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OUTRAS FACES DA NECROPOLÍTICA
A violência no Brasil, está intrinsecamente ligada ao narcotráfico, que afeta a segurança pública. O tráfico é uma das principais fontes de recursos para a corrupção de policiais, políticos e juízes, estendendo o crime organizado para espaços e instituições que deveriam proteger a sociedade.
Além disso, promove as guerras territoriais entre facções que aumentam o índice de letalidade. Outro aspecto é que as drogas rendem recursos para compra de armas que aumentam a violência.
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O combate da criminalidade no Brasil depende de ações mais eficientes. Isso porque o aumento da violência no país não está restrito a fatores conjunturais, como as políticas de segurança pública.
Há também que levar em consideração alguns fatores estruturais – condições sociais e históricas que estimulam as desigualdades. De modo geral, esses fatores estruturais estão relacionados a menores chances de ascensão econômica e social por parte da população.
Com isso, a falta de perspectiva de ascensão social abre espaço para discursos extremistas, a crise fomenta a discriminação de determinados grupos e ao mesmo tempo surge um terreno fértil para os “salvadores da pátria”, candidatos e grupos de partidos autoritários em combate aos “delírios comunistas”.
Podemos dizer que a necropolítica também é fundamentada pela lógica da exclusão, como por exemplo não demarcar terras indígenas para expandir o agronegócio, isso afetaria de forma negativa a preservação cultural, histórica e geográfica de um povo e suas tradições, promovendo o desaparecimento dos povos originários.
Outra lógica fundamentada pela necropolítica é a exclusão de pessoas com posicionamentos políticos opostos, como aconteceu na ditadura militar de 1964 no Brasil e nos demais países da América Latina, esse discurso ganha força a ponto de que a própria população se volte contra os seus iguais e a favor da política mortífera. Linchamentos, cancelamento, e pena de morte podem ser entendidos como práticas de aniquilação.


