Revista Real | Edição 7

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Revista Real – Edição n. 7 – Mar-abr-maio/2016

REVISTA REAL EDIÇÃO Nº 7 MAR/ABR/MAIO DE 2016

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Revista Real – Edição n. 7 – Mar-abr-maio/2016

Apresentação

Sumário

Olá!

Sete palmos Esta é a sétima edição da Revista Real,

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serão apresentados diversos textos, entrevistas

Série: Barroco

e a continuação da série sobre a literatura

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brasileira. Confira o sumário ao lado.

Viúva Negra

Agradeço a todos que se voluntariaram e acreditaram nesse projeto. Aos leitores,

9 Entrevista: Ana Rapha Nunes

espero que gostem do conteúdo e divulguem o nosso trabalho. E você que deseja colaborar com a

14 Entrevista: Fernando Tanus

revista nas próximas edições, entre em contato

18 Recomendações

conosco!

23

www.revistareal.weebly.com

Blogs Parceiros 27

Davilan Vilela Tenha uma boa leitura!

Revista Real Em nome da nobre literatura nacional

DIRETOR Davilan Vilela REVISÃO Gabriel Carramenha Peev Marina Ridente Herrador Natali de Lima Sorrentino

COLABORADORES Davyd Vinícius Zoraya Cesar

IMAGENS / ILUSTRAÇÃO Imagens de domínio público

A responsabilidade pelo conteúdo dos artigos assinados, vincula-se integralmente a seus autores.

ENVIO DE CONTEÚDO contatoedicoes@gmail.com

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Sete Palmos Por Davyd Vinicius fb.com/davydviniciusribeiro Você definha Em meio a sua podridão Você se perde Em meio à devastação

Se perdeu Não se acha mais Dobra os joelhos Sem olhar para trás

Não ama Apodrece Solitário Desaparece

De preto Não há perdão Se crucifixa Abaixo do chão

São apenas sete palmos Um cemitério de ilusão Há moscas habitando Em luto pelo seu coração.

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CAPA SÉRIE ESCOLAS LITERÁRIAS: BARROCO

Por Davilan Vilela

O Barroco, ou Seiscentismo, ocorreu

do pecado; arrependimento; cenas

inicialmente na Bahia, considerado o

trágicas

centro comercial e político do durante

misticismo e apelo à religião.

narradas;

erotismo;

o ciclo da cana-de-açúcar. Foi um período em que os escritores já

AUTORES

nascidos no Brasil colônia adaptaram

Dos autores merecem destaque:

pela primeira vez a estética europeia à

Gregório de Matos, conhecido como

realidade brasileira. Esse período

―Boca do Inferno‖ por produzir

compreende os anos de 1600 e início

poesias satíricas com termos de baixo

dos anos 1700; não somente marcado

de calão e críticas à sociedade baiana.

pela literatura, mas como também a

Padre Antônio Vieira, conhecido por

música,

seus sermões, discursos orais sobre

pintura,

escultura

e

a

arquitetura. Podemos citar como temas

temas religiosos, bíblicos e morais. Combateu

radicalmente dos

índios

a

frequentes na Literatura Barroca: a

escravização

e

fugacidade da vida e instabilidade das

perseguido pelos colonos.

coisas ; castigo, como decorrência

Bento Teixeira, que didaticamente,

foi

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inicia o Barroco em 1601, com a publicação

do

poema

épico

Prosopopeia, que traça elogios aos donatários

da

capitania

de

Pernambuco e narra o naufrágio sofrido por um dos donatários, Jorge Albuquerque Coelho. Podemos

citar

também:

Manuel

Botelho de Oliveira, autor de Música do Parnaso; e Frei Manuel de Santa Maria Itaparica.

ARTE BARROCA A

arte barroca buscava

embelezamento

e

o

ornamentação.

Sendo os altares, púlpitos e colunas recobertos

com

flores,

anjos

e

espirais, todos revestidos de ouro. No Brasil colônia, a exploração de ouro na

região

de

Minas

Gerais

impulsionou a arte barroca. Porém, essa descoberta do ouro ocorreu tardiamente, sendo a arte barroca manifestada ao longo de todo o século XVIII. Nas artes plásticas podemos citar as obras de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

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Texto originalmente publicado em:

www.cronicadodia.com.br/

Viúva Negra Por Zoraya Cesar zoraya.cesar@gmail.com Elza sempre fora chamada de

E, como era de se esperar,

Elzinha, e não poderia ser diferente.

acabou encontrando quem quisesse

Tão magra que mais parecia um

casar. Afinal, beleza não põe mesa,

daqueles gravetinhos que caem ao

mas dinheiro sim. E porque Marcos

chão à mais leve brisa, e fazem crec-

Patrício iria se importar com o

crec quando pisados. Era uma frágil

constante

donzela, sempre doente, tímida e feia.

Elzinha, seu olhar meio parado, seus

Não feia horrenda, mas feia feinha,

dentes fora de ordem, suas manias?

sem graça e sem jeito. E esquisita

Ela

também, vivia falando em magia

divertida, até, com aquelas ideias

negra, mortos-vivos, feitiçarias do

estapafúrdias de vida além-túmulo e

Além. Acreditem em mim, Elzinha

invocação de almas penadas. Marcos

era desprovida de encantos outros que

Patrício era um bon vivant que não

não sua inteligência e delicadeza –

acreditava em nada que suas mãos não

parecia incapaz de fazer mal a quem

pudessem tocar e queria mais era

quer que fosse, nem carne comia. Seu

largar a profissão de salva-vidas

destino, comentado à socapa por toda

alheias para salvar a sua.

a família, era o de morrer solteirona -

era

estado

doce

adoentado

e

de

compreensiva,

Pois bem, casaram-se, e Marcos

isso se vivesse muito, diziam.

Patrício tratou logo de gastar o

No entanto, Elzinha tinha um encanto bastante sedutor: era rica.

dinheiro da esposa em carros, viagens

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(às quais ela nunca podia ir, sempre

Dizem que o casamento é mais

doentinha, sempre cheia de achaques

proveitoso ao homem que à mulher. E

e restrições médicas), jogatina e,

até um ano depois do casamento,

eventualmente, algumas noitadas com

parecia

mulheres.

verdadeira.

que

essa

premissa

era

Até que Marcos Patrício caiu doente

de

uma

enfermidade

desconhecida, que nem os melhores médicos que o rico dinheiro de Elzinha podia comprar conseguiram diagnosticar. Ele foi enfraquecendo, perdendo

a

vontade

de

farrear,

emagrecendo e assim foi até não sair E como Elzinha encarava essa faceta da vida de casada? Com

a

maior

mais

da

cama.

Exangue,

lasso,

derrotado. Passava os dias deitado, naturalidade.

olhando fixo para o teto, sem forças

Dizia que o coitado do marido era

nem para comer, era alimentado pelo

jovem e bonito, não podia passar

mingau que Elzinha carinhosamente

todos os dias de sua vida cuidando de

lhe dava na boca todos os dias.

uma criatura tão enfermiça quanto ela. Ademais, durante o tempo em que ele ficava em casa, tratava-a muito bem, era meu amorzinho pra cá, meu bemquerer pra lá, e sempre cumpria seus deveres conjugais regularmente, cada vez que Elzinha tinha vontade. Claro que não vou entrar na intimidade do casal, mas Elzinha, a doce e recatada e

Que horror, dirão vocês, um casal doente, que falta de sorte. E

eu

direi,

não

sejam

apressados, as aparências enganam.

esquisita Elzinha, era voraz. 10


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Porque,

enquanto

Marcos

Das Antilhas, melhor dizendo, e

Patrício definhava irremediavelmente,

do Haiti, mais exatamente. Pois o que

Elzinha

Engordava,

Elzinha fazia era tudo, menos desejar

fortificava-se, não mais caía doente a

a melhora do marido. E depois de

toda hora. Dia a dia ficava mais

envenená-lo, todos os dias, com uma

irreconhecível, quase bonita, de tão

erva entorpecente, acender as velas e

saudável.

invocar espíritos sem luz com as

resplandecia.

Alguns meses se passaram e

orações cantadas em crioulo haitiano e

então os médicos foram taxativos:

derramar poção sugadora de auras no

Marcos Patrício não ia se recuperar, a

corpo de Marcos Patrício, Elzinha

não ser por milagre. Viveria naquele

começava a conversar com

estado vegetativo, morrendo em vida,

Contava o quanto estava feliz por tê-

cuja duração dependeria muito dos

lo encontrado, tão forte, tão saudável,

cuidados que recebesse.

como fora fácil roubar-lhe a energia

Elzinha

não

se

ele.

perturbou.

vital, passando-a para seu próprio

Garantiu que seu amado teria sempre

corpo, dia a dia, cada vez que faziam

do bom e do melhor. E toda noite

sexo. E, cinicamente, agradecia-lhe

sentava ao lado dele, dava-lhe o

por tudo, pois, agora que estava bonita

mingau energético que ela mesma

e saudável, seria ainda mais fácil

preparava, segurava sua mão ossuda e

encontrar mais um trouxa para sugar a

cantava estranhas canções. Depois,

energia.

acendia velas pretas e aspergia no

custas da vida alheia. E dizia que

corpo inerte do marido uma água

achava tudo muito justo, afinal, ele

arroxeada. Se alguém lhe perguntasse

não vivera às custas de seu dinheiro?

Viveria

eternamente,

às

o que era tudo aquilo, Elzinha

— Então, meu amor, você

explicaria que eram simpatias de cura,

pensou que eu morreria cedo e te

aprendidas com uma rezadeira das

deixaria com minha fortuna. Vou te

antigas.

dizer uma coisa, meu bem: quem vai morrer é você, lentamente, até que eu 11


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esteja forte o suficiente e não te reste um pingo de vitalidade. Aí eu te deixo descansar em paz. E reze para eu estar de bom humor e não lembrar das suas traições, ou posso deixar sua alma presa nesse corpo inútil para sempre... E rindo, dançava ao redor da cama, cantando aquelas estranhas invocações.

(A alguns quilômetros dali, Lucrécio Lucas, caçador, consultava, em sua tábua Ouija, se havia algum feiticeiro vodu na cidade que tivesse de ser eliminado. O dedo mexeu-se lenta, mas resolutamente: sim)

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Revista Real Entrevistas

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ENTREVISTA COM:

Ana Rapha Nunes

Imagem da internet

DESCRIÇÃO

Ana Rapha Nunes, escritora, professora e palestrante. É a autora do livro ―A Lua que eu te dei, lançado em 2015 pela editora Appris.

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Revista Real: Conte-nos um pouco

outra, e assim A Lua foi nascendo.

sobre o seu livro "A Lua que Eu Te Dei" e como surgiu a ideia para

R.R.: Além desse, você tem outros

escrevê-lo.

livros escritos?

Ana Rapha Nunes: ―A Lua que eu te

A.R.N.: Sim, mas ainda não foram

dei‖ traz a história de uma bela

publicados. Agora em maio sairá meu

amizade de infância. Luan e Bebel são

próximo livro, intitula-se ―Mariana‖.

amigos desde o tempo das fraldas, não se desgrudam. Mas, com o passar do

R.R.: Soube que você gosta de

tempo, as coisas começam a mudar.

poesias, você as escreve também?

Bebel vai crescendo e deixando de

A.R.N.: Amo poesia, mas não as

lado o seu melhor amigo, aquele que

escrevo, porém namoro um poeta.

sempre esteve ao seu lado, nos momentos de alegria e de angústia.

R.R: Você também dá palestras e

Mas Luan não irá se conformar com o

faz rodas de bate-papo nas escolas,

fim dessa amizade, e fará de tudo para

o que costuma abordar geralmente?

provar o seu sentimento por Bebel, até

A.R.N.:

mesmo dar a Lua de presente para ela.

importância da Leitura em nossas

Assim, a história traz um pouco das

vidas, o quanto ela pode auxiliar em

recordações da infância e dos valores

nossa formação. Toda criança que se

cultivados nessa época da vida, tão

torna

importantes para a nossa formação.

criatividade, sua imaginação, melhora

A ideia de escrever esse livro surgiu

a sua produção textual, e isso tudo

numa noite de Lua cheia. Nessa noite,

vem a influenciar tanto na sua vida

veio a ideia principal: dar a Lua de

profissional como na sua vida pessoal.

presente como prova de amor. Depois

É isso que tento levar para os

disso, a história foi se desenvolvendo

estudantes, tento despertá-los para a

aos poucos, surgia uma cena, surgia a

importância da leitura e o fascínio que

Falo

um

muito

leitor

sobre

aumenta

a

sua

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ela pode exercer em nossas vidas.

alguns

Sempre digo: ―Se você não gosta de

determinado

ler, você ainda não encontrou o livro

bebendo chá, outros só ouvindo

certo. Na hora em que encontrar,

músicas e etc. Você possui algum?

pronto, irá tornar-se um leitor voraz‖.

A.R.N.: Não, não possuo ritual. Há

Também

com

vezes que ponho uma música ou bebo

minha

um café ou ainda vou dar uma volta,

faço

palestras

professores,

dividindo

experiência

como

trabalhando

com

a

professora estratégias

e para

escrevem

em

um

período

do

dia,

mas nada que seja um ritual, depende da história e do momento.

deixar o trabalho com a leitura em sala de aula mais atrativo para os

R.R.:

alunos.

favoritos?

Quais

são

seus

livros

A.R.N.: São tantos (risos). Amo R.R: Se tivesse a opção de poder

―Grande Sertão Veredas‖ (Guimarães

mudar apenas uma coisa no meio

Rosa), ―A hora da estrela‖ (Clarice

literário, o que seria e por quê? (Ex:

Lispector), ―Memórias póstumas de

Aumentar o número de pessoas que

Brás Cubas‖ (Machado de Assis),

leem, facilitar a introdução de

―Vidas Secas‖ (Graciliano Ramos) e

novos autores em editoras e etc)

tantos outros. Posso citar da Literatura

A.R.N.: Só uma coisa? Difícil! Mas

Infantojuvenil: ―Sonhos em amarelo‖

seria aumentar o número de leitores.

(Luiz Antônio Aguiar), ―A garota das

Precisamos ter um Brasil que lê. Isso

laranjas‖

é essencial tanto para o indivíduo

bailarina fantasma‖ (Socorro Acioli),

como para a sociedade.

ixi são muitos, tem bem mais (risos).

R.R:

muitos

normalmente

autores

possuem

"rituais" na hora de escrever,

que certos

(Jostein

Gaarder),

―A

R.R: Você costuma se basear em outros

autores

para

criar

seu

próprio estilo literário?

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A.R.N.: Eu leio muito, mas não

e

também

pelo

meu

Facebook

busco seguir uma técnica literária

(escritora Ana Rapha Nunes), se

desenvolvida por um autor específico.

quiser um

Acho que a minha escrita é a

envio para todo o país.

exemplar autografado,

influência de vários autores que li e leio. A leitura é fonte inesgotável para

R.R: Há algo que você queira dizer

a criatividade, é a matéria-prima para

ou acrescentar nessa entrevista?

o autor.

A.R.N.:

Quem

quiser

mandar

sugestões, resenhas do livro, tirar R.R: Quais são seus planos para

dúvidas ou desejar uma palestra em

2016?

sua escola/empresa, é só me mandar

A.R.N.: Divulgar mais ―A Lua que eu

um e-mail:

te dei‖, lançar brevemente ―Mariana‖,

escritora.anarapha@gmail.com.

visitar escolas levando mais sobre leitura

e

participar

de

eventos

Ana, agradecemos imensamente pela

literários pelo país. E, claro, escrever

entrevista e por sua disposição.

mais e mais… (risos).

Desejamos que esse seja apenas o início de uma grandiosa carreira!

Aonde

podemos

encontrar

seu

livro? R: É possível no site da editora:

Entrevista:

(http://www.editoraappris.com.br/pro

Davyd Vinicius.

duto/a-lua-que-eu-te-dei). No

site

das

Livrarias

Cultura:

(http://www.livrariacultura.com.br/p/a -lua-que-eu-te-dei-46089500) No

site

das

Livrarias

Realização: Blog Faroeste Literário e Revista Real.

Curitiba:

(http://www.livrariascuritiba.com.br/l ua-que-eu-te-dei-a-appris-lv395905/p) 17


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ENTREVISTA COM:

Fernando Tanus

Imagem da internet

DESCRIÇÃO

Meu nome é Fernando Tanus, tenho 33 anos, sou nascido e criado no Rio de Janeiro. Já lancei três livros: "O Riso dos Ousados" (Editora Multifoco), "Os Guardanapos Não Escondem Nada" (Kindle, Amazon) e Carol (Kindle, Amazon).

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Revista Real: Como surgiu seu

Veiga?‖ do Caio Fernando Abreu,

interesse pela escrita?

―Kafka à beira-mar‖ do Murakami e

Fernando Tanus: Foi em 2004, acho.

muitas biografias, como a do Kurt

Nessa época, eu já lia bastante e

Cobain e a da Billie Holiday, por

estava sempre em livrarias e sebos. Eu

exemplo.

já estava muito envolvido com a literatura, mas, até então, somente

R.R: Quais dificuldades você tem ao

como leitor. Um dia, irritado, de

escrever?

cabeça cheia, resolvi escrever para

F.T.: Minha maior dificuldade é na

desabafar, e foi aí que surgiu meu

hora de fazer a revisão. Faço várias.

primeiro livro: ―O Riso dos Ousados‖.

Nunca acho que o texto está bom o suficiente.

Quando

termino

de

R.R: Quais são as suas inspirações?

escrever, marco todas as partes que

F.T.: Minhas inspirações vêm de

tem ser melhoradas. Aos poucos, vou

todos os lugares: de músicas, filmes,

alterando e deixando o texto do meu

paisagens, imagens, cenas que vejo na

jeito.

rua etc. Mas se você está falando de

descansar alguns dias, e então volto a

inspirações literárias, eu diria que as

ele. Mas, no final, sempre tem alguns

maiores são: Caio Fernando Abreu,

trechos que não me agradam.

Às

vezes,

deixo

o

texto

João Ubaldo e Haruki Murakami. R.R: Como foi a publicação do seu R.R: Você lê muito? Qual ou quais

primeiro livro?

são suas obras favoritas?

F.T.: Foi pela Editora Multifoco, que

F.T.:

Leio

bastante.

Vou

citar

trabalha com impressão por demanda.

algumas: ―Middlesex‖ do Jeffrey

Na época em que escrevi ―O Riso dos

Eugenides, ―Riso no Escuro‖ do

Ousados‖,

Nabokov, ―A descoberta do Mundo‖

pediam que o autor enviasse o original

da Clarice Lispector, ―Lucíola‖ do

impresso, e isso significava gastar

muitas

editoras

ainda

José de Alencar, ―Onde Andará Dulce 19


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dinheiro com impressão e correio.

marcou mais? E por quê?

Mandei meu livro para algumas

F.T.: Não. Gosto de todas elas. Mas

editoras, mas nenhuma o aprovou.

tem dias que acho todas ruins, só

Frustrado, deixei a literatura de lado e

enxergo os defeitos. Na verdade, o

fui fazer outras coisas. Alguns anos

meu escrito preferido é um conto de

depois, decidi tentar de novo, e a

vinte páginas que ainda não publiquei.

Multifoco

Ainda estou revisando.

aprovou

meu

original.

R.R: Como surgiu a ideia de

R.R:

Aos

autores

que

estão

escrever as suas atuais obras de

iniciando nesse caminho da escrita,

temática LGBT: “Carol” e

que conselhos você daria?

“Os guardanapos não escondem

F.T.: Antes de publicar, peçam para

nada”?

algumas pessoas lerem seu livro e

F.T.: Anos atrás, quando fiz um curso

darem retorno. O autor, por estar

de roteiro de cinema, já tinha a

muito próximo da sua obra, pode não

história de ―Carol‖ na cabeça. Escrevi

enxergar falhas que outras pessoas

a sinopse e a primeira cena. Terminei

enxergarão. Outra coisa: mandem o

o curso e segui escrevendo. Depois

texto para um revisor profissional. É

que publiquei ―O Riso dos Ousados‖,

um investimento que vale a pena.

me deu

vontade de transformar

Publicar um livro cheio de erros não é

―Carol‖ em livro, e foi o que fiz. Em

legal. O mínimo que se espera de um

relação a ―Os Guardanapos Não

livro é que esteja bem escrito. Acho

Escondem Nada‖, foi assim: eu estava

que o autor deve se esforçar para

em casa, à toa, e a história me veio à

apresentar um trabalho, no mínimo,

cabeça, inteira, pronta. Aí foi só

descente, e isso inclui mandar o texto

escrever.

para uma revisão.

R.R: De todas as suas obras

R.R: A Revista Real agradece pela

publicadas, há uma obra que te

sua participação. E para finalizar, 20


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que recado você deixa para os leitores que ainda não te conhecem e aos que já acompanham o seu trabalho? F.T.: Aos que já conhecem meu trabalho, só tenho que agradecer por terem escolhido ler meus livros. Aos que nunca leram um livro meu, bom... experimentem! Se não gostarem, tudo bem,

continuem buscando outros

autores. O importante é ler bons livros!

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RECOMENDAÇÕES Carol De Fernando Tanus

Carol, bissexual, está na casa de amigos. Acha todos ali superficiais e fúteis. No bairro vizinho, Gabriel leva o fora da mulher por quem é apaixonado. Enquanto isso, em uma festa, Bruna flagra seu namorado com outra. Nessa mesma noite, os três se encontram.

E

iniciam

um

triângulo

amoroso. Bruna se descobre gay e quer ficar somente com Carol. Mas Gabriel também se apaixonou por ela. Carol fica dividida entre os dois. E agora, o que fazer?

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RECOMENDAÇÕES Os guardanapos não escondem nada De Fernando Tanus

Na adolescência, Roberto namora Gabriela e tem um caso com Olavo, seu vizinho. Sabe que tem sentimentos fortes por ele, mas lhe falta coragem para assumir um compromisso. Na época de faculdade, conhece Ana Cândida. Casam-se e têm um filho. Anos mais tarde, quando seu filho entra na faculdade, faz amizade com Gustavinho. Roberto, agora adulto e pai de família, se apaixona por Gustavinho. Será que dessa vez ele vai ter coragem de lutar pelo que sempre quis?

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RECOMENDAÇÕES

RECOMENDAÇÃO DE Sara Marina Timóteo fb.com/saramarinatimoteo

O corolário das palavras O corolário das palavras é constituído por um conjunto de 20 poemas em verso livre. Este desafio poético surge a partir de um concurso literário em torno da temática poemas e contos para a natureza promovido por Rui M. Publishing. Neste livro, procuro levar a cabo um exercício de reflexão sobre o que simboliza, afinal, o acto de escrever. Trata-se de um substituto para a vida, de uma muleta para vida ou de uma perspectiva de vida? Existe uma poesia que se entranha sob a pele do que lemos e do que experimentamos durante a nossa vivência enquanto leitores. As sílabas compõem-se de mundos de construção nem sempre compatíveis entre si e este livro procura abordar a busca de consciência desse processo de harmonização de experiências nem sempre pacífico.

Obra com acesso gratuito LINKS: https://www.microsoft.com/store/apps/9wzdncrd8ccl

URL for Windows 8.1 and earlier http://apps.microsoft.com/windows/app/086e1f01-926e-4b07-9fd4-7a700bb8575c

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RECOMENDAÇÕES

O porteiro e outros contos urbanos De Zoraya Cesar O Porteiro e outros contos urbanos é o audiobook da contista Zoraya Cesar, lançado pela Tocalivros. A própria autora narra s oito histórias: a amante adorada pela rival; a mulher de idade que decide alugar garotos de programa; a síndica sedutora; o viúvo não tão inconsolável assim. Personagens que podem estar ali, sentados ao seu lado no ônibus ou passando por você na rua, e cujas aventuras acabam de forma surpreendente. #tocalivros , #aquitemnarrador, #escutaessa , #esc utaaqui,#audiolivros,#oporteiroeoutroscontosurba nos

Link: http://www.tocalivros.com/audiolivro/oporteiro-e-outros-contos-urbanos-zorayacesar-zoraya-cesar-independente

Contatos da autora: FB - Zoraya Cesar Escritora @ZorayaEscritora G+: ZoyCesar

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