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como a questão de gênero na indústria cinematográfica foi responsável pelo impacto na saúde mental de umdos maiores ícones da sétima arte



A igualdade de gênero no cinema é um tema que tem recebido atenção crescente, pois historicamente a indústria cinematográfica tem sido marcada por uma desigualdade significativa tanto em frente quanto atrás das câmeras. Mulheres enfrentam desafios como salários menores em comparação aos homens, oportunidades limitadas em cargos de direção e produção, e menor reconhecimento em premiações e festivais. Além disso, o cinema tem sido criticado pela representação estereotipada ou sexualizada de personagens femininas, reforçando papéis de gênero tradicionais e, muitas vezes, prejudiciais.
Um dos principais desafios para a igualdade de gênero no cinema é a falta de representatividade em papéis de liderança. Segundo estudos, a grande maioria dos diretores, roteiristas, produtores e outros profissionais em cargos-chave ainda são homens. Isso afeta diretamente o tipo de histórias que
são contadas e a maneira como as personagens femininas são representadas. A ausência de mulheres em posições de liderança leva à falta de diversidade de perspectivas, o que limita a variedade de narrativas e temas abordados.
“Cães nunca me mordem. Só os humanos... “
Marilyn Monroe


Nos últimos anos, no entanto, houve avanços importantes. Movimentos como o #MeToo e o Time’s Up ajudaram a expor desigualdades e abusos na indústria, incentivando uma mudança cultural e maior conscientização sobre a importância de uma abordagem mais inclusiva.
Diversos festivais e premiações passaram a adotar políticas de paridade de gênero, e estúdios começaram a investir em histórias centradas em mulheres e na contratação de diretoras e roteiristas do gênero feminino.
Iniciativas de mentoria e programas de apoio a mulheres em cinema têm se multiplicado, com o objetivo de formar uma nova geração de cineastas e profissionais que possam ocupar o mercado de forma mais igualitária. A promoção de narrativas diversas e o incentivo a uma representação mais complexa das mulheres na tela também têm sido defendidos como meios de combater estereótipos e ampliar o alcance das produções.
Marilyn Monroe foi uma das atrizes mais icônicas e influentes de Hollywood, conhecida por sua beleza, talento e o carisma que exibia nas telas. Ela alcançou a fama na década de 1950, estrelando filmes como Os Homens Preferem as Loiras e Quanto Mais Quente Melhor. No entanto, sua imagem pública de símbolo sexual e mulher glamourosa escondia uma vida privada muito complexa, marcada por problemas de saúde mental, relacionamentos conturbados e o impacto negativo da indústria cinematográfica em sua vida pessoal.
Monroe teve uma infância difícil, marcada pela ausência dos pais e por abusos, o que impactou profundamente sua saúde emocional. Ao longo de sua vida adulta, ela lutou contra a depressão, ansiedade e o que, hoje, poderia ser identificado como transtorno bipolar.

Na época, a compreensão e os tratamentos para esses transtornos eram limitados, e Marilyn muitas vezes usava medicamentos para lidar com suas dores emocionais e com a pressão do trabalho.
A indústria cinematográfica, por sua vez, explorava sua imagem de “loira ingênua” e a pressionava a manter uma aparência e um comportamento específicos, o que amplificava seu sofrimento. Ela frequentemente enfrentava assédio e desvalorização, sendo tratada como um objeto e tendo suas habilidades como atriz subestimadas.
Mesmo buscando papéis mais desafiadores e desejando ser levada a sério como atriz, Marilyn muitas vezes era confinada a personagens estereotipados. Essa frustração, junto com o isolamento e a superficialidade das relações em Hollywood, contribuiu para agravar seu estado mental.
A combinação da pressão da fama, o estresse do ambiente de trabalho e a falta de apoio emocional e psicológico adequado fez com que a saúde mental de Marilyn se deteriorasse ao longo dos anos. Ela passou por internações e foi frequentemente medicada para lidar comseus transtornos.
Em 1962, aos 36 anos, Marilyn Monroe foi encontrada morta em sua casa, em um aparente suicídio. Sua morte trágica levantou debates sobre os impactos da fama e da exploração da imagem pessoal em Hollywood, destacando a necessidade de um olhar mais humano e cuidadoso para as estrelas e sua saúde mental.
"Hollywood é um lugar onde eles pagam mil dólares por um beijo e cinquenta centavos por sua alma." Marilyn Monroe

A igualdade de gênero no trabalho, especialmente em relação à maternidade, aborda a necessidade de condições justas para que as mulheres não sejam prejudicadas em suas carreiras por serem mães. Tradicionalmente, a maternidade é vista como um fator de “custo” no ambiente de trabalho, onde as mulheres podem enfrentar desafios como discriminação, estagnação profissional, ou até mesmo serem demitidas ou preteridas em promoções por conta da gravidez ou das responsabilidades familiares.
Uma das principais questões é a necessidade de políticas que permitam uma verdadeira conciliação entre carreira e maternidade, garantindo às mulheres o direito de se afastarem para cuidar dos filhos sem que isso prejudique suas oportunidades de crescimento profissional. Para isso, muitas empresas estão adotando medidas como licenças-maternidade estendidas, flexibilidade de horário, e políticas de home office que ajudem as mães a manterem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Além disso, o conceito de licença parental compartilhada tem sido incentivado para que os homens também assumam um papel ativo nos cuidados dos filhos, equilibrando a divisão das responsabilidades. Quando os homens também podem tirar licenças sem estigma, reduz-se a pressão sobre as mulheres e promove-se um ambiente de trabalho mais inclusivo.
A criação de um ambiente de trabalho livre de preconceitos e estereótipos, onde as mulheres possam avançar em suas carreiras independentemente de suas decisões familiares, é essencial para uma sociedade mais igualitária. Essa abordagem exige um compromisso das empresas e do governo, com políticas de igualdade de gênero, programas de apoio à parentalidade e uma cultura de respeito e incentivo ao desenvolvimento profissional para todos, independente da maternidade ou paternidade.
“ As empresas não são solicitas para as mães”
Tamires Bernardo

A criação de um ambiente de trabalho livre de preconceitos e estereótipos, onde as mulheres possam avançar em suas carreiras independentemente de suas decisões familiares, é essencial para uma sociedade mais igualitária. Essa abordagem exige um compromisso das empresas e do governo, com políticas de igualdade de gênero, programas de apoio à parentalidade e uma cultura de respeito e incentivo ao desenvolvimento profissional para todos, independente da maternidade ou paternidade.
Entrevistamos Tamires Bernardo, 31 anos, moradora da região de São Paulo, mãe de dois filhos e que atualmente exerce a profissão de assistente de marketing em uma multinacional. Tamires teve que interromper o curso de graduação em Letras após a gravidez e só retomou o trabalho depois de conseguir vaga na creche municipal para seu filho de um ano. Ela conta que tem sido complicado e não seria possível conciliar trabalho semrede de apoio familiar.
Entrevistador: Pode me contar um pouco sobre sua experiência como mãe no ambiente de trabalho? Como você sente que a maternidade impactou sua carreira?
“ Sinto que não possuo liberdade junto com outras pessoas que não vivem a maternidade”
Sinto que não possuo liberdade junto com outras pessoas que não vivem a maternidade. Pessoas que trabalham comigo e são solteiras possuem momentos mais leves e descontraídos, enquanto eu vivo preocupada com questões de saúde dos meus filhos. Isso dificulta minha performance no ambiente de trabalho. O atestado médico não é liberado para a mãe de acordo coma lei e não tenho a possibilidade de trabalho home office, mesmo meu trabalho podendo ser executado remotamente. As empresas não são solicitas para as mães


100% no trabalho e não está nem aí com o restante sabendo que vai ter ou a mulher em casa ou outra pessoa na responsabilidade de cuidar do filho, sabe? Eu acho que o peso da responsabilidade não fica na vida do homem em si. Lá na empresa só tem dois caras que eu conheço que têm filhos, mas eles não sofrem tanta pressão e tanta preocupação que nem uma mãe. O homem não se preocupa tanto com a educação dos filhos, se está doente ou não. Joga responsabilidade para cima da mãe e ela que se vira, né?
Entrevistador: O que você acha que poderia ser feito para mudar essa situação da mulher no ambiente de trabalho?
Eu acho que deveria existir leis específicas e já existem algumas para realmente ajudar a mãe dentro do mercado de trabalho. Eu já vi já em uma reportagem, mas lá em Florianópolis, se eu não me engano, que dentro da empresa tinha um setor onde um andar era uma creche e as crianças, bebezinhos dos funcionários, das mulheres, ficavam. Então, as mães elas se sentem mais em paz quando o filho está próximo. E aí ela podia sair, podia ir lá ver se está tudo bem com o bebê, dava amamentação se precisasse, subia para o andar para fazer o trabalho e fica com a mente em paz, fica tranquila, sabendo que está lá perto, sabe? Nessa questão sabe de que as mulheres elas têm capacidade sim de exercer funções iguais aos homens só que não é o mesmo pra mulher. É mais pressão porque a mulher vai se preocupar mais com outras coisas, não somente naquela na parte de trabalho. A empresa deveria ter mais empatia e abraçar a mesma causa da mãe.
Entrevistador: E eu queria que você falasse uma última reflexão sobre essa temática da maternidade e a sua carreira.
Eu creio que pra mãe em si é uma preocupação muito grande de você às vezes querer crescer e avançar, fazer realmente uma pós ou MBA. Com quem você pode deixar o bebê ou a criança? Muitas vezes o homem não tá nem aí. Ele vai fazer a carreira dele. Para deixar o outro crescer, você acaba se paralisando e às vezes deixando o tempo passar para depois você ter que correr atrás do prejuízo, sabe? Deixar as crianças crescerem para você estudar e eu creio que fica mais difícil, mais desafiador emsi. Então, acho que é isso mesmo. Para a mulher, comcerteza o fardo é mais pesado.


A questão da igualdade de gênero no transporte público das grandes cidades é um tema crucial que impacta a mobilidade, a segurança e o bemestar de milhões de pessoas, especialmente mulheres. Em muitas metrópoles, o transporte público é a principal forma de deslocamento, mas, infelizmente, ele ainda apresenta desafios significativos em termos de segurança e acessibilidade.
A insegurança no transporte público afeta diretamente as mulheres, que frequentemente se sentem ameaçadas por assédios, violência verbal e física. Isso não apenas limita suas opções de deslocamento, mas também impacta sua liberdade e qualidade de vida. Muitas mulheres optam por evitar certos horários ou rotas, o que compromete suas atividades diárias, como trabalho e educação.
A falta de infraestrutura adequada e de políticas que considerem as necessidades específicas das mulheres contribui para essa situação. Enfrentar o assédio sexual no transporte público é um desafio complexo, mas existem várias abordagens que podem ajudar a criar um ambiente mais seguro para todos. Medidas como iluminação adequada nas estações, câmeras de segurança, maior presença de agentes de segurança e campanhas de conscientização são fundamentais para criar um ambiente mais seguro.
Além disso, a coleta de dados sobre assédio e violência de gênero no transporte pode informar políticas e intervenções mais eficazes. Enfrentar o assédio sexual no transporte público exige um esforço conjunto de autoridades, empresas de transporte, comunidades e indivíduos. Criar um ambiente seguro e respeitoso é essencial para garantir a liberdade de movimento e a igualdade de gênero.
A inclusão das mulheres em processos de planejamento e tomada de decisão relacionados ao transporte é fundamental. Quando as vozes femininas são ouvidas, as soluções tendem a ser mais eficazes e abrangentes. Iniciativas que considerem as experiências específicas das mulheres no uso do transporte público são essenciais para promover a igualdade de gênero. A luta por um transporte público mais seguro e igualitário é uma questão de justiça social e deve ser uma prioridade nas agendas urbanas. Ao garantir que todos, independentemente de gênero, possam se deslocar com segurança e confiança, estamos não apenas promovendo a igualdade, mas também contribuindo para o desenvolvimento sustentável e inclusivo das cidades.
LEMOS, C. Use a moda a seu favor. [s.l.] Record, 2019.
MARILYN MONROE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2024. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php? title=Marilyn_Monroe&oldid=69027976>.
Taraborrelli, J. R. (2010). A vida secreta de Marilyn Monroe. São Paulo: Planeta.
KAMITA, R. C. Relações de gênero no cinema: contestação e resistência. Scielo, 2017.
GRUBBA, Leilane Serratine. Feminismos e cinema: crítica à representação da mulher. ANTARES: Letras e Humanidades, [S. l.], v. 13, n. 31, p. 259–287, 2021. Disponível em: https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/antares/article/view/10350
MACHADO, R. L.; DE ABREU, K. H.; MARTINI, I. I. A vida de Marilyn Monroe a partir da teoria do amadurecimento pessoal de Winnicott. p. 20, 2015.
FEIJÓ, J. Diferenças de gênero no mercado de trabalho. Disponível em: <https://portal.fgv.br/artigos/diferencas-genero-mercado-trabalho>.
Mulheres no mercado de trabalho: desafios e desigualdades constantes. [s.l.] DIEESE, 20 24 [s.d.]. Disponível em <https://www.dieese.org.br/boletimespecial/2024/mulheres2024.pdf>.
Mobilidade das mulheres: Reflexões e experiências municipais. Live realizada pelo Painel Brasileiro da Mobilidade em 5 de mar. de 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=t38Z-bcxScw&t=1612s.
Fotos da Marylin Monroe foram tiradas no Museu de Imagem e Som localizado em São Paulo que apresenta a exposição sobre a carreira do cineasta Billy Wilder. Disponível em: <https://mis-sp.org.br/exposicao/ocinema-de-billy-wilder/>.
Amanda Cordeiro
Camila Nery
João Guilherme Santos
Tatiane Cordeiro
Victoria G.

(Beauvoir, 1980)
Essa é uma frase emblemática escrita pela filósofa existencialista e precursora do feminismo Simone de Beauvoir, publicada em sua obra "O Segundo Sexo". Tal premissa revela que a feminilidade nada mais é do que uma construção social: as pessoas nascem com o sexo feminino, mas é a socialização que decide quais papéis de gênero serão exercidos.
Partindo da lógica da máxima de Beauvoir, podese afirmar que as mulheres não são naturalmente feitas para maternar, cuidar do outro ou realizar afazeres domésticos, por exemplo. Porém, por conta da coerção social, esses papéis foram atribuídos ao sexo feminino e, muitas vezes, mulheres que se desconectam de tais normas sociais são julgadas e até mesmo punidas socialmente.

“Nenhum
destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”
(Beauvoir, 1980)


Isso se mostra evidente quando se pensa que os primeiros grandes escritores e filósofos foram pessoas do sexo masculino. Por séculos, as mulheres foram apagadas dos livros de História e Filosofia. No Brasil, por exemplo, as mulheres só tiveram direito ao voto em 1932.
Afinal, como supracitado, padrões comportamentais e sociais são exigidos apenas pelo fato de ser alguém do sexo feminino. Para além disso, há um apagamento histórico dos feitos das mulheres: as pessoas do sexo feminino sempre fizeram parte da história da humanidade, mas, por muito tempo, suas vivências foram narradas por homens.

(Beauvoir, 1980)

Foto: https://files.cursoenemgratuito.com.br/uploads/2020/10/FIGURA_1_FIL-768x432.jpg
Neste trabalho, foram retratadas mulheres em diferentes espaços sociais, transcendendo os papéis de gênero impostos pela sociedade, que se expressam de diferentes maneiras – seja por atividades laborais ou por meio da arte. As fotografadas evidenciaram que hoje têm uma boa relação consigo mesmas, mas que precisaram passar por muitas adversidades para chegarem ao lugar onde estão, já que muitas vezes esses locais foram negados a elas apenas pela condição de serem mulheres.

Este é um ofício que não costuma ser comum para pessoas do sexo feminino e, muitas vezes, as mulheres são julgadas incompetentes ou insuficientes para exercer tais funções. Todavia, o presente trabalho mostra o contrário e prova aquilo que foi dito por Simone de Beauvoir em 1980: "não acredito que existam qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos".
Conforme a citação supracitada, as mulheres são capazes de fazeres múltiplos – e isto é o que retratamos por meio da fotografia. Na fala de Aline, uma das fotografadas, é possível conhecer a dificuldade em adentrar o meio da mineração sendo uma mulher, mas, ao mesmo tempo, o orgulho que ela sente por conta disso. A própria afirmou que sua trajetória "reflete a força e a resiliência das mulheres na mineração", acreditando que a presença de pessoas do sexo feminino em espaços plurais é fundamental para tornar o futuro mais inclusivo e inovador.
Percebe-se, portanto, que assumir uma postura que contraria os padrões sociais e adotar uma postura de liderança é uma atividade subversiva para as mulheres. Quando elas deixam de ser o que a sociedade espera que elas sejam e passam a ser aquilo que elas mesmas desejam, é revolucionário.


“Eu passei muita dificuldade na minha casa, desempregada, com três filhos, sem ter como pagar as contas. Entrei como soldadora na mineradora e, hoje, fazem 4 anos que trabalho aqui e subi de cargos diversas vezes.
Felizmente, no meu ambiente de trabalho, ao contrário da maior parte da sociedade, eu sou respeitada por ser lésbica e também pelo trabalho que eu faço.
Dizem que eu sou a melhor soldadora da área. Assim, eu sou feliz aqui, sabendo que sou reconhecida e admirada!”
(Raquel Ferreira)
“Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre.”
(Beauvoir, 1980)

Referências:
- BEAUVOIR, Simone. O Segundo sexo – fatos e mitos; tradução de Sérgio Milliet. 4 ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1980.
- https://www.plural.jor.br/wp-content/uploads/2020/08/simone-debeauvoir-biografia-300x276.jpg
- https://files.cursoenemgratuito.com.br/uploads/2020/10/FIGURA_1_FIL768x432.jpg
Diversidade e Impacto: Como os Diferentes Modelos Familiares Moldam a Sociedade







https://www.youtube.com/watch?v=0gG3YJY-4KU
https://doi.org/10 20499/2236-3645 RJP2009v10e92 209
https://doi.org/10.33027/2447 780X 2017 v3.n1 02.p11
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102111.pdf
https://static.poder360.com.br/2024/07/pesquisa-pets.pdf
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020 2/julho/cartilha-apresenta-o-panorama-da-adocao
nobrasil#:~:text=Segundo%20o%20cadastro%20do%20SNA,mil%20crian%C3%A7as%20e%20adolescentes%20ispon%C3%ADveis.
https://sna.cnj.jus.br/home#/home
https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/adocao/passo-a-passo-da-adocao/
https://trilhante.com.br/curso/os-novos-paradigmas-do-direito-das-familias/aula/familiahomoafetiva-1#:~:text=S%C3%A3o%20as%20fam%C3%ADlias%20decorrentes%20da,o%20estigma%20existEnte%20na%20sociedade.
https://www.scielo.br/j/bioet/a/pTmSPdPnvHhWV9C3RpkNNyK/?lang=pt
https://www.gov.br/participamaisbrasil/uso-de-telas-por-criancas-e-adolescentes
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/04/30/como-o-tempo-de-qualidade-com-os-filhos-afeta-o-desenvolvimento-infantil.htm https://www.revistas.usp.br/estic/article/view/178088/178498
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/27878-com-envelhecimento-cresce-numero-defamiliares-que-cuidam-de-idosos-no-pais https://www.gov.br/mds/pt-br/noticias-e-conteudos/desenvolvimento-social/noticias-desenvolvimento-social/mds-lanca-diagnostico-sobreenvelhecimento-e-direito-ao-cuidado https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agen
m 2019, Bianca com 19 anos descobriu uma gravidez inesperada, fruto de um relacionamento abusivo. Ela estava nesta relação há 3 anos, sofrendo com turbulências e brigas. Mesmo assustada Bianca optou por seguir com a
gestação, e no início de 2020 deu a luz a Manuela. Até alguns meses após o nascimento, o relacionamento de Bianca ainda existia em prol da criança. Bianca se tornou mãe solteira em meio a pandemia, o pai visitava a filha com pouca frequência, e não ajudava com as despesas.
A família monoparental é constituída por um dos genitores mais os seus descendentes. Como Bianca, esta realidade atinge diversos Brasileiros e Brasileiras. No Brasil, o reconhecimento jurídico da monoparentalidade ocorreu em 1988, através da Constituição Federal, no artigo 226, § 4º. Essa disposição ampliou o conceito de família. Com isto, o casamento civil deixou de ser a única fonte geradora da família. Esta família se origina dos mais diversos fatores. São eles: o celibato, o divórcio, a separação, a união livre, as mães solteiras, a viuvez.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 10,4 milhões de famílias no Brasil são monoparentais, o que equivale a cerca de 15% do total de famílias brasileiras. Em algumas regiões do país, mais de 80% das famílias monoparentais têm uma mulher como chefe de família, desempenhando simultaneamente os papéis de provedora e cuidadora.
Mesmo com dificuldades e graças ao apoio minhada família, Manuelaa cresceu saudável e feliz. Hoje ela está com 4 anos, é inteligente,super falante e curiosa sobre tudo.” - Bianca “


“Eu não sabia que precisaria tanto da Manuela como eu sei agora” - Bianca

papel da família na formação da sociedade é fundamental, e com a evolução dos tempos, o conceito de "família" vem se expandindo. Em um cenário em que a taxa de fecundidade total no Brasil caiu de 2,32 filhos por mulher em 2000 para 1,57 em 2023, há um movimento claro de adiamento da maternidade e paternidade. Muitos
casais, como João e Gabriela, escolhem os "pets" como companhia e, em alguns casos, substituem ou postergam a ideia de ter filhos.
Dados recentes mostram que o Brasil é o terceiro maior país em população de animais de estimação, com cerca de 149 milhões de bichinhos, ficando atrás apenas da China e dos EUA. Para muitos, os pets são membros da família e exercem um papel de apoio emocional, felicidade e até segurança para mais de 90% dos tutores. João e Gabriela se conheceram na escola e desde então se tornaram inseparáveis. Morando juntos em um aconchegante apartamento, sempre sentiram falta da companhia de um animal, pois ambos cresceram com pets. Foi ao expressar esse desejo que ganharam Hércules, um cachorro resgatado de uma ONG após sofrer maus-tratos. Ele chegou com três anos, e logo se tornou um membro especial da família.

Esse vínculo reforça uma tendência crescente na sociedade brasileira, onde 72% das famílias possuem algum pet, com 93% dos tutores considerando seus animais como membros da família. A adoção de pets, muitas vezes, não é apenas uma alternativa, mas uma escolha consciente, refletindo um desejo de cuidar e proporcionar amor e acolhimento. Ao criar laços profundos com seus pets, casais como João e Gabriela estão redefinindo o papel da família. Esses laços ajudam a fortalecer a relação conjugal e preenchem de afeto e alegria o ambiente familiar. Embora a decisão de ter filhos humanos seja adiada ou até substituída pela criação de pets, a sociedade encontra em famílias como a deles um novo significado para a convivência familiar. Afinal, cada família é única em sua composição, e o amor, seja por filhos ou por um pet como Hércules, é o elemento que a torna especial e significativa.

“É incrível o poder que um pet tem de unir ainda mais uma família”, conta João, que considera Hércules como um verdadeiro filho.


Segundo o cadastro do SNA, há um total de 34,4 mil pretendentes dispostos a adotar, 2 mil em processo de adoção e 9,8 mil que já adotaram alguma vez. Mesmo com o elevado número de interessados, ainda há 5 mil crianças e adolescentes disponíveis. A diferença se deve, principalmente, ao fato de que somente 0,3% desejam adotar adolescentes, que representam 77% do total das crianças.
Antenor e Marta, casados há mais de dez anos, sempre quiseram uma família, mas os filhos biológicos não vieram. Foi quando resolveram adotar Arthur, um garoto de 11 anos (na época) com um jeitinho meio tímido e um histórico de passar por diferentes lares temporários. A adaptação foi devagar – no começo, Arthur mal sabia se podia chamar aquela casa de “lar”. Mas Antenor, que era fã de futebol, começou a chamar o garoto para assistir aos jogos, enquanto Marta, apaixonada por jardinagem, ensinou ele
a cuidar de um pequeno canteiro de ervas. Aos poucos, Arthur foi se soltando e, sem perceber, já estava chamando o lugar de “minha casa”.
No aniversário de 12 anos, Arthur teve a sua primeira festa em família, só com eles três e um bolo feito em casa. Aquela noite deixou claro que, finalmente, ele tinha um lar.
Claro, nem tudo foram flores: Arthur, agora com 13, enfrenta os dilemas típicos da adolescência. Em alguns dias, se fecha; em outros, Antenor e Marta estão lá para dar o apoio que ele precisa. Eles seguem lado a lado, se entendendo e se apoiando.
Hoje, aquela casa em Campinas tem um jardim que simboliza o amor que construíram juntos, mostrando que, com paciência e carinho, uma família pode florescer do jeito mais bonito.
“Ser mãe do Arthur é a realização de tudo o que eu sonhei, e mais um pouco. Ele trouxe uma luz para a nossa vida, algo que eu e Antenor nem sabíamos que faltava até ele chegar. Sou grata todos os dias por poder chamá-lo de ‘meu filho’.” - Marta
Quando Stefany entrou em nossa vida, com apenas 4 anos, era uma menininha quieta e desconfiada, que já carregava uma carga que nem imaginávamos ser possível para uma criança. Ela veio de uma família complicada, com muitas brigas e pais abusivos.
Quando a vimos pela primeira vez, já sabíamos que era a nossa filha, a partir deste momento fizemos de tudo para tê-la conosco. No começo, ela observava tudo em silêncio. Parecia estar com medo o tempo todo, era desconfiada e cuidadosa. A Irene passava várias horas ao lado dela, segurando a sua mão e contando histórias, enquanto eu inventava brincadeiras, ansioso para ver um sorriso. A primeira vez que chamou a Irene de “mãe” foi um marco, e a partir daí, Stefany foi trazendo alegria e vida para nossa casa. Hoje, com 19 anos, decidiu estudar Psicologia para ajudar outras pessoas a encontrarem o caminho da cura, como ela encontrou.
O processo para adotar uma criança naquela época era muito burocrático, nós tínhamos muito medo de não conseguir ficar com a Stefany. Os pais dela foram presos e ninguém da família biológica procurou por ela até hoje. Tivemos uma conversa com ela sobre este passado e entendemos que cabe a ela a decisão de saber mais ou não.
“A gente olha pra Stefany hoje e não consegue sentir outra coisa senão orgulho. Passamos por muita coisa juntos, mas cada sorriso e cada conquista dela compensam qualquer dificuldade. Ela é a prova viva de que o amor pode transformar tudo.” - Irene
O processo de adoção é gratuito e deve ser iniciado na Vara de Infância e Juventude mais próxima de sua residência. A idade mínima para se habilitar à adoção é 18 anos, independentemente do estado civil, desde que seja respeitada a diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida.




"Amar Milena me fez entender que o nosso amor é uma forma de resistência. Sabemos dos desafios, mas cada dia que vivemos juntas é uma conquista para nós e para outras famílias como a nossa. Queremos mostrar que o amor é amor, independentemente de quem ama.” - Camila “

As famílias Homoafetivas são compostas por casais do mesmo sexo. Elas vêm ganhando visibilidade e reconhecimento nas últimas décadas. Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece a união estável entre
pessoas do mesmo sexo com os mesmos direitos e deveres das uniões heterossexuais, e em 2013 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) permitiu que casais homoafetivos se casem no civil em cartórios de todo o país.
Esses direitos abriram caminho para que famílias homoafetivas também pudessem ter acesso à adoção e à gestação por métodos assistidos, permitindo a criação de laços legais e familiares plenos entre casais e seus filhos.
A Constituição de 1988 consagrou a família como instrumento de proteção da dignidade dos seus integrantes e do livre exercício de seus direitos fundamentais, de modo que, independentemente de sua formação – quantitativa ou qualitativa –, serve o instituto como meio de desenvolvimento e garantia da existência livre e autônoma dos seus membros.
Porém, mesmo com avanços significativos neste campo, as famílias homoafetivas enfrentam diversos preconceitos e repressões, seja por escolas, comunidades entre outras instituições. De fato o preconceito velado se faz presente na sociedade Brasileira e vem sendo combatido pelo poder público.
Camila e Milena se conheceram através de colegas de trabalho e, desde então, aprenderam juntas a importância e os desafios de formar uma família em um mundo que nem sempre compreende ou acolhe. Inicialmente, lidaram com olhares curiosos e até perguntas intrusivas, como quando Camila teve que explicar aos colegas que sua relação com Milena era séria, e não apenas "uma fase". Situações como essas trouxeram incertezas, mas também as uniram ainda mais.
Elas sonham em construir uma família onde possam viver sem a necessidade de justificar o seu amor. Sabem que, como casal lésbico, cada passo dado representa um progresso na construção de uma sociedade mais inclusiva. O desejo de estabelecer um ambiente seguro e acolhedor é o que as motiva, inspirando a serem autênticas e viverem com orgulho. Elas acreditam que sua relação não é apenas uma história de amor, mas também uma maneira de demonstrar que todas as famílias, independentemente de quem as integra, merecem respeito e aceitação.


om o envelhecimento da população brasileira, o papel da família torna-se cada vez mais importante. A inversão na pirâmide etária, com mais idosos e menos jovens, reflete uma mudança demográfica significativa. Em 2013, a base da
população era mais jovem, mas as projeções para 2040 e 2060 mostram uma sociedade mais envelhecida.
Nesse contexto, o cuidado com os idosos, muitas vezes realizado por mulheres, ganha destaque. Elas dedicam em média 24 horas semanais a tarefas não remuneradas de cuidado, especialmente aquelas entre 60 e 69 anos.
Hildebrando e Marli, ambos com 62 anos, ilustram essa realidade. O casal, que mora com a filha caçula de 20 anos, assumiu recentemente a responsabilidade pelos cuidados de Rosália, irmã de Hildebrando, que sofre de demência avançada. Marli dedica-se à cunhada com carinho e resiliência, encarando os desafios como um compromisso emocional.
“Não sou capaz de deixá-la num asilo com desconhecidos”, diz Marli.


A filha caçula, Luana, tenta ajudar os pais aliviando o peso emocional da rotina com a tia, e colaborando com a divulgação do negócio de Hildebrando, de vendas e aluguéis de carros, pelas redes sociais.
“Eu vivo preocupada com a situação dos meus pais, já nessa idade e com tantos problemas. Tento aliviar a rotina deles no que posso, nem que seja passando um cafézinho e jogando uma conversa fora para distraílos”, relata Luana. Esses momentos reforçam os laços familiares e demonstram o valor do apoio mútuo entre gerações.



Jan e Rose, outro exemplo de família, vivem a terceira idade com leveza e companheirismo. Ele, de 78 anos, e ela, de 65, conheceram-se no hospital onde trabalhavam como médico e enfermeira. Casados há 12 anos, valorizam os momentos simples, como o convívio com o neto Matheus, de 27 anos.
Para Jan, “envelhecer juntos é uma jornada de amor e parceria que aproveitamos com gratidão todos os dias”.

Afamília desempenha um papel essencial na formação da sociedade, e as tradições familiares fortalecem laços afetivos, promovendo segurança emocional e moldando o caráter das crianças. Em um cenário onde o
uso excessivo de telas preocupa especialistas, a interação familiar, mesmo em pequenos momentos, tem ganhado importância. “Estar próximo não é suficiente; é preciso interagir e trocar experiências”, destaca a psicóloga Caroline Nóbrega. Carlos e Karina, pais de três filhos, enfrentam rotinas de trabalho intensas como médico e servidora pública. Para fortalecer os laços familiares, Carlos aproveita os poucos finais de semana que não está de plantão para levar as crianças à feira, unindo a atividade doméstica ao tempo de qualidade com os filhos.
“Eles
saem das telas e interagem com o mundo real, aprendendo sobre os alimentos e preços”, conta Carlos.
Além disso, a leitura é um hábito compartilhado por todos, proporcionando momentos de união e desenvolvimento. Essas práticas simples ajudam a equilibrar o tempo de tela e promovem experiências enriquecedoras para as crianças.
“Sempre tivemos o hábito de ler, e isso foi passado para as crianças. Às vezes, ficamos juntos lendo, cada um
com seu livro. É um momento de união, mesmo que em silêncio”, compartilha Karina.


Momentos simples como orações antes das refeições e celebrações com bolos caseiros são lembranças que perpetuam o valor do amor e da gratidão.
“Cada oração e história é um pedacinho da nossa família que se consolida”, diz Eliana.

Ambas as histórias mostram que tradições familiares, sejam elas simples ou grandiosas, criam um impacto duradouro e positivo. Elas destacam como pequenas ações diárias podem gerar grandes transformações na formação de indivíduos e, consequentemente, de uma sociedade mais conectada e humana.



É impossível pensar em sociedade sem pensar em família. A sociedade é formada, entre outros elementos, por indivíduosquesãomembrosdefamílias. Comocontadoprimáriodeumindivíduo comasociedade,éafamíliaquecarrega o dever de socializar o indivíduo dentro dos padrões sociais em vigor, tendo assim, absoluta importância para a construção do caráter, dos ideais e dos valoresdomesmo.
Cada família transmite seus valores à descendência e é, de modo consciente ounão,umareferênciaatéoindivíduo
alcançar sua maturidade e ter a capacidadedeformaropiniõespróprias. Tais opiniões, mesmo sendo “próprias", serãoinfluenciadasemalgumainstância pelotratamentoqueoindivíduorecebeu eoambienteaoquefoiexpostodurante suavida.

SENDO A ESCOLA NORMALMENTE
O PRIMEIRO LUGAR ONDE A
SOCIALIZAÇÃO ACONTECE
DIARIAMENTE APÓS A FAMÍLIA, É
NELA EM QUE PERCEBEMOS OS
PRIMEIROS IMPACTOS FAMILIARES
NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO


A professora, Leacir, 61 anos, faz uma reflexão sobre o passado:


Leacir nos conta qual a primeira experiência que impactou a sua percepção sobre aimportânciada família na vida deumindivíduo:
“A primeira experiência chocantequeeutivecomo professora foi com um aluno, que tinha por volta de16anos,eseupai,que era quem o criava, desenvolveu dependência química. O impacto nesse indivíduo foi rapidamente percebido. Antes ele era alegre e estudioso, após o começo deste problema familiaroseudesempenho escolar caiu drasticamente ele se tornou bastante agressivoe,posteriormente, abandonouosestudos.”

Aprofessorafalasobre diferentesproblemasque presenciou:
“Durante esses anos em sala de aula tive contato com diversos problemas, como o abandono parental, rigidez excessiva das famílias, violência física, gravidez naadolescênciaeindisciplinas.”
Nosdeixandoentender também como esses problemas afetam a sociedade.
“Vejo muitas pessoas sendo preconceituosas em relação às diferentes formações familiares quevemsetornandocadavez mais comuns, sendo que independentedequaissejamos membrosdeumafamília,todas tem o poder e o dever de oferecer um ambiente propício ao desenvolvimento pleno de suas crianças, desde que o ambiente seja saudável e afetuoso."

Sobre abandono e conflitos familiares, temosoexemplodeCarolina,pesquisadora de 27 anos. Ela cresceu em um ambiente conturbado,marcadoporfrequentesbrigas entre seus pais, e tenso, cheio de medo e insegurança. Carolina nos conta como isso aafetou:
“Meus pais brigavam muito quando eu era criança e eu ficava muito assustada e ansiosa. Mesentiadesprotegida",afirma.
Carolina reflete sobre seu passado: “Após anos de muitas brigas e falta de comunicação, meus paissesepararam”.
Ela nos conta como isso afetou sua vida: “Eu fiquei com a minha mãe, meu pai veio me visitar algumas vezes, essas visitas se tornaram cada vez maisespaçadasatéquepararam.Jáfazmaisde15 anosquenãoovejo.Mesentiabandonada.”
Ela também nos conta como vive sua vida hoje e como lida com as sequelas deixadas por esses momentos difíceis: “Desenvolviumtranstornode ansiedadeehojenecessitotomarremédiosefazer terapia. A terapia me ensinou que os comportamentos que presenciei na infância não são corretos e hoje luto para não os reproduzir comaspessoasaomeuredor.”

Ronaldo, 65 anos, aposentado, também relembra a sua infância e nos diz:
“Meus pais eram muito rígidos, não havia diálogo, se fazíamos algo errado, eu e meus irmãos éramos castigados. Quando me casei e tive meu primeiro filho reproduziestescomportamentos.”
Ronaldo mudou seus comportamentos para não causar danos a um futuro adulto, que construirá sua própria família e dará continuação à sociedade. Carolina também se mostra disposta a tratar suas questões relacionadas a sua família e não reproduzi-las, o que é muito importante para a formação de uma sociedade mais saudável para todos.

Com esses relatos podemos observar como a família impacta a sociedade, pois ela é a responsável pelos indivíduos em um momento em que ainda são indefesos, incapazes de pensamento próprio e totalmente dependentes de outras pessoas, tendo também forte influência na vida adulta das pessoas, paraobemouparaomal.




A família foi e continua sendo um pilar fundamental na formação da sociedade, sendo ela o primeiro grupo social ao qual pertencemos, capaz de moldar nossa visão de mundo e, portanto, a sociedade como um todo. A diversidade entre as famílias reflete a nossa complexidade como seres humanos e nos mostra que os laços afetivos podem transcender. É fundamental dar apoio a todas as famílias para o desenvolvimento pleno de seus indivíduos e é necessário dar apoio a todas as formas de família e criar condições para que as mesmas tenham suas necessidades básicas atendidas. Afinal é no seio familiar que se formam os primeiros valores de um futuro cidadão e se quisermos ter uma sociedade melhor, devemos começar pelas famílias.
Alunas



Ana Clara Nascimento
Nossa representante, encarregada da redação dos textos, realização de pesquisas e condução de entrevistas.
A coruja da equipe, sempre atenta aos detalhes, responsável pela revisão final dos textos e sua liberação para envio.
Camile Teodoro

A fotógrafa e designer do grupo, responsável pela fotografia e pela diagramação da revista.
Giovanna Silva
A Gênesis, tudo começou com a contribuição dela! Responsável pela pré-produção, moodboard e apoio na elaboração textual.

Maria Luiza Nicácio
Responsável pela estética e identidade visual das imagens; Malu cuidou do tratamento das fotos. A harmonia entre o layout e as imagens é mérito dela!
Conduzimosumasériedeentrevistas realizadas no estado do Rio de Janeiro, onde diferentes pessoas relatamsuasexperiênciasereflexões sobreafamília.Asconversasrevelam insights valiosos sobre os desafios e alegrias da vida familiar e as consequênciasparatodasociedade.
Além das entrevistas, as fotos que aqui estão presentes foram capturadas em Minas Gerais, na cidadedeRibeirãodasNeves.Asfotos foramescolhidasparacomplementar visualmente o conteúdo, trazendo uma estética que dialóga com os temas abordados. É importante ressaltar que as pessoas retratadas nas imagens não têm nenhuma relaçãocomashistóriascontadasna revista.
Esperamos que essa combinação de entrevistas e imagens proporcione uma leitura rica e instigante, convidando os leitores a refletirem sobreasdiversasfacetasdainfluência dafamíliananossasociedade.
