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MUITO ALÉM DE MATAR, É SOBRE DEIXAR MORRER
É pertinente acentuar que não se trata apenas de matar, mas também gerar condições para que tal aconteça, assim como determinadas regiões estejam submetidas às condições de vulnerabilidades e violência, a falta de acesso à saúde, educação, moradia e segurança fazem parte dessas condições.

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O poder político se insere de forma persuasiva, no entanto, esse poder é caracterizado pela corrupção que torna a vida das pessoas cada vez mais vulneráveis e propícios a morte, seja enfrentando filas para conseguir doações de ossos de boi ou se arriscando em moradias insalubres para não ficar nas ruas.
Pesquisadores do Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, com sede na Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, em parceria de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de Brasília (UnB) descobriram um quadro grave de insegurança alimentar no país em tempos de pandemia. Os resultados divulgados no dia 13 de abril apontam que 59,4% dos domicílios brasileiros relataram estar vivendo algum nível de insegurança alimentar, quando não dispõem da quantidade e da qualidade adequadas de alimentos ou quando a preocupação de que faltará alimentos compromete suas escolhas.
A pesquisa foi realizada entre novembro e dezembro de 2020. As duas mil pessoas que compuseram a amostra consideraram situação de segurança alimentar a partir de agosto. 31,7% relatou estado de insegurança alimentar leve (quando há preocupação com a falta de alimentos ou a escolha e qualidade destes fica comprometida); 12,7% moderada (quando há a falta ou redução da quantidade de alimentos entre moradores adultos) e 15,0% insegurança alimentar grave (quando a falta ou redução da quantidade de alimentos se estende às crianças do domicílio).
A pesquisa descobriu ainda que a insegurança alimentar é mais grave em lares chefiados por mulheres (73,8,%), por pessoas de raça ou cor parda (67,8), preta (66,8%), com crianças de até 4 anos (70,6%), mais pobres (71,4% entre domicílios com renda per capita de até R$ 500,00), localizados nas regiões Nordeste (73,1%), Norte (67,7%) ou em áreas rurais (75,2%).


