3 minute read

A importância da Educação Básica na formação escolar

Você sabe o que é a Educação Básica? A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) a rma que essa etapa básica é obrigatória para todos os brasileiros a partir dos quatro anos de idade. É um direito que deve ser garantido a todo cidadão e consiste em três etapas: a Educação Infantil (entre 0 e 5 anos de idade), o Ensino Fundamental (dos 6 aos 14) e o Ensino Médio (dos 15 aos 17 anos).

Por ser obrigatória e fundamental para a formação de todo brasileiro, seria esperado que a educação de base fosse prioridade para o país. No entanto, a realidade difere muito desse raciocínio. Por exemplo, nos últimos anos, o Brasil não tem conseguido alcançar as metas estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os Anos Finais do Ensino Fundamental, que, por sua vez, são essenciais no preparo para o Ensino Médio. Isso indica a necessidade de revisão das políticas educacionais para implementar melhorias no sistema educacional como um todo.

Diante desse cenário, há quem diga que o ensino já foi muito bom por aqui, com mais investimento por parte do poder público. Porém, é realmente possível a rmar que a educação brasileira já foi melhor do que a atual?

Saudosismo?

Quem nunca ouviu a frase “no meu tempo a escola não era assim”, que atire a primeira pedra. Por vezes, há a crença, geralmente propagada por pessoas mais velhas, de que a educação de antigamente era mais rigorosa e e caz do que a atual. Mas será que isso é verdade?

Sobre o assunto, a professora Sueli Cain de Oliveira a rma que não é possível dizer que o ensino básico de antigamente era mais completo e exigente do que o atual, porém era, sim, mais apropriado ao período. “Por volta do ano de 1960, por exemplo, quando as pessoas que, atualmente, têm 60 anos estudavam, não havia meios para chegar às informações a não ser pela escola, que tinha o professor como o detentor do conhecimento, e, por esse motivo, criou-se a falsa ideia de que a escola era mais exigente e e caz, visto que o que era considerado e ciente era o acúmulo de informações”.

A professora, que é formada em Letras, Pós-graduada em Língua Portuguesa, Especialista em Educação e Mestre em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP), completa, dando um panorama do que mudou de lá para cá: “Hoje, os estudos e a experiência nos mostram que ter muita informação e não saber aplicá-la não é e ciente, mas desenvolver competências para saber aplicar conhecimentos na resolução de problemas, sim. Portanto, não podemos dizer que o investimento na educação era maior do que atualmente; são épocas diferentes que devem ser analisadas de formas diferentes”.

A desigualdade social na educação

Outra di culdade que atrapalha o ensino, mas que já é conhecida de longa data, é a desigualdade social, que afeta diretamente estudantes da Educação Básica até o Ensino Superior.

A condição foi ainda mais agravada pela pandemia da Covid-19, quando os professores se viram obrigados a se adaptarem, de uma hora para outra, a um novo que nos permite replanejar e direcionar o caminho. Parece utópico quando falamos de escola pública, mas já presenciei, nos meus 45 anos na Educação, ações de escolas públicas para recuperar alunos em defasagem. Começaria com uma avaliação, para que pudessem ter dados su cientes para saber onde e como agir, e, em seguida, montaria um plano de ação com metas e períodos para reavaliar esses alunos. Além disso, as metodologias devem ser mais adequadas à faixa etária e mais próximas à realidade dos alunos. Uma escola desconectada com os alunos os afasta, [e] não só em época de pandemia”.

Como os pais e responsáveis podem auxiliar nessa tarefa modelo de ensino – e muitos deles ainda sem contar com qualquer tipo de capacitação prévia. Os alunos também precisaram enfrentar os desa os de aprender à distância, lidando com a escassez de recursos como internet de qualidade, espaço apropriado para o estudo, dispositivos em que pudessem acompanhar as aulas e até perdas essenciais na família.

A leitura também tem um papel muito importante para a formação escolar como um todo. Os pais e familiares, se tiverem condições, podem e devem ajudar a criança, acompanhando-a em leituras com perguntas (primeiramente, de compreensão), para que identi que o tema discutido, e, depois, sobre o texto em si.

Então, como recuperar esses estudantes e o que é possível fazer pela educação com essa conjuntura?

Para Sueli, ainda existe luz no m do túnel. “A tecnologia ajuda nestes momentos, nos mostrando onde se encontram as defasagens, por meio de relatórios, o

Para Penélope Martins, formada e Pós-graduada em Direito, autora e consultora em leitura literária da Editora do Brasil, instigar a leitura e o conhecimento é uma parte essencial para o projeto de aprendizagem: “Todas as pessoas buscam aprender para viver melhor, é uma condição para nossa sobrevivência. Uma escola não vai oferecer o aconchego do lar, por melhor que ela seja, tampouco vai conseguir suprir necessidades de vínculos parentais e de origem. Família, escola e comunidade precisam agir em conjunto, com diálogo franco e honesto, para ampliar toda a potência do desenvolvimento humano. Tudo isso é educação. Precisamos de todos para nos educarmos em prol da sociedade justa que queremos. E eu creio que a maioria deseja que assim seja”.