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O papel das escolas na superação do preconceito

Por sua história ter sido construída em meio a sobreposições políticas, econômicas e étnicas, o Brasil é um país muito rico em pluralidade cultural. Formado pela diversidade de grupos sociais, com comportamentos, ascendências, hábitos e costumes distintos, a consciência de coletividade e o entendimento da multiplicidade humana já deveria fazer parte de nós, desde as nossas primeiras interpretações sobre o mundo.

A sociedade molda, dentro de diferentes grupos sociais, conceitos distorcidos que interferem na percepção da realidade em pessoas ainda bem jovens, criando estereótipos. Por isso, não só na escola, mas também em todos os ambientes sociais, como em reuniões de família e de amigos e no ambiente de trabalho, a conscientização da ética e da luta contra o preconceito deve estar presente e ser constante.

Efeitos do bullying na distorção de identidades

Padrões sociais são estabelecidos pela sociedade desde o início da História humana, mas os efeitos que suas imposições podem provocar são graves e devem ser expostos. Quem não se enquadra nos “conceitos de normalidade” é reconhecido com estranhamento e inferioridade, perdendo até mesmo o direito de viver sua própria identidade.

A intolerância e a discriminação geram con itos e violência não só externos, como também internos. Dados do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística

(IBGE) mostram que 23% dos estudantes brasileiros foram vítimas de bullying nas escolas.

Os preconceitos raciais, sociais, religiosos, de orientação sexual, linguísticos e de gênero causam danos físicos e mentais di cilmente reparáveis. Depressão, ansiedade, baixa autoestima e tentativas de suicídio são exemplos do porquê isso se tornou um problema de saúde pública.

Padrões sociais são estabelecidos pela sociedade desde o início da História humana, mas os efeitos que suas imposições podem provocar são graves e devem ser expostos.

Escola em exercício da cidadania

As instituições de ensino são ambientes ideais para debates, rodas de conversas, dinâmicas, seminários e brincadeiras que ensinam sobre moralidade, ética, cidadania, justiça, solidariedade, inclusão e respeito de maneira leve e divertida, que passe longe da imposição, transformando-se em uma oportunidade de re exão que se conecte com a personalidade de cada aluno.

Viver em sociedade signi ca viver em conjunto e harmonia, prezando pela solidariedade, e é parte do currículo escolar agregar valores durante atividades em sala de aula, que orientam sobre nossos deveres, como cidadãos diversos, em prol da dignidade humana, propagando a valorização, a tolerância e o respeito mútuo diante das diferenças.

Vamos conhecer algumas ideias para que as aulas sejam atrativas e promovam o reconhecimento harmonioso das qualidades do ser humano. Contudo, lembre-se: é preciso que o professor se coloque no papel de aprendiz, junto aos estudantes, para que, juntos, construam as diretrizes que serão indicadas.

Estimulando a responsabilidade social

Vamos propagar o respeito, a empatia e a responsabilidade social encorajando diretrizes fundamentais?

Na sala de aula, o estímulo às perspectivas do raciocínio lógico, linguístico, artístico e espacial, entre outras, não devem ser as únicas lecionadas. É necessário, por exemplo, despertar a autonomia do aluno, bem como as capacidades de diálogo, convivência e tolerância, a luta pela igualdade de direitos e a participação social para, depois, cada um representar seu papel como ser humano.

Juntos na luta contra o preconceito dentro e fora do ambiente escolar!

Livro informativo contra a intolerância

Há forma melhor de aprender do que com literatura e livros informativos? Os livros constituem um papel importante ao instigar análises críticas e re exivas sobre nós mesmos e nossa relação com o mundo. Então, vamos usá-los para combater o preconceito em sala de aula? Uma dica especial é a obra “Racista, eu? – Afrobrasilidades e a luta antirracista”, escrita por Silvia Panazzo, Cristina Astol e Flavia Natércia. Dividida em sete trilhas, o livro retrata temas como racismo estrutural, branquitude, negritude e colorismo, hierarquias raciais, faces do preconceito, desigualdades sociais e raciais, provocando no leitor a consciência de luta pela transformação social e desconstrução do racismo para que, além de não sermos racistas, nos tornemos antirracistas. Trata-se de uma leitura extraordinária e indispensável nos dias de hoje.