da Aula Identificar as causas e a cura para todas as nossas ansiedades.

Citação Não precisamos ficar ansiosos porque o Pai nos mostra o grande provedor que ele é, pela maneira como ele dá provisão a todas as suas criaturas. - Sinclair Ferguson

Esboço da aula A. ATÉ AGORA, EM NOSSO ESTUDO DO SERMÃO DO MONTE, HÁ UM FUNDAMENTO E UM PADRÃO PARA O ENSINO DE JESUS. 1. Ele é o Rei no reino de Deus, e o reino chegou.

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a. Ele mostrou o poder do reino e agora está ensinando as pessoas sobre o discipulado do reino. 2. Os capítulos do Sermão do Monte podem ser resumidos em uma palavra: Mateus 5 com a palavra cumprimento e Mateus 6 com a palavra Pai. a. Em Mateus 6: 1-18, Jesus nos ensina como o conhecimento de Deus como Pai celestial nos livra da hipocrisia. b. Em Mateus 6: 19-34, Jesus nos ensina que o conhecimento de Deus como Pai celestial nos livra da ansiedade. B. PORTANTO, É UMA PALAVRA-CHAVE A SE PRESTAR ATENÇÃO NESTA SEÇÃO DO SERMÃO DO MONTE. 1. Se a hipocrisia é uma praga entre as pessoas religiosas, então a ansiedade é uma peste quase universal no mundo ocidental. a. Jesus se preocupa muito com a hipocrisia religiosa, mas também tem uma grande sensibilidade para conosco como pessoas ansiosas. 2. Jesus sabe que queremos lidar com nossa ansiedade. a. Se nossa ansiedade não é causada por um distúrbio químico em nossos corpos, então colocar produtos químicos em nossos corpos não vai curá-lo. 3. Jesus usa a palavra portanto para fazer uma ligação entre Mateus 6: 10-24 e 6: 2534. a. Portanto, é uma palavra importante na Bíblia. b. Um exemplo básico é como Paulo a usa para ensinar a aplicação do Evangelho à vida cristã em Romanos 12. c. Paulo, ao se referir ao que ele já havia dito, faz exatamente o que Jesus faz no Sermão do Monte. d. Jesus está nos mostrando que o que ele está ensinando, antes de falar sobre a ansiedade, está diretamente ligado à cura da nossa ansiedade. 4. “Portanto” sinaliza que Jesus está apontando as causas de nossa ansiedade. a. Ele diagnostica as causas de nossa ansiedade como um médico faria com nossas doenças físicas.

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b. Jesus diagnostica os sintomas de nossa ansiedade antes de apontar o problema mais profundo de nossa ansiedade.

C. ONDE COLOCAMOS NOSSOS TESOUROS, A LUZ PELA QUAL ENXERGAMOS E OS SENHORES QUE NÓS SERVIMOS GERAM ANSIEDADE. 1. Nossas posses geram ansiedade. a. É importante ressaltar que Jesus está fazendo uma distinção entre nossas posses e nossos tesouros. b. Jesus entende que as posses são legítimas, mas não devemos vê-las como definitivas. c. Se encararmos nossas posses como definitivas, substituímos a natureza real do tesouro duradouro por uma receita para a ansiedade. d. Quanto mais temos de mais segurança precisamos e mais ansiosos ficamos. e. Criamos ansiedade porque nosso tesouro está no depósito errado. 2. Criamos ansiedade ao ver apenas escuridão. a. Quando não vemos as coisas da maneira adequada, não sabemos onde encontrar o tesouro duradouro. b. Se nossos olhos estão focados em coisas de valor passageiro, então vamos estar cheios de escuridão. c. Procurar um tesouro duradouro onde ele não pode ser encontrado é uma receita para a ansiedade. 3. A tentativa de servir a dois senhores cria ansiedade. a. Jesus começou essas ilustrações focalizando o materialismo e, como um médico especialista, move-se para as motivações do coração. b. O mundo compete com o Evangelho por nossos corações, e quando a bênção que Deus nos dá se torna nosso senhor, haverá ansiedade. c. Esta é uma grande luta para muitas pessoas que estão sendo chamadas para o Reino porque elas percebem o real custo do discipulado. d. Quando servimos a dois senhores, descobrimos que as bênçãos que foram planejadas para serem nossos servos agora governam sobre nós. 77


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e. A promessa de que ganharemos cem vezes mais do que deixamos para trás pela causa de Cristo só pode ser cumprida quando essas coisas não são mais nossos senhores e passam a ser apreciadas da maneira correta.

D. NÃO PENSAR CLARAMENTE SOBRE O EVANGELHO PRODUZ ANSIEDADE PORQUE O EVANGELHO FORNECE A CURA PARA NOSSA ANSIEDADE. 1. A palavra “Portanto” marca a transição de Jesus entre a descrição dos sintomas de nossa ansiedade para estabelecer sua cura. 2. Os cristãos precisam pensar sobre as implicações do reinado do Pai neste mundo. a. Precisamos ser libertados do que poderia parecer, a qualquer estranho, com os deuses evidentes deste mundo - o que comemos, o que bebemos, o que vestimos. b. A única maneira de nos livrarmos disso é se entendermos que eles são senhores maus e que o Pai celestial é o melhor de todos os senhores possíveis. 3. Não precisamos ficar ansiosos porque o Pai nos mostra o grande provedor que ele é, pela maneira como ele dá provisão a todas as suas criaturas. a. O Pai cuida dos pássaros dos céus e veste as flores do campo. 4. Jesus identifica aqueles que vivem como se o Pai não reinasse neste mundo como pagãos, gentios e incrédulos. a. Se professamos ser discípulos de Cristo, não devemos pensar e viver como pagãos. b. Jesus está nos chamando para entregarmos toda a nossa vida a ele. 5. Buscar primeiro o reino de Deus nos permite não ficar ansiosos com o amanhã. a. Temos que nos lançar nas mãos do Pai.

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Exercícios de Fixação 1. Jesus nos ensina sobre ansiedade na seção do Sermão do Monte que é resumida pela palavra __________. a. transformação b. cumprimento c. julgamento d. Pai

2. Jesus não faz distinção entre nossas posses e nossos tesouros. a. Verdadeiro b. Falso

3. Ansiedade causada por obsessão com o que vamos beber, o que vamos comer e o que vamos vestir nos identifica com os __________. a. pagãos b. gentios c. incrédulos d. todas as anteriores

4. Jesus pode ser comparado a um __________ em sua avaliação de nossa necessidade de conhecer a Deus como Pai. a. agricultor b. advogado c. médico d. pescador

5. Nossos(as) __________ tem o potencial de causar ansiedade na vida cristã. a. senhores. 79


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b. posses c. prioridades d. confiança em Deus

6. A ansiedade é uma praga entre as pessoas religiosas, assim como a hipocrisia é uma praga no mundo Ocidental moderno. a. Verdadeiro b. Falso

Exercícios de Reflexão 1. Ao estudar sua Bíblia, para o que a palavra, portanto, deve alertá-lo? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Qual deve ser a atitude do cristão em relação aos bens materiais? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. De que forma Jesus se move em relação às causas de nossa ansiedade? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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4. Com qual das causas da ansiedade você mais luta? Como é que O Sermão do Monte se aplica especificamente à sua ansiedade? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 11 CONDENAÇÃO E DISCERNIMENTO

Introdução “Não julgueis, para que não sejais julgados” é o ensinamento mais mal compreendido do Sermão do Monte. Nesta aula, o Dr. Sinclair Ferguson esclarece o que Jesus verdadeiramente quer dizer, dentro do contexto maior de aplicar a sabedoria de Deus às nossas vidas.

Leitura Bíblica Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça. – João 7:24

Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e misericórdia, cada um a seu irmão. – Zacarias 7: 9

Objetivos da Aula 1. Corrigir o uso indevido de “não julgueis, para que não sejais julgados”; 2. Alertar sobre os perigos de usar o julgamento como condenação e não usar o julgamento com a ideia de discernimento; 3. Demonstrar como os cristãos devem aplicar a sabedoria de Deus.

Citação Não devemos julgar, no sentido de condenar arrogantemente; mas devemos julgar, no sentido de que nós precisamos exercer discernimento espiritual. - Sinclair Ferguson

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Esboço A. A PALAVRA JULGAMENTO RESUME O ÚLTIMO CAPÍTULO DO SERMÃO DO MONTE. 1. “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7: 1) são as palavras mais mal compreendidas no Sermão do Monte. a. A ideia de julgamento é o tema recorrente de Mateus 7. b. A palavra julgamento tem nuances de significado de acordo com o contexto em qual é usada. c. Jesus está ensinando que o julgamento é importante na vida do crente. B. JESUS COMEÇA FALANDO SOBRE JULGAMENTO COMO CONDENAÇÃO. 1. Pessoas que procuram condenar alguém sem as devidas evidências, colocam-se, a si mesmas sob condenação. a. Elas estabelecem as bases para sua própria condenação. b. Deus as julgará com a medida pela qual julgam os outros. c. Se uma pessoa não tem motivos para condenar outra pessoa, ela está procurando repudiar e rebaixar a outra pessoa. d. Essa motivação é a base para o julgamento de Deus. e. Jesus está ensinando que devemos ter muito cuidado ao julgar os outros. 2. Jesus usa as parábolas em Lucas 15 como ilustrações perfeitas de julgamento que torna-se motivo da condenação. a. As parábolas da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho pródigo foram todas dirigidas àqueles que julgaram Jesus por acolher pecadores. b. Cada uma das parábolas se move em direção ao clímax: cem ovelhas, uma está perdida; dez moedas, uma está perdida; dois filhos, um está perdido. c. O irmão mais velho é o clímax dessas parábolas, pois o irmão mais velho representa os fariseus aos quais Jesus estava se dirigindo intencionalmente. d. Paulo aborda este mesmo espírito, ao escrever para a igreja em Roma, ensinando que não devemos julgar nossos irmãos como se fôssemos seus senhores (Rm 14: 4).

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3. Jesus usa uma linguagem quase de ridicularização para mostrar às pessoas como elas se parecem quando julgam os outros. a. É cômico que o homem com a trave de madeira no olho esteja preocupado com o cisco de poeira no olho do irmão. b. Jesus está tentando nos mostrar como as pessoas se mostram diante de Deus quando julgam as outras. 4. Conhecer o Pai celestial é o remédio para nossos julgamentos como condenação. a. O Pai tinha todos os motivos para nos condenar por nossos pecados, mas em vez disso teve misericórdia de nós. b. O conhecimento da misericórdia do Pai nos liberta de condenarmos aos outros.

C. JESUS NOS ENSINA QUE DEVEMOS EXERCER JULGAMENTO COMO DISCERNIMENTO. 1. O julgamento usado como discernimento é absolutamente essencial. a. Pessoas que usam “não julgueis” como uma defesa contra os cristãos não têm verdadeiramente entendimento do Sermão do Monte. 2. É importante usar o discernimento para saber falar com alguém. a. Isso é exatamente o que Jesus quis mostrar ao dizer: “não lanceis ante os porcos as vossas pérolas” (Mt 7: 6). 3. Devemos exercitar o discernimento para levar o Evangelho ás mais diferentes situações. a. Precisamos ser capazes de discernir a maneira como as pessoas respondem ao Evangelho. b. Jesus fez isso quando permitiu que o jovem rico fosse embora. c. Jesus discerniu a verdadeira condição espiritual do jovem rico como impuro, por ser um “porco” espiritual. 4. “Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia, .... Ao insensato responde segundo a sua estultícia”. (Pv 26: 4-5) não é uma contradição. a. Esses provérbios mostram a importância de usar o discernimento espiritual. b. Há momentos em que é importante enfrentar a loucura deste mundo para defender o Evangelho, e há momentos em que é melhor ficar em silêncio. 84


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c. É imprudente evangelizar sem discernimento. 5. Nossa reação imediata deve ser a compreensão humilde de que precisamos do dom de sabedoria descrito nas Escrituras. a. A sabedoria precisa ser pedida, buscada e desejada (Tg 1: 5).

D. É PRECISO HAVER JULGAMENTO PARA SABERMOS COMO OBTER SABEDORIA. 1. Jesus nos ensina: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7:7). a. A sabedoria vem de aumentarmos nosso conhecimento sobre Deus e da nossa habilidade em aplicá-lo a todas as situações. 2. Podemos ter certeza de que nosso Pai celestial nos dará sabedoria, se a pedirmos a ele. a. Mesmo os homens maus sabem como dar bons presentes para seus filhos, então quanto mais um bom Deus? 3. O Pai quer que tenhamos sabedoria para podermos negociar em um mundo que muitas vezes é hostil a ele e àqueles que o amam. a. Obtemos essa sabedoria da Palavra e do Espírito para nos ajudar a entender o que Deus tem a dizer sobre nossas situações. 4. Esta sabedoria é especialmente necessária para as áreas sobre as quais a Palavra de Deus não aborda diretamente. a. Por exemplo, devemos aplicar a sabedoria de Deus em nossas vidas, a fim de saber com quem se casar ou onde morar. b. Jesus nos ensina que somente teremos esse tipo de sabedoria se a pedirmos ao Pai.

E. “TUDO QUANTO, POIS, QUEREIS QUE OS HOMENS VOS FAÇAM, ASSIM FAZEI-O VÓS TAMBÉM A ELES; PORQUE ESTA É A LEI E OS PROFETAS”. 1. A Regra de Ouro está perfeitamente contextualizada. a. Não devemos condenar os outros, mas devemos praticar o discernimento espiritual. 85


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b. Para praticar o discernimento espiritual, precisamos crescer em sabedoria e entendimento. c. Precisamos, então, dos princípios para nos ajudar a discernir os propósitos de Deus para as situações onde a Bíblia não fala diretamente. 2. A Regra de Ouro mostra como o ensino geral das Escrituras pode ser aplicado a situações específicas. a. A Regra de Ouro e o Shemá nos ajudam a exercitar a sabedoria de Deus. b. A Regra de Ouro é um princípio geral a ser aplicado quando a Bíblia não falar sobre uma situação específica. 3. A Regra de Ouro pode ser aplicada fazendo-se uma série de perguntas importantes. a. Amor a Deus e amor ao próximo são o que a Lei e os Profetas apontam, então nos perguntamos: “O que seria para a glória de Deus nesta situação?” b. Colocamo-nos na situação de outra pessoa e, em seguida, nos perguntamos: “Como eu gostaria que eles me amassem e me servissem para a glória de Deus?” 4. A Regra de Ouro não é um princípio mundano. a. A Regra de Ouro leva em consideração a aplicação da sabedoria da Palavra de Deus para cada situação. b. Não se trata apenas de pensar em como gostaríamos de ser tratados, mas em como tratar os outros como Cristo nos tratou para a glória de Deus. 5. Quando aplicamos a Regra de Ouro, estamos aplicando a sabedoria de Deus. a. Então, começamos a viver da maneira que o Pai gostaria que vivêssemos. b. Começamos a seguir o exemplo de Cristo, considerando os outros como mais importantes mais do que nós, até o ponto de estarmos preparados para morrer por eles.

Exercícios de Fixação 1. Todos os julgamentos de condenação garantem a condenação do pai. a. Verdadeiro b. Falso 86


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2. Os julgamentos podem ser julgamentos de condenação e julgamentos de __________.r a. sabedoria b. aplicação c. discernimento d. compreensão

3. A Regra de Ouro e __________ são as diretrizes da sabedoria ao determinarmos como aplicar as Escrituras a situações específicas. a. provérbios b. as parábolas c. o Shemá d. a lei

4. Exercitar a sabedoria de Deus não é possível em circunstâncias onde as Escrituras não fala explicitamente. a. Verdadeiro b. Falso

5. Jesus usa a parábola __________ para condenar os julgamentos dos Fariseus. a. da Moeda perdida b. da Ovelha perdida c. do Filho prodígio d. Todas as acima

6. O ensino de __________ sobre sabedoria é fortemente paralelo ao ensino de Jesus sobre sabedoria no Sermão do Monte. a. Paulo b. Pedro 87


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c. Tiago d. Judas

Exercícios de Reflexão 1. Como o conhecimento de Deus como Pai nos livra de condenarmos os outros? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________

2. Como cristãos, frequentemente somos solicitados a fazer julgamentos e tomar decisões. À luz disso, o que Jesus quis dizer quando disse: “Não julgueis” (Mt 7: 1)? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Que lição importante a Regra de Ouro nos ensina sobre a aplicação das Escrituras? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

4. Como a prática do discernimento espiritual o ajudará na evangelização? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

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AULA 12 AS ESCOLHAS DEFINITIVAS

Introdução Jesus encerra o Sermão do Monte revelando que ele é o único caminho e nosso fundamento seguro. Nesta lição final, o Dr. Ferguson nos ensina como o julgamento, no sentido de discernimento, tem significado eterno e é essencial para determinar que caminho seguir, com quem aprender e sobre o que construir nossas vidas.

Leitura Bíblica Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. – 1 Salmo 40:2

Objetivos da Aula 1. Equipar os crentes com princípios pelos quais eles podem fazer escolhas definitivas; 2. Fornecer testes que ajudem a identificar falsos mestres; 3. Apontar exclusivamente para Cristo como nosso primeiro e único fundamento.

Citação "Uma coisa é ficar impressionado com a autoridade de Cristo, é entender que ele realmente sabe sobre o que está falando. Mas é totalmente outra coisa curvarse a essa autoridade e pedir a ele para ser Salvador e Senhor.". - Sinclair Fergeson

Esboço da aula 89


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A. JESUS PASSA DO ENSINO SOBRE O JULGAMENTO COMO CONDENAÇÃO E DISCERNIMENTO PARA O ENSINO SOBRE AS ESCOLHAS DEFINITIVAS. 1. Os

capítulos

do

Sermão

do

Monte

podem

ser

resumidos

pelas

palavras cumprimento, Pai e julgamento. a. A palavra julgamento tem várias nuances de significado. b. Jesus nos ensina que devemos evitar o julgamento como condenação e praticar o bom julgamento como discernimento. 2. O julgamento é necessário para navegarmos em situações sobre as quais Bíblia não fala diretamente - o contexto da Regra de Ouro. a. Adiáfora é um termo técnico para coisas que são indiferentes, mas o cristão nunca fica indiferente quanto às escolhas que devem ser feitas. b. A Regra de Ouro é um princípio que visa, em última instância, a glória de Deus e nos obriga a pensar qual é a melhor forma de servirmos a alguém. c. Isso pode levar alguns cristãos a entender que, assim, poderíamos permitir que as pessoas vivam de uma forma que as leve à destruição.

B. JESUS USA A ILUSTRAÇÃO DOS CAMINHOS ESTREITO E LARGO PARA ENSINAR QUE HÁ APENAS DUAS MANEIRAS DE VIVER. 1. Os dois caminhos aumentam a importância do julgamento nas escolhas definitivas que fazemos. a. Enquanto estamos na encruzilhada de nossas vidas, há um caminho estreito um caminho largo. b. Há muitas pessoas no caminho largo e o caminho estreito parece difícil, por isso pensamos, instintivamente, que o caminho largo é o caminho certo. c. Nossos julgamentos estão sempre sendo testados pelas escolhas que fazemos na vida, mas devemos olhar e ver para onde esses dois caminhos levam. d. Jesus enfatiza os destinos desses dois caminhos como aqueles que devem influenciar nossas escolhas - destruição ou vida? 2. Na vida cristã, a tentação procura nos enganar.

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a. A tentação não quer que nos concentremos no longo prazo ou no destino ao qual nossas escolhas nos levarão. b. A tentação quer que nos concentremos no curto prazo e em nossos relacionamentos com os outros, em oposição ao nosso relacionamento com Cristo. c. Considerar aonde nossas escolhas nos levam é um princípio que precisa orientar nossas vidas. 3. Os dois caminhos ilustram a exclusividade de Cristo. a. Pessoas que só pensam em Jesus como um grande mestre têm dificuldade com essa área do Sermão do Monte. b. Jesus está ensinando claramente que existem apenas duas maneiras de viver uma para a destruição, e uma para a vida - e essa exclusividade os ofende. 4. A ofensa do Evangelho é a exclusividade do Senhor Jesus Cristo como o único Salvador. a. O mundo contemporâneo está cheio de reivindicações exclusivistas como essas encontradas em anúncios ou programas de notícias. b. Ninguém rejeitaria a única cura para uma doença, e ainda assim as pessoas frequentemente rejeitam a Cristo com base em sua exclusividade. 5. As pessoas que rejeitam a Cristo não são capazes de ver a profundidade da sua doença. a. Em seu Cur Deus Homo (“Por que Deus se tornou homem?”), Anselm de Canterbury enfatiza a importância de compreendermos a grandeza do peso do pecado como o ponto de partida para reconhecermos nossa necessidade de um remédio. b. Enquanto as pessoas pensarem que podem, de alguma forma, se curar, elas nunca verão a beleza de Jesus Cristo como o antídoto exclusivo. c. Deus promete que ele é capaz de salvar totalmente aqueles que vêm a ele por meio de Jesus Cristo, não importa quão espiritualmente doentes estejam.

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C. JESUS NOS ENSINA QUE O JULGAMENTO É NECESSÁRIO PARA DETERMINAR QUAIS MESTRES E LÍDERES NÓS SEGUIREMOS. 1. Jesus destaca a necessidade de julgamento como discernimento para determinar qual mestre vamos seguir. a. Jesus sabe que os falsos profetas não se anunciam como tais, por isso é importante ser capaz de identificar um lobo em pele de cordeiro. b. Os charlatães só podem tirar vantagem de pessoas desavisadas. 2. Jesus nos dá um teste pelo qual podemos identificar falsos mestres: “pelos frutos os reconhecereis” (Mt 7:20). a. O mestre deve nos lembrar do caráter e da linguagem de Jesus. b. O fruto espiritual, especialmente no Novo Testamento, é, antes de mais nada, a semelhança com Cristo. 3. Também precisamos considerar o fruto daqueles que são influenciados por um mestre. a. As pessoas geralmente desenvolvem os mesmos traços de personalidade de seus mestres. b. O fruto de um ministério deve libertar as pessoas para viver para a glória de Deus. c. O Evangelho sempre produzirá o fruto do Espírito (Gl 5: 22-23). 4. “Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no reino dos céus” (Mt 7:21), é outro teste pelo qual podemos discernir falsos mestres. a. Jesus está nos ensinando a distinguir entre mera impressionabilidade e a graça que nos atrai a Jesus Cristo. b. É possível que uma pessoa pregue eloquentemente e ainda não seja um verdadeiro crente. 5. Os dons que possuímos destinam-se a direcionar outros a Cristo e não a nós mesmos. a. Quando uma pessoa chama a atenção para seus dons, ela está falando destituída de graça e não graciosamente.

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b. Cristo enviou os setenta e dois, e Judas voltou entre eles, regozijando-se, “Senhor, até os demônios se sujeitam a nós pelo teu nome” (Lc 10:17). c. Jesus pode ter pensado em Judas quando respondeu: “Alegrem-se porque os seus nomes estão arrolados no céu” (Lc 10:20). d. Judas não conseguia se alegrar nem quando algo lindo foi feito para Jesus, quando ele foi ungido com perfume em Betânia. e. Os falsos mestres desviam os olhos das pessoas de Jesus Cristo para os seus próprios dons e ministério. D. JESUS NOS ENSINA QUE PRECISAMOS FAZER JULGAMENTOS SOBRE O FUNDAMENTO SOBRE O QUAL VAMOS CONSTRUIR NOSSAS VIDAS. 1. Devem decidir que caminho seguiremos, com quais mestres aprenderemos e qual é o verdadeiro fundamento de nossas vidas. a. Cristo ilustra esta decisão final comparando dois homens - um que construiu sua casa sobre uma rocha e outro que construiu sua casa na areia. 2. É uma total tolice construir sobre qualquer coisa que não seja Jesus Cristo. a. Compreender isso é sabedoria que até uma criança pode possuir, mas que pode estar totalmente ausente em um adulto maduro. b. Não podemos construir nossas vidas em algo baseado na conveniência. c. Somente aqueles que constroem suas vidas em Jesus Cristo é que permanecerão, no julgamento final. 3. Quando Jesus terminou de pregar, a multidão ficou surpresa com a autoridade com o qual ele havia pregado. a. Isso configura o resto do Evangelho de Mateus com a questão de como as pessoas vão responder a ele. b. Uma coisa é ficar impressionado com sua autoridade, outra é compreender o significado do que ele está dizendo, e ainda outro é se curvar a ele como Senhor e Salvador. c. O Sermão do monte termina onde a vida cristã começa: Você está construindo na areia ou construindo sobre Cristo, a Rocha?

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Exercícios de Fixação 1. O capítulo final do Sermão do Monte pode ser resumido pela palavra __________. a. transformação b. cumprimento c. julgamento d. Pai

2. Adiáfora é um termo que descreve a maneira como os cristãos pensam nas áreas que a Bíblia não aborda especificamente. a. Verdadeiro b. Falso

3. A ofensa ao Evangelho, em nosso tempo, é __________ do Senhor e Salvador Jesus Cristo. a. o poder b. a sabedoria c. a inclusividade d. a exclusividade

4. Os falsos mestres são difíceis de identificar porque não se parecem com o Senhor Jesus Cristo. a. Verdadeiro b. Falso

5. Compreender o nosso pecado é um ponto de partida fundamental de acordo com o Cur Deus Homo de __________. a. Boso b. Calvino c. Anselmo 94


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d. Lutero

6. Só depois de anos de crescimento cristão é que se pode reconhecer que Jesus Cristo é a Rocha sobre a qual devemos construir nossas vidas. a. Verdadeiro b. Falso

Exercícios de Reflexão 1. Qual é a consideração mais importante diante da tentação? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

2. Por que é importante considerar a grandeza o peso do nosso pecado? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

3. Como Jesus nos ensinou a identificar falsos mestres? Quais qualidades Judas compartilha com os falsos mestres? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

4. Por que você acha que as reivindicações de exclusividade de Cristo são frequentemente recebidas com ofensa? 95


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____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________

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Gabarito de respostas para os Exercícios de Fixação Aula 1

Aula 4

Aula 7

Aula 10

1. C

1. D

1. B

1. D

2. B

2. D

2. D

2. B

3. B

3. A

3. C

3. D

4. B

4. C

4. D

4. C

5. B

5. B

5. A

5. D

6. D

6. B

6. D

6. B

Aula 2

Aula 5

Aula 8

Aula 11

1. C

1. B

1. D

1. A

2. B

2. A

2. B

2. C

3. B

3. B

3. C

3. C

4. C

4. B

4. C

4. B

5. D

5. D

5. B

5. D

6. C

6. D

6. D

6. C

Aula 3

Aula 6

Aula 9

Aula 12

1. B

1. B

1. A

1. C

2. A

2. D

2. D

2. B

3. B

3. D

3. C

3. D

4. B

4. C

4. A

4. B

5. D

5. B

5. D

5. C

6. A

6. D

6. D

6. B

97


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