Revista Imagem e Fotografia 2024/02 - vol 5

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BRASIL TRAS

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UM OLHAR PARA A DESIGUALDADE

Vivemos em um país de contrastes, onde a diversidade convive com desigualdades sociais profundas que separam pessoas e oportunidades. Estetrabalhoquermaisdoqueapenasexporessa divisão; ele busca provocar reflexão. Em cada página, apresentamos retratos distintos do Brasil: da escola pública à particular, das mansões aos lares mais humildes, do trabalho informal ao registrado. A desigualdade social é um tema frequente em nossa cultura, ecoando na música, poesia, cinema e teatro. Artistas brasileiros expressam as vozes de milhões que vivem essas realidades, dos sambas aos raps, dos cordéis aos filmes.Aqui,queremosabrirespaçoparaodebate sobre a urgência de uma sociedade mais justa e inclusiva. A cada imagem e texto, refletimos essa desigualdade que, embora tão presente, ainda precisa ser mais discutida e enfrentada. Não trazemos respostas prontas, mas sim olhares e questionamentos. O que está por trás dessas divisões? Como esses cenários refletem os desafios demilhõesdebrasileiros?E,maisimportante,como podemos caminhar para um país onde oportunidades e direitos estejam ao alcance de todos?

Boas-vindas a "Brasil em Contraste: Um olhar para a desigualdade" — uma obra que pretende abrir os olhos, e quem sabe, abrir caminhos.

BOAS-VINDAS BOAS-VINDAS BOASVINDAS

CIDADÃO CIDADÃO

Ouça agora: Cidadão, de Zé Ramalho

Enquanto alguns constroem sonhos, outros vivem nas sombras deles

Aponte a câmera do seu celular para o QR CODE e ouça agora

ENTRE PAREDES COLORIDAS E MUROS DESCASCADOS A REALIDADE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Compararumaescolapública a uma particular é como observar duas realidades opostas no mesmo país. A escola particular, com infraestrutura moderna e recursoscompletos,representa um ambiente propício ao aprendizado. Já a escola pública, muitas vezes com instalações precárias e falta demateriais,refleteoesforço diáriodealunoseprofessores para garantir uma educação básica. A música "Xibom Bombom"deautoriadeCarla Cristina,vocalistadogrupoAs Meninas, expressa essa desigualdade.

“MAS EU SÓ QUERO EDUCAR MEUSFILHOS,TORNARUM

CIDADÃO COM MUITA DIGNIDADE. EU QUERO VIVER BEM, QUERO ME ALIMENTAR. COMAGRANAQUEEUGANHO NÃODÁNEMPARAMELAR.EO MOTIVO TODO MUNDO JÁ CONHECE: É QUE O DE CIMA SOBEEODEBAIXODESCE”. Essa letra simboliza o desejo de pais e professores de proporcionar uma educação digna, mas revela como as barreiras estruturais tornam esse sonho difícil de alcançar. Aquelescomacessoàeducação privada continuam avançando, enquantoosalunosdosistema público enfrentam obstáculos como escassez de materiais e oportunidades extracurriculares limitadas.

Essa disparidade vai além da educação, pois define os futuros desses jovens. Enquanto alunos de escolas particulares têm mais chances de alcançaruniversidadesecarreirasbem-sucedidas, estudantes da rede pública encaram uma trajetória repleta de desafios que ultrapassam o conteúdo escolar. As imagens dessas escolas mostram uma luta silenciosa onde a educação, que deveria ser uma ponte para a igualdade, acaba reforçando a desigualdade. O país ainda precisa garantir que "o de baixo" possa, um dia, terasmesmasoportunidadesedignidade.

Para enriquecer essa discussão sobre desigualdade educacional, entrevistamos uma professora que leciona tanto na rede pública quanto na privada. A partir de sua experiência, elanostrazumavisãodiretadasdiferençasentre essesdoismundosedosdesafiosenfrentadospor alunoseprofessoresemcadarealidade.

ENTREVISTA - - - - - - - - - - - - - - - -

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS QUE VOCÊ

OBSERVA ENTRE A ESCOLA PÚBLICA E A PARTICULAR EM TERMOS DE ESTRUTURA E RECURSOS?

Asescolaspossuemgrandesdiferenças, mascomoprofessoradaáreadeciências oquevejoquedecertaformalimitaminhasaulasnaescolapúblicasãooslaboratórios de aulas práticas com seus respectivos equipamentos e recursos necessários. Porém a estruturanãoéoúnicofatorlimitante:acarga horária e o funcionário responsável pela organizaçãodesseespaçotambémécrucial. Emaulasde50minutos éimpossívelseparare organizaressesmateriais,oque comprometeoprocesso.

COMO ESSAS DIFERENÇAS AFETAM O DIA A DIA E O APRENDIZADO DOS ALUNOS EM CADAESCOLA?

É estatisticamente e cientificamente comprovado que a possibilidade de ver, tocar e experimentar nos processos de aprendizagem garantem uma eficiência melhor. Não podemos deixar de destacar que isso se dá num contexto em que outrasdiferençasreforçamasdificuldades desse processo de aprendizagem na escola pública (ex. alunos que passam dia e noite trabalhando para ajudar nas despesasfamiliares).

VOCÊ ACREDITA QUE A EDUCAÇÃO, DO JEITO QUE ESTÁ, AJUDA OU AGRAVA A DESIGUALDADESOCIAL?PORQUÊ?

Sem dúvida a desigualdade social só é reforçada quando comparamos o resultado do processo de ensino nas diferentes realidades hoje. Digo isso com propriedade e destaco que não estamos falando apenas de aula, uma vez que estou nas duas realidadese“amesmaaula” que ministro na escola pública em que trabalho eu ministro na escola particular. Assim outros fatores e recursos são os verdadeiros agravantes e causadores dessa desigualdade.

SE PUDESSE ENVIAR UMA MENSAGEM PARA SEUS ALUNOS DE AMBAS AS ESCOLAS, O QUE

GOSTARIADEDIZERAELESSOBREOFUTURO EAEDUCAÇÃO?

Alunodaescolaparticular:aproveitesuas oportunidadeseasvalorize! Aluno da escola pública: não deixe que as diferenças de oportunidades te impeçam de sonhar e lutar pelos seus sonhos!

Daniellen Salvador

A DISTÂNCIA

ENTRE O CONFORTO E O

ESSENCIAL: ONDE MORA A DESIGUALDADE

Adesigualdadesocialsemanifestadeformaevidentenoscontrastes observados entre as moradias de luxo e as habitações mais simples. Na primeira foto, é retratada uma residência luxuosa, simbolizando não apenas uma condição econômica privilegiada, como também o acessoabenseserviçosdealtaqualidade,vistoqueestesimóveissão geralmentelocalizadosemáreasurbanasvalorizadas,comsegurança, infraestrutura de qualidade e proximidade a serviços essenciais. A geografia dessas moradias reflete a concentração de riqueza em determinados espaços da cidade, no qual as oportunidades de progresso são abundantes e a qualidade de vida é elevada. Em contrapartida, a moradia simples capturada na segunda foto ilustra uma realidade completamente oposta. As pessoas que, muitas vezes, vivem em periferias, lidam diariamente com as dificuldades geradas por uma infraestrutura escassa, enfrentando a precariedade de serviçosbásicoscomosaneamentoirregularouinexistente,comesgoto a céu aberto e coleta irregular de lixo, falta de transporte público adequadoeemmuitoscasos,ruasmalpavimentadasousemnenhuma pavimentação,quenãoapenascausamdificuldadesdemobilidade,

como prejudicam diretamente a saúde e a qualidade de vida dos moradores,agravandoasensaçãopervasivadeabandonosentidapor eles. Essas áreas, afastadas dos centros urbanos e economicamente desfavorecidas, destacam nitidamente a relação íntima entre a geografiaeadesigualdadeeconômica,vistoquealocalizaçãodessas moradias limita o acesso a melhores empregos, educação, saúde de qualidade e opções de transporte público eficientes. Essas limitações fazem parte da chamada “desigualdade geográfica”, onde a localizaçãodeumapessoatemumimpactoprofundoediretoemsuas oportunidades e acesso a direitos tidos como básicos, perpetuando assim, o ciclo da desigualdade e pobreza. Esses contrastes revelam como o espaço urbano está organizado de maneira desigual, criando porconsequênciabarreirasinvisíveis,maspoderosas,quefragmentam asociedadeentreaquelescomacessoplenoatodasuainfraestrutura easpessoasqueseencontrammarginalizadassocialmente.

VITRINE COM

AR-CONDICIONADO

OU SOL A PINO

QUEM VENDE, QUEM COMPRA?

Para quem passeia em um shopping, comprar é uma experiência prazerosa. Para o vendedorderua,éumaquestão de sobrevivência: é vender o bastanteparavoltarcomalgum dinheiro. Esses universos raramente se cruzam, exceto no olhardequempercebeque,por trás das vitrines ou bancas, há histórias de privilégio e resiliência.Asfotosmostramque a desigualdade urbana não se limita a números, mas se revela na própria organização da cidade. Enquantoalgunspodem

escolher,outrosapenasseadaptam elutamparaseguiremfrente.

Asimagensdeumalojadeluxoe de um vendedor ambulante capturam de forma clara as desigualdades urbanas. A loja de grife, com sua vitrine sofisticada, simboliza um consumo restrito a poucos. O vendedor ambulante, com sua banca improvisada na calçada, representa quem precisa se reinventar diariamente para garantir o sustento. Esses cenários coexistemnasgrandescidades,mas parecem de mundos distintos. De umlado,quempodeescolherentre produtos de luxo em ambientes confortáveis. Do outro, quem depende das vendas incertas das ruas. Esse contraste vai além das diferenças econômicas, revelando uma cidade dividida entre inclusão eexclusão.

NA CORRERIA SEM FÉRIAS

INFORMAIS E FORMAIS NA SELVA URBANA

EssaimagemretrataotrabalhoFormal registrado em carteira, que segue as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O trabalhador formal tem carteira assinada e está protegido pelas leis trabalhistas, enquanto o trabalhador informal não tem carteira assinada e não está protegido pela lei, Concluindo, o trabalho formal é aquele em que as empresas contratam profissionais de forma oficial, assinando assuascarteirasdetrabalhoeseguindo os direitos e deveres, as empresas informais funcionam sem CNPJ, não pagamimpostosetemsuapossibilidade de crescimento limitada. Logo, as empresas formais são aquelas que têm CNPJ e estão regularizadas junto ao governo. Como tal, também estão registradas no INSS, o que garante benefícios como o direito à aposentadoria.

O trabalho informal é muito comum no Brasil, principalmente por conta da escassez de oportunidades na economia formal,porsuavez,consisteemformas alternativas de trabalho, que não estão asseguradaspelaCLT.Ostrabalhadores informaisnãotêmproteçãolegal,oque pode levar a condições de trabalho precárias, insegurança econômica e aumentodoriscodeacidentes

DO CARRINHO AO SACOLÃO QUEM COMPRA

ONDE PODE

OBrasilhaviasaídodomapadafome em 2014, mas voltou em 2019 e permaneceuaté2022.

A desigualdade social e econômica também desempenha um papel crucial na segurança alimentar. Suas causas são diversas e estão relacionadas a fatoresdasesferaseconômica,política, social e ambiental. Assim como o desperdício, a má distribuição de alimentos, baseada na dificuldade de acesso para as populações de baixa renda,fazdafomeumproblemasério no Brasil, que afeta muitas pessoas todososdias.

No entanto, uma crise bastante presente e nem sempre discutida é a insegurança alimentar, que aumentou no Brasil e no mundo. A insegurança alimentar é o termo usado para designarafaltadeacessoaalimentos nutritivos e seguros, em qualidade e quantidade suficientes. Na prática, quem está nessa condição não sabe quando e como se alimentará nem quanto tempo a comida durará. Ou seja, é um cenário de incerteza que afeta o desenvolvimento e o crescimentodoindivíduo.

BRASIL: UM PAÍS PARA TODOS?

Analisando o impacto gerado pela desigualdade social, fica evidente a extrema importância da formulação de medidas concretas para reduzir as disparidadesregionaiseeconômicas.

Em suma, a desigualdade, especialmente a econômica e geográfica, representa um dos maiores desafios na construção de uma sociedade maisjustaeequitativa.Aconcentraçãoderecursos e oportunidades em determinadas regiões perpetuaumciclodepobrezaeexclusãoemáreas menos desenvolvidas, o que, por sua vez, limita o crescimento social e econômico do país como um todo.

A luta pela erradicação desses problemas deve começar através da implementação de políticas públicas que foquem na promoção do desenvolvimento regional, e que estimulem a criação de oportunidades para todas as camadas sociais. Porém, a busca por soluções exige não apenas ações governamentais, deve-se ir além do governo e buscar o engajamento de toda a sociedade, através da conscientização de que a diminuição da desigualdade é essencial na arquiteturadeumfuturomaisinclusivo,ondetodos sejam capazes de ter um acesso digno à saúde, educação,trabalhoemoradia. Somente através do comprometimento coletivo, será possível transformar as condições atuais de desigualdade e construir uma sociedade mais equilibradaeprósperaparatodos.

As Condições de Trabalho no Brasil: Desafios, Desigualdades e a Luta por uma Vida Digna

As condições de trabalho no Brasil não se limitam ao ambiente físico do trabalho, mas se estendem profundamente para todas as esferas da vida dos trabalhadores, refletindo diretamente suas condições socioeconômicas. Em especial, essa realidade afeta com gravidade os trabalhadores que enfrentam salários extremamente baixos e condições de vida precárias. A verdadeira magnitude dessa questão vai além das extenuantes jornadas de trabalho e dos inúmeros riscos presentes nos locais de trabalho, atingindo também as vidas pessoais e familiares desses indivíduos. Para muitos, o salário recebido mal é suficiente para cobrir as necessidades básicas, o que acarreta em um ciclo vicioso de insegurança, sofrimento e frustração, que se reflete de maneira alarmante no bem-estar físico, emocional e psicológico dos trabalhadores.

A disparidade salarial no Brasil é uma das maiores barreiras para a melhoria da qualidade de vida da classe trabalhadora. Para uma grande parcela da população, a remuneração não é suficiente para garantir a mínimadignidade humana, e a luta diária para atender às necessidades mais essenciais é constante.Essasituação éespecialmentevisívelem setores como o comércio, os serviços e a agricultura, onde grande parte da força de trabalho recebesalários quemal conseguemcobriroscustos de uma vida simples, mas digna. O que deveria ser uma fonte de estabilidade e segurança se transforma em uma causa de sofrimento contínuo, empurrando os trabalhadores para a busca incessante de múltiplos empregos ou para a submissão a condições de trabalho desumanas, tudo em nome da sobrevivência

O impacto do baixo poder aquisitivo vai além do simples valor do salário. Ele interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas, afetando negativamente áreas essenciais como saúde, educação, moradia e alimentação. O acesso a serviços de saúde adequados se torna um luxo distante, assim como a educação de qualidade, que muitas vezes é substituída por uma educação pública insuficiente e sem recursos. O sonho da casa própria se torna quase inatingível, e a alimentação se limita muitas vezes ao básico, sem espaço para escolhas saudáveis ou nutritivas. Para os mais pobres, a escassez de recursos e a falta de acesso a serviços públicos essenciais geram um cenário de desesperança, onde o futuro parece ainda mais distante e a vida se limita a um constante enfrentamento das dificuldades cotidianas. Essa realidade evidencia que as condições de trabalho não são isoladas dos outros aspectos da vida desses trabalhadores. Pelo contrário, elas se entrelaçam com as dificuldades enfrentadas fora do ambiente de trabalho, criando umateia de fatores que perpetuam a desigualdade social. Osalário,longedeserumfatordemelhoria,muitasvezesacabasendoumfatordemanutenção da desigualdade, uma barreira que impede a mobilidade social e a ascensão das famílias que buscam um futuro melhor. Em muitas situações, o esforço incessante de cada trabalhador, mesmo com jornadas exaustivas e condições de trabalho precárias, não é suficiente para proporcionar uma vida mais digna ou até mesmo garantir a sobrevivência de sua família.

Quando o trabalhador é forçado a enfrentar a combinação de baixos salários, jornadas de trabalho intermináveis e a constante exposição a riscos no ambiente de trabalho, o cenário se torna ainda mais alarmante. A carga horária excessiva, muitas vezes sem compensação justa, somada a um ambiente de trabalho perigoso, agrava a saúde física e mental dos trabalhadores, criando um desgaste constante e profundo.A falta de políticas públicas eficientes de proteção social e de assistência ao trabalhador contribui para que esse quadro se mantenha inalterado ao longo do tempo, tornando-se uma realidade cruel para milhões de brasileiros. A luta por melhores condições de trabalho, portanto, não é apenas uma questão de garantir ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis, mas também de garantir que os salários sejam adequados e suficientes para proporcionar uma vida digna a todos os trabalhadores. É preciso entenderqueaverdadeiramelhoriadas condições detrabalho sóseráalcançadaquando houver um reconhecimento profundo do valor do trabalho e um compromisso real com a melhoria das condições de vida de todos, sem distinção.

Cada trabalhador, independentemente de sua função ou setor de atuação, deve ser tratado com respeito e dignidade, tendo o direito de viver com segurança, saúde, acesso à educação de qualidade, moradia adequada e uma alimentação saudável.Atransformação das condições de trabalho não pode ser vista de forma isolada, mas como parte de uma mudança estrutural mais ampla, que busque garantir justiça social, igualdade de oportunidades e a construção de uma sociedade mais justa para todos.

No final das contas, a verdadeira dignidade para o trabalhador no Brasil não será alcançada apenas por uma redução dos riscos no trabalho ou pela melhoria das condições dos ambientes laborais, mas também pela garantia de que cada trabalhador receba um salário justo que proporcione segurança e bem-estar para ele e sua família. É imprescindível que o esforço do trabalhador seja devidamente reconhecido e compensado, de modo que ele possa construir uma vida mais digna e melhorar suas condições de vida, sem precisar abrir mão de sua saúde ou de seu tempo pessoal em prol da sobrevivência. O avanço nas condições de trabalho deve, portanto, caminhar de mãos dadas com uma política de valorização do trabalho, que garanta que todos, independentemente de sua função, possam viver com a dignidade, o respeito e a segurança que merecem.

Referências:

https://www.brasildefato.com.br/2024/05/22/a-situacao-da-classe-trabalhadora-no-brasil-e-anova-pesquisa-do-institutotricontinental#:~:text=A%20precariedade%20da%20condi%C3%A7%C3%A3o%20da,traba lho%20(17%2C9%25).

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/responsabilidades-empregadorempregado-quanto-aos-equipamentos-protecao-individual.htm

Equipe e Funções:

Imagens - Joana Freire

Edição de imagens - Marina Librelon

Texto - Marina Librelon

Montagem do trabalho - Marina Librelon

FONTES E REFERÊNCIAS

Todas as imagens são de própria autoria e edição, os textos são de pesquisas em sites, dissertações e entrevistas, todas a edições das páginas, enquadramentos, e pesquisas foram realizados por Leonardo Oliveira Dias.

1 SANTOS, Ana Rita O impacto do home office na qualidade de vida no trabalho: a percepção dos trabalhadores em contexto de pandemia. dissertação, 2021. faculdade de Economia - Universidade do Porto. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/137872/2/516281.pdf

2 AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. Editoria: Estatísticas Sociais. Umberlândia Cabral. Arte: Brisa Gil 25/10/2023 10h00 | Atualizado em 25/10/2023 18h32. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012agencia-de-noticias/noticias/38159-pesquisa-inedita-do-ibge-mostra-que-7-4-milhoes-de-pessoas-exerciamteletrabalho-em-2022

3 PERES, Tatiana Bonatti. Shopping center. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire (coords.). Tomo: Direito Comercial. Fábio Ulhoa Coelho, Marcus Elidius Michelli de Almeida (coord. de tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Edição: Tomo Direito Comercial, Edição 1, Julho de 2018 Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/235/edicao-1/shopping-center

4 Boaretto F, Haddad M, Rossaneis M, Gvozd R, Pissinati P. CONTEXTO DE AMBIENTE DE TRABALHO ENTRE ENFERMEIRAS ASSISTENCIAIS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Cogitare Enfermagem, vol. 21, núm. 2, 2016

Universidade Federal do Paraná, Recepção: 19 Novembro 2015 - Aprovação: 09 Junho 2016 Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/4836/483653650020/html/

5 Miguel S, Garcia M, Cunha A. Acidentes de Trabalho em Hospital Central: uma visão holística. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online. 2023, 16, esub0413. DOI: 10.31252/RPSO.21.10.2023 Disponível em: https://www.rpso.pt/acidentes-de-trabalho-em-hospital-central-uma-visao-holistica/

6 Pereira LAS, Cunha ML, Baptista RV, Zeitoune RCG, Faria MGQ, Gallasch CH Riscos ocupacionais no trabalho de limpeza hospitalar. Artigo de Pesquisa. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil 2022 Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2023/03/1417315/e67919-riscos-ocupacionais-no-trabalhodiagramado-port.pdf

Fashion Além do

Moda para um

Planeta Mais Saudável

A moda

A moda, comercializada por um preço cada vez mais baixo, apresenta um custo ambiental cada vez mais alto. A segunda indústria mais poluente do mundo, o setor da moda, promove o consumo desenfreado por meio do fast fashion, com tendências que surgem e desaparecem rapidamente. Esse ciclo acelerado impulsiona a geração massiva de resíduos têxteis e a emissão de gases de efeito estufa, deixando um impacto ambiental devastador.

Cultura

Além de seu papel funcional, a moda acompanha a humanidade há séculos, representando cultura, religião e status. No entanto, a sustentabilidade da moda se torna uma preocupação crescente. As roupas de algodão, por exemplo, são muitas vezes vistas como uma alternativa preferível às fibras sintéticas, como o poliéster, afinal, o algodão é natural. No entanto, o cultivo do algodão também gera impactos ambientais significativos. De acordo com o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP), o cultivo de algodão ocupa 2,5% das terras aráveis do mundo, mas consome cerca de 200 mil toneladas de pesticidas e 8 milhões de toneladas de fertilizantes anualmente, representando 16% e 4% da utilização global desses produtos, respectivamente. Além disso, o algodão é responsável por 24% do consumo global de inseticidas, o que degrada solos e contaminam lençois freáticos.

Um exemplo clássico do impacto do cultivo de algodão nos recursos hídricos é o desaparecimento do Mar de Aral, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão. Esse que já foi o quarto maior lago do mundo foi quase completamente drenado devido a um projeto de irrigação de algodão iniciado pela União Soviética na década de 1960. A drenagem resultou em sérios problemas ecológicos e sociais, incluindo a perda da pesca, o aumento da salinidade e problemas de saúde para as comunidades locais, em decorrência das tempestades de poeira do leito exposto do lago. O desaparecimento do Mar de Aral é um dos exemplos mais notórios de como práticas agrícolas insustentáveis podem causar desastres ambientais.

Mar Aral

CO2

Uma vez concluídas, as peças de roupa são transportadas das instalações de produção para os centros de distribuição ou diretamente para as lojas. Esse processo contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa, tanto na produção quanto no transporte dos produtos. O transporte de matérias-primas, como o algodão e o poliéster, e de roupas acabadas envolve longas distâncias entre países produtores e consumidores, resultando em grandes emissões de CO2. Grande parte da produção de roupas está concentrada em países da Ásia, como China, Índia, Bangladesh e Vietnã, onde os custos de mão de obra são mais baixos. As roupas, então, precisam ser enviadas para mercados na Europa, América do Norte e outras regiões, gerando uma extensa cadeia de transporte.

Demanda

A demanda por constantes atualizações de estoque e lançamentos rápidos de novas coleções leva as marcas a recorrerem a transportes frequentes e rápidos, como o aéreo, para diminuir o tempo entre a produção e a venda. Essa prática resulta em um aumento significativo nas emissões de carbono e no consumo de energia. Estima-se que cerca de 10% das emissões globais de carbono da indústria da moda estão associadas ao transporte. O impacto do transporte é agravado pela distância entre os países produtores e os mercados consumidores.

Além disso, segundo a ONU, práticas insustentáveis contribuem para a perda de cerca de 100 milhões de hectares de terras saudáveis a cada ano. Diante desse cenário, é imperativo que a sustentabilidade no setor da moda seja abordada de maneira mais abrangente, indo além da simples produção têxtil responsável.

Produção

Transformar o marketing da moda é outro passo crucial nessa direção. O bombardeio de anúncios em redes sociais, com constantes atualizações e novas coleções, incentiva o consumo desnecessário e rápido. O marketing consciente, por sua vez, pode ser um agente transformador, promovendo transparência nas práticas de produção, educando o consumidor sobre o impacto ambiental de suas escolhas e incentivando um consumo mais responsável.

Marketing

Fotos feitas no Brechó “Flores. Espaço colaborativo”

Repensar

Repensar a localização da produção é uma estratégia eficaz para reduzir as emissões de transporte, pois realocar a fabricação para mais perto dos consumidores diminui a necessidade de longas rotas de transporte, resultando em uma pegada de carbono menor. A promoção de cadeias produtivas locais e a adoção do conceito de slow fashion, que prioriza ciclos de produção mais lentos, são alternativas viáveis para mitigar a pegada de carbono. Integrando essas práticas, a indústria da moda pode se tornar mais sustentável e redefinir sua relação com os consumidores, promovendo um consumo consciente que beneficia o planeta e a sociedade.

Fontes:

https://www.doisniveis.com/asia/asia-central/por-que-o-marde-aral-se-tornou-um-deserto/#google_vignette

https://exame.com/negocios/fast-fashion-moda-ameacar-meioambiente

Integrantes do grupo:

André Rodrigues
Débora Fernanda de Pieri
Mariana Hadassa Lira
Pedro Henrique de Mirada Bohrer
Sthefany Tomaz
Yasmin Magalhães Rachi

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