
Barb Szyszkiewicz
Barb Szyszkiewicz
Ficha Técnica:
Guia prático para rezar
Titulo Original: The Handy Little Guide. Prayer
Esta edição foi publicada por acordo com a Editora:
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© 2021 Barb Szyszkiewicz
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Tradução: Rui Alberto
Capa: Paulo Santos
Imagens de capa: Dreamstume.com
Paginação: João Cerqueira
1ª edição: Março 2025
ISBN: 978-989-9134-51-5
D.L.: 544640/25
Impressão: Imedisa, Artes Gráficas
Reservados todos os direitos. Nos termos do Código do Direito de Autor, é expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio, incluindo a fotocópia e o tratamento informático, sem a autorização expressa dos titulares dos direitos.
Deus sabe o que vai na nossa cabeça e no nosso coração, como aprendemos no Salmo 44, 21 (Ele conhece os segredos do nosso coração), mas temos uma necessidade muito humana de o dizer em palavras. Partilhar o nosso coração e os nossos sentimentos com outras pessoas em quem confiamos, aprofunda a nossa relação com elas. Da mesma forma, quando estamos zangados, felizes, confusos, tristes, gratos, magoados ou preocupados, expressar as nossas necessidades e emoções diante de Deus liga-nos a Ele mais intimamente.
Reforçamos a nossa ligação a Deus através da oração. Essa ligação pode acontecer em qualquer lugar, em qualquer momento. Não é necessário nenhum equipamento especial. Não há código de vestuário, nem bilhete para comprar, nem preço a pagar. Tudo o
que precisamos é de um coração aberto. Santa Joana Jugan lembra-nos:
Jesus está à tua espera na capela. Vai ter com Ele quando as tuas forças e a tua paciência se esgotarem, quando te sentires só e sem ajuda. Diz-Lhe: “Tu sabes bem o que se passa, meu querido Jesus. Só Te tenho a Ti. Vem em meu auxílio.
E depois vais à tua vida É suficiente teres partilhado como estás com o nosso bom Deus.
Quando fazemos essa ligação através da oração, estamos a comunicar com Deus. Há muitas formas de comunicar. E pode acontecer que não rezes hoje da mesma maneira que rezavas quando eras criança. Podes preferir estilos ou métodos de oração diferentes. O teu lugar preferido para rezar também pode ter mudado. E é muito provável que as tuas preferências de oração sejam diferentes das dos teus pais, filhos, cônjuge ou amigos.
Quer rezes o terço à mesa da cozinha ou faças adoração ao Santíssimo Sacramento, quer sussurres uma oração pelos teus filhos enquanto dobras a roupa, quer comeces o teu dia abrindo a Bíblia ou se o terminas com a Oração da Noite da Liturgia das Horas, estás a rezar. Estás a estabelecer essa ligação com Deus. E se
quiseres (ou se as circunstâncias o exigirem), amanhã podes comunicar com Deus de uma forma diferente.
À medida que exploramos o quem, o quê, onde, quando, como e os se da oração, rezo para que essa ligação que estás a construir com Deus seja forte e profunda. Que estejas tão aberto ao que Ele tem para te dizer, como Ele está aberto a ouvir o que tu Lhe dizes.
É por isso que rezamos.
Qualquer pessoa que deseje aprofundar a sua relação com Deus deve rezar. A oração não é reservada a determinados grupos de pessoas. Toda a gente pode rezar.
Jesus subiu ao monte para rezar (Mateus 14, 23).
A oração solitária oferece uma oportunidade muito pessoal de comunicar e de te ligares a Deus. Quando rezas sozinho, podes escolher a forma de oração, o tempo que vais usar e o local onde vais rezar. Eu tenho uma cadeira confortável no meu escritório, onde rezo muitas vezes ao início da manhã. Com o computador desligado e uma chávena de chá ao meu lado, começo o dia
rezando a Oração da Manhã da Liturgia das Horas, e depois medito sobre as leituras da Missa do dia.
A oração solitária oferece uma ligação íntima com Deus. Podes encontrar a solidão em vários lugares: no teu carro com o rádio desligado, na capela de adoração, numa igreja sossegada antes ou depois da missa, ou mesmo quando estás a emparelhar as meias lavadas.
A família que reza unida permanece unida (Venerável Patrick Peyton).
Quando rezas em família, ajudas os teus filhos a cultivar as suas próprias relações com Deus e a recorrer a Ele em acção de graças, em caso de necessidade e no dia a dia. Se a tua família não reza regularmente em conjunto, experimenta começar com uma pequena oração antes das refeições. Agradece a Deus pelo alimento que vão comer, pede uma bênção para o cozinheiro (e para a equipa de limpeza) e coloca nas mãos de Deus quaisquer intenções especiais que a tua família tenha.
Quando os meus filhos eram pequenos, a hora de deitar era um momento importante para a oração familiar. Ao deitarmos os nossos pequeninos, ensinámos-lhes a recitar a oração do Anjo da Guarda, seguida de uma bênção para cada membro da família e de uma rápida acção de graças pelas bênçãos recebidas ao longo do dia.
Rezar o terço, ou mesmo só uma dezena, é outra forma de a família rezar em conjunto.
Rezar em grupo
Se dois de entre vós se unirem, na Terra, para pedir qualquer coisa, hão-de obtê-la de meu Pai que está no Céu. Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles (Mateus 18, 19-20).
Uma das formas mais bonitas de nos ligarmos a Deus é quando rezamos com um grupo. Juntos, somos mais fortes! Isto é especialmente verdade quando o grupo está a rezar com um objectivo comum.
Cada vez que participas na Missa, estás a rezar em comunidade. Mas a oração em grupo não tem de ser tão formal como a Eucaristia. O maestro de um coro com quem canto, começa todos os ensaios com uma oração: “Obrigado, Deus, pela dádiva da música e pela dádiva de cada um nós, e pela oportunidade de partilharmos essa dádiva para tua honra e glória.”
Quer o teu grupo seja constituído por dois ou três, ou por centenas ou milhares de pessoas, a união na oração partilhada pode construir a relação de cada um com Deus e com os outros.
Quem deve rezar? Tu deves rezar.
A oração é a forma como nos ligamos a Deus. Pode assumir muitas formas, mas geralmente segue quatro direcções (embora todas elas conduzam a Deus).
Estas direcções são fáceis de recordar com o acrónimo ACGS:
• Adoração
• Contrição
• Acção de Graças
• Súplica
O Livro dos Salmos é um livro de oração que está na da Bíblia. Quando lemos os salmos ou os rezamos na Missa ou na Liturgia das Horas, utilizamos na nossa oração palavras tão antigas como as do rei David. Dentro dos salmos, podemos encontrar ora-
ções de todo o género. De igual modo, o livro de cantos da tua igreja contém exemplos de cada tipo de oração. Os salmos e os cantos podem ser pontos de partida para a tua oração.
Adoração significa louvar o Senhor. Sempre que nos maravilhamos com as maravilhas da criação ou louvamos a obra de Deus, estamos a rezar em adoração. O Cardeal Robert Sarah explica: “A adoração consiste em colocarmo-nos na presença de Deus numa atitude de humildade e amor.” Os salmos 62, 95, 100 e 150 são exemplos deste tipo de oração.
A contrição exprime a tristeza pelos pecados e a decisão de evitar o pecado no futuro. Rezamos em contrição no início da Missa, durante o rito penitencial, e rezamos o Acto de Contrição como parte do Sacramento da Penitência. Mas podemos rezar com contrição em qualquer altura. Somos encorajados a examinar regularmente a nossa consciência e a orar desta forma. Os salmos 51 e 130 são exemplos de orações de arrependimento ou contrição.
A acção de graças é uma oração de gratidão. Quer queiramos agradecer a Deus por uma oração respondida ou simplesmente agradecer as bênçãos que reconhecemos na nossa própria vida, estamos a agradecer e a louvar a Deus. Cada vez que rezamos antes das refeições, rezamos em sinal de agradecimento. Durante a missa, o sacerdote convida-nos: “Demos graças ao
Senhor nosso Deus”. Muitos salmos, como os salmos 16, 92 e 116, são exemplos deste tipo de oração.
A súplica é o tipo de oração em que pedimos a Deus bênçãos para nós ou para os outros. Isso não significa que seja um tipo de oração egoísta. Pedir a Deus para curar um ente querido que está doente ou ferido, ou para ajudar um amigo desempregado a encontrar um trabalho significativo e digno, não são pedidos egoístas. Embora saibamos que Deus sabe o que vai no nosso coração e o que é melhor para nós, podemos, e devemos, colocar as nossas necessidades diante d’Ele em oração. Jesus, no Sermão da Montanha, desafia-nos a isso: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á a porta (Mateus 7, 7).
Lê os salmos 27, 86 e 102.
Podemos interceder pelos outros rezando por eles em súplica, pedindo a Deus que abençoe os outros com aquilo de que precisam. Como Igreja, fazemo-lo durante a Missa, na oração dos fiéis, quando, como comunidade, rezamos pelas várias necessidades da Igreja, do mundo, da nossa paróquia e das nossas famílias. Também pedimos à comunidade que reze por nós durante o acto penitencial, e juntos pedimos a ajuda da Mãe de Deus, dos anjos e da Comunhão dos Santos.
Na nossa oração particular de súplica e de intercessão, podemos também pedir aos anjos e aos santos
para apresentarem as nossas orações a Deus. Podemos usar as nossas próprias palavras, as orações formais da Igreja ou uma combinação de ambas. Tal como pedimos à nossa família e aos nossos amigos que rezem por nós em tempos de crise ou de dificuldades, podemos e devemos pedir a ajuda daqueles que estão no Céu e que já estão perto de Deus.