5 minute read

Ética

Next Article
Cultura indígena

Cultura indígena

psicológico, mas a escrita se tornou meu espaço de organização das questões que me afetavam”, diz Gina. O olhar de Creusa impactou tanto Gina que ela mudou sua perspectiva sobre si e ganhou confiança. Concluiu que a coisa mais importante que um adulto poderia fazer na vida era marcar uma criança como Creusa havia lhe marcado. Passou, então, a sonhar em ser professora.

Fonte: Think Olga.Disponível em: http://thinkolga.com/2016/10/06/professora-que-ensina-o-que-e-inspiracao/. Acesso em: 27 nov. 2016.

Advertisement

O que é ética?

O termo “ética” deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa) e é usado para definir um conjunto de valores morais e princípios que regem o comportamento do homem que vive em sociedade. Na teoria, a ética permite que haja um equilíbrio entre as pessoas, de forma que ninguém seja prejudicado. Segundo o teólogo Leonardo Boff, no grego existem duas formas e dois significados para o termo: um com a letra “e” em tamanho pequeno; e outro com épsilon, ou o “E” em tamanho grande. Assim, o ethos com o “e” pequeno significa a morada, o abrigo permanente, seja dos animais (estábulo) seja dos seres humanos (casa); com o “E” grande, ou o épsilon em grego, significa os costumes ou o conjunto de valores e hábitos consagrados pela tradição cultural de um povo. Ou seja, podemos entender que a ética é construída por meio dos valores culturais e históricos de uma sociedade. Ética também é o nome dado ao segmento da filosofia que se dedica aos assuntos morais. Dessa forma, ela é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos, está relacionada à justiça social, sem, entretanto, ser um código de leis. Cada sociedade e/ou cada grupo, possui seu próprio código de ética. Por exemplo: no Código Penal Brasileiro não existe nenhuma lei que nos proíba de faltar ao respeito com outra pessoa. No entanto, quando isso acontece estamos ferindo o código de ética. Outro exemplo: no nosso país existem leis específicas para os idosos, como assento preferencial no transporte público; em alguns outros países, como o Japão, isso não é necessário porque, culturalmente, eles já têm um respeito tão grande pelas pessoas mais velhas que esse comportamento é natural e sempre que um idoso entra no transporte público alguém, imediatamente, levanta para dar lugar para ele. Conseguiram compreender? Pois bem, além da conduta ética de cada país, estado ou cidade, existem os códigos de grupos específicos. Nessa subdivisão, podemos citar a ética médica, a ética profissional, a ética empresarial, a ética educacional, a ética esportiva, a ética jornalística, a ética política etc. Ultimamente, temos ouvido muito falar em “antiética” que é a conduta de quem não segue a ética do seu grupo ou sociedade. Vamos a mais um exemplo: pelo código de ética da medicina, um médico não pode contar a ninguém o que um determinado paciente possui, exceto se for alguém da família ou de sua equipe, que irá ministrar os cuidados necessários a ele. Os advogados também tem seu próprio código de ética que estabelece, entre outras regras, que as informações colhidas com um cliente só poderão ser reveladas quando ele autorizar, sendo que o contrário é uma ação antiética.

Biblioteca

Histórias sobre Ética – Coleção para Gostar de Ler

Autores: Machado de Assis, Moacyr Scliar, Lygia Fagundes Telles, Álvaro Cardoso Gomes, Artur Azevedo, Guido Fidelis, Katherine Mansfi eld, Jean de La Fontaine, Lima Barreto, Lourenço Diaféria e Voltaire. Editora: Ática Editora Comuns a qualquer época e lugar, os dilemas éticos estão presentes em todas as sociedades. Suas nuances, porém, não são poucas: variam conforme o período, o povo e a cultura. A literatura, portanto, é terreno fértil para o debate e o questionamento desses elementos tão próprios dos humanos. Ética e consciência estão sempre em pauta nas grandes obras. Selecionadas por Marisa Lajolo, as obras desta coletânea são trabalhos exemplares na exploração da ética em seus diversos aspectos. As narrativas trazem personagens frente as mais variadas situações, como a do forte se sobrepondo ao fraco, a oposição entre honestidade e vantagem, a conformidade e aceitação de valores sociais impregnados de preconceitos, entre outros.

Ética social

O tema da ética é amplo. Ao longo dos séculos, vários pensadores se dedicaram a estudá-la e a subdividi-la em tipos, para que pudéssemos a compreender melhor. Assim, podemos classifi cá-la em: Ética moral: signifi ca respeitar os costumes, as escolhas, o modo de viver, enfi m a vida. • Ética ambiental: é saber preservar o meio ambiente e os recursos naturais existentes. • Ética política: é preservar os direitos individuais e coletivos de todos. • Ética social: representa os deveres do homem em relação aos seus semelhantes. • Ética profi ssional: é cumprir com os deveres em seu ambiente de trabalho e com a sua profi ssão. O fi lósofo, professor, educador e escritor brasileiro Mário Sérgio Cortella defi ne a ética como “o conjunto de valores e princípios que eu e você usamos para decidir as três grandes questões da vida, que são: “Quero – Devo – Posso”. De forma bem simples, para entender o que ele quer dizer, o fi lósofo nos pergunta: “Quais são os princípios que usamos em nossas vidas”? E responde: • Existem coisas que eu quero, mas não devo. • Existem coisas que eu devo, mas não posso. • Existem coisas que eu posso, mas não quero.

Vamos a um exemplo prático do que isso quer dizer, para isso, reflita sobre a seguinte situação: “Minha irmã comprou uma blusa nova”. Eu quero usar a blusa pra sair, mas não devo fazer isso porque a blusa não é minha; Ah, acho que devo fazer isso porque ela sempre pega minhas roupas, mas acho que não posso porque não seria correto; Sim, eu posso fazer isso, ela nem se daria conta, mas não quero porque não estou sendo ética. Dessa maneira, Cortella nos ensina que ser ético é mais ou menos como ter “paz de espírito”. E isso só acontece quando aquilo que queremos é o que podemos e o que devemos fazer. Ele também nos ensina que a ética é definida pelos exemplos, pelos modos e pela sociedade, por meio dos princípios que vão sendo estabelecidos. Como exemplo, Cortella lembra que “há vinte anos, num auditório, algumas pessoas fumariam e outras não. Há dez anos haveria uma placa: ‘É proibido fumar’. Hoje, não é mais preciso nenhuma imposição, ninguém fuma por senso comum. Às vezes, isso surge como norma. Quando o cinto de segurança passou a ser obrigatório no Brasil, havia gente que até vestia a camisa do time de futebol Vasco da Gama (que é branca com uma faixa transversal preta) só para enganar o agente da lei, tal a má vontade em obedecer a essa normatização. Hoje, todo mundo entra no carro e automaticamente coloca a faixa, sem nem se lembrar da multa. – Isso significa que a ética vai se construindo”. 40

This article is from: