2º SARAU PEDAGÓGICO DOS ANOS INICIAIS - JUNHO DE 2021

2º Sarau Pedagógico s i a i c i n I s o n A dos

Histórias e Memórias Equipe EFAI Diretoria de Ensino - Região Sul 3

Sumário A Equipe EFAI

p. 05

Os Saraus nos Anos Iniciais

p. 08

Um Sarau, muitas histórias e memórias

p. 11

Professores autores

p. 14

Rotina na pandemia

p. 15

O pássaro no telhado

p. 16

Meu caixote

p. 17

Gente sofrida

p. 20

Memórias de um recomeço

p. 22

A cor do olhar que fala

p. 26

Saudades

p. 28

Inspirações e rabiscos

p. 30

Busca

p. 31

O que o vento levou?

p. 33

Família - bem maior

p. 34

Memórias de uma coordenadora Vivemos....

Escola da gente Professores leitores

p. 36 p. 38 p. 40 p. 41

A chegada

p. 43

Um passeio com os avós

p. 44

Textos diversos Agradecimentos

p. 46 p. 48

Eu me assento na sombra da memória e deixo meu pensamento pensar sem limites.

Minha memória desconhece as fronteiras por ignorar seu tamanho.

Viajo sem passaporte para depois de mim, para dentro de mim, para além do sonho.

Bartolomeu Campos de Queiroz

A EQUIPE EFAI QUEM É A EQUIPE

A Equipe EFAI Quem é a Equipe e onde atua

A Equipe EFAI atua, sob a condução da dirigente regional de ensino Eonice Domingos da Silva, na Diretoria de Ensino - Região Sul 3.

A Equipe é composta pela supervisora Gislaine dos Santos Rodrigues Cucumazzo, pelos PCNP Elenilson Lopes, responsável pelas formações de Matemática; Sílvia Cleto, responsável pela formações de Gestão e Língua Portuguesa e apoio aos demais PCNP; Sueli Bou Anni, responsável pelas formações de Sociedade e Natureza e Edilian Arrais, responsável pelas formações de Língua Portuguesa.

A atuação da Equipe EFAI se dá na formação e acompanhamento dos docentes e professores coordenadores das 63 unidades escolares, que atendem aos Anos Iniciais, da Diretoria de Ensino - Região Sul 3.

Página 5

APRESENTAÇÃO DO SARAU ONDE TUDO COMEÇOU

Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais!

Casimiro de Abreu

Os Saraus nos Anos Iniciais O início da realização do Sarau pela Equipe EFAI da Diretoria de Ensino - Região Sul 3

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, memória é “aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas; lembrança, reminiscência”. E, quando buscamos a palavra no plural - memórias, o dicionário nos apresenta ainda um outro sentido - “relato que alguém faz, muitas vezes na forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular”.

Por falar em memórias, vamos rememorar o percurso do Sarau nos Anos Iniciais na Diretoria de Ensino - Região Sul 3?

No ano de 2020, a Equipe EFAI idealizou e realizou, com grande alegria, dois Saraus. O primeiro ocorreu em junho e foi um convite aos docentes e professores coordenadores dos Anos Iniciais para refletirem sobre as práticas pedagógicas que envolvem os gêneros literários que circulam na escola em distintos espaços e tempos formativos (durante as ATPC e também em sala de aula).

Essa experiência contou com a participação das 63 escolas de Anos Iniciais, das quais 43 unidades desafiadas pela beleza e potência da leitura, literatura e da arte, durante os três dias do Sarau Literário Virtual, realizaram saraus nas ATPC e/ou com os alunos. Acreditamos que outras escolas também tenham vivenciado este momento, sem contudo compartilhar conosco, a exemplo das escolas que atendem aos Anos Finais e o Ensino Médio.

No segundo momento, em novembro 2020, a Equipe EFAI desafiou os diretores, vice-diretores e, mais uma vez, os professores coordenadores de Anos Iniciais, bem os PCNP do Núcleo Pedagógico para o 1º Sarau Pedagógico dos Anos Iniciais.

E cá estamos nós, na nossa 2ª edição do Sarau Pedagógico dos Anos Iniciais com o propósito de ampliar os sentidos e os significados que a leitura, a literatura, a arte, as histórias e as memórias têm no espaço escolar, tanto para os alunos quanto para os docentes e para os professores coordenadores. É um convite a rememorar, recontar, reviver histórias e memórias.

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UM SARAU MUITAS HISTÓRIAS E MEMÓRIAS

O olho vê, a lembrança revê e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo.

Manoel de Barros

Um Sarau, muitas histórias e memórias Construindo histórias e memórias em 2021

O 2º Sarau Pedagógico dos Anos Iniciais ocorreu nos dias 23, 24 e 25 de junho de 2021, às 10h00, via plataforma YouTube.

As inscrições foram destinadas exclusivamente aos docentes e professores coordenadores de Anos Iniciais, mas a apreciação estava aberta a todos quantos desejassem participar como ouvintes.

Além das apresentações, sempre emocionantes, dos nossos docentes e professores coordenadores, estiveram conosco Ivani Magalhães, Nádia Opalinski e João do Couto. Os três, profissionais engajados com a Educação e com o universo fantástico da leitura e da literatura, nos brindaram com seus contos e encantos.

Vamos rememorar os três dias incríveis do Sarau? Para ver ou rever, se encantar e se animar para estar conosco no nosso próximo Sarau acesse o link https://linktr.ee/efaidiretoriasul3.

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PROFESSORES AUTORES S A VOZ AUTORAL DOS DOCENTES E DO PROFESSORES COORDENADORES

As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão.

Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão!

Carlos Drummond de Andrade

Professores autores A voz autoral dos docentes e professores coordenadores dos Anos Iniciais da Diretoria de Ensino - Região Sul 3

Há preocupação constante em relação à produção escrita dos nossos alunos.

Tanto os professores coordenadores quanto os docentes se esforçam no cotidiano escolar para que os estudantes mantenham uma relação próxima e permanente com a escrita. É incomum encontrarmos um trabalho que estimule e valorize a escrita do docente ou mesmo do professor coordenador, exceto quando tratamos dos registros documentais da atividade docente e/ou pedagógica (diários, pautas, rotinas etc.).

A docência passa necessariamente pelo exercício, por vezes árduo, por vezes prazeroso, da leitura e da escrita. Para dar conta de ensinar a ler e escrever é importante que o professor seja leitor e que ouse a ir além dos registros documentais exigidos no contexto escolar.

O professor que lê e que escreve e que não apenas exige a leitura e a escrita dos seus alunos sempre será um profissional diferenciado.

Uma grata surpresa nesta 2ª edição do Sarau Pedagógico foi a presença significativa de textos autorais. Todos eles carregados de potência, de significado, de histórias e de memórias produzidos pelos docentes e pelos professores coordenadores.

Neste livro compartilhamos com vocês as riquezas e a beleza dos textos dos nossos professores-autores/autores-professores dos Anos Iniciais.

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Rotina na pandemia Profa. Rosana Barbosa dos Santos Guimarães EE Padre Francisco João de Azevedo

Acorda!

Rotina de casa, roupa pra lavar, quintal pra limpar... leva cachorro para passear...

Pronto!

Tudo em seu lugar!

Corre hora de almoçar!

Atividades para corrigir, aulas on-line no ar, Dúvidas do aluno tenho que tirar...

Relatórios para SED tenho que enviar!!!

Pronto!

Segundo tempo com tudo em seu lugar!

Acabou... Nããããããão!

Janta para preparar, filha para conversar e Marido começa a reclamar Aiaiaiai...

Que loucura a minha rotina na pandemia!

Mas uma coisa vou te falar E te alertar!

Ficou claro que tudo que temos E tudo que passamos É para valorizar!!!

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O pássaro no telhado Professora coordenadora Adriana Moreno EE Professora Neiva de Lourdes Andrade

A casa pequena Com cômodos pequenos.

Três irmãs pequenas Com uma treliche grande.

De manhã, eu via a sombra de um pássaro no telhado Retirando fibras daquela telha clara para fazer seu ninho.

Não sei, mas era muito intrigante.

Quando terminava o dia, eu ia dormir e ficava pensando: Será que o pássaro vai aparecer?

Só saia da cama quando via o pequeno pássaro no telhado descer.

Ele chegava e tirava as fibras que precisava Para o seu ninho formar.

Eu ali esperava e observava como isso iria acabar.

Um pequeno pássaro que todos os dias estava ali Para a matéria prima do seu ninho pegar.

E eu ali olhava todos os dias o pássaro as fibras retirar.

E é assim que eu vejo algumas memórias da minha infância Uma delas é este pássaro que todos os dias me acordava Com o barulho do seu bico na telha Retirando fibras para fazer o seu ninho.

Tenho sempre essa lembrança com muito carinho.

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Meu caixote Profa. Eliana dos Santos Souza EE Ayrton Senna da Silva

Super fantástico, amigo Que bom estar contigo, no nosso balão E esse é o ingresso imediato para um tempo ou talvez um lugar Que não retorna mais Mas ficou e volta Volta...

Um toc, toc na porta Que pede a minha mãe dona Maria Pra deixar eu sair pra brincar E de novo ouço...

Ela só vai sair depois que fizer o dever e me ajudar Mãe, já fiz tudo Agora posso ir?

E diante de um sim Eu pulava toda faceira De repente eu congelava Ih! Qual será a brincadeira?

Mãe, vou lá na casa dois Perguntar para a Martinha Do que vamos brincar Tomará que seja de casinha Com tudo juntado em meu caixote E de vestido florido Chinelo de dedo Cada tira de uma cor Canela fininha E coração aquecido Eu seguia depressa pelo corredor Em círculo No quintal da frente Um novo mundo surgia Junto com Martinha Outras meninas do quintal Montavam suas casinhas Página 17

Profa. Eliana dos Santos Souza EE Ayrton Senna da Silva

Eu tombava o meu caixote Panelinhas e bonecas caiam Eu levanta o meu caixote Minha casinha completa surgia Lá estava a sala O quarto Outro quarto Banheiro e cozinha Tudo feito e decorado Com os encartes das Casas Bahia Móveis escolhidos Cortados e colados Cada um no seu espaço Tudo organizado No fogão As panelinhas Que ganhei na sacolinha surpresa Na festa de uma amiguinha A gente se divertia Juntas, mas cada uma a sua maneira Tinha casinha que o armário Era maior que a minha casinha inteira Cheia de imaginação, criatividade e amizade Acontecia nossa brincadeira Quando a tarde caía O grito de uma mãe surgia A gente juntava as coisas Já pensando como seria A brincadeira do próximo dia

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Profa. Eliana dos Santos Souza EE Ayrton Senna da Silva

Pra dentro “eu entrava” E a rotina acontecia Guardava meu caixote debaixo do beliche E para o banho correria Depois voltava para o beliche Enquanto o lanchinho da tarde minha mãe fazia O cheirinho do óleo fritando o bolinho de chuva me envolvia Ah, açúcar com canela era o gosto do meu dia E debaixo de mim estava Um mundo que eu não sabia Que jamais esqueceria.

Constantemente ele aparece Em um caixote de feira livre Ou no verso da canção...

Que fala em viajar Em um mágico balão.

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Gente sofrida Profa. Mirian Teobaldo Correa dos Santos EE Professora Maria Juvenal Homem de Mello

Salve, salve, minha gente, gente sofrida e carente.

Carente daquele abraço, e do seu aluno presente!

Presente talvez on-line, se quiser, que se contente.

Espera com ansiedade, mas só vê a turma ausente!

Olha no seu WhatsApp, nenhum reclamão de repente.

Professora está difícil, essa lição diferente!

Seria bem mais fácil, ensinar para aquele.

Que com atenção ouvisse, o áudio decorrente!

Remotas, mas planejadas, trabalho sem igual.

Fazendo com atenção, para ilustrar geral!

Colegas sei como se sentem, pois isso é diferente.

De tudo que já fizemos, para fazer brotar uma semente!

Semente é o aprendizado, que cresce livremente.

Alegra o coração do pequeno, e para isso somos persistentes.

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Profa. Mirian Teobaldo Correa dos Santos EE Professora Maria Juvenal Homem de Mello

Cobrança por toda parte, Sistema, responsáveis e parentes.

Assim seguimos em frente, Mantendo dedicação constantemente!

Somos vitoriosas, por jamais desistirmos.

De ajudar aquele, que espera o melhor de nós, Nesse ano vigente!

A todos da Educação, peço com emoção.

As bênçãos divinas, e proteção para suas vidas!

Página 21

Memórias de um recomeço Profa. Sara Assunção Vieira EE Professora Neiva de Lourdes Andrade

O tempo, ah o tempo, sempre o tempo Me roubou de mim E me deixou assim Um ser Sem sentir, sem rir Quase no fim Mas a fim De um recomeço Desde o início Sem previsão de fim.

O recomeço são as memórias Que vivem dentro de mim São tantas, Tão belas Fortes, presentes...

Algumas ausentes Sumiram em mim, Mas sei que estão lá Num canto secreto, memórias de mim, Esperando o tempo.

Sentir!

Memórias dentro de mim Latejam, ardem forte, Me fazem sentir.

O passado em mim Se faz presente sim Me vejo nova, recriada, inspirada Renovada, em mim.

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Profa. Sara Assunção Vieira EE Professora Neiva de Lourdes Andrade

E o que me faz me sentir assim?

O que vivi!

Nada foi em vão Todo sofrimento, dor e amor Me formou, tem me formado Me guiado e me iluminado.

E agora estou assim...

Pronta? Para o recomeço.

Todo dia, até o fim!

Três imagens de mim Marcaram meu ser e o meu viver.

Fecho os olhos e me vejo menina Primeiro ano, com medo... não sei ler!

Vem uma santa, sorri, me vê.

As letras se encaixam, a luz acende E o mundo muda.

Aprendi a ler!

Sigo em frente: novos desafios Novos medos, dificuldades, dúvidas, timidez Pequenez.

A vida segue, insensatez!

Depois, por sorte, me lembro forte Feliz Adolescente, sonho sem fim!

O mundo ao meu alcance E me dizem assim: Viva, siga, cante e dance.

E a vida dura me diz: Trabalhe, não descanse Estude, se esforce, trabalhe E estude, não descanse

Página 23

Profa. Sara Assunção Vieira EE Professora Neiva de Lourdes Andrade

A vida é dura Mas, siga Alcance, plante Semeie Dentro de si, uma linda flor Que no futuro te fará sorrir Te trará bons frutos E quem sabe lindos colibris?

Oh menina tonta O sonho está em ti!

Siga até o fim!

Tanto tempo passou ...

Menina, moça, mulher, professora, mãe...

Fui menina feliz Uma moça calada Mulher de repente, sem saber de nada.

Nasci como professora e me vi tão feliz.

Fui mãe três vezes! Meus tesouros.

Todos raros, lindos! Claro!

Ainda sou mãe e feliz Amor, esperança, medo, amor... feliz!

E as professoras que habitam em mim?

Estas te digo, também se manifestam São três, confesso: Menina Mulher Mãe.

Página 24

Profa. Sara Assunção Vieira EE Professora Neiva de Lourdes Andrade

Professora menina sonhou tanto Se iludiu, brincou , ensinou E aprendeu Com a leveza da vida.

Professora mulher ficou séria Cantou, amou Ensinou sério Mas não largou o ar de mistério.

E a professora mãe , Quando nasceu?

Quando meu filho leu!

Quando ele aprendeu!

Quando senti na pele O valor de quem ensina...

Me rebaixei de professora À mãe encantada, Descabelada, Sem saber de nada!

E pensei...

Vou mudar minha aula!

Rever, retomar, ajustar Modelar com calma.

Novo olhar Menos pedagogia Mais alma É o que vale e acalma!

Página 25

A cor do olhar que fala PROATEC Emanuel José Luiz Santos EE Professora Neiva de Lourdes Andrade

Era meado de 2017, era para ser só mais um desembarque, mais um dia, mais um fim de jornada em minha carreira como comissário de voo. Corpo pesado, pálpebras caídas e inchadas pela pressurização da aeronave, 4 horas ininterruptas enclausurado e com a obrigação de dar segurança e conforto a 220 pessoas que chegaram, enfim, a Santiago, capital do Chile.

E lá vou eu, como rotineiramente fazia, com uniforme impecável, pescoço em riste e sorriso discreto, carregando minha mala e os olhares atentos e curiosos de sempre do povo andino.

Nenhuma novidade pelos corredores do desembarque desse aeroporto de sempre, nada de diferente então caminho suave e monotonamente, mas ao mesmo tempo ansioso pelo meu descanso.

Espera, mas que olhares são esses? Tão diferentes dos outros, mas iguais ao meu.

Não teve como não corresponder, não teve como não me identificar, não teve como não me reconhecer naquela gente” desconhecida” e por mais que não falássemos a mesma língua, nunca uma mensagem foi tão clara!

- Que bom te ver aí, do “outro lado”!

Eu então respondi: - “Eu serei a sua imagem, a sua força e a sua voz com orgulho e não vou parar até que todos vocês também estejam aqui.”

Nenhuma dessas frases foi de fato verbalizada, foi tudo através do brilho dos olhos e do sorriso fácil em nosso semblante.

Um encontro de olhares e sorrisos tão emocionados que começaram a bater seus punhos fechados no peito, nossos olhos marejaram e foi inevitável, desviei minha rota, deixei de caminhar um instante junto com meus companheiros de trabalho e nos abraçamos. Um abraço literalmente ancestral. Fotos para a posteridade, palavras de idiomas desconhecidos para ambos os lados de um diálogo que se bastou sem linguagem falada, afinal de contas eu não entendo nada de creole ou francês e eles tampouco sabem uma única palavra em português.

Página 26

PROATEC Emanuel José Luiz Santos EE Professora Neiva de Lourdes Andrade

Para que essa lembrança faça sentido ao ser contada, tenho que reiterar alguns aspectos do local, da situação e das pessoas.

As pessoas “desconhecidas” que encontrei no aeroporto, eram haitianos, povo imigrante preto, afrodescendente e originário de um país devastado pela colonização francesa escravocrata. Estavam ali esperando outros que também fugiam do caos e da fome de seu país de origem.

O Chile é um país andino, cuja população é composta em sua quase totalidade pelos indígenas, e boa parte de miscigenados pela colonização espanhola, tom de pele caucasiano.

E o cargo de comissário de voo, mesmo sendo numa empresa aérea do Brasil, segue regras de tendências 100% eurocentradas, traje, imagem, conduta dita comedida e que exige conhecimento de idiomas estrangeiros entre tantos outros conhecimentos de acesso, quase que totalmente privilegiados.

Todos esses aspectos têm algo em comum. Um apartheid invisível aos olhos, mas que a pele sente, a nossa pele que arde e dói. Quando um de nós ultrapassa essa barreira, é como se fosse um pouquinho de um todo onde cada um de nós pudesse sentir como é poder ocupar o lugar que nos foi “proibido” de ocupar.

O sistema nos cala, mas nossos olhares sempre gritam por justiça!

Página 27

Saudades Profa. Risomar Fernandes Dantas EE General do Exército Vicente de Paulo Dale Coutinho

Diante da pandemia Que de surpresa nos pegou Nos fez nos sentir perdidos E dar aula naquele momento Tornou-se um pavor.

Mas tudo foi se ajeitando E aos poucos fomos nos adaptando As crianças uma a uma foram chegando E o trabalho no seu dia a dia brilhando.

E foi aí que o peito doeu de verdade Veio a tona a dor da saudade Que nos fez valorizar Pequenas ações que antes não parávamos pra observar.

Saudades do barulho da escola Das crianças indo e vindo sem demora Dos alunos conversando, perguntando E do conteúdo explicando.

Saudades dos colegas e reuniões Até dos assuntos chatos e opiniões Saudades das paredes da escola Das mãos das crianças sujas de cola De toda equipe escolar E da meninada a brincar.

Saudades até do sinal do recreio Das filas , das músicas De tudo em nosso meio.

Página 28

Profa. Risomar Fernandes Dantas EE General do Exército Vicente de Paulo Dale Coutinho

Enlaçados nessa saudade Vamos orar pra tudo passar E novamente poder abraçar Um carinho poder ofertar E bem de perto voltar a falar.

Quando tudo passar Dessa saudade vou me lembrar Com mais amor vou lecionar Com mais paixão planejar Com muita vontade alfabetizar.

Quando a saudade não mais existir E tudo isso passar Quero ver os olhos das crianças brilhando Sentir seu coração palpitando E com amor as lições realizando.

Metas de aprendizagens planejando Dificuldades passo a passo superando Novas sementinhas plantando Para que no dia a dia o conhecimento Vá germinando.

A saudade vai passar E tudo terá um novo olhar A magia da vida Iremos celebrar E o significado do AMOR Será AMAR. É com esse jeito singelo de escrever Que quero agradecer você Que parou pra escutar A mensagem que vim trazer.

Página 29

Inspirações e rabiscos Professor coordenador José da Silva Anchieta (Jucka Anchieta) EE Itiro Muto

Me rendo aos teus seus encantos E olhando profundamente Me emociono Como a cada momento Sendo a eternidade De não perceber O tempo passar Já não sei o que pensar Unicamente é de admirar Lugar de refúgio Imagem distante...um instante A hora não vai parar Não, não...

As coisas não param E são como deveriam Uma vez que olhar Também se encantará E a natureza com detalhes Às vezes despercebidos Mas tudo tão nítido Os ventos que sopram Refrescam esfriam Se é início se é fim Um momento de refletir Olhando assim ... amar o mar...

Página 30

Busca Profa. Eliana Aurora da Silva EE José Bento Renato Monteiro Lobato

Há uma busca constante em nossas vidas. Nessa busca, vasculhamos o nosso interior e tentamos achar o melhor dentro de nós. Através das lições da vida, tentamos tirar nota excelente e em meio aos erros e acertos é que somos lapidados.

Precisamos aprender com os erros e consertá-los. Sei que queremos mais acertar do que errar e que há perdas que são dolorosas. Queremos estar seguros, mas nem sempre será como almejamos.

Na vida, teremos novos desafios. Pequenos e grandes! E independentemente de qual seja a empreitada e os desafios, não podemos temer. Devemos enfrentá-los.

Diante dos conflitos e intempéries que nos ameaçam, podemos aprender e sobreviver.

Há crescimento. Há aprendizagem!

Juntando tudo: escolhas, mudanças, sentimentos, perdas, ganhos é que acumulamos conhecimentos e sabedoria. Às vezes, os turbilhões de pensamentos nos sobrevêm. Questionamentos, enfrentamentos querem tirar nossa paz! Desejamos uma luz no final do túnel!

Há momentos que somos como uma torre: resistente, forte, inabalável. Em outros, nos tornamos frágeis e leves, como uma palmeira.

A impressão é que qualquer vento nos levará embora. Há inércia, vulnerabilidade nessa hora. Por outro lado, a palmeira é forte! E comparados a essa palmeira, nós podemos quase ir ao chão. Mas, estamos bem plantados! Numa terra firme e próspera. Nos levantamos e encontramos força.

Nos agarramos rapidamente ao depósito de tantos outros momentos vividos.

Olhamos para trás e como num breve filme, enxergamos nossas pegadas, o quanto já andamos e avançamos. Então, parar? Jamais!

Essas insígnias são especiais, exclusivas. Tem o nosso nome e ainda que ninguém veja, nos sentimos realizados.

Essa força que encontramos dentro de nós, foge da lógica. É “divina”. Assim, eu creio.

Eu vejo! Viramos uma fera quando a malícia do tempo nos acorda.

Lutamos contra os atrevidos monstro sou tesouros indesejáveis.

Página 31

Profa. Eliana Aurora da Silva EE José Bento Renato Monteiro Lobato

Lutamos contra o pessimismo incrédulo, o desânimo, a falta de fé, sentimentos de incapacidade, medos... E por aí vai. Nossa chance nesses momentos “ momentos dos grandes desafios” é a agilidade mental.

Não somos ilimitados, mas encontramos a sensatez, a lucidez, a confiança, a determinação.

Daqui a algum tempo, lembraremos e diremos: “quantas lembranças, quantas recordações, quanta aprendizagem” . E teremos consciência de que não seremos mais os mesmos.

Estaremos mais experientes, mais resistentes.

Estaremos mais fortes!

Página 32

O que o vento levou?

Profa. Vanessa Cristina da Silva Lopes de Souza EE Professora Maria Luiza A. M. Roque Ilustração: Alek

A noite chegou A mulher acordou E se desesperou Um papel ela pegou Com a caneta rabiscou Depois escutou O que o vizinho cantou Logo levantou Pro filho ela olhou Que nem reparou O que o vizinho cantou O marido ela chamou E logo falou Que o vento soprou Mas ele não acordou O vento parou O gato miou Ninguém notou O que o vento levou

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Família - bem maior Professora coordenadora Manoela Bispo Santana EE Jeronymo Monteiro

Eita, minha gente se aprume!

Que minha história vou contar Não é muito diferente da sua Mas ainda assim vou lhe falar Tem conto de amor e dor E a testemunha é o luar Agora me diga você Se é difícil de entender Que de onde não nascia nada O amor havia de aparecer Porque onde se tem amor Tudo há de favorecer Minha história se inicia assim Com um começo e meio Mas não tem fim No sertãozinho lá do nordeste Ele não é Virgulino, mas é Rosalino Ela não é bonita, mas é Maria De meus avós vou lhe falar Com tanta dificuldade Resolveram se casar Dessa união frutos vão brotar Cinco sementinhas neste mundo a aflorar Com destino traçado para minha vida mudar O sonho de Rosalino é um menino Mas Rosa, Lina e Cida vieram para mudar Porque a vida é assim Quanto mais se quer, ela bota a esperar Vem a danada e te mostra Que o segredo é se acalmar

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Professora coordenadora Manoela Bispo Santana EE Jeronymo Monteiro

Foi com paciência que Marco nasceu Na quarta colheita o fruto fecundou Daquele amor verdadeiro e único apareceu Com muita alegria foi recebido Mas Maria sua mãe já entendia Que o anjo ao céu pertencia Os anos que ele nos deu Nos ensinou com alegria a viver Sua partida foi dolorosa, dura de aguentar Muitas lágrimas derramadas e corações a quebrar Pois Maria, sua mãe não conseguiu suportar Quem já viu coração exaurido se consertar?

Mas Rosalino era cabra forte Sua história foi escrita com luta Na lida da plantação e da colheita Dia após dia na labuta No calor do sol ardente Em um secador com os pés quentes Do trabalho não tinha medo Sempre teve a família a apoiar Mesmo depois de tantas dores Quatro meninas continuavam a lhe alicerçar E foi no amor de suas filhas Que encontrou forças para continuar Hoje Rosalino não está mais aqui Mas entre nós continua a existir A nós todos deixou seus ensinamentos E o maior deles foi a nunca desistir A vida é assim com amor e dor Com calma e paciência o importante é persistir.

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Memórias de uma coordenadora Professora Coordenadora Andresa Costa Alvarez Sousa (coautoria com a sua máe, Maria Aparecida Costa Alvarez) EE Professor Cândido de Oliveira

Minhas memórias vem à tona, mas sigo sempre em frente Sem esquecer minha infância feliz, pobre, incerta e carente.

Lembro-me de minha mãe; muito irreverente Sempre sonhando com a felicidade De ter a filha ingressando Numa grande Faculdade (Universidade).

Comecei também a sonhar e ver....

Que para o meu sonho virar realidade.

Quem diria que um dia, em meio a tanta Pandemia E em um poema de Cordel, o sonho que surgiu em meio à adversidade Hoje realizado com tanta dificuldade Aqui estou eu revendo memórias, que hoje se tornam realidade.

Mas, agora tudo mudou Até a sociedade.

E em tempos de Pandemia Um Sarau de Memórias assim surgia Em meio a tantas demandas, papéis, ações e reações Em uma era virtual onde tudo são emoções Os alunos, os pais, os responsáveis, os funcionários e professores Todos em uma eterna dramaturgia Para garantir a Educação em Ideologia.

Nova era Virtual O que era real passou muito depressa, Em pleno 2020 a ser muito banal Comemorações, multidões Abraços, festas, reuniões Transformados em tecnologias, há se desvendar E mais rápido o desconhecido conquistar.

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Professora Coordenadora Andresa Costa Alvarez Sousa (coautoria com a sua máe, Maria Aparecida Costa Alvarez) EE Professor Cândido de Oliveira

E, aqui venho em forma de Cordel Trazer as memórias de uma coordenadora, que não é um mel.

Mas que é muito fiel.

Do Cordel presencial ao virtual Da leitura ao Sarau Para tudo isso Acho que sonhar é antecipar a felicidade Então, prefiro sonhar com a cura da Covid-19 e um mundo de igualdade.

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Vivemos...

Profa. Marcilene Roberta Cavalheiro Sverzut EE Jeronymo Monteiro

Vivemos em um mundo repleto de novidades, onde as cores do arco-íris são infinitamente mais vivas e reais, que nos transportam para um lugar onde a fantasia nos levam a ter ideias mirabolantes para não deixar nenhum para trás.

Vivemos aprendendo que nas experiências de vida dos nossos pequenos o quanto somos privilegiados!! Essas vivências nos lançam aos desafios que nos possibilitam garantir um sorriso na vida de alguém... Num simples olhar ou no abraço de BOM DIA... temos infinitas possibilidades de fazer a diferença. Ainda, e muitas vezes sem perceber, podemos nos transformar na única saída de quem depende de nós!!

Vivemos além da arte de ensinar, mesmo quando as incertezas batem em nossa mente e o mundo parece perder suas esperanças.

Vivemos para nos renovar e buscar no universo a força que precisamos para continuar a caminhada. Nos reinventamos cotidianamente como num passe de mágica!!

Vivemos para vibrar com as tentativas diárias, para desafiar e ser desafiados.

Vivemos para ver surgir a escrita, os números, os cálculos, os rabiscos, o lúdico nas suas diferentes formas e realidades!!

Vivemos para transformar, motivar, construir, planejar, replanejar, acolher, chorar, rir, ter segurança e empatia.

Vivemos para transformar realidades em possiblidades. Buscamos um mundo mais humano, mais verdadeiro, mais digno e mais justo!!!!

Vivemos para ensinar que através do amor existe um mundo melhor e devemos multiplicar ...

Vivemos para dizer que somos e temos uma infinita capacidade de criar, mas que nada seríamos sem nossos protagonistas principais!!

Vivemos para dizer que ser educador é fazer parte dessa construção, não só de aprendizagens, mas muitas vezes e sem explicação de vida!!

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Profa. Marcilene Roberta Cavalheiro Sverzu EE Jeronymo Monteiro

Vivemos para sentir saudades: - É para copiar?

- É para deixar quantas linhas?

- É para entregar?

- Vai cair na avaliação?

- Por que a senhora nunca falta?

- Que dia é hoje? do barulho; das conversas; das interações entre os pares; da correria entre escolas; do abraço; do colo amigo quando também precisamos ou oferecemos; dos projetos comemorativos.

Vivemos para perceber que a falta de rotina, a ausência dos nossos pequenos e dos nos colegas de profissão fazem sentido à nossa existência enquanto profissionais que se dedicam ao trabalho de excelência e que ultrapassa os muros da Unidade Escolar.

Vivemos para dizer que nos orgulhamos do que nos tornamos e pela profissão que escolhemos. Temos o prazer de fazer parte da equipe E.E. JERONYMO MONTEIRO e de cada Família nela pertencente!!

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Escola da Gente Professora coordenadora Viviane Cristina Ferreira da Silva EE Calhim Manoel Abud

Escola da Gente Escola é lugar de Gente...

Gente que ri, gente que chora, gente que estuda e que namora, até de gente que se esconde atrás da cortina.

Gente que trabalha, e como trabalha...

Gente que Ama, como se não houvesse amanhã.

Lugar de gente que se aplica, que busca e questiona, e que mesmo assim as vezes se estrumbica.

Escola é lugar de gente tímida mas também de gente dada, gente de sorrisos largos e abraços acolhedores, de gente que vira Mãe de toda a gente que a frequenta.

Escola é lugar de gente que acha o Amor, que acha o Amigo irmão ou a Amiga-irmã.

Escola é lugar de gente que aprende a ler, e assim viaja por lugares desconhecidos, só por que abriu o livro.

Lugar de gente que Calcula e que conta... indo além da matemática ou da química, ou então da física... pois conta dela mesma.

Escola é lugar que encanta...e como encanta. É lugar que vibra, que deixa de ser cinza e que ganha muita cor... não somente a cor da tinta nos muros e nos chãos...mas ganha a cor de cada doce lembrança, que mesmo quando ruim é boa.

Escola é lugar de gente que com certeza já fica com saudade do que viveu em cada dia dentro dela... e que embora ainda nem tenha deixado ou tocado ela por outra, já é gente que está a morrer de saudades dessa escola da gente.

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PROFESSORES LEITORES Z A VOZ DE OUTROS AUTORES PELA VO DOS PROFESSORES E PROFESSORES COORDENADORES DOS ANOS INICIAIS

A vida não é a que a gente viveu e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.

Gabriel García Marquez

A chegada Autor: Gustavo Vieira Alves Leitora: Profa. Silvana Farias Alves EE Otoniel Assis de Holanda

Escuto teu coração Não descrevo o sentimento Você é menor que um grão Mas já é a vida acontecendo Tenho um mix de alegria Paixão, surpresa e euforia E quando vem a calmaria Noto que nem sei como te chamaria Você vai crescendo gostosinho Como um pão que assa lento Eu te admirando nesse forninho De ansiedade quase não aguento Dentro de outro ser você cresce De parasitinha eu te chamo Brincadeira que mais aquece O quanto eu te amo Descubro então que sexo terá Essa coisinha aí se mexendo Meu menino logo chegará A inquietação vai corroendo Logo chega meu rebento Depois de todo esse desenvolvimento É chegado o grande evento Aí que nasce meu filho Bento

*Direitos autorais cedidos pelo autor para divulgação neste livro.

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Um passeio com os avós Autora: Mariana Lima Coimbra de Oliveira Leitora: Profa. Geni Xavier de Lima Ferreira EE Professor Alexandre Ansaldo Mozzilli

Iodolina é o nome de uma pessoa muito especial e de admirável batalha. Sua idade?

90 anos. Essa pessoa a qual me refiro é a minha bisavó, que mora na Bahia.

Em fevereiro deste ano, minha avó a trouxe para passar uns dias aqui em São Paulo e também levá-la ao oftalmologista. Aproveitando sua estadia, decidimos proporcionála alguma distração e a levamos ao zoológico. Foi maravilhoso! Combinamos tudo com antecedência, eu minha mãe, minha vó, a bisa e outros familiares. Na véspera do passeio, a bisa já não se continha de tanta ansiedade e perguntava: - Mariana, vamos mesmo ver onça, macaco, cobra e leão? Eu respondia que sim.

Passavam-se alguns minutos e lá vinha ela outra vez: - Mariana, existe mesmo um gorila enorme no zoológico? E mais uma vez eu respondia que sim. Com essas e muitas outras perguntas, anoiteceu, e a bisa resolveu dormir. Porém, ela não conseguia e nem deixou a gente dormir.

Até que enfim amanheceu o tão esperado dia. A bisa foi a primeira a acordar, chamou um e outro e seguiu para o banheiro. Ficou uns 30 minutos se arrumando, pois apesar de seus 90 anos, de sua linda pele enrugada, porém macia, ela adora estar cheira, limpinha e penteada. Finalmente todos ficaram prontos.

Era um domingo lindo de sol. Saímos rumo ao zoológico, a bisa muito feliz, parecia criança, uma doce e meiga criança que Deus nos concedeu, a pessoa mais importante de nossa família, pois permitiu que se formasse a 5ª geração.

Bom, chegamos e assim que entramos levei o maior susto da minha vida. Coincidiu que logo na entrada, a bisa avistou a girava, arregalou os olhos e...

Vixe, Maria! O que é isso, Mariana! Que bicho grande! Era a bisa abismada com a girafa. Todos que estavam próximos voltaram-se para ela e, sem nenhum receio, com a mais pura simplicidade, a bisa os ignorou.

Seguimos o nosso passeio. Cada animal era, para a bisa, motivo de admiração e alegria. Ela agia dessa forma, porque jamais havia estado no zoológico.

Passaram-se menos de duas horas e já se percebia o cansaço em seu semblante.

Mesmo assim, queria prosseguir.

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Autora: Mariana Lima Coimbra de Oliveira Leitora: Profa. Geni Xavier de Lima Ferreira EE Professor Alexandre Ansaldo Mozzilli

Decidimos deixá-la descansar, oferecemos-lhe um lanche, com sucos de frutas. A bisa foi tratada como uma rainha, rodeada de cuidados, respeito, carinho, amor e gratidão pois, fazendo isso, não fizemos mais que a nossa obrigação, de respeitar e agradecer as pessoas que, com muita luta na vida, chegaram à idade em que se encontram, sem contar os carinhos dispensados a todos.

Depois de andarmos mais algumas horas, apreciando a felicidade de todos, resolvemos retornar para asa. Graças a Deus correu tudo bem, a bisa chegou exausta, porém feliz. Foi direto para o banho, se penteou e se perfumou mais uma vez e, cheirosa como sempre, repousou.

Passaram-se alguns dias, a minha vó a levou de volta para a Bahia, deixando lá a velha e preciosa bisa.

*Direitos autorais cedidos pela autora para divulgação neste livro.

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Textos Diversos Textos com direitos autorais reservados

Prelúdio Autor: Raul Seixas Leitora: Professora coordenadora Vanessa Araujo Silva EE Gerson de Moura Muzel A sopa supimpa Autores: Estevão Marques, Marina Pittier e Fê Stok Leitora: Profa. Kamila Silva Ferreira EE Gerson de Moura Muzel Será?

Autora e leitora: Profa. Raquel das Neves Rosa EE Gerson de Moura Muzel Flor mamãe Autor: Agnaldo Timóteo Leitora: Karoline dos Santos Souza Silva EE Rev. Erodice Pontes de Queiroz A triste partida Autor: Patativa do Assaré Leitora: Gisleine Pires Gomes EE Gerson de Moura Muzel A peleja do Cravo e a Rosa Autor: Cristiano Gouveia Leitora: Professora coordenadora Cleonice Tavares dos Santos Santana EE José Bento Renato Monteiro Lobato

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Textos Diversos Textos com direitos autorais reservados

As aventuras de Esperança, Sonhos e Amor Autor e leitora: Profa. Márcia Regina Honorio Barros Manja EE Irmã Charlita A força do professor Autor: Bráulio Bessa Leitora: Profa. Sandra Aparecida Cardoso Cabral EE Presidente Tancredo de Almeida Neves Hoje a saudade me abraçou Leitora: Maria Aparecida Bittencourt Gomes Autora: Andrea Domingues EE José Bento Renato Monteiro Lobato (Texto sem título atribuído) Autora e leitora: Ana Carolina Lucas EE Nair Toledo Damião O casamento da Dona Baratinha Autor: Conto popular / autoria desconhecida Leitora: Sueli Santana Machado EE Savério Fittipaldi Saber Viver Autora: Cora Coralina Leitora: Vera Lucia Conceição da Silva.

EE Dr. Aniz Badra

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AGRADECIMENTOS UM SARAU, MUITAS MÃOS E MUITOS CORAÇÕES

A poesia tem o poder de fazer o tempo retornar ou não seguir adiante.

Manoel de Barros

Agradecimentos

A Equipe EFAI agradece: À dirigente regional de ensino, Eonice Domingos da Silva, por toda credibilidade e apoio ao nosso trabalho.

Aos supervisores de ensino, em especial à supervisora Gislaine Cucumazzo, pelo acompanhamento à pasta dos Anos Iniciais.

Aos diretores escolares por acompanharem e motivarem os docentes e os professores coordenadores a participarem do 2º Sarau Pedagógico dos Anos Iniciais.

Aos professores coordenadores e docentes dos Anos Iniciais por terem aceitado o desafio de participarem em mais um Sarau Pedagógico.

Aos PCAE pela parceria no acompanhamento aos professores coordenadores dos Anos Iniciais.

Aos PROATEC por apoiarem cada escola de Anos Iniciais, facilitando o acesso à tecnologia para que os docentes e os professores coordenadores participassem do Sarau com mais tranquilidade.

Aos familiares e alunos que de forma tão carinhosa prestigiaram a apresentação dos docentes. À FTD, na pessoa da Gilvanete Pereira dos Santos, pela parceria na impressão dos exemplares deste livro.

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