— Luis Nassif é fundador e diretor do jornalggn.com.br.
Eram a conso lação traz narr ativas basead em pesquisa as documental, im agens e depoimentos de artistas, jo rnalistas e intelectuais d e como era a vida social e cultural na ca pital paulista nos anos 196 0-70. A autora dá continuidade à sua pesquisa anterior, das décadas de 1940-50, qu e resultou no livro Nos bares da vida: produção cultural e sociabilidade. intelecto, Até 1968, a promissora fusão entre âmicas arte e política era delineada pelas din leos da Faculdade de Filosofia e dos núc Sociologia universitários próximos: Mackenzie, os a essa e Política, FAUUSP e Economia. Vizinh seus e teatros região, casas noturnas, cineclubes, mu ontros. configuravam os cenários desses enc
A cidade resistiu em boa medida ao ab rupto corte das liberdades dem ocráticas resultant e do AI-5. A expulsão dos es tudantes da USP pa ra o outro lado do rio Pinheiros im pôs novo ritmo às ruas do centro e fez surgir uma no va geografia cultu ral. Com espaços mais informais e fle xíveis, o circuito bo êmio se expandiu da Vila Buarque, pr aça Roosevelt e do Centro Novo até o núcleo ao redor da Cidade Universitária e Vila Madalena.
ERAM A CONSOLAÇÃO
Em todos esses tempos, era na noite paulistana que conhecíamos os personagens mais interessantes de uma cidade que trabalhava de dia, mas vivia de noite. Foi nesse contexto que ouvi o piano de Dick Farney, as canções de Claudete Soares, a guitarra de Lanny Gordin, a flauta de Hermeto Paschoal, e tantos outros cujo registro ficou apenas na memória dos boêmios e é resgatado nestas páginas de Lúcia Helena Gama.
LÚCIA HELENA GAMA
Inicialmente, aborda o mundo noturno que vivia em torno da praça Roosevelt, se espalhando pela Vila Buarque, um pouco pelo largo do Paissandu, pela avenida São João e pelo largo do Arouche. Depois, avança pela rua da Consolação e suas paralelas, chegando à Doutor Arnaldo. Com a inauguração da Cidade Universitária da USP, essa boemia itinerante se estende para o Butantã e, mais tarde, pela Vila Madalena e seus arredores.
LÚ HE CIA GA LENA MA
ER A CO M A NS OL AÇ ÃO SO CU CIABI NO LTUR LIDAD SA AE E NO M S E S 1 ÃO 96 0 E PAUL 19 O 70
Nos anos 70, saíamos dos botecos da Vila Buarque de madrugada e gostávamos de subir a Consolação a pé, andando no meio da rua. Eram tempos de uma cidade menos selvagem. O mapa das épocas, em uma cidade, é mais bem desenhado através de sua vida noturna. As noites reduzem a agressividade do dia a dia, tornam humanos os robôs diuturnos que lutam por seu emprego ou por sua carreira, substituem a pressa diária pela boa conversa. Mudei para São Paulo nos anos 70, mas me lembro até hoje a emoção que foi, no final da década de 60, mal saído da adolescência, ter convencido uma prima a me levar ao Jogral, na Galeria Metrópole, para ouvir o regional do Evandro e Manezinho da Flauta, sobrinho de Pixinguinha. Este livro permite um mergulho inédito na São Paulo da segunda metade do século XX e trará recordações preciosas a todos que passaram por aqueles tempos. Um levantamento preciso da boemia expandida, relatando os importantes encontros na noite da capital paulista, quando personalidades do teatro, da música, da filosofia e da política informavam-se e formavam a cena sociocultural paulistana.
ISBN 978-85-9493-248-8
Capa erama a consolacao PG.indd 1-5
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