Eco da Tradição Janeiro 2019

INFORMATIVO OFICIAL DO MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO - MTG ECO DA TRADIÇÃO - ANO XVIII - Nº 209 - JANEIRO DE 2019

Participação Nos dias 11 a 13 de janeiro acontece o 67º Congresso Tradicionalista, na cidade de São Borja.

Um dos pontos marcantes é a eleição para presidência do MTG, concorrendo Nairo Callegaro e Elenir Winck.

Também será definido o Tema Anual a ser trabalhado nas entidades tradicionalistas.

Páginas 6, 7 e 9

Regiões Tradicionalistas elegem novos coordenadores para o exercício de 2019

Você conhece os Direitos e Deveres das entidades filiadas ao Movimento Tradicionalista Gaúcho?

MTG lança nova edição da Coletânea da Legislação Tradicionalista

Sobre a arte de traduzir em música a dança apresentada nos palcos e tablados

No ano em que completa 65 anos, “O Sentido e o Valor do Tradicionalismo” continua atual?

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ano XVIII • edição 209

ECO DA TRADIÇÃO - 3

SOCIEDADE

Com o apoio do Movimento Tradicionalista Gaúcho, no sábado, 15 de dezembro, mais de 100 entidades tradicionalistas, de 70 municípios, engajaram-se às Cavalgadas do Bem. A ação, idealizada pelo Repórter Farroupilha Giovani Grizoti, fez parte do Natal do Bem, da RBS TV, e contou com o apadrinhamento de artistas gaúchos renomados, como Walther Moraes, Léo Pain, Thomas Machado, Lincon Ramos, Gustavo Brodinho, Joca Martins, Elton Saldanha e Cristiano Quevedo, Gaúcho Pachola, Triopacito. A maior arrecadação aconteceu em Alegrete: 4,6 toneladas.

Durante as cavalgadas, que contaram com a participação de tradicionalistas de todas as idades, foram arrecadadas 80 toneladas de alimentos, que serão entregues ao Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, para o atendimento a mais de 900 entidades carentes do Estado. No total, a campanha já arrecadou mais de 350 toneladas de alimento, numero que representa em torno de 240 mil pratos de comida.

Segundo o presidente do MTG, Nairo Callegaro, a solidariedade está no DNA do tradicionalismo e a rápida e positiva resposta dada pelas entidades aos organizadores do evento significa muito.

Banco de Alimentos O Banco de Alimentos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, que atua como um gerenciador de desperdícios administrando três operações: coleta de doações, armazenamento, e distribuição qualificada de alimentos para entidades beneficentes. A Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul conta com 23 Bancos de Alimentos associados no estado, os quais doam mais de 500 toneladas de alimentos para 900 instituições, todos os meses.

O Banco de Alimentos de Porto Alegre foi o primeiro criado no Brasil, no ano 2000. Em 18 anos, esse banco já arrecadou e distribuiu mais de 50 milhões de kg de alimentos para entidades carentes. A Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul foi criada em 2007 para ampliar as atividades.

Fotos: Arquivo pessoal

Entidades tradicionalistas se unem ao Natal do Bem e arrecadam alimentos

4 - ECO DA TRADIÇÃO

janeiro de 2019

CALENDÁRIO DO MTG 2019

MARÇO

JANEIRO DATA

DIA

EVENTO

PROMOÇÃO

CIDADE

12 e 13

sáb e dom

67º CONGRESSO TRADICIONALISTA GAÚCHO

MTG

SÃO BORJA

dom

1ª REUNIÃO DE CONSELHEIROS

MTG

SÃO BORJA

dom

1ª REUNIÃO DE COORDENADORES REGIONAIS

MTG

SÃO BORJA

13 13

DATA

DIA

EVENTO

PROMOÇÃO

CIDADE

4

seg

PRAZO FINAL INSCRIÇÕES FECARS

MTG

PORTO ALEGRE

9

sáb

REUNIÃO DO CONSELHO DIRETOR

MTG

9

sáb

SEMINÁRIO ESTADUAL DE PRENDAS

MTG

12

ter

PRAZO FINAL - INSCRIÇÕES 31º ENTREVERO CULTURAL DE PEÕES - FASE ESTADUAL

14 a 17

qui a dom

16

sáb

DIA

EVENTO

PROMOÇÃO

CIDADE

4

sáb

3ª REUNIÃO DE COORDENADORES REGIONAIS E DIRETORES REGIONAIS

MTG

PORTO ALEGRE

11

sáb

3ª REUNIÃO DO CONSELHO DIRETOR

MTG

PORTO ALEGRE

16 a 18

qui a sáb

49ª CIRANDA CULTURAL DE PRENDAS - FASE ESTADUAL

MTG + 24ª RT

LAJEADO

31ª FESTA CAMPEIRA DO RIO GRANDE DO SUL

28

ter

PRAZO FINAL - INSCRIÇÕES 50ª CIRANDA CULTURAL DE PRENDAS - FASE REGIONAL

MTG

PORTO ALEGRE

SEMINÁRIO DA CULTURA CAMPEIRA

28

ter

PRAZO FINAL - INSCRIÇÕES 32º ENTREVERO CULTURAL DE PEÕES - FASE REGIONAL

MTG

PORTO ALEGRE

PORTO ALEGRE

MTG

FEVEREIRO DATA

DIA

EVENTO

sáb

2ª REUNIÃO DE COORDENADORES REGIONAIS, DIRETORES CAMPEIROS, CULTURAIS, ESPORTIVOS, ARTISTICOS

16

MAIO DATA

ABRIL

JUNHO

PROMOÇÃO

DATA

DIA

EVENTO

PROMOÇÃO

CIDADE

MTG

11 a 14

qui a sáb

31º ENTREVERO CULTURAL DE PEÕES - FASE ESTADUAL

MTG + 6ªRT

RIO GRANDE

qua

PRAZO FINAL - INSCRIÇÕES 49ª CIRANDA CULTURAL DE PRENDAS - FASE ESTADUAL

MTG

PORTO ALEGRE

17

DATA

JULHO DATA

DIA

EVENTO

PROMOÇÃO

CIDADE

6

sáb

4ª REUNIÃO DE COORDENADORES REGIONAIS E DIRETORES REGIONAIS

MTG

PORTO ALEGRE

qui

PRAZO FINAL INSCRIÇÕES ENART 2018

MTG

25 27

sáb

87ª CONVENÇÃO TRADICIONALISTA

PORTO ALEGRE

MTG

6

EVENTO

TER

SORTEIO DA ORDEM DE APRESENTAÇÃO DAS INTERREGIONAIS DO ENART 2019

MTG

MTG + 20ª RT

16 e 17

sex e sáb

ACENDIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DA CHAMA CRIOULA

24 e 25

sáb e dom

1ª INTERREGIONAL DO ENART

sáb

5ª REUNIÃO CONSELHO DIRETOR

31

PROMOÇÃO

MTG

CIDADE

PORTO ALEGRE

TENENTE PORTELA

PORTO ALEGRE

PROMOÇÃO

CIDADE

15

sáb

4ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHOR DIRETOR (Provas Ciranda e Entrevero Regional)

MTG

PORTO ALEGRE

29

sáb

50ª CIRANDA CULTURAL DE PRENDAS - FASE REGIONAL

MTG

RTs

29

sáb

32º ENTREVERO CULTURAL DE PEÕES FASE REGIONAL

MTG

RTs

SETEMBRO DATA

DIA

14 a 20

EVENTO

PROMOÇÃO

CIDADE

28 e 29

semana

SEMANA FARROUPILHA

MTG + RTs

RS

sáb e dom

2ª INTER-REGIONAL DO ENART

DATA

DIA

EVENTO

PROMOÇÃO

09 e 10

sáb e dom

28º ABERTO DE ESPORTES - 4º ENECAMP

MTG +

9

sáb

REUNIÃO DO CONSELHO DIRETOR

MTG

PORTO ALEGRE

15 a 17

sex a dom

FINAL ENART 2019 ENCONTRO DE ARTE E TRADIÇÃO GAÚCHA

MTG + 5ª RT

SANTA CRUZ DO SUL

OUTUBRO

DIA

EVENTO

NOVEMBRO

AGOSTO DATA

DIA

DATA

CIDADE

DEZEMBRO

DIA

EVENTO

PROMOÇÃO

12

sáb

XVII ACAMPAMENTO ESTADUAL DA JUVENTUDE GAÚCHA

MTG

12

sáb

XXVIII TCHENCONTRO ESTADUAL DA JUVENTUDE GAÚCHA

MTG

12 e 13

sáb e dom

FEGADAN/FEGACHULA

MTG

19 e 20

sáb e dom

3ª INTER-REGIONAL ENART

26

sáb

53º ANIVERSÁRIO DO MTG / ORCAV

MTG +

29

ter

SORTEIO DA ORDEM DE APRESENTAÇÃO DA FINAL DO ENART 2018

MTG

CIDADE

DATA

DIA

EVENTO

PROMOÇÃO

CIDADE

5

qui

PRAZO FINAL - ELEIÇÕES COORDENADORIAS REGIONAIS

MTG

RTs

7

sáb

REUNIÃO DE ENCERRAMENTO CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA

MTG +

qua

PRAZO FINAL - APRESENTAÇÃO PROPOSIÇÕES PARA O 66º CONGRESSO TRADICIONALISTA GAÚCHO

MTG

11

RTs

PORTO ALEGRE

JANEIRO 2020 DATA

DIA

EVENTO

10 a 12

sáb e dom

68º CONGRESSO TRADICIONALISTA GAÚCHO

• SUJEITO A ALTERAÇÕES DE DATAS.

ano XVIII • edição 209

ECO DA TRADIÇÃO - 5

REGIÕES TRADICIONALISTAS

Regiões Tradicionalistas elegem novos coordenadores para o exercício de 2019 O Rio Grande do Sul conta com 30 Regiões Tradicionalistas, que abrangem a totalidade dos municípios gaúchos. Cada uma é administrada por um coordenador. O cargo é eletivo, com duração de um ano.

Em dezembro, aconteceram as eleições para a escolha dos novos titulares (confira quadro).

Diversas regiões reelegeram os coordenadores do exercício de 2018: a 2ª RT (Ivan Fernando Botelho); 3ª (Ivanir Ribeiro); 4ª (Ilva Maria Borga Goulart); 5ª (Luiz Clóvis Vieira); 6ª (Roberto Ferreira); 7ª (Gilda Galeazzi); 8ª (Lauri Terezinha B. de Almeida); 9ª (Jorge Luis Kersting Malheiros); 10ª (Olacides Fortes da Silveira; 11ª (Luiz Carlos Rigon); 12ª (Fabiano Vencato da Silva); 13ª (Luis Sérgio Fassbinder); 14ª (Valnei Pereira); 15ª (Claudio Rogelio Correia Oliveira); 16ª (Flávio Luiz Menezes); 17ª (Evandro Martins Otero); 18ª (Paula Oliva Bundt); 19ª (Cleusa Cecilia Visioli Sotoriva); 21ª (Silvania Zart Valle Affonso); 22ª (Ricardo Glademir Haag); 23ª (Rozimar da Silva Ferreira); 24ª (Luce Carmen da Rosa Mayer); 25ª (Rodrigo de Macedo Ramos); 27ª (Everaldo Dutra); e 28ª (Rodrigo Bordignon). Os novos nomes são Edson da Silva Fagundes (1ª RT); Amyr João Voos Junior (20ª); Marcio Adir Soares Correa (26ª); Antuir Pansera (29ª) e Gelson Descovi Vargas (30ª).

RT

DATA

CONSELHEIROS DESIGNADO

COORDENADOR ELEITO

1ª RT 2ª RT 3ª RT 4ª RT 5ª RT 6ª RT 7ª RT 8ª RT 9ª RT 10ª RT 11ª RT 12ª RT 13ª RT 14ª RT 15ª RT 16ª RT 17ª RT 18ª RT 19ª RT 20ª RT 21ª RT 22ª RT 23ª RT 24ª RT 25ª RT 26ª RT 27ª RT 28ª RT 29ª RT 30ª RT

12/1/18 11/26/18 12/2/18 12/2/18 11/21/18 12/1/18 11/29/18 12/4/18 11/29/18 12/5/18 11/27/18 12/2/18 12/7/18 11/28/18

Nilton Otton Moisés Lanes de Almeida Iara Vanice Rott Ivan Guterres Vorni Prestes Marcio Adir Alessandro Gradaschi Elio Moreira de Souza José Aldomar de Castro José Alvoni Araujo Silva Airto Toniazzo Timm Moisés Lanes de Almeida Isolde Maria Theisen Fischer João Orlando Melo Paulo Alfeu da Silva Mello Breno Kunh José Edenardo Fruet de Souza Rui Francisco Rodrigues Airton Anselmo Calheiro Renato Ferreira Alves Claudiomar Pinto Olvieira José Roberto Fischborn José Alvoni Araujo Silva Flavio Antonio Rodrigues José Nicanor Castilhos Breno Kunh José Alvoni Araujo Silva Flavio Joel Irschlinger Luise Moraes Alberto Antonio Ferreira

Edson da Silva Fagundes Ivan Fernando Botelho Ivanir Ribeiro Ilva Maria Borba Goulart Luiz Clóvis Vieira

11/24/18 12/6/18 12/2/18 12/7/18 12/1/17 11/22/18 11/13/18 11/13/18 12/3/18 11/21/18 12/4/18 11/26/18 12/3/18 11/14/18

Gilda Geleazzi Lauri Terezinha B de Almeira Jorge Luis Kersting Malheiros Olacides Fortes da Silveira Luiz Carlos Rigon Fabiano Vencato da Silva Valnei Pereira Claudio Rogelio Correia Oliveira Flávio Luiz Menezes Evandro Martins Otero Cleusa Cecilia Visioli Sotoriva Army João Voos Junior Silvania Zart Valle Affonso Ricardo Glademir Haag Rozimar da Silva Ferreira Luce Carmen da Rosa Mayer Rodrigo de Macedo Ramos Marcio Adir Soares Correa Everaldo Dutra Rodrigo Bordignon Antuir Pansera Gelson Descovi Vargas

Nomes: maioria das RTs reelegeu coordenadores de 2018. A posse acontece durante o Congresso Tradicionalista, que em 2019 tem como sede a cidade de São Borja.

Sobre as Regiões Tradicionalistas - As Regiões Tradicionalistas são núcleos de descentralização das atividades do Movimento Tradicionalista Gaúcho. AS RTs têm personalidade jurídica própria e estatuto conforme “Modelo Padrão” aprovado pelo Conselho Diretor do MTG, exceto a 40ª RT, que é, administrativamente, um departamento do MTG. Cada Região Tradicionalis-

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80

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ta congrega número indeterminado de filiados, agrupados de acordo com a divisão territorial. Entidades filiadas, sediadas no mesmo município, não poderão ser agrupadas em Regiões Tradicionalistas diferentes.

Em casos de emancipação, o novo município passa, automaticamente, a integrar a Região Tradicionalista a que pertence o município, ou municípios, do qual foi desmembrado.

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6 - ECO DA TRADIÇÃO

janeiro de 2019

ELEIÇÕES

Nairo Callegaro e o futuro do MTG e do tradicionalismo as questões do voluntariado junto a toda a sociedade, construir caminhos capazes de encurtar o distanciamento e a falta de entendimento com a sociedade e os poderes públicos. O MTG deve ter um papel de agregador, incentivador de promoção de nossa cultura regional.

O Jornal Zero Hora, no final de semana de 05 e 06 de janeiro, publicou artigos dos candidatos à presidência do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Confira a publicação de Nairo Callegaro.

O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) vive um dos momentos mais importantes de sua história, um momento de tomada de posicionamento junto a seus associados (entidades filiadas) e à sociedade gaúcha. Podemos analisar sob dois aspectos que julgo extremamente importantes para projetarmos o futuro do MTG para os próximos 50 anos.

O primeiro, e o que considero o mais importante, nos remete à preocupação em preservar todas as pesquisas e legados deixados por Paixão Côrtes e Barbosa Lessa, o MTG tem a grande responsabilidade de manter, preservar e divulgar todas essas pesquisas, sob o risco de, não o fazendo, perder de forma irrecuperável todo esse acervo já publicado e novos conhecimentos a serem revelados e trazidos à luz de nossa sociedade. Falo de obra de uma grandiosidade que escapa à percepção da grande maioria, de uma profunda pesquisa que abrange aspectos socioculturais e filosóficos da formação de nossa identidade regional.

Essa responsabilidade recai sobre os ombros de nossa instituição e devemos ter a percepção e a sensibilidade de sermos os

Acredito que o MTG já realize seus eventos com grande propriedade. Sua organização garante com tranquilidade, junto a nossas famílias e principalmente à juventude - que transita de forma muito forte e importante em nosso meio – ,o sucesso de nossa federação.

guardiões e divulgadores dessas pesquisas, mantendo a fidelidade em todos os seus aspectos e origens. Não podemos permitir que surjam distorções, mudanças, que alterem nossos valores fundamentais, que consolidaram a história da construção do movimento tradicionalista organizado. Nossa organização, baseada e alicerçada nesses fundamentos, já consolidada na sociedade, revelando sua importância social e institucional.

O segundo aspecto a levarmos em consideração, não me-

nos importante em termos de instituição associativa, nos leva à forma de relação com a sociedade, como podemos interagir, ser mais participativos, ser um grande agente de transformação e inclusão social, para que possamos contribuir de forma mais humana, mais solidária, mais próxima a todas as pessoas e exercendo um papel mediador de diminuição de conflitos, de estabelecimento de diálogos de boas relações, com toda a sociedade, sem abrirmos mãos de forma alguma de nossos princípios, de nossas origens. Aprofundar

Leia o Eco da Tradição

DIGITAL

www.ecodatradicao.com.br

Todas as iniciativas direcionadas ao encontro da sociedade, por meio de universidades (palestrantes, cursos, pesquisas...)

– já firmamos convênio com a Universidade Estácio de Sá, do RJ - , escolas (estabelecer uma convivência mais efetiva), associações, poderes públicos, a imprensa em todos os seus setores e abrangências, todas são ações que passam pela consciência e construção de uma sociedade mais igualitária e solidária.

Entendemos que este é um assunto a ser trabalhado com muita intensidade e responsabilidade com nosso MTG e a sociedade, mas este é o nosso desafio e a nossa responsabilidade. É difícil, mas não é impossível. Assim entendemos e assim faremos um MTG, unindo gerações e verdadeiramente para todos.

ano XVIII • edição 209

ECO DA TRADIÇÃO - 7

ELEIÇÕES

Elenir Winck e o futuro do MTG e do tradicionalismo de nos reconhecermos como sujeitos e, a partir de então, como seres universais.

O Jornal Zero Hora, no final de semana de 05 e 06 de janeiro, publicou artigos dos candidatos à presidência do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Confira a publicação de Elenir Winck.

Do que fazemos hoje e de como a sociedade evoluirá nos campos ético-moral e tecnológico: disso depende o futuro do Movimento Tradicionalista Gaúcho. O MTG, apesar de suas características conservadoras, não está imune às influências externas, pois, ainda que tenha suas bases calçadas na tradição e no folclore, necessita compreender a sociedade dinâmica e em constante mudança na qual vivemos, bem como todos os meandros da contemporaneidade. E a sociedade, de modo geral, vem sendo, no decorrer destes 52 anos, muito simpática e apoiadora dos princípios que norteiam o MTG, pois reconhece como sendo uma organização que carrega em sua história o compromisso muito sério com a cultura gaúcha, movimentando números significativos de pessoas em seus eventos. Pode-se dizer, portanto, que é fácil “divulgar” o tradicionalismo, já que o Movimento Tradicionalista Gaúcho é uma organização atraente aos olhos do mercado (muitas empresas buscam se aproxi-

A profissionalização traria, sem dúvida, recursos financeiros e investimentos por parte de pessoas que buscam lucro. Teríamos, talvez, mais pessoas participando dos eventos, mas como competidores, em sua maioria, e não como tradicionalistas. Contudo, essa questão é complexa e demanda um estudo aprofundado e filosófico. A verdade é que foi com amor, carinho e respeito que chegamos até aqui, pois tradição se passa de pai pra filho, de geração pra geração. Os (en)cargos não são remunerados. O que há é entrega e dedicação quase que integrais por parte de quem assume esses postos. mar dele) e movimenta, direta e indiretamente, a economia do Estado.

Por esse e por tantos outros motivos óbvios é que o futuro do tradicionalismo é brilhante e promissor.

Mas de nada vale se não olharmos para tudo isso com os olhos do coração, como diz a música do Desafio Farroupilha deste ano.

Afirmamos isso porque pensamos que não devemos “profissionalizar” o nosso tradicionalismo

Assine o

a ponto de termos uma Liga Profissional de Tiro de Laço, ou um Campeonato Nacional de Danças, por exemplo.

Sendo a cultura um bem imaterial, esse legado vem de nossos antepassados e só faz sentido se brotar genuína e espontaneamente. Cultuamos esses hábitos e costumes por questões interiores, gosto, amor, paixão talvez.

Por necessidade de identificação com o grupo e, por consequência,

Precisamos aprimorar e incluir cada vez mais o tradicionalismo na sociedade e no mercado assim como ele é, com suas características, suas deficiências e o seu “jeito” próprio, mas sem desconsiderar as mudanças pelas quais a sociedade vem passando no decorrer dos anos, pois é uma entidade “especial” que contribui com a sociedade e tem muito mais a oferecer. Haja vista ter entre seus princípios auxiliar o Estado na resolução de seus problemas fundamentais.

8 - ECO DA TRADIÇÃO

janeiro de 2019

LEGISLAÇÃO

Você conhece os Direitos e Deveres das entidades filiadas ao Movimento Tradicionalista Gaúcho?

Existem atualmente, no Rio Grande do Sul, mais de 1800 entidades tradicionalistas. Destas, a maioria é filiada o Movimento Tradicionalista Gaúcho. A adesão aos quadros da entidade garante participação nos eventos, por exemplo. Você conhece os direitos e deveres dos filiados?

Preparamos essa matéria especial, com base na Coletânea da Legislação Tradicionalista.

Confira Sobre os deveres São deveres de todo filiado cumprir o Estatuto, o Regulamento Geral e os regulamentos específicos do MTG; acatar e pôr em prática as resoluções, regimentos internos, decisões e demais determinações dos órgãos do MTG e denunciar ao Conselho Diretor, diretamente ou através de Conselheiro ou do Coordenador Regional, o uso inadequado, por parte de qualquer pessoa ou entidade, das expressões Movimento Tradicionalista Gaúcho e Centro de Tradições Gaúchas, assim como das siglas MTG e CTG. Também é dever prestigiar o MTG e seus órgãos por todos os meios, procurando estreitar os laços fraternais entre os coirmãos; satisfazer pontualmente as anuidades e contribuições fixadas pelo MTG e RT; colaborar com as atividades de sua Região Tradicionalista, prestigiando a Coordenadoria Regional e cumprindo as decisões emanadas dos Encontros Regionais; e comunicar ao Coordenador Regional e ao Conselho Diretor as alterações importantes ocorridas na entidade, tais como mudança de diretoria, de sede e atividades relevantes que possam interessar às demais entidades filiadas e ao próprio MTG. Outros deveres são: - Cumprir e fazer cumprir o seu próprio Estatuto, assim como as decisões dos órgãos de representatividade de seu quadro social; - Denunciar a realização de atividades tradicionalistas por entidade não filiada ou por pessoa ou grupos não autorizados pelo MTG, não participando e impedindo que seus associados participem das mesmas; - Inscrever delegados no Congresso Tradicionalista mediante apresentação do recibo de quitação da anuidade.

- Contratar para seus eventos somente narradores credenciados pelo Departamento de Narradores.

- Contratar para fandangos, bailes, espetáculos ou qualquer outra apresentação na entidade ou em eventos por ela promovidos, conjuntos musicais ou artistas individuais, que executem exclusivamente a música gauchesca autêntica e que usem “Pilcha Gaúcha”, de acordo com as Diretrizes do MTG. Não estão abrangidos por esta regra os casos em que as entidades realizem eventos em que sejam homenageadas etnias formadoras do gaúcho, podendo neste caso, usar música e indumentária típicas dessas etnias.

- Para uma Entidade Tradicionalista realizar um Curso de Danças Gaúchas de Salão deverá solicitar junto à Coordenadoria de sua Região Tradicionalista uma autorização devidamente protocolada onde será exigida além da situação legal da entidade, também que “o instrutor esteja com seu cartão de instrutor em plena validade junto ao MTG”. Esta autorização terá validade de no máximo seis meses para o mesmo instrutor. Caso a entidade queira trocar o instrutor neste período, deverá solicitar nova autorização. Uma cópia desta autorização, contendo os dados de credenciamento do instrutor junto ao MTG, deverá ser de fácil acesso a todos os frequentadores do devido curso. O instrutor deve ministrar as aulas de acordo com o Compêndio Técnico de Danças Gaúchas de Salão ou demais obras indicadas pelo MTG. - Manter o departamento cultural atuante, participando dos eventos tradicionalistas e organizando toda a parte cultural da entidade.

- Manter os demais departamentos demonstrados quando da filiação ao MTG, em plena atuação, desenvolvendo o tradicionalismo na entidade e no meio dos associados.

- Preservar a expressão “Centro de Tradições Gaúchas” e a sigla “CTG”, evitando o uso inadequado das mesmas e a sua utilização em atividades alheias aos objetivos do Tradicionalismo Gaúcho; – Somente eleger patrões que comprovem mediante certidão negativa, expedida pela assessoria jurídica do MTG, informando que não está liti-

gando ou que não litigou em nenhum processo contra o MTG, em que tenha sido julgado culpado.

Sobre os direitos Art. 30 - São direitos dos Filiados-efetivos, de acordo com o grupo a que pertencem: I – Entidades de Participação Plena: a) participar do Congresso Tradicionalista com três delegados e da Assembleia Geral Eletiva com dois delegados eleitores; b) ser escolhido para anfitrião dos eventos oficiais do MTG; c) participar e votar nos encontros promovidos pela Região Tradicionalista a que pertence; d) participar, com direito a dois delegados eleitores, na escolha do Coordenador Regional; e) apresentar candidatos a concursos instituídos ou oficializados pelo MTG, de acordo com os respectivos regulamentos fazendo prova, mediante apresentação de Alvará ou recibo da quitação da anuidade comprovando de que está quite com a Tesouraria do MTG; f) representar o MTG, dentro e fora do Rio Grande do Sul, quando devidamente credenciado pelo presidente; g) gozar de todos os direitos e regalias que os poderes públicos eventualmente venham a outorgar ao tradicionalismo gaúcho ou decorrentes de acordos ou convênios assinados pelo MTG. II – Entidades de Participação Parcial: a) participar do Congresso Tradicionalista com dois delegados e da Assembleia Geral Eletiva com um delegado eleitor; b) participar e votar nos encontros promovidos pela Região Tradicionalista a que pertence; c) participar, com direito a um delegado eleitor, na escolha do Coordenador Regional; d) gozar de todos os direitos e regalias que os poderes públicos eventualmente venham a outorgar ao tradicionalismo gaúcho ou decorrentes de acordos ou convênios assinados pelo MTG; e) representar o MTG, dentro e fora do Rio Grande do Sul, quando

devidamente credenciado pelo presidente; f) participar da Fecars ou Enart ou Aberto dos Esportes, conforme a sua estrutura organizacional.

III – Entidades Especiais: a) participar do Congresso Tradicionalista com dois delegados e da Assembleia Geral Eletiva com um delegado eleitor; b) participar e votar nos encontros promovidos pela Região Tradicionalista a que pertence; c) participar, com direito a um delegado eleitor, na escolha do Coordenador Regional; d) representar o MTG, dentro e fora do Rio Grande do Sul, quando devidamente credenciado pelo presidente; e) gozar de todos os direitos e regalias que os poderes públicos eventualmente venham a outorgar ao tradicionalismo gaúcho ou decorrentes de acordos ou convênios assinados pelo MTG; IV – Entidade Associativa Tradicionalista Municipal: a) participar do Congresso Tradicionalista com um delegado; b) participar nos encontros promovidos pela Região Tradicionalista a que pertence; c) participar e votar nos encontros promovidos pela Região Tradicionalista a que pertence; d) representar o MTG, dentro e fora do Rio Grande do Sul, quando devidamente credenciado pelo presidente; e) gozar de todos os direitos e regalias que os poderes públicos eventualmente venham a outorgar ao tradicionalismo gaúcho ou decorrentes de acordos ou convênios assinados pelo MTG; § 1º - A prova de filiação e de pleno gozo de direitos, perante autoridades e terceiros, é feita através da exibição do Alvará de Funcionamento expedido anualmente pelo MTG, por ocasião do pagamento da anuidade. § 2º - Todas as entidades filiadas têm o direito de solicitar sua exclusão do quadro de afiliadas, mediante requerimento assinado pelos seus dirigentes para este fim, desde que estejam em dia com seus deveres junto ao MTG.

ano XVIII • edição 209

ECO DA TRADIÇÃO - 9

TEMA ANUAL

Conheça os assuntos que concorrem a Tema Anual de 2018 para o tradicionalismo gaúcho O Movimento Tradicionalista Gaúcho realiza, de 11 a 13 de janeiro, mais uma edição do Congresso Tradicionalista Gaúcho. Uma das atribuições dos congressistas é fazer a escolha do Tema Anual a ser trabalhado nas entidades, inspirando palestras, oficinas e outras atividades. Para 2019, foram inscritas sete proposições, envolvendo pautas como tecnologia, mídias sociais, influência do campo, negritude, belezas naturais e Paixão Côrtes. Confira quem são os proponentes e os objetivos de cada uma delas.

Tecnologias “O uso das tecnologias em prol do tradicionalismo” é o tema apresentado por Alana Perineto Biasi e Helenara Perineto Biasi. Segundo as autoras, a proposta tem como objetivo resgatar valores, como o respeito mútuo no Movimento; buscar o uso consciente das redes sociais e dos meios de comunicação; evitar que o Movimento tenha sua imagem denegrida através das redes sociais; e mostrar que a tecnologia, usada de forma correta, pode ser uma ferramenta muito útil para o tradicionalismo.

Belezas naturais Carlos Humberto Vasques da Conceição e Ilva Maria Borba Goulart apresentam, como sugestão de tema anual, “O Rio Grande do Sul com suas belezas naturais, sua arte e Tradição”. O tema propõe a valorização, bem como a preservação e a conscientização sobre o ambiente que vivemos, espelhados em nossas raízes culturais para cultivarmos e cultuarmos de geração em geração. O objetivo é gerar um ambiente de conscientização em preservar as belezas naturais de nosso estado, mergulhado nas manifestações artísticas culturais enaltecidas pelas contribuições dos povos que formaram e formam a matriz antropológica sul riograndense.

Paixão Côrtes Fabiano Vencato apresenta como proposta de tema anual “MTG 2019 – Com Paixão e por Paixão, na busca do resgate e valorização de nossos antepassados”. Segundo o autor, no ano de 2018 o Rio Grande

Voto: congressistas definem o tema, democraticamente, pelo voto

do Sul perdeu o seu maior símbolo, João Carlos D´Avila Paixão Côrtes, que é para os tradicionalistas um ícone, o precursor de tudo o que vivenciamos em tempos atuais.

Mundo digital “MTG no mundo digital: Tecnologia como ferramenta de integração e difusão de nossa Tradição, Cultura e Valores” é a proposta de tema anual apresentada por Gilcéia de Lurdes Souza. Segundo ela, vivemos em um cenário sociocultural que afeta e modifica nossos hábitos, modos de trabalhar e aprender, além de introduzir novas necessidades e desafios relacionados à utilização das tecnologias de informação e comunicação. Os computadores começam a se fazer presentes em todos os lugares e, junto às novas possibilidades de comunicação, interação e informação advindas com a internet, provocam transformações cada vez mais visíveis em nossas vidas.

Mulher “Mulher Gaúcha – 70 anos de Inclusão no Tradicionalismo Gaú-

cho Organizado, suas conquistas e participações” é a proposta de tema anual apresentada por Márcia Cristina Borges da Silva. A proposta visa mostrar o quanto foram significativas e importantes as funções da mulher no tradicionalismo gaúcho, desempenhadas desde os primórdios, proporcionando quebras de paradigmas e mudanças culturais na sociedade tradicionalista. Segundo a proponente, a proposta é fruto de mais de dez anos de pesquisas sobre o assunto, reunidas na obra “A Evolução Histórica da Mulher Gaúcha”.

Campo “Todo gaúcho vem do campo – O homem do campo como substância basilar da sociedade gaúcha” é a sugestão de tema anual apresentada por Micael Feliciano Machado Lopes e Muriel Machado Lopes. A proposta tem como objetivo promover a retomada das raízes do homem do campo, do verdadeiro gaúcho, que inspirou os jovens de 1947. “Este trabalho visa enaltecer o homem, as famílias rurais, que vivem do campo, da agricultura, da pecuária,

que à medida que o tempo passa são esquecidas pelos populares da região urbana, pela política e pelos incentivos econômicos”.

Negritude “A negritude na construção sociocultural gaúcha: Uma referência a trajetória e situação do negro no Rio Grande do Sul” é a proposta de tema anual apresentada por Robson Thomas Ribeiro, Eduarda Teixeira Streck, Guilherme de Abreu Machado e Luana de Moura. Segundo os autores, um problema recorrente na construção da historiografia do Rio Grande do Sul, especialmente a produzida pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, é o tratamento ainda muito isolado dado história do estado, recorrendo-se pouco ao contexto nacional e internacional em um sentido mais abrangente. Ao falar-se da questão da escravidão, abolição, pós-abolição e o processo de marginalização dos povos negros, como preceitos de negritude inseridos neste contexto, se faz necessário apoiar-se e reflexionar num sentido mais amplo ultrapassando as barreiras geográficas e ideológicas – argumentam.

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CARTA DE PRINCÍPIOS

De autoria de Glaucus Saraiva e apresentada no 8º Congresso Tradicionalista, em Taquara, lá nos idos de 1961, a Carta de Princípios veio a se tornar o maior documento norteador do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Seu autor foi um dos fundadores do primeiro CTG do Estado, o “35” CTG, além de ser poeta, músico e compositor. O documento foi de extrema importância para que as autoridades da época enxergassem com bons olhos aquela organização que surgia, pois mostrava que pretendiam manter-se lado a lado com os governantes.

Fotos: Arquivo

Os ensinamentos e reflexões proporcionados pelo Primeiro item da Carta de Princípios

Aline Malgarezi

Matheus Goggia

No ano de 1991, ocorreu um encontro para estudo e reavaliação da Carta de Princípios, sob a coordenação de Dinara Paixão. Na oportunidade os tópicos foram divididos em cinco grupos de aspectos éticos, cívicos, culturais, estruturais e filosóficos.

A partir do mês de janeiro, começaremos uma seção especial no Eco da Tradição, com o intuito de debater os seus 29 itens a partir da visão que os tradicionalistas possuem deles.

De início, começamos com os artigos I e II. I – Auxiliar o Estado na solução dos seus problemas fundamentais e na conquista do bem coletivo.

O primeiro item é um dos mais citado pelos tradicionalistas, seja em Cirandas, Entreveros ou Congressos.

Integra o grupo de “aspectos estruturais” do documento, ou seja, quando “a estabilidade, regularidade e repetição na interação social se devem a normas sociais, que definem as funções e obrigações dos indivíduos e grupos.” – (1º Fórum Tradicionalista Gaúcho, p. 19). Nesse contexto, reitera a importância de que o Movimento se mantenha atento a questões não só relacionadas ao tradicionalismo, mas também com aquelas ligadas à sociedade como um todo.

A 1ª Prenda da 15ª Região Tradicionalista, Juliane Carvalho, acredita que esse seja um item de extrema importância, justamente pelo motivo de representar a diferença entre o MTG e os demais grupos, a partir do momento que, ao valorizar a cultura do Rio Grande do Sul, demonstra preocupações com todos, mesmo que não sejam tradicionalistas.

Este entendimento também é compartilhado por Muriel Machado

Juliane Carvalho

Muriel Machado Lopes

Lopes, 2ª Prenda do RS 2011/2012.

Segundo ela, o item em questão é o pleno exercício da cidadania, “o ser tradicionalista em sua plenitude, o comprometimento de não apenas sobreviver no mundo, mas sim ser agente colaborativo e participativo da transformação que somos capazes de incitar enquanto partícipes da sociedade.”, aponta.

ca? Os temas anuais e quinquenais do MTG sempre buscam alcançar essas necessidades, pois através deles as entidades tradicionalistas realizam ações através de seus departamentos, que de alguma forma buscam o bem coletivo.

Em sua visão, não é em vão ser justamente esse a primeira cláusula, pois é necessário, antes de tudo, pensar e agir coletivamente para o bem da comunidade e para o nosso próprio bem. “Uma sociedade consciente de seu papel é uma sociedade melhor e o tradicionalismo é uma fonte que deve comportar o que há de melhor e preservar tais hábitos”, aponta.

E esse é o dever de cada cidadão. É o que destaca a 1ª Prenda da 25ª Região Tradicionalista, Aline Malgarezi. Ao analisarmos o item inicial da Carta de Princípios, encontramos ali a responsabilidade e a função do tradicionalista. “Devemos ter a consciência de que o auxílio ao Estado não se restringe a ações, mas também ao estado de consciência de cada indivíduo.” Ou seja, em teoria, nossas ações dentro do tradicionalismo, antes de qualquer coisa, devem ser direcionadas para o bem da sociedade como um todo. Mas como colocar em práti-

Por muitos anos, as prendas, para participarem de concursos, deviam realizar visitas a instituições, asilos, creches, e promover doações daquilo que fosse necessário a esses locais.

Juliane relata que prendas e peões ainda costumam realizar atividades voltadas ao social e que as regiões também o fazem, com campanhas de arrecadação (seja de roupas à produtos de higiene, de alimentos a livros) ou com simples gestos de acolher a sociedade dentro das entidades tradicionalistas.

Matheus Goggia, 1º Peão da 13ª Região Tradicionalista, vê essas ações como um primeiro passo, pois servirão de exemplo para outros, auxiliando para que haja mais empatia na sociedade, e consequentemente, bons frutos poderão ser colhidos para um bem coletivo. “Infelizmente, em virtude da vaidade estamos perdendo aquilo que os tradicionalistas sempre tiveram de mais exemplar, o seu lado humano, o olhar de compaixão e respeito ao próximo.”, salienta.

Porém, muitas dessas ações acabam se limitando ao departamento cultural. “Acredito ainda que podemos fazer sempre mais, que nossos campeiros, nossas invernadas também possam se engajar mais como agentes de transformação social, com ações que enfatizem o bem-estar da comunidade, com união dos departamentos e perseverança pela causa.”, opina Muriel. Ela também relembra do Seminário de Aprimoramento Tradicionalista (SAT), que oportunizava aos dançarinos levar alegria e ações solidárias a quem precisava.

“Foi quando saímos, enquanto tradicionalistas dançarinos, de nossa zona de conforto, para sermos mais, para exercermos o verdadeiro sentido de ser tradicionalista e cidadão.”

Aline salienta que é responsabilidade dos tradicionalistas compreender e auxiliar os demais na interpretação desse documento que possui importância para a perpetuação do Movimento. “Trabalhar e intensificar a prática de ações que fortaleçam nossos usos e costumes, norteados pela Carta de Princípios, e lembrando de, sempre, buscar auxiliar o Estado na resolução de seus problemas fundamentais e na conquista do bem coletivo. Este, certamente, é um trabalho de longo prazo, mas que gera bons e recompensadores resultados.”, justifica.

Esse também é o pensamento de Matheus, que acredita que cabe a cada um dos integrantes do Movimento unir pensamentos e ideias com o intuito de minimizar os problemas que a sociedade enfrenta, buscando trazer mais famílias para o ceio das entidades, já que ainda é um dos poucos ambientes em que as diversas gerações conseguem conviver em harmonia. “Buscar conscientizar não somente as pessoas, mas a nós mesmos, de que tudo pode ser melhor, nosso estado, nosso país, nosso movimento, mas a mudança começa através de cada um de nós!”

Para Muriel, também é papel de cada indivíduo colaborar de alguma maneira, assim o tradicionalismo se tornará cada vez mais imprescindível para o contexto social, contribuindo dessa forma para um mundo melhor.

Este pensamento é complementado por Juliane: “Quanto mais pessoas estiverem em prol das ações sociais, melhor será a sociedade.”

Por Tuanny Prado

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CARTA DE PRINCÍPIOS

Os ensinamentos e reflexões proporcionados pelo Segundo item da Carta de Princípios Fotos: Arquivo

Dando continuidade ao especial sobre a Carta de Princípios, conversamos com alguns tradicionalistas sobre o item II, importância e aplicação na prática pelo nosso Movimento: II – Cultuar e difundir nossa História, nossa formação social, nosso folclores, enfim, nossa Tradição, como substância basilar da nacionalidade.

Diferentemente do primeiro item, o artigo II é englobado no grupo de Aspectos Cívicos. As cláusulas presentes nesse contexto são aquelas que se caracterizam por serem elementos que não são “o simples ensinamento de regras de comportamento, mas a atuação consciente e esclarecida do cidadão no seio da comunidade, através do cumprimento dos seus deveres de cidadania e do seu esforço em contribuir para o progresso e engrandecimento de sua Pátria.” (1º Fórum Tradicionalista – p. 17) Se no primeiro momento temos um direcionamento de como devemos agir pela sociedade, em seguida vemos como atuar pelo tradicionalismo. Jéssica Herrera, 1ª Prenda do RS, destaca que esse item é a súmula do que os tradicionalistas, enquanto militantes da tradição, buscam cultuar, preservar e valorizar. “A história que fundamenta nosso passado e nos auxilia a compreender a sociedade atual, o folclore, costumes sociais e culturais, resumindo-se na palavra Tradição”. Segundo ela, ao colocarmos a tradição em marcha damos vida ao tradicionalismo.

Gabriele de Quadros, que representa a 19ª Região Tradicionalista, acredita que esse artigo traz o papel fundamental de todos os verdadeiros tradicionalistas, pois é o dever destes cultuar e difundir a nossa cultura, para que chegue aos locais mais distantes do Estado, do Brasil e até do mundo.

Segundo ela, essa movimentação é necessária para a sobrevivência do meio, pois é necessário que crianças e jovens aprendam a amar a sua história, para que ela permaneça viva.

A 2ª Prenda Juvenil do RS 2017/2018, Maria Fernanda Corrêa Freitas, pontua que cabe aos tradicionalistas, diariamente, batalhar e trabalhar para que a identidade do Movimento e tudo aquilo que a identifica, os feitos dos antepassados, sejam resgatados, mantidos e disseminados, com o intuito de que todos saibam como é completa e valorosa a formação do povo gaúcho.

Maria Fernanda Corrêa Freitas

Mauro Heinrich

Jessica Herrera

Gabriele de Quadros

Para Mauro Cezar Heinrich, esse artigo é fundamental na preservação e na missão de passar para as gerações dos gaúchos, que tem sua identificação com a nossa tradição a história de um povo que deixou um legado imensurável.

complementa que por haver tradicionalistas nas mais diversas profissões da sociedade, facilita que ao falarmos de tradicionalismo, gerações diversas parem para ouvir, o que propicia a formação de mais simpatizantes do Movimento, e consequentemente, disseminadores da cultura.

E nessa questão de transmitir os conhecimentos para as gerações, que Jéssica pontua que o item II traduz as atividades e os objetivos dos tradicionalistas que procuram transmitir valores herdados. “As atividades realizadas no núcleo do tradicionalismo – as entidades tradicionalistas – são inspiradas nestes princípios de difundir esses vetores basilares da nacionalidade.”

Aparentemente, por ser um artigo que trata sobre o culto às tradições, é um dos itens mais fáceis de ser seguido diariamente. “Nós, tradicionalistas, em sua grande maioria, colocamos em prática esse artigo em diversas situações no nosso cotidiano, desde os mais simples gestos até os maiores momentos de doação ao Tradicionalismo, quando estamos dentro das Entidades Tradicionalistas, fazendo a nossa parte, trocando experiências, enaltecendo nossa arte, usos e costumes, quando estudamos, aprendemos e compartilhamos conhecimentos, quando agregamos mais pessoas para pelejar junto a nós”, pontua Maria Fernanda. Ela ainda

Para Mauro, ao vivenciarmos a tradição e o tradicionalismo, seguindo as ideias e objetivos de sua fundação, cultivando e preservando, respeitando os valores de amizade, hospitalidade, respeito e honradez, além dos costumes, como campeira, dança, esportes, já está sendo posto em prática a diretriz emprega pelo artigo. Mesmo assim, talvez nem todos estejam alinhados com a ideia.

Gabriele aponta que em sua vivência tradicionalista pode perceber que os mais engajados na causa, sejam as prendas e peões que ostentam algum título, ou alguns integrantes de patronagens, coordenarias e até do MTG. “Prendas e peões durante suas gestões realizam projetos dentro de suas entidades, escolas ou regiões difundindo a nossa cultura. Porém, não são constantes nestes projetos, e logo abandonam após a entrega da faixa ou crachá. Ou ainda, realizam projetos para cumprir o relatório de vivências.”, salienta.

O problema pode, de certa forma, estar inserido na raiz, dentro das entidades tradicionalistas. Mauro alega que muitas acabam preocupando-se com o lado financeiro, para manter as prestações de conta sempre positivas, e acabam deixando os departamentos culturais, campeiros, para segundo plano. “Precisamos nos reeducar, voltar ao compromisso de formar tradicionalistas completos e não só dançarinos, dar acesso à qualificação para as entidades e as patronagens para que junto do administrar economicamente sejam capazes de construir e manter culturalmente o seu centro de tradições gaúchas.” Segundo ele, atualmente há uma grande dificuldade em conciliar os costumes com os modismos sociais que se aprochegam.

E que, muitas vezes, esses modismos são acolhidos pelas entidades, com o objetivo de não obterem prejuízo financeiro ao final do mês.

“Assim como Paixão Côrtes tomou frente aos modismos e influências externas, precisamos nos postar em relação ao mundo atual, mantendo e seguindo as tradições da forma mais pura e fiel frente à modernidade e aos modismos que nos rodeiam. A partir do momento em que realmente seguirmos nossa carta de princípios e nossas diretrizes, de forma agregadora e construtiva, trabalhando pelo movimento, educando desde os primeiros passos dos nossos filhos e netos a serem verdadeiramente tradicionalistas, teremos uma nova realidade ao Movimento.” Ele concluiu pontuando que essa nova realidade não significa mudar o tradicionalismo, que pelo contrário, seria preservar suas características originais por mais muitos e muitos anos.

Essa transformação sugerida por Mauro vem ao encontro da opinião de Gabriele, que acredita que as entidades deveriam atuar de forma mais efetiva nas práticas sugeridas e também realizarem atividades culturais mais atraentes para os jovens. “Através do Departamento Cultural que é a célula mãe da entidade, deve ser feito uma retomada de consciência de todos os integrantes da instituição, para todos tenham noção do que está sendo desenvolvido pela prenda ou peão e ainda sim ajudar e cumprir com os itens da Carta de Princípios.”, finaliza.

Por Tuanny Prado

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INSTITUCIONAL

MTG lança nova edição da Coletânea da Legislação Tradicionalista Publicação é fonte de pesquisa e referência para os tradicionalistas na realização de eventos e também para atividades realizadas nas entidades. A edição de 2018 conta com mais de 440 páginas e é resultado.

A versão eletrônica foi publicada em dezembro. A versão impressa tem distribuição gratuita dirigida e serão disponibilizados exemplares para compra na Fundação Cultural Gaúcha O Movimento Tradicionalista Gaúcho disponibilizou, em dezembro, a versão eletrônica da 12ª edição da Coletânea da Legislação Tradicionalista. A publicação é um compêndio dos documentos que balizam as atividades do MTG e reúne estatutos e regulamentos. No total, são 454 páginas com todas as orientações que os tradicionalistas necessitam para o exercício de suas atividades, seja em eventos, seja nas entidades.

No texto de apresentação, o presidente Nairo Callegaro pondera que talvez a Coletânea da Legislação Tradicionalista seja a publicação mais importante do MTG, porque ela não é apenas a juntada de todos os documentos que norteiam cada uma das atividades do tradicionalismo organizado, mas sim personifica o valor e o verdadeiro sentido do ser tradicionalista no dia-a-dia, na prática. “Com suas normativas, ela demonstra como era, enquanto registro histórico validado por tantas pesquisas, mas também como deve ser, numa demonstração de que acompanhamos o tempo e, mais, de que coletivamente construímos nossos direitos e deveres. E este é um dos maiores valores que podemos cultivar”, afirma o texto.

Nova edição: obra reúne versões atualizadas dos regulamentos e outros documentos do Movimento Tradicionalista Gaúcho

A Coletânea, segundo Callegaro, é fruto do trabalho de tradicionalistas abnegados, desde aquele que organizou todos os arquivos até aquele que, nas convenções, apresentou proposições, ideias, ampliou e honrou o debate, demonstrando que o nosso Movimento é vivo,

pulsante, e comprometido com o aperfeiçoamento de suas práticas.

A organização foi da vice-presidente de administração e finanças, Elenir Winck e do vice-presidente da Fundação Cultural Gaúcha, Haroldo José Teixeira.

Impresso A versão impressa da Coletânea tem distribuição gratuita dirigida e serão disponibilizados exemplares para compra na loja da Fundação Cultural Gaúcha.

Leia o Eco da Tradição

DIGITAL

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ECO DA TRADIÇÃO - 13

MÚSICA

Sobre a arte de traduzir em música a dança apresentada nos palcos e tablados coreografias premiadas, bailarinos emocionados e com isso qualquer fardo fica leve e qualquer desafio é abraçado novamente. As dificuldades são curiosidades também. Já fiz música onde o coreógrafo queria a música de um toque de celular, e foi feita.

Foto: Arquivo

O incentivo à música faz parte do plano de trabalho do Movimento Tradicionalista Gaúcho e o Eco da Tradição, alinhado aos objetivos da entidade, abre espaço para apresentar os talentos gaúchos. Nesta edição, conversamos com o músico Alexandre Brunetto, um dos compositores preferidos dos grupos de dança. É ‘músico de invernada’ com muito orgulho e nesta entrevista fala sobre sua trajetória, rotina de trabalho e sobre a satisfação que é transformar uma ideia em canção que conta histórias.

Você tem composições preferidas?

Não tenho músicas preferidas.

Algumas sem sombra de dúvida me trouxeram alegrias mais duradouras.

Mas se alguma delas for inesquecível para alguém, minha missão estará concluída. Essa é a parte de ser compositor que mais me agrada, que mais me toca. Passam os anos e ainda me pedem ‘aquela do grupo tal do ano tal’. É bom demais.

Quantas músicas você já compôs para invernadas do Enart?

Já compus mais de 300 músicas, não todas para invernadas, mas uma grande parte. Comecei compondo para festivais em 1993. A minha primeira música se chamou “Lamentos” e foi classificada para o Canto da Lagoa da cidade de Encantado, festival que persiste até hoje. Logo depois me aventurei em jingles empresariais e políticos, tomei gosto pela composição e venho desenvolvendo esse trabalho desde então. Nessa época, nos anos 90, a grande maioria dos grupos não usava músicas próprias.

Os festivais eram uma fonte aparentemente inesgotável de temas, músicas sobre lendas, personagens, guerras etc... Mas com o passar dos anos as coreografias evoluíram, torando-se verdadeiras obras de arte, e com essa evolução passou a surgir a necessidade de uma trilha sonora personalizada com músicas que cantassem o que exatamente precisava ser contado.

Há quanto tempo você desenvolve esta atividade?

Em 1998 comecei o trabalho direcionado para grupos de dança “Mouros da Magia”. Minha primeira música falava sobre a lenda de João Simões Lopes Neto, Salamanca do Jarau. Em 2018 completei 20 anos escrevendo e musicando o sonho de muita gente (e pesadelos também). Entre 1998 e 1999 compus um repertório inteiro para o meu primeiro CD Brunetto Três Minutos, com minhas alienações típicas da juventude. “Três Minutos” era a música de trabalho desse CD e falava justamente nesse recado que pode ser dado através de uma canção que em média tem 03 minutos.

Como é o processo de composição de música pra uma invernada?

Brunetto: “nada, profissionalmente, me dá mais prazer do que entregar a música e sentir que as pessoas envolvidas se emocionaram, se sentiram representadas”

Difere de música para música, dependendo da maturação da ideia. Às vezes o coreógrafo ou a equipe da proposta tem uma só palavra. Com alguns debates e conversas em grupos de WathsApp (que ajudam muito) vamos achando o denominador comum, pois existem várias formas de se abordar um tema. Outras vezes o coreógrafo apresenta um roteiro passo a passo, mapeando cada parte.

Exemplo: na primeira estrofe cria-se o lugar, na segunda os personagens e no refrão entrega-se a história. Textos explicativos antes de começar a letra servem de esteio para a mensagem.

Uso bastante. Poucos trazem pilhas de livros muito bem grifados, com pesquisa, fatos relevantes destacados, datas, atmosfera total do que precisa ser transmitido na canção. São casos raros. A demanda é grande. Alguns grupos se organizam com antecedência, facilitando a composição, outros deixam para depois das eliminatórias.

Já entreguei músicas dez dias antes da final do Enart. Mas tem casos, como de agora no mês de dezembro de 2018, que já estou compondo músicas para o Enart e Juvenart 2019.

Quais os principais desafios neste trabalho?

O principal desafio é contornar o óbvio, fazer com que a música seja a voz da proposta, que realmente tenha a função não só melódica, mas explicativa, para que transmita a emoção para quem dança e para quem assiste.

Quer-se que ela represente a pesquisa, o estudo, que o grupo garimpou.

Que toque as pessoas. Que cada um na arquibancada chore nos temas emotivos, que vibre nos temas vibrantes e saia do festival com pelo menos um lá lá lá na ponta da língua.

Na sua opinião, qual a magia desse trabalho, em especial?

A magia eu não sei, mas compor se tornou minha maior motivação. Transformou-se num apaixonante desafio semanal. Nada, profissionalmente, me dá mais prazer do que entregar a música e sentir que as pessoas envolvidas compraram a ideia, se emocionaram, se sentiram representadas por aquele hino temporário. Essa deve ser a magia. Ver estampado nas camisetas, nas postagens, nas homenagens e até na pele palavras que saíram do meu despretensioso pensamento numa madrugada qualquer. Fazer parte dos sonhos de alguém é mágico.

Você sempre conseguiu entregar os pedidos?

Sempre consegui entregar, graças a Deus. Às vezes, é verdade, com muita dificuldade, mas até hoje todas composições foram entregues. Todos os anos eu falo a mesma coisa: neste ano não pego nenhum trabalho com menos de 15 dias de prazo, mas chega alguém na quinta-feira e diz que precisa a música para sábado e eu respondo com a certeza do arrependimento: “deixa pra mim”. São muitas

Alexandre Brunetto por Alexandre Brunetto Minha trajetória no meio tradicionalista inicia como dançarino de um grupo de escola. Como dançarino esforçado que era, fui levado pelo meu professor para minha primeira entidade tradicionalista na cidade de Lajeado, minha cidade natal, no CTG Tropilha Farrapa, na 24ª Região Tradicionalista. Lá conheci as danças tradicionais, dancei nas categorias de base até a invernada adulta. Fui até chuleador. Mas minha vocação estava bem longe dos sapateios. Comecei a cantar e com a ajuda de um amigo tive o contato com meu instrumento, o violão. Esse mesmo amigo, o Edson Gustavo, me convidou para fazer parte de um grupo de baile chamado “Garotos do Vale” onde iniciei minha carreira como músico. Então me profissionalizei em 1994 , fui servir o Exército Brasileiro em São Gabriel e lá fiz música paralelamente à carreira militar. Em 1997 fui convidado para fazer parte do musical do CTG Tiarayú, de Porto Alegre, na 1ª Região Tradicionalista, onde permaneço até hoje. Tenho muitas entidades parceiras em todo estado e fora dele também, compondo as músicas e as executando como musical de suas invernadas. Faço parte do Grupo Santafé, que formei junto com meu amigo e colega Paulo Gago Gomes em 2010.

Encerro com uma frase do romancista e poeta castelhano Miguel de Cervantes: “Onde há música não pode haver coisa má”.

Entrevista para Sandra Veroneze

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FALA TCHE

No ano em que completa 65 anos, “O Sentido e o Valor do Tradicionalismo” continua atual? seja propagar a cultura através de seus grupos sociais e virtuais para despertar o interesse daqueles que ainda não fazem parte desse movimento de cultura tão grandioso em nosso estado.

Era a década de 50. Mais especificamente, o ano de 1954, quando ocorreu, lá no coração do Rio Grande, Santa Maria, o primeiro Congresso Tradicionalista. Na época, ainda não era realizado em janeiro, como tradicionalmente temos hoje.

Foi no frio mês de julho. Na oportunidade, foram apresentadas teses e proposições com o intuito de auxiliar na organização e no norteamento do movimento que estava dando seus primeiros passos. Entre elas, uma de grande relevância foi defendida por Barbosa Lessa: “O sentido e o valor do tradicionalismo”.

Em suas palavras, Lessa apresentou fatores aos quais os tradicionalistas deveriam dar uma atenção especial, sendo denominadas por ele como “as duas grandes questões do tradicionalismo”: assistência ao homem do campo e atenção especial às novas gerações. Como tem-se debatido muito em redes sociais a importância do jovem em nosso Movimento, o Fala Tchê quis saber, nesse ano em que a Tese completa 65 anos: como ocorre a aproximação do jovem com o MTG e como fazer para que cada vez mais ocorra o envolvimento dessas novas gerações com os vários departamentos das entidades, assim possibilitando a perpetuação de nossas tradições?

Vitor Lopes Ribeiro - CTG Brig.

Raphael Pinto Bandeira – 6ª RT Na tese “O sentido e o valor do tradicionalismo”, Barbosa Lessa já deixava claro o agir e o pensar das pessoas como forma coletiva, ou seja, a união de todos em prol de

Ana Paula Labres – CTG Província de São Pedro - 16ª RT

Barbosa Lessa: autor da Tese (Livro 40 anos MTG)

um bem comum. Para que a cultura gaúcha permaneça viva, é importante propiciar a união entre as gerações, pois as experiências dos mais velhos devem auxiliar e incentivar as vivências dos mais jovens e vice-versa. Nos dias de hoje, o jovem se faz atuante como na época de 47, lutando e trabalhando para que a tradição gaúcha seja cultuada e respeitada em uma época em que os valores andam tão esquecidos, oportunizando assim o incentivo ao jovem que já faz parte do movimento e aqueles de outros segmentos da sociedade para que integrem suas entidades. Na atenção às novas gerações, concordo com Barbosa Lessa que a inserção ao Movi-

mento pode ser priorizada através das crianças e das instituições educacionais, visto que as escolas tornaram-se a porta de entrada para as entidades tradicionalistas através dos grandiosos projetos realizados pelos jovens dentro das escolas, promovendo a inclusão da cultura gaúcha junto ao espaço escolar. A tradição gaúcha deve ser vista e valorizada pelos jovens como base na figura do homem campeiro e suas vivências nas estâncias (e que esse homem campeiro não apenas andava a cavalo e fazia suas lides como também promovia seus momentos em jogos, rodas de mate, de prosa, cantorias...). Acredito que a principal função do jovem tradicionalista

Na minha opinião, a participação do jovem no Movimento sempre foi efetiva. Nas diversas fases que já passei pelo tradicionalismo (quase 20 anos) sempre vi muitos jovens lotando as plenárias de Congressos e Convenções, participando de eventos artísticos e culturais, e muitas outras situações. Acredito que uma das formas de atrair os jovens que não são atuantes é fazer com que as entidades tradicionalistas desenvolvam atividades atrativas para eles, além de trabalhar muito dentro das instituições educacionais e trazer o jovem que está na escola e faculdade para dentro do CTG. Isabella Nunes – CTG Estância da Serra - 23ª RT Atualmente, as redes sociais dão muita visibilidade para alguns meios da sociedade e muitas vezes as nossas tradições, os nossos hábitos, não possuem tanta importância e notoriedade. Devemos sempre lembrar que aproximação de mais jovens para o Movimento Tradicionalista Gaúcho deve ocorrer de forma espontânea, pelo sentimento, por saber da importância e, como Continua na próxima página

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ECO DA TRADIÇÃO - 15

FALA TCHÊ

Gelson Descovi Vargas – CTG M’Bororé – Coordenador eleito da 30ª RT Existem documentos que alicerçam a base filosófica do nosso Movimento e, mesmo que elaborados há meio século, continuam norteando nossas atividades até a atualidade e com certeza para o futuro. Da mesma forma, existem pessoas, que mesmo despois da sua “partida”, nos ensinam diariamente como mantermos firme nossas raízes, preservando nossa cultura diariamente e assim perpetuando a essência de ideais que permeiam as entrelinhas de pesquisas, teses, textos, artigos, manifestos e tantos

Confira trechos do texto original

Ana Paula Labres

Gelson Descovi Vargas Fotos: Arquivo

a internet está cada vez mais presente nas nossas vidas, uma maior divulgação dos hábitos campesinos, das danças tradicionais, dos concursos de prendas e dos esportes campeiros, traria cada vez mais adeptos para o tradicionalismo.

Hoje essa aproximação ocorre muitas vezes pelos desfiles de 20 de setembro, pela semana farroupilha e pelos projetos que nós, prendas de faixa, realizamos como o “MTG e a Comunidade Escolar”, onde a nossa cultura é levada e demonstrada às novas gerações. Muitas vezes, depois dessas atividades, nós avistamos várias crianças adentrando entidades tradicionalistas, querendo participar e trazendo junto um dos mais importantes “órgãos” da sociedade: a família, que na maioria das vezes vem conhecer pela primeira vez nossos CTGs. O jovem deve desde cedo exercer cargos de liderança no Movimento, cargos importantes, que lhe tragam responsabilidades. Desta forma, nós estaremos sendo preparados para o futuro da nossa instituição e saberemos como agir. Porém, sempre devemos ter no costado os mais experientes, aquelas pessoas que vão nos dar a base e nos mostrar o caminho para os próximos anos dessa federação. Para que mais jovens participem, uma das formas de trazer mais adeptos seria cada vez mais o Movimento se unir aos demais grupos sociais, como os escoteiros, o Lions, o Rotary, e outros em que o jovem tenha participação efetiva e assim, mais fortes e com um maior número de diversidade e membros da nossa sociedade, estaremos levando nossa tradição às causas sociais e assistenciais pois, solidariedade, simplicidade e voluntariado devem ser, além da cultura, uma tradição a ser cultivada diariamente por todos.

Vitor Lopes Ribeiro

Isabella Nunes

outros belos documentos que compõem o universo da nossa cultura.

E não diferente, falamos de Barbosa Lessa, que se tornou mais que um ícone de nossa geração. Tornou-se um verdadeiro referencial ante ao legado, que gentilmente nos deixou em vida. Dentre tantos trabalhos elaborados, como o Hino Tradicionalista, Os guaxos - aclamado pela Academia Brasileira de Letras -, nada se compara com o a Tese, O Sentido e o Valor do Tradicionalismo. Tese essa, que em 2019, firma-se em nosso meio como maior sustentáculo radiador da preservação de cultura gaúcha, completando seus 65 anos. Ao observar tal documento, podemos vislumbrar que mesmo elaborado no ano de 1954, já tinha preocupações como a desintegração da sociedade civil, onde problemas sociais como crimes, divórcios, suicídios, entre outros já eram uma grande preocupação de Lessa, corroborado com o enfraquecimento das culturas locais e desaparecimento de núcleos comunitários transmissores de cultura. Ao analisar a Tese, verifica-se que a ideia de Lessa não era o de “resolver” problemas sociais, mas sim o de utilizar o Tradicionalismo como “mecanismo de prevenção”, resultando assim na elaboração deste documento, que possui como linha “norteadora” a assistência do homem do campo e a atenção especial às novas gerações.

Relevante a preocupação de Lessa ao redigir a Tese. Pois, ao homem do campo, deve-se a essência da nossa cultura, que está eivada de simplicidade, trabalho árduo e valorização telúrica. E quanto a atenção especial às novas gerações, a Tese traz de forma explícita a forma de trabalho com crianças e grupos escolares, com a finalidade de atingir um público, que em seu futuro serão pessoas de bem, colaborando assim para a não desintegração da sociedade, que é abordada na Tese.

Mas digo com propriedade que a ideia de Lessa foi muito além e atingiu patamares que ele mesmo, talvez, não tenha imaginado. As sementes plantadas em salas de aula e comunidades em geral vão além do mero trabalho realizado pelos integrantes de entidades tradicionalistas. Essas sementes lançaram-se ao vento e germinaram em terrenos áridos e hoje dão sombra e frutos nos mais diversos rincões, não só no Rio Grande do Sul, como no Brasil e fora dele. Eu, como tanto outros, somos frutos de uma geração que teve devida “atenção especial às novas gerações”. Somos crias de atitudes agregadoras de pessoas que acataram os ensinamentos de Lessa naquela Tese e hoje tentam transmitir um pouco daquilo que gigantes da nossa cultura se preocuparam em repassar.

Por Tuanny Prado

Na vida humana, a sociedade - mais que o indivíduo - constitui a principal força na luta pela existência. Mas, para que o grupo social funcione como unidade, é necessário que os indivíduos que o compõem possuam modos de agir e de pensar coletivamente. Isto é conseguido através da “herança social” ou da “cultura”. Graças à cultura comum, os membros de uma sociedade possuem a unidade psicológica que lhes permite viverem em conjunto, com um mínimo de confusão.

A cultura, assim, tem por finalidade adaptar o indivíduo não só ao seu ambiente natural, mas também ao seu lugar na sociedade. Toda a cultura inclui uma série de técnicas que ensinam ao indivíduo, desde a infância, a maneira como comportar-se na vida grupal. E graças à Tradição, essa cultura se transmite de uma geração a outra, capacitando sempre os novos indivíduos a uma pronta integração na vida em sociedade. (...)

O Tradicionalismo consiste numa EXPERIÊNCIA do povo rio-grandense, no sentido de auxiliar as forças que pugnam pelo melhor funcionamento da engrenagem da sociedade. Como toda experiência social, não proporciona efeitos imediatamente perceptíveis. O transcurso do tempo é que virá dizer do acerto ou não desta campanha cultural.

De qualquer forma, as gerações do futuro é que poderão indicar, com intensidade, os efeitos desta nossa - por enquanto - pálida experiência. E ao dizermos isso, estamos acentuando o erro daqueles que acreditam ser o Tradicionalismo uma tentativa estéril de “retorno ao passado”. A realidade é justamente o oposto: o Tradicionalismo constrói para o futuro. Feitas estas considerações preliminares, podemos tentar um conceito do movimento tradicionalista. E então diremos: “Tradicionalismo é o movimento popular que visa auxiliar o Estado na consecução do bem coletivo, através de ações que o povo pratica (mesmo que não se aperceba de tal finalidade) com o fim de reforçar o núcleo de sua cultura: graças ao que a sociedade adquire maior tranqüilidade na vida comum”.

Para ler a íntegra acesse: www.mtg.org.br

16 - ECO DA TRADIÇÃO

janeiro de 2019

MÍDIA

Quando o discurso de ódio atinge também a comunidade tradicionalista

Era a noite de 18 de novembro.

Os tradicionalistas e simpatizantes aguardavam ansiosamente o resultado do Enart – Encontro de Artes e Tradição Gaúcha. O clima, que já era de apreensão no ginásio do Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul, passou para as redes sociais. E ali, além de teorias conspiratórias, o chamado clima de ódio se instalou.

Por se tratar de um festival com o intuito de enaltecer a cultura do Rio Grande do Sul, todos ali cultuando e auxiliando a difundir a história, usos e costumes do povo gaúcho, como interpretar esse alvoroço?

Para Giovana Martins, 1ª Prenda Juvenil da 6ª Região Tradicionalista, esse fato ocorreu pelo fato de que o atual cenário em que vivemos é mais hostil, alcançando até mesmo o Movimento. “A grande reflexão a ser gerada é que situações de aspectos ofensivos e desrespeitosos, como a que ocorreu durante o Enart, vão em detrimento aos aspectos basilares pregados por esta organização que prima pela tradição, à qual está atrelado um conjunto de valores que deveria ser determinante no dia a dia de cada um dos gaúchos – em especial dos tradicionalistas”.

Para Paola Zanetti, da 21ª Região Tradicionalista, ao dar vez e voz a todos, as redes sociais acabam por se tornar muitas vezes palco de discussões calorosas. Ela ainda ressalta que os tradicionalistas, ao manifestar-se em locais de livre acesso, como a internet, estão levando aos olhos dos outros não apenas sua opinião pessoal.

“Precisamos ter consciência do nosso papel enquanto membros de um Movimento que preza por tantos valores, e que impõe limites, a exemplo do item da Carta de Princípios, que nos orienta a ‘evitar atitudes pessoais ou coletivas que deslustrem e venham em detrimento dos princípios da formação moral do gaúcho’.”

Paola Zanetti

Guilherme Abreu Fotos: Arquivo

Seja por ser uma competição, ou pelo suposto anonimato que a internet possibilita, o fato é que viam-se diversos comentários com o intuito de atingir um grupo ou outro. Pediam desclassificação, alegavam danças ruins, coreografias feias, acusavam até de desonestidade e soberba.

Daniel Rauber

Giovana Martins

Guilherme Abreu, 1º Peão da 3ª Região Tradicionalista, acredita que as redes sociais, se utilizadas para a divulgação da cultura gaúcha, bem como das ações do Movimento Tradicionalista Gaúcho, são um mecanismo fundamental para que os tradicionalistas passem a se integrar no mundo globalizado. E, para isso, cita a “Comunidade Tradicionalista”, como a organização que os tradicionalistas deveriam ter dentro do mundo atual, mesmo que ainda estejamos enquadrados como uma sociedade individualista. “A impressão que tenho é que somos um grupo que apenas tenta viver em comunhão desde os primórdios, sempre sendo atrapalhado por vãos interesses individuais ou de pequenos grupos. Falo isso baseado na minha observação e interação nas ‘relações tradicionalistas’. ”

vimento tenha que servir de exemplo. A juventude tem novamente ganhado seu espaço nos últimos anos e isso é muito bom, só temos que tomar cuidado para essa mesma juventude não se espelhar nos exemplos de rivalidade e desavenças, mas sim nos exemplos de paz, lealdade e amizade, que é o que o Movimento deve nos prega.”

Para ele, o poder de uma comunidade vem do coletivo, e que ele vê que muitas entidades do Estado deixam de lado as questões hierárquicas, trabalhando como um grupo só, gerando união entre os indivíduos.

Paola complementa que esse cenário de desavenças e discussões virtuais deve ser combatido primeiramente pelas entidades tradicionalistas. “Nesse sentido, recordo um importante texto que Jarbas Lima apresenta no livro ‘Tradicionalismo Responsabilidade Social – Reflexões’, e que fala sobre a consciência tradicionalista. Segundo ele, é necessário ter a capacidade de estabelecer julgamentos morais dos atos que praticamos. Dessa forma, devemos manter sempre o cuidado com o que postamos ou como nos manifestamos nas redes sociais.

E repudiar, com veemência, toda e qualquer manifestação que denigra esse Movimento que tantos prezam para manter moralmente.”

Daniel Rauber, 1º Peão da 24ª Região Tradicionalista, acredita que parte dessas desavenças competitivas acaba vindo principalmente por parte dos jovens, mas claro, lembrando que os jovens seguem os exemplos das pessoas mais velhas e dos superiores. “Acredito que Mo-

Guilherme compactua da ideia de que a mudança tem que iniciar dentro das entidades, a partir do ponto que utilizarmos as redes para meios de divulgação de eventos, atividades e até mesmo da nossa cultura, mas que as demais interações devem ser dialogadas em

reuniões de patronagens, rodas de mate e eventos afins. “A inserção do organismo MTG dentro das redes deve sim na minha opinião ser feita com muita cautela. E não apenas isso. Nós, tradicionalistas dotados de cargos ou não, devemos ter o discernimento de não debater ou relatar questões internas em uma rede social, pois nem todos os telespectadores são do meio e possivelmente irão pouco entender.”

Além disso, Guilherme aponta a necessidade de uma maior percepção por parte dos promotores e participantes de eventos competitivos, como o Enart, de que antes de mais nada todos os tradicionalistas integram um coletivo e que o principal objetivo é cultuar, divulgar e transmitir a cultura gaúcha do passado para o presente.

Já para Giovana, a conscientização deve ocorrer em cada um dos tradicionalistas. “Os valores direcionam o comportamento humano e cabe a cada um de nós agir sob os preceitos morais, éticos e sociais que regem a tradição gaúcha, como o respeito, a solidariedade, a inclusão, a dignidade, integridade, entre outros valores imprescindíveis.

Na roda de mate, nos galpões, em eventos e em todas as ocasiões o respeito deve imperar por que em nenhum destes momentos deixamos de ser tradicionalistas e guardiões da tradição (o que inclui nossos valores).”

E essa conscientização, individual ou coletivamente, pode partir dos próprios temas de trabalho do Movimento, como Paola bem lembra o tema anual de 2015: “Para cada competição, um momento de confraternização”. “O caminho é íngreme e difícil, mas se cada um de nós dermos um passo rumo aos bons princípios, teremos um futuro próspero. A mudança começa em nós!”, conclui.

Talvez, citado pela maioria deles, ande faltando uma roda de chimarrão para que aqueça os corações antes de partirem para as digitações de seus comentários, pois já cantava João Chagas Leite: “Se os senhores da guerra, mateassem ao pé do fogo, deixando o ódio pra trás, antes de lavar a erva, o mundo estaria em paz!”

Por Tuanny Prado

ano XVIII • edição 209

ECO DA TRADIÇÃO - 17

BRASIL DE BOMBACHAS

Dezembro de inúmeras ações no âmbito da CBTG

Projetos, ações de conscientização e homenagem no MTG-MS - Em Dourados, a 2ª Prenda do MTG-MS, Katharine Pederiva, acompanhada do peão Gabriel Zavala, continuaram o Projeto “CTG Mais Perto de Você Cultura nas Escolas”. A ação contou com palestras sobre o movimento tradicionalista e foi realizada para acadêmicos de Turismo da UEMS.

Saúde do Homem - E no fim de novembro, aconteceram ações em prol a saúde dos homens integrando a campanha de conscientização e Desafio Cultural da CBTG “Novembro Azul”.

Em Dourados, no CTG Querência do Sul, a campanha foi desenvolvida pelas prendas do MTG-MS: 2ª Prenda do MTG-MS, Katharine Pederiva, 1ª Prenda Veterana do MTG-MS, Rosane Pederiva, 2ª Prenda Juvenil do MTG-MS, Karoline Pederiva, 2ª Prenda Mirim do MTG-MS, Júlia Zanetti, e o Peão Paulo Zanetti. A mesma atividade aconteceu na Feira Central de São Gabriel do Oeste-MS, por meio do CTG Chama Crioula. Integrantes do Prendado entregaram panfletos e orientaram os homens sobre os exames e cuidados com a saúde. E em Ponta Porã, no CTG Querência da Saudade, foi realizado o “Grenal de Bombacha”, Projeto idealizado pelo 1° Peão Guaicuru do MTG-MS, Paulo Roberto.

Moção de Congratulação - Já no dia 27 de novembro, a Invernada Mirim do CTG Campos da Vacaria, de Sidrolândia-MS, recebeu a “Moção de Congratulação e Reconhecimento” da Câmara Municipal de Sidrolândia.

A homenagem enfatiza a dedicação das crianças e famílias na preservação da tradição gaúcha e parabeniza a Invernada campeã, classificada para o Nacional 2019.

Mato Grosso tem nova gestão de Prendas e Peões - O MTG-MT realizou seu 12º Concurso Estadual de Prendas e Peões, no período de 23 a 25 de novembro, na sede do CTG Velha Querência, localizado na capital do Estado - Cuiabá - 1ª Região Tradicionalista. Realizado pelo Departamento de Cultura e pela Juventude Tradicionalista do MTG-MT, a edição contou com número recorde de inscritos.

Papai Noel tradicionalista visitou comunidade carente no MT - Integrantes do CTG Pioneiros do Centro Oeste, da cidade de Canarana-MT, arrecadaram brinquedos, roupas, calçados e doces e doaram às crianças de comunidade carente. O projeto foi realizado pela 2ª Prenda Mirim da CBTG, Maria Clara Rossoni Bevilaqua,

juntamente com a 3ª Prenda Veterana de MT, Carlinha Marchiori, 1º Peão da 4ª RT de MT, Alexandre Xande, 2ª Prenda Mirim do CTG Pioneiros do Centro Oeste, Luana Konzen, 1ª Prenda Juvenil do CTG Pioneiros do Centro Oeste, Aline Machado e as prendas mirins Cecilia e Ana Claudia. Com o Papai Noel tradicionalista, a turminha entregou os presentes. A ação também congrega o “Desafio Cultural da CBTG” de dezembro.

CTG Mais Perto de Você: Cultura nas Escolas

Papai Noel: alegria para a criançada

Congratulação: reconhecimento

Nova Gestão: MTG/MT

Saúde do Homem: prevenção

25ª RT MTG/RS: integração

Desempenho: Ernani Barea, Presidente do MTG-PR, Braço Diamante, participou das disputas

Festival Paranaense de Arte e Tradição: danças tradicionais, danças gaúchas de salão, chula, danças birivas, intérprete solista vocal, declamação, causo, trova, gaitas, violão e outras modalidades

Diretora Cultural da CBTG prestigia evento no RS - A Diretora Cultural da CBTG, Carolina Scheifer Piatzchaki, prestigiou o II Chimarrão Festivo da 25ª RT do MTG-RS, realizado no dia 13 de dezembro na sede do CTG Paixão Côrtes, em Caxias do Sul-RS. O objetivo foi proporcionar troca de informações na roda de conversa e dinâmicas mediadas pelo Vice Presidente de Cultura do MTG-RS, Gelson Descovi Vargas. Foram debatidas diversas temáticas, como a importância do trabalho em equipe, comunicação e tradicionalismo. Na oportunidade foi feita a premiação do Posteiro Destaque Cultural, destinada ao Diretor Cultural das entidades daquela RT. MTG-PR celebra 43 anos - Comemorando 43 anos de fundação, o MTG-PR realizou dois grandiosos eventos. De 6 a 9 de dezembro o MTG-PR, na cidade de Paraíso do Norte, aconteceu o 30º Encontro Estadual de Seleções Campeiras e o 11º Encontro Esportivo. Sediado nesta edição pelo CTG São Jorge e pela 5ª RT do MTG-PR, é o maior evento tradicionalista do Paraná e congrega as invernadas Campeira e Esportiva, reunindo milhares de tradicionalistas. Foram realizadas as provas campeiras do laço, laço em vaca parada, prova do cepo, prova do chasque e prova de rédeas.

Já no encontro esportivo se disputou os troféus na Bocha, Bocha Campeira, Bocha 48, Bolão, Tava, Truco e Canastra.

Festival - E no período de 30 de novembro a 2 de dezembro, a cidade de Cascavel sediou o 29º Festival Paranaense de Arte e Tradição e 3ª Mostra Cultural do MTG-PR. Quarenta e duas entidades tradicionalistas e cerca de 90 grupos de danças, em todas as categorias (do pré-mirim a xirú), disputaram as modalidades: danças tradicionais, danças gaúchas de salão, chula, danças birivas, intérprete solista vocal, declamação, causo, trova, gaitas, violão, conjunto instrumental, conjunto vocal e pesquisa histórica.

Por Aline Jasper - CBTG

18 - ECO DA TRADIÇÃO

janeiro de 2019

“PRENDÓLOGOS”

O acirramento dos concursos está criando uma nova profissão?

O primeiro concurso de prendas ocorreu de forma extraoficial. Era lá pelos idos de 1968, quando Nara Iná Bandeira Ramos foi eleita a primeira 1ª Prenda do Rio Grande do Sul. Antes dela, três outras gurias haviam sido eleitas a “Mais linda Prenda do RS”, sendo o título primeiramente concedido a Rosemari Romeu.

Já os peões passaram a integrar as gestões estaduais só em 1989, sendo Agnaldo Reis, de Uruguaiana, o primeiro a ostentar o cargo.

Os guris, apenas no final dos anos 90 e os piás, somente em 2016.

Com o tempo, diversas alterações foram realizadas nos regulamentos dos concursos. Inicialmente, muitas prendas foram eleitas através de venda de votos. Com o passar dos anos, provas foram instituídas e cada vez mais foi sendo exigido conhecimento sobre história, geografia, tradição, tradicionalismo e folclore, por parte dos concorrentes. Às juvenis e adultas coube sortear suas apresentações orais para que os jurados pudessem avaliar sua desenvoltura e discernimento perante um público e um microfone. Aos peões, provas campeiras também sorteadas, avaliando seus saberes na área.

Isso, querendo ou não, acirrou as disputas, necessitando que cada vez mais os participantes estejam preparados para as apresentações.

Nesse contexto, surgiu a necessidade de aprender aquela área a qual não é a sua melhor. Uma mostra, uma pesquisa, o estudo para a prova escrita, a montagem de um tema oral. Surgiam, assim, preparadores de prendas e peões, ou “prendólogas” - pessoas que possuem conhecimentos e materiais que podem ajudar a especializar os concorrentes para as avaliações.

Provas campeiras: exclusividade do Entrevero de Peões

Mirian Antunes, da 4ª Região Tradicionalista, é uma dessas preparadoras. Ela conta que sempre foi envolvida com o tradicionalismo em sua cidade, Alegrete, tendo sido prenda, dançado em invernadas, e foi diretora de Departamento Jovem e Cultural, em nível de entidade e regional.

Foto: Sandra Veroneze

O formato que temos hoje, em que a fase estadual realiza-se no mês de maio e é sediada na cidade da 1ª Prenda, foi instituído em 1985; antes disso, sempre era atrelado ao Congresso. As fases mirim e juvenil também foram oficializadas apenas nos anos 80.

Foto: Mauro Heinrich

Oficialmente, a primeira edição de concurso de prendas foi ocorrer apenas em 1971, na cidade de Quaraí, durante o 16º Congresso Tradicionalista. Teve como vencedora Maria Ivanoska Alves Nunes, de Santa Vitória do Palmar.

Sua trajetória auxiliando prendas iniciou quando sua filha, Milena, participou da Ciranda Cultural de Prendas, em 2014, na categoria juvenil. Por essa razão, ela precisou se dedicar mais a fundo às questões do concurso. Como Milena apresentou bons resultados durante sua gestão e também na competição, outras mães e entidades vieram em busca de auxílio.

Mirian se orgulha do bom resultado que seus alunos apresentam nas Cirandas e Entreveros. Segundo ela, todos conquistam títulos ou, no mínimo, boas classificações.

Esse sucesso ela atribui ao seu empenho, dedicação e paixão pelo que faz.

Como atende pessoas de várias regiões, organizou uma grade de horários para atender a todos, e também montou uma sala de estudos em sua casa. “Trabalho o concorrente como um todo, desde a escrita, artística, oral, campeira, indumentária, eventos e relatório.

Demonstração de habilidades artísticas: prova é aplicada tanto no Entrevero de Peões como Ciranda de Prendas

Eu tenho uma fazenda pra fora e levo os peões, onde eles fazem um intenso nas provas campeiras durante o dia e à noite seguimos no estudo.” Para ela, seus alunos acabam se tornando seus filhos, formando uma grande família, que só aumenta com o passar do tempo. E eles também a auxiliam, formando uma espécie de equipe.

Lucas Oliveira foi peão da 5ª Região Tradicionalista, gestão 2013/2014. Para ele, é muito importante existirem essas pessoas próximas, que ele denomina “padrinhos”, pois muitas vezes a família e o Departamento Cultural da entidade ou regional não tem o domínio necessário de todas as provas que envolvem o concurso.

Continua na próxima página

ano XVIII • edição 209

ECO DA TRADIÇÃO - 19

“PRENDÓLOGOS”

Amanda Faleiro, 1ª Prenda da 12ª Região Tradicionalista, já participou de duas gestões estaduais e atualmente prepara-se para mais uma Ciranda. Para ela, Ciranda e Entrevero são a culminância de meses de trabalho, preparação e participação. “As provas apresentadas necessitam de organização e geram muitas dúvidas para quem inicia a caminhada. Acho impossível alguém chegar a um concurso sem ser ajudado por alguma pessoa. E isso é lindo. Ver participantes cercados de amigos, formando uma verdadeira família.”

Por outro lado, os concursos acabaram se tornando cada vez mais acirrados, deixando a diferença entre os concorrentes no detalhe. “Os participantes apresentam provas refinadas, com uma preparação intensa e às vezes, com muita técnica.”, relata Amanda.

Mirian também acredita que a partir do momento que as pessoas tornam essa ajuda uma forma de negócio passam a usufruir do Movimento. “Se tu tens condições, paga. Isso acaba tornando nosso MTG elitizado e é algo que não pode acontecer.” Apesar do auxílio que presta, ela recusa o rótulo de “prendóloga”, pois o vê de forma pejorativa. Amanda também acredita que o termo agride o intuito do Movimento.

Mirian e parte de sua equipe

Ela comenta que entende quem procura auxílio fora, mas pessoalmente garante que também é possível estudar por conta própria. “É muito bom quanto tu mesmo podes pegar os livros e escrever cada vírgula daquilo que irá apresentar.”

Lucas Oliveira

Amanda Faleiro

cobrar financeiramente para partilhar seus conhecimentos. “Se tu cantas e procuras um professor de canto, eu não acho errado que ele cobre. Tu estás pagando pela técnica, pelo tempo e é a profissão dele.

Porém, quando tu procuras por um tradicionalista que tem experiência e conhecimento em determinado assunto, mas ele cobra de ti para partilhar isso, considero errado.”

Segundo Amanda, é como usar o tradicionalismo em benefício próprio, pois fica como se a pessoa cobrasse para ser tradicionalista.

Lucas compartilha da mesma opinião. Para ele, o ato de ajudar prendas e peões passa a ser um serviço prestado, algo rentável que perde o amor à causa. “Sei que ajudar tem custos, você terá que se doar, usar seu tempo, porém, mesmo assim, acredito que o movimento é doação, é você passar adiante o que aprendeu. O concurso em si já envolve tantos gastos que muitas vezes o concorrente não tem como arcar com mais essa despesa. Então, direta ou indiretamente, esse comércio de serviços acaba

Lucas deseja que para 2019 se pare e pense no que realmente importa: “o concurso não está em algo que se compra, é um sonho, e que temos, sim, que buscar ajuda em padrinhos, Departamentos Culturais, família, amigos, pessoas que realmente se importam com seu ponto de vista e causa, e que mais importante, estarão lá por amor e por acreditar no teu potencial”.

Para ele, essa é uma forma de fazer com que o conhecimento esteja sempre girando. “Aquela pessoa que foi ajudada deve futuramente ajudar, e assim consecutivamente.

Se perguntar a todas as prendas que já ajudei, elas dirão que é esse o preço que cobro: nunca negar auxílio e passar a diante o que conseguir ensinar”.

Por Tuanny Prado

Foto: Sandra Veroneze

Foto: Mauro Heinrich

E essa procura abriu de certa forma uma espécie de mercado, em que algumas pessoas passaram a

excluindo pessoas que não tem condições. Já está tão difícil hoje em dia, onde o vestido tem que estar impecável, assim como o cabelo e a maquiagem.”

Fotos: Arquivo

“Acima de tudo, eu tenho esse apadrinhamento com uma retribuição ao que já fizeram por mim.

Fui peão regional, de entidade, de festivais e sempre fui ajudado por pessoas de minha entidade e fora dela, e hoje, mesmo afastado do Departamento Cultural, ajudo as prendas da minha entidade para o regional e consequentemente, quando passam, para o estadual, como forma de retribuir e não deixar morrer em mim tudo que me passaram”. Segundo ele, tem sido muito gratificante, pois sua entidade-mãe virou destaque na Região justamente por serem tão ativos, tanto em concursos, quanto na parte cultural em geral, e isso tem movimentado e dado vida à entidade.

Prova escrita do Entrevero de Peões de 2018

Prova escrita da Ciranda Cultural de Prendas 2018

ECO DA TRADIÇÃO

janeiro de 2019

SOCIEDADE

Paixão Côrtes recebe homenagem no Senado

A comenda foi criada a partir de sugestão da senadora Fátima Bezerra (PT-RN) e objetiva premiar todos os anos artistas e instituições que realizem trabalhos e ações voltadas para a valorização da cultura, folclore e saberes tradicionais do povo brasileiro.

Foto: Agência Senado

O Senado realizou nesta segunda-feira, dez de dezembro, a primeira edição de entrega da Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo. Foram premiados o cordelista Antônio Francisco Teixeira, o músico Nelson da Rabeca, o produtor cultural Nilson Rodrigues, o ator Pedro Baião, o Museu da Gente Sergipana, e a Câmara Brasileira do Livro (CBL). Também foram homenageados in memoriam o capoeirista Moa do Katendê e os folcloristas Deífilo Gurgel e João Carlos Paixão Côrtes.

Senadores Paulo Paim, Lasier Martins e Ana Amélia Lemos: homenagem foi entregue a Carlos Paixão Côrtes, filho do Paixão.

A cultura gaúcha foi homenageada pela entrega da Comenda a Carlos Paixão Côrtes, filho do criador do primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG) em Porto Alegre em 1948, o folclorista João Carlos Paixão Côrtes. O tradicionalista faleceu em agosto, e os senadores Ana Amélia (PP-RS) e Lasier Martins (PSD-RS) lembraram que ele é sinônimo de gauchismo no estado, tendo inclusive servido de modelo para a estátua do gaúcho-símbolo que fica na entrada de Porto Alegre.

Reaproximação com o Movimento Tradicionalista Gaúcho Em outubro de 2015, quando o Movimento Tradicionalista Gaúcho realizou exposição no Memorial do

Foto: Deivis Bueno

Tradições

Paixão Côrtes: últimos tempos foram de reaproximação com o MTG.

Rio Grande do Sul, sobre seus 50 anos de história, havia uma grande expectativa quanto à presença de João Carlos Paixão Côrtes. Há um tempo afastado do movimento organizado, o integrante ainda vivo do Grupo dos Oito havia con-

firmado presença em convite feito, em sua própria residência, pessoalmente pelo presidente do MTG, Nairo Callegaro.

– Ele vem? Ele vem? – era o murmurinho que corria nos salões do Memorial.

– Ele me disse que vem. – afirmou o presidente, minutos antes da solenidade, com o olhar na direção dos portões.

Foi um momento histórico para o tradicionalismo gaúcho. Diante de uma plateia extasiada, Paixão Côrtes fez uso da palavra, leu trechos de seu livro “O tradicionalismo gauchesco”, atendeu a imprensa presente, cortou a fita de instalação da exposição, fez fotos com todos os tradicionalistas que solicitaram e foi o primeiro a assinar o livro de presenças.

Daquele momento em diante, Paixão Côrtes passava a estar mais presente no Movimento Tradicionalista Gaúcho. Na solenidade realizada no colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, também pelos 50 anos de aniversário do MTG, a placa comemorativa foi descerrada por ele e pelo presidente da entidade.

Desde então, os laços entre o movimento organizado e a família de Paixão Côrtes foi se estreitando. Com a saúde fragilizada nos últimos tempos, Paixão contou com grande mobilização dos tradicionalistas quando precisou de doadores de sangue.

O compromisso do MTG agora, segundo Callegaro, é manter vivo seu legado, honrar seu conhecimento e todo o esforço que empreendeu para a construção da figura do gaúcho, que não é apenas uma identidade, mas um sentimento, um estado de espírito.

Por Sandra Veroneze, apoio da Agência Senado

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