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Capítulo 2 – O que são problemas?

CAPÍTULO 2

O que são problemas?

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Cultura de paz A adolescência pode ser uma fase maravilhosa da vida. E para muitos realmente é. Não são poucos os adultos que lembram com saudade do tempo em que eram adolescentes. Se você é adolescente, como pode lidar com os desafios que enfrenta?

O que está acontecendo comigo?

“Foi como se eu acordasse um dia e tudo tivesse mudado. Eu era uma pessoa diferente num corpo diferente.” — Sam.

O que é adolescência?

Em termos simples, é o período da vida entre a infância e a vida adulta. Trata-se de uma fase em que você passa por grandes mudanças físicas, emocionais e até sociais. Em certo sentido, é emocionante tornar-se adolescente. Afinal de contas, é sinal de que você está se desenvolvendo para a vida adulta. Por outro lado, você também passa a experimentar novas sensações, e algumas delas podem deixá-lo confuso ou até mesmo assustado. Mas não precisa ficar apavorado. É verdade que a adolescência traz as suas angústias. Mas também lhe dá a maravilhosa oportunidade de fazer uma transição satisfatória para a vida adulta. Vejamos como isso é possível. Primeiro, analisemos alguns dos desafios que os adolescentes enfrentam. O início da puberdade

As mudanças biológicas que ocorrem na adolescência preparam o corpo para a capacidade de gerar filhos. Esse processo, chamado de puberdade, leva anos para se completar e afeta muito mais do que apenas o desenvolvimento dos órgãos reprodutores, conforme veremos.

As meninas geralmente entram na puberdade entre 10 e 12 anos, e os meninos, entre 12 e 14. Mas, dependendo da pessoa, esse processo pode começar antes ou depois dessa faixa. De acordo com The New Teenage Body Book (Novo Livro sobre o Corpo do Adolescente) “cada indivíduo possui seu próprio relógio biológico que dita quando começarão as transformações da puberdade”. O livro acrescenta: “O período considerado normal varia muito.” Assim, não há nada de errado se você entrar na puberdade antes ou depois de seus colegas. Não importa quando começa, a puberdade pode afetar sua aparência, suas emoções e a maneira de você encarar as coisas. Vejamos alguns dos aspectos fascinantes, mas muitas vezes desafiadores, dessa fase sem igual na vida.

‘O que está acontecendo com o meu corpo?’

A puberdade começa com um aumento nos níveis hormonais — principalmente o estrogênio nas meninas e a testosterona nos meninos. As mudanças hormonais são em parte responsáveis pela espantosa transformação física que se segue. De fato, desde que você era bebê, seu crescimento físico nunca foi tão rápido quanto no início da puberdade. Nessa fase os órgãos reprodutores começam a amadurecer, mas esse é apenas um dos aspectos do desenvolvimento físico. É comum haver um aumento rápido na altura, ou uma “esticada”, como se costuma dizer. Embora quando criança você talvez crescesse uns cinco centímetros por ano, agora você pode crescer o dobro disso no mesmo período. Nesse tempo, talvez se sinta meio desajeitado. Isso é normal, pois lembre-se de que diferentes partes do corpo podem estar se desenvolvendo a ritmos diferentes. Mas tenha paciência. Você não vai ser desajeitado pelo resto da vida. Essa fase vai passar.

Cultura de paz Na puberdade as meninas começam a menstruar, ou seja, a ter um fluxo mensal de sangue, secreções e restos de mucosa uterina.

O período menstrual geralmente é acompanhado de cólicas bem como de uma queda no nível hormonal. Visto que isso afeta tanto o físico como o emocional, a menina pode ficar assustada quando começa a menstruar. “De uma hora para outra eu tive de me acostumar com todas essas mudanças”, lembra-se Teresa, hoje com 17 anos. “Fiquei emocionalmente instável e sentia dores. E todo mês era a mesma coisa!” Você não precisa ficar assustada quando começa a menstruar. Afinal de contas, é sinal de que o seu corpo está funcionando normalmente. Com o tempo, aprenderá a amenizar o desconforto. Algumas mulheres, por exemplo, descobriram que exercícios regulares ajudam a diminuir a dor das cólicas. Mas cada organismo reage de um jeito. No seu caso, talvez descubra que precisa reduzir drasticamente as atividades físicas durante a menstruação. Aprenda a reconhecer os sinais que o corpo dá e faça o que for necessário para se sentir bem. Na adolescência, jovens de ambos os sexos passam a se preocupar cada vez mais com a aparência. “Foi nessa fase que eu realmente comecei a notar e a me preocupar com o que os outros achavam da minha aparência”, confessa Teresa. “E para falar a verdade, a maior parte do tempo eu ainda não gosto da minha aparência”, continua. “Meu cabelo não coopera, minhas roupas não caem bem e nem consigo encontrar roupas de que eu goste.” Você pode ter outras surpresas desagradáveis com o seu corpo. Por exemplo, as glândulas sudoríparas ficam mais ativas na puberdade, o que pode fazer com que transpire mais. Para controlar o odor do corpo, convém tomar banho regularmente, não vestir roupa suada e usar desodorante ou antiperspirante. Também, durante a puberdade as glândulas sebáceas se tornam mais ativas, propiciando o surgimento de espinhas e de acne. ‘Parece que o meu rosto fica cheio de espinhas justamente quando quero ficar bonita para alguma ocasião’, lamenta Ann. “Até parece que elas adivinham e fazem isso de propósito.” 40

Teresa também tem problemas com acne. “Quando tenho acne, eu me acho feia e me sinto mal”, diz ela, “porque quando as pessoas me olham, eu acho que elas estão olhando para a acne e não para mim”.

É claro que os rapazes também podem ser afetados por problemas de pele. De fato, segundo alguns especialistas, os rapazes são mais suscetíveis a apresentar o problema do que as meninas. Mas independentemente do sexo, uma medida simples que ajuda é lavar com regularidade as áreas oleosas do corpo — incluindo o rosto, o pescoço, os ombros, as costas e o peito. Além disso, lavar os cabelos com freqüência evita que a oleosidade do couro cabeludo passe para a pele. Há também disponíveis no mercado produtos próprios para combater a acne e as espinhas. “Meus pais me ajudaram a encontrar loções de limpeza e produtos adequados para aplicar na pele”, diz Teresa. “Eles também me ajudaram a não me entupir de alimentos sem valor nutritivo. Quando não como alimentos sem valor nutritivo e bebo bastante água, a acne geralmente desaparece.” Outra mudança física que afeta principalmente os rapazes tem a ver com a voz. Na puberdade, as cordas vocais geralmente engrossam e se alongam, fazendo com que a voz fique mais grossa. Bill diz que no caso dele isso aconteceu sem que ele nem reparasse. “Só fui perceber que minha voz tinha mudado quando, ao falar ao telefone, as pessoas pararam de confundir a minha voz com a da minha irmã ou a da minha mãe”, diz ele. Às vezes a voz que está nesse processo de mudança falha, ou seja, fica aguda de repente. “Era muito embaraçoso”, diz Tyrone, lembrando-se de quando era jovem. “Isso acontecia sempre que eu ficava nervoso ou emocionado. Eu procurava controlar as minhas emoções, mas não conseguia.” Ele acrescenta: “Depois de um ou dois anos, a minha voz voltou ao normal.” Se isso está acontecendo com você, não se desespere. Sua voz também logo vai se estabilizar num tom mais grave e mais forte.

Cultura de paz Muitas vezes os adolescentes passam por uma série de situações que os magoam. Por exemplo, você talvez se dê conta de que o relacionamento entre você e seus melhores amigos de infância não é mais o mesmo. Não que tenha havido algum desentendimento. Você simplesmente descobre que já não tem mais tanta coisa em comum com eles. Mesmo os seus pais — para quem você corria em busca de consolo e segurança — de repente podem lhe parecer antiquados e inacessíveis. Tudo isso pode fazer com que o adolescente se sinta socialmente excluído. “Segundo alguns pesquisadores, a solidão é mais freqüente e mais intensa na adolescência do que na infância e na idade adulta”, diz certa obra de referência. Com medo de que o considerem estranho, você pode acabar se fechando. Ou talvez não queira se aproximar de outros, achando no fundo que ninguém o quer como amigo. A maioria dos adolescentes, assim como muitos adultos, tem os seus momentos de solidão. Mas o importante é lembrar-se de que, com o tempo, esses sentimentos geralmente passam. Tenha em mente que, por ser adolescente, praticamente tudo em você está mudando. Seu conceito sobre a vida, sobre outros e até sobre você mesmo muda constantemente. De fato, muitas vezes nem você se reconhece. Talvez se sinta como Steve, de 17 anos, que admite: “É muito difícil você dizer que se conhece quando está mudando tão rapidamente.” Uma das melhores maneiras de combater a solidão é se interessar por outras pessoas. Assim você pode conhecer pessoas de outras faixas etárias.

“Quando eu era criança, achava que meus pais eram perfeitos. Mas ao me tornar adolescente, percebi que não era bem assim. Quer dizer, eu me dei conta de que eles não eram perfeitos, e aquilo me deixou confusa. Infelizmente isso fez com que eu começasse a questionar os conceitos e as opiniões deles. Tive de aprender a duras penas que eles tinham razão em muitas coisas. Reconheço agora que eles não são perfeitos, mas na maioria das vezes estão certos. E mesmo quando não têm razão, eles merecem ser respeitados, pois são meus pais. Aos poucos a gente está se tornando mais como amigos. Acho que é comum acontecer isso na relação entre pais e fi lhos.” — Teresa, 17 anos.

Biblioteca

Alguns Medos e Seus Segredos, Ana Maria Machado

Três histórias: uma de lagartixa, uma de bicho-papão e uma de lobo mau. Assim, a escritora que ocupa a cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras mostra aos pequenos leitores que cada um tem seus medos – até mesmo nossa mãe! –, e que isso não é uma bobagem.

O Medo que Mora Embaixo da Cama, Mariza Tavares

Basta as luzes do quarto se apagarem para que João arregale os olhos. Será que tem um monstro embaixo da cama? E dentro do armário? Aos poucos, ele percebe que as cobras e dragões nada mais eram do que peças de roupa ou brinquedos espalhados por ali. Simples e divertida, a história traz uma boa abordagem para esse medo clássico da infância.

Quem Tem Medo de Quê?, Ruth Rocha

Da coleção Quem Tem Medo, a obra traz uma deliciosa rima que fala de pavor de vampiro, injeção, cachorro, avião e até piolho! O texto divertido da premiada autora Ruth Rocha combina perfeitamente com as coloridas ilustrações da também consagrada Mariana Massarani, deixando o assunto bem mais leve para as crianças.

O Menino que Tinha Medo de Errar, Andrea Viviana Taubman

Não é só de bicho, monstro e escuro que criança tem medo. Pedro tem medo de errar e, por isso, perde a chance de fazer muitas coisas legais. Até que ele sonha com uma fada que o leva para conhecer o Reino da Perfeição – e então entende que ninguém acerta o tempo todo.

Por que me sinto sozinho?

Por que eu não tenho amigos?

Você está na internet e vê as fotos de uma festa que aconteceu há alguns dias. Todos os seus amigos estão lá, e está na cara que eles estão se divertindo muito. Mas está faltando alguma coisa. Ou melhor, alguém está faltando: você! ‘Por que me deixaram de fora?’, você pensa.

A sua curiosidade logo se transforma em mágoa. Você se sente traído! Todos os seus relacionamentos desmoronam como um castelo de areia. Uma maré de solidão vem e toma conta de você. Daí, você se pergunta: ‘Por que eu não tenho amigos?’

Sobre amizade e solidão

Ter um monte de amigos não é uma garantia de que você nunca vai se sentir sozinho.

“Eu gosto dos meus amigos, mas às vezes parece que eles não estão nem aí pra mim. O pior tipo de solidão é quando você está cercado por muitos amigos, mas parece que eles não amam nem precisam de você.” — Anne.

Entrar para uma rede social não é uma garantia de que você nunca vai se sentir sozinho.

“Tem gente que coleciona amigos como coleciona miniaturas. Só que um quarto cheio de bonecos não faz ninguém se sentir amado. Se os seus contatos virtuais não forem seus amigos de verdade, vão valer o mesmo que miniaturas sem vida.” — Elaine.

Enviar muitas mensagens não é uma garantia de que você nunca vai se sentir sozinho.

“Às vezes, você se sente sozinho e fica olhando toda hora no celular pra ver se algum amigo mandou uma mensagem. E quando você já está meio mal, e vê que ninguém mandou nada, acaba se sentindo ainda pior!” — Serena.

Fazer coisas pelos outros não é uma garantia de que você nunca vai se sentir sozinho.

“Eu tento sempre ser generoso com os meus amigos, mas sinto que eles não fazem o mesmo por mim. Eu não acho ruim ajudar quando eles precisam, mas acho meio estranho eles nunca retribuírem o que eu faço.” — Richard.

Na verdade, a solidão tem muito a ver com o modo de se encarar as coisas. “Ela vem de dentro da pessoa, e não de fora”, disse uma jovem chamada Jeanette.

Uma situação-problema: o que fazer?

Fábio vivia com a sua avó, em uma cidade pequena no estado de Goiás. Quando completou 10 anos foi viver com seu pai em São Paulo. Fábio foi matriculado em uma escola próxima a sua nova casa. Estava ansioso, pois teria novos amigos, professores tudo era muito novo para ele. Entretanto, já nos primeiros dias de aula percebeu que não seria fácil se adaptar aos novos costumes da escola, tendo dificuldades em saber qual era o modo correto de se comportar.

Cultura de paz O professor de educação física só levava os alunos para a quadra se estivessem todos em fi la e em ordem de tamanho, a professora da hora do conto só entrava na sala se todos os alunos estivessem em seus lugares sentados. Fábio sempre se confundia formava fi la quando era para fi car sentado e fi cava sentado quando era para formar fi la. Tornando alvo dos colegas de sala que lhe deram vários apelidos: - “Senta-fi la”- gritava um. - “Confuso” – chamava outro. Fábio fi cava muito chateado e não conseguia acertar como deveria se comportar. Os professores sem compreenderem o seu comportamento achavam que ele estava de brincadeira. Fábio ia se tornando a cada dia mais triste e chateado. Como você pode perceber, Fábio está diante de uma situação-problema. Mas deve existir uma solução. Vamos procurá-la. Não se esqueça de que, resolvendo problemas assim, você estará se preparando para enfrentar as situações difíceis de sua própria vida.

Proposta de atividade

Pense sobre a maneira de agir de cada um dos personagens da história. Faça de conta que você é o professor de educação física. Que atitude você tomaria diante do comportamento do Fábio? Faça de conta que você é a professora da hora do conto. Que atitude você tomaria diante do comportamento de Fábio? Agora, faça de conta que você é o Fábio. O que você faria para sair desta situação-problema?

Agora você é o juiz Você imaginou o que faria cada um dos personagens da história. Agora você vai julgar a atitude desses personagens.

Na sua opinião: a. o professor de educação física agiu mais corretamente. b. a professora da hora do conto agiu mais corretamente. c. os dois professores agiram corretamente. d. nenhum dos professores agiu corretamente.

Texto complementar

Dez chaves para compreender a adolescência

Os neurologistas descobriram que o cérebro começa a reorganizar-se na puberdade e provoca um tremendo alvoroço que é responsável, em grande medida, pelas atitudes dos mais jovens. Em 1955, o fi lme Rebelde Sem Causa, de Nicholas Ray, criou um estereótipo que subsiste no imaginário colectivo: o adolescente como fi gura indómita. Na película, Jimmy Stark (James Dean) era a imagem viva de um jovem torturado. Desde então, essa etapa da vida caracterizada pela oposição a tudo tem sido estudada a fundo. Psicólogos e sociólogos tentam descobrir se o comportamento adolescente obedece a um rito social, se é provocado por uma acumulação de factores biológicos ou uma combinação de ambos. Procurámos dar resposta a algumas das questões fundamentais que se colocam entre os onze e os dezanove anos de idade.

Porque comem como frieiras?

A surpreendente voracidade dos adolescentes ocorre por motivos biológicos: à medida que se alcança a puberdade, a necessidade de nutrientes aumenta, pois nessa etapa o crescimento é um processo muito rápido. No entanto, parecem estar sempre esgotados: uma fadiga que é geralmente atribuída a alterações hormonais, problemas de adaptação ou esforço excessivo. Outra das causas para essa quebra poderia ser um atraso no relógio biológico que controla os ritmos do sono. Segundo investigadores australianos da Universidade Tecnológica de Swinburne, os jovens na puberdade vivem num desfasamento horário que os faz despertar um par de horas antes do que seria normal. Isso traduz-se numa sensação de atordoamento e de falta de energia.

A que se deve a cara de zombie?

A difi culdade sentida por muitos adolescentes para conseguir dormir a horas consideradas normais também está relacionada com uma alteração no ritmo circadiano. Segundo esta hipótese, o seu relógio biológico inverte-se relativamente à infância e à maturidade; isto é, o corpo pede aos adolescentes para adormecer e despertar mais tarde. Uma espécie de jet lag permanente. Agora, um estudo do Instituto Politécnico Rensselaer de Berlim, publicado na revista Neuroendocrinology Letters, veio revelar um dos factores envolvidos nessa alteração biológica: a falta de luz natural. Numa experiência, os cientistas pediram aos voluntários que usassem, durante vários dias, óculos especiais que evitavam os comprimentos de onda mais curta, ou luz azul.

O truque fez que levassem mais 30 minutos, em média, para adormecer. Os especialistas sublinham que a ausência de luz diurna atrasa o início da produção de melatonina, uma hormona que indica ao organismo a necessidade de dormir. Ora o aparecimento da referida hormona levou seis minutos em cada dia com exposição limitada à luz azul. As conclusões coincidem com dados de outros estudos, segundo os quais o pico da melatonina nos adolescentes se verifica de manhã, às horas em que as restantes pessoas despertam.

Porque não pensam nas coisas?

Aos olhos dos adultos, os jovens de 15 ou 16 anos parecem estar sempre mergulhados no caos. Da sua mente surgem ideias que não têm nada a ver com a sua personalidade e tomam decisões que parecem baseadas em critérios incoerentes e instáveis. Contudo, uma equipa de investigadores da Universidade Temple (Filadélfia, Estados Unidos) negou, na revista American Psychologist, que o problema se deva apenas a uma suposta irracionalidade. A verdade é que os jovens dessa faixa etária chegam a conclusões do mesmo modo que os adultos, mas não possuem as aptidões sociais necessárias para impor e manter as suas decisões. Não adquiriram suficiente capacidade de coordenação entre o que pensam e o que fazem. A experiência, realizada por faixas etárias, permitiu chegar à conclusão de que a capacidade de resolução dos jovens alcançava de imediato o nível de qualquer adulto. Os adolescentes demonstraram ser capazes de optar, de forma reflectida, entre as alternativas que lhes tinham sido colocadas sobre diferentes aspectos do quotidiano, fosse saúde ou problemas jurídicos. No entanto, verificou-se que a maioria perdia a capacidade de raciocínio quando os seus colegas intervinham no processo.

Não se conseguem concentrar?

Muitas vezes, temos a impressão de que, ao menor estímulo, um adolescente abandona qualquer actividade que os pais considerem importante. Não se trata, porém, de preguiça. Segundo um estudo do Instituto de Neurociência Cognitiva do University College London, os adolescentes conservam parte da estrutura cerebral da infância. Assim, o cérebro continua a executar tarefas desnecessárias mesmo nos momentos em que o indivíduo deveria estar concentrado numa única coisa.

Através de exames de ressonância magnética, os investigadores constataram que o cérebro de um jovem, quando este tenta concentrar-se numa tarefa e ignorar os estímulos que o possam distrair, apresenta uma grande actividade no córtex pré-frontal, uma área envolvida na tomada de decisões. Isto é, ao mesmo tempo que tenta focar a mente na tarefa, está também a pensar nos problemas com o namorado, nas discussões com os amigos ou nos estudos.

Cientistas da universidade norte-americana de Yale descobriram dados relevantes sobre as bases fisiológicas de outro fenómeno clássico desta faixa etária: uma maior vulnerabilidade a todo o tipo de dependências. A imensa maioria das pessoas que dependem de substâncias como o tabaco, o álcool ou a cocaína iniciaram o seu consumo durante a adolescência. A questão é saber se existem, para além de factores psicológicos como a importância atribuída à opinião dos pares e ao papel que o indivíduo desempenha no grupo, factores biológicos que possam desencadear e explicar a propensão para fumar, beber ou consumir drogas. Um estudo publicado na revista American Journal of Psychiatry defende que as zonas do cérebro que exercem autocontrolo sobre os impulsos ainda não estão completamente formadas na adolescência. Assim, a tendência para se tornar dependente não seria apenas um distúrbio do comportamento como, também, um problema de desenvolvimento neuronal. Segundo estes especialistas, as grandes alterações bioquímicas que se produzem nesta etapa da vida levam o jovem a procurar novas experiências sem que os mecanismos fisiológicos de contenção estejam preparados para isso.

Porque são tão temerários?

Existe igualmente uma causa orgânica por detrás do comportamento imprudente de muitos adolescentes. Um estudo da Universidade do Texas em Austin, dirigido por Russell Poldrack, professor de psicologia cognitiva, veio determinar que se regista, nessa etapa da vida, uma grande actividade no sistema mesolímbico, região em que o neurotransmissor predominante é a dopamina. O mensageiro químico está muito envolvido no sistema cerebral de recompensa: todas as experiências satisfatórias naturais (provocadas, por exemplo, pela comida ou pelo sexo) e artificiais (induzidas pelas drogas) coincidem com uma libertação de dopamina. Quanto mais se activa o sistema dopaminérgico, maior a sensação de euforia do indivíduo. Por outro lado, a dopamina está mais relacionada com a expectativa de prazer do que com a recompensa em si; isto é, produz-se maior libertação com o desejo do que com a própria satisfação. Os comportamentos de risco, como praticar desportos radicais ou fazer experiências com drogas, são estimulados pela substância. O facto é confirmado pelo estudo da Universidade do Texas, segundo o qual os adolescentes libertam grande quantidade de dopamina em determinadas alturas, o que os torna propensos a actividades arriscadas das quais se poderão arrepender quando os níveis do neurotransmissor baixarem.

As alterações fisiológicas explicam, em grande parte, a razão pela qual os adolescentes costumam estar de mau-humor mais vezes do que parece normal. As descargas de hormonas no organismo podem produzir transições rápidas da tristeza para a alegria ou da afabilidade para a fúria. Porém, há outro factor que se revela fundamental, segundo um estudo recente da organização Sleep Scotland (Edimburgo, Escócia): a falta de sono. A investigação detectou que as alterações no estado de humor coincidem com épocas em que dormimos poucas horas. No caso de jovens na fase da puberdade, deve-se sobretudo à grande quantidade de tempo que dedicam, todas as noites, aos videojogos, à TV ou à internet: muitos apenas dormem entre quatro e cinco horas por noite, o que influi de forma determinante nas suas drásticas alterações emocionais.

A opinião dos colegas conta muito?

A psicóloga Helen Jones Emmerich, da Universidade do Estado de Nova Iorque em Stony Brook, constatou experimentalmente, em meados da década de 1970, algo que parecia fazer parte do senso comum: os adolescentes dependem mais do que os amigos acham do que da opinião dos pais. Essa influência ocorre, sobretudo, em áreas como o modo de vestir, os hábitos de diversão ou a forma de resolver problemas escolares. Em assuntos como a escolha de uma profissão ou a resolução de um conflito moral profundo, têm menos peso, mas a influência dos pares continua sempre presente. De acordo com alguns especialistas, os adolescentes dependem tanto do critério alheio porque existem, nessa faixa etária, muitos factores psicológicos que apenas se optimizam quando obtêm um bom feedback dos amigos. Por exemplo, num estudo recente, os psiquiatras David Moreno, Estefania Estevez, Sergio Murgui e Gonzalo Musitu chegaram à conclusão de que a reputação social do jovem é responsável, em grande parte, pelo seu maior ou menor sentimento de solidão, auto-estima ou satisfação global. Por outro lado, os investigadores advertem que, na referida faixa etária, parece essencial satisfazer as expectativas do grupo de referência, o que pode constituir um factor positivo para determinados jovens mas também promover, em simultâneo, o seu lado mais violento e anti-social.

Porque são tão susceptíveis?

Os jovens são melindrosos quando lhes dizem piadas sobre certos temas: é algo que todos já constatámos ao ver a cara que o adolescente faz quando considera que foi alvo de uma brincadeira de mau gosto. Porém, poucos investigadores se teriam lembrado de relacionar essa vulnerabilidade com as alterações hormonais. O dermatologista Sam Shuster, do Norfolk and Norwich University Hospital, no Reino Unido, tinha o hábito de passear pelas ruas de monociclo. Ao fim de algum tempo, começou a verificar que as reacções dos transeuntes

eram semelhantes e que podiam ser facilmente agrupadas por idade e género. A observação fê-lo pensar que devia haver um factor biológico subjacente, pelo que decidiu efectuar um estudo. O resultado, publicado há três anos no British Medical Journal, confirma que a descarga de androgénios, como a testosterona, produz uma reacção mais agressiva relativamente ao que é percebido como chocante. De facto, as atitudes mais violentas (por exemplo, de peões que tentavam derrubá-lo do monociclo) provinham quase sempre de rapazinhos com cerca de onze anos. A reacção é, depois, canalizada com a idade e deriva em ataques verbais, típicos da adolescência. Todavia, persiste a mesma tendência bioquímica de rejeição de qualquer acto que o jovem considere uma excentricidade da parte do adulto. É como se houvesse uma propensão para ficar pessoalmente ofendido quando acha que uma pessoa madura está a fazer um papel ridículo. Vergonha alheia, necessidade de colocar os pais no devido lugar ou simples falta de sentido de humor? Quem sabe?

Fonte: Superinteressante. Disponível em: <>. Acesso em: 05http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&id=368:a-idade-da-crise&Itemid=104 dez. 2016.

Criatividade

O que você faz no seu tempo livre tem muita relação com seu desempenho na escola. Para melhorar, há alguns hobbies que poderão ajudar a desbloquear sua criatividade de forma simples e fácil.

Ouvir música Ouvir música

Ouvir música em um volume moderado enquanto você faz Ouvir música em um volume moderado enquanto você faz suas tarefas aumenta a capacidade de processamento do suas tarefas aumenta a capacidade de processamento do cérebro, levando a outros níveis de interpretação e promocérebro, levando a outros níveis de interpretação e promovendo o pensamento abstrato – o que favorece demais a vendo o pensamento abstrato – o que favorece demais a criatividade! criatividade!

Ler um livro Ler um livro

A leitura de um livro num lugar calmo por alguns minutos A leitura de um livro num lugar calmo por alguns minutos não é só um hobbie: é uma maneira simples de ativar a imanão é só um hobbie: é uma maneira simples de ativar a imaginação. Dessa forma, as palavras na página, bem como a ginação. Dessa forma, as palavras na página, bem como a narrativa, estimulam sua criatividade, fazendo com que narrativa, estimulam sua criatividade, fazendo com que você alcance um estado alterado de consciência. você alcance um estado alterado de consciência.

“Ler faz com que seu cérebro fi que mais ágil e leva você a experimentar as mesmas sensações do personagem.” (Emory experimentar as mesmas sensações do personagem.” (Emory University, 2013) University, 2013)

Caminhar em qualquer lugar

O pensamento criativo aumenta em 60% enquanto você O pensamento criativo aumenta em 60% enquanto você está caminhando, com seus efeitos durando ainda algum está caminhando, com seus efeitos durando ainda algum tempo depois. Isso vale tanto para caminhadas ao ar livre tempo depois. Isso vale tanto para caminhadas ao ar livre como em ambientes fechados, seja um pátio, escritório ou como em ambientes fechados, seja um pátio, escritório ou esteira na academia. esteira na academia.

Jogar videogame Jogar videogame

A resolução de problemas de maneira criativa e o famoso A resolução de problemas de maneira criativa e o famoso “pensar fora da caixa” são habilidades que exigem fl exibilida“pensar fora da caixa” são habilidades que exigem fl exibilidade cognitiva – algo que pode ser desenvolvido por exemplo de cognitiva – algo que pode ser desenvolvido por exemplo quando se joga videogame, mas escolha jogos que produquando se joga videogame, mas escolha jogos que produzam alguma emoção, deixando você feliz ou mesmo triste, zam alguma emoção, deixando você feliz ou mesmo triste, já que são os sentimentos mais efi cazes para a criatividade. já que são os sentimentos mais efi cazes para a criatividade.

Aprender outra língua Aprender outra língua

O aprendizado de uma nova língua estrangeira melhora O aprendizado de uma nova língua estrangeira melhora signifi cativamente todas as quatro habilidades do pensasignifi cativamente todas as quatro habilidades do pensamento criativo, ou seja, fl uência, elaboração, originalidade mento criativo, ou seja, fl uência, elaboração, originalidade e fl exibilidade. e fl exibilidade.

Proposta de atividade

Você sabe defender suas ideias? Saber expor com clareza as próprias ideias, e defendê-las, é muito importante no relacionamento com as outras pessoas. Às vezes não conseguimos transmitir aos outros aquilo que pensamos. Por isso, nessas ocasiões as pessoas entendem coisas diferentes das que queremos explicar. Vamos fazer um jogo no qual você procurará defender uma ideia, de modo que seus colegas possam entendê-la corretamente. A classe será dividida em três grupos. O primeiro irá defender a música popular brasileira; o segundo grupo defenderá a música estrangeira; o terceiro será o jurado que analisará o desempenho dos dois primeiros. Cada grupo deverá apresentar para a classe a sua opinião, transmitindo as ideias com clareza. Todos os membros do grupo deverão falar: cada um exporá uma parte do assunto. No fi nal, o terceiro grupo dará sua opinião sobre as defesas apresentadas e sobre o assunto debatido, tentando chegar a alguma conclusão.

Descobrindo personagens As pessoas são muito diferentes uma das outras. Na sua vida, você já encontrou pessoas dos mais diversos tipos: alegres, tristes, estudiosos, preguiçosos, entre outros. Pense nisto e, a seguir, escreva algumas frases sobre cada um dos personagens abaixo. Agora, escolha um desses personagens e represente-o para seus colegas. Não se esqueça de inventar falas para seu personagem.

Texto complementar

O novo sentido da Lei leva à felicidade e ao entendimento

O time da escola é chamado de o “time dos encrenqueiros” é conhecido por este apelido por causa das brigas que provoca quando perde.

Depois que Carlos entrou para o time e tratou todos com respeito, atenção e valoriza os componentes de ambos os times, conseguiu levar seus parceiros de time a refl etirem e mudarem de comportamento. O que Carlos fez foi valorizar os parceiros de time para que aprendessem a melhorassem suas atitudes levando-os a modifi carem o ambiente, as condições de vida e a convivência. A pessoa que valoriza e respeita os outros não quer e nem permite que as outras pessoas vivam em condições ruins, sejam desrespeitadas em seus direitos ou maltratadas.

Ela deseja que as pessoas consigam viver em mais harmonia consigo mesmas, com os outros e com o ambiente a sua volta. Com este modo de viver ela demonstra nossas difi culdades, nossas falhas e desperta em nós o desejo de melhorarmos. Ao tomarmos consciência de que não somos perfeitos, passamos a respeitar mais os outros e compreendemos suas difi culdades. Damos-lhes assim condições de pensar, querer e decidirse a mudar para melhor sua maneira de viver, de modo a se integrarem na comunidade para serem mais felizes. A melhoria de vida em comunidade pode ser incentivada por uma pessoa, mas sempre requer disposição interior e colaboração de todos para que a mudança aconteça. Assim a mudança no nosso modo de pensar e agir ajuda-nos a transformarmos o ambiente em que vivemos para melhor. Isso é possível quando a pessoa não guarda só para si suas descobertas, suas experiências de bom convívio e relacionamento, mas vai de encontro de outro para que ele também descubra o seu valor como pessoa.

Proposta de atividade O que ocasionou mudanças no time dos “encrenqueiros” com a entrada de Carlos? Como podemos colaborar para a melhoria do mundo em que vivemos?

“Quando reconhecemos a consciência como tema central do universo, fica claro que toda criatividade é subjetiva. De fato, ela é a tábua de salvação para a consciência. Dessa forma, começamos a ver que cada um dos tipos de criatividade tem um papel a desempenhar para que adotemos nosso potencial total. E, assim, vemos perfeitamente que a criatividade não se limita aos gênios; todos nós temos o potencial de ser criativos, em qualquer idade”. Goswami (2008)

Ao refletirmos sobre os avanços da humanidade temos consciência que são frutos da imaginação criadora de pessoas que tiveram a ousadia de manifestar pensamento divergente dos demais, mas embora diferentes são considerados gênios. Nos questionamos será que somos todos criativos? Será que

a criatividade é apenas uma questão de raciocínio inteligente e habilidoso? Será que a criatividade é um impulso do inconsciente? Qual o propósito da criatividade? A imaginação criativa na criança e no adolescente é mais rica que na idade adulta? Quais os traços de personalidade que caracterizam os indivíduos altamente criativos? É possível ativar o potencial criativo reprimido? Que fatores do ambiente familiar, escolar e social contribuem para o desenvolvimento do potencial criador? Que fatores do ambiente familiar, escolar e social constituem obstáculos à ativação do potencial criativo, à imaginação e realização de produções criativas? Que técnicas facilitam a emergência do processo criador? A criatividade de um indivíduo pode expressar-se em vários campos distintos ou se revelar unicamente em um domínio específico?

Personalidade Criativa

Em psicologia diversas teorias foram criadas para explicar às diferenças individuais das pessoas, buscando responder o que somos, como somos e porque somos. Os grandes teóricos da psicologia em seus estudos sobre a personalidade da pessoa criativa apontam que estas apresentam características muito peculiares em relação à forma de processos de pensamento, a variedade e riqueza de percepção, a sensibilidade, as emoções, a flexibilidade diante dos problemas, a coragem, o comportamento manifesto anticonvencional, a inovação, a originalidade.

Cultura de paz

Características cognitivas e afetivo-emocionais na personalidade da pessoa criativa

Sternberg (2000) descreve que a pessoa criativa apresenta as seguintes características: maior abertura para novas experiências, a preferência pela complexidade, a intuição, a disposição para enfrentar riscos, a tolerância com aspectos incoerentes ou conexões estranhas, demonstra informalidade do pensamento, a percepção e atenção aguçada para aspectos que geralmente passam desapercebidos ou são irrelevantes para outras pessoas.

Características do adolescente criativo e inteligente

Os estudantes talentosos revelam-se como sujeitos disciplinados,metódicos, constantes, trabalhadores e extremamente produtivos, não necessariamente originais. Estudam mais para ser aprovado e não por satisfação, são organizados e se conduzem mais pela lógica e racionalização do que intuição. Estes não se destacam como líderes e as relações interpessoais são pouco afetivas com o grupo de colegas. São estudantes preferidos e elogiados pelos professores. Os líderes de grupos são estudantes hábeis demonstram muita popularidade, são comunicativos respondem mais as expectativas do grupo de iguais do que dos professores. É um ser falante, sociável, agradável, manifesta um comportamento que visa o reconhecimento diante dos pares, seus valores giram em torno do hedonismo. É mobilizador de grupos, luta por causas muitas vezes utópicas, não demonstram estarem realmente preocupados com os problemas que afetam uma população. Portanto o adolescente talentoso estuda para os exames, o intelectual lê sobre o existencialismo, o líder busca o reconhecimento de seus seguidores.

O intelectual criativo se revela como sujeito inconformado, discordante dos colegas e professores, se sente atraído por valores intelectuais em diversas áreas (literatura,filosofia,psicologia,arte,ciências ocultas), é hiperreativo, perturbador, tornando-se desagradável, inconveniente diante dos demais com seus questionamentos,imaginação fluente às vezes original, desprovido de humor.As adolescentes, desse tipo se revelam autosuficientes, não se integram nem com colegas e professores devido às perdas sociais e manutenção de tradições.O adolescente intelectual criativo é um leitor compulsivo reclama liberdade na aprendizagem, materiais e métodos, desintegrado e difícil assimilação de idéias,demonstra-se ascético e idealista, fala muito e pouca ação, tem mais consciência do que inclinação social.

O adolescente rebelde é uma mescla do intelectual com o líder, eterno inconformado, infiltra-se entre colegas para liderar pequenos grupos, despreocupado com a intelectualidade e ascensão sociais se reduz em outsider.São oriundos de extratos sociais com baixa responsabilidade social, podem caminhar para a delinqüência.Embora não manifestem fluidez e praticidade, demonstram habilidades técnicas podem até sobressair-se em seu campo de interesse. Ainda que rompido com as estruturas sociais, descriminados e rechaçados pelos seus grupos pares, podem diante dos problemas que tem algum significado para si reagir diante de novas idéias e desafiar contra-argumentando. Estes sujeitos através de uma orientação terapêutica adequada se tornam mais adaptados socialmente (Torre,1995).

O desenvolvimento da Criatividade na Escola

O inicio da vida escolar nas primeiras séries (ensino fundamental), as experiências vividas pela criança, o clima social e emocional da sala de aula, atitudes do professor e suas contribuições poderão contribuir para a formação de uma auto-imagem e auto-estima positiva do estudante; ou então vir a reforçar suas crenças, sentimentos de fracasso, incompetência, inferioridade, nada criativo e vir a apresentar um desempenho inferior aos demais alunos e ser rotulado de incapaz; ou pode até ser separado de seus companheiros ‘exclusão velada’, justificada pelo baixo desempenho acadêmico manifesto. Se a criança e o adolescente não encontram no ambiente familiar quem o incentive a usar todo seu potencial criador, a escola através dos educadores deverá contribuir para formar no aluno o pensamento crítico e criador, capaz de produzir conhecimentos, e não exclusivamente preocupar-se com sua capacidade de reproduzir informações transmitidas ao longo de seu desenvolvimento intelectual. A escola, bem como as literaturas infantis devem estimular a curiosidade, a espontaneidade, o pensamento crítico e outros traços associados à criatividade. Acredita-se que a criatividade promove identificações estruturantes das dimensões para a estruturação inconsciente, ou seja, para a formação da “personalidade” a uma socialização que supere os aspectos negativos do contexto e escape `a banalização ou a robotização. O bom desenvolvimento psicoemocional da criança e do adolescente depende de suas vivências e formas de canalização destas dimensões. As experiências clínicas como psicanalista e psicoterapeuta junto a jovens drogadictos comprovam que estes sofrem de profundas carências imaginativas e criativas, identificatórias e psicoafetivas.

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