
42 minute read
Capítulo 1 – Identidade e autoconhecimento
Cultura de paz É na puberdade que o jovem reconstrói seu universo interno e cria relações com o mundo externo. Entender os processos que marcam essa fase é tão importante quanto vivê-la intensamente, por isso tudo o que você, adolescente, puder coletar de informação sobre si mesmo vai contribuir, e muito, para suas realizações agora e no futuro. A transformação tem início por volta dos 11 anos. Surge, de repente, uma vontade de conhecer o mundo. Os comportamentos variam tanto que professores e pais se sentem perdidos: afinal de contas, por que os adolescentes são tão instáveis? A inconstância, nesse caso, é sinônimo de ajuste. É a maneira que os jovens encontram para tentar se adaptar ao fato de não serem mais crianças - nem adultos. Diante de um corpo em mutação, precisam construir uma nova identidade e afirmar seu lugar no mundo. Por trás de manifestações tão distintas quanto rebeldia ou isolamento, há inúmeros processos psicológicos para organizar um turbilhão de sensações e sentimentos. A adolescência é como um renascimento, marcado, dessa vez, pela revisão de tudo o que foi vivido na infância. Para a pediatra e psicanalista francesa Françoise Dolto (1908-1988), autora de clássicos sobre a psicologia de crianças e adolescentes, os seres humanos têm dois tipos de imagem em relação ao próprio corpo: a real, que se refere às características físicas, e a simbólica, que seria um somatório de desejos, emoções, imaginário e sentido íntimo que damos às experiências corporais. Na adolescência, essas duas percepções são abaladas. A puberdade (conjunto das transformações ligadas à maturação sexual) faz com que a imagem real se modifique - a descarga de hormônios desenvolve características sexuais primárias (aumento dos testículos e ovários) e secundárias (amadurecimento dos seios, modificações na cintura e na pélvis, crescimentos dos pelos, mudanças na voz etc.). É comum que aflorem sentimentos contraditórios: ao mesmo tempo em que deseja se parecer com um homem ou uma mulher, o adolescente tende a rejeitar as mudanças por medo do desconhecido.
Isso ocorre porque a imagem simbólica que ele tem do corpo ainda é carregada de referências infantis que entram em contradição com os desejos e a potência sexual recém-descoberta. É como se o psiquismo do jovem tivesse dificuldade para acompanhar tantas novidades. Por causa disso, podem surgir dificuldades de higiene, como a de jovens que não tomam banho porque gostam de sentir o cheiro do próprio suor (que se transformou com a ação da testosterona) e a de outros que veem numa parte do corpo a raiz de todos os seus problemas (seios que não crescem, pés muito grandes, nariz torto etc.). São encanações típicas da idade e que precisam ser acolhidas. "O jovem deve ficar à vontade para tirar dúvidas e conversar sobre o que ocorre com seu corpo sem que sinta medo de ser diminuído ou ridicularizado. Além disso, ele necessita de privacidade e, se não quiser falar, deve ser respeitado", afirma Lidia Aratangy, psicóloga e autora de livros sobre o tema. Apenas quando perduram as sensações de estranhamento com as mudanças fisiológicas um encaminhamento médico é necessário.
Advertisement

O afastamento dos pais, por exemplo, muito comum nessa etapa da vida, revela a necessidade de outros modelos. A dificuldade em lidar com o corpo está diretamente relacionada à nova relação que o jovem tem de construir com seus pais. Isso porque, na adolescência, o amadurecimento sexual faz com que o Complexo de Édipo, descrito pelo criador da Psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939), seja revivido. De acordo com Freud, a criança desejaria inconscientemente tomar o lugar da mãe ou do pai no par amoroso. Como eles são as primeiras referências masculinas e femininas que a criança tem, ao querer substituir uma delas, a relação com o "concorrente" fica confusa, alternando-se entre o amor e ódio - o que pode, mais tarde, fazer com que a pessoa tenha dificuldades no relacionamento amoroso. Se a criança aceita o fato de não poder se unir ao pai ou à mãe, ela passa a lidar de forma equilibrada com as duas referências e internaliza a proibição do incesto.
Saiba mais!
Complexo de édipo
O Complexo de Édipo foi um conceito criado por Sigmund Freud, embora descrito e batizado com a expressão ‘complexo’ por Carl Jung. O criador da psicanálise foi infl uenciado, em suas observações e pesquisas, pela tragédia Édipo Rei, de Sófocles. Nesta peça Édipo, sem saber que Jocasta é sua mãe, se casa com ela, após assassinar o próprio pai, Laio, inconsciente do parentesco entre ambos. Ao descobrir a verdade, ele cega a si mesmo enquanto a mãe se suicida. Este conceito essencial e universal da psicanálise desperta na criança sentimentos opostos, de amor e ódio, direcionados para aqueles que lhe são mais próximos, os pais. Isto ocorre quando ela atravessa a fase fálica, durante a segunda infância, e se conscientiza da diversidade entre os sexos. Normalmente ela se sente atraída, então, pelo sexo oposto, escolhido no ambiente que lhe é próprio, o familiar. Este Complexo tem início quando o bebê, habituado a receber total atenção e proteção, ao atingir cerca de três anos de idade, passa a ser alvo de várias proibições que são para ele desconhecidas. Agora a criança já não pode fazer o que bem entende, porque já está ‘crescidinha’, não pode mais compartilhar o tempo todo o leito dos pais, deve evitar andar nu à vontade, como antes, entre outras interdições. Quando a criança percebe que não é mais o centro do universo, e se dá conta das distinções entre ela e seus genitores, ela ingressa em uma das várias fases de passagem em sua vida, talvez a mais importante, porque defi nirá seu comportamento na idade adulta, principalmente o referente à sua vida sexual. Geralmente, a criança sente uma forte atração pelo sexo oposto – a menina pelo pai, o menino pela mãe – e hostiliza, ao mesmo tempo em que ama, seu adversário – no caso da garota, a fi gura materna; no do garoto, a imagem paterna -, sentimentos confl itantes que confi guram o Complexo de Édipo.
Édipo e a Esfi nge, pintura de Gustave Moreau, (1864).

Na adolescência, resquícios de um Complexo de Édipo mal resolvido podem vir à tona. Surge daí a necessidade inconsciente de buscar outros modelos de homem e mulher além do pai e da mãe. O distanciamento também é uma forma de reelaborar a imagem idealizada dos pais e provar que não se é mais criança. "Esse comportamento serve para que o adolescente exercite a definição de uma identidade baseada em experiências mais amplas", diz Miguel Perosa, terapeuta e professor de Psicologia da Adolescência na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Isso não quer dizer que o adolescente não possa ter saudade da dependência infantil e de comportamentos que aludam a ela. Mas, uma vez nessa fase, ficam cada vez mais constantes as saídas em grupo e a oposição verbal e física às referências paternas e maternas, como indica a fala de João, 13 anos.
Esse contato com a subjetividade é essencial para sedimentar suas vivências - desde que o adolescente não substitua as relações do dia a dia por um isolamento permanente. A exploração do mundo interior, além do reajuste emocional, também favorece a intelectualização. A psicanalista Anna Freud (1895-1982) concluiu que, para fugir momentaneamente das pulsões sexuais, os adolescentes costumam transferir essa energia para a racionalização e incorporação de informações. Não à toa, eles adoram emitir opiniões sobre tudo.
Nesse caso, também deve-se atentar para os exageros. Aquele aluno que se preocupa de forma exagerada com o desempenho na escola pode estar querendo fugir de questões internas com as quais tem muita difi culdade em lidar. O fato é que, apesar de ser um processo difícil, confuso e doloroso, a adolescência é um período em que se descobre como usar novas ferramentas emocionais para se relacionar com o mundo. À medida que integra as concepções que grupos, pessoas e instituições têm a respeito dele, compreendendo e assimilando os valores que constituem o ambiente social, o jovem reforça o sentimento de identidade. A escola tem um papel fundamental nesse processo. Ela jamais deve reduzir o comportamento do adolescente à pecha de rebeldia. Integrá-lo e respeitá-lo são as melhores formas de educar seres humanos confi antes e sadios.

Fonte: Nova Escola. Autor: Ana Rita Martins. Disponível em: http://novaescola.org.br/conteudo/401/a-busca-da-identidade-na-adolescencia. Acesso em: 01 dez. 2016.
Biblioteca
A Causa dos Adolescentes Adolescência Normal - Um Enfoque Psicanalítico
Este é o livro-fonte sobre psicodinâmica da adolescência. As características da síndrome normal da adolescência proposta pelos autores, que pressupõe um tênue limite entre a normalidade e a patologia como esperado para essa fase do desenvolvimento, e a descrição dos lutos a serem superados pelo jovem para superá-la com sucesso são úteis para se ajudar os jovens e seus pais a entenderem e melhor manejarem os inevitáveis confl itos.


O autoconhecimento, segundo a psicologia, signifi ca o conhecimento de um indivíduo sobre si mesmo. A prática de se conhecer melhor faz com que uma pessoa tenha controle sobre suas emoções, independente de serem positivas ou não. Tal controle emocional provocado pelo autoconhecimento pode evitar sentimentos de baixa autoestima, inquietude, frustração, ansiedade, instabilidade emocional e outros, atuando como importante exercício de bem-estar e ocasionando resoluções produtivas e conscientes acerca de seus variados problemas. Toda pessoa possui o refúgio dos seus recursos pessoais, mas esse pode ser acionado de forma a não se desgastar se houver o controle das emoções ou ainda ser utilizado de forma a obter futura recomposição. Ela também consegue permanecer equilibrada em casos de fatores externos, como críticas, perda de emprego, término de relacionamento e outros que vulneram o emocional. O conhecimento de si próprio não dá prioridade a opiniões ou respostas e sim estimula seus fatores positivos a detectar os negativos a fi m de modifi cá-los favoravelmente. Pode-se buscar o autoconhecimento a partir da detecção dos defeitos e qualidades, sendo esses externos (corporais) e internos (emocionais). O equilíbrio entre os fatores internos e externos deve ser buscado para que não haja espaço para manipulação e fragilidade. Também pode haver refl exão de vida, analisando o comportamento obtido até então e as atitudes tomadas para que se consiga detectar maus atos e comportamentos para que não mais ocorram.
Teste seu nível de autoconhecimento
1. Quem eu sou na essência?
2. O que me faz feliz? 3. O que me diverte? 4. O que me deixa triste? 5. Quais são os meus dons, talentos e habilidades?
6. Quais são os meus pontos de melhoria e como trabalhá-los? 7. Quais são os meus valores, pelo que eu me guio? Qual é o meu norte? 8. Que tipo de pessoas me interessam? 9. Com o que eu me identifi co? 10. Como a minha família me vê? 11. Quais são os meus defeitos? 12. Que tipo de música eu curto? 13. Eu confi o nas pessoas? 14. Sou uma pessoa confi ável? 15. O que eu desejo para mim?
Crise de identidade
O período da adolescência é marcado por diversos fatores, mas, sem dúvida, o mais importante é a tomada de consciência de um novo espaço no mundo, a entrada em uma nova realidade que produz confusão de conceitos e perda de certas referências. O encontro dos iguais no mundo dos diferentes é o que caracteriza a formação dos grupos de adolescentes, que se tornarão lugar de livre expressão e de reestruturação da personalidade, ainda que essa fique por algum tempo sendo coletiva. Essa busca do “eu” nos outros na tentativa de obter uma identidade para o seu ego é o que o psicanalista Erik Erikson chamou de “crise de identidade”, o que acarreta angústias, passividade ou revolta, dificuldades de relacionamento inter e intrapessoal, além de conflitos de valores. Para Erikson, o senso de identidade é desenvolvido durante todo o ciclo vital, onde cada indivíduo passa por uma série de períodos desenvolvimentais distintos, havendo tarefas específicas para se enfrentar. A tarefa central de cada período é o desenvolvimento de uma qualidade específica do ego. Para esse autor, dos 13 aos 18 anos a qualidade do ego a ser desenvolvida é a identidade, sendo a principal tarefa adaptar o sentido do eu às mudanças físicas da puberdade, além de desenvolver uma identidade sexual madura, buscar novos valores e fazer uma escolha ocupacional.

Segundo Erikson (1972), em termos psicológicos, a formação da identidade emprega um processo de reflexão e observação simultâneas, um processo que ocorre em todos os níveis do funcionamento mental, pelo qual o indivíduo se julga a si próprio à luz daquilo que percebe ser a maneira como os outros o julgam, em comparação com eles próprios e com uma tipologia que é significativa para eles; enquanto que ele julga a maneira como eles o julgam, à luz do modo como se percebe a si próprio em comparação com os demais e com os tipos que se tornaram importantes para ele.
Portanto, a construção da identidade é pessoal e social, acontecendo de forma interativa, através de trocas entre o indivíduo e o meio em que está inserido. Esse autor enfatiza, ainda, que a identidade não deve ser vista como algo estático e imutável, como se fosse uma armadura para a personalidade, mas como algo em constante desenvolvimento. Como vimos, entre os aspectos importantes no desenvolvimento da identidade está o controle vital, ou seja, as fases ou períodos da vida que o indivíduo atravessa até chegar à idade adulta, que são marcados por crises apresentadas como situações a serem resolvidas. Como afirma Erikson (1972), entre as indispensáveis coordenadas da identidade está o ciclo vital, pois partimos do princípio de que só com a adolescência o indivíduo desenvolve os requisitos preliminares de crescimento fisiológico, amadurecimento mental e responsabilidade social para atravessar a crise de identidade. De fato, podemos falar da crise de identidade como o aspecto psicossocial do processo adolescente.

Desta forma, o grande conflito a ser solucionado na adolescência é a chamada crise de identidade e essa fase só estará terminada quando a identidade tiver encontrado uma forma que determinará, decisivamente, a vida que virá. É importante entender que o termo crise, adotado por Erikson, não é sinônimo de catástrofe ou desajustamento, mas de mudança; de um momento crucial no desenvolvimento onde há a necessidade de se optar por uma ou outra direção, mobilizando recursos que levam ao crescimento. É no período da adolescência que o indivíduo vai colocar em questão as construções dos períodos anteriores, próprios da infância. Assim, o jovem assediado por transformações fisiológicas próprias da puberdade precisa rever suas posições infantis frente à incerteza dos papéis adultos que se apresentam a ele.
Conteúdo extra!
Assista a um vídeo sobre crises de identidade na adolescência.
A crise de identidade é marcada, também, por uma confusão de identidade, que desencadeará um processo de identifi cações com pessoas, grupos e ideologias que se tornarão uma espécie de identidade provisória ou coletiva, no caso dos grupos, até que a crise em questão seja resolvida e uma identidade autônoma seja construída. É exatamente essa crise e, consequente confusão, de identidade que fará com que o adolescente parta em busca de identifi cações, encontrando outros “iguais” e formando seus grupos. A necessidade de dividir suas angústias e padronizar suas atitudes e idéias, faz do grupo um lugar privilegiado, pois nele há uma uniformidade de comportamentos, pensamentos e hábitos. Com o tempo, algumas atitudes são internalizadas, outras não, algumas são construídas e o adolescente, paulatinamente, percebe-se portador de uma identidade que, sem dúvida, foi social e pessoalmente construída.
Fonte: Projeto de alunos do 3º ano da escola Basilides de Godoy. Disponível em: https://basilidesbg.wordpress.com/2011/11/28/2c-puberdade-a-crise-de-identidade-na-adolescencia/. Acesso em: 01 dez. 2016.
Videoteca
Confi ssões de uma adolescente em crise
Lola é uma adolescente ambiciosa que sonha em se tornar uma famosa atriz de teatro. Mas quando sua família se muda da cidade de Nova York para um subúrbio de Nova Jersey, seu sonho de se apresentar na Broadway fi ca em segundo plano. Agora, Lola se concentra em conquistar o título de garota mais popular da escola, só que para isso, terá que enfrentar a traiçoeira Carla Santini.

Quem sou eu?
Quem é você? Quando alguém nos faz essa pergunta, geralmente respondemos dizendo nosso nome, idade, profi ssão, onde moramos e duas ou três coisas que gostamos de fazer. Mas é realmente isso o que há de mais importante em nossa própria defi nição? Todos nós somos, por dentro, muito mais do que esta descrição básica e temos muitas outras características e preferências além destas. 16

A questão é que não é fácil falar sobre elas, principalmente porque sabemos muito pouco sobre nós mesmos. Vivemos tão concentrados no mundo exterior que raramente fazemos uma pausa para olharmos exclusivamente para dentro de nós. Conhecer a si mesmo traz uma infi nidade de benefícios: aumenta o autocontrole, te torna mais seguro, mostra que pontos você precisa mudar ou reforçar, faz você enxergar a si mesmo e o que acontece à sua volta com mais clareza e saber perfeitamente o que quer e o que não quer. Resultado: você se torna mais forte e consciente e passa a respeitar suas vontades e buscar mais daquilo que te faz feliz, pois sabe o caminho e compreende muito bem suas próprias necessidades. O autoconhecimento é um processo que nunca tem fi m. Você sempre terá o que aprender sobre si mesmo, até porque todos nós mudamos muitas vezes durante a vida e estas mudanças trazem novos questionamentos, sentimentos e comportamentos. Às vezes elas nos mudam completamente e precisamos recomeçar a nos entender desde o início. Se você quiser impulsionar este processo e entender um pouco mais sobre quem é agora, pode começar fazendo alguns exercícios de análise, visualização e observação.
Proposta de atividade


Desenhando máscaras Crie situações que você acha que precisa se defender na sua vida prática. Pode escrevê-las em tópicos. Depois, crie personalidades que você tem como ideais para se defender dessa mesma situação. Depois de defi nir quem/que personagem é o ideal para te proteger das situações ameaçadoras, escolhidas por você, desenhe as máscaras desses personagens. Compartilhe com a turma a situação e o nome dos personagens. Se você se empolgar, pode criar trejeitos, como manias e jeitos de falar, que esse personagem tem: ele pode ser bem real! 17

Cultura de paz
Faça listas
Colocar assuntos em tópicos deixa-os mais organizados e fáceis de entender. Você pode fazer inúmeras listas sobre você e sua vida. Comece listando suas qualidades e defeitos, sendo totalmente sincero sobre você mesmo. Depois pode escolher cinco, dez, ou quantos preferir, momentos que marcaram a sua vida. Faça também uma lista de coisas que você ama fazer. Liste suas maiores prioridades na vida, seus sonhos atuais e os que já teve (e separe-os em listas de quais realizou e quais não). Outras duas listas interessantes de fazer são as de coisas que todo mundo gosta e você não e coisas que ninguém gosta e você sim. Pensar nisto é ótimo para descobrir quais são os seus diferenciais. Só o exercício de criar estas listas já é uma excelente maneira de te conduzir a uma profunda reflexão sobre você mesmo.

Descubra o que você realmente gosta de fazer
Esqueça sua profissão, as obrigações do dia a dia e os estudos. Pense no que você verdadeiramente adora fazer, o que te diverte e que te deixa animado, relaxado e feliz. Você adora animais? Gosta de cantar? Dançar? Jogar video game? Assistir a filmes de fantasia, cuidar da decoração da casa, praticar jardinagem, fotografar? Gosta de passar o tempo na praia, no shopping, no parque, em casa? Ama comer, viajar, dirigir, andar de skate, jogar vôlei, ler, escrever, ir ao teatro, brincar com crianças, cozinhar, fazer piadas? Anote tudo – tudo mesmo – que você gosta de fazer, sem se preocupar se considera estas coisas importantes ou não. Talvez você descubra que está fazendo pouco daquilo que gosta, ou que anda fazendo escolhas erradas e indo contra o que te faz verdadeiramente feliz.
Questione-se e analise as respostas
Você pode começar com algumas perguntas simples, como: o que eu vejo quando me olho no espelho? O que eu mais gosto em mim? E o que menos gosto? Quais são os sentimentos mais frequentes 18
na minha vida? O que me motiva? O que me desmotiva? O mais importante é que, além de respondê-las, você pense sobre suas respostas e refl ita sobre o que elas indicam a respeito de você. Faça este exercício com calma e, a cada resposta, antes de passar para a próxima pergunta, analise o que você respondeu e tente entender algo sobre si mesmo.
Faça uma linha do tempo
Para este exercício o ideal é fazer anotações no papel, porque você difi cilmente conseguirá se lembrar de tudo na mesma hora e vai precisar acrescentar conforme as lembranças surgirem. Desenhe uma linha e coloque nela todas as coisas marcantes que aconteceram na sua vida, tanto as boas como as ruins, desde a infância até hoje. Marque os anos em que aconteceram e vá fazendo na ordem. Caso não se lembre, coloque mais ou menos entre os anos que você imagina que elas ocorreram. Anote tudo que você considerar importante: sua formatura do ginásio, do colegial e da faculdade, as festas que foi, quando começou e terminou um relacionamento, perdeu alguém próximo, viajou, trocou de emprego, mudou radicalmente o visual etc. Quando sua linha do tempo tiver um bom número de anotações, olhe cada um dos fatos e pense em como eles te afetaram e qual a ligação de cada um com quem você é e com a sua personalidade. Você vai se surpreender ao perceber que tudo o que é hoje está relacionado a momentos que viveu no passado. Por mais que não possa mudar o que já passou, ter consciência de como suas experiências defi niram quem você se tornou é uma forma de obter um alto grau de autoconhecimento e entendimento sobre si próprio.
Analise suas atitudes diante de cada tipo de situação
Como você reage quando alguém da sua família faz algo que você desaprova? E quando alguém no seu trabalho faz isso? Como você costuma se sentir quando está enfrentando um grande problema? E diante de uma injustiça? Se conseguir analisar seu comportamento em vários tipos de situação, vai perceber que em determinados momentos você reage quase sempre da mesma forma. Examinando tudo, descobrirá em que situações consegue se manter mais forte e quais te deixam mais fragilizado, e também irá enxergar quais comportamentos seus você desaprova e gostaria de mudar. Não é uma tarefa fácil, mas conhecer suas atitudes mais comuns é o primeiro passo para entender profundamente o seu comportamento.
Preste atenção em seus pensamentos
Este exercício tem o objetivo de analisar se você pensa mais positiva ou negativamente. Sempre que estiver perdido em pensamentos aleatórios e se lembrar de fazê-lo, pare e refl ita sobre a energia do que estava pensando. Era sobre algo bom ou ruim? Como você estava se sentindo ao pensar sobre isso? No início é difícil se lembrar, mas aos poucos você se acostuma a ser um observador da própria mente e vai conseguir, cada vez mais facilmente, observar, controlar e direcionar seus pensamentos.
Cultura de paz
Preste atenção à sua linguagem corporal
Nosso corpo dá vários sinais de como estamos nos sentindo em diversas situações. Nosso corpo dá vários sinais de como estamos nos sentindo em diversas situações. Muitas vezes, inclusive, ele nos trai, denunciando sentimentos que gostaríamos de esconder quando, na verdade, estamos demonstrando-os sem perceber. Quando se está interessado em alguém, por exemplo, os pés automaticamente se viram em direção à pessoa. Se você está em pé e cruza as pernas, isto indica desconforto ou tensão. Ao contar uma mentira, alguns gestos podem te denunciar: você pisca os olhos mais vezes, leva a mão à boca e a voz muda. Estes são alguns exemplos, mas existem muitos outros sinais que o nosso corpo dá e que são alguns exemplos, mas existem muitos outros sinais que o nosso corpo dá e que dizem muito sobre nós mesmos.

Proposta de atividade

Você se conhece? O que você sente quando alguém mente para você? O que você faz com relação a esse sentimento? Quanto tempo você demora para se dar conta do que está sentindo? Você tem muitos ou poucos amigos? Você compartilha com eles seus sentimentos?
E eles compartilham com você?

Autoestima
A falta de autoconhecimento resulta em baixa auto-estima. Por quê? Uma criança forma sua auto-imagem desde o nascimento, observando como é vista e tratada, ou seja, a partir do que os seus modelos de autoridade mais próximos (geralmente os pais) tinham quando cuidaram, ou não, de suas necessidades de alimentação, de segurança, de amor, de respeito e de realizações. Mas, os pais a trataram conforme suas possibilidades, personalidades e os desafi os que viviam naquela fase de suas vidas. Muito pouco desta vivência refl etia o valor ou o merecimento desta criança que, de acordo com as suas tendências de personalidade e sua precária condição de discernimento, crescerá entendendo que realmente É a imagem que formou de si. Assim se forma o seu ego, como um conjunto de idéias, vontades e crenças que a movem e desenvolvem sua perspectiva diante da própria vida. Se sua infância e adolescência foram razoavelmente saudáveis, no processo de se tornar adulta, ela tem boa conexão com o self, ou o Si mesmo, de acordo com Jung. Assim, o caminho do autoconheci-

mento é fácil e ela faz um processo de seleção, separando, aos poucos, como foi vista e tratada do que realmente é. Disto decorre, naturalmente, uma identidade plena e única. Se assim fi zer, centrará seu poder e suas opiniões principalmente em si mesma, fortalecendo-se e adquirindo boa auto-estima para buscar o sucesso nas diferentes áreas. Por outro lado, dependendo da fragilidade do seu ego, não completará este processo de individuação e continuará colocando o poder do seu bem estar e de suas realizações no outro, avaliando o seu valor pelo olhar e tratamento deles. Além disto, ela pode projetar a autoridade dos pais em pessoas do seu convívio mais próximo, como um namorado, o marido, o chefe, onde buscará toda a aprovação, aceitação e afeto que não recebeu antes. Este é o processo de tornar-se manipulável, desrespeitada e abusada. O que fazer, nestes casos? Culpar os pais? Certamente não. Importante é assumir a responsabilidade de completar o processo de individuação através do autoconhecimento, observando-se e, corajosamente, corrigindo rotas, isto é, conectar-se com o seu verdadeiro eu que pode perfeitamente suprir a aceitação, o amparo, o amor e tem todas as melhores respostas para sua vida.
Conteúdo extra!
Acesse o QR Code e assista a um documentário sobre autoconhecimento e autoestima!
Saiba mais!
Carl Gustav Jung

"Minha vida foi singularmente pobre em acontecimentos exteriores. Sobre estes não posso dizer muito, pois se me afi guram ocos e desprovidos de consistência. Eu só me posso compreender à luz dos acontecimentos interiores. São estes que constituem a peculiaridade de minha vida e é deles que trata minha autobiografi a." Carl Gustav Jung foi um dos maiores estudiosos da vida interior do homem e tomou a si mesmo como matéria prima de suas descobertas - suas experiências e suas emoções estão descritas no livro "Memórias, Sonhos e Refl exões".
Filho de um pastor protestante, Carl Gustav Jung, ainda pequeno, mudou-se para a cidade da Basileia, na época um dos maiores centros de cultura da Europa. Lá realizou seus primeiros estudos. Formou-se em medicina pela Universidade da Basileia, no ano de 1900, iniciando a seguir sua vida profi ssional no hospital psiquiátrico Burgholzi, em Zurique. Dois anos depois casou-se com Emma Rauschenbach, com quem teria cinco fi lhos. Em 1903 publicou sua primeira obra, "Psicologia e Patologia dos Fenômenos ditos Ocultos", fruto de sua tese de doutoramento. Publicou nos anos seguintes mais três trabalhos, relacionadas à descoberta dos complexos afetivos e das signifi cações nos sintomas das psicoses. Em 1905 tornou-se livre docente na Universidade de Zurique.

Na imagem, Freud e Jung.
Em 1907 Jung visitou Sigmund Freud, o criador da psicanálise, em Viena, iniciando uma estreita colaboração com o mestre, que se mostrou impressionado com o talento do jovem discípulo. Os dois viajaram juntos aos Estados Unidos em 1909, proferindo palestras num centro de pesquisas. Em 1910 foi fundada a "Associação Psicanalítica Internacional", da qual Jung foi eleito presidente. As primeiras divergências entre Jung e Freud surgiram em 1912 e logo se tornaram inconciliáveis. A partir do rompimento com Freud, o analista suíço vivenciou um período de depressão e introversão, que o levou a trilhar seu próprio caminho no campo da psicologia. Em 1917, Jung publicou seus estudos sobre o inconsciente coletivo no livro "A Psicologia do Inconsciente" e, em 1920, apresentou os conceitos de introversão e extroversão na obra "Tipos Psicológicos". A partir daí, Jung construiu as bases da psicologia analítica, desenvolvendo a teoria dos arquétipos e incorporando conhecimentos das religiões orientais, da alquimia e da mitologia.
Sua produtiva carreira se materializou na publicação de dezenas de estudos, trabalhos, seminários e outras obras. Já octogenário, reuniu em livro as memórias de toda a sua vida. Carl Gustav Jung morreu aos 86 anos, como um dos mais influentes pensadores do século 20.
Insiste em ti mesmo
Insiste em ti mesmo; nunca imites. Insiste em ti mesmo; nunca imites. A todo o momento, podes exibir o teu A todo o momento, podes exibir o teu próprio dom com a força cumulativa de próprio dom com a força cumulativa de toda uma vida de estudo; toda uma vida de estudo; mas do talento imitado de outro tens mas do talento imitado de outro tens apenas posse parcial e momentânea. apenas posse parcial e momentânea. Aquilo que cada um sabe fazer de Aquilo que cada um sabe fazer de melhor só pode ser ensinado por melhor só pode ser ensinado por quem o faz. quem o faz. Ninguém sabe ainda o que seja, nem o Ninguém sabe ainda o que seja, nem o pode saber, enquanto essa pessoa não pode saber, enquanto essa pessoa não o demonstrar. Onde está o mestre que o demonstrar. Onde está o mestre que pudesse ter ensinado Shakespeare? pudesse ter ensinado Shakespeare? Onde está o mestre que pudesse ter Onde está o mestre que pudesse ter instruído Franklin, ou Washington, instruído Franklin, ou Washington, ou Bacon, ou Newton? Todo o grande ou Bacon, ou Newton? Todo o grande homem é único. homem é único.
Ralph Waldo Emerson, in "Essays" Ralph Waldo Emerson, in "Essays"
Perdoe-se, faça a página virar.
Libere serotonina
Cuide da alimentação
Organize sua vida Um tempo para chamar de seu.
Você em primeiro lugar.


Afi rmações são poderosas
Valorize o que você tem!
Pare e pense
Foi fácil ou difícil escrever sobre suas qualidades e defeitos? Pois é, muitas vezes apontamos as falhas do outro (colega, vizinho, professor, parente, ...) com muita facilidade, mas temos difi culdades para reconhecer nossas próprias falhas! É muito importante que refl itamos sobre nosso próprio “eu” para que possamos reconhecer nossos defeitos e trabalhar para corrigi-los.
A prática de se conhecer melhor faz com que uma pessoa tenha maior controle de suas emoções, independente de serem positivas ou não. Esse controle emocional provocado pelo autoconhecimento pode evitar sentimentos de baixa estima, frustração, inquietude, ansiedade, instabilidade emocional e outros, atuando como importante exercício de bem estar e ocasionando resoluções produtivas para os seus mais diversos problemas. Toda pessoa tem seus próprios medos pessoais, ninguém esta livre deles. O que diferencia as pessoas é o modo como eles reagem e enfrentam seus medos.
Autoconhecimento é o conhecimento de um indivíduo sobre si mesmo.
Por isso é tão importante o autoconhecimento e a reflexão sobre si mesmo. Quanto você se conhece? Muito ou pouco? A maior parte das pessoas acha que se conhece, mas na verdade se conhece muito pouco. Você ama alguém ou confia em alguém que mal conhece? Não, né. Pois é, então como você vai se amar, se admirar se não conhece sua própria capacidade. Você precisa se conhecer para poder entender quem você é, quem você quer ser e o que deve fazer para chegar lá.

Por isso o autoconhecimento é fundamental para desenvolver o amor por si mesmo e desenvolver a autoestima. Percebemos que a autoestima fi ca baixa quando desenvolvemos sentimentos como: insegurança, incertezas, perfeccionismo, sentimentos de incapacidade, não se permitir errar, querer agradar a todos, precisar da aprovação de todos. Isso acontece quando a principal fonte de sua autoestima está no externo (no que esta fora, no que vem de fora), sempre querendo fazer algo pelas pessoas em busca de aprovação ou de reconhecimento. Este é o caminho mais curto para se machucar, pois você deposita todas suas expectativas nas respostas do que é externo, nas pessoas e não em si próprio, e como quase sempre as respostas não correspondem as suas expectativas você se frustra. O importante é desenvolver suas capacidades de se realizar e ter consciência de que suas ações são refl exos de quem você é de fato. Ao reconhecer seus pontos negativos você terá a oportunidade de mudar um a um. E reconhecendo seus pontos positivos se sentirá mais confi ante em sua capacidade de conseguir o que quer independente das críticas e do que pensam sobre você.
Pare e pense
Quando seus pais, avós, tios ou professores te mandam fazer alguma coisa ou te orientam a intenção é sempre te fazer o bem. Você entende isso? Às vezes mesmo entendendo, por ser imaturo, a reação pode ser desobedecer ou brigar. Mas agora você já sabe o quanto o autocontrole é importante. Então escreva nos balões abaixo palavras que você usaria para demonstrar autocontrole (que demonstre que você sabe se controlar e não gritar, não xingar, não se enfurecer, nem ser violento com as pessoas) nos diálogos com sua família, professores ou amigos.
Texto complementar
Adolescentes descobrem a literatura como instrumento para o autoconhecimento
Existem quase 3 milhões de leitores entre 14 e 17 anos no Brasil, e uma boa parte procura obras que ajudem a entender o mundo Certa vez, um professor levou um grupo de alunos para um passeio em um jardim em forma de labirinto. Cada um deveria procurar a saída. Alguns logo conseguiram. Outros, preocupados, escutavam as vozes dos amigos que haviam encontrado um atalho em meio aos arbustos e folhagens. A sensação era a de que permaneceriam ali por toda a 27
eternidade, mas não demorou muito até que todos descobrissem a passagem. Atividade concluída, o professor reuniu os aprendizes e, de um ponto mais alto, mostrou como o caminho – surpresa geral – era simples. Tomando essa história como metáfora da adolescência, a escritora e psicopedagoga Cybelle Weinberg escreveu Por que Estou Assim? (Sá). – A sensação é igual. Uns saem numa boa, sem grandes dificuldades, e outros penam à beça – define a autora no livro publicado há três anos.
Nele, a especialista registrou as principais questões que tiram o sono de meninos e meninas. A publicação se junta a um número crescente de livros de autoajuda para adolescentes. O gênero, presente no mercado editorial desde os anos 1960 – época pródiga em publicações sobre autoconhecimento e sexualidade -, volta agora seus olhos para um público mais jovem. A Ediouro, por exemplo, acaba de entrar nessa seara com o lançamento de O Segredo – versão teen, de Paul Harrington, diretor do filme O Segredo (baseado na obra homônima de Rhonda Byrne). Segundo a editora Márcia Batista, esse é um nicho a ser desbravado: – Não sabemos como vai ser, até porque alguns livros conquistam um público maior do que imaginamos. Temos diversos títulos de autoajuda, mas para esse público específico este é o primeiro. No Brasil, calcula-se que 2,9 milhões de meninos e meninas, entre 14 e 17 anos, leem livros fora do segmento didático. Os romances ainda são os favoritos dessa faixa etária, correspondendo a 41% das leituras realizadas, enquanto os livros de autoajuda correspondem a apenas 9%, segundo dados de 2008 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-livro. Os supostos benefícios proporcionados por esse tipo de literatura não são ponto pacífico. Para a psicóloga Tomásia Ticconi, que há 20 anos trabalha com adolescentes, os livros de autoajuda propõem “fórmulas” que devem ser questionadas. – Os adolescentes não querem modelos a serem seguidos, mas, sim, alguém com quem possam conversar e, por meio desse vínculo, encontrar a sua maneira de enfrentar o mundo. O importante é clarear os conflitos para que eles possam fazer suas próprias escolhas – pondera.
Mas será que os adolescentes estão lendo autoajuda? Conversamos com Gabriela, 13 anos, Júlia e André, 15 anos, e perguntamos a quem eles recorrem para pedir conselhos e tirar dúvidas. E se livros podem ser bússolas eficientes durante esse período de incertezas.
Ler para se conhecer
Aos nove anos, Júlia Zakarewicz se encantou pela leitura com a saga do bruxinho Harry Potter, de J.K. Rowling. Curiosa, até hoje
lê diversos gêneros. Desde romances e contos a livros de filosofia e sobre espiritismo. Assim como Gabriela, Júlia também descobriu no livro de autoajuda O Segredo, de Rhonda Byrne, o primeiro guia para entender que, quando se quer algo, basta acreditar. – Pensei em desistir de estudar para as provas de física, sempre tão difíceis. Não era o meu forte. Mas aí decidi persistir. As conquistas com suor dão muito mais alegria – garante. No grupo de amigos da escola, não considera comum a leitura de autoajuda: – Tem gente que lê e se baseia nas lições positivas desses livros, e outros que não estão nem aí, mas também não as conhecem. Ao se recolher no quarto, Júlia mergulha na história. Como se naquelas páginas de autoajuda, ou mesmo de ficção, encontrasse um refúgio para problemas do cotidiano: – Todo mundo cobra muito de você. É muita pressão, obrigação e ainda tem o vestibular. Tudo ao mesmo tempo. Por isso, a leitura também a ajuda a entender um pouco mais sobre si e sobre o momento pelo qual está passando. De cada uma, ela tira lições de vida. Talvez por isso mesmo escolha criteriosamente o que vai ler e se aquela leitura vai acrescentar algo àquele momento que está experimentando: – Eles falam sobre relações, problemas de autoestima, relacionamentos, amizade entre irmãos. Acho que tudo o que eu leio tem um ponto bom, uma moral da história. E isso fica no meu inconsciente.
Na prática
Mais do que um livro de reflexões, o best-seller The 7 Habits of Highly Effective Teens (Os Sete Hábitos de Adolescentes Eficientes) é um guia passo a passo criado pelo americano Sean Covey. Dividido em cinco partes, o livro fala sobre os desafios da adolescência. Num dos capítulos, dicas para os adolescentes contornarem a insegurança: 1. Da próxima vez que você se olhar no espelho, fale algo positivo sobre você.
2. Mostre consideração sobre o ponto de vista de outra pessoa hoje. 3. Pense num paradigma que lhe atrapalha, como: “Eu não sou extrovertido”. Agora, faça algo hoje para contrariar esse paradigma. 4. Pense em alguém que você ame ou em algum amigo que vem se comportando de forma diferente nos últimos dias. Reflita sobre a razão para ele agir assim. 5. Quando você não tem nada para fazer, o que ocupa seus pensamentos? Lembre, o que for mais importante vai se tornar o centro da sua vida.
6. Comece hoje a tratar os outros da mesma forma como você gostaria de ser tratado. Não seja impaciente, nem fale mal de alguém a não ser que você queira o mesmo tratamento. 7. Em algum momento da semana, procure um lugar calmo em que você possa estar sozinho. Pense sobre o que realmente importa para você. 8. Escute cuidadosamente as letras das músicas que você ouça com frequência. Avalie se elas estão em harmonia com os seus princípios. 9. Quando você precisar fazer seu dever de casa ou trabalhar à noite, exercite o princípio do levar a sério o trabalho. Vá além e faça mais do que esperam de você.
Fonte: ZH. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2010/07/adolescentes-descobrem-a-literatura-como-instrumento-para-o-autoconhecimento-2983853. html. Acesso em: 02 dez. 2016.
Proposta de atividade

De acordo com o texto responda: 1. O que é autoconhecimento? 2. Por que é importante o autocontrole? 3. O que um bom autocontrole pode evitar? 4. Que situações podem fazer você perder o autocontrole? 5. 6. Por que você se ama? Qual a sua reação quando alguém critica você?

Biblioteca
O Espantalho
Um espantalho, feliz com sua nova vida no campo, tenta fazer amizade com os pássaros. Mas estes sempre fogem, assustados. - Este livro destaca a importância do autoconhecimento ...

Fada Consciência: uma Amiga Muito Especial
Ricamente ilustrado, o livro envolve a criança do início ao fim. Uma fada encantadora e uma história alegre e divertida, em que as crianças aprendem a lidar com suas emoções e sentimentos, experimentando o autoconhecimento.
Que tipo de inteligência eu tenho?
Você sabia que as pessoas têm também maneiras de aprender diferentes? Da mesma forma que uma pessoa ama com profunda intensidade e presença e outra ama com certa distância, com mais necessidade de espaço e inventividade, acontece com as formas de pensar e entender o mundo.

Como funciona a sua cabeça? Você pode ter uma inteligência hiper criativa, estimulada pela vontade de se expressar, de criar, de cantar, de desbravar, de filosofar sobre a vida. Por outro lado, pode ser que alguém tenha uma inteligência prática, uma forma de pensar de modo a relaizar certas coisas, com aquilo que é certo, seguro e prudente, um tipo de inteligência que é aplicada na produtividade, aquele amigo que adora praticar os exercícios que aprende, que adora escrever, colocar em prática tudo o que assimila.
Cultura de paz Há, simultaneamente, um tipo de inteligência, que é a emocional. A pessoa aprende pelo afeto, pelo reforço positivo, pelo carinho, pelas amizades, pelo envolvimento emocional que tem com o que estuda. Às vezes, uma pessoa que tem esse tipo de inteligência pode ter muita difi culdade para aprender aquilo com o que não se envolve, que não faz sentido para ela, então pode se sentir paralisada, sem forças para estudar. Há, ainda, outro tipo de inteligência, que é a inteligência comunicacional, aquele que adora comunicar para aprender, que gosta de aprender ensinando, participando de grupos de estudo, de estudos coletivos de trocar enquanto aprende. Defi nitivamente, este não é um tipo de pessoa que gosta de estudar sozinho.
Proposta de atividade

Qual é seu tipo de inteligência? Refl ita sobre qual é o seu tipo de inteligência. Este é um exercício de autorrefl exão e de autoconhecimento. Depois de descobrir o seu tipo de inteligência, você deverá selecionar seus três melhores amigos, três pessoas que convivem com você, que são mais próximas. Se você não tiver ninguém para escolher, não tem problema, você pode criar personagens para explorar o tipo de inteligência de cada um deles. Depois que você refl etir sobre seus escolhidos, ou criar os seus personagens, compartilhe! Assim, o outro pode receber uma visão de fora sobre si mesmo. Lembre-se você também receberá um retorno. Esteja aberto, autoconhecimento implica em saber que há muito o que não sabemos sobre nós, por isso decidimos buscar! Então, mantenha-se aberto para escutar seus colegas com respeito e humildade.


Texto complementar
Quatro tipos de livro que aumentam a inteligência
“Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante.” Carlos Drummond de Andrade
Estamos perante a era da informação, onde existe muito material para leitura —chega a ser tanto o volume de informação disponível que acaba tornando difícil eleger um conteúdo que realmente faça a
diferença em nossas vidas. Acontece que perdemos muito tempo lendo livros que são esquecidos rapidamente, embora o correto seria investir o tempo lendo livros que cultivam a inteligência e sabedoria, gerando benefi cio para o resto da vida. Claro que também é necessário para fi ns de negócios e para a vida cotidiana se manter atualizado quanto a notícias e tendências, porém não vamos tratar sobre isso nesse artigo. O objetivo aqui é incentivar a leitura de livros que aumentam a inteligência permanentemente, trazendo como resultado uma vida próspera e gratifi cante.
Livros sobre ciência
Livros sobre ciências vão muito além de textos científi cos, eles aumentam nossa compreensão do mundo natural. Isso inclui livros sobre ciências biológicas, naturais, humanas, sociais e exatas. Com o conhecimento adquirido a partir desses livros você pode provar e explicar diversos acontecimentos. Livros científi cos nos ensinam a investigar a nossa intuição e a validá-las com provas. Eles também promovem admiração e respeito ao mundo físico e ao nosso próprio intelecto.
Biblioteca
Fique bem com seu cérebro
Este livro foi escrito para quem deseja alcançar o bem-estar e torná-lo algo cada vez mais intenso e freqüente em sua vida. Uma das mais renomadas neurocientistas brasileiras, Suzana Herculano-Houzel mostra o melhor caminho para a conquista desse objetivo: fi car de bem com o próprio cérebro, isto é, cuidar para que ele funcione da melhor maneira possível - sempre. Aqui você conhecerá uma série de descobertas recentes da neurociência e saberá de que modo elas podem ajudar você a manter o cérebro saudável.
Livros sobre fi losofi a
Se a ciência nos ensina a compreender o mundo exterior, a fi losofi a nos ensina a entender a nós mesmos. Filosofi a poderia ser muito bem chamada de “Ciência da vida humana”. Além das clássicas obras fi losófi cas, esta categoria também inclui os grandes textos religiosos: A Bíblia, Alcorão, Bagavadguitá, etc, que inspiram milhões de pessoas a viver de uma forma mais piedosa e amorosa. Ler um livro sobre fi losofi a aumentará sua compreensão dos desejos e necessidades humanas,conhecimento no qual é essencial para o desenvolvimento de ideias e entender o comportamento humano.
Muitos criticam obras de fi cção pelo fato de “faz-se histórias” A verdade é que existem grandes obras de fi cção que contém mais verdade do que qualquer outro gênero literário, isso porque a fi cção proporciona ao leitor experimentar uma nova realidade e cria experiencias que fazem elevar o nível de inconsciência. Por outro lado, a fi cção real contém uma grande quantidade de fi losofi a, psicologia e história. Você já ouviu dizer que um bom romance vale mais do que um estudo científi co? Com o objetivo de aumentar a inteligência humana individual, digo que uma obra de fi cção vale mais do que qualquer outra obra real. Sobretudo, dominar várias formas de linguagens é fundamental para torna-se um bom escritor, além de desenvolver uma capacidade de ser um melhor pensador, orador e conversador.
Biblioteca
O Apanhador no Campo de Centeio, J.D. Salinger.
Em suas páginas aparecem temas como o álcool, sexo e prostituição. O fato de o assassino de John Lennon, Mark Chapman, portar um exemplar do romance na hora em que matou o Beatle conferiu à obra um caráter mitológico, para bem ou para mal, fazendo com que fosse proibido em algumas escolas ou transformado em leitura obrigatória em outras. Para Casals, a história do jovem Holden Caulfi eld, narrada em primeira pessoa, é “todo um romance de iniciação da vida adulta”. O livro é tão radical quanto seu protagonista, que precisa decidir se cresce ou não. Um dilema e tanto.


Histórias de Cronópios e de Famas, Julio Cortázar.
“Quando você lê Cortázar pela primeira vez, abre-se uma nova dimensão na linguagem, sua narrativa pode descobrir um universo paralelo em uma mente receptiva”, diz Mercedes Hernández, chefe do departamento de Livros da Fnac Espanha. Se depois de ler este livro seus fi lhos fi carem encantados, você pode ir à biblioteca e buscar outra obra-prima de Cortázar, como Rayuela.
Maus — A História de Um Sobrevivente, de Art Spiegelman.
Esta crônica de gatos — nazis — e ratos — judeus —, que lembra a história de um sobrevivente do extermínio nazista, foi o primeiro romance gráfico a ganhar o Prêmio Pulitzer. Não só evoca a história do holocausto, mas também foca na difícil convivência entre gerações após o horror sofrido. Para Hernández, é, sem dúvida, “a melhor maneira de aterrissar no romance gráfico: devido à própria história e por como é contada”.

Livros sobre poesia
Quando falamos em poesia, vem em nossas cabeças imagens de atores Shakespearianos recitando rimas floridas não é mesmo? Não é à toa que muitas pessoas achem que poemas não tem substancia e aplicabilidade. Manter essa opinião significa ignorar um grande feito da inteligência humana e subestimar o misterioso poder das palavras. A leitura de uma boa poesia produz uma sensação que não pode ser adequadamente descrita, um sentimento de temor e reverência para com o poder das palavras. Se trata de umas das formas de artes mais antigas da humanidade. Ler poesia aguça as habilidades de linguagem e desenvolve a eloquência.