62 • Comentário de Romanos
14. Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros; tanto a sábios como a ignorantes. 15. Por isso, quanto está em mim, estou disposto a pregar o evangelho também a vós que estais em Roma.
14. Et Græcis et Barbaris et sapientibus et stultis debitor sum. 15. Itaque quantum in me est, paratus sum vobis quoque qui Romæ estis Evangelizare.
13. Não quero, irmãos, que ignoreis. Paulo agora confirma as declarações de que não desistira de seu intento pelo qual apresentava constantes rogos diante do Senhor para que se lhe permitisse visitar os romanos alguma vez, visto que suas promessas pareceriam vazias caso negligenciasse valer-se das oportunidades quando estas se lhe deparassem. Ele diz que fora impedido de executar seu propósito de visitar Roma, não por falta de esforço, mas de oportunidade, a qual sempre aguardava. Aprendemos disso que o Senhor freqüentemente frustra os propósitos de seus santos com o fim de humilhá-los, e através de tal humilhação ensiná-los a sujeitarem-se a sua providência da qual dependem. Estritamente falando, contudo, seus planos não são frustrados, visto que não alimentam nenhum propósito à parte da vontade divina. É blasfema afronta estabelecer alguém planos futuros sem levar em consideração a vontade divina, como se estivesse em nosso poder planejar e executar. Isso é o que Tiago incisivamente reprova [4.13]. Paulo diz que fora impedido. Podemos tomar isso no sentido em que o Senhor envolveu o apóstolo numa ocupação mais urgente, à qual não podia ter negligenciado sem prejudicar a Igreja. Dessa forma percebemos que há diferença entre o impedimento dos cristãos e o impedimento dos descrentes, pois estes só encontram obstáculos para a realização de seus propósitos, quando se sentem impotentes debaixo das inexoráveis mãos divinas; enquanto que os cristãos se sentem felizes por ser impedidos por alguma razão genuína, e não permitem que eles mesmos tentem algo que vá além de seus deveres ou que contrarie a edificação da Igreja.