Sabores à Mesa da Palavra - ano B (Livro)

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Como alguém que prepara a mesa para a sua refeição, colocando talheres e pratos e cozinhando os seus petiscos, assim tive muitas vezes de ler um bom comentário bíblico para me deliciar com os manjares do Senhor. A Palavra de Deus tornou-se a minha companhia de meditações interiores. Como se não bastasse, tive uma experiência de encontro na preparação dos alimentos e era como se o Senhor repetisse sem cessar o que dissera ao profeta Ezequiel: “Abre a boca e come o que te vou dizer” (Ez 2, 8b). “Comi-o e ele foi, na minha boca, doce como o mel” (Ez 3, 3b). Habituei-me a comer sem cessar a palavra de Deus. Como quem come um manjar delicioso, apontei os prazeres que me dava sempre que a minha boca se enchia do seu paladar. Agora, partilho como quem oferece um presente. Não interessam discussões desajeitadas e por vezes para perder tempo, mas os sabores da palavra “mais doces que o mel, o puro mel dos favos” (Sl 18, 11). Cada domingo, o cristão (e mesmo quem não o seja) pode deleitar-se com os “pratos” que a Palavra de Deus lhe oferece. Dessa Palavra, como manjar, nascem as breves reflexões que se apresentam. A Palavra de Deus é para saborear sem pressas, deleitando-se com os sabores sempre renovados que experimentamos à sua mesa. Um manancial inesgotável que hoje está disponível para cada um. Todos usufruem deste “prato” inesgotável que nutre nos crentes o paladar divino e que oferece aos homens de boa vontade o desejo imenso de experimentar o seu sabor. É de pobres e ricos, é de sãos e de doentes, é de cultos e de gente menos culta, é de grandes e pequenos e congrega numa mesa os que possuem um coração simples. No paladar que nasce na nossa boca refletem-se as diferenças que nos unem e a unidade que nos pluraliza. Trata-se de uma mesa universal que 7


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