A Soberania de Deus – Definição
mas a outros não? Por que permitiu ele que Estêvão fosse apedrejado e Pedro fosse liberto da prisão? Deus é soberano na delegação do seu poder a outros. Por que Deus conferiu a Matusalém uma vitalidade que o capacitou a sobreviver a todos os seus contemporâneos? Por que Deus concedeu a Sansão uma força física que nenhum outro homem jamais possuiu? Está escrito: “Antes te lembrarás do SENHOR teu Deus, porque é ele que te dá força para adquirires riquezas” (Dt 8.18), mas Deus não dá essa força a todos igualmente. E, por que não? Por que concedeu tal poder a homens como Carnegie e Rockfeller? A resposta a todas essas perguntas é: porque Deus é soberano e, sendo soberano, faz o que bem lhe apraz. Deus é soberano no exercício da sua misericórdia. É necessariamente assim, visto que a misericórdia é dirigida pela vontade daquele que a manifesta. A misericórdia não é um direito ao qual o homem faz jus. A misericórdia é aquele adorável atributo de Deus pelo qual ele tem compaixão dos miseráveis e os alivia. Mas, dentro do justo governo de Deus, ninguém é miserável sem merecer ser miserável. Os objetos da misericórdia, portanto, são os miseráveis, e a miséria é resultado do pecado; consequentemente, os miseráveis merecem o castigo, não a misericórdia. Falar sobre misericórdia merecida é uma contradição. O exercício soberano da misericórdia de Deus — a sua compaixão para com os miseráveis — foi demonstrado quando o Senhor se tornou carne e habitou entre os homens. Ilustremos. Durante uma festa dos judeus, o Senhor Jesus subiu a Jerusalém. Chegou ao tanque de Betesda, onde “jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos [esperando que se movesse a água...]”. Entre aquela multidão, havia “um homem, enfermo havia trinta e oito anos”. O que sucedeu? “Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, 25