PREMIUM 20 ANOS

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PREM1UM




PREM1UM 2 0 A NOS

Em fins de 1998, dois amigos, companheiros de degustação de bons vinhos, tomaram uma decisão arriscada: Sede da PREM1UM, trazer vinhos de uma em Belo Horizonte estrela ascendente no mundo vinícola e distribuidores – a Nova Zelândia – em quase todos aos consumidores os estados do Sul, brasileiros, que em geral a desconheciam. Sudeste, Centro-Oeste Rodrigo Assunção Fonseca, engenheiro e parte do Nordeste. eletricista e proprietário de um restaurante Nesta nova etapa, e loja de vinhos, e Orlando Pinto Rodrigues buscamos nos Júnior, administrador, oriundo do setor de Rodrigo Fonseca e colocar cada vez mais construção, foram ousados. Orlando Rodrigues como uma empresa O primeiro passo foi uma viagem à Nova consciente de suas funções dentro de nossa Zelândia para a difícil e prazerosa seleção dos sociedade, atuando de maneira ética e honesta. vinhos a serem trazidos. Em julho de 1999, o Hoje ocupamos em Belo Horizonte um casarão primeiro contêiner chegou à então sede da do início do século passado, tombado pelo PREM1UM, situada no bairro Anchieta, em Patrimônio Histórico Municipal, restaurado e Belo Horizonte. Desde esse primeiro contêiner, mantido por nós. Continuamente investimos no ficou estabelecido que a PREM1UM só faria treinamento e sobretudo na educação de nossa importações usando meios de transporte com equipe de colaboradores. Com o objetivo de controle de temperatura e que todos os nossos nos tornarmos uma empresa mais sustentável, depósitos também o teriam. implantamos um sistema de geração de Com o passar do tempo, fomos incorporando energia fotovoltaica, e continuaremos a buscar outros países ao nosso portfólio, até atingir o sustentabilidade para as nossas atividades. total de nove, com a chegada, agora, de vinhos Participamos também de diversas atividades de provenientes da Alemanha. Isso sempre sem apoio a entidades beneficentes e esportivas. perder o nosso foco principal: importar vinhos Apesar de todos os problemas de nosso país, de pequenos e médios produtores, que dessem olhamos o futuro com otimismo, reinvestindo ênfase a vinhos elegantes e refletissem o terroir sempre a maior parte do resultado da empresa, de origem. que vem crescendo ano a ano, de maneira sólida Hoje a PREM1UM tem dois depósitos em e consistente, divulgando a cultura de consumo Belo Horizonte e dois em São Paulo, onde consciente de bons vinhos e buscando sempre a se encontra uma filial administrativa e satisfação de nossos clientes. comercial. Além disso, temos representantes


Augusto Rodrigues, Nick Mills e Orlando Rodrigues, na Rippon, Nova Zelândia

Com Paulo Nunes, da Casa da Passarella, na ProWein

Com Fabien Moreau, em Chablis

Com Marie Zusslin, na ProWein

A primeira importação, em 1999

Placas de energia fotovoltaica Sala de degustação, na sede da PREM1UM

Com Reinaldo De Lucca, no Uruguai


SUMÁRIO ALEMANHA Mosel Clemens Busch 10-11 Pfalz Koehler-Ruprecht 12-13

ESPANHA Catalunha
 Vins del Massis 14 Navarra
 Castillo de Enériz 15 Priorato
 Terroir al Límit 16 Ribera del Duero
 Tomás Postigo 17
 Rioja
 Benjamín Romeo/Bodega Contador 18 Bodegas Aldonia 19 Finca Valdeguinea 19 Rueda Vinos Sanz 20 Valência Bodegas Enguera 21

FRANÇA Alsácia Domaine Valentin Zusslin et Fils 22 Bordeaux Château Baret 27 Château Bauvallon 23

Château de Viaud-Lalande 26 Château Labatut 24 Château Lamartine 24 Château La Tour de Mons 27 Château Liot 29 Château Mélin 28 Château Saint-Jean-Des-Graves 24 Château Tastin 27 Domaines Henri Martin 25-29 Jonathan Maltus 28-29 Vignobles Meyre 26 Borgonha Domaine de Bellene/Maison Roche de Bellene 30-31 Domaine Hubert Lamy 31 Domaine Marquis d’Angerville 32 Domaine Patrick Javillier 32-33 Levert Frères 33 Veuve Ambal/Comte de Bailly 34 Borgonha (Beaujolais) Stéphane Aviron 35 Borgonha (Chablis) Domaine Christian Moreau Père et Fils 36-37 Domaine Jean Collet et Fils 37 Champagne Pierre Gimonnet & Fils 38 Jura Champ Divin 39 Languedoc e Roussillon Domaine Ferrer-Ribière 40 Loire Chéreau Carré 41 Domaine Huet 42 Domaine Vigneau-Chevreau 43 Fournier Père & Fils 43


Frédéric Mabileau 44 Le Rocher des Violettes 44

Puglia Paololeo 60

Provence Château Saint-Hilaire 45

Sicília Musìta 61

Rhône (Norte) André Perret 46 Marc Sorrel 46

Toscana Castello di Volpaia 62 Fontemorsi 63 Monte Bernardi 63 Podere La Vigna 64 Tiberini 64

Rhône (Sul) Château d’Or et de Gueules 47 Clos Bellane 48 Clos des Papes 48 Domaine Font de Michelle 49 Domaine Jaume 49 Domaine La Monardière 50 Domaine Raspail-Ay 50

Vêneto Azienda Agricola Villa Erbice 65

PORTUGAL

Sudoeste Château Lamartine 51 Clos Lapeyre 52-53 Domaine Berthoumieu 53 Domaine Horgelus 52

Alentejo
 Herdade Paço do Conde 66

ITÁLIA

Dão Casa da Passarella 69 Somontes 68 Villa Oliveira 69

Abruzzo Cantina Ripa Teatina 54 Campânia Donnachiara 55 Marche Colonnara 56 Piemonte Brovia 57 Domenico Clerico 58 Socré 59

Bairrada Quinta das Bágeiras 67

Douro – Vinhos de Mesa Quinta das Apegadas 70 Douro – Porto Quinta do Infantado 71 Minho – Vinhos Verdes Dona Paterna 72 Quinta de Linhares 73


SUMÁRIO ARGENTINA Mendoza Bodegas Fabre 74 Ricardo Santos 75 Tercos 75 Patagônia (Rio Negro) Bodegas Fabre 76

CHILE Marchigüe
 Viña Polkura 77 Vale Central Garage Wine Co. 78 Quereu/Fox Wines 79 Viña Casa Rivas 79 Vale do Elqui Viña Falernia 80-81

URUGUAI Canelones Bodega De Lucca 82-83

NOVA ZELÂNDIA Central Otago (Ilha Sul) Burn Cottage 84 Rippon Vineyard and Winery 85 Marlborough (Ilha Sul) Grove Mill/Foley Family Wines 86 Hunter’s Wines 87 Nelson (Ilha Sul) Neudorf Vineyards 88 North Canterbury (Ilha Sul) Pegasus Bay 89 Waitaki (Ilha Sul) Ostler Vineyards 90 Gisborne (Ilha Norte) Vinoptima 91 Hawke’s Bay (Ilha Norte) Brookfields Vineyards 92 Clearview Estate 93 Trinity Hill 94 Martinborough (Ilha Norte) Ata Rangi Vineyard 95 Palliser Estate Wines of Martinborough 96 Waiheke Island (Ilha Norte) Stonyridge Vineyard 97



A H N A M E AL el

Mos

A região vinícola do Mosel é a mais antiga da Alemanha, tendo sido cultivada pelos celtas e romanos há mais de 2.000 anos. Hoje a Riesling ocupa mais de 50% da área plantada de 13.000 ha, que inclui ainda os vales dos rios Saar e Ruwer. Nessa região são produzidos alguns dos melhores Rieslings do mundo, provenientes de vinhedos com exposição sul e solos de xisto, que mantêm durante a noite o calor recebido ao longo do dia. A viticultura no Mosel é particularmente difícil, não só pelas encostas extremamente íngremes, como pelos riscos de geadas na primavera e chuvas no verão.

CLEMENS BUSCH www.clemens-busch.de

NOVO BIODINÂMICO

Clemens Busch, um dos produtores icônicos do Mosel

Quinta geração de viticultores na região do Mosel, Clemens Busch estabeleceu sua vinícola a partir de 2 ha herdados da família nas encostas de Pündericher Marienburg e hoje possui 16 ha, que cultiva com a esposa e o filho. Em 1976 parou de usar herbicidas, tornando-se orgânico em 1984 e biodinâmico em 2006. Os diferentes microterroirs são identificados no nome de cada vinho, que ainda leva na cápsula a cor do xisto do vinhedo. A vinificação é feita em tonéis muito antigos de 1.000 litros, usando baixos teores de sulfito. A Riesling representa 99% de sua produção e seus vinhos, puros, minerais e longevos, são altamente pontuados.

Brancos Clemens Busch VDP. Gutswein Riesling Trocken lemens Busch VDP. Ortswein C Riesling Vom Roten Schiefer Trocken lemens Busch VDP. Ortswein C Riesling Nonnengarten lemens Busch VDP. Grosse Lage C Marienburg Riesling Trocken GG lemens Busch VDP. Grosse Lage C Marienburg Fahrlay Trocken Riesling GG

Doces lemens Busch VDP. Grosse Lage C Marienburg Kabinett Riesling GG lemens Busch VDP. Grosse Lage C Marienburg Fahrlay Riesling Auslese GG

Elegantes, frescos, longevos e gastronômicos, os Rieslings do Mosel encontram fãs em todo o mundo. Os chamados Gutswein são os vinhos de entrada da vinícola. As letras GG (Grosses Gewächs) no rótulo indicam que as uvas são de vinhedos grand cru.

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A H N A M E AL lz

Pfa

Conhecida como Palatinado, essa região, a mais ensolarada e seca do país, faz divisa com o norte da Alsácia, na França. Boa parte dos vinhedos está nas planícies entre o Reno e as florestas de Pfälzer. Trata-se hoje de uma das maiores e mais interessantes regiões vinícolas da Alemanha pela diversidade de uvas plantadas. A Riesling é a uva mais cultivada, mas a região produz também Gewürztraminer e as três nuances de Pinot: Weißburgunder (Pinot Blanc), Grauburgunder (Pinot Gris) e Spätburgunder (Pinot Noir), que encontram aqui algumas das melhores condições na Alemanha.

KOEHLERRUPRECHT www.koehler-ruprecht.de

Adquirida em 2009 pela família americana Sauvage, proprietária da neozelandesa Burn Cottage (veja na pág. 84), a Koehler-Ruprecht é uma das mais antigas e renomadas vinícolas da região. Desde 2011, Dominik Sona é o diretor da vinícola, auxiliado pela enóloga Franziska Schmitt na adega e Uli Meyer nos vinhedos. São 12,5 ha de vinhedos nos arredores de Kallstadt, onde se encontra a sede. A Riesling representa cerca de 50% da produção e o vinhedo mais famoso é Kallstadter Saumagen, com solos calcários. Os vinhos da Koehler-Ruprecht se destacam pelo equilíbrio entre estrutura e elegância, além de serem bastante longevos.

NOVO

Brancos Koehler-Ruprecht Riesling Kabinett Trocken oehler-Ruprecht Kallstadter K Saumagen Riesling Kabinett Trocken oehler-Ruprecht Kallstadter K Saumagen Riesling Splätlese Trocken oehler-Ruprecht Kallstadter K Saumagen Riesling Auslese Trocken

Tinto Os brancos apresentam acidez equilibrada, são mais encorpados e mais alcoólicos que os do Mosel. A produção de tintos é muito importante na região. A Spätburgunder (Pinot Noir) produz vinhos elegantes, frescos e complexos.

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oehler-Ruprecht Spätburgunder K Kabinett Trocken

Uli Meyer, Franziska Schmitt e Dominik Sona


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A H N A a P h S n E alu

VINS DEL MASSIS

t a C

Região autônoma e vasta, de clima mediterrâneo e solos pouco férteis, a Catalunha é mais conhecida pela quase totalidade da produção de cava na Espanha. Nas últimas décadas do século XX, passou a ocupar posição de vanguarda pela modernização vinícola, quando também foram introduzidas variedades mais apreciadas internacionalmente. Uvas de vinhedos antigos de Garnacha Blanca e Xarel-lo têm sido usadas para a elaboração de vinhos tranquilos, com excelentes resultados. Em 1999, foi criada a DO Catalunya.

O embrião desse projeto surgiu em 2006, quando Benjamín Romeo, proprietário da Bodega Contador, ícone da região da Rioja (veja na pág. 18), visitou o Massis del Garraf, na Catalunha, com os amigos Belén Sánchez e Patxi Fernández Bengoa. Os três se encantaram com o local, de grande potencial para a produção de vinhos brancos de alta qualidade. A vinícola foi estabelecida em 2008, em uma fábrica de 1936, em Olesa de Bonesvalls. As uvas usadas para produzir o Massis e o Macizo são as variedades locais Garnacha Blanca e Xarel-lo, colhidas manualmente e cultivadas sem o uso de herbicidas e de outros produtos químicos. Os vinhos são complexos, minerais e longevos.

Brancos Vins del Massis Massis Vins del Massis Macizo

A gama de vinhos produzida nas diferentes denominações de origem da Catalunha é bem diversificada, de brancos mais leves a tintos encorpados. Muitos brancos apresentam bom corpo e têm grande potencial de guarda.

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A H N A P S a r E r a

v a N

Vizinha da Rioja, a região de Navarra era conhecida no passado por seus vinhos rosados e por grandes volumes de vinhos à base de Garnacha. A partir dos anos 1980, a região começou a passar por grandes mudanças, com a renovação de mentalidade trazida por produtores jovens e inquietos, que culminou com a redescoberta e valorização das castas mais tradicionais e de seus vinhedos de vinhas velhas. Como os preços médios ainda permanecem mais baixos que os da Rioja, os vinhos de Navarra tornaram-se opções muito interessantes.

CASTILLO DE ENÉRIZ www.bodegacastillodeeneriz.com

A família Fernández de Manzanos tem uma tradição na viticultura que remonta ao ano de 1890. Os vinhos da linha Castillo de Enériz são elaborados na moderna vinícola de mesmo nome, adquirida em 2014, localizada em Enériz, vilarejo próximo de Pamplona. Faz parte do grupo de 11 vinícolas Manzanos Wines, que possui também vinhedos em Navarra e na Rioja. Nos vinhedos da DO Navarra são cultivadas as uvas Graciano, Garnacha e Tempranillo, além das francesas Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. Os vinhos Castillo de Enériz aliam qualidade muito boa a preços bastante atraentes.

NOVO

Tintos Castillo de Enériz Graciano-Garnacha Castillo de Enériz Crianza Castillo de Enériz Reserva

Navarra sofre influência dos climas atlântico, continental e mediterrâneo. A maioria das uvas cultivadas é tinta (cerca de 85%), predominando Tempranillo e Garnacha, seguidas por Merlot e Cabernet Sauvignon. Entre as brancas, a Chardonnay suplantou a Viura.

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A H N A P S E rato

o i r P

Nos últimos 25 anos, o Priorato passou por grande transformação, com a chegada de produtores que acreditaram no potencial do seu terroir para elaborar vinhos diferentes do estilo rústico que estava associado a essa região. Os vinhedos, de baixa produção, encontram-se em lugares extremos (a altitude pode variar de 200 a 900 metros), com solos rochosos de xisto e piçarra (licorella) e clima mediterrâneo. Entre as uvas cultivadas estão as brancas Pedro Ximénez, Muscat de Alexandria, Macabeo e Garnacha Blanca e as tintas Cariñena, Garnacha e Cabernet Sauvignon.

TERROIR AL LÍMIT ORGÂNICO

Dominik A. Huber nasceu na Baviera, Alemanha, e fundou a vinícola em 2003, em Torroja del Priorat, região de difícil acesso, onde o trabalho nos vinhedos é feito manualmente ou com a ajuda de cavalos. Seus vinhos são artesanais, cultuados, mas principalmente elegantes e muito refinados. É adotada a agricultura orgânica e, em alguns vinhedos, a biodinâmica. Nas safras mais recentes, os tanques de concreto substituíram as barricas no envelhecimento dos vinhos, priorizando a fruta e o terroir. A linha Terroir Històric, produzida com uvas de pequenos produtores das nove localidades da região, é um resgate das tradições do Priorato.

Brancos Terroir Històric Blanc Terroir Al Límit Terra de Cuques Terroir Al Límit Pedra de Guix

Tintos Terroir Històric Negre Terroir Al Límit Torroja Terroir Al Límit Arbossar

Os produtores mais destacados têm produzido vinhos muito finos, equilibrados, sem muita extração e concentração, valorizando o frescor e o caráter mineral. Esse estilo mais elegante se consolidou principalmente nos últimos cinco anos.

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Terroir Al Límit Dits del Terra Terroir Al Límit Les Manyes


A H N A P S E era Ribl Duero de A mais importante DO (reconhecida em 1982) de Castilla y León estendese pelo vale do rio Duero, do leste de Valladolid a San Esteban de Gormaz. Tem clima continental, com verão quente e curto, com grandes variações de temperatura entre o dia e a noite, o que proporciona acidez marcante nos vinhos. A variedade dominante é a Tempranillo, chamada nessa região de Tinto Fino ou Tinto del País. São cultivadas ainda Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec. A qualidade e o estilo variam bastante, tornando fundamental a seleção de produtores.

TOMÁS POSTIGO www.tomaspostigo.es

Químico e enólogo, Tomás Postigo passou a se dedicar aos vinhos após curta carreira como pesquisador. Chegou à Ribera del Duero em 1984 e acumulou grande experiência trabalhando para a cooperativa local. Posteriormente, como enólogo, ajudou a transformar uma das vinícolas locais em um dos expoentes da denominação. Hoje, produz os próprios vinhos: um branco bastante longevo 100% Verdejo, em Rueda, cuja primeira safra foi a de 2008; e um tinto elegante e excepcional produzido desde 2009. A Tomás Postigo utiliza a agricultura sustentável e foi a primeira vinícola da Espanha a adotar procedimentos para redução das emissões de gás carbônico na produção de seus vinhos. Tomás Postigo, enólogo e proprietário da vinícola

Branco Tomás Postigo Verdejo – Rueda

Tinto Tomás Postigo Crianza

Os vinhos dessa região estão entre os mais famosos da Espanha. São concentrados, muitas vezes potentes, estilo que em geral contrasta com os da Rioja. São vinhos frutados, carnudos e ricos, que têm grande potencial de envelhecimento.

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A H N A P S E ja

Rio

A mais tradicional e conceituada região vinícola espanhola tem quase 100 km de extensão e se divide em Rioja Alta, Alavesa e Oriental (Baja). Apresenta altitudes, climas e solos bastante variados e diferentes uvas, que oferecem grande diversidade. A região conta com vinícolas modernas, produtores com os pés nos vinhedos e de mente aberta. A categoria Viñedos Singulares foi recentemente criada, com regras bem estritas. Os brancos de “estilo antigo”, envelhecidos em barricas, muito longevos e de grande complexidade passam por redescoberta e valorização.

BENJAMÍN ROMEO/ BODEGA CONTADOR www.bodegacontador.com

Benjamín Romeo, produtor ícone da região de Rioja

A Bodega Contador foi fundada em 1995 pelo enólogo Benjamín Romeo. Perfeccionista, ele foi adquirindo propriedades com vinhas antigas, em locais que considerava extremamente privilegiados. O ícone da vinícola é o Contador, um tinto estruturado e potente, que recebeu a pontuação máxima de 100 pontos do crítico Robert Parker nas safras 2004 e 2005, ganhando fama mundial. Além dos ótimos tintos, a vinícola produz brancos surpreendentes como o Qué Bonito Cacareaba. Benjamín Romeo é sócio da Vins del Massis, projeto iniciado em 2008 na Catalunha, onde são produzidos os vinhos Massis e Macizo (veja na pág. 14).

Brancos Benjamín Romeo Predicador Blanco Benjamín Romeo Qué Bonito Cacareaba

Tintos B enjamín Romeo Predicador Tinto Benjamín Romeo La Cueva del Contador

Na Rioja podem ser encontrados vinhos de estilo tradicional e moderno. Predominam as uvas tintas como Tempranillo, Garnacha, Mazuelo e Graciano (Carignan). Entre as brancas, as principais são Viura (Macabeo), Tempranillo Blanco, Verdejo e Garnacha Blanca.

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Benjamín Romeo Carmen Hilera Gran Reserva Benjamín Romeo La Viña de Andrés Romeo Benjamín Romeo Contador


BODEGAS ALDONIA

FINCA VALDEGUINEA

www.aldoniawinery.com

www.fincavaldeguinea.net

A safra de 2006 viu surgir os vinhos Aldonia, projeto dos jovens irmãos Iván e Mario Santos, quarta geração da família de enólogos com longa tradição na Rioja. São 16 ha onde são cultivadas principalmente as uvas tintas Garnacha (maioria) e Tempranillo, com vinhas de 25 a 100 anos de idade. Eles optaram por fazer com liberdade os melhores vinhos a cada safra, e não seguir a regulamentação da Rioja, que os classifica de Joven a Gran Reserva. Seus vinhos se destacam pelo equilíbrio, ótimo frescor, pureza de fruta e extração elegante, e têm sido reconhecidos pelas melhores publicações. Jancis Robinson MW considera a Aldonia um dos produtores notáveis da região.

Luis Juan Sáenz Comunión, enólogo e sócio da Finca Valdeguinea

O enólogo e proprietário da Finca Valdeguinea, Luis Juan Sáenz Comunión, faz parte da terceira geração da família de viticultores e comanda a vinícola ao lado da irmã, Ana Sáenz Comunión. Os 25 ha de vinhedos encontram-se em El Cortijo, na Rioja Alta, a cerca de 600 metros de altitude, uma das regiões mais reconhecidas para a produção de vinhos de alta expressão. A idade mínima das vinhas é de 30 anos e os vinhedos de mais de 100 anos fornecem as mudas para replantio/reposição. O Etiqueta Negra 15 meses é proveniente desses vinhedos centenários. São cultivadas a uva branca Viura e a tinta Tempranillo.

Tintos

Branco Finca Valdeguinea Blanco (Joven)

Aldonia Aldonia Vendimia Aldonia 100

Tintos Finca Valdeguinea Tinto (Joven) Finca Valdeguinea 6 F.V. (Semicrianza) Finca Valdeguinea Crianza Finca Valdeguinea Etiqueta Negra 15 meses

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A H N A P S E da

Rue

Essa região ocupa um vasto planalto a cerca de 750 metros de altitude, principalmente à margem esquerda do rio Duero. A partir da década de 1970, alguns produtores passaram a acreditar na Verdejo e iniciaram uma trajetória de sucesso, o que levou a região a receber o status de DO em 1980. São cultivadas também Viura e Sauvignon Blanc. A produção de tintos, principalmente de Tempranillo, é pequena, e ainda se produzem fortificados no estilo de Jerez, com Palomino, mas em volume declinante. Rueda é a DO mais importante para brancos de Castilla y León.

VINOS SANZ www.vinossanz.com

Estabelecida no vilarejo de La Seca, no coração da DO Rueda, a Vinos Sanz tem sua história iniciada no ano 1870 e está há seis gerações nas mãos da mesma família, os Donatos. Em todos esses anos, os proprietários investiram em melhorias e se adaptaram com brilhantismo aos novos tempos. O resultado são vinhos de extrema pureza e vivacidade. São cerca de 100 ha de vinhedos próximos ao Duero, principalmente na Finca La Colina, com vinhas de mais de 60 anos. Além da Verdejo, a principal uva autóctone da região, são cultivadas Sauvignon Blanc e Viura. A vinícola produz dois tintos de Tempranillo na denominação Madrid: Sanz La Capital e Sanz La Capital Roble.

Brancos Sanz Clásico Sanz Clásico 375 ml Sanz Verdejo Finca La Colina Verdejo Cien x Cien

Tinto Sanz La Capital (Madrid)

Os vinhos, especialmente os produzidos com a uva autóctone Verdejo, apresentam frescor, mineralidade e boa fruta, e são ótimos para acompanhar aperitivos, além de peixes e frutos do mar.

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A H N A P S a i E c n

ê l a V

Na costa mediterrânea central encontram-se diversas denominações de origem. São regiões áridas, ensolaradas, com solos pobres, onde a temperatura pode ser muito alta no verão. Uma dessas regiões é a DOP Valência, que tem quatro sub-regiões: Alto Turia, com maiores elevações e onde predominam as uvas brancas; Valentino, que tem grande variedade de solos, de clima e de vinhos; Moscatel de Valência, na parte mais baixa, onde a Moscatel de Alexandria dá origem a fortificados clássicos; e Clariano, ao sul, com zonas muito diferenciadas, onde são produzidos brancos e tintos.

BODEGAS ENGUERA www.bodegasenguera.com

A vinícola foi fundada em 1999 pela família Pérez Pardo, que tem longa tradição na viticultura. São 160 ha de vinhedos, em Fontanars dels Alforins, com cerca de 60 ha, e Enguera. Nos brancos, é usada a Verdil, uva autóctone do vale de Alforins resgatada por alguns produtores, entre os quais os proprietários da Enguera. São cultivadas ainda Sauvignon Blanc, Viognier e Chardonnay e as tintas Tempranillo, Monastrell (Mourvèdre) e Syrah. O elegante Enguera Paradigma é produzido com 100% Monastrell. A vinícola adota a viticultura sustentável e tem o certificado Carbon Proof, por compensar as emissões de CO2. Os vinhos da Enguera são adequados para veganos.

Espumante Enguera in a Bubble Cava Brut Nature Organic

Brancos Finca Enguera Blanc Blanc d’Enguera

Tintos Finca Enguera Tempranillo

Em Clariano, onde se encontra a Enguera, são produzidos brancos leves, cítricos e aromáticos, com a autóctone Verdil, além de Chardonnay e Sauvignon Blanc, e tintos ricos e saborosos, de Tempranillo e Monastrell (Mourvèdre), entre outras variedades.

Finca Enguera Crianza Castillo de Enguera Reserva Enguera Paradigma

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A Ç N FRA cia

Alsá

Essa região de história turbulenta mescla influências das culturas francesa e alemã na arquitetura, na gastronomia e nos vinhos. Predominam os brancos varietais, que podem ser secos, semissecos, doces ou espumantes. As regulamentações da denominação incluem a classificação de vinhedos (os melhores são Grands Crus) e métodos de elaboração do Crémant d’Alsace (espumante) e dos vinhos doces (vendange tardive – colheita tardia – e sélection de grains nobles SGN –, mais doce que o anterior, feito com bagos geralmente afetados pela podridão nobre).

DOMAINE VALENTIN ZUSSLIN ET FILS www.zusslin.com

BIODINÂMICO

Fundado em 1691 por Jodocus Cisle (antigo nome da vinícola), o Domaine Valentin Zusslin está na 13ª geração da família de viticultores. São 16 ha de vinhedos, de cultura biodinâmica, localizados ao redor de Orschwihr, ao sul de Colmar, em três locais excepcionais: Bollenberg, Clos Liebenberg (monopole) e o Grand Cru Pfingstberg. Os irmãos Marie e Jean-Paul Zusslin, que é o enólogo, comandam a empresa. Tradição, respeito à natureza e incorporação de novas técnicas têm proporcionado qualidade consistentemente crescente nos últimos anos, com vinhos expressivos e longevos.

Espumante Domaine Zusslin Crémant d’Alsace Prestige

Brancos Domaine Zusslin Riesling Bollenberg Domaine Zusslin Gewurztraminer Bollenberg Domaine Zusslin Pinot Gris Orschwihr Domaine Zusslin Riesling Clos Liebenberg Domaine Zusslin Riesling Grand Cru Pfingstberg Domaine Zusslin Riesling Grand Cru Pfingstberg Magnum

Os vinhos da Alsácia são versáteis e expressivos. A uva mais importante é a Riesling, seguida pela Gewurztraminer, além de Pinot Gris, Pinot Blanc, Muscat e Sylvaner. A Pinot Noir tem se destacado nos últimos anos com vinhos bastante elegantes.

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Doces Domaine Zusslin Gewurztraminer Bollenberg Vendange Tardive Domaine Zusslin Riesling Grande Réserve Clos Liebenberg 500 ml


A Ç N FRA deaux

r o B

Trata-se da mais nobre região vinícola do mundo, com mais de 50 sub-regiões, onde são produzidos vinhos que vão dos mais simples até aqueles de excepcional expressão. Os tintos, elaborados com Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, representam as grandes glórias de Bordeaux. Os brancos secos, feitos principalmente com Sémillon e Sauvignon Blanc, são elegantes, frescos e versáteis. Os melhores aliam complexidade, mineralidade e longevidade. Os brancos doces, feitos com as mesmas uvas, são complexos e longevos. Entre eles, o Sauternes está entre os melhores vinhos doces do mundo.

CHÂTEAU BAUVALLON A construção do château data do século XI e mostra a passagem de várias famílias aristocráticas de Bordeaux, que ajudaram a escrever a história da região durante séculos. A propriedade, localizada em Targon, foi também a antiga residência de caça do duque de Epernon. Em 1989, a família Ballande encantou-se com o Château Bauvallon, adquirindo a propriedade e restaurando seu antigo prestígio. A reforma dos vinhedos e do château começou em 1990 e foi feita de modo a manter o caráter original e a autenticidade. São 23 ha de vinhedos localizados em Targon, Lugasson e Saint-Aubin.

NOVO

Tinto Château Bauvallon AC Bordeaux

Os brancos secos acompanham saladas, peixes e frutos do mar. Os tintos são ideais para harmonizar com pratos de cordeiro e pato. Os doces são perfeitos para acompanhar queijos azuis, foie gras e sobremesas.

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NÇA FRA deaux

Bor

CHÂTEAU LABATUT

CASTILLON CÔTES DE BORDEAUX

CHÂTEAU LAMARTINE

www.levieux-vignerons.com

Localizado na extremidade oriental de Entre-Deux-Mers, o Château Labatut é uma das mais belas residências dessa região. A origem da propriedade data da Guerra dos Cem Anos (1337-1453). Atualmente, o château é comandado pelo casal Sylvie e Vincent Levieux, que faz parte da nova geração de viticultores de Bordeaux. Segundo a filosofia do casal, o estilo de vinho do château encontra-se entre dois mundos: moderno e frutado, com a elegância e a tradição que sempre caracterizaram os melhores vinhos de Bordeaux. São 45 ha de vinhedos com vinhas de 30 anos de idade.

Sylvie e Vincent Levieux fazem parte da nova geração de viticultores de Bordeaux

Les Archers de Labatut AC Bordeaux Blanc

Tintos Les Archers de Labatut AC Bordeaux Château Labatut Cuvée Prestige AC Bordeaux Supérieur Château Labatut Grande Reserve AC Bordeaux Supérieur

Tinto Château Lamartine Castillon Côtes de Bordeaux

NOVO

Branco

O château foi adquirido em 1977 por Gilbert Gourraud, com 4 ha de vinhedos. Em 1990, seu filho, Jérome Gourraud, herdou a vinícola e a paixão pelo trabalho. Em alguns anos, a área de vinhedos passou de 13 ha para pouco mais de 19 ha, e a área de produção foi renovada. A propriedade está localizada na denominação Castillon Côtes de Bordeaux, bem próxima de Saint-Émilion, região ideal para a Merlot, que gera vinhos frutados e frescos, de vocação gastronômica, que podem ser degustados em sua juventude ou guardados por alguns anos.

GRAVES

CHÂTEAU SAINTJEAN-DES-GRAVES www.chateauliot.com

Situado em Pujols-sur-Ciron, entre os vinhedos de Sauternes e Barsac, o Château Saint-Jean-des-Graves pertence a Jerry David, da quinta geração de viticultores, proprietário também do Château Liot (veja na pág. 29). São 20 ha de vinhedos em Graves, sendo 10 ha destinados às uvas tintas Merlot (maioria), Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, com vinhas de 40 anos em média, e 13 ha às brancas Sauvignon Blanc e Sémillon, com vinhas de 35 anos em média. Nos vinhedos é adotado o cultivo sustentável. Os solos são de areia vermelha e cascalho sobre uma camada de lascas de calcário.

Branco Château Saint-Jean-des-Graves Blanc

Tinto Château Saint-Jean-des-Graves Rouge

NOVO

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NOVO HAUT-MÉDOC

DOMAINES HENRI MARTIN www.domaines-henri-martin.com

A família Martin tem uma longa tradição no Médoc. Em 1939, Henri Martin deu início à sua carreira de produtor e enólogo em um pequeno vinhedo familiar, o Château HautBeychevelle Gloria (veja na pág. 29), em Saint-Julien. Depois, criou e tornou famoso o Château Gloria, adquiriu o Cru Classé Château Saint-Pierre, os três em Saint-Julien, e finalmente o Château Bel Air Gloria, um Cru Bourgeois do Haut-Médoc. Com seu falecimento, em 1991, as propriedades passaram a ser comandadas por sua filha Françoise, pelo seu genro JeanLouis Triaud e pelos filhos do casal, Vanessa e Jean.

Tinto Château Bel Air Gloria Haut-Médoc Cru Bourgeois

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NÇA FRA deaux

Bor

HAUT-MÉDOC

LALANDE-DE-POMEROL

VIGNOBLES MEYRE

CHÂTEAU DE VIAUD-LALANDE

www.vignobles-meyre.com

NOVO

A construção do Château de Viaud-Lalande data do século XVIII. Essa propriedade de apenas 1,9 ha está localizada na denominação de Lalande-de-Pomerol, região reconhecida pelo terroir de ótima qualidade. Hoje, a vinícola está sob o comando de Philippe Durand-Teyssier e seu filho Thomas, terceira geração da família de viticultores. Os vinhedos de Merlot (70%) e Cabernet Franc (30%) têm vinhas com idade média de 20 anos. A produção é de apenas 10 mil garrafas e reflete a delicadeza, a complexidade e o frescor típicos dos vinhos da região.

Philippe Durand-Teyssier e seu filho Thomas, terceira geração da família de viticultores

Desde 1810, a família Meyre produz vinhos nas denominações Listrac e Haut-Médoc, uma tradição transmitida de geração a geração. O Château Julien, que fica próximo à denominação Saint-Julien, foi adquirido por Alain Meyre em 1985, e o nome é uma homenagem ao filho dele, Julien. O Château Sorbey, segundo vinho do Château Julien, é produzido a partir de vinhas jovens, de 20 anos de idade.

Tinto Château Sorbey Haut-Médoc

Tinto Château de Viaud-Lalande Lalande-de-Pomerol

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MARGAUX

PAUILLAC

CHÂTEAU LA TOUR DE MONS

CHÂTEAU TASTIN

www.chateau-latourdemons.com

A coroa estampada no rótulo da garrafa do Château Marsac Séguineau é a do conde de Robien, antigo proprietário do château, que adquiriu em 1886 diversas propriedades que compõem os vinhedos como são conhecidos hoje. Ele não mudou o nome do Cru, como era a tradição, acreditando que “Marsac Séguineau” soava melhor. Em 1893, na sexta edição do Féret (guia de vinhos de Bordeaux criado em 1846), esse château foi mencionado pela primeira vez, classificado como “Bourgeois Supérieur”. O enólogo-consultor é Éric Boissenot.

NOVO

O Château Tastin está localizado no coração do Médoc, na denominação de Pauillac, 50 km ao norte de Bordeaux. Originalmente, esse château tinha 4 ha de vinhedos, todos em localização privilegiada. Em 1901, foi adquirido pelo avô da atual proprietária, Linette Capdeville. Hoje, são 11 ha de vinhedos, com vinhas de 40 anos de idade plantadas em solos argiloarenosos. Pauillac é considerada por muitos como a mais emblemática sub-região de Bordeaux, sendo conhecida pelos vinhos estruturados em que predomina a Cabernet Sauvignon.

Tinto Château Tastin Pauillac

NOVO

PÉSSAC-LÉOGNAN

CHÂTEAU BARET www.lechateaubaret.com

Pertencente à família Ballande há mais de 150 anos, o Château Baret é uma das últimas vinícolas remanescentes em Villenave-d’Ornon, que fica a menos de 7 km de Bordeaux. A propriedade se encontra em Pessac-Léognan, região de grande prestígio pelos seus vinhos. O Château Baret possui 25,8 ha de vinhedos no total, e o elegante Château de Camparian, o segundo vinho da vinícola, é produzido a partir de um vinhedo de 3 ha, com vinhas de 15 anos de idade, em média.

Tinto Château Marsac Séguineau Margaux

Tinto Château de Camparian Pessac-Léognan Rouge

NOVO

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NÇA FRA deaux

Bor

SAINT-ÉMILION

SAINT-ÉMILION

CHÂTEAU MELIN

JONATHAN MALTUS

www.chateaumelin.fr

www.maltus.com

Localizada na cidade de Libourne, 7 km a leste de SaintÉmilion, essa pequena propriedade produz vinhos muito finos e longevos sob o comando do enólogo Vincent Debacque e seu filho Thomas, segunda e terceira gerações da família de viticultores. Os vinhedos se estendem por 10,5 ha, com vinhas de mais de 40 anos, em média, distribuídas entre Merlot (75%) e Cabernet Franc (25%). A vinícola tem como base a agricultura sustentável, limitando o uso de fertilizantes e defensivos químicos e buscando o equilíbrio ambiental.

Aos 35 anos de idade, o inglês Jonathan Maltus decidiu deixar a carreira de engenheiro para se tornar viticultor em SaintÉmilion. Em 1994, adquiriu o Château Teyssier, um Grand Cru que remonta aos anos 1700. Agregou diversos pequenos vinhedos em locais privilegiados da denominação e construiu uma vinícola de última geração, onde produz uma gama invejável de vinhos, que chega ao mais alto nível da região com o fantástico Grand Cru Le Dôme – a safra 2010 recebeu 100 pontos do crítico Robert Parker. Seus vinhos são longevos e elegantes, com concentração, intensidade e equilíbrio.

Branco Pezat Bordeaux Blanc Sec

Tintos Pezat Bordeaux Supérieur Château Teyssier Saint-Émilion Grand Cru Château Teyssier Saint-Émilion Grand Cru 375 ml Château Teyssier Saint-Émilion Grand Cru Magnum Château Grand Destieu Château Laforge Saint-Émilion Grand Cru Vieux Château Mazerat Saint-Émilion Grand Cru Vieux Château Mazerat Saint-Émilion Grand Cru Magnum Les Astéries Saint-Émilion Grand Cru Les Astéries Saint-Émilion Grand Cru Magnum Le Dôme Saint-Émilion Grand Cru Le Dôme Saint-Émilion Grand Cru Magnum

Tinto Château Mélin Saint-Émilion

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Château Teyssier, sede da vinícola de Jonathan Maltus

SAINT-JULIEN

DOMAINES HENRI MARTIN www.domaines-henri-martin.com

Em 1939, Henri Martin deu início à sua carreira de produtor e enólogo em um pequeno vinhedo familiar, o Château HautBeychevelle Gloria, em Saint-Julien. Depois, criou e tornou famoso o Château Gloria, adquiriu o Cru Classé Château Saint-Pierre, os três em Saint-Julien, e finalmente o Château Bel Air Gloria, um Cru Bourgeois do Haut-Médoc (veja na pág. 25). Com seu falecimento, em 1991, as propriedades passaram a ser comandadas por sua filha Françoise, pelo seu genro Jean-Louis Triaud e pelos filhos do casal, Vanessa e Jean.

Tinto Château Haut-Beychevelle Gloria Saint-Julien

NOVO

SAUTERNES

CHÂTEAU LIOT www.chateauliot.com

O château pertence à família David há cinco gerações e hoje está sob o comando de Jerry David. São 45 ha de vinhedos, cultivados pelo sistema de agricultura sustentável, situados no Haut-Barsac, região de microclima propício para a elaboração de grandes vinhos licorosos. A família é proprietária do Château Saint-Jean-des-Graves (veja na pág. 24), onde produz brancos e tintos. O Château du Levant, o segundo vinho desse renomado château, tem preço bastante competitivo para sua qualidade.

Doce Château du Levant Sauternes 375 ml

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A Ç N FRA gonha

r o B

Trata-se da mais prestigiosa região do mundo para vinhos elaborados com Pinot Noir e Chardonnay. Suas sub-regiões formam um mosaico fascinante de terroirs, que imprimem aos brancos e tintos nuances e sutilezas características, seduzindo os apaixonados pelos grandes vinhos. O coração da Borgonha é a Côte d’Or, formada pela Côte de Beaune, ao sul, e Côte de Nuits, ao norte. Existe um considerável número de pequenos proprietários na Borgonha, e mais do que em qualquer outra região da França o conhecimento das subregiões e dos produtores é essencial.

DOMAINE DE BELLENE www.domainedebellene.com

O domaine foi criado em 2005 pelo produtor Nicolas Potel, com a filosofia de produzir vinhos da mais alta qualidade a partir de parcelas de vinhas velhas (de 50 a 110 anos) em Savigny-lès-Beaune, Santenay, Saint-Romain, Volnay, Beaune, Nuits-Saint-Georges e Vosne-Romanée. A moderna adega foi estabelecida em uma casa do século XVI, localizada em Beaune (Bellene é o nome romano da cidade), e tem um elevado grau de sustentabilidade. Tanto as vinhas quanto os vinhos são trabalhados da maneira mais natural possível, o que inclui métodos orgânicos e biodinâmicos. A vinificação é feita sem chaptalização ou acidificação. O produtor Nicolas Potel comanda o Domaine de Bellene e a Maison Roche de Bellene

Tintos omaine de Bellene Bourgogne Maison D Dieu Pinot Noir Vieilles Vignes Domaine de Bellene Savigny-lès-Beaune Villages Vieilles Vignes Domaine de Bellene Savigny-lès-Beaune 1er Cru Les Hauts Jarrons Domaine de Bellene Beaune 1er Cru Les Teurons

Essa é uma das regiões vinícolas mais ricas em termos de gastronomia, e seus vinhos são ótimos parceiros da boa mesa. O Crémant de Bourgogne é ideal para aperitivos, enquanto os brancos e tintos acompanham com elegância os mais variados pratos.

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MAISON ROCHE DE BELLENE Criado em 2008, este é o négoce de Nicolas Potel, que ao longo dos anos estabeleceu uma ampla rede de relacionamento nas mais diversas sub-regiões da Borgonha. Potel adquire uvas de ótimos vinhedos, de vinhas velhas, fazendo todo o processo de vinificação, e também tem acesso a vinhos recentes e a tesouros longamente guardados que lhe são confiados por produtores criteriosos e guardiões das melhores tradições locais. Tudo isso possibilita a Nicolas Potel uma produção que expressa o terroir e sua filosofia de oferecer os melhores vinhos, em cuvées limitadas.

Brancos Maison Roche de Bellene Chardonnay Vieilles Vignes Maison Roche de Bellene Chardonnay Montagny Villages

DOMAINE HUBERT LAMY www.domainehubertlamy.com

A família Lamy tem uma ligação com a viticultura que remonta ao ano de 1640. O domaine foi criado em 1973, em Saint-Aubin, por Hubert Lamy. Em 1995, Olivier Lamy, filho de Hubert, juntou-se à vinícola trazendo novas ideias que elevaram os vinhos da denominação a patamares jamais alcançados. O domaine possui 18,5 ha de vinhedos (80% de Chardonnay), que geram vinhos puros, encantadores e cheios de energia. As vinhas estão em diversas denominações como Saint-Aubin, Puligny-Montrachet, Chassagne-Montrachet e Santenay, totalizando 20 parcelas. O enólogo e produtor Olivier Lamy juntou-se à vinícola da família em 1995

Tintos Maison Roche de Bellene Pinot Noir Vieilles Vignes Maison Roche de Bellene Savigny-lès-Beaune Vieilles Vignes Maison Roche de Bellene Volnay Vieilles Vignes Maison Roche de Bellene Gevrey-Chambertin Vieilles Vignes Maison Roche de Bellene Nuits-Saint-Georges Vieilles Vignes Maison Roche de Bellene Chambolle-Musigny Vieilles Vignes Maison Roche de Bellene Vosne-Romanée Villages Vieilles Vignes Maison Roche de Bellene Chambolle-Musigny 1er Cru Les Noirots aison Roche de Bellene M Nuits-Saint-Georges 1er Cru Aux Boudots aison Roche de Bellene M Gevrey-Chambertin 1er Cru Champeaux aison Roche de Bellene Bonnes M Mares Grand Cru

Brancos Hubert Lamy Saint-Aubin La Princée Hubert Lamy Saint-Aubin 1er Cru Les Frionnes Hubert Lamy Saint-Aubin 1er Cru Clos de La Chatenière Hubert Lamy Chassagne-Montrachet Le Concis du Champs

Tinto Hubert Lamy Chassagne-Montrachet La Goujonne Vieilles Vignes

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NÇA FRA gonha

Bor

DOMAINE MARQUIS D’ANGERVILLE

DOMAINE PATRICK JAVILLIER

www.domainedangerville.fr

www.patrickjavillier.com

Guillaume d’Angerville assumiu o comando do domaine em 2003, dando sequência à filosofia do pai e do avô. Desde então, ele é auxiliado pelo cunhado, o engenheiro agrônomo Renaud de Villette, e pelo enólogo François Duvivier, que se juntou à vinícola em 2005 com o objetivo de torná-la biodinâmica, o que aconteceu no ano seguinte. Famoso pela produção dos melhores vinhos de Volnay há séculos, o domaine possui 15 ha, sendo pouco mais de 11 ha em oito vinhedos Premier Cru, incluindo o Clos des Ducs, seu vinhedo mais prestigioso – e monopole –, com 2,15 ha.

A família Javillier está estabelecida há séculos como proprietária de vinhedos em Meursault, uma das denominações mais importantes da Côte d’Or. Desde 1974, Patrick Javillier comanda a vinícola e hoje conta com a ajuda da filha, Marion. Seus vinhos apresentam acidez firme, complexidade, corpo e grande potencial de guarda. Patrick Javillier vinifica separadamente as uvas de cada parcela de cada vinhedo, a fim de preservar as características do terroir. Suas cuvées prestige são Tête de Murger e Les Clousots, resultantes da combinação de uvas de quatro diferentes vinhedos.

BIODINÂMICO

Guillaume d’Angerville assumiu o comando do domaine em 2003

Brancos Patrick Javillier Bourgogne Cuvée des Forgets Patrick Javillier Meursault Les Tillets Patrick Javillier Meursault Les Clousots Patrick Javillier Meursault Cuvée Tête de Murger

Tintos Marquis d’Angerville Volnay 1er Cru arquis d’Angerville Volnay M 1er Cru Fremiet arquis d’Angerville Volnay M 1er Cru Champans arquis d’Angerville Volnay M 1er Cru Clos des Ducs Monopole arquis d’Angerville Volnay M 1er Cru Clos des Ducs Monopole Magnum

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Marion Javillier, da nova geração do Domaine Patrick Javillier

LEVERT FRÈRES A Levert Frères é uma das mais antigas propriedades da Borgonha, com registros que datam do século XV. Localizada no coração de Mercurey, a vinícola tem 9 ha de vinhedos plantados exclusivamente na região, nas denominações Village e em vários Premiers Crus. No decorrer dos anos, a família Levert estabeleceu diferentes parcerias com negociantes da Borgonha e desenvolveu uma linha completa de vinhos, como estes dois rótulos que representam uma introdução ao clássico estilo da região. O branco, que apresenta boa estrutura e agradável frescor, permanece sobre as borras finas de seis a 12 meses. O tinto tem bom corpo, suculência e taninos moderados.

NOVO

Branco Levert Frères Bourgogne Chardonnay

Tinto Levert Frères Bourgogne Pinot Noir

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NÇA FRA gonha

Bor

VEUVE AMBAL/ COMTE DE BAILLY www.veuveambal.com

A Veuve Ambal foi criada em 1898 por Marie Ambal, natural de Rully, Borgonha, e viúva do banqueiro parisiense Antoine-Émile Ambal. Ela foi pioneira no desenvolvimento dos espumantes da Borgonha, produzidos pelo método tradicional. Em 2005, a Veuve Ambal deixou suas instalações centenárias em Rully e foi transferida para perto de Beaune. São 250 ha de vinhedos, alguns deles orgânicos, situados em seis diferentes terroirs. Hoje a empresa é comandada por Aurélien Piffaut, sexta geração da família de viticultores.

Espumantes Comte de Bailly Blanc de Blancs Brut Comte de Bailly Grande Réserve Brut Crémant de Bourgogne

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A Ç N FRA gonha Boraujolais) (Be A denominação Beaujolais, que faz parte da Borgonha, passa por uma renovação, com novos produtores buscando fazer vinhos cada vez melhores e mais representativos das suas várias sub-regiões. Produzidos com a uva Gamay, são saborosos, ricos em fruta e frescor, pouco tânicos e bastante gastronômicos. São beneficiados, ainda, pelos altos preços em outras denominações da Borgonha, para os quais Beaujolais tornou-se uma excelente alternativa. Os vinhos são divididos em três categorias: Beaujolais, Beaujolais Villages e os Crus de Beaujolais.

STÉPHANE AVIRON Stéphane Aviron foi sócio de seu pai numa engarrafadora, época em que trabalhou com muitos produtores de Beaujolais. Hoje, ele faz parte da nova geração que está agitando a região, com novas ideias e qualidade impecável. Grande conhecedor dos melhores terroirs, criou sua vinícola em dezembro de 2000, em Lancié, vilarejo entre VilliéMorgon e Fleurie. Em 4 ha de vinhedos, com vinhas bastante antigas, adota a agricultura sustentável e técnicas clássicas da Borgonha. Os resultados podem ser vistos não apenas no Morgon, um Cru de Beaujolais, mas também no Villages. Côte du Py é um dos seis climats de Morgon, o mais prestigioso, cujos vinhos podem envelhecer bem por 10 anos ou mais.

NOVO

Tintos Stéphane Aviron Beaujolais-Villages téphane Aviron Morgon S Côte du Py Vieilles Vignes

Muito consumidos nos bistrôs de Paris, os vinhos de Beaujolais são ótimos para acompanhar pratos à base de aves, pratos da cozinha asiática, embutidos, carnes curadas, terrines e até mesmo carne bovina.

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A Ç N FRA gonha Borablis) (Ch A região mais setentrional da Borgonha dá origem a vinhos de grande classe e personalidade, elaborados com a uva Chardonnay. Entre outros fatores que contribuem para a mineralidade e o frescor típicos desses vinhos estão o clima frio e os solos muito calcários, com grande presença de conchas de pequenas ostras pré-históricas. A classificação dos vinhos é feita em Grand Cru, Premier Cru, Chablis e Petit Chablis. Nessa região, a seleção cuidadosa de produtores é também essencial para que o vinho mostre o caráter desse terroir único.

Os vinhos de Chablis constituem a mais pura expressão da uva Chardonnay, pois raramente passam por carvalho, a não ser os Premiers e Grands Crus. São companhias perfeitas para as ostras, uma combinação clássica, além de peixes e frutos do mar.

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DOMAINE CHRISTIAN MOREAU PÈRE ET FILS www.domainechristianmoreau.com

Criado em 2002 por Christian Moreau, que recebeu de volta os vinhedos até então alugados, o domaine está listado entre os dez produtores destacados de Chablis no guia de Hugh Johnson. Segundo o Guide des Vins Bettane + Desseauve 2018, os Moreau possuem um dos melhores patrimônios de vinhedos de toda a região de Chablis. Listado com quatro estrelas no guia, o domaine está entre os melhores produtores da região. O enólogo é Fabien Moreau, filho de Christian e sexta geração da família, que se juntou à vinícola em 2002. Os vinhos são ricos, longevos e sempre muito bem pontuados.

Brancos Christian Moreau Chablis Christian Moreau Chablis 375 ml Christian Moreau Chablis 1er Cru Vaillon Christian Moreau Chablis 1er Cru Vaillon 375 ml Christian Moreau Chablis 1er Cru Vaillon Cuvée Guy Moreau Christian Moreau Chablis Grand Cru Valmur Christian Moreau Chablis Grand Cru Vaudésir Christian Moreau Chablis Grand Cru Les Clos Christian Moreau Chablis Grand Cru Les Clos, Clos des Hospices


DOMAINE JEAN COLLET ET FILS www.domaine-collet.fr

Desde 1792, a família Collet se dedica ao cultivo das vinhas. O Domaine Collet foi criado em 1952 por Jean Collet, filho de Marius, viticultor de Chablis. Em 1979, Gilles, filho de Jean, juntou-se aos negócios da família. Hoje, Romain, filho de Gilles, representa a quarta geração dos Collet em Chablis. As parcelas de vinhedos, que totalizam 37 ha, estão localizadas nas melhores encostas nas duas margens do rio Serein. A filosofia dos produtores é trabalhar as vinhas com as práticas do cultivo sustentável, o que ajuda a valorizar o terroir único de Chablis. Este domaine está listado entre os 10 produtores destacados de Chablis no guia de Hugh Johnson.

Christian Moreau e seu filho, o enólogo Fabien, que está na vinícola desde 2002

Brancos Collet Petit Chablis Collet Chablis Collet Chablis Vieilles Vignes

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A e Ç N n A g R a F amp

PIERRE GIMONNET & FILS www.champagne-gimonnet.com

Ch

Essa região encontra-se mais ao norte da França, onde o clima frio faz com que o amadurecimento das uvas seja mais lento, o que se traduz em acidez alta. A região é toda plantada, com qualidade média alta e regras de produção bastante rígidas. Na elaboração do champanhe, as principais uvas usadas são Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier. A produção dividese basicamente entre três classes: as grandes maisons, os récoltantsmanipulants (RM) e as cooperativas. Entre os RM, que elaboram vinhos exclusivamente a partir de vinhedos próprios, está Pierre Gimonnet.

A vinícola está situada em Cuis, no coração da Côte des Blancs, onde se localizam os melhores vinhedos de Chardonnay. Fundada em 1955, encontra-se sob o comando dos irmãos Didier e Olivier Gimonnet. São 28 ha de vinhedos, Premiers e Grands Crus, com vinhas velhas de até 100 anos (80% com mais de 30 anos e 55% com mais de 40 anos). Aclamados pela imprensa (Hugh Johnson, Wine Spectator, Tom Stevenson e outros), os champanhes Pierre Gimonnet recebem sempre ótimas avaliações. O estilo da maison está na particularidade do terroir e na magia das assemblages, reveladas na elegância, fineza aromática, mineralidade, pureza e frescor de cada um de seus champanhes.

Champanhes Pierre Gimonnet Champagne Cuis 1er Cru Brut NS Pierre Gimonnet Champagne Cuis 1er Cru Brut NS 375 ml Pierre Gimonnet Champagne Gastronome 1er Cru Brut Pierre Gimonnet Champagne Fleuron 1er Cru Brut Pierre Gimonnet Champagne Spécial Club 1er Cru Brut

Um dos grandes símbolos de glamour, o champanhe é inimitável e está presente no mundo todo. Os diferentes estilos desse vinho, do mais seco (extra brut) ao doce (doux), o tornam muito versátil. NS ou NV significa que o champanhe não é safrado.

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Pierre Gimonnet Champagne Millésime de Collection Brut Magnum


A Ç N FRA a

Jur

Localizada no leste da França, entre a Borgonha e a Suíça, essa região de clima frio tem, em anos recentes, atraído enólogos e produtores de várias partes, inclusive da vizinha Borgonha. Um dos vinhos mais famosos é o exótico Vin Jaune, produzido com a uva branca Savagnin, a de maior distinção da região. São cultivadas também, entre outras, Chardonnay, Pinot Gris, Poulsard, Trousseau e Pinot Noir. Em cada uma das denominações – Arbois, ChâteauChalon, L’Etoile e Côtes du Jura – são produzidos vinhos com características próprias. O Crémant du Jura é elaborado pelo método tradicional.

CHAMP DIVIN www.champdivin.com

BIODINÂMICO NOVO

Em janeiro de 2008, o casal belga Valérie e Fabrice ClossetGaziaux comprou essa bela propriedade em Gevingey, no coração do Jura. Ambos cresceram na França e estudaram agronomia, especializando-se em solos e nos estudos da terra. Passaram uma temporada na África e trabalharam com viticultores orgânicos no vale do Loire. São 5 ha de vinhedos cultivados pelo sistema biodinâmico, e todo o trabalho é feito pelo casal, manualmente. Os vinhos são produzidos com níveis muito baixos de SO2. Segundo o Guide des Vins Bettane & Desseauve 2016, esse domaine é a boa surpresa das últimas degustações.

Espumante Champ Divin Crémant du Jura Brut Nature Zéro Dosage

Brancos Champ Divin Côtes du Jura Chardonnay Champ Divin Côtes du Jura Castor Champ Divin Côtes du Jura Savagnin Aux Molates Champ Divin Côtes du Jura Pollux

O Vin Jaune, distinto e muito longevo, tem certo caráter oxidativo, mas são produzidos também brancos varietais de Savagnin, no estilo ouillé (não oxidativo). Esta uva é usada ainda em cortes com a Chardonnay. O Crémant du Jura é fresco e saboroso.

Champ Divin Vin Jaune 620 ml

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A Ç N FRA guedocon Lanoussill eR Essas duas regiões do sul da França possuem identidades muito diferentes. A primeira, bem maior, engloba de planícies mais quentes a pontos mais altos. Há predominância de tintos, mas o Limoux se beneficia do frescor do Atlântico e se destaca pela produção de espumantes pelo método tradicional, que antecede a de Champagne. O Roussillon, nas encostas áridas dos Pirineus, tem profunda influência da Espanha e se destaca pela produção de brancos e tintos geralmente com maior frescor e elegância, fortificados brancos e tintos e o Rancio, elaborado em soleras, como o Jerez.

DOMAINE FERRER-RIBIÈRE www.vinferrerribiere.com

A vinícola está localizada nos Pirineus, na fronteira com a Espanha. São 29 ha de vinhedos, de até 138 anos, cultivados pelo sistema biodinâmico, a partir dos quais Bruno Ribière e Denis Ferrer elaboram vinhos surpreendentes e expressivos. Os Grenaches Blanc e Gris, finos e sofisticados, envelhecem 20 anos ou mais e melhoram após vários dias abertos. O Sans Interdit, um Rancio seco elaborado em soleras, lembra um Jerez viejo. Os tintos têm fruta vivaz, frescor e charme. O Cana, top da vinícola, tem a suculência e a complexidade de um Grand Cru Classé, enquanto o Muscat de Rivesaltes é estiloso, fresco e leve.

BIODINÂMICO

Denis Ferrer e Bruno Ribière produzem vinhos surpreendentes e expressivos

Brancos Domaine Ferrer-Ribière Cuvée F IGP Côtes Catalanes Domaine Ferrer-Ribière Empreinte du Temps Grenache Gris IGP Côtes Catalanes omaine Ferrer-Ribière Sans Interdit Rancio Sec D IGP Côtes Catalanes

Tintos omaine Ferrer-Ribière Cuvée D F IGP Côtes Catalanes omaine Ferrer-Ribière Tradition D AOP Côtes du Roussillon omaine Ferrer-Ribière Empreinte du D Temps Grenache Noir IGP Côtes Catalanes omaine Ferrer-Ribière Empreinte D du Temps Syrah IGP Côtes Catalanes Domaine Ferrer-Ribière Empreinte du Temps Carignan IGP Côtes Catalanes omaine Ferrer-Ribière Mémoire D des Temps AOP Côtes du Roussillon

No Roussillon, segundo Jancis Robinson MW, estão alguns dos mais interessantes vinhos da França. Entre as variedades brancas estão Grenache Blanc, Grenache Gris, Macabeo, Muscat e Muscat de Alexandria. Entre as tintas, Grenache, Syrah, Carignan e Mourvèdre.

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omaine Ferrer-Ribière Cana D AOP Côtes du Roussillon

Doce Domaine Ferrer-Ribière AOP Muscat de Rivesaltes


A Ç N FRA e

r i o L

Essa região produz uma gama variada de vinhos. De Sancerre e PouillyFumé provêm os refinados e longevos Sauvignons Blancs. Em Vouvray e Montlouis são produzidos brancos (que podem ter variados graus de doçura) e espumantes com a Chenin Blanc. De Saint-Nicolas-de-Bourgueil provêm os elegantes tintos de Cabernet Franc. Em Pays Nantais, próximo ao Atlântico, é produzido o Muscadet, com a uva branca Melon de Bourgogne. Os Muscadets provenientes de comunas (melhores vinhedos), com longos períodos sur lie, são complexos e longevos e trazem no rótulo o nome da comuna de origem.

CHÉREAU CARRÉ www.chereau-carre.fr

Em 1960, Bernard Chéreau Sr. casou-se com Edmonde Carré e começou a produzir vinhos em Saint-Fiacre-sur-Maine, junto ao Sèvre. Hoje Bernard Chéreau Jr. e sua filha, Louise, cuidam das quatro propriedades da família, entre elas os Châteaux l’Oiselinière e de Chasseloir. Com algumas vinhas de mais de 100 anos, são elaborados essencialmente vinhos sur lie, técnica antiga que agrega corpo e complexidade, mantendo o frescor. Os Muscadets de longo envelhecimento sur lie, como o Le Clos (33 meses), são extremamente elegantes. Em breve, este vinho terá a denominação comunal “La HayeFouassière”. Os vinhos da Chéreau Carré são muito bem pontuados pela imprensa internacional.

Brancos héreau Carré Baron C Bernard Muscadet AC héreau Carré La Griffe C Bernard Chéreau Muscadet Sèvre et Maine Sur Lie héreau Carré La Griffe C Bernard Chéreau Muscadet Sèvre et Maine Sur Lie 375 ml héreau Carré Château C de Chasseloir Muscadet Sèvre et Maine Sur Lie

Os vinhos do Loire são elegantes e versáteis. Muscadet é muito apreciado com ostras, mexilhões e outros mariscos; Sancerre e Pouilly-Fumé, com queijos de cabra; Vouvray, Montlouis e Cabernet Franc oferecem as mais variadas opções de harmonização.

héreau Carré Le Clos C du Château L’Oiselinière Muscadet Sèvre et Maine

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NÇA FRA e

Loir

DOMAINE HUET

BIODINÂMICO

www.domainehuet.com

Considerado uma referência do que melhor se produz na denominação Vouvray, o Domaine Huet foi fundado em 1928 por Gaston Huet. Conduzido pelo sistema biodinâmico desde 1988, é comandado pelo enólogo Jean-Bernard Berthomé, que trabalha no domaine desde 1979. O Domaine Huet é reconhecido pela consistência da sua produção e pelos vinhos de vida longa. São 35 ha divididos em três propriedades: Le Haut-Lieu, Le Mont e Clos du Bourg, que geram vinhos de características próprias, com a acidez e a complexidade que caracterizam a Chenin Blanc, dos mais secos aos mais doces.

Espumante Huet Vouvray Pétillant Brut

Brancos Huet Vouvray Sec Le Haut-Lieu Huet Vouvray Sec Le Mont Huet Vouvray Sec Clos du Bourg

Doces Huet Vouvray Moelleux Le Haut-Lieu Huet Vouvray Moelleux Clos du Bourg 1ère Trie Huet Vouvray Moelleux Le Mont 1ère Trie Huet Vouvray Moelleux Le Haut-Lieu 1ère Trie

Acima, o enólogo Jean-Bernard Berthomé, que trabalha no domaine desde 1979

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DOMAINE VIGNEAU-CHEVREAU

FOURNIER PÈRE & FILS

www.vigneau-chevreau.com

www.fournier-pere-fils.com

Fundado em 1875, esse domaine passou de 5 ha para 33 ha de vinhedos durante cinco gerações, sempre na denominação Vouvray. Atualmente sob o comando dos irmãos Christophe e Stéphane Vigneau, produz espumantes e vinhos tranquilos secos e doces com a uva local Chenin Blanc. Desde 1995, é certificado como biodinâmico. Além dos vinhedos próprios, possui a concessão de um vinhedo histórico na Abadia de Marmoutier, berço da denominação Vouvray. Os vinhos desse domaine oferecem grande riqueza tanto na juventude quanto após alguns anos de guarda.

BIODINÂMICO

Stéphane e Christophe Vigneau produzem vinhos de grande riqueza com a Chenin Blanc

A vinícola foi criada em 1950 por Paul Fournier, com 2 ha de vinhedos da família. No final dos anos 1960, dois de seus filhos, Claude e Jacques Fournier, passaram a cuidar dos negócios, adquiriram outras propriedades e modernizaram as instalações. Hoje, são 130 ha de vinhedos nas denominações Sancerre, Pouilly-Fumé e Menetou-Salon. Seus vinhos são muito expressivos, mesmo os mais básicos, enquanto as cuvées especiais de Poully-Fumé e Sancerre atingem o mais alto nível dessas denominações. O Sancerre Rosé, produzido com Pinot Noir, é um vinho sedutor e versátil.

Espumantes

Brancos

Vigneau-Chevreau Vouvray Brut

Sauvignon “F” de Fournier

igneau Sélection Vouvray V Brut (não biodinâmico)

Fournier Touraine AOP Sauvignon Blanc

Branco Vigneau-Chevreau Vouvray Sec Cuvée Silex

Doce igneau-Chevreau Vouvray V Moelleux 375 ml

Fournier Pouilly-Fumé Les Deux Cailloux Fournier Pouilly-Fumé Les Deux Cailloux 375 ml Fournier Pouilly-Fumé Grand Fumé Fournier Sancerre Les Belles Vignes Fournier Sancerre L’Ancienne Vigne ournier Sancerre Grande F Cuvée La Chaudouillonne

Rosé ournier Sancerre Rosé F Les Belles Vignes

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NÇA FRA e

Loir

FRÉDÉRIC MABILEAU

LE ROCHER DES VIOLETTES

www.fredericmabileau.com

www.lerocherdesviolettes.com

Frédéric Mabileau, cuja família está no ramo vinícola desde 1620, começou a se dedicar à produção de vinhos em 1988 em Saint-Nicolas-de-Borgueil. Hoje, são 28 ha de vinhedos nas denominações Saint-Nicolas-de-Borgueil, Bourgueil, Saumur e Anjou, com vinhas de Cabernet Franc e Chenin Blanc entre 35 e 50 anos de idade. Em 2010, recebeu o certificado de orgânico, motivando-o a introduzir práticas biodinâmicas. Seus vinhos são equilibrados e de extrema elegância. O Saumur, produzido com Chenin Blanc na parcela de Puy Notre Dame, é um vinho encantador, que combina riqueza, complexidade notável e mineralidade.

BIODINÂMICO NOVO

BIODINÂMICO

Frédéric Mabileau produz vinhos equilibrados e de extrema elegância

Xavier Weisskopf estudou enologia e viticultura em Beaune e começou sua carreira em Gigondas, antes de se estabelecer no Loire, em 2005, criando Le Rocher des Violettes. São 13 ha de vinhedos, sendo 9 ha na AOC Montlouis sur Loire, onde cultiva a Chenin Blanc, e 4 ha na AOC Touraine, onde estão plantadas as tintas Cabernet Franc e Côt (Malbec). Montlouis produz vinhos mais nervosos, especiados e minerais que Vouvray. O Pétillant Originel é elaborado pelo método em que a segunda fermentação, na garrafa, é a parte final da fermentação alcoólica original, sem inoculação de leveduras e açúcar. A maioria das parcelas foi plantada antes de 1940 e algumas delas têm vinhas de 120 anos.

Espumante Le Rocher des Violettes Pétillant Originel Montlouis sur Loire

Branco rédéric Mabileau Chenin F Du Puy Saumur

Tintos Frédéric Mabileau Saint-Nicolas-de-Bourgueil Les Rouillères Frédéric Mabileau Saint-Nicolas-de-Bourgueil Les Rouillères 375 ml rédéric Mabileau F Saint-Nicolas-de-Bourgueil Les Coutures

Brancos Le Rocher des Violettes Chenin Blanc Vin de France e Rocher des Violettes Négrette L Montlouis sur Loire Blanc Sec e Rocher des Violettes Les Borderies L Montlouis sur Loire Demi-Sec

Tinto Le Rocher des Violettes Cabernet Franc Touraine

NOVO

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A Ç N FRA vence

Pro

Além dos inimitáveis rosés, mundialmente famosos, são produzidos na região da Provence tintos e brancos de ótima qualidade, que acompanham muito bem a deliciosa culinária local. A denominação Coteaux d’Aix-en Provence, localizada ao norte de Marselha, é bem recente, de 1985. A região é bastante seca e predominam as castas típicas do Mediterrâneo francês, como Grenache, Syrah, Mourvèdre e Carignan, mas aparece também a Cabernet Sauvignon, ao lado das brancas Rolle (Vermentino), Grenache Blanc, Clairette e Sémillon.

CHÂTEAU SAINT-HILAIRE www.chateau-saint-hilaire.fr

Yves Lapierre comanda o Château Saint-Hilaire ao lado dos filhos, Nicolas e Bruno

A família Lapierre está envolvida com o cultivo de oliveiras e de vinhas na Provence desde o final do século XVIII. O Château Saint-Hilaire foi fundado em 1973 pelo pai de Yves Lapierre, que hoje comanda a vinícola ao lado dos filhos, Nicolas e Bruno, na ensolarada e bela região de Coudoux. São 58 ha de vinhedos plantados com as variedades brancas Clairette, Grenache Blanc, Sémillion e as tintas Cabernet Sauvignon e Syrah. Os vinhedos nas colinas são beneficiados por uma excelente exposição solar sul e pelas influências marítimas. O resultado são vinhos deliciosos, que expressam o terroir da Provence.

Rosés Château Saint-Hilaire Tradition Coteaux d’Aix-en-Provence Château Saint-Hilaire Cuvée One Coteaux d’Aix-en-Provence

Os rosés da Provence são ótimos parceiros da mesa. Podem acompanhar pratos provençais, como ratatouille, preparações mediterrâneas, como paella e cuscuz marroquino, comida asiática e pratos da cozinha brasileira, como moqueca.

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A Ç N FRAône

Rh orte) (N

Nessa região são produzidos alguns dos mais clássicos vinhos da França. Os tintos são elaborados com Syrah (às vezes com pequenas adições de uvas brancas) e os brancos com Viognier, Marsanne e Roussane. O volume de é pequeno, mas a região é muito importante em termos de qualidade. Os melhores vinhedos estão em colinas íngremes, onde o cultivo de vinhas é bastante difícil e caro. O amadurecimento perfeito da uva é trabalhoso, sendo a boa exposição solar e o trabalho constante nos vinhedos, incluindo controle dos rendimentos, fundamentais para a produção dos melhores vinhos.

ANDRÉ PERRET www.andreperret.com

Os vinhos de André Perret, considerado por alguns como o “rei de Condrieu”, expressam a meticulosa atenção desse produtor. Seus 13 ha de vinhedos, localizados à margem direita do Rhône, ficam em terrenos inclinados de difícil acesso, o que faz com que todo o trabalho seja manual. Com altas pontuações do crítico Robert Parker e em revistas como a inglesa Decanter, o Condrieu Chéry é pura elegância; vinhas velhas e vinificação ultracuidadosa garantem evolução por mais de dez anos. Seus tintos, como o Saint-Joseph Les Grisières, são sempre muito bem avaliados e, segundo o Guide Bettane & Desseauve, as últimas safras são impecáveis.

Branco André Perret Condrieu Chéry

Tintos André Perret Saint-Joseph ndré Perret Saint-Joseph A Les Grisières

MARC SORREL www.marcsorrel.fr

A vinícola foi fundada em 1928 por Félix Sorrel, avô do atual proprietário, Marc Sorrel. Viticultor desde 1984, ele cultiva com sabedoria e cuidados suas vinhas velhas, na margem esquerda do Rhône. Segundo La Revue du Vin de France, seus Hermitages e Crozes-Hermitages, tintos e brancos, têm sempre grande pureza e profundidade. São vinhos de estilo clássico, com excepcional qualidade de fruta. Acessíveis desde jovens, envelhecem muito bem, como no caso do Hermitage Le Gréal, produzido a partir de vinhas de mais de 60 anos, um tinto expressivo e muito complexo, com um potencial de guarda de 15 a 20 anos, ou até mais.

Brancos Marc Sorrel Crozes-Hermitage Blanc

As mais importantes áreas do norte do Rhône são Hermitage, Côte Rôtie e Condrieu, onde são produzidos vinhos excepcionais. Crozes e Saint-Joseph se destacam pela elegância. A maioria da produção é de tintos, mas os brancos revelam ótimas surpresas.

Marc Sorrel Hermitage Blanc

Tintos Marc Sorrel Crozes-Hermitage Rouge Marc Sorrel Hermitage Rouge Marc Sorrel Hermitage Rouge “Le Gréal”

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A Ç N FRAône

Rh l) (Su

Trata-se de uma das regiões francesas mais conhecidas, que há cerca de duas décadas passou por um renascimento, com melhoria substancial da qualidade geral dos vinhos. Com a paisagem típica do Mediterrâneo, apresenta verões quentes, secos e ensolarados, que favorecem o amadurecimento regular das uvas. Os vinhedos encontram-se principalmente em largos terraços aluviais, antigos leitos do rio e predominam os tintos, elaborados com Grenache (principalmente), Syrah e Mourvèdre. Os brancos são elaborados com Marsanne, Viognier, Roussane, Grenache Blanc e outras uvas locais.

CHÂTEAU D’OR ET DE GUEULES www.chateau-or-et-gueules.com

ORGÂNICO

Diane de Puymorin, Mathieu Chatain e a filha, no Château d’Or et de Gueules

Situado nas proximidades da região de Camargue, perto de Saint-Gilles, o Château d’Or et de Gueules está sob o comando de Diane de Puymorin e do seu marido, Mathieu Chatain. Desde 1998, quando a propriedade foi adquirida, foram replantados vinhedos, mantendo-se os melhores, a vinícola foi reequipada e novos rótulos foram lançados. Cultivam principalmente Grenache, Syrah, Carignan, Mourvèdre, e as brancas Grenache Blanc, Roussanne, Rolle e Chardonnay. Nos vinhedos (alguns com mais de 80 anos) adotam a agricultura orgânica. Suas cuvées de prestígio – La Bolida, Castel Noù e Qu’es aQuo – têm altas pontuações de Robert Parker.

Tintos Domaine de La Petite Cassagne Costières de Nîmes Château d’Or et de Gueules Les Cimels Costières de Nîmes Château d’Or et de Gueules Trassegum Costières de Nîmes Château d’Or et de Gueules Qu’es aQuo Costières de Nîmes Château d’Or et de Gueules Castel Noù Costières de Nîmes Château d’Or et de Gueules La Bolida Costières de Nîmes

Os tintos são generosos e frutados, com acidez menos vivaz. Châteauneuf-du-Pape é o cru mais renomado, seguido por Gigondas e Vacqueyras. Os brancos, menos conhecidos, podem ser deliciosamente frutados ou mais complexos e estruturados.

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NÇA FRA do

Sul ône Rh

CLOS BELLANE

CLOS DES PAPES

www.clos-bellane.com

Fundada em 1999, a vinícola foi adquirida por Stéphane Vedeau em 2010. A propriedade privilegiada de 48 ha, próxima a Valréas, estende-se por uma elevação que proporciona uma vista esplêndida da região, do Monte Ventoux e dos Dentelles de Montmirail. Os vinhedos a 400 metros de altitude e a localização na região setentrional do sul do Rhône, de clima mais ameno, proporcionam frescor e elegância aos vinhos. Adotam a agricultura orgânica e boa parte dos vinhedos tem mais de 30 anos. No tinto, predomina a Grenache, com uma porcentagem de Syrah, enquanto no branco as uvas Roussanne, Marsanne e Viognier dividem seus papéis.

ORGÂNICO

Paul-Vincent Avril comanda o Clos des Papes desde 1988

ORGÂNICO

Referência mais alta na denominação Chateauneuf-du-Pape, Clos des Papes está sob o comando de Paul-Vincent Avril desde 1988, mas a história da família na região remonta ao século XVIII. Em 2010, a vinícola obteve o certificado orgânico. Seus Châteauneufs tintos, com 20% de Mourvèdre, têm potencial de guarda de 20 anos ou mais, e um histórico de avaliações sem rival na região. Os brancos, sem passagem por madeira, envelhecem com elegância, adquirindo complexidade e mineralidade surpreendentes. O delicioso Petit Vin d’Avril, um tinto não safrado, não é o segundo vinho da vinícola, pois provém de vinhedos fora da denominação.

Branco Branco Clos Bellane Côtes-du-Rhône Villages Valréas Blanc

Tinto los Bellane Côtes-du-Rhône C Villages Valréas Rouge

Clos des Papes Châteauneuf-du-Pape

Tintos Le Petit Vin d’Avril Clos des Papes Châteauneuf-du-Pape Clos des Papes Châteauneuf-du-Pape Magnum

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DOMAINE FONT DE MICHELLE

DOMAINE JAUME

www.font-de-michelle.com

www.domainepascalrichard-jaume.com

A família Gonnet está estabelecida na região desde 1600. Em 1950, Etienne Gonnet fundou a vinícola Font de Michelle, hoje conduzida pelos netos Bertrand e Guillaume. Localizado no sudoeste de Châteauneuf-du-Pape, uma das melhores subregiões dessa denominação, esse domaine tem parcelas em La Crau, o “Grand Cru” de Châteauneuf, e adota a cultura orgânica nos vinhedos. Seus brancos têm mineralidade deliciosa, enquanto os tintos são tradicionais, estilosos, encorpados, complexos e elegantes, grandes expressões deste destacado terroir. Sua cuvée prestige é excepcional.

ORGÂNICO

NOVO

Guillaume e Bertrand Gonnet, produtores orgânicos de Châteauneuf-du-Pape

Vitivinicultores desde 1905, a paixão e a tradição dessa família se perpetuam com a quinta geração, representada por Pascal e Richard Jaume. São 92 ha em Vinsobres, um Cru das Côtes-du-Rhône. A localização geográfica é excepcional e os vinhedos se beneficiam do clima à beira dos Alpes, bem ao norte da denominação, em frente ao majestoso Mont-Ventoux. Em seus vinhedos, adotam práticas sustentáveis e viticultura responsável, valorizando a tipicidade do terroir, com o respeito pelo meio ambiente, garantindo a qualidade e a expressão dos seus vinhos.

Branco Font de Michelle Châteauneuf-du-Pape

Tintos Font de Michelle Châteauneuf-du-Pape Font de Michelle Châteauneufdu-Pape Cuvée Etienne Gonnet

Branco Domaine Jaume Côtesdu-Rhône Blanc

Tintos Domaine Jaume Côtes-du-Rhône Rouge Domaine Jaume Côtesdu-Rhône Rouge 375 ml Domaine Jaume Côtes-du-Rhône Villages Vinsobres Altitude 420 Domaine Jaume Côtes-du-Rhône Villages Vinsobres Clos des Echalas

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NÇA FRA do

Sul ône Rh

DOMAINE LA MONARDIÈRE

DOMAINE RASPAIL-AY

www.monardiere.com

O domaine de 22 ha foi estabelecido por Martine e Christian Vache em 1987, a partir de vinhedos de família, ao redor de uma grande mansão rural sombreada por antigas e frondosas árvores, no prestigioso Cru de Vacqueyras. Reformaram vinhedos e instalações, adotando como filosofia a viticultura natural e a vinificação com a mínima intervenção, a fim de produzir vinhos autênticos. Esse compromisso e paixão pelos vinhos fiéis à origem têm resultado em prestígio ascendente. Alguns vinhedos têm mais de 60 anos de idade. Desde 2007 o filho, Damien, trabalha com os pais.

ORGÂNICO

O patriarca Dominique Ay cercado pela família

O enólogo Damien Vache trabalha na vinícola da família desde 2007

Tintos omaine La Monardière D Vacqueyras Les 2 Monardes Domaine La Monardière Vacqueyras Les 2 Monardes 500 ml Domaine La Monardière Vacqueyras Vieilles Vignes

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Pequeno produtor familiar há cinco gerações, esse tradicional domaine está situado em uma das mais nobres sub-regiões do sul do Rhône: Gigondas. Seus vinhos concentrados são produzidos com quase totalidade de Grenache (75%), que se manifesta nos aromas perfumados e na presença de frutas vermelhas frescas. A Syrah e a Mourvèdre completam o corte, adicionando taninos e acidez. São 18 ha de vinhedos, com vinhas de 45 anos de idade, em média, a partir das quais são produzidos vinhos elegantes e longevos, de estilo tradicional, sem carvalho novo. O domaine é comandado por Dominique Ay e seus filhos Christophe e Anne-Sophie.

Tintos Domaine Raspail-Ay Gigondas Domaine Raspail-Ay Gigondas 375 ml


CAHORS

A Ç N FRA oeste

Sud

Essa região engloba distintas subregiões. De Jurançon, vêm os brancos intensos de Petit Manseng, Gros Manseng e Courbu, citados por Jancis Robinson MW entre os best-values da França. Em Madiran, predomina a Tannat, com vinhos elegantes e longevos. Em Cahors, predomina a Malbec, com vinhos mais tânicos e bem diferentes daqueles do Novo Mundo com a mesma uva. Nas Côtes de Gascogne são cultivadas as uvas brancas Colombard e Ugni Blanc, além de Gros Manseng, Petit Manseng e Sauvignon Blanc. Entre as tintas estão Merlot, Tannat e Cabernet Sauvignon.

CHÂTEAU LAMARTINE www.cahorslamartine.com

Com raízes na era galo-romana, a propriedade familiar foi reerguida nos anos 1920 por Edouard Sérouge, um dos responsáveis pelo renascimento dos vinhos de Cahors. Desde 2016 é comandada por seus bisnetos, Lise e Benjamin Gayraud. Os vinhos do Château Lamartine, nos quais predomina a Malbec, são expressivos, com fruta vivaz, emoldurados por taninos elegantes. Nos 35 ha de vinhedos são cultivadas Malbec (dominante), Merlot e Tannat, adotando-se a agricultura sustentável. A localização excepcional dos vinhedos, a oeste da denominação, favorece a boa maturação precoce das uvas, garantindo a regularidade das safras. As cuvées especiais têm grande densidade e intensidade.

Tintos Château Lamartine Cahors Château Lamartine Cahors Cuvée Particulière Château Lamartine Cahors Expression

Os brancos do Jurançon, dos secos aos doces, estão entre os mais diferentes da França. Madiran e Cahors produzem tintos gastronômicos de Tannat e Malbec, respectivamente. Nas Côtes de Gascogne predominam os brancos, de qualidade e preços atraentes.

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NÇA FRA oeste

Sud

CÔTES DE GASCOGNE

JURANÇON

DOMAINE HORGELUS

CLOS LAPEYRE

www.domaine-horgelus.com

www.jurancon-lapeyre.fr

O Domaine Horgelus está situado nas ensolaradas colinas da região, famosa pelo Armagnac, no Departamento de Gers. A vinícola foi criada em 1978 por Joseph Le Menn, bretão de origem, que foi atraído pelo charme do sudoeste, com sua boa gastronomia e estilo de vida. Hoje, a vinícola, que possui 90 ha de vinhedos, é conduzida pelo enólogo Yoan Le Menn, filho de Joseph, da quinta geração da família de viticultores. A filosofia do domaine é produzir vinhos prazerosos e acessíveis. Hugh Johnson lista Horgelus entre os melhores produtores de Côtes de Gascogne no Pocket Wine Book 2017.

A família de Jean-Bernard Larrieu, da terceira geração, se dedicava a outras atividades rurais, além do cultivo de uvas, na região do Jurançon, localizada bem ao sul da França, aos pés dos Pirineus. Em 1985, ele criou o Clos Lapeyre, passando a trabalhar exclusivamente na viticultura. São 18 ha de vinhedos de cultivo orgânico, certificados desde 2002. Além disso, adota práticas biodinâmicas desde 2013 em 8 ha de vinhedos. Seus vinhos, 100% brancos, são elaborados com as variedades Gros Manseng e Petit Manseng e se posicionam entre os grandes rótulos franceses. Quem ousar experimentar esses vinhos será amplamente recompensado.

NOVO

O enólogo Yoan Le Menn, da quinta geração da família de viticultores

Brancos Lapeyre Jurançon Sec Lapeyre Jurançon Sec 375 ml

Doces Lapeyre Jurançon Moelleux 375 ml La Magendia de Lapeyre Jurançon 375 ml Lapeyre Le Vent Balaguèr Jurançon Moelleux 500 ml

Brancos Domaine Horgelus Côtes de Gascogne Colombard-Sauvignon Domaine Horgelus Côtes de Gascogne Sauvignon-Gros Manseng

Rosé Domaine Horgelus Côtes de Gascogne Rosé

Tinto Domaine Horgelus Côtes de Gascogne Merlot-Tannat

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MADIRAN

ORGÂNICO

DOMAINE BERTHOUMIEU www.domaine-berthoumieu.com

O domaine foi fundado em 1850 por Virgile Dutour. Após seis gerações, passou a ser comandado nos anos 1990 por Didier Barré, que o transformou numa referência nas denominações Madiran (tintos) e Pacherenc du Vic Bilh (brancos). Hoje, o domaine pertence às irmãs Claire e Marion Bortolussi, com raízes na região. A comercialização se faz em conjunto com o grupo Lionel Osmin & Cie, que também apoia a vinificação. São 25 ha com predominância de uvas tintas (85%), conduzidos pela prática de agricultura sustentável. Os brancos, produzidos com as uvas Gros Manseng e Petit Manseng, são singulares e os tintos, em que predomina a Tannat, são francos e generosos. Jean-Bernard Larrieu, da terceira geração, produz vinhos surpreendentes no Jurançon

Branco Domaine Berthoumieu Pacherenc du Vic Bilh Vieilles Vignes

Tintos Domaine Berthoumieu Constance Madiran Domaine Berthoumieu Cuvée Charles de Batz Madiran Domaine Berthoumieu Cuvée Charles de Batz Madiran 375 ml

Doce Domaine Berthoumieu Pacherenc du Vic Bilh Symphonie d’Automne Vendange de Novembre 500 ml

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IA L Á IT uzzo

Abr

Essa região estende-se entre os Apeninos e o Adriático, na Itália Central. As duas principais uvas são a tinta Montepulciano e a branca Trebbiano d’Abruzzo. A primeira, nativa da região, gera tintos frutados, com acidez suave, enquanto a Trebianno d’Abruzzo, que no sul da Itália é chamada Bombino Bianco, produz brancos secos e frescos. Entre outras uvas cultivadas estão as brancas Chardonnay, Passerina e Pecorino e as tintas Sangiovese e Ciliegiolo. Cerca de 80% dos vinhos são produzidos por cooperativas. As melhores delas produzem vinhos de alta qualidade.

CANTINA RIPA TEATINA NOVO

Fundada em 1969 como uma associação cooperativa com poucos viticultores, a Ripa Teatina conta hoje com mais de 400 associados, que cultivam cerca de 700 ha de vinhedos, localizados em Ripa Teatina, Francavilla al Mare, Bucchianico e Chieti, em Abruzzo. A vinícola destaca-se dentre as cooperativas italianas pela elevada qualidade e sua linha de produção inclui DOCs e IGTs. A linha Arenile, lançada em junho de 2016, inclui dois brancos, um deles elaborado com a uva Trebbiano e o outro, com a Pecorino, uva menos conhecida que gera vinhos frescos e minerais, além de um tinto produzido com a uva Montepulciano. São vinhos gastronômicos, que permitem grande variedade de combinações.

Brancos Arenile Trebbiano d’Abruzzo DOC Arenile Pecorino Terre di Chieti IGT

Tinto renile Montepulciano A d’Abruzzo DOC

Os brancos de Abruzzo são excelentes para peixes e frutos do mar, além de massas e pratos delicados. O Montepulciano d’Abruzzo acompanha bem pizza, massas como lasanha e espaguete à bolonhesa, carnes de frango e de coelho.

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DONNACHIARA

IA L ia Á n IT â p

Cam

Apesar de ser conhecida pela costa deslumbrante, onde também existem vinhedos, é na região interior montanhosa da Irpinia que se encontram as condições ideais para a produção de brancos e tintos de alta qualidade. Em torno da comuna de Avellino, os verões longos e frescos, a boa insolação e os solos pobres de origem vulcânica favorecem o amadurecimento perfeito das uvas brancas Greco di Tufo e Fiano di Avellino, que hoje são DOCG (denominação de origem controlada garantida). A tinta Aglianico atinge o apogeu na DOCG Taurasi, uma sub-região da Irpinia.

www.donnachiara.com

A vinícola está localizada em Montefalcione, um vilarejo antigo próximo de Avellino. A moderna adega foi concluída em 2005 pelo casal Chiara e Umberto Petitto, mas os vinhedos pertencem à família há mais de 150 anos. Chiara é neta de Donna Chiara, que inspirou o nome da vinícola. Ligados à viticultura por cinco gerações na Irpinia, cultivam somente uvas locais. Segundo a Wine Spectator, “Donnachiara produz finos exemplares de Fiano di Avellino e Greco di Tufo”, e completa: “Taurasi é uma das melhores fontes de vinhos italianos de guarda, sendo os Donnachiara excepcionais”. Atualmente, a direção da Donnachiara está a cargo da filha do casal, Ilaria Petitto.

Brancos Donnachiara Fiano di Avellino DOCG Donnachiara Greco di Tufo DOCG Donnachiara Esoterico Campania Fiano IGT

Tintos Donnachiara Campania Aglianico IGT Donnachiara Irpinia Aglianico DOC Donnachiara Taurasi DOCG

As uvas brancas dão origem a vinhos elegantes e frescos, e, como observa Jancis Robinson MW, “os melhores vinhos têm uma dimensão aromática que poucas outras variedades italianas podem igualar”. A tinta Aglianico gera vinhos ricos e longevos.

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IA L Á IT che

r a M

Essa região estende-se entre os Apeninos e o Adriático, ao norte de Abruzzo. A tradição vinícola concentrase em Cupramontana, na província de Ancona, onde reina a uva branca Verdicchio. Os rótulos que trazem Verdicchio dei Castelli di Jesi DOC Classico indicam que o vinho provém das colinas a nordeste de Ancona, na cidade de Jesi. Essa uva pode ser usada ainda na elaboração de espumantes pelos métodos Martinotti (charmat) e clássico. Entre as tintas estão a Montepulciano, a Sangiovese e a autóctone Lacrima di Morro d’Alba, que surpreendente pela elegância.

COLONNARA www.colonnara.it

NOVO

A Colonnara foi estabelecida em 1959 por 19 viticultores em Cupramontana, onde as condições perfeitas do terroir motivaram o cultivo da uva branca Verdicchio, que hoje é o orgulho da região. Atualmente, a cooperativa conta com 110 produtores, que adotam a agricultura sustentável nos 120 ha de vinhedos e combinam tradição com técnicas inovadoras na produção de sua variada gama de vinhos. Segundo Hugh Johnson, a Colonnara é um dos melhores produtores de Verdicchio dei Castelli di Jesi. Produz também espumantes, vinhos brancos com as uvas Passerina e Pecorino e tintos de uvas regionais.

Brancos olonnara Lyricus Verdicchio C dei Castelli di Jesi DOC Classico Colonnara Anfora Verdicchio dei Castelli di Jesi DOC Classico Colonnara Cuprese Verdicchio dei Castelli di Jesi DOC Classico Superiore

Tintos Colonnara Lyricus Rosso Piceno Colonnara Lacrima di Morro d’Alba

O Verdicchio é encorpado, fresco e longevo. Os tintos de Montepulciano são chamados de Rosso Conero DOC e os reservas, de Conero DOCG. Ambos são a melhor expressão da variedade. Rosso Piceno, em geral, é um corte de Montepulciano e Sangiovese.

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BROVIA

IA te L Á IT on

m e i P

Essa é a região de excelência da Nebbiolo, que origina os famosos Barbaresco e Barolo, dois dos grandes vinhos da Itália, sendo ambos DOCG. Os demais vinhos, em geral, recebem o nome das uvas, como os tintos Dolcetto, Barbera e Nebbiolo, e os brancos Arneis e Moscato, acrescidos da sub-região de procedência, como Roero, Asti, Alba ou Langhe. Entre os vinhos brancos, os mais famosos são Roero Arneis e Moscato d’Asti. O Piemonte tem diversos vinhedos de grande distinção (crus) e espaço para tradicionalistas e modernistas, apesar da linha pouco nítida que os separa.

A Brovia encontra-se no coração da área produtora de Barolo, com sede em Castiglione Falletto. Fundada por Giacinto Brovia em 1863, mantém-se até hoje nas mãos da mesma família. Elena e Cristina Brovia, quarta geração de viticultores, e Àlex Sánchez, marido de Elena, conduzem atualmente a vinícola. Os vinhedos ocupam 19,2 ha, sendo os quatro mais importantes Rocche, Villero e Garblèt Sue’, em Castiglione Falletto, e Ca’Mia (Brea), em Serralunga d’Alba. Desde 2010, a Brovia adota o sistema orgânico em seus vinhedos. Seus tintos são clássicos e elegantes, enquanto o branco, produzido com a uva Roero Arneis, é um vinho para os que procuram algo diferenciado.

ORGÂNICO

Cristina Brovia, Elena Brovia e Àlex Sánchez, marido de Elena

Branco Brovia Roero Arneis DOC

Tintos Brovia Sorì del Drago Barbera d’Alba DOC Brovia Brea Barbera d’Alba DOC Brovia Valmaggione Nebbiolo d’Alba DOC Brovia Barolo DOCG rovia Rocche dei Brovia B Barolo DOCG Brovia Ca’Mia Barolo DOCG Brovia Garblèt Sue’ Barolo DOCG

A gastronomia do Piemonte é muito rica, com pratos como o brasato (carne ensopada) al Barolo, polentas e carnes de caça, além das famosas trufas brancas. Os diferentes estilos de vinho são bastante versáteis e acompanham muito bem esses pratos.

Brovia Villero Barolo DOCG

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LIA ITÁ onte

Piem

DOMENICO CLERICO www.domenicoclerico.com

A vinícola foi fundada em 1976, quando Domenico Clerico assumiu 5 ha que seu pai cultivava e se propôs a fazer vinhos de vinhedos específicos. Falecido em julho de 2017, esse renomado produtor foi reconhecido por “criar uma nova onda de entusiastas de Barolo”, como relatou a Wine Spectator na ocasião de seu falecimento. São 21 ha de vinhedos em Monforte d’Alba, uma pequena parcela em Serralunga, além de uma moderníssima vinícola. Mesmo os vinhos mais simples da Domenico Clerico recebem altas pontuações de revistas especializadas e revelam pureza de fruta e sofisticação, além de envelhecerem muito bem, ganhando elegância e complexidade.

Tintos omenico Clerico Visadì D Langhe DOC Dolcetto omenico Clerico Trevigne D Barbera d’Alba DOC omenico Clerico Capisme-e D Langhe DOC Nebbiolo omenico Clerico D Arte Langhe DOC omenico Clerico D Barolo DOCG omenico Clerico D Aeroplanservaj Barolo DOCG omenico Clerico Ciabot D Mentin Barolo DOCG omenico Clerico D Pajana Barolo DOCG omenico Clerico D Percristina Barolo DOCG

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SOCRÉ www.socre.it

Fundada em 1869 pelo bisavô do atual proprietário, a Socré está situada em Barbaresco. Nessa denominação, onde se encontra o vinhedo Roncaglie, um dos crus de Barbaresco, é cultivada somente a Nebbiolo. A partir de 1990, foram adquiridos novos vinhedos em Cisterna d’Asti e Alba. Entre 2010 e 2012 foi construída a nova adega em Barbaresco, onde são vinificadas as uvas de todos os vinhedos próprios. Hoje, a Socré possui 6 ha de vinhedos comandados por Marco Piacentino, arquiteto e enólogo, e sua esposa, Rosella, ajudados pelos filhos. Os vinhos da Socré são elegantes e exibem suculência, taninos muito finos, uso eficaz de barricas e equilíbrio perfeito.

Tintos Socré Dolcetto d’Alba DOC Socré Barbera d’Asti DOC Socré Langhe Nebbiolo DOC Socré Barbaresco DOCG Socré Barbaresco Roncaglie DOCG

Marco Piacentino cuida dos 6 ha de vinhedos da família

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IA L Á IT lia

PAOLOLEO www.paololeo.it

Pug

Essa é uma vasta região onde o clima mediterrâneo ameno, as baixas precipitações, os solos pobres e o relevo pouco ondulado contribuíram para que se tornasse a maior produtora de vinho do país. Entretanto, nos últimos anos, o volume produzido caiu bastante e a qualidade cresceu, graças aos investimentos, à valorização das uvas locais, à busca de maior refinamento e à adoção de práticas de cultivo sustentável ou orgânico. Os melhores vinhos provêm da península de Salento, onde os rendimentos são menores e a influência das brisas dos mares Adriático e Jônico ameniza o calor.

Paolo Leo com os filhos nos vinhedos da família

A vinícola foi fundada por Antonio Leo, na virada do século XIX, no coração de Salento. No fim dos anos 1980, o atual proprietário, Paolo Leo, da quinta geração da família, decidiu valorizar as variedades autóctones como Negroamaro, Primitivo e Malvasia Nera. Esses passos conduziram à produção do Orfeo, 100% Negroamaro, e do Fiore di Vigna, 100% Primitivo, vinhos que alcançam altas premiações em publicações especializadas. Hoje, a vinícola possui 50 ha de vinhedos, sendo 30% de cultivo orgânico. Os filhos de Paolo Leo, como o enólogo Nicola Leo, também estão envolvidos no dia a dia da vinícola e dão continuidade à tradição da família.

Brancos Paololeo Malvasia Bianca Salento IGP Paololeo Pinot Grigio Tarantino IGP

Tintos Paololeo Primitivo Salento IGP Paololeo Primitivo Salento IGP 375 ml aololeo Negroamaro P Salento IGP Paololeo Primitivo Salento IGT Biologico aololeo Negroamaro P Salento IGT Biologico Paololeo Passo del Cardinale Primitivo di Manduria DOC Paololeo Salice Salentino Riserva DOC

A uva mais famosa é a Primitivo, que nas mãos certas gera vinhos complexos e muito atraentes. Vale a pena descobrir algumas das outras variedades cultivadas, como as tintas Negroamaro, Aglianico e Malvasia Nera, e as brancas Malvasia e Pinot Grigio.

60

Paololeo Orfeo Negroamaro Puglia IGP Paololeo Fiore di Vigna Primitivo Salento IGP


IA L Á IT lia

Sicí

Essa bela ilha do Mediterrâneo tem produzido vinhos “estimulantes, originais e de ótimo custo” (Hugh Johnson), mostrando o expressivo desenvolvimento pelo qual passou a região nos últimos tempos. Nos mais variados terroirs são cultivadas variedades autóctones, como as brancas Catarratto, Grillo, Frappato e Inzolia e as tintas Nero d’Avola e Nerello Mascalese, além das internacionais Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. Embora estas últimas tenham feito a fama da Sicília, com vinhos de classe internacional, existe hoje uma maior valorização das uvas locais.

MUSÌTA www.musita.it

No fim do século XIX, Ignazio Ardagna plantou as primeiras vinhas de Catarratto, uva branca autóctone da Sicília. Hoje, a família Ardagna conta com uma adega nova e equipada para produzir seus vinhos expressivos e equilibrados. Nos 50 ha de vinhedos, localizados a uma altitude de até 500 metros, são cultivadas as variedades brancas Catarratto, Grillo e Chardonnay e as tintas Nero d’Avola, Syrah, Cabernet Sauvignon e Merlot, em quatro parcelas diferentes. O italiano Giorgio Flessati, sócio e enólogo da chilena Viña Falernia, é enólogo-consultor e sócio da Musìta. São produzidas três linhas: a de entrada, a Regieterre e a Passocalcara.

Brancos Musìta Catarratto Sicilia DOC Musìta Grillo Sicilia DOC Musìta Regieterre Catarratto Sicilia DOC

Tintos Musìta Syrah Sicilia IGP usìta Nero D’Avola M Sicilia DOC Musìta Regieterre Nero D’Avola Sicilia DOC

A uva tinta Nero d’Avola gera vinhos frutados e com boa estrutura. A Nerello Mascalese, cultivada nos arredores do Etna, dá origem a vinhos mais delicados. Os elaborados com as uvas brancas Catarratto e Grillo são frescos e saborosos.

Musìta Regieterre Syrah Sicilia DOC usìta Passocalcara M Rosso Riserva Sicilia DOC

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A I L ITÁ cana

Tos

Essa região divide-se em duas grandes áreas: a costa, onde se encontram, entre outras, as DOCs Bolgheri e Montescudaio, e as colinas centrais, nas províncias de Florença e Siena, onde estão, entre diversas subregiões, as DOCGs Chianti Classico, Brunello di Montalcino e Vino Nobile di Montepulciano. A Toscana é o território por excelência da Sangiovese, que gera alguns clássicos italianos que estão entre os melhores vinhos do mundo. Os supertoscanos, mais modernos, podem incluir variedades como Cabernet Sauvignon e Merlot. O famoso Vin Santo é o vinho doce dessa região.

CASTELLO DI VOLPAIA www.volpaia.com

ORGÂNICO

Localizado na região do Chianti Classico, o Castello di Volpaia conserva o estilo medieval da sua construção, que data do século XI. No início dos anos 1960, a propriedade foi adquirida pela família de Giovannella Stianti Mascheroni. Desde 2007, seus filhos, Nicolò e Federica, trabalham na empresa, que tem como enólogo consultor Riccardo Cotarella. Além dos Chianti Classico e Riserva, seus vinhos Coltassala e Il Puro serão agora comercializados como “Gran Selezione”, uma classificação acima de Riserva, com especificações mais estritas. O Castello di Volpaia está entre os top ten Chianti Classico no guia de Hugh Johnson, e seus vinhos são elegantes e suculentos.

Tintos Volpaia Citto IGT Toscana Volpaia Chianti Classico DOCG Volpaia Chianti Classico DOCG 375 ml Volpaia Chianti Classico Riserva DOCG Volpaia Coltassala Chianti Classico Riserva DOCG Volpaia Balifico IGT Toscana Volpaia Il Puro Casanova Chianti Classico Riserva DOCG

Em seus diferentes estilos, os vinhos produzidos na Toscana estão entre os mais versáteis para acompanhar refeições. Massas com molhos ricos, pizzas, carnes como a bistecca alla fiorentina e aves, além de itens da salumeria, estão entre as indicações.

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FONTEMORSI www.fontemorsi.it

A Fontemorsi está situada 20 km ao norte de Bolgheri e possui 23 ha de vinhedos de cultivo orgânico em Montescudaio, onde são plantadas as uvas tintas Sangiovese e Canaiolo, além de Merlot e Cabernet Sauvignon e as brancas Chardonnay e Viognier. Os solos são cobertos por conchas fossilizadas, que inspiraram o logotipo da vinícola. Em 2003, foi adquirida por Laura Berlucchi, já falecida, e hoje é comandada por Francesco Benasaglio, Roberto Ligasacchi e Carlo Sanvitale, além de Mariavittoria Facchinelli Mazzoleni, sobrinha da fundadora e esposa de Benasaglio. A Fontemorsi dispõe de uma casa para agroturismo, com vista privilegiada para Volterra.

MONTE BERNARDI www.montebernardi.com

BIODINÂMICO

ORGÂNICO

Branco Fontemorsi Tresassi Toscana IGT

Rosé Fontemorsi Tresassi Rosato Toscana IGT

Tintos

Localizada em Panzano in Chianti, no coração do Chianti Classico, a Monte Bernardi possui 10 ha de vinhedos e administra mais 5 ha. Em 2003, foi adquirida pela família americana Schmelzer, que investiu nos vinhedos e na adega e adotou o sistema orgânico e biodinâmico no ano seguinte. Michael Schmelzer, agrônomo e enólogo, exprime com intensidade sua paixão pela Sangiovese. Um dos seus rótulos, Retromarcia (marcha à ré), representa um retorno à natural elegância da Sangiovese, variedade que responde por 90% da produção. Este vinho é produzido a partir dos vinhedos mais jovens, enquanto os Riserva são provenientes de vinhedos de mais de 45 anos.

Tintos Monte Bernardi Fuoristrada Toscana IGT onte Bernardi Retromarcia M Chianti Classico DOCG Monte Bernardi Chianti Classico Riserva DOCG

ontemorsi Le Tinte F Toscana IGT

Monte Bernardi Sa’etta Chianti Classico Riserva DOCG

Fontemorsi Le Tinte Magnum Toscana IGT

Monte Bernardi Tzingana Toscana IGT

Fontemorsi Spazzavento Montescudaio DOC Fontemorsi Guadipiani Toscana IGT

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LIA ITÁ cana

Tos

PODERE LA VIGNA

TIBERINI www.tiberiniwine.com

www.poderelavigna.it

Localizada 7 km a nordeste de Montalcino, a Podere La Vigna pertence à família Rubegni desde 1958. Os 4 ha de vinhedos plantados com diferentes clones de Sangiovese e com excelente exposição solar fornecem uvas de alta qualidade para a produção de Brunello e Rosso di Montalcino. A Podere La Vigna é dirigida por Adriano Rubegni e sua esposa, Sonia, que renovaram as instalações da vinícola e cuidam com afinco da propriedade. Safras recentes comprovam o resultado do trabalho meticuloso no cultivo e na vinificação. Os rótulos trazem o desenho de parreira com cachos enroscados em uma árvore e são inspirados em um método muito antigo de cultivo, conhecido como “testucchio”.

ORGÂNICO

Adriano Rubegni cuida com afinco dos vinhedos da família

Há seis gerações a família Tiberini produz vinhos em Podere Le Caggiole, considerada uma das áreas mais nobres para a elaboração do Vino Nobile di Montepulciano. A propriedade é composta por 16,5 ha de vinhedos cultivados organicamente desde 1985, certificados em 2015, além de 2 ha de olivais. Hoje, estão à frente da vinícola os irmãos Luca e Fabio Tiberini, que seguem a filosofia da família na produção de vinhos tradicionais. O Maturato é produzido somente em anos excelentes com a uva branca Pulcinculo, que é colhida após longa maturação, resultando em um vinho rico e fascinante.

Branco Tiberini Maturato Bianco IGT

Tintos

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Tintos

Podere La Vigna Il Dragone IGT Toscana

iberini Podere Le Caggiole T Chianti Colli Senesi DOCG

Podere La Vigna Rosso di Montalcino DOC

iberini Podere Le Caggiole T Rosso di Montepulciano DOC

Podere La Vigna Brunello di Montalcino DOCG

iberini Podere Le Caggiole Vino T Nobile di Montepulciano DOCG

Podere La Vigna Brunello di Montalcino Riserva DOCG

Tiberini Vigneto Campaccio Vino Nobile di Montepulciano Riserva DOCG


IA L Á IT eto

Vên

Essa região, que se estende de Veneza ao lago de Garda e, ao norte, até a fronteira com a Áustria, é uma das maiores da Itália e tem diversas sub-regiões. Entre os vinhos mais conhecidos estão Valpolicella, Soave, Bardolino, Prosecco e Amarone, o de maior prestígio. Alguns deles se tornaram nomes de sucesso mundial e sua produção em larga escala, muitas vezes com uvas provenientes de vinhedos de grandes rendimentos, denegriu seu conceito, que vem sendo recuperado por produtores cuidadosos e com vinhedos nas melhores encostas da região.

AZIENDA AGRICOLA VILLA ERBICE www.villaerbice.it

A história da Villa Erbice, localizada em Mezzane di Sotto, próximo a Verona, teve início em 1870 e seu nome sempre esteve associado a vinhos de ótima qualidade. São cerca de 13 ha de vinhedos próprios, dos quais 1,4 ha de Soave Superiore DOCG e o restante de Valpolicella DOC, situados a altitudes entre 250 e 450 metros. A imponente vila vinícola é dirigida pelos irmãos Silvio e Alberto Erbice, da terceira geração da família, que adotam o cultivo sustentável e priorizam o uso de produtos naturais. Seus vinhos tintos e brancos são clássicos, expressivos, com ótima estrutura e capacidade de envelhecimento.

Brancos Villa Erbice Soave Superiore DOCG illa Erbice Soave Superiore V ‘Vigneto Panvinio’ DOCG

Tintos illa Erbice Valpolicella Superiore V ‘Vigneto Monte Tombole’ DOC illa Erbice Valpolicella V Superiore Ripasso DOC illa Erbice Amarone della V Valpolicella ‘Vigneto Tremenel’ DOC

Dentre os brancos destaca-se o estruturado Soave, elaborado com a uva Garganega. Com essa mesma variedade é feito o Recioto di Soave, com uvas passificadas. Entre os tintos, estão o Valpolicella e o Amarone, um vinho carnudo e complexo.

Doce Villa Erbice Recioto della Valpolicella ‘Vigneto Torazzine’ DOC 500 ml

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L A G U T R PO tejo

n e l A

A menos de 100 km de Lisboa, encontra-se a maior província de Portugal, cobrindo quase um terço do país. As vastas áreas mesclam videiras, oliveiras, sobreiros (cortiça) e grãos. São oito sub-regiões, que se estendem do Tejo, ao norte, até o Algarve, ao sul. A produção de vinhos finos desabrochou na década de 1980 e cresceu muito nas décadas seguintes. Entre as uvas tintas plantadas estão Trincadeira, Aragonez, Alfrocheiro e Alicante Bouschet, muito expressiva na região, além de Cabernet Sauvignon e Syrah. Entre as brancas estão Roupeiro, Antão Vaz, Arinto e Chardonnay.

HERDADE PAÇO DO CONDE www.pacodoconde.com

Há mais de três séculos a Herdade Paço do Conde pertence à família Castelo Branco, que tem uma longa tradição na área agrícola. Em 1995, decidiu entrar para o ramo da viticultura, plantando as primeiras vinhas. Hoje, são 250 ha de vinhedos próprios, onde são cultivadas uvas brancas e tintas, entre variedades autóctones e internacionais. A moderna adega foi construída em 2002 e está integrada à arquitetura secular do Monte Paço do Conde, sede da empresa. O grupo conta com o renomado enólogo Rui Reguinga para produzir os vinhos Vilares e Herdade das Albernoas, prontos para beber desde jovens, e Herdade Paço do Conde, mais complexo.

Brancos Vilares Branco Herdade das Albernoas Branco Herdade Paço do Conde Branco

Tintos Vilares Tinto Herdade das Albernoas Tinto Herdade Paço do Conde Tinto Herdade Paço do Conde Reserva

Os vinhos brancos do Alentejo são ideais para aperitivos, como os embutidos deliciosos da região, além de mariscos e peixes. Para acompanhar carne de porco e carnes mais gordas, os tintos mais estruturados, com boa acidez, são os mais indicados.

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L A G U T R PO rada

r i a B

Região que encanta um público mais exigente, a Bairrada atrai turistas tanto por sua rica cozinha quanto por seus vinhos. A caprichosa Baga, principal uva tinta da região, se traduz em vinhos expressivos, gastronômicos e longevos, quando bem trabalhada. Os brancos, que recebem a influência do Atlântico, apresentam mineralidade e frescor, e os espumantes são produzidos pelo método tradicional. Com a chegada das variedades internacionais, alguns puristas formaram o grupo “Baga Friends”, do qual faz parte Mário Sérgio Alves Nuno, da Quinta das Bágeiras.

QUINTA DAS BÁGEIRAS www.quintadasbageiras.pt

Essa vinícola tradicional fica no pequeno lugarejo de Fogueira, em Sangalhos. O proprietário e enólogo, Mário Sérgio Alves Nuno, adota a viticultura minimalista, fazendo vinhos da forma mais natural possível, trabalhando com uvas autóctones que expressam com brilhantismo o melhor da região. Seus vinhos, sejam eles espumantes, brancos ou tintos, são clássicos e longevos. Segundo o renomado jornalista Rui Falcão, na Wines of Portugal: “Os vinhos da Quinta das Bágeiras encontram-se entre os melhores da Bairrada e de Portugal: sólidos e carregados de personalidade, vinhos de terroir com uma identidade notável e com uma capacidade de envelhecimento quase sem igual”. Mário Sérgio Alves Nuno, um dos produtores top da Bairrada

Espumantes Quinta das Bágeiras Bruto Natural Reserva Quinta das Bágeiras Bruto Natural Super Reserva Quinta das Bágeiras Bruto Natural Grande Reserva Quinta das Bágeiras Bruto Natural Rosé Colheita

Brancos Quinta das Bágeiras Colheita Quinta das Bágeiras Garrafeira Quinta das Bágeiras Pai Abel

Tintos Quinta das Bágeiras Colheita

Com boa estrutura, o espumante acompanha carnes mais gordas, como o famoso leitão da região. Os brancos vão bem com bacalhau e frutos do mar, com molhos intensos. O tinto de Baga, com boa acidez, é indicado para arroz de pato e carnes suína e bovina.

Quinta das Bágeiras Reserva Quinta das Bágeiras Garrafeira Quinta das Bágeiras Avô Fausto

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L A G U T R PO

Dão

Com o renascimento do Dão, principalmente após a entrada de Portugal para a União Europeia em 1986 e o fim dos monopólios das grandes cooperativas, produtores com foco em qualidade e terroir passaram a expressar-se por meio de vinhos muito finos. A Touriga Nacional, originária do Dão, é a principal uva tinta, atingindo nessa região sua maior expressão. São cultivadas ainda a Jaen, a Tinto Cão e a Alfrocheiro. A Encruzado é considerada por alguns especialistas a melhor uva branca de Portugal, produzindo vinhos elegantes e complexos, com grande potencial de guarda.

CASA DA PASSARELLA www.casadapassarella.pt

O premiado enólogo Paulo Nunes e sua variada gama de vinhos

A Casa da Passarella pertence ao empresário português Ricardo Cabral. Desde 2008, o enólogo Paulo Nunes tem feito um trabalho brilhante na elaboração de vinhos elegantes e longevos. São produzidas três linhas: Somontes, com vinhos para o dia a dia, Casa da Passarella, que reúne vinhos com uma dimensão extra, dada pela escolha das mesclas, vinhas velhas e métodos tradicionais de produção revisitados, e Villa Oliveira, com os vinhos de exceção da vinícola. O Villa Oliveira Touriga Nacional 2011 foi eleito o Melhor Vinho de Portugal de 2017 pela Wines of Portugal. Em 2018, Paulo Nunes foi eleito pela revista Vinho Grandes Escolhas o enólogo do ano de 2017.

SOMONTES Brancos Somontes Colheita Somontes Encruzado

Rosé Somontes Rosé

Tintos Somontes Colheita Somontes Reserva

Os brancos de Encruzado são frescos e minerais, além de serem bastante versáteis à mesa. Os tintos, tanto os varietais de Touriga Nacional quanto os cortes, apresentam boa fruta, acidez e taninos finíssimos, e são igualmente gastronômicos.

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CASA DA PASSARELLA Brancos Casa da Passarella A Descoberta Colheita Branco Casa da Passarella O Oenólogo Encruzado Casa da Passarella O Fugitivo Branco em Curtimenta

Tintos Casa da Passarella A Descoberta Colheita Tinto Casa da Passarella Abanico Reserva Casa da Passarella Enxertia Jaen Casa da Passarella O Oenólogo Vinhas Velhas Casa da Passarella O Fugitivo Vinhas Centenárias

VILLA OLIVEIRA Brancos Villa Oliveira Encruzado Villa Oliveira 1ª Edição

Tintos Villa Oliveira Vinha das Pedras Altas Villa Oliveira Touriga Nacional

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L A G U T R PO ro a) s u e o M Dinhos de (V

Mundialmente famoso pelo vinho do Porto, o Douro tem apresentado uma crescente produção de brancos e, principalmente, de tintos de mesa (denominação Douro, cerca de 50% da produção total) de alta qualidade. Região de extrema beleza e de grandes desafios para o viticultor, o Douro é dividido em Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, locais com características geográficas e climáticas específicas, que geram vinhos bem diferentes. São várias as castas cultivadas, como as brancas Viosinho, Gouveio e Rabigato, e as tintas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, entre outras.

QUINTA DAS APEGADAS www.apegadas.co.pt

Cândida e António Amorim produzem vinhos elegantes e longevos

Em 2003, Cândida e António Amorim decidiram entrar para o ramo vinícola, estabelecendo-se no Douro, região das mais belas de Portugal. Adquiriram a Quinta das Apegadas, em Mesão Frio, com 2 ha de vinhedos, e, logo depois, a Quinta Velha, propriedade centenária situada à margem direita do Douro, no Concelho da Régua, com 10 ha de vinhedos classificados como letra A, sendo 6 ha com vinhas de mais de 30 anos. Os primeiros vinhos foram elaborados em 2004 e comercializados em 2006, sendo logo reconhecidos pela qualidade. Robert Parker chamou atenção para a “harmonia e capacidade de desenvolvimento na adega”, referindo-se aos tintos que estagiam em madeira.

Brancos Apegadas Apegadas Premium

Tintos Apegadas Douro Banks Apegadas Quinta Velha Apegadas Quinta Velha Reserva Apegadas Quinta Velha Grande Reserva

Os brancos vão de frescos e frutados a bastante complexos e longevos, enquanto muitos dos tintos estão entre os mais apreciados, combinando pureza, riqueza e intensidade que somente castas nobres oriundas de um terroir privilegiado podem oferecer.

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L A G U T R PO ro

Dooruto) (P

Patrimônio da humanidade, o Douro produz vinhos desde tempos imemoriais, tendo sido demarcado em 1756 (é a mais antiga região demarcada do mundo) por decreto do Marquês de Pombal. Somente a partir de meados do século XVIII o vinho fortificado e doce Porto, originário das encostas quase verticais que margeiam o rio Douro, consolidou seu prestígio e se converteu em um dos clássicos mundiais. Várias transformações ocorreram nos últimos 30 anos, sendo a principal delas a que permitiu aos produtores comercializar seus vinhos diretamente e exportá-los sem intermediários.

QUINTA DO INFANTADO www.quintadoinfantado.pai.pt

Localizada à margem direita do Douro, essa propriedade tem mais de 200 anos de história e foi adquirida há mais de um século pela família Roseira. São 46 ha de vinhedos, todos classe A, com vinhas de 5 a mais de 80 anos de idade, sendo 12 ha de viticultura orgânica e 34 ha de cultivo sustentável. O enólogo consultor é Luís Soares Duarte e a enóloga residente, Fátima Ribas. Essa vinícola foi a primeira a engarrafar os vinhos na propriedade – Portos de Quinta –, a partir de 1979, quebrando o monopólio dos negociantes de Vila Nova de Gaia. Os vinhos da Quinta do Infantado são marcados pela elegância, equilíbrio e menor teor de açúcar.

Porto Branco Quinta do Infantado Porto White

Portos Tintos Quinta do Infantado Porto Tawny Quinta do Infantado Porto Ruby Quinta do Infantado Porto Reserva Especial Ruby Quinta do Infantado Porto Reserva Tawny Dona Margarida

São vários os estilos de Porto, o que torna esse vinho bem versátil: White, Rosé, Ruby, Tawny (com ou sem indicação de idade), Vintage (feito somente nos melhores anos), LBV (Late Bottled Vintage) e Colheita (Tawny de uma só safra).

Quinta do Infantado Porto LBV Quinta do Infantado Porto Tawny 10 anos Quinta do Infantado Porto Vintage Quinta do Infantado Porto Vintage 375 ml

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L A G U T R PO ho )

DONA PATERNA

Miinnhos Verdes (V

A Região Demarcada dos Vinhos Verdes situa-se no noroeste de Portugal, até a divisa com a Espanha. Nessa região exuberante são produzidos, com as castas autóctones, vinhos brancos, rosados, tintos e espumantes, que se caracterizam pela acidez refrescante e graduação alcoólica geralmente moderada. Os mais populares são os brancos, leves e frescos, que são ideais para o clima e a gastronomia do Brasil. O Vinho Verde é o vinho português não licoroso mais vendido no mundo, resultado de sua crescente qualidade e características únicas.

Os vinhos de Alvarinho encontram sua expressão máxima nas sub-regiões de Monção (solos com bom conteúdo de argila) e Melgaço (solos graníticos). Nesta última, onde está Dona Paterna, os vinhos são mais austeros, minerais e longevos. Em 1990, Carlos Alberto Codesso resolveu produzir seus próprios vinhos, mas sua família já estava estabelecida na região desde 1974. São 17,5 ha de vinhedos em terrenos graníticos, voltados para o sul, sendo 4,5 ha deles de cultivo orgânico. Os vinhos da Dona Paterna têm ótima estrutura, toques salinos e minerais e grande capacidade de envelhecimento. O enólogo consultor é Fernando Moura, experiente e muito respeitado na região.

Brancos Dona Paterna Alvarinho-Trajadura Dona Paterna Alvarinho Dona Paterna Alvarinho Magnum Dona Paterna Alvarinho Colheita Selecionada Dona Paterna Alvarinho Reserva

Em geral, os Vinhos Verdes são melhores se consumidos jovens, mas alguns deles, como Alvarinho, Arinto e Avesso, têm potencial de guarda. Gastronômicos e versáteis, são ótimos para acompanhar aperitivos, peixes e frutos do mar, além de saladas e pratos da cozinha baiana e asiática.

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QUINTA DE LINHARES www.agri-roncao.pt

Localizada na sub-região do Sousa, a vinícola foi adquirida por Domingos Ribeiro (que tem também uma vinícola no Douro) em 1999 e as primeiras vinhas foram plantadas em 2001. Nos últimos anos, a Quinta de Linhares se tornou uma das mais premiadas de Portugal. Em 2017, o Quinta de Linhares Avesso 2016 foi escolhido como Best of Vinhos Verdes pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. No início de 2018, o eleito foi o Quinta de Linhares Azal 2017, o que confirma a excepcional qualidade de seus vinhos. O enólogo é António Sousa, uma referência na região, e Ana Ribeiro, filha de Domingos, cuida da gestão e do marketing da vinícola.

Brancos Quinta de Linhares Vinho Verde DR Escolha Quinta de Linhares Vinho Verde Arinto Quinta de Linhares Vinho Verde Azal Quinta de Linhares Vinho Verde Avesso Quinta de Linhares Vinho Verde Colheita Seleccionada

Rosé Quinta de Linhares Vinho Verde Rosé

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A N I T N E ARG oza

d n e M

É a maior e mais importante região do país, que começou a ganhar notoriedade internacional apenas em meados dos anos 1990. Com a mudança de estilo para tintos de aromas e sabores intensos, frutados e com boa concentração, e alguns bons brancos, a demanda cresceu rapidamente. O clima é semidesértico e a viticultura somente existe em função da irrigação e das temperaturas baixas das elevadas altitudes. A região é imensa, estendendose de Mendoza a San Rafael, destacandose pela qualidade as sub-regiões Luján de Cuyo e Vale de Uco, mais frio, e que se estende por mais de 80 km.

BODEGAS FABRE www.bodegasfabre.com

Diane e Hervé Joyaux Fabre, proprietários da Bodegas Fabre

A Bodegas Fabre pertence ao casal francês Diane e Hervé Joyaux Fabre e é reconhecida pela elegância de seus vinhos. Nascido em Bordeaux, ele foi para Mendoza em 1992 e adquiriu vinhedos antigos de 1908, em Vistalba, Luján de Cuyo, a 1.150 metros de altitude, onde construiu a vinícola. O ícone Grand Vin, um clássico corte bordalês com predominância de Malbec, é considerado um dos melhores tintos da Argentina. O Cabernet Franc é premiadíssimo. Hervé Joyaux Fabre foi eleito “Red Winemaker of the Year” no International Wine Challenge 2018. A Fabre produz vinhos também na Patagônia.

Brancos Temporada Chardonnay Fabre Montmayou Reserva Chardonnay Fabre Montmayou Reserva Chardonnay 375 ml

Tintos Temporada Malbec Temporada Cabernet Sauvignon Fabre Montmayou Reserva Cabernet Franc Fabre Montmayou Reserva Cabernet Sauvignon Fabre Montmayou Reserva Malbec Fabre Montmayou Reserva Malbec 375 ml Fabre Montmayou Reserva Merlot

A estrela é a Malbec, mas são cultivadas Bonarda, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Tempranillo, Sangiovese e Pinot Noir, além das brancas Chardonnay, Sauvignon Blanc, Sémillon e Viognier. Em Gualtallary, no Vale de Uco, destaca-se a Cabernet Franc.

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Fabre Montmayou Gran Reserva Cabernet Sauvignon Fabre Montmayou Gran Reserva Malbec Fabre Montmayou Gran Reserva Malbec Magnum Fabre Montmayou Grand Vin


RICARDO SANTOS

TERCOS www.tercos.com.ar

www.ricardosantos.com

Ricardo Santos, falecido em 2018, foi um dos grandes nomes da viticultura argentina. Ele foi o primeiro a exportar Malbec para os Estados Unidos, em 1972, quando sua família era proprietária da Bodega Norton. Depois da venda dessa empresa, aposentou-se, mas voltou ao cenário vinícola para produzir o reconhecido Malbec de Ricardo Santos. Em 2007, ele e os filhos Patricio Santos (enólogo) e Pedro Santos, proprietários da Tercos, decidiram produzir um branco e escolheram a Sémillon, de um vinhedo de 70 anos. Produzido com uvas mais maduras, é um vinho surpreendente e complexo, além de ser bastante longevo. Completa a linha o elegante Cabernet Sauvignon.

O enólogo Patricio Santos, com o irmão e sócio, Pedro Santos

Pedro e Patricio Santos (enólogo), filhos de Ricardo Santos, seguiram os passos do pai e fundaram em 2005 a Tercos (que significa “cabeça dura, teimoso”). Os dois fazem parte da nova geração de produtores da Argentina, que vem se destacando no cenário vitivinícola daquele país. Além de Malbec, produzem vinhos com Bonarda e Sangiovese, sem madeira, que são gastronômicos, com preços bem acessíveis. Produzem ainda, em Salta, um Torrontés fresco e elegante. A Tercos está localizada em Maipú, a 20 km ao sul de Mendoza, uma das primeiras e mais tradicionais zonas vitivinícolas da Argentina.

Branco Tercos Torrontés – Salta

Branco Ricardo Santos Sémillon

Tintos

Tintos Tercos Bonarda Tercos Malbec Tercos Sangiovese

icardo Santos R Cabernet Sauvignon El Malbec de Ricardo Santos El Gran Malbec de Ricardo Santos

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A N I T N E ARG agônia Pato Negro) (Ri Região vitivinícola relativamente nova e a mais austral da Argentina, a Patagônia começa a despertar o interesse no cenário mundial e já conta com alguns produtores de referência, principalmente na região do alto rio Negro. Situada a cerca de 800 km ao sul de Mendoza, tem solos aluviais pouco férteis e precipitações baixas, com longas horas de sol e noites bastante frias, favorecendo o lento amadurecimento das uvas e proporcionando ótima concentração de aromas e sabores e estrutura. Nessa região, a altitude importa menos, sendo o clima fresco devido aos ventos austrais.

BODEGAS FABRE www.bodegasfabre.com

Após ter investido em Mendoza, o proprietário e diretor da Bodegas Fabre, Hervé Joyaux Fabre, reconheceu as excelentes condições para produzir vinhos de classe também na Patagônia. Adquiriu vinhedos e vinícola no vale do alto rio Negro e começou a produzir com sucesso vinhos de personalidade própria, diferentes dos elaborados em Mendoza. São 50 ha de vinhedos, onde são cultivadas principalmente variedades tintas, com predominância de Merlot (20 ha), adotando-se a agricultura sustentável. Os cuidados são os mesmos: colheita manual após rigoroso controle do amadurecimento das uvas, seleção de fruta e uso de tecnologia de ponta.

Tintos abre Montmayou Barrel Selection F Cabernet Sauvignon abre Montmayou Barrel F Selection Malbec Fabre Montmayou Gran Reserva Merlot

Predominam as variedades tintas, como Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot e Pinot Noir, além das brancas Chardonnay e Sémillon. Os vinhos são elegantes e, em geral, apresentam maior acidez do que os de Mendoza, o que os torna gastronômicos e longevos.

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VIÑA POLKURA

E e L I ü H g C chi

www.polkura.cl

r a M

Trata-se de uma sub-região de Colchagua, no extremo oeste, a menos de 30 km do oceano Pacífico. Apesar de a influência marítima ser maior que no restante do vale, a cordilheira da Costa a modera, tornando o clima ameno. Nessa região há uma grande quantidade de granito amarelo (origem do nome Polkura, que no idioma mapuche significa pedra amarela) distribuído por diferentes camadas de solos argilosos. Em Marchigüe são produzidos alguns dos grandes vinhos do Chile, com variedades como Syrah, Cabernet Sauvignon e Carménère.

Sven Bruchfeld, enólogo e sócio-fundador da Polkura

A Polkura foi criada em 2002 pelo enólogo Sven Bruchfeld e Gonzalo Muñoz, em Marchigüe, região que acreditaram ser a melhor para a Syrah. Embora esta uva seja a marca da vinícola, outras variedades como Malbec e Cabernet Sauvignon são cultivadas com sucesso. O lançamento mais recente é o Random, um corte de diferentes uvas, que varia conforme a safra. Seus vinhos têm concentração, elegância e estrutura. A Polkura produz ainda um Sauvignon Blanc e um Pinot Noir na região de Leyda, no Vale de San Antonio, a poucos quilômetros do oceano Pacífico. Sven Bruchfeld é um dos mais ativos membros do Movi – Movimiento de Viñateros Independientes.

Branco Aylin Sauvignon Blanc (Leyda)

Tintos Polkura Malbec Polkura Syrah Polkura Syrah Lote D Polkura Random Unexpected Wine Polkura GSM+T

As condições climáticas e geográficas dessa região favorecem a produção de vinhos tintos concentrados, elegantes e com boa estrutura. Uma das estrelas é a Syrah, cujos vinhos são excelentes para acompanhar carnes bovinas e de cordeiro.

Polkura Syrah Block g+i Aylin Pinot Noir (Leyda)

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GARAGE WINE CO.

E tral L I CH e Cen

Val

Essa vasta região estende-se do Maipo ao Maule, incluindo os vales de Rapel e Curicó. O Maipo é a mais tradicional região vinícola do Chile, famosa pelo Cabernet Sauvignon de taninos firmes, com frutado exuberante. Rapel é a maior produtora de vinhos, com ênfase em Cabernet Sauvignon e Carménère. Curicó tem clima, em geral, mais fresco e é sede de grandes grupos vinícolas. No Maule, as variedades mais importantes são a País e a Carignan de vinhas velhas não irrigadas. Alguns produtores que resgataram a Carignan formaram o grupo Vigno (Vignadores de Carignan).

www.garagewineco.cl

A vinícola foi fundada em 2001 por Derek Mossman, Alvaro Peña e Pilar Miranda, com a filosofia de produzir vinhos de alta qualidade em pequena escala. O nome foi inspirado nos garage wines nascidos de pequenos produtores em Saint-Émilion, na França. Seus Carignans de produção limitadíssima e os field blends, elaborados a partir de vinhas velhas, não irrigadas, de Cauquenes, no Maule, se tornaram vinhos cult. Os Cabernets são produzidos no Alto Maipo e são muito elegantes. O Old Vine Pale é um rosé proveniente de vinhedos de Carignan, Garnacha e Mourvèdre de mais de 70 anos, sem irrigação, no Maule. A Garage Wine faz parte do Movi (Movimiento de Viñateros Independientes).

Rosé Garage Wine Old Vine Pale Truquilemu Vineyard Carignan & Mataró

Tintos Garage Wine País Garage Wine Bagual Vineyard Garnacha Garage Wine Pirque Vineyard Cabernet Franc

O que caracteriza o Chile é a diversidade, e cada vez mais os produtores têm valorizado os microterroirs. Embora a Carménère seja a uva ícone do país, os Cabernets e os Syrahs ganham cada vez mais destaque. Os brancos merecem atenção especial.

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Garage Wine Sauzal Vineyard CarignanGarnacha-Mataró Garage Wine Renacido Vineyard Cabernet Sauvignon


QUEREU/FOX WINES

VIÑA CASA RIVAS

www.foxwines.cl

www.casarivas.cl

A Fox Wines é conduzida por duas “raposas” da indústria vinícola chilena, o engenheiro agrônomo Sergio Reyes e o empresário Raul Beckdorf, cada um deles com mais de 20 anos de experiência em marketing e exportação de vinhos. Entre os rótulos que compõem o portfólio da empresa está o Quereu, nome de um pássaro chileno na língua mapuche. Esse projeto foi criado há três anos, com a proposta de produzir vinhos que valorizassem o caráter da fruta. Os vinhos de entrada, sem passagem por madeira, são frutados, frescos e agradáveis, com excelente custoqualidade. As linhas Limited Edition e Reserva são produzidas nos vales de Colchagua e Curicó (Sauvignon Blanc). Raul Beckdorf e Sergio Reyes, sócios e criadores da Quereu

Brancos Quereu Sauvignon Blanc Quereu Sauvignon Blanc 375 ml Quereu Chardonnay Quereu Sauvignon Blanc Reserva (Curicó)

Fundada em 1992 em María Pinto, região costeira do Vale do Maipo, a Casa Rivas faz parte do VSPT (Viña San Pedro Tarapacá) Wine Group desde 2008. Os vinhedos recebem a influência do oceano Pacífico, o que garante a lenta e regular maturação das uvas. Desde o início, os vinhos da Casa Rivas encantaram todas as classes de consumidores por sua tipicidade e sutileza, destacando-se como opções imbatíveis em suas faixas de preço. Entre os de maior sucesso estão os Cabernets do Vale do Maipo. O rosé, de preço bastante atraente, é equilibrado e gastronômico. Os brancos são frescos e elegantes, sendo os Reservas elaborados com uvas de Casablanca desde 2011.

Brancos Casa Rivas Sauvignon Blanc

Rosé

Casa Rivas Sauvignon Blanc 375 ml

Quereu Rosé

Casa Rivas Sauvignon Blanc Reserva

Quereu Rosé 375 ml

Casa Rivas Chardonnay Casa Rivas Chardonnay Reserva

Tintos Quereu Cabernet Sauvignon Quereu Cabernet Sauvignon 375 ml Quereu Carménère Quereu Carménère 375 ml

Rosé Casa Rivas Rosé

Tintos

Quereu Merlot

Casa Rivas Cabernet Sauvignon

Quereu Cabernet Sauvignon Reserva (Colchagua)

Casa Rivas Cabernet Sauvignon 375 ml

Quereu Carménère Reserva (Colchagua)

Casa Rivas Merlot

uereu Cabernet Sauvignon Q Limited Edition (Colchagua)

Casa Rivas Cabernet Sauvignon Reserva

Quereu Carménère Limited Edition (Colchagua)

Casa Rivas Carménère Reserva

Casa Rivas Carménère

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LE I H C e do

Val ui Elq

Situado a cerca de 500 km ao norte de Santiago, na entrada do deserto de Atacama, o vale do Elqui produzia apenas frutas e uvas para pisco até que, em 1998, as primeiras parreiras para a produção de vinhos foram plantadas. Os resultados foram muito promissores e rapidamente alguns dos vinhos ganharam notoriedade internacional. A região é árida e com alta insolação, o que torna indispensável a irrigação. As diferenças de temperatura entre o dia e a noite são elevadas, oferecendo condições ideais para o amadurecimento lento das uvas. Um dos destaques dessa região é a Syrah.

VIÑA FALERNIA www.falernia.com

O italiano Aldo Olivier, residente no vale do Elqui desde 1951 e produtor de frutas e uvas para a produção de pisco, fundou a Viña Falernia em 1998, com seu primo Giorgio Flessati, enólogo italiano. Nessa região semidesértica implantaram vinhedos em vários locais para aproveitar os diferentes climas, solos e altitudes, que fossem os mais favoráveis para cada variedade. Seus Syrahs, ao estilo do Rhône, são famosos e premiados e os Carménères são best-sellers. Pioneira nessa região, a Falernia produz com exclusividade um Pedro Ximénez branco, seco, mineral e com bastante frescor, além de um Pinot Noir de grande sucesso.

Brancos Falernia Pedro Ximénez Reserva Falernia Sauvignon Blanc Reserva Falernia Riesling Reserva

Tintos Falernia Sangiovese Reserva Falernia Cabernet Sauvignon Reserva Falernia Cabernet Sauvignon Reserva 375 ml Falernia Carménère Reserva Falernia Carménère Reserva 375 ml Falernia Pinot Noir Reserva Falernia Pinot Noir Reserva 375 ml Falernia Syrah Reserva Falernia Syrah Reserva 375 ml Falernia Cabernet Sauvignon Gran Reserva Falernia Carménère/Syrah Gran Reserva Falernia Carménère Gran Reserva alernia Carménère Gran F Reserva Magnum Falernia Pinot Noir Gran Reserva Falernia Syrah Gran Reserva Falernia Number One

Doce Falernia Late Harvest Moscatel 500 ml

Os vinhos do Elqui apresentam intenso caráter frutado e ótima acidez, graças à influência do oceano Pacífico e das neblinas matinais, o que os torna frescos e gastronômicos. Apesar de os tintos serem os mais famosos, os brancos merecem atenção.

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I A U G s U e R n U elo

BODEGA DE LUCCA www.deluccawines.com

n a C

Próxima de Montevidéu, Canelones é a maior e a mais tradicional região produtora de vinhos do país. O clima é influenciado pelo Atlântico e pelas correntes de ar frio da Antártida, o que resulta em vinhos de teores alcoólicos mais baixos do que os da Argentina e do Chile. O Uruguai passou por uma renovação na viticultura nos anos 1980 e se destaca pelo Tannat, com taninos bastante presentes, combinados com o caráter frutado intenso, o que o torna único no nosso continente. O Merlot também tem muita classe, enquanto as variedades brancas podem surpreender.

Reinaldo De Lucca com sua filha Agostina

A família De Lucca chegou ao Uruguai, vinda da Itália, no início do século XX e começou a cultivar vinhas na região de El Colorado, em Canelones. Reinaldo De Lucca faz parte da terceira geração de viticultores e hoje é auxiliado por uma de suas filhas, Agostina, que cuida da área comercial. Graduado na Universidade de Montevidéu, no Uruguai, pós-graduado na Penn State University, nos EUA, e com doutorado em Montpellier, na França, Reinaldo De Lucca produz vinhos elegantes, vivos e originais. O Río Colorado, um corte de Cabernet Sauvignon, Tannat e Merlot no estilo do Velho Mundo, é considerado um dos melhores tintos do Uruguai.

Branco De Lucca Marsanne Reserva

Tintos De Lucca Tannat/Merlot Reserva De Lucca Merlot Reserva De Lucca Tannat Reserva De Lucca Tannat Reserva 500 ml De Lucca Libero Tannat Reserva De Lucca Cabernet Sauvignon Reserva De Lucca Río Colorado

Os elegantes vinhos do Uruguai estão entre os mais próximos em estilo aos do Velho Mundo. Os Tannats e Merlots são ótimos para acompanhar carnes bovinas e de cordeiro. Os brancos apresentam boa estrutura e são bastante gastronômicos.

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A DIA V O N LÂN tago ZE ntral O Ce a Sul) (Ilh O clima frio, com características continentais, cria condições ideais para a produção de Pinot Noir e de uvas brancas, como Pinot Gris, Chardonnay e Riesling, que ali se adaptaram muito bem. Nessa região, os verões são quentes e curtos, os invernos, frios, e há grande variação de temperatura entre o dia e a noite. O outono é muito seco, permitindo o prolongamento do período de amadurecimento. As sub-regiões apresentam microclimas diferenciados. Nos últimos anos, o número de produtores aumentou consideravelmente, assim como a qualidade dos vinhos.

BURN COTTAGE www.burncottage.com

NOVO BIODINÂMICO

A propriedade foi adquirida pela família americana Sauvage em 2002 e os primeiros vinhedos, plantados em 2003 pelo sistema biodinâmico. Desde o início do projeto, o californiano Ted Lemon, proprietário da Littorai (EUA), é o enólogo consultor. Shane Livingstone é encarregado dos vinhedos e a enóloga Claire Mulholland está no dia a dia da adega. Em 2016, a Decanter elegeu os melhores Pinots de Central Otago da safra 2014 e a maior nota (19/20 pontos) foi atribuída a dois vinhos, sendo um deles o Burn Cottage Pinot Noir. Os Sauvage são proprietários da Koehler Ruprecht, na Alemanha (veja na pág. 12).

Tintos Burn Cottage Moonlight Race Pinot Noir Burn Cottage Pinot Noir

Trata-se de uma das mais belas regiões vinícolas do mundo, onde reina a Pinot Noir, gerando vinhos de grande elegância. Entre os brancos aromáticos, destaca-se o Riesling. Tanto o Chardonnay quanto o Sauvignon Blanc seguem a linha mais austera e elegante.

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BIODINÂMICO

RIPPON VINEYARD AND WINERY www.rippon.co.nz

Considerada uma das mais belas vinícolas do mundo, a Rippon fica em Lake Wanaka, Central Otago, e foi pioneira nessa que é hoje a mais dinâmica e efervescente região vitivinícola do país. Os Pinots da Rippon, em estilo clássico, ajudaram a consolidar a fama da Nova Zelândia como exponencial produtora dessa variedade. Seus brancos, de Riesling e Gewürztraminer, são elegantes e típicos. Desde 2002 a Rippon é conduzida por Nick Mills, filho dos fundadores, graduado em enologia e viticultura em Beaune, Borgonha. Nick conta com a ajuda dos irmãos e da esposa, Jo Mills, para cuidar dos 15 ha de vinhedos, cultivados pelo método biodinâmico.

Brancos Rippon “Rippon” Riesling Rippon “Rippon” Gewürztraminer

Tintos Rippon “Rippon” Mature Vine Pinot Noir Rippon “Emma’s Block” Mature Vine Pinot Noir Rippon “Tinker’s Field” Mature Vine Pinot Noir

O enólogo Nick Mills usa compostagem para proteger os vinhedos

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A DIA V O N LÂN ugh ZE rlboro Ma a Sul) (Ilh Essa região ficou famosa por produzir um grande clássico mundial, o intenso Sauvignon Blanc da Nova Zelândia. O elevado número de horas de sol, noites frias e outono seco proporcionam o amadurecimento prolongado das uvas, que desenvolvem uma riquíssima gama de aromas e sabores, preservando a acidez natural característica dos vinhos neozelandeses. Marlborough produz ainda ótimos vinhos de Riesling, Chardonnay e Pinot Noir, entre outras variedades. Estas duas últimas são cultivadas tanto para os vinhos tranquilos quanto para espumantes.

GROVE MILL/ FOLEY FAMILY WINES www.grovemill.com.br

Fundada em 1988, a Grove Mill pertence à Foley Family Wines, empresa americana produtora e distribuidora de vinhos nos Estados Unidos e na Nova Zelândia. Os vinhos da Grove Mill são produzidos com o mínimo impacto ambiental e são mantidas duas áreas de preservação dentro da propriedade. Uma delas é dedicada ao sapo Southern Bell, símbolo da vinícola, e a outra, ao pássaro Pukeko, outro habitante local, que ilustra os rótulos da linha Sanctuary. Os vinhos da Grove Mill são considerados clássicos pelos especialistas. O Sauvignon Blanc tem toda a tipicidade de Marlborough.

Brancos Sanctuary Sauvignon Blanc Grove Mill Sauvignon Blanc

Os famosos Sauvignons Blancs, aromáticos e com ótima acidez, são excelentes para acompanhar mexilhões, moquecas, saladas que levam rúcula ou azedinha e queijos de cabra. Os outros brancos da região são igualmente versáteis e os espumantes, surpreendentes.

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Grove Mill Riesling

Tinto Sanctuary Pinot Noir


HUNTER’S WINES www.hunters.co.nz

A Hunter’s foi uma das primeiras vinícolas de Marlborough a conseguir projeção internacional com seu impecável Sauvignon Blanc. Logo na primeira safra (1982), o Hunter’s Sauvignon Blanc ganhou seis medalhas no concurso nacional de vinhos e em 1986 ocupou o primeiro lugar no Sunday Times Wine Festival, de Londres, colocando a vinícola e a Nova Zelândia no mapa mundial de vinhos. Esse feito se repetiu em 2016, com a safra 2015. Dirigida por Jane Hunter, figura de destaque no cenário da viticultura do país, a vinícola tem acumulado diversos prêmios ao longo dos anos. O enólogo é James Macdonald, sobrinho de Jane, terceira geração da família de viticultores. Jane Hunter com o sobrinho, o enólogo James Macdonald (esquerda)

Espumantes Hunter’s Miru Miru NV Hunter’s Miru Miru Reserve

Brancos Stoneburn Sauvignon Blanc Stoneburn Riesling Stoneburn Gewürztraminer Hunter’s Sauvignon Blanc Hunter’s Riesling Hunter’s Chardonnay Hunter’s Kaho Roa Sauvignon Blanc

Tintos Stoneburn Pinot Noir Hunter’s Pinot Noir

Doce Hunter’s Hukapapa Late Harvest Riesling 375 ml

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A DIA V O N LÂN ZE lson Ne a Sul) (Ilh Essa pequena região é imperdível para os amantes da natureza, da gastronomia e dos vinhos. Apresenta clima semelhante ao da vizinha Marlborough, sendo ligeiramente mais quente, com outonos mais chuvosos. Em algumas sub-regiões, como Moutere Hills, o clima é privilegiado e as uvas encontram condições ideais para amadurecer mais lentamente, intensificando seus aromas e sabores. As variedades produzidas são as típicas de clima mais frio, como Pinot Noir, Riesling, Sauvignon Blanc e Chardonnay. A produção é pequena, mas a qualidade dos vinhos é bastante expressiva.

NEUDORF VINEYARDS www.neudorf.co.nz

Criada por Tim e Judy Finn há quase 40 anos, a Neudorf se tranformou em uma das mais conceituadas vinícolas da Nova Zelândia, com seus vinhos elegantes, equilibrados e de grande tipicidade. Hoje, o casal conta com a ajuda da filha, Rosie, no marketing, com o enólogo Todd Stevens na adega e Stef Brockley na viticultura. A Neudorf tem vinhedos em Moutere, Nelson e Brightwater, onde são adotados os sistemas de cultivo orgânico e sustentável. Sua excelente linha de vinhos inclui preciosidades como o Moutere Chardonnay, produzido com vinhas de quase 40 anos de idade no estilo da Borgonha, considerado um dos vinhos top da Nova Zelândia.

Tim e Judy Finn com a filha, Rosie

Brancos Neudorf Sauvignon Blanc

Os vinhos produzidos em Nelson se caracterizam pela elegância e frescor. O Chardonnay é puro e intenso; o Sauvignon Blanc, mineral, com notas herbáceas; o Pinot Noir, expressivo e complexo; e o Riesling apresenta riqueza aromática e de sabor.

Neudorf Chardonnay Neudorf Moutere Riesling Dry Neudorf Moutere Chardonnay

Tintos Neudorf Tom’s Block Pinot Noir Neudorf Moutere Pinot Noir

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A DIA V O N LÂN ZE rth ury No nterb ) Ca a Sul (Ilh

A região de Canterbury, nos arredores de Christchurch, é dividida em três sub-regiões: Bank’s Peninsula, ao sul de Christchurch, com maior influência marítima, as planícies a oeste da cidade e Waipara, em North Canterbury, que é protegida pelas cadeias de montanhas nos arredores da baía de Pegasus. Os dias são quentes no verão curto, com noites muito frescas, e o outono é seco, o que favorece o amadurecimento prolongado das uvas e preserva sua acidez. North Canterbury é reconhecida pelos ótimos vinhos de Riesling, Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir.

PEGASUS BAY www.pegasusbay.com

A família Donaldson foi pioneira na viticultura em North Canterbury, onde se estabeleceu no início dos anos 1970. Ivan Donaldson implantou os vinhedos e seu filho mais velho, Matthew, é hoje o enólogo. A vinícola encontra-se em Waipara, em um vale separado do oceano (baía de Pegasus) por uma cadeia de montanhas, que o protege das frias brisas do Pacífico e dos ventos mais quentes de noroeste, condições ideais para o cultivo de uvas de clima frio. Seus Rieslings são pequenas joias, o Pinot Noir é muito elegante e o Sauvignon-Sémillon, brilhante. Na sede da vinícola é possível desfrutar do agradável e premiado restaurante, além dos belíssimos jardins. Família Donaldson: Belinda, Edward, Christine, Ivan, Matthew e Paul

Brancos Pegasus Bay Sauvignon/Sémillon Pegasus Bay Riesling Pegasus Bay Bel Canto Dry Riesling

Tintos Pegasus Bay Pinot Noir Pegasus Bay Prima Donna

Doce Pegasus Bay Riesling Aria

Dentre os brancos, o Riesling se destaca pela complexidade tanto dos secos quanto dos de sobremesa, enquanto o Sauvignon Blanc é aromático e fresco, com um toque mineral. O Pinot Noir apresenta boa estrutura, tipicidade e elegância.

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A DIA V O N LÂN ZE itaki Wa a Sul) (Ilh Localizada ao longo do Paralelo 45 Sul, Waitaki, em North Otago, Ilha Sul, é limitada pelo frio Pacífico Sul, a leste, e pelos altos picos dos Alpes do Sul, a oeste. Os vinhedos se estendem por uma faixa de 75 km das escarpas de calcário acima do vilarejo de Duntroon, até a margem sul do rio Waitaki, no interior do município de Omarama. O terroir único combina as brisas costeiras do Pacífico Sul com a barreira criada pelos Alpes do Sul, que protege das chuvas. Os verões são quentes e secos, os invernos, frios, e os outonos, longos e secos.

OSTLER VINEYARDS www.ostlerwine.co.nz

NOVO

O projeto da Ostler teve início em 1998, quando Jim Jerram e seu cunhado, Jeff Sinnott, enólogo e viticultor, foram em busca de terras para o cultivo de Pinot Noir, na fria e ainda não explorada região de Waitaki. As primeiras vinhas de Pinot Noir foram plantadas em 2002 no “Clos Ostler”, um declive de face norte e solos calcários, situado a 45 km da costa. A primeira safra de Pinot Noir foi em 2004, e logo a vinícola conquistou excelente reputação ao produzir vinhos de vinhedos únicos. A vinificação é feita com a menor intervenção possível, com o uso de técnicas tradicionais da Borgonha e da Alsácia e utilização sutil do carvalho.

Tintos Ostler Blue House Pinot Noir Ostler Caroline’s Pinot Noir

As variedades cultivadas na pouco conhecida região de Waitaki são Pinot Noir, Pinot Gris, Riesling, Chardonnay e Gewürztraminer, uvas típicas de clima frio. Os vinhos dessa região têm crescido em reputação pela qualidade, individualidade e autenticidade.

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A DIA V O N LÂN ZE borne te) Gis a Nor (Ilh Conhecida também como baía de Poverty, Gisborne encontra-se no extremo oriental da Ilha Norte. É a terceira mais importante região produtora de vinhos do país em área de vinhedos, bem atrás de Marlborough e Hawke’s Bay. Tem vastas planícies costeiras que recebem farta insolação, favorecendo o amadurecimento das uvas. Nessa região de solos variados, são cultivadas basicamente uvas brancas, sendo a Chardonnay a mais plantada, seguida por Pinot Gris e Gewürztraminer. As uvas tintas, como Merlot e Syrah, respondem por apenas 10% da produção total.

VINOPTIMA www.vinoptima.co.nz

Com mais de 30 anos de atuação na indústria do vinho na Nova Zelândia, o enólogo Nick Nobilo decidiu, no ano 2000, produzir o melhor Gewürztraminer do país em 9,7 ha de vinhedos, em Gisborne, o terroir perfeito para essa uva. Logo na primeira safra, em 2003, o Vinoptima Ormond Gewürztraminer foi citado por Stephen Spurrier, na revista Decanter, como o melhor branco do Novo Mundo, “tão bom quanto os melhores grands crus da Alsácia”. O Vinoptima Ormond Gewürztraminer Noble Late Harvest 2004, com 97 pontos de Robert Parker, é um clássico. Seus vinhos são bastante longevos e ganham untuosidade e complexidade notáveis no decorrer dos anos.

Nick Nobilo produz apenas vinhos de Gewürztraminer

Branco Vinoptima Ormond Gewürztraminer

Doce Vinoptima Ormond Gewürztraminer Noble Late Harvest 375 ml

Segundo Hugh Johnson, essa região é aclamada pela produção de alguns dos mais finos Gewürztraminers do mundo, com excelente estrutura e riqueza aromática. São vinhos perfeitos para acompanhar queijos azuis, foie gras e sobremesas.

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A DIA V O N LÂN Bay ZE wke’s te) Ha a Nor (Ilh Apesar de ser uma região vinícola histórica, com o plantio de uvas registrado desde meados do século XIX, Hawke’s Bay começou a se destacar nos anos 1990. Trata-se da maior região produtora de vinhos tintos do país e a segunda no geral. A diversidade da região favorece um leque de variedades, mas a reputação é maior para as bordalesas tintas e Chardonnay. A sub-região mais nobre é Gimblett Gravels, onde o clima quente, suavizado pela proximidade do oceano, favorece o amadurecimento perfeito das uvas. Nas sub-regiões mais frias, cultivam-se Sauvignon Blanc e Pinot Noir.

BROOKFIELDS VINEYARDS www.brookfieldsvineyards.co.nz

Fundada em 1937, a Brookfields Vineyards é a mais antiga vinícola butique de Hawke’s Bay. Em 1977, foi comprada por Peter Robertson – atual proprietário e enólogo –, que a transformou em uma das vinícolas líderes na produção de vinhos premium na Nova Zelândia. A filosofia da Brookfields é produzir vinhos acessíveis em sua juventude, gastronômicos e que evoluam com os anos de guarda. Burnfoot Merlot é um vinho excelente para acompanhar refeições, enquanto o Gold Label é um clássico e refinado corte bordalês. Ohiti Estate Sauvignon Blanc é parcialmente fermentado em barricas, o que dá complexidade extra ao vinho.

Branco Brookfields Ohiti Estate Sauvignon Blanc

Tintos Brookfields Burnfoot Merlot Brookfields Ohiti Estate Cabernet Sauvignon Brookfields Gold Label Cabernet Sauvignon/Merlot

Merlot, Malbec e Cabernet Sauvignon são alguns dos destaques. O primeiro vinhedo de Syrah do país foi plantado nessa região, e vinhos de alta classe são produzidos com essa variedade. Dentre as brancas, destacam-se Chardonnay e Sauvignon Blanc.

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Tim Turvey e os vinhedos cobertos com redes para proteger dos pássaros

CLEARVIEW ESTATE www.clearviewestate.co.nz

O produtor Tim Turvey adquiriu essa propriedade em Te Awanga, próximo a Napier, em 1986. Com sua sócia, Helma van den Berg, plantou as primeiras vinhas em 1989, criando assim a Clearview. Os vinhedos, próximos do mar, foram ampliados aos poucos e os vinhos se tornaram famosos, sendo o Chardonnay um ícone. O Sauvignon Blanc Reserve, que tem cerca de 9% de Sémillon, é maturado em barricas durante 11 meses, o que o torna complexo e gastronômico. Clearview Old Olive Block é um clássico corte de Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Malbec. A vinícola tem um agradável restaurante (Red Shed), junto aos vinhedos, que atrai muitos turistas.

Brancos Clearview Sauvignon Blanc Reserve Clearview Chardonnay Reserve

Tinto Clearview Old Olive Block

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A IA NOVLÂNDB ay E Z wke’s te) a r o H aN (Ilh

TRINITY HILL www.trinityhill.com

Fundada em 1993 pelo enólogo John Hancock e pelo casal Robert e Robyn Wilson, hoje sócios minoritários, a Trinity Hill ganhou projeção internacional desde a primeira safra, em 1996. A maior parte das uvas vem de Gimblett Gravels, localidade com microclima privilegiado. Os vinhos da Trinity Hill exibem elegância, complexidade, diversidade e alta qualidade em toda a sua variada gama. Entre os brancos, o Chardonnay é um dos destaques, seguido pelo Viognier, considerado o melhor do país por Hugh Johnson. O Homage Syrah, produzido somente nas grandes safras, é um ícone. A Trinity Hill é considerada por Robert Parker um produtor excepcional de Hawke’s Bay.

Brancos Trinity Hill Hawke’s Bay Sauvignon Blanc Trinity Hill Hawke’s Bay Chardonnay Trinity Hill Hawke’s Bay Pinot Gris Trinity Hill Gimblett Gravels Chardonnay Trinity Hill Gimblett Gravels Viognier

Tintos Trinity Hill Hawke’s Bay Pinot Noir Trinity Hill Hawke’s Bay Syrah Trinity Hill Hawke’s Bay ‘The Trinity’ Trinity Hill Gimblett Gravels ‘The Gimblett’ Trinity Hill Gimblett Gravels Tempranillo Trinity Hill Gimblett Gravels Syrah Trinity Hill Homage Syrah

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A DIA V O N LÂN rough ZEartinborte) M a No (Ilh

Essa região de clima temperado, ligeiramente mais fria que Marlborough, deu ao Pinot Noir da Nova Zelândia relevância mundial. Com ótima insolação, noites muito frescas, outono muito seco e solos pouco férteis, Martinborough reúne as condições ideais para o cultivo da Pinot Noir, variedade mais plantada na região. A grande exposição das vinhas aos ventos reduz naturalmente os rendimentos, o que gera maior concentração de sabores. São cultivadas também as uvas brancas Sauvignon Blanc, Riesling, Chardonnay e Pinot Gris.

ATA RANGI VINEYARD www.atarangi.co.nz

Uma das mais renomadas vinícolas da Nova Zelândia, a Ata Rangi foi fundada por Clive Paton, em 1980, com apenas 5 ha, e logo chamou atenção do mundo para o Pinot Noir do país. Hoje possui 24 ha de vinhedos próprios, além de outros sob contrato. O Pinot Noir continua sendo o carro-chefe da vinícola e foi reconhecido em 2010 como Tipuranga Teitei o Aotearoa ou “Grand Cru da Nova Zelândia”, mas outros vinhos merecem destaque. O Sauvignon Blanc é elegante e fresco, o Célèbre é um corte muito peculiar de Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot, enquanto o Craighall é um dos grandes Chardonnays neozelandeses. Desde 2003, Helen Masters é a enóloga-chefe. Clive Paton, fundador da Ata Rangi

Brancos Ata Rangi Sauvignon Blanc Ata Rangi Craighall Chardonnay

Tintos Crimson Pinot Noir Ata Rangi Pinot Noir Ata Rangi Célèbre Cabernet Sauvignon/Syrah/Merlot

O Pinot Noir dessa região é rico em aromas e saboroso, podendo variar dos mais frutados aos mais terrosos. Sauvignon Blanc é a segunda uva mais plantada, e os vinhos são intensos e vivos, com uma combinação de notas herbáceas e tropicais.

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A A NOVLÂNDrIough ZE tinbo e) Mara Nort (Ilh

PALLISER ESTATE WINES OF MARTINBOROUGH www.palliser.co.nz

A Palliser fez sua primeira colheita em 1989 e seus vinhos passaram a ser premiados desde então. Atualmente possui 71,7 ha de terras cultivadas, distribuídas em sete pequenos vinhedos, que apesar de próximos uns dos outros, apresentam diferentes microterroirs. As principais uvas são Pinot Noir e Sauvignon Blanc, além de Chardonnay, Riesling e Pinot Gris. Os vinhos da Palliser são frescos e elegantes. O Sauvignon Blanc, proveniente dos vinhedos mais antigos, é um sucesso mundial, enquanto o Pinot Noir está entre os mais finos do país. Desde 1991, Allan Johnson é o enólogo-chefe, auxiliado por Guy McMaster nos vinhedos.

Branco Palliser Estate Sauvignon Blanc

Tintos Pencarrow Pinot Noir Palliser Estate Pinot Noir

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A DIA V O N LÂN Island ZEaiheke rte) W a No (Ilh

Situada no golfo de Hauraki, próxima de Auckland, essa ilha é famosa por produzir grandes vinhos tintos. O clima quente, seco e marítimo, com elevada insolação e baixa precipitação, favorece a intensidade e a pureza das uvas. Nessa região, a Cabernet Sauvignon amadurece de maneira exuberante e seus melhores vinhos, em geral cortes com as variedades bordalesas, rivalizam com os mais conceituados do mundo em classe, fineza, elegância e complexidade. A Syrah é uma estrela em ascensão, e outras variedades como Chardonnay e Viognier também têm alcançado bons resultados.

STONYRIDGE VINEYARD www.stonyridge.com

O enólogo Stephen White foi um dos pioneiros em reconhecer o terroir de Waiheke como ideal para a produção de vinhos tintos no estilo de Bordeaux. As primeiras vinhas foram plantadas em 1982. O cult wine da vinícola é o Stonyridge Larose, um magnífico corte bordalês do nível dos melhores grands crus classés do Médoc, todo vendido en primeur para uma lista de compradores selecionados. Nessa belíssima ilha, próxima de Auckland, a vinícola conta com um badalado restaurante. A linha Fallen Angel, produzida nos melhores terroirs da Nova Zelândia, nasceu para atender o restaurante. Devido ao enorme sucesso, passou a fazer parte do portfólio da Stonyridge.

Brancos Stonyridge Fallen Angel Marlborough Riesling Stonyridge Fallen Angel Marlborough Sauvignon Blanc

Tintos Stonyridge Fallen Angel Central Otago Pinot Noir Stonyridge Faithful Stonyridge Luna Negra Malbec Stonyridge Larose

Os tintos dessa região, em especial os de corte bordalês, são complexos, estruturados, intensos e elegantes, com grande potencial de guarda. São perfeitos para carnes vermelhas preparadas na grelha, além de cordeiro e massas com molhos robustos.

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PREM1UM Rua Prof. Estevão Pinto, 351 – Serra 30220-060 – Belo Horizonte – MG (31) 3282-1588 FILIAL SP: Rua Apinajés, 1718 – Sumaré 01258-000 – São Paulo – SP (11) 2574-8303 premiumwines2015 prem1umwines www.premiumwines.com.br premium@premiumwines.com.br


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