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REALISMO FEROZ

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A NECROPOLÍTICA

A NECROPOLÍTICA

R E A L I S M O F E R O Z

O filme “Cidade de Deus” narra o terror vivido pelas comunidades e morros do Rio de Janeiro que refletem em tempos presente, mas que se expande a outras capitais e cidades menores do país, esse terror narrado, é batizado por Antônio Cândido como “realismo feroz”.

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Podemos citar como exemplo a forma como a PM agiu em Paraisópolis no Estado de São Paulo, onde nove pessoas morreram e mais de dez ficaram feridas, durante uma atuação da PM em um baile funk, na qual a população é composta majoritariamente por negros e pardos, destacando a falta de planejamento nessas ações para que a vida e a segurança dessas pessoas sejam priorizadas. O local sofre com pobreza extrema, falta de saneamento básico e atuação do tráfico de drogas. Este é um cenário comum nas favelas brasileiras, onde a violência se torna resultado de como a política se insere nessas localidades. Essas circunstâncias são dispostas também pelo narcotráfico e as milícias que similarmente são responsáveis por essas conjunções de violência e perigo mortífero, tal qual são consequências da necropolítica. Segundo Foucault, o poder deve ser pensado produtivamente criando e produzindo nas condições dignas, e a partir do momento que o governo não cria condições básicas do direito à vida, ela está praticando a necropolítica.

A forma com que o poder também age negando a identidade de cada pessoa é uma prática fundamental para que a necropolítica se instale na sociedade, como por exemplo, fazer com que minorias como os negros, indígenas e mulheres sintam medo de lutar, ou minimizar feminicídio e homofobia de modo que essas pessoas não participem da luta pelos seus próprios direitos ou até mesmo na forma de atuação da segurança pública.

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