Revista HVACR em Foco 57

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2022 022 ED. 57 | OUT/NOV/DEZ 2022 OUT OU OUT/N/NOV/V/DEZ | 2 20 MERCOFRIO COBERTURA COMPLETA DO CONGRESSO INTERNACIONAL. TECNOLOGIA KLIMATIX COPA DO MUNDO CATAR 2022

Eficiência Energética 14

LG se antecipa e disponibiliza portfólio com selo A do Inmetro.

Klimatix 16

A nova unidade de negócios da Mecalor com tecnologia de precisão.

Klimasul 22 Memória 40 O que vem por aí! 54

Na trajetória de 15 anos, a abertura da Klimaporto. Paulo Vellinho e César Romera, o legado de dois gigantes.

Crédito de Carbono, você sabe o que é, e como obter seus créditos?

Integra maior projeto brasileiro de infraestrutura para pesquisa científica.

Climatização nos estádios do Catar

A solução para combater temperaturas de mais de 30 °C.

Como foi o Projeto da Transamazônica. Confira os artigos desta edição. “HVAC-R é uma sigla para as palaveras em inglês “heating, ventilation, air conditioning and refrigeration”, referindo-se às quatro funções principais “aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração”, intimamente relacionadas à tecnologia destinada ao conforto ambiental interior em edifícios, veículos , processos industriais e ambientes controlado. Essa tecnologia passa a ser referida na forma escrita pelas siglas HVACR, HVAC/R, HVAC-R ou HVAC&R ou correspondentes em português, que são menos empregadas: AVACR, AVAC/R, AVAC-R ou AVAC&R.

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Copa do MundoAC Automotivo QAI Danfoss
ÍNDICE
42 0645 18
M e r c o f r i o Mercofrio
Cobertura Completa do Congresso

EDITORAL EXPEDIENTE

OLHOS NOS OLHOS

PUBLICAÇÃO

Di Rienzo Comunicação & Eventos

JORNALISTA

RESPONSÁVEL

Cristiane Di Rienzo cristiane@dirienzocomunicacao.com.br

DIAGRAMAÇÃO

Elisangela C. S. Chagas elicsc@gmail.com

COMERCIAL

Di Rienzo Comunicação & Eventos 55 11 3542-0202

“Noventa milhões em ação / Pra frente, Brasil, do meu coração (...) De repente é aquela corrente pra frente / Parece que todo o Brasil deu a mão (...) Todos juntos, vamos, pra frente, Brasil, Salve a Seleção!!!”., quem não se recorda da ótima marchinha de autoria de Miguel Gustavo que converteu-se no hino semioficial da Seleção Brasileira de Futebol? Pois é, às vésperas da Copa 2022, os ânimos começam a se voltar para a paixão brasileira, quiçá mundial. Excepcionalmente realizada nos meses de novembro e dezembro, em função das altas temperaturas do país sede do Mundial, o Catar, os estádios e mais um bom números de locais pedem conforto térmico. E terão. O responsável pelo empreendimento é o engenheiro Saud Ghani, especialista em ar condicionado, que climatizou os oito estádios. Confira como o sistema foi idealizado nos locais, onde serão realizados os jogos. Dizem, pura tecnologia!

DI RIENZO COMUNICAÇÃO & EVENTOS

Av. Armando Ferrentini, 229 - cj 11 Paraíso - 04303-030 São Paulo SP

ACESSE: www.mundodoaredarefrigeracao.com.br

Por falar nela, foi o que vimos durante o Congresso Mercofrio, realizado em Porto Alegre: painéis, mini-cursos, palestras e mais um tanto de discursos em favor de novas tecnologias, mais sustentáveis, mais eficiêntes e muito mais pensadas para adequarem-se a um novo cenário mais exigente com a qualidade do ar interior neste pós pandemia. Mas o melhor mesmo foi poder reencontrar os conhecidos, abraçar os amigos, conhecer novas pessoas, e olhar nos olhos, de quem estava próximo. E o consenso foi geral: “como é bom estarmos perto das pessoas!”. Por isso mesmo, caprichamos na cobertura deste Congresso Mercofrio que marca a volta dos grandes eventos no setor de HVACR. Além dele, estivemos na inauguração da Klimatix, nova unidade de negócios da Mecalor; também, no evento da LG, que já obteve o selo A do Inmetro em seu portfólio de condicionadores de ar. Para além deles, acompanhamos tantos outros como, a inauguração da Klimaporto, o Projeto da Transamazônica e os webinars da Armstrong, para citar alguns. O que importa aqui é não perder o conteúdo, trazê-lo para você leitor, e, quem sabe, numa oportunidade olhá-lo nos olhos! No mais, vire a página e boa leitura!

INTEGRA MAIOR PROJETO BRASILEIRO DE INFRAESTRUTURA PARA PESQUISA CIENTÍFICA

Projeto Sirius desenvolve acelerador de partículas que permite estudar qualquer tipo de material. No mundo, existem apenas 3 máquinas iguais a essa, da quarta geração.

Danfoss está inserida no projeto Sirius, a mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil e localizada em Campinas (SP). Projetado em 2012 e inaugurado seis anos depois, o Sirius é um projeto de 2 bilhões de reais que passa por sua fase 1. O projeto conta com um equipamento de grande porte que usa aceleradores de partículas para produzir um tipo especial de luz, chamada luz síncrotron, que funciona como um super microscópio, permitindo estudar qualquer tipo de material orgânico ou inorgânico. Ele pode ser aplicado em diversas áreas, sendo os setores da saúde, óleo e gás os mais beneficiados.

O acelerador Sirius é capaz de produzir linhas de luz bilhões de vezes mais intensas que as produzidas pelo UVX, inaugurado em 1997 e encerrado em 2019. Dessa maneira, novas pesquisas poderão ser realizadas, impulsionando o desenvolvimento da ciência nacional. Para se ter uma ideia de sua importância, estudos sobre medicamentos para a Covid-19 e análise de rochas do pré-sal já foram analisados com o Sirius.

A Danfoss integra o Sirius com 48 compressores Danfoss Turbocor, o primeiro compressor mancal magnético sem óleo para o segmento HVAC do mundo, responsáveis “por conseguir a grande eficiência ener-

6 GIRO DA ENGENHARIA
Fotos: divulgação. O Projeto Sírius tem o seu formato e dimensão que lembra o de um estádio de futebol. Suas instalações devem consumir a energia elétrica de uma cidade com 80 mil casas. Quando estiver em atividade, ele será um laboratório aberto a usuários ligados às universidades, instituições de pesquisa e empresas.

gética que torna a operação do Sirius a mais econômica e eficiente no mundo”, assegura a marca, que prossegue: “ele tem um consumo muito menor do que todos os outros compressores normalmente utilizados em chillers. O equipamento possui vibração baixa, pois não necessita contato físico e, assim, o ruído inevitavelmente é menor. Adicionalmente, o Turbocor também possui uma espécie de mola que impede que o compressor toque o chão, conferindo estabilidade e reduzindo o seu consumo. Dessa maneira, o atrito e o consumo de energia são menores”, informa. O Projeto Sirius contempla 12 chillers de 450 TR de capacidade cada, efetivos a 5 graus centígrados, totalizando 5.400 TR instaladas. "Ter um produto Danfoss num projeto como esse representa toda a dedicação da empresa em sempre trazer as melhores tecnologias e soluções inteligentes aliadas à sustentabilidade e, mais especificamente, nesse projeto, soluções para a saúde e outros setores. É uma alegria muito grande fazer parte da história de inovação do país com um projeto tão significativo como esse", comenta Ricardo Schneider, presidente da Danfoss Turbocor.

O PROJETO - O Sirius é uma infraestrutura aberta, à disposição da comunidade científica brasileira e internacional, desenvolvida e projetada por pesquisadores e engenheiros no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). O equipamento é financiado pela Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em parceria com a indústria nacional, de onde cerca de 85% dos recursos investidos se originaram. "Os 48 compressores Danfoss Turbocor são o coração desses

equipamentos, responsáveis por conseguir a grande eficiência energética que torna a operação do Sirius a mais econômica e eficiente no mundo", relata o engenheiro mecânico do CNPEM, Álvaro Rosa.

Para o bom funcionamento do Sirius, as instalações que o abrigam são parte essencial do projeto: o prédio tem 15 metros de profundidade, 68 mil metros quadrados e 520 metros de circunferência. O local possui

pisos extremamente estáveis, com níveis bastante controlados, blindagens específicas de espessuras adequadas para a produção radiológica, e todo o sistema de dumping, de interação e isolamento do acelerador. Denominado Sirius, o projeto faz alusão a estrela Sírius, a mais brilhante visível a olho nu, a 8,57 anos-luz da Terra. Localizada na constelação do Cão Maior, pode ser vista de qualquer ponto do planeta.

7 OUT/NOV/DEZ | 2022
Fotos: divulgação. São 48 compressores Turbocor... ...numa instalação de 5.400 TR Da esq. p/ a dir.: Eduardo Drigo e Gustavo Asquino, da Danfoss Climate Solutions

GIRO DA ENGENHARIA

PURIFICADOR DE AR STREAMER

PASSA POR TESTE DA UNICAMP NO COMBATE A VÍRUS DO MESMO GÊNERO DO CAUSADOR DA PANDEMIA DE COVID-19

purificador de ar com tecnologia Streamer da Daikin, lançado recentemente no Brasil, acaba de ser testado e aprovado no combate ao coronavírus pelo centro de pesquisa do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O laudo de testes revelou que o equipamento reduz em 99,9% a presença de vírus do mesmo gênero do novo coronavírus após 1 minuto de exposição.

As análises foram feitas de 4 a 25 de agosto de 2022 no laboratório de virologia da instituição e seguiram todas as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os testes foram realizados em ambiente de biossegurança nível II e submetidos à modalidade quadruplicata, ou seja, quando são feitas quatro repetições biológicas para garantir um resultado consistente.

De acordo com laudo da professora-doutora Clarice Weis Arns, os ensaios mostraram que o purificador de ar Daikin é eficaz na inativação de partículas de um vírus do mesmo gênero daquele

causador da pandemia de Covid-19, ao mesmo tempo em que devolve ao ambiente um ar seguro para a respiração, seguindo os resultados obtidos por pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão.

Roberto Yi, presidente da Daikin Brasil, destaca que ter a validação técnica da Unicamp, uma universidade de referência, é uma imensa satisfação. "Ciência e pesquisa fazem parte da essência da Daikin, pois acreditamos que é por meio delas que conseguimos desenvolver e ofertar o que há de melhor em tecnologia e inovação. Os resultados confirmam o quanto a atividade antiviral da tecnologia Streamer pode contribuir para o cuidado com a saúde respiratória da nossa população", destaca Yi.

O purificador pode ser utilizado em residências, salas de aula, consultórios, clínicas, academias e comércios de pequeno e médio portes. Além de acabar com o coronavírus, o equipamento é eficaz na eliminação de odores, poluentes e outros microrganismos.

A purificação de alta eficiência é possível graças à tecnologia exclusiva Streamer, que produz descargas de plasma capazes de se combinar com componentes do ar e formam elementos com alto poder de decompor partículas de odores e impurezas como

Segundo a marca, aparelho elimina 99,9% dos vírus MHV-3 e confirma atividade antiviral da tecnologia exclusiva da multinacional japonesa.

fungos, bactérias e outros alérgenos. A alta performance também ocorre devido à ação de dois filtros muito importantes: o eletrostático HEPA e o desodorizante. O primeiro usa eletricidade para capturar partículas que normalmente não são retidas pelos filtros comuns. Já o último tem a capacidade de decompor odores desagradáveis como de lixo, fumaça de cigarro ou de cozinha, com a grande vantagem de não precisarem ser trocados, pois se autorregeneram.

O estudo completo está disponível na página da Daikin e para conhecer mais detalhes do purificador ou adquiri-lo, acesse a Loja Virtual Daikin. Aproveite e acesse o QR Code com a entrevista completa sobre o produto, com o gerente da Daikin Jorge Gouveia.

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www.mayekawa.com.br mayekawadobrasil Alimentos & Bebidas Frigoríficos Lácteos Climatização Predial Indústria Química Plástico MAIS DE 50 ANOS DE EXPERIÊNCIA NA FABRICAÇÃO DE CHILLER TEMOS O CHILLER IDEAL PARA O SEU NEGÓCIO: Chiller Industrial Chiller Água Sub-Resfriada Chiller Microcanal Amônia, Propano e Halogenados

RENOVA LINHA DE AR-CONDICIONADO COM FOCO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Samsung anunciou no último 4 de outubro seu portfólio 2022 de produtos para a sua Linha de ar-condicionado para o mercado brasileiro, com destaque para as melhorias e novas funcionalidades nas versões atualizadas dos modelos WindFree, como recursos de eficiência energética e de inteligência artificial em determinados modelos, conectados e compatíveis com o ecossistema SmartThings da marca. Realizado pela manhã, o evento fechado para a imprensa, projetistas. representantes do varejo e grandes empresas instaladoras, reuniu os presentes no 26° andar, do edifício Faria Lima Plaza, em São Paulo (SP) – local escolhido em função da parceria bem-sucedida com a Samsung, que realizou a instalação do sistema de climatização DVM em seu complexo e que foi um dos fatores que influenciaram na certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), na categoria Gold, do empreendimento, através do Green Building Council – GBC Brasil.

Por isso mesmo, além do evento de lançamento do portfólio 2022, de aparelhos destinados as residências, a Samsung aproveitou para apresentar os modelos voltados ao mercado B2B - comercial, que, segundo a fabricante “priorizam a sustentabilidade e a economia para todo tipo de empreendimento.” Confira!

Residencial - WindFree™ ConnectNas versões Quente e Frio ou só Frio, com capacidades de 9, 12, 18 e 22 mil BTUS, o ar-condicionado WindFree™ Connect da Samsung dispersa o ar climatizado através de 23 mil microfuros que elimina o vento gelado direto. Entre as novidades, o aparelho se conecta ao wi-fi e permite o controle dos gastos de energia com o app SmartThings, pela função Energy, além de ligar, desligar, controlar a temperatura e muito mais, pelo smartphone ou simples comandos de voz. Os recursos de Inteligência Artificial também permitem que o modelo deixe os ambientes climati-

zados automaticamente.

WindFree™ Powervolt - Nas versões 9 e 12 mil BTUs, só Frio. Além da função AI Auto Cooling para otimizar automaticamente seus modos de funcionamento, a fabricante afirma que “este modelo é mais resistente a picos de energia e que funciona ininterruptamente tanto em 127V quanto 220V”, garante. O modelo conta com a função Auto Clean para um ar-condicionado sempre limpo, a esterilização ao toque de um botão com Freeze Wash, e o modo Good Sleep, WindFree™ - apresentado nas versões 9, 12, 18 e 22 mil BTUs de capacidade Quente e Frio ou só Frio.

Digital Inverter Ultra - Por fim, este modelo de ar-condicionado da linha residencial da Samsung se apresenta nas versões de 9, 12, 18 e 22 mil BTUs, Quente e Frio ou só Frio.

Acompanhamento do consumo - o aplicativo SmartThings já disponibiliza a funcionalidade Energy, que, de forma 100% gratuita, permite explorar maneiras de economizar no uso de energia elétrica por meio da visualização detalhada do consumo dos eletrodomésticos como, por exemplo, aparelhos de ar-condicionado, tanto em Reais quanto em kWh, além de dar ao usuário a possibilidade de criar alertas e exibir comparativos para entender o quanto o aparelho conectado consome no fim do mês. Com recursos integrados de inteligência artificial, a funcionalidade solicita o CEP da residência para estimar o preço por kWh a ser cobrado do consumidor de acordo com sua localidade, automaticamente atualizado mês a mês com dados como a tarifa da distribuidora de energia local, impostos e bandeiras tarifárias da ANEEL, caso vigentes.

LINHA COMERCIAL

DVM Chiller – A respeito do lançamento da linha comercial, segundo a marca, são equipamentos capazes de refrigerar prédios inteiros e contam com design modular, podendo ser encaixados em projetos já existentes – e, por isso, são ideais para projetos de retrofit, por exemplo. “Para as unidades internas, mantemos o foco nas unidades dotadas de tecnologia WindFree, uma excelente novidade para o mercado. Também temos as unidades Cassete 1 via hidrônico, e o Cassete 360, com todos os recursos e características já existentes na nossa linha de DVM.”

DVM S2 – Este modelo, que pode ser WindFree™ chega com melhorias no compressor, maior capacidade e nova gama de frequências de funcionamento. Entre as funcionalidades, permite o monitoramento de vazamentos de refrigerante em tempo real, por exemplo. Por fim, o DVM S2 proporciona uma redução de carga de refrigerante em até 30% por conta da redução dos tamanhos dos tubos de líquido.

Fotos: divulgação.

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GIRO DA ENGENHARIA

Purefeel, empresa brasileira dedicada ao desenvolvimento de tecnologias à melhoria da qualidade do ar interior (ar indoor) teve a patente de seu purificador de ar interno aprovada. “É com orgulho que anunciamos a mais nova conquista da nossa marca. Agora, temos exclusividade de solução tecnológica patenteada em nosso purificador de ar interno”, anunciam os diretores da Purefeel. O pedido, protocolado em menos de dois anos, foi aceito e aprovado pelo órgão responsável, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI: PATENTE n° BR1020210034238.

PROCESSO - O processo de patente começou em 24 de fevereiro de 2021, com a abertura do processo pelo INPI. Para uma patente ser autorizada, a empre-

PUREFEEL, PATENTE APROVADA!

Para o registro do Purificador com renovação de ar.

sa precisa cumprir requisitos que a classifiquem para isso, como, neste caso da Purefeel: ser uma novidade em tecnologia que seja reproduzida e aplicada na indústria geral, sendo novidade no país ou no mundo, diferindo de tudo o que é conhecido pelo público. “Após a abertura do processo, recebemos um grupo de especialistas que avaliaram nosso produto. Nessa avaliação o grupo constatou que nosso purificador de ar interno é viável, correto e exclusivo para uso em empresas e indústrias, contribuindo para a saúde dos colaboradores e das pessoas em geral”, conta a fabricante.

QAI - Cada vez mais o tema Qualidade do Ar Interior (QAI) tem movimentado parcelas da sociedade como, médicos, pes-

quisadores, profissionais de associações, órgãos de saúde, além dos locais em que a QAI se faz necessária, como escolas, hotéis, shoppings entre outros recintos. O assunto também faz parte da indústria, que tem se movimentado cada vez mais atender os anseios dos usuários que buscam melhor qualidade e saúde. A partir disso, a diretoria da Purefeel explica que normas, leis e um sem números de procedimentos estão à disposição para obter-se um ar mais saudável. “A Resolução n° 9 (RE No 9), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, estabelece padrões e parâmetros de avaliação de qualidade do ar de ambientes climatizados, além de exigir a renovação do ar interno” Apoiados nesse pilar e na extensa literatura e normatização existente, desenvolveu-se uma tecnologia exclusiva de Entrada Controlada de Ar Externo, além de um fluxo de ar de alcance conhecido. “O uso do nosso purificador promove a purificação e a desodorização do ar interno, proporcionando ar puro e fresco para todos os ocupantes. Ele garante o alcance do fluxo de ar purificado e um dimensionamento confiável, melhorando a qualidade do ar interno em todo o ambiente”, destaca a marca. No vídeo abaixo, você pode conferir como funciona o purificador de ar interno patenteado da Purefeel. Acesse o QR Code.

11 OUT/NOV/DEZ | OUTUT/N/NO / V V/ / /DDEEZ Z 2 200222
Fotos: divulgação.
Vídeo explicativo Purefeel

INDÚSTRIA DE CENTRAIS FRIGORÍFICAS PARA O VAREJO DE ALIMENTOS E BEBIDAS REINAUGURA PLANTA ATINGIDA POR INCÊNDIO CRIMINOSO

Superfrio, indústria de racks de compressores e câmaras frias sediada em Jundiaí (SP), reinaugurou em setembro, a unidade de produção atingida por um incêndio criminoso provocado por uma quadrilha que roubou duas toneladas de cobre da empresa. O roubo do metal altamente valorizado no mercado de reciclagem ocorreu entre o fim da noite de 29 de maio, um domingo, e o início da madrugada do dia seguinte, quando os bandidos atearam fogo na área administrativa do fabricante.

Segundo o gerente de comunicação da companhia, Eduardo Seraphim, “a intenção dos criminosos era, supostamente, des-

truir o servidor da empresa para apagar as imagens do crime registradas pelas câmeras de segurança”. De acordo com o gestor, as investigações da polícia ainda estão em andamento. Embora não tenha interrompido suas operações após o incêndio, a Superfrio precisou repactuar com alguns de seus clientes os prazos de entrega de equipamentos de refrigeração. Ademais, a empresa aproveitou a situação para reorganizar a sua estrutura administrativa. “Não paramos nossa produção um dia sequer. Tivemos apenas de deslocar rapidamente nosso departamento administrativo para um galpão vizinho localizado no mesmo terreno da nossa fábrica”, diz ele, ao lembrar que, “apesar do impacto financeiro e moral causado pelo crime, a reestruturação da empresa vai fortalecer nossos negócios no ramo”. Conforme destaca o diretor-geral da indústria paulista, Alexandre A. Bastos, “temos um catálogo composto por produtos de série e customizados que combinam componentes de última geração com o propósito de garantir sua durabilidade, melhorar a qualidade do frio alimentar, economizar energia e reduzir emissões de gases de efeito estufa”. Em

consonância com as melhores práticas ambientais e tendências tecnológicas da atualidade, a Superfrio tem projetado e desenvolvido centrais frigoríficas de alta performance e, sobretudo, com boa relação custo-benefício. Entre as soluções tecnológicas integradas pela companhia em seus equipamentos estão inversores de frequência, válvulas de expansão eletrônicas, condensadores de microcanal e fluidos refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês). “Por isso, estamos construindo um histórico de sucesso na liderança e suporte à transição para soluções de baixo impacto climático na área de refrigeração comercial”, afirma o diretor comercial da empresa, Edgar Trevizam, salientando que “nossa área de serviços oferece garantia de 12 meses, peças originais e limpeza de forma sustentável, dispensando a utilização de solventes nocivos ao meio ambiente”. Finaliza.

Sobre a Superfrio: Fundada há 13 anos, a Superfrio é especializada em projetos de refrigeração comercial e na prestação de serviços de assistência técnica, manutenção preventiva, corretiva, projetos, vendas, retrofits e planejamento de novas obras. A empresa também é a distribuidora autorizada dos compressores italianos Dorin e mantém parceria com mais de 300 lojas do segmento de refrigeração no Brasil. A Superfrio ainda conta com forte estrutura e equipe capacitada para atender lojas em todo o Brasil, do pequeno varejo a grandes redes supermercadistas.

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GIRO DA ENGENHARIA
Fotos: divulgação.
Superfrio volta a operar totalmente em galpão cuja área administrativa foi incendiada após roubo de cobre ocorrido no fim de maio.

MUNDO DO AR E DA REFRIGERAÇÃO

Este é o podcast do setor de HVACR voltado à indústria e a toda sua Cadeia com entrevistas, resenhas, séries e muito mais!

Podcast Mundo do Ar e da Refrigeração, te ajuda a entender melhor o setor de HVACR no Brasil e a sua estrutura, como a sua constituição, surgimento, desenvolvimento e segmentos correlacionados. Além disso, o podcast traz também a trajetória das indústrias, a concepção das tecnologias, o perfil do comércio, o panorama setorial, Cadeia do Frio.e muito mais! O que é fato e notícia com entrevistas e áudios originais para poder levar os ouvintes a muitos lugares e ajudá- los a terem conhecimento mais profundo, crítico e reflexivo do setor, e claro fazer sempre bons negócios.

Os episódios do Mundo do Ar e da Refrigeração são quinzenais e você vai poder ouvir ainda entrevistas originais com ícones do setor, oriundos de entrevistas passadas: “alguns não estão mais entre nós, mas concederam entrevistas valiosíssimas e exclusivas que remontam a história e como o setor se desenvolveu”, informa Cristiane Di Rienzo, jornalista a frente do projeto.

“São engenheiros, instaladores, consultores, projetistas e todo o universo do setor entrevistado para os episódios diversos.

Vamos ainda fazer a análise de temas específicos e de relevada

importância junto a profissionais especializados”, anuncia Cristiane. O podcast Mundo do Ar e da Refrigeração é produzido pela Di Rienzo Comunicação, que também está a frente do Portal Mundo do Ar Condicionado e da Refrigeração e da Revista HVACR em Foco.

Os episódios do Mundo do Ar e da Refrigeração, vão ao ar às quintas-feiras, no Portal Mundo do Ar Condicionado e da Refrigeração www. mundodoaredarefrigeracao.com e você também pode ouvir no Spotify, Deezer, Apple e Google Podcasts e muitos outros agregadores de áudio. Confira!

13 OUT/NOV/DEZ | 2022 PODCAST
Fotos: divulgação.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A LG RECEBE SELO A DO INMETRO PARA SEUS CONDICIONADORES DE AR.

Todos os equipamentos da marca atingiram o nível máximo de eficiência energética e, portanto, já apresentam a classificação A, de acordo com a nova regulamentação do Instituto

LG Electronics, fabricante de equipamentos e sistemas de ar condicionado, incluindo condicionadores de ar, inova mais uma vez ao receber antecipadamente o selo A, do Inmetro, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, em sua nova certificação IDRS, que reconhece a marca como especialista em economia de energia e máxima eficiência energética. O anúncio da nova classificação foi feito na Casa Molde, no último 26 de setembro, durante evento exclusivo para a imprensa na cidade de São Paulo (SP).

O novo Índice de Desempenho de Resfriamento Sazonal (IDRS), foi criado pelo Inmetro para tornar a classificação de eficiência energética dos modelos de ar-condicionado mais precisa e rigorosa. Por isso, o Instituto introduziu uma nova métrica para o cálculo do índice de eficiência, em que somente modelos com a tecnologia inverter são classificados com o selo A, que passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2023, já que as marcas deverão fabricar ou importar apenas produtos que tenham a nova etiqueta com base na classificação IDRS que é muito mais precisa e realista para a obtenção da classificação A. Por isso, toda a linha de condicionadores de ar residencial da LG foi renovada para atender a nova regulamentação antes do prazo estabelecido pelo Inmetro.

Para o gerente de produtos de ar condicionado residencial da LG, André Pontes, o consumidor e a indústria saem ganhando diante dessa atualização. “Com a nova classificação energética do Inmetro, o consumidor, que já é exigente, priorizará os produtos mais eficientes. Com isso, a indústria seguirá inovando para trazer a melhor solução ao mercado”, afirma o executivo.

Desempenho e Inovação – Quem acompa-

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Evento para imprensa anuncia... ...Obtenção da classificação A em toda linha residencial. Pontes: "ganham o consumidor e a indústria."

nha o mercado de Ar condicionado sabe que a LG vem consolidando sua liderança nos últimos anos muito por conta dos produtos inovadores que possuem a tecnologia inverter, “A LG é marca líder de vendas nessa categoria desde 2016, graças ao compressor Dual Inverter, os modelos de condicionadores de ar da LG são capazes de obter uma economia de até 70% de energia e uma refrigeração até 40% mais rápida, sendo a única marca do mercado a obter a chancela desses números através de uma certificadora internacional, a TUV Rheinland¹. Além disso, o compressor conta ainda com 10 anos de garantia”, discorreu Pontes.

Ele prossegue: “Nossos produtos utilizam a máxima tecnologia e inovação, uma vez que sempre pensamos em atender às necessidades dos consumidores. Sabemos o quanto o custo da energia no Brasil é sensível ao consumidor, por isso apostamos em soluções que trazem uma maior eficiência energética”, conclui Pontes.

Nova Etiqueta - Entre as novidades do evento, estava a apresentação de um estudo interno da LG, que demonstra que os aparelhos de ar-condicionado inverter da marca garantem até 55% mais estabilidade de temperatura em todo o ambiente em comparação com os aparelhos convencionais, entregando um conforto térmico muito mais estável e equilibrado por todo o ambiente. “A qualidade e tecnologia dos produtos LG são reconhecidas pelos consumidores, que mantém a marca na liderança do mercado de ar condicionado no Brasil com 22,3% de participação geral, e 41,8% de liderança na categoria Inverter”, destaca Pontes. Os dados são da consultoria GfK², referentes a junho de 2022. Se-

guindo as novas exigências do Inmetro, a etiqueta de eficiência energética também ganha um novo layout com um QR Code para acessar a base de produtos registrados no Instituto, facilitando o acesso para os consumidores no momento da compra. Desta forma, será mais fácil identificar qual aparelho gasta menos energia e possui a melhor eficiência. O novo selo reúne mais duas categorias na escala de classifica-

ção de eficiência, contemplando agora da letra “A” até a “F”. Confira o vídeo sobre o evento e a nova classificação A do Inmetro através deste QR Code.

¹ TÜV Rheinland é um organismo de certificação, inspeção, gerenciamento de projetos e treinamento, que foi fundada na Alemanha em 1872 com o objetivo de proteger os trabalhadores de acidentes ocorridos nas instalações de caldeiras a vapor. Desde então, têm-se especializado em todos os tipos de serviços relacionados com a qualidade, a segurança técnica e de proteção do homem e do meio ambiente em todo o mundo.

² Consultoria de desempenho da marca.

15 OUT/NOV/DEZ | 2022

TECNOLOGIA

último dia 14 de outubro marca uma nova etapa no Grupo Mecalor S.A., holding fabricante de equipamentos periféricos de refrigeração de processos industriais: a inauguração da Klimatix, a nova unidade de negócios do Grupo, que tem por objetivo competir com portfólio próprio, nos mercados de Climatização de Precisão, HVAC (Heating, Ventilating and Air Conditioning) e Datacenters. Com 60 anos de experiência na fabricação de produtos da mais alta qualidade, a Mecalor concebeu a marca Klimatix com "o objetivo de levar aos segmentos climatização precisão e conforto todo o seu know-how de inovação tecnológica. E principalmente a qualidade dos serviços pós-venda", informa o ceo da marca, George Szegö. Ele acrescenta que a Klimatix ganhou identidade própria, com equipe de vendas e assistência técnica específicas. "A Klimatix vai produzir e vender equipamentos para grandes construções, como shopping centers, prédios comerciais, hospitais e datacenters", anuncia. Na ocasião, a Klimatix, que já divide espaço na nova sede da Mecalor, recebeu cerca de 100 pessoas, entre projetistas, instaladores, profissionais das Escolas Senai, clientes e amigos para a inauguração oficial da marca e tam-

bém das novas instalações da fábrica, que passou de 6 mil metros quadrados para os atuais 18 mil metros quadrados. A ideia é ter espaço para separar os equipamentos da marca Mecalor e da Klimatix. “Esse segmento tem necessidades bem distintas tanto em termos de máquinas, quanto de atendimento comercial e suporte técnico. Assim, desenvolvemos uma nova linha de equipamentos totalmente padronizada para atender o mercado de ar condicionado", reforça George.

PARCERIA E INTERAÇÃO

Após recepção cuidadosamente preparada para os convidados, os presentes assistiram a explanação da nova unidade de negócios. O ceo da Mecalor, Janos Szegö, iniciou as apresentações, destacando a importância da trajetória da Mecalor no mercado, refletindo a consolidação da marca e apresentou a Klimatix, a nova divisão de negócios do Grupo Mecalor. Em seguida, passando a palavra ao novo responsável pelos negócios da Klimatix, George, reiterou que “a Mecalor já está no mercado há mais de 60 anos e é reconhecida pelo seu atendimento à indústria, com máquinas especiais e necessidades mais específicas, onde lidamos diretamente com o cliente final. No ar condicio-

nado há outro tipo de demanda e outros canais de distribuição, pelos quais precisamos olhar não apenas o cliente final, mas também os instaladores e projetistas”, completou o executivo.

COMPETITIVIDADE

Ainda no pequeno auditório na sede da empresa, George ponderou que, "atualmente, o mercado é atendido pelas maiores empresas do mundo, fabricantes de ar condicionado. “É extremamente competitivo e com margens mais baixas em geral, mas acreditamos que podemos atuar e colaborar, porque temos bons diferenciais como tecnologia em eficiência energética, máquinas específicas para o segmento e garantimos o melhor pós venda do mercado e ações de missão crítica”, destaca. A Klimatix chega com uma linha de produtos compatíveis com mercado de ar condicionado, e traz a cultura da Mecalor de “não deixar nunca o cliente na mão”, ao disponibilizar uma estrutura eficiente de atendimento pós-venda. “Por que ligar para a Klimatix e não para os grandes players? Porque vamos atender você do começo ao fim”, garante Szegö. Ele enfatiza que no segmento de data center as ações de missão crítica são ainda mais imprescindíveis.

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A nova unidade de negócios da Mecalor é inaugurada em evento comemorativo

MERCADO

George continua, e nos explica que a Klimatix atenderá os mercados já tradicionais no ar condicionado: como edifícios comerciais, shopping centers, hospitais, além dos data centers. A marca vai comercializar uma linha de produtos para água gelada, com várias capacidades e diferentes tecnologias, como chillers scroll convencionais, e chillers de mancal magnético, de “altíssima eficiência”; resultado de uma parceria da Mecalor com a empresa canadense Smardt. “Nós acreditamos muito no potencial de vendas desse mercado de alta eficiência para o Brasil, porque as empresas buscam cada vez mais redução do gasto com energia e do consumo de água”, avalia George Szegö. Segundo ele, a Klimatix já segue as novas portarias do InMetro, quanto a fabricação de

equipamentos de alta eficiência, especialmente para edificações. Para o mercado de ar condicionado de precisão, voltado ao setor de data centers, a Klimatix trabalha com chillers, comercializando climatizadores de precisão; self-containeds e toda linha de fan-coils de água gelada, inclusive as unidades mini.

PARCERIA COM A SMARDT

Uma das estrelas do novo portfólio é o Chiller Turbocor®, fabricado pela empresa Smardt, líder global em chillers isentos de óleo, e comercializados com exclusividade na América Latina, exceto México, pela Mecalor. "É um equipamento com ampla eficiência energética, a partir do uso do compressor Turbocor, que utiliza uma tecnologia inovadora de centrífugos de mancais magnéticos. As peças não se tocam, portanto sem o atrito, nem o desgaste, não há neces-

sidade de uso de óleo para funcionar. Com o controle eletrônico de rotação e capacidade, o Turbocor permite, assim, redução no consumo de energia de até 50%, em relação aos chillers convencionais", discorre o ceo da Klimatix.

VISITAÇÃO

Após a cerimônia de apresentação da Klimatix, os presentes foram convidados a conhecer a fábrica da nova marca para verem alguns dos equipamentos explanados. Como parte da programação, logo após, a diretora Cláudia Arruda sorteou uma caneta Mont Blanc, que foi ganhada pelo engenheiro, Antônio Uehara. Em seguida foi servido um brunch em comemoração à nova página na história da Mecalor e, agora da Klimatix.

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Fotos: divulgação. George e Janos Szegö: "Vamos atendê-lo do começo ao fim" Inauguração da nova fábrica do Grupo Mecalor e apresentação da Klimatix Da esq. p/ dir.: o designer gráfico, Vitor Alexandre; o assessor de imprensa, Afonso Lau; a diretora financeira, Claudia Arruda; com o time de marketing: a coordenadora Dominique Chagas; a assistente Gabrielly Simião; e a auxiliar Isabella Veríssimo.

o experimentar temperaturas insuportáveis de quase 50 °C durante setembro, o Catar, equipou mercados, calçadas, shoppings abertos e estádios de futebol com aparelhos de ar condicionado. Embaixo de cada um dos 40 mil assentos do estádio Al Janoub, um dos principais da Copa do Mundo, os torcedores protegidos do sol serão mimados com vento frio nos tornozelos. O país sentado em jazidas petrolíferas está tão preocupado em manter seus visitantes frescos em 2022 que triplicou o orçamento inicial da obra da arena, segundo o jornal The Guar dian. O valor do desembolso, porém, é mantido a sete chaves. O responsável pelo empreendimento é o engenheiro Saud Ghani, especialista em ar condicionado. Além de ventilar os torcedores para que possam vibrar com toda a força, o sistema também conta com as propriedades físicas do ar frio que, mais pesado, afunda e chega também aos jogadores no campo, reporta o jornal The Was hington Post O país desértico, uma península colada à Arábia Saudita, no Golfo Pérsico, tem invernos suaves e verões intensos. Basicamente, há duas estações: uma mais fria, entre dezembro e fevereiro, e outra escaldante, de abril a outubro. A Copa começa agora em novembro, quando o calor fica “mais ameno”. No entanto, as temperaturas ainda podem chegar aos 30 °C – especialmente em tempos de aquecimento global.

Um dos lugares mais quentes do

mundo, as temperaturas médias do Catar já estão 2 °C acima da média registrada nos tempos pré-industriais. Em 2015, a cúpula do clima em Paris acordou que seria melhor manter o aquecimento global abaixo dos 1,5 °C, no final deste século, para limitar os danos ao meio ambiente. De acordo com um relatório das Nações Unidas liberado agora em outubro, um terço dos trabalhadores ao ar livre sofrem de hipertermia, quando a temperatura corporal chega aos 38 °C, ao menos uma vez durante o turno. Trata-se de uma ameaça à saúde humana. Recentemente, o vizinho Emirados Árabes também tentou contornar o clima desértico e quente de maneira artificial, “semeando” nuvens. Cloreto de sódio foi borrifado no ar por aviões, como meio de formar nuvens e chuva. Apesar de as represas terem coletado 6,7 milhões de metros cúbicos de água, as ruas do país ficaram parcialmente alagadas e um dos maiores shoppings teve que ser esvaziado depois de um corte de energia. Como reporta o Post, a capacidade total de refrigeração do país deve quase dobrar de 2016 a 2030, de acordo com a Conferência Distrital de Aquecimento e Refrigeração do Distrito. De forma semelhante aos Emirados, a aposta do Catar no ar condicionado em tais proporções, ainda pode sair pela culatra por mergulhar o país em um ciclo vicioso: emissões de gás carbônico geram o aquecimento global, que cria a necessidade de ar condicio-

nado, que queima mais combustíveis, que emitem mais dióxido de carbono. Ao refrescar cidadãos e turistas, o Catar parece comprometido em não romper esse ciclo.

Tecnologia de ponta para combater altas temperaturas

Mesmo assim a Copa do Mundo no Catar, promete inovar com a arquitetura dos novos estádios, principalmente com o sistema de refrigeração utilizado no país. A principal preocupação dos organizadores do torneio foi com as altas temperaturas encontradas no país árabe. Como de costume, a ideia era realizar a competição entre junho e julho, mas isso não foi possível por ser, justamente, a época quando as temperaturas chegam a 50 °C no Oriente Médio. Por isso, a Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado - do francês: Fédération Internationale de Football Association), e os membros do comitê organizador tomaram a decisão excepcional de transferir a Copa do Mundo para os meses de novembro e dezembro, quando o clima permite a prática do futebol no país.

Mesmo assim, os organizadores temem que o clima não seja favorável para os torcedores e, por isso, decidiram implementar um novo sistema de refrigeração.

Os organizadores da Copa do Mundo buscavam uma solução eficaz para proteger os jogadores, manter a qualidade do gramado e, acredite, reduzir odores nas arquibancadas. E, foi justamente no trabalho de Ghani que a solução

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COPA DO MUNDO
Catar instala ar condicionado em ambientes abertos e nos estádios da Copa, torcida terá ventinho frio nos tornozelos. No país temperaturas chegam a 50 °C.
Fotos: divulgação.

foi encontrada, já que ele se dedicou por 13 anos para desenvolver uma ideia que desse sustentabilidade. A saber, cada estádio do Catar será ligado a uma usina instalada a quilômetros de distância. Então, o sistema de refrigeração receberá água fria que, por sua vez, será bombeada para dentro do prédio até os condicionadores, que farão a distribuição por meio de dutos na parte de baixo das arquibancadas e dos campos. Essa lógica faz com que a tecnologia seja extremamente eficiente em termos energéticos, algo afirmado pelo comitê organizador da Copa do Mundo de 2022.

Entre os construídos e reformados, todos os estádios do Catar contam com tecnologia de ponta para oferecer refrigeração adequada aos torcedores, jogadores, jornalistas e funcionários nas partidas da Copa do Mundo. Com isso, o ar condicionado ficará programado para manter uma temperatura constante de 26 °C. Esta tecnologia utiliza 40% menos energia do que os sistemas de refrigeração convencionais e servirá para ventilar todo o interior do recinto. "Nós projetamos a tecnologia de resfriamento para ser eficiente em termos energéticos", disse Nasser Al-Khater, do comitê organizador da Copa do Mundo de 2022.

É assim que a Copa do Mundo do Catar 2022 promete ser uma experiência única e sem igual para todos os presentes, além de ser um divisor de águas para a arquitetura dos futuros estádios de futebol.

As maiores vantagens desse modelo de ar condicionado

Que fique bem claro que ar condicionado em estádios de futebol não é novidade. Mas, de fato, pelo que podemos ver nas imagens, o sistema idealizado por Abdulaziz Abdul Ghani é mesmo diferente. De acordo com especialistas, poderia ser 40% mais sustentável que as técnicas já existentes. E caso alguém tenha dúvida disso, a tecnologia foi antes testada em um shopping a céu aberto de

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Ventinhos gelados nos tornozelos. Em campo bola rolando a 26 °C... ...garantem os difusores localizados na área do gramado.
divulgação.
Fotos:

COPA DO MUNDO

Doha. O que se sabe agora, depois dos testes, é que tal modelo de climatização pode ser programado para manter a temperatura constante de 26 graus.

E a grama?

Já observou o que acontece com a grama do jardim de uma casa no verão? Bem, se não regamos com frequência, pode morrer rapidamente; e mesmo com todo o cuidado do mundo, a aparência das plantas pode ficar comprometida. Agora, grama queimada do sol pode ser um problema para o visual de um grande estádio projetado para um importante evento. É o caso dos gramados da Copa do Mundo, que serão congeladas nos estádios da Copa. É isso mesmo que você leu! Ideia estranha, não? Mas esse é o jeito que os cientistas encontraram para que a grama dos estádios do Catar, que receberão as partidas oficiais, aguente viva pelo menos até o fim da competição. Tal modelo de tratamento é baseado na teoria de que seria possível repro-

“(…) você joga e não sente calor. Na verdade, quem está do lado de fora, se tiver no banco ou na arquibancada, sente frio. Eles colocam para gelar, de verdade. Não é um arzinho ou uma água geladinha. É um ar-condicionado, como se você tivesse numa sala fechada.

É o estádio aberto, e o ar condicionado sai do chão, do lado do campo e de todos os lados possíveis do estádio. É uma estrutura surreal.” – comentou Kayke, ex-jogador do Qatar SC, em reportagem para a Rádio Jovem Pan, de São Paulo.

duzir as condições do inverno, ou seja, as melhores condições para o gramado não morrer. Os campos teriam em sua estrutura um sistema para liberar ar gelado na grama por meio de bicos diretamente no gramado, garantindo manchas verdes exuberantes em meio ao cinza do deserto e do concreto do Catar. Serão usadas 140 toneladas de sementes norte-americanas que chegarão ao

país em aeronaves também devidamente climatizadas. E, por via das dúvidas, serão também adquiridos ou reservados mais 425 mil metros quadrados ou 40 campos de futebol de gramas de uma fazenda ao norte de Doha.

Os estádios que vão receber as partidas da Copa são o Khalifa International, o Al Bayt, o Al Janoub, o Ahmad Bin Ali, o Al Thumama, o Education City, o 974 e o Lusail.

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Fotos: divulgação. Para o Mundial: central de monitoramento do Clima. ...é grama congelada. Pelo menos no Catar. Grama verdinha....
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A Armstrong pode ajudar a melhorar o desempenho dos sistemas mecânicos e reduzir os custos durante todo o ciclo de vida de uma construção. gerenciamento do desempenho durante o ciclo de vida de uma construção envie um e-mail para: info@armstrongfluidtechnology.com Para mais informações, visite-nos ArmstrongFluidTechnology.com ou ligue para - 0800 580 4048 Melhoria do desempenho e otimização Manutenção, reparos e kits de peças Design e consultoria Valor agregado ao ciclo de vida Otimização da solução Serviços de gerenciamento do desempenho Start-up e comissionamento us $5/m em economia nos gastos da construção Redução nos gastos operacionais: us $0,40/m 100% de conforto para os ocupantes 50% de redução nos Custos em reparos e substituições 2 2

MERCADO

Os primeiros 15 anos

Especializada em vendas de equipamentos de filtros, difusão de ar, ventilação mecânica, unidades de tratamento de ar, entre outros, a Klimasul comemora 15 anos de atividades, com trajetória ascendente e em expansão.

ano era 2007. Após algum tempo de trabalho numa multinacional, empresa fabricante de ventiladores, na área de vendas internas, Jeanice da Rosa Brum, achou que chegara o momento de fazer algo mais do que trabalhar como colaboradora em empresas. Desinibida, simpática, com senso de responsabilidade junto aos seus clientes e o mais importante: com grande conhecimento da área de ventilação, bem como sobre os equipamentos relacionados a este setor, não foi difícil que a ideia de ter uma empresa própria começasse a tomar-lhe os pensamentos. Os encorajamentos vieram. Naquela época, um de seus clientes, que atuava na área de instalação – e que depois se tornaria seu marido e sócio -, Manoel Pedro de Andrade Oliveira, foi um dos incentivadores da empreitada. “Te dou todo o apoio. Você trabalha muito bem!”, dizia.

Não demorou para que Jeanice transformasse a sala de sua casa em escritório, numa época em que nem se ouvia falar em home office. “No começo foi um desafio muito grande, além de trabalhar em casa, com pouca estrutura, eu

tinha apenas uma pequena lista de clientes e apenas uma empresa representada: a mesma em que trabalhara”, recorda-se.

Mas a determinação desta gaúcha, somada ao trabalho bem feito fez valer o esforço. “Aos poucos fui conquistando um número maior de clientes, que além do Rio Grande do Sul, localizavam-se em Goiás, São Paulo, Manaus (AM) e Rio de Janeiro, onde o Manoel trabalhava. Aliás, fizemos obras muito boas naquele estado”, lembra.

E a empresa foi crescendo, tomando corpo, se estruturando. Depois de dois anos e meio, Jeanice se mudou para a primeira sede da Klimasul: um prédio construído num terreno em frente ao de sua casa, em São Leopoldo mesmo. Dali para a frente a necessidade de abrir o leque de opções começou a ser uma realidade. “Como já atuávamos com ventilação, seria natural obter uma representada que tivesse a ver com este segmento”, pensava. E assim passou a representar a paranaense, Triar, fabricante de tecnologia em difusores de ar, especializada na produção de componentes de ar condicionado central, como difusores, grelhas, dampers, atenuadores de ruído, portas acústicas, produzindo também soluções especiais como grelhas em inox. E assim a Klimasul continuou a crescer, mas, contudo, Jeanice, empreendedora, sempre pensava em incorporar novos produtos a fim de que pudesse oferecer aos seus clientes uma linha mais completa de itens, pois já começavam a lhe perguntar se a Klimasul não tinha outros produtos, além daqueles, e mais: componentes de acabamento para instalações. “Foi

aí que além de representadas, iniciamos a distribuição e a revenda de dutos flexíveis, mantas de isolamento, fitas adesivas entre outros itens”, responde. Com a ampliação do portfólio e, consequentemente da empresa, havia agora a necessidade por mais espaço. “Compramos um prédio, em São Leopoldo mesmo, onde atualmente, funciona também a parte administrativa”, conta.

Aconchego - Naquele ano, Manoel já encerrava suas atividades na área de instalação e, assim, deixou o Rio de Janeiro pelo Rio Grande do Sul. “Nós começamos a prestar consultoria para os nossos clientes, não cobrávamos nada, era um apoio, um plus a mais para nossa carteira”, entrega Jeanice. Foi a partir disso, que o casal virou o foco do negócio e começou a ter outra visão. “Começamos a perceber que além dos produtos e do aconchego, o cliente precisava de produtos pronta entrega”, analisava.

Isso porque, às vezes no meio da compra, faltava um equipamento e “a Klimasul não tinha pronta entrega e o cliente, então, precisava correr atrás”. E assim, novamente, numa outra fase, a visão dos negócios foi amadurecendo a tal ponto, que resultou na abertura da loja Klimaporto. “A

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Fotos: divulgação. Nova sede: mil metros de tecnologia

ideia era boa, mas com ela surgiu uma nova barreira: não tínhamos prédio, precisávamos alugar um ponto estratégico, com valor acessível, de fácil acesso, com espaço e material de estoque e tudo o mais que demanda um ponto comercial”, relembra.

Ela ainda conta sobre um outro entrave: precisávamos de funcionários, naquele momento era apenas ela, Manoel e mais dois funcionários na Klimasul. “Eu precisava de um quadro maior para atender, auxiliar nas outras tarefas da loja e até para fazer as entregas, pois muitas vezes, o cliente necessitava receber os produtos no local onde estava”, diz.

Agilidade - Quando chegou 2020, justamente na pandemia, quando o mundo se viu de joelhos, foi que Jeanice e Manoel, providenciaram o CNPJ (cadastro nacional de pessoa jurídica), e abriram a loja física. Mais uma vez, o trabalho sério desenvolvido na Klimasul, fez com que os também sócios contassem com a ajuda de alguns amigos, boas indicações e, dessa forma, deram partida rumo a este novo desafio, a Klimaporto, localizada em Porto Alegre, capital gaúcha. “Inicialmente alugamos um prédio com 150 m², logo depois surgiu a oportunidade de ampliarmos o espaço e, então, alugamos todo o

prédio, que contava com 250m² e, assim, nos estabelecemos por mais um ano e meio, onde além do atendimento, a Klimaporto contava com mais itens na carteira de produtos, com bom estoque e controle para pronta entrega, inclusive atendendo os locais das obras”, orgulha-se Jeanice. Passados apenas dois anos dessa iniciativa, porém, um período de bastante trabalho, muito empenho e dedicação, a Klimaporto abre um novo capítulo desta jornada: um prédio próprio com mil metros quadrados, com espaço amplo, vagas de estacionamento para seus clientes, mais conforto e com 15 colaboradores. Uma trajetória ascendente, fruto de muito esforço e comprometimento. Quando Jeanice fala sobre o novo espaço da Klimaporto, faz questão de frisar que o que está na frente não é a lucratividade, por isso, passada a pandemia, fez questão de reinaugurar a loja no último 7 de outubro. “Estamos sempre pensando no cliente, na agilidade e com muito otimismo para que eles nos conheçam mais a fundo e saibam que desenvolvemos um trabalho com muito cuidado e suporte especialmente para atendê-los de forma muito segura e por todo o Brasil”, garante. Site – Para quem pensa que Jeanice e Manoel pararam por aí, a resposta é não. Além da loja física, o casal e sócios, colocaram no ar uma plataforma, que além de site, abre a possibilidade para os interessados em ter atendimento online, e de realizar pedidos e, também, conhecer o portfólio da empresa. “Atualmente trabalhamos com a Soler & Palau Otam, na área de ventilação; a Triar, componentes; a Rocktec Isolantes Térmicos, que fabrica os painéis Alupir entre outras marcas. Para o futuro, Jeanice e Manoel respondem que se preparam diariamente para novos desafios. “Por isso estamos sempre em busca do que há de mais atual em tecnologia para proporcionamos sempre as melhores soluções”, que ninguém duvide!

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Fotos: divulgação. Jeanice e Manoel: sociedade na vida e nos negócios. Nova loja, novo espaço e mais estoque. Jeanice e Manoel recebem a família, os amigos e clientes na (re) inauguração da Klimaporto.

CLIMA E SAÚDE

Com a temática "Mudanças Climáticas e Saúde: Uma nova ordem está no ar", o primeiro evento do Mercofrio, no pós-covid, trouxe à pauta questões como clima, saúde e, também, tecnologias destacadas para o setor de HVACR.

oram três dias – 13 a 15 de setembro -, compostos por palestras, painéis e minicursos, além de encontros entre profissionais e amigos saudosos por se reencontrar. Realizado na área de eventos do Barra Shopping Sul, em Porto Alegre (RS), o Congresso Mercofrio em sua 13° edição, reuniu autoridades nacionais e internacionais da área de climatização e refrigeração. A retomada do evento realizado pela Asbrav - Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação, foi saudada com grande expectativa e reuniu especialistas em diversas áreas que debateram os assuntos mais importantes da atualidade no segmento.

Além do público técnico, formado por professores, pesquisadores, engenheiros, arquitetos, projetistas, consultores, técnicos e acadêmicos, o congresso teve também como propósito atrair profissio-

nais e empresas que atuam diretamente no projeto, comissionamento, instalação e manutenção de sistemas de HVACR. Ainda, contou, também, com a presença de construtores, empresários, profissionais e formadores de opinião que atuam nos segmentos hoteleiro, hospitalar, alimentício, supermercadista, comercial, industrial, e de shoppings centers, interessados em inovações tecnológicas e aplicações eficientes de alta performance.

A solenidade de abertura do evento foi marcada pela preocupação ambiental e com a saúde da população. As duas áreas estão ligadas diretamente ao segmento de HVACR, composto por empresas de ar condicionado, refrigeração, aquecimento e ventilação.

Em seu discurso, o presidente da Asbrav, Luiz Alberto Hansen, falou da grata satisfação de retomar a realização do encontro, de modo

presencial. "Este Congresso representa muito para nós: é o maior Mercofrio que já tivemos em todos os tempos. Batemos os nossos recordes e esta é uma conquista não só da Asbrav, mas de seus patrocinadores e todos que de alguma forma se engajaram no projeto", disse.

Já o coordenador do evento, Mário Alexandre fez um agradecimento aos patrocinadores, que prestaram importante apoio durante o difícil período da pandemia e destacou a importância de direcionar o olhar para o meio ambiente, tema central do encontro. "Precisamos fazer uma reflexão sobre nossas responsabilidades e as consequências que podemos gerar para nosso futuro, seja de forma direta ou indireta pela necessidade energética que dá suporte aos nossos sistemas", afirmou. "O cenário é de transformação e o segmento de HVACR

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QAI MERCOFRIO

tem se desenvolvido cada vez mais com tecnologias voltadas a eficiência energética e a preocupação com o meio ambiente. O cenário da pandemia, acentuou, ainda, uma preocupação antiga que é a qualidade do ar interior, como forma de preservar a saúde da população”, completou.

Também se manifestaram o presidente da Anprac, Ênio Bandarra Filho; o representante da Ashrae Brazil Chapter, Walter Lenzi; o presidente da Ashrae South Brazil Chapter, Felipe Accorsi e a diretora regional da Ashrae, Túlias Rios; ainda, o presidente executivo da Abrava, Arnaldo Basile e a diretora do CNCR - Conselho Nacional de Climatização e Refrigeração, Cristiane Lacerda. Após os discursos de abertura, foi feita uma homenagem ao engenheiro mecânico e professor, Paulo Otto Beyer, que foi um dos idealizadores do Congresso Mercofrio. Chamado ao palco, ele agradeceu emocionado. "O ar condicionado é algo muito presente em nossas vidas e me dedico a ensinar e transmitir conhecimento o máximo possível. Acredito que este é o nosso papel. Faço isso com dedicação e agradeço o reconhecimento", disse.

1° DIA

Controle de qualidade do ar interno e externo dominam debates no primeiro dia do Congresso.

As palestras do Congresso Mercofrio 2022 reuniram abordagens distintas para um grande problema: o cuidado com o meio ambiente. Na primeira atração da tarde, o convidado internacional, Henry Slack, alertou para fenômenos que estão em andamento. O aumento da precipitação pode levar ao aumento do risco de inundações e umidade em ambientes fechados e, também, ao crescimento de mofo. A diminuição das chuvas ou secas podem levar a incêndios florestais que criarão partículas de poluição do ar, que podem se infiltrar em ambientes fechados. Temperaturas extremas e tempestades podem levar as pessoas a ficar dentro de casa para se protegerem dos elementos e aumentar o uso de sistemas

de aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC). "Quando as condições forem severas, as pessoas irão desejar ficar dentro de casa. Há fumaça de incêndios florestais, tempestades severas e temperaturas extremas. A asma aumentou porque a qualidade do ar interior é afetada pelo ar externo e pelo clima. Esses são só alguns exemplos", disse.

Outra pauta do dia foi a redução de fontes de contaminação interna, bem como tratamento de ar externo que estão entre as ações do Programa Nacional da Qualidade Interna do Ar – PNQAI. O assunto foi apresentado pelo engenheiro civil e de segurança do Trabalho, diretor da Conforlab, e idealizador do PNQAI, Leonardo Cozac.

Na sequência, a apresentação dos convidados Flamínio Levy Neto e João Manuel Pimenta

impressionou o público. Os especialistas falaram sobre os rios voadores que são imensos volumes de vapor de água que vêm do oceano Atlântico, precipita sob a forma de chuva na Amazônia –onde ganham corpo – e seguem até os Andes, encontrando a muralha rochosa presente nessa região, que os faz desviar e flutuar sobre a Bolívia, o Paraguai e os estados brasileiros de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo; às vezes alcançando até o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os rios voadores possuem cerca de três quilômetros de altura, algumas centenas de largura e milhares de extensão. Isso significa que, em alguns dias do ano, um rio com as dimensões do Amazonas atravessa os céus do Brasil. "O desmatamento e as queimadas estão "savanizando" a Amazônia, ou seja, secando a flo-

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Fotos: divulgação. Abertura concorrida No destaque, Eduardo Müller, ex-presidente Asbrav

QAI MERCOFRIO

resta que é úmida. No ritmo atual, o processo se tornará irreversível a partir de 2030", alertou Flamínio Levy Neto.

A apresentação foi complementada pelo professor João Manuel Pimenta. Segundo o especialista, existe uma pressão constante em busca do desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficientes voltados para o setor. "Não são apenas as emissões de CO2 que preocupam, mas a água que deixamos de lançar na atmosfera. Os rios voadores são um mecanismo natural que faz com que não tenhamos um deserto. Graças a essa felicidade de termos esse mecanismo, estamos mais protegidos. Porém, estamos passando por uma crise energética e o desafio da indústria é desenvolver sistemas mais eficientes. Com a energia mais escassa se coloca uma pressão em todo o setor", disse.

Os desafios da indústria no impacto ambiental foram apresentados pelo palestrante Carlos Mendes Moraes. Ele mostrou dados preocupantes em relação ao cenário atual. "Estamos cometendo um grande erro queimando resíduos. Precisamos transformar esses materiais para usá-los novamente na cadeia produtiva", salientou.

Já os impactos dos fluidos refrigerantes no clima foram abordados pelo Dr. Ênio Pedone Bandarra Filho, presidente da Anprac -Associação Nacional de Profissionais de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento -, e docente da Universidade Federal de Uberlândia. Durante sua fala, ele explicou as diferentes nomenclaturas adotadas para os fluidos refrigerantes e os seus significados. Além da preocupação ambiental, a inflamabilidade é um aspecto que exige atenção. Materiais como o propano, são eficientes e não agridem o meio ambiente, mas são altamente inflamáveis. "As normas de segurança sempre devem ser rigorosamente atendidas. Isso requer treinamento", alertou. A palestra trouxe demonstrações em vídeos de comparações e tes-

tes feitos com diferentes fluidos refrigerantes. Durante a manhã, a programação do Mercofrio trouxe minicursos com aulas sobre refrigeração industrial, controle de calor e fumaça e automação em HVAC.

2° DIA

A primeira atração foi apresentada por Saulo de Oliveira Garré, que falou sobre evaporadores com sistema de Higienização Automatizada. Após, Thiago da Silva André, ministrou a palestra "Experimental Investigation of Thermal Conductivity of Hibryd Nanofluid MWCNTS-AL2O3/PO. O caso seguinte foi o trabalho técnico de desempenho técnico experimental de um radiador automotivo operando com nanofluidos de nanotubo de carbono (MWCNTS). O tema foi abordado pelo professor doutor Enio Pedone Bandarra Filho. Ao final do bloco, Vilson Luiz Almeida Machado, mostrou os benefícios da ionização radiante catalítica

em um ambiente artificialmente climatizado.

Entendendo índices de umidade - Quando o índice de umidade está acima, há proliferação de fungos e bactérias. Estes, por sua vez, são os agentes causadores de mofo e bolor. O impacto, no entanto, não é só visual. Afeta bastante a saúde das pessoas. Os ácaros se desenvolvem em locais com umidade elevada permanecendo em travesseiros, toalhas e roupas de cama. Já os fungos, como decompositores de matéria orgânica, costumam se instalar em locais com potenciais fontes de alimento para procriar. Por isso, a madeira é

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No segundo dia, as palestras técnicas destacaram inovações em métodos de refrigeração e climatização: a programação da manhã trouxe uma série de ensinamentos na área
Hansen e a satisfação
do
encontroWalter Lemos Reflexão sobre o futuro, ressalta Mário Alexandre Os alertas de Flamínio Accorsi, o incentivo à capacitação Eduardo Brofman com Prof ° Beyer Bandarra F°, presidente da Anprac, e docente da Federal de Uberlândia. Cézar Raymundo, minicurso refrigeração industrial

um dos seus focos. A ação desses microrganismos pode desencadear crises alérgicas, pois ao entrar em contato com o corpo através do ar, o sistema imunológico reage. "Um dos pilares da qualidade do ar de ambientes internos é a umidade. Ao analisar as fontes de umidade, é possível compreender os efeitos sobre os ocupantes, bem como detectar problemas desde o projeto e que tipo de solução de climatização pode ser mais adequada, utilizando as tecnologias mais recentes disponíveis", afirmou o palestrante Rafael Dutra, engenheiro e coordenador de aplicação suporta programas estratégicos como qualidade de ar, simulações energéticas e consultoria em HVAC com as soluções da Trane Technologies.

Variações climáticas - As questões climáticas e as edificações foram abordadas em duas palestras realizadas na tarde de quarta-feira, dia 14, no Mercofrio. A primeira, apresentada por Ana Paula Melo mostrou o impacto dos dados climáticos na simulação de desempenho de edificações. "É importante ter um entendimento das variáveis climáticas para traduzir um pouco mais no desempenho térmico das edificações. Não podemos, por exemplo replicar algo que é projetado no Macapá, da mesma forma no Sul do Brasil", disse. Em sua fala, ela lembrou a importância de a engenharia trabalhar com foco na sensação de conforto térmico para as pessoas e detalhou conceitos importantes em relação ao tema. "O desempenho térmico é resultado do clima, tipo de edificação, componentes e modo de uso. A avaliação do desempenho térmico auxilia na determinação da eficiência energética na edificação. Já o conforto térmico, segundo a Norma Americana ASHRAE 55, é a condição de mente que expressa satisfação com o ambiente térmico. Ela é relacionada a percepção humana envolvendo variáveis humanas e ambientais", discorreu.

Na sequência, Marcelo Salles Olinger, explicou como os dados

climáticos futuros na simulação interferem no desempenho das edificações. Em sua apresentação, ele abordou estes temas utilizando ferramentas como TRACE 3D Plus para demonstrar formas que projetistas e consultores podem verificar e evidenciar problemas a fim de indicar e justificar soluções de climatização e controle mais adequados.

Preocupação Antiga – A apresentação de Oswaldo de Siqueira Bueno, trouxe a curiosidade sobre quanto é antiga a preocupação com a Qualidade do Ar em ambientes internos. Não é de hoje que o tema está em alta, por uma série de razões relacionadas à saúde. "Na Idade Média, começar a perceber que o ar interno de uma construção poderia transmitir doenças em ambientes com concentração de pessoas. Residências e pequenas construções eram aquecidas por lareiras e a fu-

maça poderia se esparramar pelo ambiente envenenando o ar. Em 1600 o Rei Charles I, da Inglaterra, decretou que nenhuma construção poderia ser feita com um pé direito inferior a 3 m e que as janelas deveriam ser mais altas que as pessoas. O objetivo era remover a fumaça", disse.

Depois, foi a vez do convidado Ingo Muhle que tratou sobre o método de absorção: sistemas e processos, que utilizam energia térmica para produzir um efeito de refrigeração. Nestes sistemas, o refrigerante, ou seja, a água, absorve o calor a temperatura e pres-

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Mário Canale, vice-presidente da Asbrav Fotos: divulgação. Alexandre Fernandes Santos, Asbrav PR Fernando Pozza, Daikin Bueno, preocupação antiga Márcio Pereira, JC HitachiRafael Dutra (com o certificado de participação)

são baixas durante a evaporação e libera o calor em temperatura e pressão altas durante a condensação. Quando o refrigerante passa por uma série de processos como evaporação, absorção, pressurização, vaporização, condensação, compressão e expansão, ele absorve calor de uma fonte de calor de baixa temperatura e o libera em um dissipador de alta temperatura. Dessa forma, seu estado físico volta ao inicial, onde se diz ter-se completado um ciclo de refrigeração. A demonstração dessa técnica foi uma das atrações da manhã.

Outra palestra apresentou como tema a Normativa da Qualidade do Ar, que trouxe as principais características da ABNT NBR 17037, que versa sobre QAI em ambientes não residenciais climatizados artificialmente e estabelece padrões referenciais. O assunto foi apresentado por Leonardo Cozac. "Entre as novidades está a necessária quantificação dos gêneros

fúngicos no ar exterior e interior, a fim de investigar possíveis fontes de contaminação e disseminação de microrganismos", disse. Uma das mudanças mais significativas, segundo o especialista é o estabelecimento dos parâmetros que regulam a qualidade do ar interior.

"Esta talvez seja a mudança mais importante. A concentração no ambiente climatizado/ventilado deve ser de até 700 ppm de dióxido de carbono (CO2), acima da concentração medida no ar exterior, valor recomendado para conforto e bem-estar. A produção de CO2 pelas pessoas é proporcional à produção de bioefluentes geradores de odores. A sua concentração no ambiente é, portanto, uma indicação do nível de odores esperado; não é indicação sobre o nível de poluição química do ambiente. Concentrações superiores às estabelecidas em ambientes ocupados por pessoas devem ser investigadas, pois tendem a pro-

vocar certa sonolência e redução da produtividade", explicou.

Qualidade do Ar: cuidados e particularidades na medição - Professor na Poli USP e engenheiro mecânico, Antônio Luís de Campos Mariani abordou as peculiaridades e os cuidados para que a medição da qualidade do ar nos ambientes internos seja realizada de maneira correta e com os instrumentos certos. A pauta abriu a sessão da tarde no segundo dia do Congresso Mercofrio 2022. "É preciso planejar os experimentos e medições considerando o objetivo da operação. Definir os objetivos e quais resultados se deseja alcançar", explicou. O palestrante reiterou a importância de se compreender e levar a sério o tema da Qualidade do Ar Interior. Os alertas são especialmente nas medições e nos trabalhos divulgados e considerados "sérios", mas que acabam recorrendo com informações equivocadas. Ele utilizou como exemplo um vídeo na internet que alega que o uso de máscaras de proteção contra a covid-19 faz mal para o ser-humano. "Esses pontos me preocupam. São coisas equivocadas, que se disseminam. As medições para qualidade do ar interior precisam ser feitas de maneira correta e respeitando as peculiaridades", sintetizou.

Palestra destaca função de segurança dos dutos na condução do ar climatizado - o controle de vazamento na rede de dutos foi matéria da palestra do engenheiro Wili Colozza Hoffmann. "Eles surgiram junto com o ar condicionado. A função deles é conduzir o ar climatizado de forma segura até o condicionador e até o ambiente climatizado", pontuou.

Ele acrescentou informando que o ar climatizado é "muito precioso" por algumas peculiaridades: "ele não pode ser armazenado e assim que produzido tem que ser entregue. Ele é caro e é difícil de ser contido e protegido". Hoffmann também abordou alguns aspectos das novas normas da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técni-

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Fotos: divulgação. Robson Petroni na apresentação do trabalho sobre QAI Luciano Marcato, mesmo de forma remota, encheu o auditório Da esq. p/ dir.: Mariani, Mário Alexandre, Giareta e Hoffmann Membros do PNQAI Lucas Fujita, Chemours

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cas. De acordo com ele, agora, são duas classes definidas: a de pressão e a de vazamento. "De pressão é resistência quanto a deformação. Vazamento é contenção do ar quando submetido a pressão", salientou. "Quando temos pressão interna no duto causa dois efeitos. Deformação mecânica e vazamento do ar por frestas", finalizou.

Gastos com energia elétrica chegam a representar até 40% dos custos de produção - Na palestra de sustentabilidade em refrigeração comercial foram feitas comparações de diferentes tecnologias disponíveis para o setor do ponto de vista de sustentabilidade e custos, com avaliação das emissões totais e custos totais de propriedade em diferentes cenários de temperaturas ambientes para determinação da solução ideal para sistemas de refrigeração comercial. O assunto foi trazido pelo palestrante, Lucas Takeji Nakaima Fugita, que é especialista de Serviços Técnicos e Desenvolvimento de Mercado da Chemours. A indústria de refrigeração alguns de seus maiores impactos estão ligados ao consumo de energia e uso de fluidos refrigerantes. Os sistemas frigoríficos exigem uma alta demanda de energia para manter as baixas temperaturas de um ambiente.

A importância da ventilação desde os primórdios tempos até os dias atuais - Ao longo da história humana a ventilação de ambientes habitados é condição de sobrevivência sobretudo depois da descoberta do fogo por nossos antepassados, pois não é possível habitar recintos onde há fogo sem uma adequada ventilação e renovação do ar. Através deste resgate histórico, o Mercofrio 2022 procurou mostrar a importância do assunto na atualidade. "Em um passado mais recente podemos nos remeter aos fogões a lenha e lareiras de nossas bisavós, onde a peça fundamental da ventilação é a exaustão pela chaminé. Em climas quentes desde a época dos egípcios tem sido aplicadas as torres de vento, também conhecidas

como apanhador de vento, Malqaf ou Badgir, é um elemento arquitetônico tradicional de resfriamento, que tem sido usado há milhares de anos em países com climas extremamente quentes. Alguns historiadores e arqueólogos atribuem aos persas a invenção das torres de vento, após descobrirem as ruínas de um templo persa de 3.000 a.C. que apresenta estruturas semelhantes a chaminés, sem vestígios de cinzas", relatou o palestrante, Eduardo C. Bertomeu, engenheiro mecânico pela Escola de Engenharia Mauá exerce a atividade de projeto de equipamentos de ar condicionado, ventiladores, filtragem de ar e aplicações nos principais fabricantes do Brasil.

A indústria 4.0 e suas aplicações no ar condicionado - A chamada quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, torna os processos de produção mais eficientes, autônomos e customizáveis, já que é marcada pela inovação, uma vez que nesta modalidade computadores se comunicam entre si para tomar decisões sem envolvimento humano. A temática trouxe para o debate o efeito das mudanças climáticas sobre a demanda crescente por sistemas de ar condicionado. O cenário traz a consequente urgência de se obter ganhos em eficiência energética para redução de emissões de CO2 e utilização de recursos naturais, além da responsabilidade dos sistemas de ar condicionado na garantia da qualidade do ar interior, traçando um paralelo com os eventos recentes de pandemia e os riscos permanentes de contaminação. A preocupação foi apresentada pelo palestrante Thiago Boroski, coordenador de eficiência energética e contas corporativas na Trox.

Metas para descarbonização de edificações até 2050 – o engenheiro Luciano Marcarto, da Daikin projetou mudanças com reflexos já em 2025, através da apresentação do painel "Tendências Tecnológicas para Descarbonização do Setor de HVAC", onde apresentou as metas da empresa para a redu-

ção da emissão de gases de carbono. Em um auditório lotado e de acordo com ele, o objetivo da Daikin é ter operações neutras até 2050, no entanto, avançando de maneira gradual ao longo do tempo. "As edificações correspondem até 40% da emissão dos gases e se espera que isso dobre até 2060. Por isso, é preciso agir". Segundo ele, este posicionamento da Daikin se deve a neutralidade do carbono e a adesão ao acordo de Paris. "Queremos até pelo menos 2025 reduzir em 30% e um avanço adicional de 50% até 2030", pontuou. Os pilares da visão ambiental da empresa são "produtos, soluções e o poder do ar". A descarbonização passa por desenvolver estratégias para isso nas edificações contendo a emissão dos gases estufa.

A amônia na refrigeração industrial - possui diversos benefícios que foram comprovados ao longo de décadas de aplicações nos sistemas de refrigeração. Porém o seu uso, ainda provoca muitos questionamentos. Já é sabido que a amônia possui melhores propriedades de transferência de calor do que a maioria dos refrigerantes químicos. Portanto, pode-se usá-la em um equipamento com uma menor área. Assim, a construção da instalação custará menos. Essas propriedades bene-

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ficiam a eficiência termodinâmica no sistema e reduzem seus custos de operação. Uma das preocupações recorrentes é a segurança. O gás carrega consigo uma fama de ser perigoso devido aos acidentes comuns no passado, geralmente, envolvendo frigoríficos que o utilizavam de maneira indevida, falta de dispositivos e procedimentos de segurança. A apresentação foi de Vanderlei Giareta, vice Presidente do IIAR – Instituto Internacional de Refrigeração com Amônia Capítulo Brasil.

Roda entálpica e roda dessecante em aplicações comerciais - O sistema que transfere temperatura e umidade entre dois fluxos do ar também esteve presente na programação do Congresso Mercofrio 2022. Os detalhes técnicos da instalação foram trazidos pelo palestrante Bo Andersson, diretor na Comset, recuperação de energia, HVAC. Ele destacou características da estrutura como: controle de temperatura, umidade, pressão, vazão e qualidade do ar. A unidade é composta por ventiladores, filtros, recuperadores, serpentina, lâmpada UV e umidificador. O convidado também mostrou detalhes do funcionamento da Roda Dessecante, equipamento desumidificador de ar Olhar atento ao passado presente e futuro na refrigeração - Atração internacional do Mercofrio 2022, Dr. Eckhard A. Groll é o professor da engenharia mecânica e chefe da engenharia mecânica da Purdue University. Nas últimas décadas, as ciências de refrigeração e ar condicionado estão em um estado

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de fluxo, principalmente devido à eliminação progressiva dos refrigerantes CFC e HCFC, que como já sabemos, destroem a camada de ozônio e, secundariamente, devido a preocupações ambientais relacionadas aos impactos diretos do aquecimento global de alguns dos refrigerantes de reposição. Devido a essas preocupações, há um grande interesse mundial em usar substâncias que ocorrem naturalmente na biosfera como refrigerantes, que são considerados benignos ao meio ambiente e são denominados "fluidos de trabalho naturais". "Surpreendentemente, muitas dessas substâncias já eram usadas como refrigerantes no início da tecnologia de refrigeração no final de 1800. Assim, ao olhar para os refrigerantes do futuro, é essencial entender quais substâncias foram usadas no passado. Por isso, fiz uma revisão detalhada dos refrigerantes passados e presentes e refrigerantes e suas respectivas tecnologias que podem ser usadas no futuro. É importante uma avaliação de suas características relacionadas à escolha de um versus outro, e uma identificação das tendências estabelecidas por essas escolhas", disse.

O professor Groll ensina termodinâmica e sua pesquisa se concentra nas ciências térmicas fundamentais aplicadas a sistemas avançados de conversão de energia, componentes e seus fluidos de trabalho. Desde que ingressou na Purdue, ele foi o investigador principal (principal investigator, PI) ou Co-PI em mais de 120 bolsas de pesquisa e mais de 40 bolsas educacionais. Atua como

Editor Regional para as Américas do International Journal of Refrigeration e organizou e presidiu 11 conferências internacionais sobre temas de Refrigeração, Ar Condicionado, Compressores e Fluidos de Trabalho Naturais.

Recebeu vários prêmios por sua excelência em pesquisa e ensino, incluindo a Medalha de Ouro Internacional J&E Hall de 2018, em Refrigeração, pelo Instituto de Refrigeração e o Prêmio Internacional de Bomba de Calor Peter Ritter von Rittinger de 2017, pelo Centro de Bombas de Calor da IEA. Além disso, ele foi introduzido no Livro dos Grandes Professores de Purdue em 2008.

Palestra Top Reasons to Choose Hitachi VRF Technology - Atualmente o VRF (Variable Refrigerant Flow) é mais do que uma simples família de produtos, é uma "tecnologia". Em 2022 a Jonhson Controls Hitachi completou 38 anos do lançamento do seu primeiro VRF. Durante a apresentação, no Mercofrio 2022, o palestrante Márcio Pereira, que é engenheiro mecânico e gerente de produtos na Jonhson Controls Hitachi, responsável pelo portifólio de produtos para a América Latina explicou aos presentes o sistema de climatização VRF (Fluxo de Gás Refrigerante Variável), como sendo um sistema de ar condicionado central, do tipo multi split, que funciona com uma única condensadora (unidade externa) ligada a várias evaporadoras (unidades internas) através de um ciclo único de refrigeração, com sistema de expansão direta onde o fluxo de gás refrigerante é variável.

Mercofrio encerrou com sucesso de público e avaliação positiva dos debates.

A primeira palestra da grade desta quinta-feira foi dedicada ao tema do uso de gás natural nos sistemas de climatização. O tema foi trazido por Márcio Rocha. Para grandes empreendimentos que utilizam muita energia no horário de ponta, a utilização de ar-condicionado a gás natural pode trazer

sensíveis reduções nos custos de energia, água e manutenção. Em vez do sistema de climatização utilizar somente energia elétrica para produção de água gelada, ele passa a utilizar em torno de 90% de gás natural.

O uso da amônia, como alternativa, também esteve em pauta. O es-

paço contou com participação do presidente Anprac, Ênio Bandarra. Em sua abordagem, o palestrante discorreu sobre o IIAR – Instituto Internacional de Refrigeração por Amônia. Após, o público acompanhou a apresentação de Vanderlei Giareta, que aprofundo os cuidados necessários na instalação de

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formance. A diferença maior não estava só na renovação de ar, mas na luminosidade. A iluminação no local de trabalho importa muito", disse.

O palestrante é engenheiro de aplicação da Midea Carrier para toda a linha comercial (AHU, Chiller, Package e VRF), atendendo território Nacional.

Para melhorar a eficiência de sistemas de climatização, a aposta também é no uso de materiais alternativos. O uso de tubulações termoplásticas industriais oferece vantagens como conexões mais leves, menor perda de carga, menor condutividade térmica e menor tempo para sua instalação. O engenheiro Mecânico e gerente Engenharia de Aplicação da Hidrodema, Eduardo Zoéga Marotti, apresentou as facilidades e benefícios da aplicação de tubulações desse tipo e as vantagens técnico-comerciais em relação a aplicação de tubulações convencionais como Aço Carbono e o Polipropileno Randonico – PPR.

"São termoplastos que demandam menor quantidade de energia para sua produção. A relação massa x quantidade de energia para sua elaboração já mostra um ganho representativo. Quando se fala em sustentabilidade essa é uma característica que já deve ser considerada", explicou.

sistemas com amônia.

Um dos temas da atualidade que mais preocupam é a relação entre a qualidade do ar interno, saúde e produtividade dos ocupantes de edifícios. Recentemente, novos estudos liderados pela Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard, em parceria com a Universidade de Nova York e a Universidade de Syracuse e com apoio da Carrier, comprovaram e quantificaram esta relação. Durante palestra, realizada no último dia do Congresso Mercofrio 2022, Gustavo Hoffmann apresentou como os estudos fo-

ram feitos e as importantes conclusões a serem consideradas no dia a dia dos projetos de HVAC. Nos edifícios de alta performance certificados verde comparados com edifícios de alta performance não certificados, a qualidade do sono foi 6.4% melhor. A tomada de decisão das pessoas, também foi altamente impactada. 38% apresentaram melhor atividade de foco, 31% melhor em decisões estratégicas, 44% melhor em atividade aplicada e 73% responderam melhor em situações de crise. "Todos eram prédios de alta per-

A apresentação do palestrante Antônio Luís de Campos Mariani falou da filtragem e variação do ar externo na relação com a Qualidade do Ar Interior. O especialista comentou estudos que mostraram a importância da técnica no processo de purificação do ar.

"O ar externo estava com uma concentração de fungos, bastante acentuada. Acima da ordem e dos 1500 Ufc por metro cúbico. O processo interno proporcionou uma excelente redução, o que nos chamou a atenção. O que percebemos é que a variação da vazão de ar exterior trouxe maior influência que a troca de elementos filtrantes. A concentração de material particulado em baixos níveis não permitiu verificar influências da filtragem", disse.

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CASE
Fotos: divulgação. Time Sicflux Da esq. p/ dir.: Carlos Madeira, da Abrava e PNQAI com Rafael Dutra e o visitante Fernando. Equipe organizadora do Congresso Mercofrio 2022 Da esq. p/ dir.: Janaína Costa, Cristiane Di Rienzo, Inez Luz, Ana Carolina Rodrigues e Dila Aquino, da Asbrav De frente, Cristiano Brasil, Midea Carrier Membros da Ashrae Brazil e Ashrae South Brazil com o presidente da Asbrav, Luís Hansen Estande da Industrillas, soluções para travamento

A análise do Indoor Air Quality, ou qualidade do ar nos ambientes internos tornou-se uma valiosa ferramenta para promoção de um ar saudável e que proteja a população de doenças. A pauta, foi abordada na programação por Mário Canale e Carlos Henrique Madeira.

PNQAI: Uma das palestras foi dedicada a apresentação do Plano Nacional da Qualidade do Ar Interno. "Queremos levar isso para fora. É uma iniciativa da sociedade civil, como cidadãos. Há alguns anos estamos tentando falar com o setor público, através de ministérios, mas até hoje não conseguimos fazer com que os governos vissem esse tema como uma prioridade", afirmou Leonardo Cozac.

Reduzir a emissão de Carbono e buscar fontes de energia alternativa - Reduzir as emissões de

carbono nas operações; reduzir a demanda de energia, preservando a qualidade e funcionalidade dos ambientes internos; adotar fontes de energia renovável; reduzir as emissões de carbono durante a construção das edificações; e reduzir o carbono incorporado nos materiais estruturais, do envelope e dos sistemas dos edifícios são as missões mais importantes do ponto de vista ambiental nas áreas de atuação do segmento de HVAC. Em sua apresentação "Decarbonization, the solution to climate stabilization", o convidado João Carlos Antoniolli abordou temas atuais associados ao ODP e os escudos do planeta, GWP e o calor, efeito estufa, ciclo do carbono, descarbonização e seu conceito e finalizando com os três fatores mais relevantes para reduzir os efeitos dos equipamentos de HVAC na pegada de carbono. "O

gás carbônico é um dos gases de efeito estufa, um fenômeno natural e fundamental para a manutenção da vida no planeta. Mas quando há CO, em excesso, o efeito estufa é intensificado e a temperatura do planeta se eleva, o que chamamos de aquecimento global. Aqui vale relembrar que existem três formas de liberação de gás carbônico na atmosfera e apenas uma forma de absorção ou reciclagem. A liberação de gás carbônico acontece por meio da respiração celular; decomposição de organismos vivos e combustão", disse.

Ao final, o palestrante lembrou que é fundamental que os países busquem fontes limpas de energia, como por exemplo, a energia solar, eólica e hidrelétrica. "É importante que essas fontes sejam renováveis. Os combustíveis fósseis levaram milhares de anos para serem produzidos e não se renovam na mes-

Eficaz contra COVID-19 e demais doenças respiratórias

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HOSPITALARESRESIDENCIAIS COMERCIAIS E EMPRESARIAIS TRANSPORTES PÚBLICOS ADEQUADO PARA DIVERSOS AMBIENTES 33 I In n nst st staal Instal nsta a aç açãção ção intern ern rn n ntte e in er r a
Instalação interna
PROTEGENDO A SAÚDE HUMANA SEM O USO DE PRODUTOS OU MATERIAIS QUÍMICOS NOCIVOS
SAIBA MAIS EM:

QAI MERCOFRIO

ma velocidade da nossa utilização. Isso significa que essa é uma fonte de energia esgotável", acrescentou.

Já as bombas de calor são uma tecnologia de aquecimento totalmente elétrica que desempenhará um papel significativo na descarbonização predial. O tema foi apresentado pelo engenheiro Ricardo Albert. "Os equipamentos normalmente se aproveitam de um compressor eletricamente acionado e de um ciclo de compressão de vapor fechado. As bombas de calor de nível comercial vêm de muitas formas e podem fornecer

aquecimento e resfriamento úteis ou, simultaneamente, fornecer aquecimento e resfriamento úteis. Tecnicamente, a maioria dos equipamentos de refrigeração pode ser classificada como bombas de calor, embora o termo seja normalmente reservado para equipamentos que fornecem calor útil", explicou Albert.

A mudança climática impacta a toda população e o tema não poderia ficar de fora na realização do Mercofrio. O convidado internacional Henry Slake, falou sobre o assunto abordando as possibili-

dades que os membros da Ashrae podem contribuir neste processo.

Água: um bem indispensável para o nosso futuro e que merece todo cuidado O tema foi abordado na palestra "Importância do Programa de Tratamento de Águas para sistemas de AVACR", com Charles Domingues que integra o Comitê Nacional de Tratamento de Águas, e defende que mercado de tratamento de águas precisa caminhar para a programas de tratamentos customizados. Em sua abordagem, destacou, inicialmente, a importância de entender a função da água no nosso planeta que, apesar de abundante como é o caso do Brasil, tem como tendência ficar cada vez mais escassa. Uma informação, reforça esse alerta: do montante de água doce (rios; lagos; fontes; subterrâneas etc.) existente no planeta, podemos aproveitar em torno 0,77% do total, salientando que a quantidade de água doce disponível não está distribuída de maneira uniforme ao redor do globo. "O que venho observando como consultor e especialista é que pelo Brasil programas de tratamentos de águas vêm sendo utilizados de maneira genérica, ou seja, um programa pré-definido que já funciona em algum local sendo aplicado em outro. O mercado de tratamento de águas precisa caminhar para a programas de tratamentos customizados, ou seja, elaborados em função da qualidade da água, estado atual dos equipamentos e obedecendo tendências ambientais, haja vista estarmos em um país com dimensões continentais assim sendo o que funcionou ou funciona em um sistema não necessariamente performará em outro", disse Charles Domingues que é químico, perito e Auditor Ambiental.

Palestras Técnicas mostram uso adequado de purificadores de ar, umidificadores e condicionadores de ar

A primeira parte do bloco dedicado a ensinamentos técnicos foi trazido por Maria Vitória de Oliveira Fonseca que prestou orientações

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Marlos Cunha, Cristiane Di Rienzo e Arthur D. T. Ngai, da Chemours Carlos Madeira, Charles Domingues e Mário Canale, vice-presidente da Asbrav Um dos tantos debates desta edição Da diretoria da Asbrav a membros organizadores: Paulo Presoto e Mário Alexandre Os professores João Pimenta e Ênio Bandarra: Mestres da Universidade de Brasília Hansen, - à dir. -, com o time da Hidrodema Adão Weber, da Asbrav Eduardo Bertomeu, Sicflux

quanto ao uso de condicionadores de ar split em ambientes escolares de modo a reduzir transmissão área de vírus. Após, Robson Petroni, discorreu sobre os testes de eficácia em purificadores de ar e qual a importância desses protocolos. A renovação do ar interno com ar externo limpo (tratado) é a maneira mais eficaz de melhoria da qualidade do ar. Contudo, muitas residências, hospitais, hotéis e escritórios não possuem sistemas de renovação do ar. Ao final do bloco, Alexandre Fernandes Santos, trouxe uma comparação holística de energia e missões para desumidificação de piscinas cobertas.

Ashrae South Brazil e Ashrae Brazil Chapters Meeting

Um debate contou com a participação da diretora regional Ashrae, Tulia Rios; do RVC Student President da Chapter Brazil, Walter

Lenzi e do presidente do Chapter South Brazil, Felipe Accorsi. Os presentes acompanharam uma apresentação da Ashrae South Brazil e da Ashrae Brasil Chapters, aprofundando um pouco mais sobre os princípios norteadores das instituições e os principais desafios. A Ashrae é uma sociedade global que promove o bem-estar humano, por meio de tecnologia sustentável para o ambiente construído. A Sociedade e seus membros se concentram em sistemas de construção, eficiência energética, qualidade do ar interno, refrigeração e sustentabilidade na indústria.

Projetos - Um dos blocos finais do Congresso Mercofrio foi voltado aos projetos em diferentes aplicações no segmento. Roberto Montemor discorreu sobre projetos industriais em cozinhas. "As grandes indústrias que estão no Brasil, hoje,

há algum tempo condicionam a cozinha porque a legislação trabalhista é muito séria", alertou.

Na sua apresentação sugere como elementos padrão nos projetos usar entalpia do ar externo como carga térmica e insuflar o ar de 18 °C a 22 °C, além de sugerir o uso de Spot Cooling, que faz um direcionamento do ar. O espaço também contou com apresentação de Fernando Tessar. Francisco Pimenta com o painel Mercofrio projetos premiados pela Ashrae. Ricardo Gibrail encerrou a programação. Na sua fala, apontou elementos vitais na obtenção da presente certificação LEED: consciência do cliente em relação ao investimento para a Certificação LEED; projeto de arquitetura discutido e definido; contratação da equipe multidisciplinar com experiência em Certificação e contratação de empresa Certificadora.

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QAI MERCOFRIO

PRÊMIO ANPRAC RECONHECE TRABALHOS TÉCNICOS NO SEGMENTO HVAC

Distinção foi entregue no encerramento do Congresso Mercofrio 2022. Os trabalhos foram apresentados durante o encontro realizado em Porto Alegre (RS), no Centro de Eventos Barra Shopping Sul. Concorreram ao prêmio, os trabalhos técnicos nas categorias de melhor trabalho de QAI e Saúde, Fundamentos em HVACR e Destaque Inovação.

VENCEDORES:

• Categoria QAI e Saúde: Análise da Variação de Filtragem e da Vazão do Ar Externo sobre Parâmetros de Qualidade do Ar Interior, de Antônio Luís de Campos Mariani

• Categoria Fundamentos em HVACR: Avaliação Experimental do R436A como um refrigerante alternativo ao R134A em um ciclo de refrigeração em cascata que opera com R744, de Ênio Pedone Bandarra Filho;

• Categoria Destaque Inovação: Desempenho Térmico Experimental de um Radiador Automotivo Operando com Nano fluidos de Nanotubo de Carbono (MWCNTS), de Edwin Martin Cardenas Contreras (representado por Ênio Pedone Bandarra Filho).

Daikin, Dufrio, Hidrodema, Industrilas, Johnson Controls Hitachi, Midea Carrier, Sicflux, Trane. Também, Chemours, Comset, Sulgás, Trox Technik. Ainda organização da Office Eventos. Instituições apoiadoras: Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM); Associação Brasileira de Engenheiros Mecânicos (Abemec-RS); Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava); Associação Nacional de Profissionais de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Anprac); Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-RS); Ashrae Brasil Chapter, Ashrae South Brazil Chapter; Conselho Nacional de Climatização e Refrigeração (CNCR); Instituto Internacional de Refrigeração por Amônia (IIAR-Brasil); Plano Nacional de Qualidade do Ar Interno (PNQAI); e Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar (Sindratar-RS).

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REALIZADO PELA ASBRAV, A 13° EDIÇÃO DO CONGRESSO MERCOFRIO TEVE PATROCÍNIO DAS SEGUINTES EMPRESAS: Fotos: divulgação. No destaque, o ex presidente da Asbrav, Luiz Afonso

AVANÇOS E DESAFIOS NORTEIAM O PROGRAMA NACIONAL DA QUALIDADE INTERNA DO AR - PNQAI

Redução de fontes de contaminação interna, bem como tratamento de ar externo estão entre as ações

O Programa Nacional de Qualidade do Ar Interno (PNQAI) tem o objetivo de promover o desenvolvimento de ações de forma colaborativa para mobilização da sociedade e à adoção de medidas capazes de promover a qualidade do ar em ambientes internos, tornando-os saudáveis e mitigando os efeitos nocivos de espaços insalubres, que afetam a saúde e capacidade produtiva das pessoas. O tema foi apresentado pelo presidente da entidade Leonardo Cozac. Entre as atribuições do grupo estão: geração de conhecimento, desenvolvimento tecnológico e acesso à informação; Simplificação dos marcos normativos e regulatórios, incluindo a revisão dos padrões de qualidade do ar interno; Capacitação nacional e padronização dos agentes fiscalizadores e profissionais do setor; Plano de fomento a ações de QAI; Implantação de programa de certificação de ambientes, produtos e serviços.

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Sidney Vertuoso, da sueca Industrillas

CONTEÚDO E EDUCAÇÃO

CURSO

“PROJETO DE CLIMATIZAÇÃO: PSICROMETRIA”

é o primeiro de uma série realizada pela BDR Learning

Psicrometria. Quem nunca ouviu falar? Aliás: quem do setor de HVAC nunca precisou se valer de seus conceitos para analisar as condições de um projeto para climatização de ambientes, uma vez que é através dela que se analisa as condições necessárias para se obter a temperatura e umidade corretas? “Quando tratamos sobre sistemas de HVAC, diversos detalhes estão presentes para que se possa garantir maiores eficiência e qualidade. Entre esses detalhes, encontra-se a Psicrometria, que auxilia na compreensão das características do ar nos ambientes e o que é necessário para tratá-lo”, diz o engenheiro, Bruno de Rosso.

Foi a partir deste ponto, maiores eficiência e qualidade, que Rosso, docente de diversos cursos de graduação da escola Politécnica da PUCRS e coordenador dos cursos de pós-graduação em Engenharia de Refrigeração e Climatização e em Projeto e Edificações Sustentáveis, fundou a BDR Learning – HVAC Academy, “uma plataforma de ensino de alta qualidade dedicada ao setor HVAC”, como ele define. Com o foco no aperfeiçoamento do conhecimento de profissionais, estudantes, técnicos, arquitetos, engenheiros, projetistas e entusiastas do setor de refrigeração e climatização, a BDR Learning, também presta consultoria e treinamentos especializados e exclusivos. Mas não é só. “Poderíamos ser apenas mais uma plataforma voltada para o setor de HVACR, no entanto, nosso foco, que se torna um diferencial, é entregar para os nossos alunos, conteúdos de qualidade, baseados, novamente, na obtenção do melhor desempenho do sistema de ar condicionado, tanto através dos nossos cursos, quanto de literatura desenvolvida especificamente para este fim”, conta o docente. E o primeiro resultado deste objetivo é o curso Projeto de Climatização: Psicrometria, “esta é a ferramenta mais importante do profissional do

setor HVAC e, ainda, é pré-requisito para muitas outras técnicas. Dessa forma, o curso foi elaborado para permitir que todo o público possa aprofundar-se sobre o tema e aplicar este conhecimento da melhor maneira possível", diz o professor Bruno sobre os conceitos, equações fundamentais, processos e as aplicações diversas da psicrometria.

O engenheiro informa que o curso é ministrado por ele e apresenta mais de 30 horas de conteúdo, divididos em seis módulos, “além de conceitos, processos e aplicações desta ferramenta, há também aulas com a exemplificação em situações hipotéticas, porém realistas à aplicação de cada um dos tópicos estudados”, conta.

Lançamento do livro - Além do curso, que é destinado principalmente a estudantes de engenharias e arquitetura, técnicos em refrigeração, engenheiros, profissionais liberais, projetistas e entusiastas do HVAC, os inscritos, ganharão graciosamente no local onde desejarem, um exemplar do primeiro livro de autoria do docente: Psicrometria aplicada à Climatização e Refrigeração, que possui toda a teoria dos tópicos apresentados nas aulas. Com este primeiro lançamento, o autor possibilita a melhor visualização e aproveitamento dos tópicos estudados no curso Projeto de Clima-

tização: Psicrometria, lançado pela BDR Learning. “São 354 páginas de conteúdo com os principais fundamentos, a utilização da carta, os diversos processos psicrométricos e as estratégias bioclimáticas e as devidas aplicações, criando um verdadeiro manual da psicrometria para todo o público-alvo do curso e interessados. O evento de lançamento aconteceu na Livraria Cultura de Porto Alegre RS) em 29 de outubro, destacando um dos temas mais pertinentes a projetos e estudos do setor de climatização, a psicrometria.

crometria, ng “São354páginasde

A Carta Psicrométrica - É um método gráfico desenvolvido pelo engenheiro alemão Richard Mollier no início do século XX. Esse método serve para demonstrar as propriedades das diversas misturas entre ar e vapor d’agua, ou seja, serve para que possamos saber o que irá ocorrer com a temperatura e a umidade do ar no ambiente controlado.

CURIOSIDADE

Em grego antigo, a palavra ψυχρός ou Psikrós (transliteração livre) quer dizer a palavra “frio”.

Sobre o autor: Professor de diversos cursos de graduação da escola Politécnica da PUCRS e coordenador dos cursos de pós-graduação em Engenharia de Refrigeração e Climatização e em Projeto e Edificações Sustentáveis, Bruno de Rosso Ribeiro, é graduado em Engenharia Mecânica e Mestre em Engenharia e Tecnologia de Materiais, ambas pela PUCRS e, por mais de 12 anos, atuou em projetos HVAC, consultorias em diversas multinacionais e associações do setor e, atualmente, é professor, fundador e CEO do grupo BDR educacional e BDR learning.

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Fotos: divulgação. Bruno Ribeiro

Nossa forma de trabalho se baseia em respeito e transparência para gerar confiabilidade e assim criarmos uma sólida parceria.

EMPRESA

A RP ENGENHARIA & AUTOMAÇÃO, nasceu em 2016 direcionando seus esforços na prestação de serviços de Consultoria e Projeto focados em Automação e Eficiência Energética. Atende todas as regiões do Brasil e promove resultados reais em instalações de HVAC e Refrigeração Comercial e Industrial.

Rafael Piovani, seu fundador, é formado em Engenharia de Controle e Automação com especialização (MBA) em Administração de Empresas para Executivos. Experiência de 21 anos em HVAC-R com ênfase em consultoria e execução de projetos focados em automação, eficiência energética e retrofit promovendo soluções baseadas em programações e configurações dedicadas. Também desenvolveu importantes trabalhos para as multinacionais Danfoss e Santerno durante o período em que nelas atuou como colaborador.

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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

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EM MEMÓRIA

empresário gaúcho Paulo D'Arrigo Vellinho, teve uma trajetória de mais de seis décadas de empreendedorismo. Diante dos desafios, em meados de 1950, Vellinho revolucionou o processo de industrialização do Estado do Rio Grande do Sul fundando a Springer, que décadas mais tarde seria vendida para a americana Carrier.

Natural de Caxias do Sul, ele se formou em química industrial pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1949.

As carências de infraestrutura e de máquinas e equipamentos necessários para a fabricação de refrigeradores e condicionadores de ar levaram-no a desenvolver soluções originais, combinando tecnologia de processo com tecnologia de produto. Isso tudo num cenário caracterizado pela disponibilidade abundante de mão de obra barata e de crédito escasso e caro, mas que não impediram o desenvolvimento de produtos competitivos em termos de preço e qualidade. A série de inovações ajudaram a tornar a Springer vencedora num mercado aberto à concorrência, mesmo sendo a fábrica localizada no extremo Sul.

A falta permanente de capital de giro próprio exigiu sempre o pioneirismo, à época, do modelo de terceirização de fornecedores de partes, peças e componentes, hoje consagrado nas operações das montadoras. Todas as implantações e soluções foram adotadas a partir de 1953. Pioneiro, foi Vellinho quem trouxe a marca Admiral para o Brasil, através dos aparelhos de ar-condicionado de janela e das televisões.

Visionário, idealizou o “Prêmio Sringer – Por um Rio Grande Melhor”, outorgado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio

Grande do Sul a personalidades de destaque no cenário político e econômico do estado.

Referência no empreendedorismo gaúcho, ele também presidiu importantes entidades, como a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul e o Centro das Indústrias do Estado, na gestão de 1971 a 1974. Ainda, liderou a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e a Associação Gaúcha de Avicultura; entre outras tantas entidades de classe, executivo da Coemsa e da Avipal, Vellinho poderia ser reverenciado como um dos personagens que ajudou a forjar a indústria gaúcha e brasileira do século 20.

Mas a faceta que mais merece destaque é outra: a de homem público que nunca ocupou cargo público.

Não há contradição aí. Paulo Vellinho é de uma geração de homens de negócio, da qual também fez parte Antônio Ermírio de Moraes (1928-2014), cujos projetos empresariais jamais deixaram de contemplar um projeto de país. O comando de companhias e entidades de classe importantes era visto não como uma regalia a ser explorada para fins de promoção pessoal ou classista, e sim como uma responsabilidade da qual o capital privado não poderia se furtar naquela quadra da história do Brasil: a de ajudar a construir uma ideia de nação.

Um ideal do qual Vellinho foi porta-voz enquanto esteve na ativa, de meados da década de 1950 até o início do novo milênio.

Ainda, sim, Paulo Vellinho continuou nos ofertando seus pensamentos, escrevendo para jornais gaúchos e proferindo palestras. Ao completar nove

décadas de vida, pode jactar-se das empresas que comandou, dos empregos que gerou e das amizades que fez. E, principalmente, pode se orgulhar de ter travado o bom combate, de ter cerrado fileiras em nome de ideais que permanecem relevantes e atuais – por mais que o país com o qual tanto contribuiu pareça fazer questão de ignorá-los. E aos 90 anos, lançou um livro – não uma biografia – contendo uma seleção de cases vivenciados ao longo de sua trajetória de mais de 60 anos de empreendedor em que participou ativamente do processo de industrialização do país. Sob o título Paulo Vellinho – O Realizador de Um Sonho Chamado Springer, o destaque da obra fica por conta das ações pioneiras que levou a efeito à frente da Springer a partir dos anos 50 do século passado.

Paulo Vellinho, 95, morreu em 8 de setembro, em Porto Alegre (SP) A causa da morte não foi informada.

Vellinho deixa três filhos, netos e a segunda esposa.

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A longa, exemplar e brilhante trajetória empreendedora de mais de 60 anos de PAULO VELLINHO , que participou ativamente do processo de industrialização do país.
Fotos: divulgação.

O ADEUS A

CÉSAR ROMERA!

ésar Ramón Antonio Romera nasceu em 23 de outubro de 1926, em Buenos Aires, Argentina. Foi uma grande figura, profissional dos mais qualificados e amigo de todos do setor de HVACR, com uma belíssima história de vida, incluindo sua trajetória profissional.

Muito estudioso, Romera começou sua carreira em 1946, na Carrier Lix Klett da Argentina, representante exclusiva naquele país da Carrier, dirigida pela família Lix Klett: Ernesto, o pai e presidente da empresa, foi colega de faculdade de Willis Carrier, em Cornell, Estados Unidos; seu filho Luis, dirigia a área de Ar Condicionado; e seu irmão, também Ernesto, cuidava da área de eletricidade, composta naquele tempo por lâmpadas fluorescentes e pelos televisores americanos da marca Sylvania, pioneiros no país do tango. Por isso, não foi difícil ouvir de Romera, que ele teve a missão de ir buscar Willies Carrier, na estação de trem, quando o engenheiro foi visitar aquele país. “Fui esperá-lo na estação de trem

junto com outros colegas”, contava. Anos depois seguiu para a Venezuela, onde trabalhou na Worthington Corporation; e de lá aportou aqui no Brasil, em 1960, através do convite de um outro conterrâneo, Carlos Arturo Viniegra, fundador da Frigostrella. Romera iniciou sua trajetória no Ar Condicionado na Starco - no tempo de Isaac Serebranik e Hans Sonnenfel -, e depois trabalhou na Cebec, onde atuou, entre outras, nas obras de Brasília. Em carreira solo, já na década de 1980, tornou-se responsável pela manutenção das Centrais de Refrigeração do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, entre outras obras.

Grande companheiro de muitos dos que se desenvolveram no Brasil e que lembram com muito carinho de sua amizade, como José Medela, que tem em Romera um grande amigo e incentivador de sua

vida, desde o seu início na Carrier Lix Klet, em 1954, e que fez com que viesse também para o Brasil. “Nossa amizade durou mais de 60 anos. Nossas famílias são amigas desde sempre, nos frequentávamos e por isso, tive o privilégio de aprender e conviver com Romera até os últimos momentos, um ser humano acima de qualquer adjetivo, a quem reconheço por todos os seus ensinamentos e amizade”, pontua.

Romera, 95, foi vítima de um AVC em 3 de outubro. Deixa dois filhos e duas netas.

A revista é produzida pela Di Rienzo Comunicação & Eventos. A distribuição é gratuita. Para recebê-la basta acessar: www.mundodoaredarefrigeracao.com.br e se cadastrar no campo “NewsLetter”. Pronto! Você receberá as edições impressas e digitais!

41 OUT/NOV/DEZ | 2022
Fotos: divulgação.

GIRO DA ENGENHARIA

PROJETO TRANSAMAZÔNICA, UM OLHAR PELA REALIDADE

Na volta da segunda edição do Projeto Tranasamazõnica, seu idealizador, Sérgio Eugênio da Silva, que também é fundador da Super Ar, especializada em manutenção e cursos de capacitação para ar condicionado automotivo, conta em entrevista exclusiva ao Podcast Mundo do Ar e da Refrigeração como foram estes 15 dias rumo ao Pará e o que viu nos lugares por onde passou. Confira aqui trechos desta entrevista!

HVACR: Prof ° Serginho: qual é o apanhado que você faz da Expedição Transamazônica?

Prof °: Primeiramente, eu sempre tive um sonho de conhecer Fordlândia¹ e Belterra². E como eu sou do segmento e da indústria do ar condicionado automotivo, sempre me interessei pela história do Henry Ford, que foi um dos pais do capitalismo, e que fundou estas cidades. E já que falamos muito de cases de sucesso, e eu fui conhecer um case de fracasso que foi a Fordlândia. Nas faculdades de administração de empresas, este é um dos cases estudados, consistindo no seguinte: o Henry Ford foi para o Pará, na selva amazônica, e resolveu fazer uma indústria pra extrair látex, a fim de produzir a borracha para os pneus dos seus automóveis.

HVACR: Exatamente.

Prof °: Ford veio dos Estados Unidos com vários navios pelo rio Tapajós, e desembarcou, onde é hoje a Fordlândia, e montou ali uma cidade, criando hospital, escola e indústria.

HVACR: E veio com toda a família.

Prof °: Isso. E tentou fazer uma cidade, estabelecer-se por lá, e durante 20 anos ficou patinando, e não conseguiu ter tanto êxito assim. Enfim, aí eu aproveitei a oportunidade de trabalhar com a sazonalidade do AC Automotivo, que é o inverno daqui de São Paulo, na região sudeste, onde é muito frio, para realizar a Expedição Transamazônica.

HVACR: E por que a Transamazônica?

Prof °: Todo inverno vivemos um período meio de crise, então, aproveitei esse tempo ocioso, e numa das pesquisas que eu fiz na internet, eu percebi que Santarém, na região do Pará, é uma das mais quentes do norte, e uma das regiões que mais tem oficinas para ar condicionado. E nos últimos anos viemos falando muito da Emenda de Kigali, do Protocolo de Montreal, que é a onda

do momento, portanto, eu uni o útil ao agradável: conhecer Fordlândia, e passar por esses locais, disseminando conhecimento através de palestras sobre fluidos refrigerantes e gases efeito estufa.

HVACR: E como foi?

Prof°: Eu fiquei mais assustado do que imaginava. Embora eu tivesse uma certa desconfiança. Cheguei lá e eu percebi que nunca, ninguém viu uma recolhedora ou uma recicladora de gases refrigerantes.

HVACR: Como assim?

Prof°: Para se ter uma ideia, num dos locais passamos por 50 oficinas, todo mundo fazendo manutenção em ar condicionado, jogando gás deliberadamente na atmosfera, sem recolher, porque não conhece, nunca viu, nunca ninguém esteve lá para falar que existe uma forma adequada de recolher esses gases e para mostrar como funciona. Então, reuni um time de empresários que apoiou o meu projeto, e a gente resolveu ir. E no caminho a gente foi parando nas oficinas, paramos em Três Lagoas (MT) também, que não é uma cidade tão carente quanto algumas do Nordeste, pois tem muita gente voltada ao agronegócio, além de companhias como a Eldorado, a Suzano Celulose, entre tantas mais.

HVACR: É a segunda Expedição consecutiva que você faz. Qual é a diferença entre essas duas experiências?

Prof°: Vamos melhorando à medida que vai acontecendo. O que faltou na primeira (2021), foi apresentar ao público as palestras e os cursos. Por outro lado, destaco o cerrado, o clima do Jalapão, que está ameaçado. Isso não é brincadeira.É nítido Eu pude confirmar que o cerrado está ameaçado. Na ida para a Transamazônica, o período de transição entre o cerrado e a floresta tem uma extensão de 200 quilômetros. E o que mais me assustou, principalmente, porque

sempre falo de gases do efeito estufa, foi que eu vi, constatei de perto as suas consequências. E hoje eu falo com mais propriedade ainda, porque eu vi, independente de qualquer ideologia política.

HVACR: O que aconteceu?

Prof°: Eu sempre tive um sonho de sair de São Paulo e ver o céu azul. E eu fiquei assustado porque cheguei em Cuiabá (MT) e até Santarém (PA), o que dá cerca de mil quilômetros, e não vi o céu azul. Parei dois dias em Sinop – município de MT -, e não vi o céu azul. Só vi aquela fumaça cinza. Fiquei assustado. Após esses dois dias, saindo de Sinop, subi e segui para Santarém, que dá mais de 200 quilômetros, imaginei que iria ver o céu ainda cinza. Rodava, 100, 200, 500 quilômetros e nada de céu azul. Como a BR-163, que sobe, foi recém asfaltada, e ainda por um quilômetro tanto à direita quanto à esquerda, comecei a ver muito incêndio na floresta, muito fogo. E esse fogo junto com os gases do ar condicionado, que são soltos, deliberadamente na atmosfera, é o que gera esse cinza no céu, do norte até o sudeste. Foi impressionante. Para se ter uma ideia, eu só fui ver o céu azul quando cheguei em Santarém. Aliás, esse é um ponto importantíssimo para que o governo dê atenção total a essa parte dos gases efeito estufa.

HVACR: Qual foi o seu sentimento?

Prof°: Eu fiquei muito triste. Sabe o que essa questão dos gases de efeito estufa vai ocasionar? A extinção de um dos Biomas brasileiros. O Brasil tem seis Biomas e este será o primeiro que vai deixar de existir, que é o cerrado, onde está situado o Jalapão. Lá há árvores curtas, diferentes daquelas grandes e frondosas, mas que cumprem o seu papel, além das cabeceiras dos vários rios, que nascem ali, naquela localidade e cortam as diversas localidades tanto do Brasil, quanto da América do Sul.

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Por Cristiane Di Rienzo

HVACR: E se já está ameaçado, comprometido, a gente perde muito e não apenas no quesito da sustentabilidade, mas, é uma questão de vida também.

Prof°: Ah, com certeza! Os problemas dos gases de efeito estufa, como o céu cinza que vi na cidade de Sinop, impactam, por exemplo, nas crianças que irão viver doente sob esse ar contaminado. Como diz o Dr. Paulo Saldiva¹, uma pessoa exposta em um ambiente poluído, seja ele por queimada das florestas, seja por gases do ar condicionado, que gera o aquecimento global, vive 10 anos a menos. Ou seja: são as crianças que vivem nos hospitais por problemas de respiração, são os idosos que sofrem mais também. E quando ficamos imaginando aquelas queimadas, a fumaça, fico pensando nos animais, aqueles bichinhos com as patinhas queimadas, buscando a sobrevivência em outro espaço, é lamentável. Como dizem: temos que cuidar porque o país é nosso e a amazônia não é brasileira, ela é o Brasil.

HVACR: Eu queria voltar àquele ponto em que você comenta que ficou perplexo, quando percebeu que os mecânicos, técnicos daquela região do norte não tem a menor noção do que é uma recolhedora de gás fluido refrigerante. Talvez elas nem saibam que precisam recolher o refrigerante e, tampouco de que os seus efeitos soltos na atmosfera erroneamente seja devastador.

Prof °: No fim de setembro eu participei de uma reunião sobre o Acordo em Kigali, que está para entrar no Brasil e vai financiar várias campanhas. E elas vão ter que acontecer. Não sei se será com o apoio de empresários ou da ONU ou do projeto do PNUD, através das Nações

Unidas, das Associações, não sei. Mas, o fato é que elas não podem acabar. A sede de informações por parte dos mecânicos é muito grande, também por parte dos técnicos e distribuidores. E não é só: percebo que falta informação em várias pontas, até para os jornalistas das grandes mídias. Veja: no meu caso, que é o segmento automotivo, a mídia fala de automóvel, mas não se aprofunda no tema de aquecimento global. Não tem nem noção de que os fluidos refrigerantes são responsáveis pelo aquecimento global. Já houveram momentos em que fiquei em duvida: será que estou no caminho certo? E hoje, após as Expedições, mais do que nunca, sei que estou mais do que no caminho certo. HVACR: De que dimensão estamos falando?

Prof° : O relatório intergovernamental fala que é muito pouco. No entanto, eu fiz um levantamento que mostra que entram 30 mil toneladas de fluidos refrigerantes no Brasil. Desses, 10 mil é o R- 134a, - que é o mais usado no setor automotivo. A conta é assim: 2 mil toneladas vão para a produção de automóveis e 8 mil toneladas são vendidos nos grandes distribuidores brasileiros apenas para realizar reparação e manutenção. Ou seja, vaza no Brasil 8 mil toneladas de refrigerante. Se multiplicarmos essas 8 mil toneladas x GWP, de 1.300, você sabe o que significa? Bem, para quem não sabe: cada quilo de gás R-134a, equivale a 1.300 quilos de CO2, e, desta forma, cria-se um grande cobertor na Terra. É como se em plena estação do verão, você dormisse com um cobertor bem grosso. Você vai suar e transpirar completamente. Torna-se insuportável. Portanto, a resposta é: o CO2 que o gás provoca na atmosfera é muito danoso.

HVACR: Diante disso, qual é o papel do profissional de ar condicionado automotivo?

Prof°: Cris, você acha que os técnicos jogam o refrigerante na atmosfera por que eles querem? Para você ter ideia, a empresa Texa, foi comigo e falou sobre recolhedora, recicladora e teve empresa que já quis comprar porque viu o impacto que tem no ambiente. Recurso tem. Você não tem ideia do que são as oficinas nestes locais, Cris.

HVACR: Então, conta pra gente, professor?

Prof°: Vou te dar um bom exemplo de cidades como Altamira e Santarém. Ali é difícil você encontrar uma oficina com uma média de cinco, dez colaboradores para consertar aquela gama de caminhões, carros e outros serviços automotivos. Há cidades que têm 40 oficinas e que faturam mais do que microempresas, localizadas aqui na região do Sudeste, pois chegam a faturar cerca de 200 a 300 mil reais por mês.

HVACR: Sério? Eu não tinha essa noção. Aliás achava que eram bem modestas.

Prof°: Modestas e faturando muito. Para conhecimento: tem distribuidor de peça por lá faturando 1,5 milhão, em municípios menores do que São Caetano do Sul (SP).

HVACR: Se a estrutura dessas oficinas é como você diz, faturam o que você conta, por que, na sua opinião, as informações sobre os gases de efeito estufa, o manueseio correto dos fluidos refrigerantes, entre outros pontos de importância, ainda não chegaram até elas?

Prof°: Já te disse que você é uma jornalista que sabe o que é efeito estufa, o que são os fluidos refrigerantes. Mas é uma das poucas. Imagina que eu ainda tenho que explicar tudo isso para outros jornalistas de grandes mídias, poucos sabem do impacto dos refrigerantes jogados na atmosfera sem os devidos cuidados. Embora a questão seja debatida há tempos, tudo ainda é muito novo. A questão de sustentabilidade é muito recente.

HVACR: Aí entra o seu trabalho?

Prof° : Isso! O nosso primeiro passo foi o de conscientizar o dono da oficina sobre o que é o fluido refrigerante, gases chineses, recolhimento devido, entre outros. Agora estamos passando para outra camada desta cadeia: o dono do automóvel. Como presidente do DN Automotivo da Abrava – Departamento Nacional, sempre oriento que se utilize uma linguagem mais acessível a estes profissionais, o dono da oficina, por exemplo, não sabe o que é GWP, efeito estufa.

HVACR: E por outro lado, também ninguém conta.

Prof°: Neste período eleitoral não vi nin-

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Fotos: divulgação. Prof° Serginho: trabalho de conscientização e capacitação

guém falar de efeito estufa. Os candidatos falam de meio ambiente, desmatamento, mas não de efeito estufa. Por isso, adotei esta bandeira: ataco o distribuidor, o dono da oficina, o dono do autómovel. Outro exemplo: as pessoas sabem que têm que trocar o gás, mas não sabem por quê. Além, do que eu já comentei, deixar essas questões numa linguagem menos técnica.

HVACR: Conforme disse, na Expedição do Jalapão você não realizou palestras nem deu cursos. Ao contrário dessa, da Transamazônica em que houveram cursos, palestras, conteúdos sobre fluidos refrigerantes, sustentabilidade, entre outros. Como foi a receptividade?

Prof°: O Jalapão teve o caráter mais social. Nos emocionamos muito com locais mais pobres, esquecidos, bem longínquos da Terra, onde pessoas não tinham uma geladeira, mas mesmo assim, são felizes porque vivem na beira do rio. São muitas comunidades simples, que deram origem ao quilombolas. Agora ali, na Região Norte é ao contrário: uma região rica, próspera, até mais do que eu imaginava. E o que eu senti foi uma receptividade incrível. Para você saber, ali em Altamira e Santarém, muitas pessoas ficam longe da família, de pai e mãe, porque trabalham e quando eu cheguei, nos receberam como se fôssemos alguém da família. Vou contar uma passagem: numa das palestras, após o término, tive que ficar com os presentes até às 3 horas da manhã, porque eles queriam saber mais, saber da minha vida, da minha experiencia, do ar condicionado. Se eu respondesse alguma coisa a alguém, já juntava um monte de gente em volta para participarem. Incrível. Eles queriam ouvir.

HVACR: Prof° Serginho foram quatro estados, ida e volta, 8 mil quilômetros, rodando por estradas em grau de conservação diversa, compartilhando o trajeto com caminhões, levando na bagagem uma missão de responsabilidade a pessoas de culturas variadas, tudo isso em 15 dias. Pergunta: qual foi o seu maior desafio?

Prof°: Saímos daqui em 6 setembro, passamos por Três Lagoas, Sinop. Visitamos oficina e distribuidor. Rodávamos 700 km por dia. Ficamos três dias em Santarém e Altamira. Portanto, digo que foram vários os desafios: rodar esses 8mil km, nesses 15 dias, teve que ser tudo muito bem planejado, o desafio não é brincadeira. A expedição não é barata. É uma expedição muito cara. Também tive que planejar bastante: desde o aluguel do carro, a busca pelos patrocinadores, quanto a rota diária, porque rodar em São Paulo e durante o dia é muito fácil, mas rodar durante a noite, já é inviável

e em outras estradas, até onde passam animais é um risco fatal. Também havia estradas só com caminhões.Tem que ter prudência. Outra questão é chegar nos locais com humildade para conversar e eles entenderem que não estamos lá como os donos da verdade, mas com conteúdos que vão facilitar e valorizar o trabalho deles. No entanto, o maior desafio, é conseguir o apoio dos visitantes, fazer com que tudo aconteça conforme o planejado. Lá, onde estivemos não tem Senai, não tem escola técnica. Portanto, é uma soma de fatores, que junto com a busca do patrocínio, cria oportunidades para levar informação a esse setor automotivo - que envolve ônibus, agrícola, terraplanagem, entre outros do universo móvel. E pensei: não tem ninguém reunindo essa galera. Vamos tentar fazer e deu certo.

PATROCINADORES:

ACA - No mercado há mais de 20 anos, disponibiliza reposição de peças e instalação de ar condicionado automotivo. Empresa nacional autossuficiente no ramo de ar condicionado e refrigeração automotiva – vans, caminhões e demais tipos de veículos, atua em todas as etapas: desenvolvimento, fabricação, instalação e comercialização de peças e sistemas.

CHEMOURS - é uma empresa química americana fundada em julho de 2015 como um spin-off da DuPont Refrigerantes, de quem herdou as marcas, as patentes, os projetos e a infraestrutura de pesquisa e inovação da antiga DuPont Refrigerantes. Pela segunda patrocina o Projeto Expedição.

GLOBUS: Desde 1998, a Globus Electronics é uma empresa que desenvolve, fabrica e vende controladores e dispositivos eletrônicos para o mercado B2B. A empresa atua como fornecedor O.E.M (Original Equipment Manufacturing), desenvolvendo e personalizando produtos de acordo com as especificações oferecendo, portanto, uma portfólio eficiente para HVACR, incluindo automotivo.

MASTERCOOL – há mais de 35 anos fabrica ferramentas e acessórios para HVACR, inclusive equipamentos para refrigeração automotiva. Com foco em novas tecnologias, a empresa tem conseguido várias patentes no mundo todo. A filial Brasil está localizada em São Paulo,

PACCINI - Fundada em 1982, a Paccini é distribuidora de autopeças especializada em radiadores e ar condicionado automotivo para carros, vans e utilitários, caminhonetes e pickups, cami-

nhões, ônibus, máquinas e tratores da linha agrícola e construção civil.

QUIMITAL – Soluções para facilitar a manutenção, prevenção e correção dos sistemas de HVACR e auto. No mercado latinoamericano desde 2017.

RODOFRIO - A RODOFRIO é uma empresa com sede na cidade de Arapongas, no Paraná. Desde 1988 fabrica equipamentos de refrigeração para transportes rodoviários e conta com uma rede de assistência técnica ampla atuante em todo território nacional.

STERBOX – Higienizador de ambientes em geral, possui modelo automotivo.

TEXA - Fundada há 30 anos, a Texa desenvolve a concepção, desenvolvimento e produção de ferramentas de diagnóstico multimarcas, analisadores de gases, estações de recarga de ar condicionado e dispositivos de telediagnóstico para carros, motos, caminhões, barcos e máquinas agrícolas. Em 2015, a TEXA iniciou um importante projeto para fortalecer sua presença no mercado da América do Sul e intensificar sua estratégia mundial de negócios. Realizamos a inauguração da filial brasileira, a Texa do Brasil.

Estamos muito felizes de participar, pelo segundo ano do Projeto Expedição. Já participamos no Jalapão,em 2021, e agora novamente pela Transamazônica. Bem, primeiro lugar porque é uma iniciativa do professor Serginho, que é um super parceiro nosso. Ele tem levado para as suas aulas, para os seus cursos e as suas palestras, os produtos da Globus e sem dúvida acreditamos muito neste trabalho educacional, que o professor Serginho faz. E acho que isso é uma forma muito bacana de não só participar, mas, também incentivar a questão educacional e mais: o quanto isso tem a ver com a sustentabilidade. Também há o lado da Globus ajudar um segmento da refrigeração, a desenvolver novos profissionais, com qualificação, que é isso que o país também precisa. E o Projeto Transamazônica se realiza com toda a sua preocupação com o clima e vai ao encontro a todos os objetivos da Globus de estar mais presente junto ao mercado automotivo, de forma sustentável, agregando tecnologia a bons projetos para os nossos clientes.

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Lisiane Fischer
OUT/NOV/DEZ | 2022
coordenadora de Marketing Globus Electronics
GIRO DA ENGENHARIA
OUT/NOV/DEZ | 2022 Entãovireapágina
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QUALIDADE DO AR INTERNO

m problema frequente na manutenção de sistemas de climatização é o tal “vazamento de água”. Toda unidade evaporadora ou fan-coil possui uma bandeja de condensado que coleta a água condensada na serpentina. Contudo, qual a origem dessa água? Você já fez este questionamento? O mesmo efeito de condensação acontece quando abrimos uma lata gelada de refrigerante e a superfície da lata começa a “suar”. Essa água tem como origem o ar. Como discutimos na edição anterior, o ar atmosférico é composto de água em estado de vapor e chamamos esse vapor de água presente no ar de umidade. Além dos conceitos que aprendemos de umidade absoluta e relativa, vale aqui revisar mais um conceito, ponto de orvalho. Essa é mais uma propriedade do ar que podemos correlacionar com as demais propriedades na carta psicrométrica. De acordo com a terminologia definida pela Ashrae¹, ponto de orvalho é a temperatura na qual o vapor de água atingiu o estado de saturação, ou seja, a umidade relativa é 100%. Nesta condição o vapor de água condensa. Para resfriar o ar, o fluido refrigerante deve

estar em uma temperatura mais baixa, tal que possa retirar calor da massa de ar. Com uma temperatura mais baixa, menor a capacidade do ar de transportar vapor de água, atingindo a sua saturação e devido ao ponto de orvalho a condensação acontece.

Dessa forma, durante o processo de resfriamento a temperatura e umidade serão alteradas? Sim! Esta é uma consequência do resfriamento do ar, ao reduzir sua temperatura consequentemente ele ficará mais “seco”, ou seja, com menor umidade. Na hora de especificar um sistema de climatização é imprescindível fazer o cálculo de carga térmica que é o somatório de carga de calor sensível e calor latente. O calor sensível é a capacidade necessária para aumentar/reduzir a temperatura e o calor latente é a capacidade para aumentar/reduzir a umidade absoluta do ar. Muitos sistemas são dimensionados para atender a carga sensível, ou seja, controlar a temperatura, mas não são dimensionados para atender o controle de umidade.

Lembramos que a RE-09 da Anvisa determina que a faixa recomendável de operação das Temperaturas

de Bulbo Seco e Umidade Relativa, nas condições internas para verão, deverá variar de 23 °C a 26 °C e 40% a 55%. Para condições internas para inverno, a faixa recomendável de operação deverá variar de 20 °C a 22 °C e 35% a 65%. Ou seja, a umidade deve ser também controlada e para isso precisamos não apenas medir, mas ter um sistema que seja capaz de umidificar ou desumidificar, a depender das condições de projeto.

O primeiro passo para determinar qual sistema de controle de umidade que deverá ser empregado é analisar a carta psicométrica do local e fazer o cálculo da carga latente. A resposta que buscamos está na pergunta: quantos quilos de água devem ser removidos ou inseridos por hora nesse ambiente? Para chegar nestas respostas devemos identificar primeiramente qual a condição de temperatura e umidade que deve ser mantida. As condições recomendadas descritas acima têm como objetivo conforto humano. Contudo, podemos ter diferentes condições recomendadas, por exemplo, em salas limpas para produção de medicamentos a condição é de 21 °C a 24 °C de bulbo seco e 20 a 30% de umidade relativa. Para uma sala de fabricação de bateria de lítio, também denominado de dry room, 23 °C a 27 °C de bulbo seco, menor que 1% de umidade relativa e ponto de orvalho menor que -35 °C. Uma vez conhecida a condição a ser mantida, deve-se e quantificar todas as fontes de umidade do ambiente, sendo elas a permeação dos

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Controlando a unidade para garantir a
Ana Carolina de Souza Rodrigues Engenheira Mecânica
Fotos: divulgação. Fig.1 - Air Conditioining Processes
Pós-Graduada Gerenciamento de Manutenção Executiva de Vendas da América Latina da Bry-Air Consultora Técnica na Frigerar
QAI

materiais constituintes das paredes, teto e piso, número e atividade das pessoas naquele ambiente, tomada de ar externo, entre muitos outros. A quantificação é feita termos de umidade absoluta (g/Kg).

Para desumidificação temos três métodos: compressão, refrigeração (mecânico) ou sorção (químico). Quando comprimimos uma massa de ar, a pressão do vapor de água aumenta tal que podemos condensar esse vapor a alta temperatura. Este é o princípio de funcionamento do método de compressão que economicamente é inviável para grandes volumes de ar. Já o método desumidificação mecânica, o resfriamento do ar através da sua passagem por uma serpentina reduz a sua capacidade de transportar o vapor de água levando a condensação. As limitações desse sistema são decorrentes da baixa temperatura do fluido refrigerante, para maior condensação, menor a temperatura do refrigerante. Contudo, essa temperatura é limitada pelo ponto de solidificação da água (gelo) que pode levar a congelamento da serpentina e obstrução da passagem do ar. Estes sistemas raramente são utilizados para aplicações onde é necessário umidade relativa abaixo de 45%. Por exemplo, para manter a 40% de umidade relativa com um sistema mecânico seria necessária uma temperatura de -1 °C na serpentina o que levaria a formação de gelo e

redução da capacidade de desumidificação, sendo necessário ciclos de degelo, resistência para aquecimento ou soluções anticongelantes que elevam inconvenientes com grandes flutações no controle da umidade ou inviabilidade econômica.

O método de sorção utiliza-se substâncias líquidas ou sólidas que possuem a propriedade de retirar ou reter o vapor de água, podemos classificá-los em materiais absorventes e adsorventes. Uma substância absorvente muda suas características físicas, químicas ou ambas durante a absorção. Tipicamente utiliza-se o cloreto de lítio como substância absorvente. Um exemplo de substância adsorvente é a sílica gel, o qual não muda suas características físicas e/ou químicas durante o processo de sorção. Um exemplo de equipamento que utiliza este princípio são os desumidificadores dessecantes, que possuem um rotor dessecante composto de sílica gel e outras substâncias químicas em formato de colmeia. Esse equipamento possui dois fluxos de ar, processo e reativação. No processo a umidade presente no fluxo de ar é adsorvida na sílica gel, fornecendo dessa forma um ar com baixa umidade para o ambiente controlado. Durante o funcionamento, o rotor dessecante gira, e um setor que estava no processo entra no setor de reativação, onde se passa um fluxo de ar a alta temperatura, recuperando sua capa-

cidade de adsorção do dessecante e tornando o processo contínuo. Este processo de desumidificação não possui limitação quanto ao princípio funcionamento quando bem dimensionado e fornece níveis precisos de umidade variação de mais ou menos 1% de umidade relativa. Uma consequência desse processo é que a temperatura na saída do processo é maior que a temperatura da massa de ar na entrada, para alguns processos é necessário serpentina de pós resfriamento. Contudo, com este método é possível chegar a níveis de umidade absoluta baixo, menor que 40% atingindo até 1%.

Um sistema de desumidificação também pode ser composto por uma combinação dos dois sistemas, mecânico e dessecante. Cada sistema em si tem suas vantagens e desvantagens e quando combinados pode ser altamente eficiente, de forma que as vantagens de um sistema compensam as limitações do outro. Lembrando que não é possível ter um processo de desumidificação sem aumento ou redução da temperatura, observe a demonstração gráfica dos processos na carta psicrométrica.

O objetivo deste artigo foi apresentar os meios para controle da umidade, especificamente, aos processos de desumidificação – reduzir a umidade no ambiente. No artigo anterior observamos que altos índices altos de umidade prejudicam a qualidade do ar interno, pois impactam nas condições de conforto como contribui para o aumento de bactérias, vírus, fungos, reações químicas como exemplo, corrosão, entre outros. Mas e quando necessitamos corrigir o controle de umidade para um limite superior, ou seja, aumentar a umidade? Como fazer? Temos essas soluções no nosso mercado? Existem tecnologias que podem nos ajudar a alcançar a qualidade do ar interno? Quais são? Continue conosco, até a próxima edição!

¹ Ashrae: American Society of Heating, Refrigerating, Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado é uma associação profissional americana que tem por objetivo avançar no projeto e construção de sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração. Com mais de 57 mil membros, a Ashrae está presente em mais de 132 países em todo o mundo. Fontes: https://xp20.ashrae.org/terminology/ index.php?term=dew%20point Bry-Air Pocket Handbook for Dehumidification Applications

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QUEM DISSE QUE O SISTEMA DE AR CONDICIONADO PARA TRANSPORTES PÚBLICOS NÃO PODE SER CONFORTÁVEL, SEGURO E OFERECER UMA BOA QUALIDADE DO AR INTERNO?

qualidade do ar interno tem a sua importância fundamentada na quantidade de tempo que as pessoas passam em locais fechados, principalmente em ambientes urbanos. Fato.

Uma faceta dos estudos de qualidade do ar interno ainda pouco explorada no meio acadêmico é a qualidade do ar dentro dos meios de transporte. Segundo Jenkins et.al. apud Chan (2003), os habitantes de regiões urbanas passam aproximadamente 7% do seu tempo diário em meios de transporte. Assim, o tempo passado dentro de meios de transporte tem uma contribuição a ser considerada na dose de exposição diária a poluentes. O dióxido de carbono (CO2) é um metabólico expelido naturalmente como subproduto da respiração humana. Além disso, o CO2 também é gerado em processos de combustão e em veículos motores (Gioda, 2003). Este é um gás incolor e inodoro, cuja concentração típica em ambientes internos varia entre 700 e 2.000 ppm. O CO2 é um asfixiante, que também pode atuar como irritante no sistema respiratório. Entretanto, é necessária exposição a concentrações extremamente altas (acima de 30.000 ppm) para que ocorram danos significantes à saúde humana. Em concentrações moderadas, o CO2 pode causar a sensação de desconforto e de que o ambiente está “abafado”. Acima de 30.000 ppm, os efeitos da sua presença são dores de cabeça, tontura e náusea (Jones, 1999). Ambientes com alto grau de ocupação e baixa ventilação são mais propícios para a transmissão de doenças de via aérea. Assim, mais do que um contaminante, o CO2 também pode ser considerado um bom indicador da qualidade da ventilação de um ambiente fechado, por estar diretamente relacionado com o grau de ocupação do mesmo. No transporte público, os seus usuários podem chegar a passar algumas horas por semana em um ambiente com taxa de

ocupação extremamente alta, em horários de pico. Essa alta taxa de ocupação pode acarretar em uma maior exposição a doenças respiratórias portadas pelos próprios ocupantes do meio de transporte. No transporte privado automotivo, falhas no sistema de ventilação podem acarretar em uma contaminação do ambiente interno veicular por gases de combustão do próprio veículo, aumentando o risco de exposição ao CO2, entre outros gases. Também é sabido que o meio externo é uma fonte de poluição para ambientes internos. Entretanto, Chan (2003) comprovou que os níveis de concentração de CO2 dentro de ônibus de transporte público da cidade de Hong Kong com sistemas de ar condicionado dependem fortemente no número de passageiros, mas não da concentração deste no meio externo. Este mesmo autor determinou que, nos momentos de pico de ocupação, as concentrações de CO2 podem chegar a um nível dez vezes superior à concentração no ambiente externo. A resolução RE n° 9, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (BRASIL, 2003) recomenda determinados padrões referenciais de qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Dentre outros parâmetros, o dióxido de carbono tem seu valor máximo de concentração definido nesta resolução em 1000 ppm e é definido como indicador de renovação de ar externo, recomendado para conforto e bem-estar. Para a temperatura, o padrão estabelecido é de 23 °C a 26 °C e para umidade relativa do ar, 40% a 65%. A Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar-Condicionado (ASHRAE) também estabelece um limite de 1000 ppm para a concentração de dióxido de carbono. O Worker’s Compensation Board (WCB) do estado de British Columbia (Canadá) estabelece um limite de 5.000 ppm para um período de 8 horas de jor-

nada de trabalho. Concentrações de CO2 acima deste nível são consideradas de risco para a saúde de trabalhadores adultos por este órgão (Brauer, Hsieh e Copes, 2000). Brauer, Hsieh e Copes (2000) avaliaram a qualidade do ar em ônibus escolares na cidade de Abbotsford, Canadá e encontraram concentrações superiores a 1.000 ppm de CO2 na maioria das suas medições, sendo que os valores superiores aproximavam-se de 5.000 ppm.

Posto isso, e voltando às questões do transporte público, destaque-se que microrganismos podem contaminar ambientes climatizados tanto pelo ar externo como através de pessoas com doenças virais (resfriado, gripe e Covid-19) e, também, bacterianas (tuberculose) através de partículas expelidas pela fala, tosse e espirro.

Serpentinas de ar condicionado são ambientes propensos à proliferação de microrganismos, seres microscópicos, que disseminam vírus e infecções respiratórias.

A contaminação microbiológica do ar de interiores é um grave problema de saúde pública por estar associada a alergias, a doenças respiratórias e infecto contagiosas. As mais comuns são resfriado e gripe (rhinovirus, o vírus da Influenza); as de importância epidemiológica, como sarampo, caxumba, rubéola, tuberculose e meningites bacterianas; além do coronavírus.

Os sistemas UV destroem bactérias, mofo e matéria orgânica que cresce e se acumula nas bobinas de resfriamento. O aumento da capacidade de refrigeração do HVAC e a diminuição da queda de pressão resultam em economia de energia de até 15% em alguns sistemas UV é um sistema de manutenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, que elimina a necessidade de limpeza mecânica periódica da bobina.

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Gilberto Medeiros, Ceo Globus Electronics

O método de desinfecção por uso de Leds UV-C mata ou inativa micro-organismos destruindo o ácido nucleico e quebrando seu DNA. A luz torna o ambiente inóspito para micro-organismos como vírus, bactéria, fungos e outros patógenos. Esses micro-organismos são pouco resistentes a luz UV-C e, em poucos minutos são destruídos.

Vimos que dentre as soluções flexíveis para desinfecção, também destes ambientes, encontra-se a utilização da iluminação UV-C, eficaz na proteção da saúde humana, sem o uso de produtos ou materiais químicos nocivos. Para utilizá-la nos meios de transportes coletivos, propomos a tecnologia da Barra de LED Ultravioleta.

Como funciona? Sabemos que microrganismos como bactérias, vírus, cistos e mofo são formas de vida simples que se reproduzem por subdivisão, brotamento ou produção de esporos. E a reprodução destes organismos é vital para o seu ciclo de vida. A perda de sua capacidade de crescer e se multiplicar é classificada como morte celular e os torna inofensivos e não mais patogênicos. É Aí que entra a radiação ultravioleta (UV), cujo processo físico de desinfecção se apresenta como efeito germicida por onda eletromagnética. A inativação dos microrganismos resulta inviabilidade ou morte dos microrganismos atingidos. Pois, ao expor microrganismos à UV-C (270-280 nm), a luz penetra através de suas paredes celulares e perturba a estrutura de suas moléculas de DNA, impedindo a reprodução. A luz UV-C destrói bactérias, fungos e matéria orgânica que estejam no ambiente, bem como as que crescem e se acumulam em serpentinas de resfriamento.

Benefícios - Eficaz na desinfecção de ambientes, atuando na eliminação de vírus presentes no ar e em superfícies. Limpa a serpentina do ar-condicionado através de um sistema de manutenção 24/7, reduzindo a necessidade de limpeza mecânica periódica. Aumento na capacidade de resfriamento HVAC e diminuição da queda de pressão,

resultando em economia de energia de até 15%. Eficaz no combate ao Coronavírus e doenças respiratórias e alérgicas, causadas principalmente pela presença de contaminantes em ambientes públicos.

TESTES LABORATORIAIS

Resultado de Testes laboratoriais efetuados com o modelo Barra de LED Ultravioleta comprimento 900mm

Modelo equipamento: GL-L0BGL002

Faixa de operação: 22 VDC – 30VDC Corrente: 500 mA - Potência 13,2W Fluxo radiante: 162 mW Comprimento de onda: 270-280nm

Aplicação: esterilização de superfície com afastamento de 50mm e ângulo de 120 graus. Foram realizados testes antes e após a emissão da luz sobre as amostras contaminantes.

Resultados: % de redução para exposição de 15 minutos

• Bolores e Leveduras 99,78%

• Coliformes 96,16%

• Salmonella 99,29%

• Estafilococos 99,80%

e d h

A emissão de luz UV-C deve ficar em local vedado, sem possibilidade de contato com humanos.

Recomenda-se instalar um interruptor automático para que a alimentação seja interrompida ao abrir na tampa onde a luz estiver enclausurada. Por se tratar de luz invisível ao olho humano, a régua possui um led azul indicando que está ligada.

NUNCA OLHE DIRETAMENTE PARA A LÂMPADA UV-C.

A Luz UV-C pode causar inflamações nos olhos e córnea, provocando danos irreversíveis aos olhos, podendo ocasionar cegueira. Queimaduras na pele podem ocasionar câncer.

Saiba mais em: https://globus.com.br/produtos/ subsegmento-regua-uv-c-led

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Fotos: divulgação.

QAI

BIOAEROSSÓIS FÚNGICOS

EM AMBIENTES INTERNOS E O IMPACTO NA SAÚDE DOS OCUPANTES

oa parte dos aerossóis são partículas vivas, mortas ou fragmentos de micro-organismos que utilizam o ar como veículo de dispersão. A natureza dessas biopartículas é diversa, podendo conter vírus, fungos, bactérias, protozoários e outros. De modo geral os fungos incluem os bolores (ou mofos) e as leveduras. A estrutura dos fungos que provocam alergias e infecções via trato respiratório são os esporos.

Os fungos dispersos no ar são chamados de anemófilos e é de importância no impacto a saúde humana e a microbiota fúngica anemófila pode ser semelhante ou diferente em cada cidade ou região em maior ou menor concentração dependendo da estação do ano, umidade, temperatura, velocidade do vento, hora do dia, presença de atividade humana e tipo de climatização de ambientes internos e composição química do meio ambiente. As partículas de maior impacto a saúde são as chamadas MP2,5 ou menores, que são as respiráveis, mensuradas em microgramas por metro cúbico.

Infelizmente, ainda hoje o número de estudos que abordam o tema no Brasil é escasso, assim existem poucos relatos sobre microbiota anemófila em ambientes internos, climatizados artificialmente.

Acreditasse que os problemas de importância em saúde, associado às mudanças climáticas não tem sua origem necessariamente nas alterações ambientais, mas, sim, nas concentrações de micro-organismos.

Problemas de saúde relacionadas a qualidade do ar estão diretamente ligados a concentração de material particulado, sendo o seu monitoramento colocado como uma das prioridades enquanto estratégia de política pública no controle ambiental e na saúde ambiental. Nesse sentido, fica evidente a importância do monitoramento da qualidade do ar, frente à presença de fungos com equipamentos adequados para a sua medição além do controle de partículas inaláveis e de gases (BUENO et al., 2010).

Em termos mais gerais, argumenta-

-se que a exposição a níveis reduzidos de diversidade microbiana dentro e ao redor das edificações pode explicar parcialmente o aumento na incidência de alergias e distúrbios auto-imunes em países desenvolvidos.

Cerca de 25% das amostras de aerossóis se constituem de Bioaerossóis, mas essa porcentagem pode ser ainda maior em regiões com grande concentração de vegetação. Em altitudes mais baixas, inferiores a 15 metros, há uma maior concentração de fungos anemófilos.

A classificação taxonômica dos fungos era tradicionalmente baseada em características estruturais relacionadas com a reprodução sexuada e na falta desta, a mesma era feita pelos órgãos de reprodução assexuada. Nos dias atuais, técnicas bioquímicas e moleculares estão sendo utilizadas para auxiliar na identificação das espécies fungicas.

Esses fungos pertencem a diversos gêneros e espécies, sendo quase todos contaminantes do ar, principalmente em ambientes fechados, e podem ocasionar sérios danos à saúde humana.

Dos fungos encontrados no ar, 87% não causam nenhum tipo de doença no homem, 10% atuam como oportunistas e 3% são patogênicos (BROOKS et al, 1998). Dificilmente pode existir ambiente livre de contaminação fúngica, pois estes organismos têm o ar atmosférico como seu principal meio de sobrevivência.

A contagem e caracterização dos fungos anemófilos assim como os fatores internos e externos que levam à formação dessas microbiota, são importantes para avaliar o local de trabalho, onde se expõe os funcionários, possui microbiota equilibrada para evitar possíveis contaminações e patologias provocadas por fungos oportunistas.

Devido à importância relacionada às doenças causadas por fungos anemófilos é que se explicam os estudos com estes fungos, pois as doenças causadas pelo ar interno já estão entre as principais causas de pedidos de afastamento do trabalho.

Os tratamentos das infecções fun-

Unisinos Bacharel em Ciências Biológicas, em curso Uninter Gestora Ambiental no Laboratório Q.A.I. Análises da Qualidade do Ar Interior, em ambientes climatizados conforme RE09/2003-ANVISA, para a Região Sul do Brasil. Auditor Interno Certificação ISO 9001 www.laboratorioqai.com.br laboratorioqai@gmail.com

Tecnóloga

gicas não são sempre efetivos, pois a maioria dos fármacos antifúngicos disponíveis causa recorrência ou trazem resistência, além de apresentarem importante toxicidade. Por esta razão, há uma busca contínua de novos fármacos antifúngicos mais potentes, mas, sobretudo, mais seguros que os existentes.

Os fungos considerados como alergênicos, denominados contaminantes ou anemófilos, veiculados através do ar, podem causar diversas manifestações alérgicas respiratórias, como rinite, asma alérgica e outras manifestações decorrentes de hipersensibilidade do tipo III (alveolite alérgica extrínseca ou pneumonite). Além dos casos de alergia, muitos fungos oportunistas como Penicillium spp., Aspergillus spp., Cladosporium spp., Fusarium spp., são responsáveis por doenças desde otites, micotoxicoses, infecções urinárias, onicomicoses, infecções oculares até fungemias (CARMO, BELÉM & CATÃO, 2007; JORGE, 2012). As infecções fúngicas são comuns e possuem grande importância em pacientes imunocomprometidos, por serem difíceis de tratar e muitas vezes, anteciparem a sua morte. Como, por exemplo, em pacientes com transplante de medula óssea, uma infecção invasiva por leveduras ou aspergilose pulmonar é responsável por pelo menos metade das mortes precoces (MORRIS, 2005). Um estudo realizado sobre a epidemiologia da septicemia descreveu um aumento de 207% dos casos de infec-

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Janaína Costa Negrini em Gestão Ambiental

POR DENTRO DA QUALIDADE DO AR

O estilo de vida das populações urbanas tem mudado muito nas últimas décadas. O aumento do tempo gasto em ambientes interiores faz da Qualidade do Ar Interno um tópico de importância mundial. A Qualidade do ar interno (QAI) refere-se à qualidade do ar dentro e ao redor de edifícios e estruturas, especialmente no que se refere à saúde e conforto dos ocupantes do edifício. Compreender e controlar poluentes comuns em ambientes fechados pode ajudar a reduzir o risco de problemas de saúde.

www.pnqai.com.br

CUIDANDO DO AR QUE VOCÊ RESPIRA

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ções por fungos entre 1979 a 2000, sendo, principalmente, relacionados aos fungos dos gêneros Aspergillus, Candida e Cryptococcus (PFALLER & DIEKEMA, 2007). Dentre os fatores de patogenicidade, está a capacidade de algumas espécies de leveduras formarem biofilme, potencializando seus fatores de virulência, adquirindo assim maior proteção contra as defesas do hospedeiro e ambiente (ZANATTA & RÖSING, 2007).

As rotinas de boa higiene, baseadas na limpeza de superfícies são recomendadas para controlar a propagação de patógenos em ambientes. A limpeza remove mecanicamente sujidades que predispõem o crescimento de microorganismos e elimina a microbiota residente. Já o tratamento do ar inibe a proliferação de fungos nos ambientes internos e provem uma boa qualidade de ar para a manutenção da segurança dos

ocupantes.

O conhecimento sobre a qualidade do ar é um fator preponderante para a saúde humana, estando esta relacionada em grande parte com a presença, a quantidade e a qualidade da diversidade fúngica presente nos ambientes.

Faço referência de pesquisa na UFPEL, em 2015, foi realizado um trabalho sobre contaminação de ambientes laboratoriais na instituição,que a partir dos resultados obtidos no trabalho, foi possível comprovar a grande ocorrência de fungos anemófilos nos nove laboratórios analisados durante as quatro estações climáticas (verão, outono, inverno e primavera), com o isolamento e identificação de 16 gêneros fúngicos, além do grupo heterogêneo com micélio aéreo estéril. Outono foi a estação em que teve uma maior incidência de crescimento de 52 fungos anemófilos,

É a condição do ar ambiental de interior, resultante do processo de ocupação de um ambiente fechado com ou sem climatização artificial, ambientes livres de contaminantes em concentrações potencialmente perigosas à saúde dos seus ocupantes.

As coletas de amostras para as análises microbiológicas exigem cuidados com a coleta e com o coletador.

Para que se possa obter resultado confiável das amostras microbiológicas coletadas se faz necessário seguir metodologias que garantam a integridade dessas. Todos os técnicos envolvidos devem utilizar EPI’s, como pelo menos luvas, máscara e jaleco. Também deve ser utilizado álcool 75% para higienizar o equipamento entre coletas. As amostras devem ser acondicionadas em embalagens refrigeradas e higienizadas para preservar o material coletado, o material deve ser levado o mais rápido possível para o laboratório. Todos os técnicos devem ser treinados periodicamente para garantir a segurança do colaborador e a integridade das amostras.

O equipamento utilizado para amostragem microbiológica é uma bomba impactadora conhecida com Bomba de Andersen que pode ter de 1 a 6 estágios, dependendo do tamanho do bioaerossol que se pretende coletar, na Resolução RE09/2003-ANVISA é indicado bomba de 1 estágio. Após as coletas serem realizadas são lacradas e acondicionadas em caixas térmicas para serem levadas para o laboratório, onde serão incubadas em estufa microbiológica por 5 dias a uma temperatura constante de 25 ºC. Passado esse tempo é feito o tratamento dos dados e emitido os valores encontrados, que devem ser expressos em UFC/m³ (unidades formadoras de colônias por metro cúbico).

enquanto que no inverno houve o menor número de crescimento de colônias. Os gêneros mais frequentes foram Cladosporium spp.e Penicillium. Com os resultados se conclui que o outono é a estação do ano de maior ocorrência de fungos anemófilos nos laboratórios da UFPEl na cidade de Pelotas (RS).

Com os resultados deste estudo podemos reforçar a grande importância de se manter um sistema de controle, manutenção e verificação da qualidade do ar interior, com ênfase nas análises microbiológicas, que ao meu ver é a de maior relevância para a prevenção de doenças respiratórias, alergias tópicas e outras ocorrências patogênicas por fungos, os quais são de difícil tratamento e reincidentes por sua resistência as medicações disponíveis.

A avaliação da qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente tem como referenciais a Resolução 09/2003-ANVISA e a Lei 13.589/2018 – Plano de Manutenção Operação e Controle de Sistemas de Climatização.

Considerando a preocupação com a saúde, a segurança, o bem-estar e o conforto dos ocupantes dos ambientes climatizados foram expressos na referida resolução através de suas normas técnicas as seguintes análises de pesquisa de contaminantes e seus parâmetros recomendados.

ANÁLISES E PARÂMETROS:

• Norma Técnica 001: Fungos Viáveismáximo 750 UFC/m³

• Norma Técnica 002: Dióxido de Carbono - máximo 1000ppm

• Norma Técnica 003:

- Temperatura: Verão de 23 ºC a 26 ºC Inverno de 20 ºC a 22 ºC

- Velocidade: 0,25 m/s no máximo

- Umidade do Ar: Verão 40% a 65% Inverno 35% a 65%

• Norma Técnica 004: Poeira Total80 mg/m 3 no Máximo

• Legionella: ausência

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Fotos: divulgação. E o que é uma boa Qualidade do Ar Ambiental Interior?
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O que vem por aí?

Você sabe o que é carbono? E como obter os seus créditos? Aliás, crédito de carbono é o quê? O que isso implica na sustentabilidade do planeta?

E por que só agora ouvimos falar disso?

E o que tem a ver com o setor de HVACR?

Calma, nós vamos responder tudo e mais um pouco na próxima edição da Revista HVACR.

O que é, como é, para quem é, e muito mais para você entender com propriedade este tema. Fique ligado!

Por falar em Revista, adoramos o nome HVACR em Foco, tem tudo a ver com o setor, já que é uma alusão a um olhar mais próximo e cuidadoso destes segmentos: aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração. No entanto, para acompanhar nosso Portal Mundo do Ar e da Refrigeração , que traz em tempo real fatos, notícias e informações; a HVACR em Foco passará a se chamar Revista Mundo do Ar e da Refrigeração, criando uma identidade tripla com o Portal e, também, com o nosso Podcast Mundo do Ar e da Refrigeração. Muito mais fácil para o leitor, usuário e ouvinte identificar nossa trajetória. E já a partir de janeiro de 2023, você pode conferir a Revista Mundo do Ar e da Refrigeração. Não perca!

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Isso mesmo! Estamos preparando uma programação recheada de ações inovadoras para o mercado de ar condicionado, refrigeração, aquecimento e ventilação, que tem a ver com sustentabilidade, desempenho e conteúdo. Por isso acompanhe nossas redes sociais para acompanhar todas as novidades que preparamos para os nossos leitores:

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2023
Fotos: divulgação.
55 OUT/NOV/DEZ | 2022
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