Você divulga suas realizações para os condôminos? Valoriza os funcionários, o entrosamento da comunidade, a economia de água e a segurança da fachada? E o seguro predial, contempla necessidades reais do seu condomínio? Leia sobre essas questões nesta edição. Participar de eventos também ajuda a aprimorar sua gestão. Sempre que possível, não deixe de comparecer — o mercado está fervilhante. Só em maio, na capital paulista, aconteceram a 7ª edição do Conasi, o Summit W Condo, o Condo 360 Summit/ AABIC e a Expo Síndico SP. A Direcional Condomínios esteve presente em todos — confira fotos ao lado. Boa leitura e um forte abraço, Isabel Ribeiro
Seção Tira-Teima Você divulga suas realizações?
Síndico, Conte sua História!
Sandra Barros
1. Omar Anauate, Sonia Inakake e Cláudio Cruz/AABIC
2. Sonia I. e Sérgio Craveiro/Conasi
3. Wendy Tavares e Dil Melo/W Condo
4. Eric Chan, Kaori Chida, Sonia I. e Priscila Souza/ Expo Síndico SP
5. João Paulo R. Paschoal, Isabel Ribeiro e Paulo Bom/AABIC 1 3 4 5 2
Administração Pirâmide de Maslow e gestão condominial
Dica Valorização do trabalhador
Dica Água: os vilões do consumo 04 25 06 18 28 12 10 14
Capa Dúvidas sobre seguro predial
Sr.(a) Síndico(a),
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DIRETORES
Sônia Inakake e Almir C. Almeida
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Isabel Ribeiro
MTB 24.479/SP isabel.grupodirecional@gmail.com
DIRIGIDA A Condomínios residenciais, comerciais e administradoras
PERIODICIDADE MENSAL Exceto novembro/dezembro, cuja periodicidade é bimestral
TIRAGEM
20.000 exemplares (60.000 leitores em média)
PÚBLICO LEITOR DIRIGIDO Síndicos, zeladores e administradores
CIRCULAÇÃO
São Paulo e Grande São Paulo
CAPA Freepik
ASSINATURAS
Emilly Tabuço faleconosco@grupodirecional.com.br
DEPARTAMENTO COMERCIAL
Kaori Chida
Priscila Souza
Sonia Inakake
ATENDIMENTO AO CLIENTE
João Marconi
Juliana Jordão Grillo
Thiago Inforzato Virgilio
GERENTE COMERCIAL Almir C. Almeida
DIAGRAMAÇÃO Jonas Coronado
IMPRESSÃO Duograf
EQUIPE DISTRIBUIÇÃO
Caique Souza Fernandes José Ricardo da Silva Roberio Santos
ASSINATURA ANUAL R$ 192,00
Tiragem de 20.000 exemplares auditada pela Fundação Vanzolini, cujo atestado de tiragem está à disposição dos interessados.
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Tiragem auditada por
Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias, sujeitando os infratores às penalidades legais.
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As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Condomínios.
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A revista Direcional Condomínios não se responsabiliza pelos serviços e produtos oferecidos pelos anunciantes. Tiragem auditada por
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SÍNDICO, VOCÊ É ‘BOCA ABERTA’?
Por Camila Amato
CARO LEITOR condominial, o tema pode soar grosseiro, mas você sabia que um grande entrave na gestão do síndico é a falta de comunicação, ou a comunicação precária? Partindo do princípio da comunicação emissor/receptor, o ruído entre esses dois pontos pode se tornar um abismo ou uma ponte na gestão condominial. O mercado condominial vem ascendendo nos últimos dez anos. Ser síndico se tornou uma profissão que requer o conhecimento técnico operacional e de inteligência emocional. O síndico, por sua vez precisa entender como é o seu perfil de gestão
DEZ PERGUNTAS (E RESPOSTAS) SOBRE SEGURO PREDIAL
CONTRATAR SEGU-
RO PREDIAL para o condomínio é obrigatório, conforme determina o artigo 1.346 do Código Civil. No entanto, para se antecipar aos riscos, gerando tranquilidade, é fundamental que a contratação ou renovação seja certeira. Os especialistas em seguros Wagner Freitas, Luiz Antonio Marques de Sá e Felipe Cavalcante esclarecem, a seguir, dúvidas sobre o tema. Confira.
1. QUAIS SÃO AS OPÇÕES DE SEGURO PREDIAL DISPONÍVEIS PARA CONDOMÍNIOS?
Wagner Freitas – Existem as modalidades Simples (ou Básica) e Ampla. Na opção Ampla, o seguro engloba todos os riscos relacionados a danos físicos ao imóvel em uma única cobertura, enquanto que, na Simples, a cobertura é limitada a incêndio, raio, explosão e queda de aeronave, sendo facultativa a inclusão de coberturas complementares. Em ambas as opções, o seguro relacionado às responsabilidades civis é opcional. Entre as coberturas acessórias mais comuns estão: Danos Elétricos, Vendaval, Responsabilidade Civil por portões automáticos, Roubo ou Furto de bens do condomínio, Responsabilidade Civil do Garagista, Ruptura de Tubulações e Quebra de Vidros.
2. COMO SE PRECAVER DE DANOS DECORRENTES DE EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS?
Luiz Marques – Em razão dos eventos climáticos extremos, cresce a preocupação com riscos, especialmente aqueles causados pela água em condomínios, como infiltrações e inundações, por exemplo. Para mitigar danos, é essencial que o síndico contrate coberturas complementares: vendavais, tornados, granizos, vazamentos de tubulações, responsabilidade civil por danos a terceiros, danos elétricos, alagamentos (garagens) e desmoronamentos. Com essas coberturas devidamente mensuradas e contratadas, o condomínio estará melhor preparado caso aconteça um evento climático mais agressivo.
3. ALGUNS SÍNDICOS ENCONTRAM NA APÓLICE INSTALAÇÕES QUE SEQUER EXISTEM NA EDIFICAÇÃO. COMO EVITAR ESSA SITUAÇÃO?
LM – Síndicos, muitas vezes, herdam apólices com coberturas para instalações inexistentes, devido à falta de uma análise detalhada por parte de gestões anteriores ou à inclusão indevida feita por alguns corretores. Para evitar essa situação, é essencial que o síndico, a administradora (se houver) e o corretor discutam em conjunto as coberturas necessárias, considerando as características reais do condomínio e adotando uma abordagem personalizada, de modo a garantir que o seguro contratado reflita as necessidades reais e evite gastos supérfluos.
4. É PERMITIDO INCLUIR ENDOSSOS PARA AMPLIAR COBERTURAS EM APÓLICES EM VIGOR?
Foto Jonas via IA
LM – Sim, é possível ampliar coberturas em apólices vigentes por meio de endosso, que é uma alteração contratual aprovada pela seguradora. Algumas coberturas podem ter restrições, especialmente se o sinistro for iminente. Geralmente, não há carência para as coberturas adicionadas, que passam a valer após o protocolo na seguradora ou em data futura definida.
5. SE O SEGURO ESTIVER SENDO PAGO EM PARCELAS, COMO FICA A COBERTURA EM CASO DE EVENTUAL SINISTRO?
Felipe Cavalcante – O parcelamento é uma facilidade concedida pela seguradora e, desde que as parcelas estejam em dia, não representa nenhuma restrição em relação às coberturas. O cuidado que se deve tomar é manter os pagamentos em ordem, pois um atraso ou falta de pagamento pode invalidar a cobertura ou até mesmo cancelar a apólice.
6. COMO SABER SE O LIMITE DE COBERTURA É ADEQUADO PARA O CONDOMÍNIO?
WF – Para saber se o limite de cobertura é adequado, é fundamental consultar um corretor especializado. O síndico deve usar como referência o custo de reposição por metro quadrado, considerando a região e o padrão construtivo do condomínio. Após definir a cobertura, recomenda-se aplicar o índice de correção do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) nas renovações e avaliar os critérios já citados para garantir que a cobertura permaneça adequada.
7. DE QUE FORMA É FEITO O CÁLCULO DO PRÊMIO?
FC – O cálculo do prêmio do seguro considera diversos fatores que indicam o risco e o possível prejuízo. Contratar um valor abaixo do necessário pode até sair mais barato, mas implica assumir um risco grande, pois, caso ocorra um sinistro, a indenização pode ser insuficiente. Por outro lado, não adianta contratar um valor acima do que realmente está em risco, pois isso só encarece o seguro – a indenização será paga com base no prejuízo real, apurado pela seguradora. O ideal é dimensionar a cobertura de forma técnica e responsável, para evitar prejuízos e gastos excessivos.
8. QUAIS OS MOTIVOS MAIS COMUNS DE NEGATIVA DAS INDENIZAÇÕES PELAS SEGURADORAS?
FC – O principal motivo de negativa é a solicitação de indenização para riscos não contratados ou eventos não previstos na apólice. Portanto, é importante observar os riscos excluídos, que são condições específicas não cobertas em determinadas situações. Outro caso comum de negativa é a irregularidade na contratação do seguro, como informações inválidas ou até mesmo irregularidades nas normas de conservação ou vícios na estrutura.
9. HÁ MAIS DE UMA COBERTURA DE RESPONSABILIDADE CIVIL PARA O SÍNDICO?
WF – Existe a cobertura de Responsabilidade Civil do seguro do condomínio, com custo mais baixo, porém apresenta maiores limitações, especialmente para defesa jurídica, sendo mais indicada para síndicos orgânicos. Já para síndicos
profissionais, é recomendável o seguro de Responsabilidade Civil Profissional, que cobre erros e omissões na atuação, oferece proteção jurídica mais ampla, abrange múltiplos condomínios e pode ser contratado por pessoas físicas ou jurídicas. O seguro de RC Profissional está relacionado à atividade profissional do síndico, enquanto a cobertura vinculada ao seguro do condomínio normalmente se limita aos atos de gestão administrativa do próprio edifício.
10. O SEGURO PREDIAL INCLUI UNIDADES RESIDENCIAIS?
WF – Não, o seguro do condomínio cobre apenas as áreas comuns e estruturais do edifício, portanto é altamente recomendado que os condôminos tenham seguro residencial para proteção de seu patrimônio, bem como contra eventuais danos a terceiros. Importante mencionar que situações iniciadas dentro das unidades, como alagamento, podem causar prejuízo a elevador ou unidades vizinhas. O custo do seguro residencial é baixo e ajuda a evitar conflitos, trazendo mais segurança e tranquilidade para todos.
Edição por Isabel Ribeiro
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Agradecimento aos entrevistados: 1. Wagner Freitas, 2. Luiz Antonio Marques de Sá e 3. Felipe Cavalcante
“A MINHA GESTÃO É DE EMPATIA E AMOR AO PRÓXIMO”
Sandra Barros, 48 anos: ex-porteira, ela administra 15 condomínios
“ENTREI NA VIDA condominial pela portaria. Conto para todo mundo que já fui porteira de um residencial, o que me serviu de base para construir uma carreira focada em condomínios. Desde 2016, atuo como síndica preposta de um edifício empresarial no Tatuapé, com 80 conjuntos. Mas, na verdade, eu sou a pessoa que resolve, que está ali para que tudo funcione bem, porque a síndica assim o determinou — ela é CEO da construtora desse edifício e conhece o meu perfil pragmático desde a implantação, quando ingressei como recepcionista. Sou também síndica profissional em 14 condomínios residenciais novos. São prédios de até 50 unidades, onde pratico gestão humanizada. Na parte técnica, me faz bem intermediar resoluções de vícios construtivos e tranquilizar os moradores. Lidar com condomínios é complexo. Fiz vários cursos: de zeladoria, de elétrica, de sindicatura e de mediação de conflitos. Quando os moradores enfrentam problemas de vizinhança, eu os encorajo a me procurar; posso ajudá-los sem que precisem se expor diretamente. Cursei Recursos Humanos e estudo Direito. Estou me qualificando para, futuramente, dar treinamentos na área condominial. Percebo que muitos síndicos chegam despreparados ao mercado. A sindicatura é atrativa, mas requer conhecimento para evitar destituições, depreciação imobiliária e acidentes. Meses atrás, interditei uma área kids recém-entregue. Frustrei a expectativa de mães e crianças, mas eu precisava agir, pois havia riscos.
A minha gestão é de empatia e amor ao próximo. Sei de onde vim e não abro mão de trabalhar de forma honesta e justa. Gostaria que o setor de terceirização investisse mais em treinamento e remuneração de trabalhadores da linha de frente, como porteiros, manobristas e auxiliares de limpeza. Mas nós, síndicos, também precisamos criar um ambiente acolhedor para esses profissionais. No meu emprego de porteira, fui muito bem tratada e, hoje, ajo da mesma forma. No edifício empresarial, por exemplo, todos são terceirizados, mas estão comigo há anos, não faltam e sabem o valor da empatia nas relações. O nosso atendimento é referência no bairro. Até o morador de rua que
Foto Almir Almeida
pede água aos manobristas fica satisfeito, pois temos o hábito de reaproveitar garrafas PET, higienizá-las e armazená-las com água filtrada e geladinha para essa finalidade.
A sindicatura me consome de 12 a 14 horas por dia, mas eu amo o que faço e sou muito grata a Deus e às pessoas que me abriram portas nesse segmento. Sou grata também aos condôminos, os quais vejo como bênçãos na minha vida, pois, sem eles, não haveria trabalho, que é o meu sustento. O trabalho me dá condições de pagar, junto com meu ex-marido, a faculdade de Odontologia da nossa filha, Giovana Audrey; de morar com segurança em um condomínio no Ipiranga e de ter meu carro — conquistado após os 40 anos — para visitar meus condomínios. E tudo isso porque, num belo dia de março de 2013, o meu pai me ligou dizendo que um amigo dele, zelador de um condomínio-clube de alto padrão no Tatuapé, precisava de uma porteira comunicativa.
O meu pai, o saudoso senhor Antonio Barros, foi porteiro e vigilante a vida inteira. Quando eu era mais jovem, olhava para ele com orgulho e dizia: ‘Quero ser vigilante também!’. Não fui; ele não queria que eu pegasse em armas, e eu o obedeci. Trabalhei no crediário das Lojas Marabraz e, depois, na GA.MA Italy, multinacional do ramo de pranchas e secadores de cabelo, onde tive êxito atuando
“Sou alguém que compreende alguns processos da vida e deseja cuidar do bem-estar dos outros, o que está alinhado com a minha escolha profissional”
como representante comercial — tanto que, em 2012, fui premiada com um cruzeiro pela costa brasileira por haver ficado em 12º lugar no ranking de vendas no Brasil. Na época em que meu pai me sugeriu o emprego de porteira orgânica, eu já não atuava mais na área de vendas. Aceitei, então, encarar um novo desafio. Eu podia não ter experiência em portaria, mas me sobrava habilidade para lidar com pessoas. Comecei a trabalhar no condomínio, admirada com o potencial do setor. O síndico percebeu meu espírito de liderança e cogitou me promover a zeladora, pois o zelador se mudaria em breve. Porém, houve eleição para síndico, e o novo gestor me disse que mulher não poderia exercer a função de zeladora. Por causa desse 'Não', eu fui longe! Pedi demissão, trabalhei com previdência privada – ganhando mais – e, com isso, pude investir no curso de sindicatura da professora Rosely Schwartz. Aliás, esse era o meu sonho desde que o advogado que cuidou do meu divórcio, na época em que eu trabalhava na portaria, havia me incentivado a me tornar síndica profissional e recomendado o curso dela.
Sabendo do meu interesse pela área, uma condômina do residencial me indicou para trabalhar em um edifício empresarial ainda em fase de implantação. O trabalho era na recepção, mas enxerguei potencial de crescimento. No início, tive de lidar com condôminos teimosos, que queriam acessar o edifício sem realizar o devido cadastramento. Eu era firme, porém gentil, e conquistei o respeito deles. No início
de 2023, comecei a administrar, paralelamente, condomínios residenciais, após um comentário que fiz no Instagram. Um casal de síndicos leu a publicação, quis me conhecer e me indicou como síndica para dois condomínios pequenos. Por meio de indicações, a minha carteira foi crescendo nesse nicho.
Sou a prova de que é possível crescer. Superei muitos obstáculos desde cedo. Sou nascida em São Paulo. O meu pai conheceu a minha mãe, diarista, no prédio em que ele era vigilante, na capital. Casaram-se, tiveram a mim e minha irmã, mas logo se separaram — mais tarde, constituíram novas famílias. Após eles se separarem, morei em habitações precárias na zona oeste, porque a minha mãe vivia com o dinheiro das faxinas e da pensão do meu pai. Depois nos mudamos para uma casa melhor, que ela alugou da patroa, na zona leste. Tudo era simples, mas limpo e organizado. Carne em casa era só aos domingos, mas, como ela cozinhava bem, quase sempre tinha algo gostoso à mesa durante a semana.
Na adolescência fomos morar na Praia Grande porque a minha mãe ganhou um terreno da patroa. Aos 18 anos, mudei-me para o Nordeste para ficar com meu pai e a nova família dele, e após algum tempo, vim com eles para São Paulo. Tive um passado nômade – muitas moradas, muitas escolas – e com limitações financeiras, mas isso me fez forte. Sou alguém que compreende alguns processos da vida e deseja cuidar do bem-estar dos outros, o que está alinhado com a minha escolha profissional.”
Sandra Barros, em depoimento concedido a Isabel Ribeiro
Por
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CONDOMÍNIO, PALCO DE ENCENAÇÃO?!
Atos dissimulados, negação, mentiras. Confira algumas situações relatadas por síndicos ouvidos pela Coluna.
“EXISTEM
FINGIMENTOS CLÁSSICOS EM CONDOMÍNIOS, COMO O COLEGUINHA DO FILHO ‘SER MORADOR’ PARA IR À PISCINA, MAS TAMBÉM JÁ VI SITUAÇÕES COM
PITADAS DE DRAMA.
Lembro-me de um episódio ocorrido muitos anos atrás, em um condomínio de Guarulhos, em que até levamos um ‘puxão de orelha’ das autoridades pela comunicação de falsa tentativa de suicídio. Mas, em nossa defesa, na iminência de salvar uma vida, o plano de contingência padrão havia sido corretamente cumprido. Não era segredo para ninguém que um certo casal do sétimo andar discutia com frequência e, nessas ocasiões, a mulher gritava que ele iria ver, pois ela ia se jogar da janela.
Na véspera da simulação mencionada, vizinhos escutaram as mesmas ameaças. Já no dia em que tudo aconteceu, a moradora gritou da janela que iria se matar. Um pouco depois, foi vista estirada na lateral da torre, ‘agonizando’ sobre o concreto. O marido não estava na unidade, mas chegou logo depois, assim como a polícia e a ambulância. A comoção tomava conta de todos, inclusive do parceiro. Os socorristas, mais experientes, perceberam algo de errado na cena, como a ausência de ferimentos. Pediram para ver imagens da câmera de segurança e constataram que ela havia descido pelas escadas e se deitado no chão. Essa câmera havia sido instalada há poucos dias, e penso que a moradora não se deu conta disso antes de fingir atentar contra a própria vida para chamar a atenção do parceiro.
Na pandemia, em outro condomínio, também ocorreu um flagrante de realidade por meio de câmeras. Aconteceu logo no início do surto, quando uma parcela de pessoas ainda duvidava da disseminação da Covid-19. Pois um morador sem máscara e outro com o acessório se estranharam ao dividir o elevador
Otávio Lourenço síndico profissional
e foram às vias de fato. Um deles atacou mais; o outro, praticamente, revidou para se defender. Afastaram-se, cada um seguiu seu rumo, mas a polícia já havia sido chamada. Então, o morador mais agressivo retornou, só que todo amarfanhado e simulando ter apanhado muito. Com certeza, queria que se compadecessem dele, mas era tarde: o ataque de fúria já estava gravado.
Teve ainda um condomínio onde aconteceu uma encenação mais leve, com direito a ‘objeto cênico’. Começamos a receber reclamações sobre utilização de furadeira fora do horário permitido com certa recorrência. Conseguimos identificar a unidade, e o zelador a contatou. A moradora, porém, alegou tratar-se do som do liquidificador. De fato, ela ligava o aparelho junto com a furadeira, no intuito de não ser ‘descoberta’. Um dia, um vizinho incomodado tocou a campainha. Para dar mais veracidade à história, a moradora o atendeu na porta com um copo de vitamina na mão e ainda se desculpou por ter um liquidificador tão barulhento.”
Orlando José síndico profissional
" ALGUMAS DECLARAÇÕES QUE NÃO CONDIZEM COM A VERDADE OU AÇÕES
DISSIMULADAS TENDEM A VIR À TONA POR MEIO DE CÂMERAS DE SEGURANÇA.
DIGO QUE A FILMAGEM É A
CULPA REGISTRADA.
Algo comum é o tutor de pet não querer saber de limpar o xixi ou cocô do amiguinho nas áreas comuns. A pessoa até mente, dizendo que a caca é de outro cachorro, como fez um condômino que levou seu cão para passear carregando-o debaixo do braço pela garagem, por onde se acessa a área pet. Na ida, ele não percebeu que o cão havia feito cocô, mas, na volta do curto passeio, era impossível que não notasse o dejeto. Pouco depois, uma condômina pisou no cocô, escorregou e caiu na garagem. Quando soube do ocorrido, identifiquei o tutor pelas imagens das câmeras. No contato inicial, ele insistiu que seu cão só ‘fazia necessidades no lugar certo’. Porém, ao ver a comprovação pelas imagens, ele, para tentar escapar da multa, disse que o cão era idoso, doente, com dificuldade de controlar urina e fezes. Só faltou alegar demência.
Também é rotineiro que mães não ‘reconheçam’ seus filhos mediante infrações. Certa vez, adolescentes jogavam na quadra e a bola caiu no imóvel vizinho. Um deles escalou o alambrado e pulou o muro, que dava para o estacionamento de uma agência bancária. Jogou a bola de volta, mas não conseguiu sair de lá. O segurança do banco o
flagrou e só se convenceu de que não era um meliante quando o zelador do condomínio, avisado pelos adolescentes, foi contornar a situação. Quando tentei falar com a mãe do jovem sobre o ocorrido, ela negou que fosse seu filho e, depois, mesmo vendo as imagens, negou e ainda questionou: ‘Como você sabe se esse rapaz é meu filho?’. Aí não deu para segurar, e respondi: ‘Se é ou não seu filho é uma questão particular. O que é do nosso conhecimento é que ele reside no mesmo imóvel que a senhora’.
Em outro condomínio, em São Bernardo, ouvi o mais deslavado ‘Ah, eu não sabia’. O zelador me informou que um condômino novo, que morava sozinho, operava na unidade uma central de telemarketing com 20 funcionários. A equipe dele usava a área da churrasqueira para almoçar e a da piscina para descansar, tomando um solzinho no horário do almoço, e os moradores, com razão, estavam reclamando. Solicitei ao proprietário permissão para ir à sua unidade, onde confirmei haver um telemarketing ativo. Expliquei ao condômino que não era permitido instalar uma empresa em edifício residencial. Ele disse que não sabia e culpou a corretora, que lhe assegurara ser permitida tal atividade — o que acho pouco provável, porque ela também era condômina do prédio e não teria interesse em tumultos. Questionei esse senhor sobre o porquê de não haver comprado uma unidade comercial no edifício ao lado. Aí baixou a sinceridade. Ele disse que era mais caro e não havia lugar para a equipe ‘tirar a hora do almoço’.”
Depoimentos concedidos a Isabel Ribeiro
A PIRÂMIDE DE MASLOW NA GESTÃO CONDOMINIAL
Muito utilizada na área de Recursos Humanos, essa ferramenta pode ajudar síndicos a conhecerem as necessidades dos moradores e motivar a participação na gestão
Por Luiza Oliva
RICARDO CONCEIÇÃO
é administrador, contador e pedagogo. Com larga vivência profissional em Recursos Humanos e como assessor de síndicos, é autor do livro “Vivendo bem em condomínio – a pirâmide das necessidades do morador”, cujo objetivo é ensinar as pessoas a viver em comunidade. “Na verdade, já vivemos bem em condomínio, mas estragamos tudo”, lamenta.
Ele se recorda da infância e adolescência passadas em um condomínio no bairro do Paraíso, onde seu pai era zelador. Mesmo sem área de lazer, havia ótima convivência entre os moradores. “A portaria era o ponto de encontro. Todos que chegavam paravam por lá para conversar. Hoje, as áreas comuns viram pontos de conflito”, compara. Ele acredita que é necessário um trabalho de reeducação no mundo condominial. “Falta respeito e amizade, e sobra intolerância”, aponta. Para ele, o síndico é pressionado por inúmeras responsabilidades, enquanto falta conhecimento aos moradores. Diante desses desafios, no seu livro, Ricardo decidiu transformar a Pirâmide de Maslow em um instrumento de gestão para o síndico.
A Pirâmide de Maslow, criada pelo psicólogo Abraham Maslow e muito utilizada como ferramenta de Recursos Humanos para motivar e avaliar quadros de funcionários, organiza as necessidades humanas em cinco níveis, de baixo para cima: fisiológicas, segurança, sociais,
estima e autorrealização. “Na minha Pirâmide das Necessidades dos Moradores, adapto esse conceito para a vida em condomínios, com três níveis: Necessidades Administrativas (base) – gestão financeira, manutenção e segurança; Necessidades Sociais (meio) – semelhantes às sociais de Maslow, envolvem convivência, diálogo e laços entre vizinhos, para criar um senso de comunidade; e Necessidades de Desenvolvimento Pessoal (topo) – focam em educação, liderança e inovação, incentivando os moradores a crescerem e transformarem o condomínio”, diz.
Para avaliar as necessidades dos moradores, o síndico tem algumas ferramentas, acredita Ricardo, como fazer plantões para atendê-los ou esclarecer dúvidas sobre a pauta da assembleia antes da reunião. Enfim, informar os condôminos. “Seja através de circulares, aplicativos, WhatsApp, é preciso bombardear o morador de conhecimento. Esclarecer sobre o trabalho do síndico e motivar o pessoal a participar”.
Fábio Interaminense, engenheiro eletrônico, especializado em marketing, vendas e psicologia, ex-executivo de empresas nacionais
e internacionais, é síndico morador há sete anos de um condomínio na zona oeste de São Paulo, construído há cerca de 45 anos. Para atender bem à sua comunidade e também visando ajudar síndicos em suas gestões, Fábio criou a metodologia VIVER, baseada na Pirâmide de Maslow. O objetivo, explica, é transformar a forma como o síndico se comunica, como lida com reclamações, como conduz uma assembleia e até mesmo como planeja melhorias na gestão.
De forma prática, Fábio enumera os pontos que podem ser desenvolvidos pelo síndico em cada degrau da Pirâmide de Maslow:
• Necessidades básicas e de segurança: garantir serviços essenciais, como água, energia, gás e saneamento; oferecer espaços de convivência minimamente confortáveis e prevenir problemas estruturais;
• Necessidades sociais: ajudar as pessoas a pertencerem ao grupo, criar um senso de comunidade, facilitar a comunicação entre moradores, promover a inclusão e estimular o voluntariado;
• Necessidades de estima: criar canais de escuta ativa, valorizar boas práticas, garantir transparência na gestão e estimular a participação dos moradores nas decisões, por meio de comitês, por exemplo;
• Necessidades de autorrealização: criar projetos sustentáveis, promover atividades educativas, incentivar o protagonismo dos moradores e manter o espírito colaborativo, favorecendo para que todos se sintam parte de algo maior e ajudem a transformar o condomínio.
“Essa teoria nos ajuda a entender o comportamento das pessoas, as motivações por trás de suas atitudes e até mesmo os conflitos que surgem no ambiente condominial”, constata. “O síndico deixa de ser apenas um gestor de problemas e passa a ser um líder comunitário”, completa.
Ao ser eleito síndico, Fábio tomou inicialmente três atitudes. Primeiro, mostrou disponibilidade, recebendo os moradores às terças e quintas, das 19h às 21h30, mediante agendamento. “Com isso parou o zum-zum-zum: abri a agenda, e quem não desceu não se viu no direito de reclamar.” Outra iniciativa foi a transparência, divulgando todas as aquisições, obras e serviços. E, depois, cuidou ainda melhor dos funcionários, com conversas, novos uniformes, reforma do banheiro e aquisição de equipamentos para a copa.
Com essas atitudes, boa comunicação e engajamento dos condôminos, Fábio conseguiu promover melhorias como a construção de uma nova guarita blindada, nova calçada, implantação de coleta seletiva e pet place, entre outras. O condomínio organiza festas animadas e colaborativas, inclusive uma só para os funcionários no final do ano. “Criamos um sentimento de comunidade”. Um exemplo da união aconteceu durante a pandemia. A festa
junina era tradição no condomínio e Fábio não pensou em desistir da comemoração. Enviou para cada morador um kit com paçoca, milho e bandeirolas, convidando todos a enfeitarem suas janelas e avisando que, na noite de São João, teriam uma surpresa. “Contratei um trio de forró. Eu e minha esposa descemos vestidos à caráter, e foi emocionante ver os apartamentos enfeitados e todos dançando das varandas. Brinquei que fizemos a maior quadrilha vertical do mundo. Acredito que o grande propósito do síndico deve ser o de se dispor em prol do coletivo, colocando o altruísmo em primeiro lugar. A partir daí a criatividade, a liderança e a boa comunicação surgem para engajar e motivar os moradores.”
Agradecimento aos entrevistados: Ricardo Conceição (no alto) e Fábio Interaminense
Fotos
Divulgação
FISCALIZAÇÃO ORIENTATIVA NOS CONDOMÍNIOS
CRT-SP nos condomínios: a fiscalização orientativa não é uma atitude burocrática, mas um investimento em segurança e para a valorização do imóvel
Para entrar em contato com o CRT-SP, ligue para (11) 3580-1000 ou encaminhe e-mail para fiscalizacao@crtsp.gov.br
Em todo condomínio residencial ou comercial, a qualidade de uma reforma de área, a eficiência de uma instalação elétrica, a segurança de um sistema de gás, a manutenção de um elevador ou instalação hidráulica, entre outros serviços do cotidiano, requerem expertise de profissionais qualificados e habilitados, como os técnicos devidamente registrados no Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Estado de São Paulo (CRT-SP), conforme determina a legislação vigente para o exercício da profissão, evitando riscos aos condôminos e passivos jurídicos aos administradores – entre os quais, os síndicos.
Para cumprir a missão precípua de proteger a sociedade, os fiscais do conselho têm percorrido uma infinidade de condomínios, tanto
na capital quanto no interior, com o intuito de orientar e assegurar que somente profissionais técnicos habilitados – que respondem civil e criminalmente – podem executar serviços, mediante a emissão do Termo de Responsabilidade Técnica (TRT), documento de fé pública que propicia segurança – inclusive jurídica – a quem contrata. Enfim, para os síndicos, exigir o documento significa reduzir riscos de acidentes, evitar multas por irregularidades e proteger o patrimônio, uma vez que serviços bem executados prolongam a vida útil das instalações.
De acordo com o inciso V, artigo 1.348, da Lei nº 10.406/2002 –Código Civil – compete aos síndicos “diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação de serviços que interessem aos possuidores”. Assim, o CRT-SP elaborou o
Manual do Síndico – distribuído durante as ações orientativas –, com o objetivo de prestar esclarecimentos quanto à responsabilidade dos administradores de condomínios; e essa responsabilidade passa pela contratação de profissionais e empresas idôneas, competentes e que seguem a rigor a legislação.
Por sua vez, a plataforma online gratuita Técnico que Faz permite encontrar profissionais habilitados para praticamente todos os serviços de reforma e manutenção, considerado as necessidades de um mercado em crescimento e que os técnicos estão sempre atualizados e atentos às atribuições que lhes competem conforme a formação, além do conhecimento de normas específicas de segurança para o dia a dia da profissão.
A mensagem é clara: a fiscalização orientativa não é uma atitude burocrática, mas um investimento em segurança e para a valorização do imóvel. Exigir o registro profissional e a emissão do TRT em cada serviço técnico, além de denunciar práticas irregulares realizadas por pessoas não habilitadas são medidas que propiciam segurança jurídica aos síndicos e proprietários, evitando crises, valorizando seus trabalhos e fortalecendo a confiança dos moradores.
Para entrar em contato com o CRT-SP, ligue para (11) 35801000 ou encaminhe e-mail para fiscalizacao@crtsp.gov.br.
Nota: Serviço de utilidade pública do CRT-SP para os síndicos e administradores de condomínios
Foto: Eric Alves
Muito prazer, nós somos a
Estar aqui na Direcional representa um importante passo em nossa jornada, que vem sendo construída como muita solidez e foco na experiência dos clientes.
Gustavo Marques Comercial
Tenho orgulho de ter a família unida trabalhando em conjunto em prol de síndicos e gestores que buscam diferenciais no mercado.
Fábio Gonçalves Fundador / Diretor Geral
Bruno Luize Edifício Belatto
Queremos ter cada vez mais clientes, que buscam a valorização dos imóveis, com soluções que durem mais tempo e com preço justo.
Bruno Marques Operações e Marketing
Síndicos que confiam em nosso trabalho:
Desde 2011 valorizando o seu patrimônio. Porque fachada não é despesa, é investimento. Faça a diferença você também!
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FACHADAS: LEIS, DIREITOS E DEVERES DO CONDOMÍNIO
Por Gianpaulo Scaciota
O advogado Gianpaulo Scaciota é especialista em Direito Condominial e escritor
FACHADA PREDIAL perpassa por normas, regras e legislações no que se refere à aprovação de obras, harmonia visual ou má condição, com risco de acidentes. Em São Paulo, existe até uma lei (10.518) municipal que dispõe sobre pintura e lavagem, no mínimo, a cada cinco anos. Ao planejar uma obra de restauração e pintura de fachada, é válido o condomínio investir em consultorias especializadas, possibilitando que decisões e medidas adotadas tenham um respaldo técnico e jurídico adequados. Confira a seguir situações que envolvem regras e leis.
MANUTENÇÃO – O artigo 1.348, inciso V do Código Civil (CC) enfatiza o dever do síndico de diligenciar pela manutenção do condomínio. Se ocorrer um acidente por má conservação da fachada (como queda de revestimento), o síndico pode ser considerado negligente caso não tenha tomado medidas preventivas adequadas. Manter registros de inspeções e manutenções pode ajudar a evitar essa responsabilização. Quando a proposta de obra em fachada deteriorada
“Mais do que estética, a pintura predial é manutenção preventiva: evita infiltrações, corrige patologias e valoriza o patrimônio.”
(Kaique Vilela, engenheiro civil, SP Pinturas)
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Divulgação
não tiver aprovação dos condôminos, é necessário constar em ata para salvaguardar o síndico em caso de acidente.
NOVO VISUAL – Para mudar a cor ou revestimento da fachada, é necessário deliberar em assembleia e obter a aprovação da maioria qualificada dos condôminos, conforme previsto na convenção do condomínio. Conforme o art. 1.351 do CC, são necessários votos de dois terços dos condôminos para modificações que alterem a forma externa da fachada. O objetivo é preservar a harmonia arquitetônica e evitar impactos no valor patrimonial das unidades. A falta de aprovação pode resultar em conflitos judiciais.
MUROS E PORTÕES – Alterações estéticas externas, como mudar a cor de muros ou substituir grades por vidro, geralmente requerem aprovação em assembleia, seguindo o quórum determinado pela convenção. Assim como para a fachada, o art. 1.351 do CC se aplica às mudanças que impactam a estética externa. Modificações significativas requerem aprovação prévia, garantida por um quórum especificado na convenção.
SACADA – O condômino deve respeitar o padrão estético externo definido em convenção. Caso contrário, o síndico pode solicitar a reversão da alteração. Apesar de internas, as áreas visíveis da sacada são consideradas parte da fachada e devem respeitar a uniformidade estética prevista na convenção do condomínio. O desrespeito a essas normas pode resultar em sanções ao condômino, incluindo a obrigatoriedade de restauração à cor original.
ESQUADRIAS – Alterações na fachada, incluindo esquadrias, exigem aprovação em assembleia para manter a harmonia visual do prédio. As esquadrias também compõem a fachada, e alterações
“Produtos com nanotecnologia conferem maior sucesso à pintura, pois têm ação hidrofugante excepcional, gerando sobre as fachadas uma camada repelente à água por muitos anos mais, quando comparados a produtos tradicionais.”
(Fábio Aranha, sócio, Cymaco Engenharia)
Foto Jonas via IA
DICA
devem seguir o quórum do art. 1.351 do CC. Modificar cor ou modelo sem aprovação pode gerar quebra de harmonia e conflitos com outros condôminos, que têm a expectativa de uniformidade visual.
REDES DE PROTEÇÃO – Se a remoção for necessária, deve ser comunicada antecipadamente e constar em ata de assembleia, prevenindo custos inesperados aos moradores. Caso a remoção não seja obrigatória e ocorra dano, a responsabilidade pode recair sobre o prestador. É importante ter cláusulas no contrato que cubram esses danos. Problemas de danos causados por terceiros devem ser resolvidos conforme cláusulas contratuais de prestação de serviços e práticas gerais do Código Civil sobre responsabilidade civil. Incluir cláusulas de cobertura de danos nos contratos com prestadores ajuda a definir responsabilidades claramente.
"Manter a fachada em boas condições é uma ação estratégica que previne danos, evita infiltrações, valoriza o imóvel e demonstra o cuidado coletivo com a segurança, a estrutura e a durabilidade do patrimônio do condomínio."
APARTAMENTOS – A entrada do prestador em unidade privada para executar pintura nas paredes e teto da sacada depende da autorização do proprietário, conforme o direito de propriedade garantido constitucionalmente. Negociações para acesso precisam ser amistosas e respeitar a privacidade e os direitos do condômino. Caso o morador não permita e dependendo do escopo e definições contratuais e aprovações da assembleia, o condomínio pode propor medida para ter amparo judicial.
CUSTOS INESPERADOS – Diante de problemas no decorrer da obra que aumentem os custos, o síndico deve convocar uma
Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para discutir e aprovar o novo orçamento. O CC e as convenções preveem a necessidade de aprovação de despesas não previstas originalmente em assembleia, garantindo transparência e consensualidade. No caso de situação extraordinária que possa comprometer a segurança e estrutura da edificação, entendo que o síndico pode e deve se utilizar do fundo de reserva e chamar imediatamente uma AGE para informação aos condôminos e recomposição do caixa.
LOCATÁRIO – Em geral, o rateio de obras é responsabilidade do proprietário, salvo previsão contratual diferente entre locador e locatário. As taxas de manutenção e benfeitorias ordinárias geralmente recaem sobre o locatário, salvo estipulação em contrato de locação. A relação locador-locatário é regida pela Lei do Inquilinato e deve prever esses aspectos para evitar conflitos. De qualquer forma valores lançados são sempre de responsabilidade da unidade, por se tratar de obrigação “propter rem”, ou seja, que recai diretamente sobre o bem.
ACIDENTES – O síndico deve garantir que a empresa contratada siga normas de segurança (NR-18, por exemplo), além de verificar previamente a existência de seguro de acidentes do trabalho. Mediante caso de óbito, é necessário notificar as autoridades competentes e colaborar com as investigações, reforçando a segurança no local. "Fachadas bem cuidadas valorizam o patrimônio, previnem infiltrações e promovem mais segurança para todos os moradores."
(Almir Martinho Pereira, engenheiro civil, Action Service Engenharia)
CAPRICHO NA PINTURA
PREDIAL
Por Isabel Ribeiro
Condomínio Home Stay Paulistano, recém-pintado e durante uma das etapas da obra; no detalhe, o síndico Lourival Teixeira
À FRENTE do Home Stay Paulistano, condomínio residencial na Bela Vista, região central de São Paulo, Lourival Teixeira conta que já acompanhou duas obras de pintura de fachada no empreendimento com duas torres interligadas e 250 unidades. Contar com uma prestadora responsável e caprichosa foi, segundo ele, essencial para o bom resultado do serviço finalizado em setembro de 2024. “É de praxe iniciarmos o processo de cotação com até dez empresas sempre que o valor de alguma obra ultrapassa 600 mil reais. Outro costume é conferirmos in loco a qualidade do trabalho das empresas pré-selecionadas, visitando condomínios e conversando com síndicos.”
Em uma dessas visitas, Lourival encontrou funcionários pintando a torre, o que foi de grande relevância na seleção da empresa que trabalharia no condomínio da Bela Vista. “Estavam pintando a fachada, e o jardim e o piso se encontravam cobertos, muito bem protegidos. Preservar o paisagismo era justamente uma das grandes preocupações do Home Stay”, relata o síndico. Ele conta que esse
"Mais do que uma simples pintura, é essencial garantir segurança estrutural, durabilidade e tranquilidade na gestão condominial."
(Edilson Souza, gestor, Topo Pinturas)
Fotos
Divulgação
objetivo foi atendido: paisagismo, e também o piso de pedras, saíram ‘ilesos’. Lourival destaca que uma obra de pintura é composta de vários aspectos, sendo o capricho e a limpeza mais um desses elementos. “Esse serviço é complexo. Acompanhamos todo o escopo da obra e conferimos até se as tintas que recebíamos eram da mesma qualidade contratada. Selecionar boas empresas e acompanhar o processo dá trabalho, mas é necessário.”
A síndica Lurdes Affonso: verde original restabelecido no Edifício Vila de Vitória
A síndica Lurdes Affonso também ficou bastante satisfeita com a condução e o resultado da obra mais recente de pintura de fachada no Edifício Vila de Vitória, na Vila Mariana, zona sul da capital. Síndica desde a implantação do prédio, há 35 anos, ela já está habituada a supervisionar esse tipo de serviço no edifício de 13 andares e 52 unidades.
“Desta vez, além da fachada, pintamos algumas outras áreas, e mesmo assim o processo foi mais tranquilo do que em obras anteriores”, compara. Ela destaca que a empresa contratada enviou funcionários educados e um gerente solícito. “Nossa fachada é composta por pastilhas brancas e uma parte pintada de verde. Na pintura anterior, o tom ficou diferente do original. Desta vez, não — a empresa pintou uma parte da parede para verificarmos como seria o resultado final. Esse tipo de cuidado faz diferença”, avalia.
Ela ressalta ainda que a equipe foi cuidadosa para não danificar o jardim e atuou com precisão na etapa de hidrojateamento. “Não houve nenhuma reclamação dos moradores em relação a esse processo de lavagem”, finaliza.
"Revitalizar fachadas é uma ação estratégica que prolonga a vida útil da estrutura, valoriza o imóvel e reforça o cuidado do condomínio com o seu patrimônio."
SER SÍNDICO É muito mais do que administrar as finanças, cumprir as obrigações legais e organizar reuniões. É, acima de tudo, liderar pessoas.
O cargo de síndico não é sobre ter “poder de mando”, mas sim sobre ter responsabilidade e criar um ambiente justo, onde todos se sintam respeitados e motivados a desempenhar suas funções.
Zeladores, porteiros, faxineiros e demais funcionários e colaboradores são essenciais para o bem-estar do condomínio. Quando são reconhecidos, trabalham melhor, sentem-se parte do ambiente e colaboram de maneira mais engajada. Pequenos gestos, como elogios, benefícios e apoio, fazem a diferença.
Você, síndico, presta atenção nos colaboradores e funcionários? E mais: já imaginou como incentivá-los?
Funcionários dedicados devem ter oportunidades de crescimento,
“Portaria, segurança e limpeza de qualidade são investimentos essenciais para a valorização do patrimônio, bem como para garantir bem-estar, ordem e boa convivência no ambiente condominial.”
(Isaac Júnior Torquato Freire, CEO, Torquato Freire Segurança e Serviços)
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Almir
Almeida
e o gestor pode buscar oferecer cursos, treinamentos e incentivos para que esses profissionais se desenvolvam e se sintam valorizados. É inspirador ver histórias de pessoas que crescem dentro “da empresa Condomínio”, como uma auxiliar de limpeza que chegou à supervisão após frequentar cursos e palestras indicados pelo síndico. Essa perspectiva traz uma visão muito valiosa sobre a importância de valorizar todos os colaboradores. Afinal, um colaborador motivado e bem treinado é “um investimento na qualidade” do condomínio, ou seja, só traz benefícios a todos.
Além disso, as condições de trabalho também fazem diferença. Vejamos: será que os funcionários do condomínio têm um local adequado para fazer refeições, descansar um pouco e trocar de roupas?
Muitos síndicos sequer questionam sobre isso, pois ainda existem aqueles que possuem um ego inflado e adotam uma postura de se sentirem “servidos”, o que, infelizmente, cria um ambiente de trabalho desmotivador para os funcionários do condomínio.
Acredito que uma gestão eficaz e humana se baseia no respeito mútuo e no reconhecimento do trabalho de cada um, o que ocorre adotando uma postura de líder.
Quando um síndico adota uma postura negativa, "de chefe", alimenta o ego em detrimento do respeito pelos funcionários, e as consequências podem ser bastante prejudiciais para o ambiente como um todo.
Você já observou ou ouviu relatos de como essa dinâmica afeta o dia a dia no condomínio? Como você imagina que os funcionários se sentem em um ambiente assim? Acha que isso pode influenciar a qualidade do trabalho deles?
Síndico, após ler este artigo, pergunte-se:
• Estou construindo um ambiente de respeito e valorização?
• Meus funcionários sentem orgulho de trabalhar aqui?
• O condomínio pode fazer mais para reconhecer quem cuida dele todos os dias?
“O aumento do absenteísmo e a falta de mão de obra de profissionais qualificados é um desafio. A terceirização assegura eficiência, economia e tranquilidade para os condôminos, valorizando o condomínio.”
(Patricia Leite, diretora de atendimento, Tecx Facilities)
Pois bem, ser síndico é, além de abraçar a responsabilidade de cuidar de vários lares, estar presente, ouvir, mediar e agir, sempre com o coração voltado para o bem coletivo. É construir pontes entre vizinhos, zelar pelo que é de todos e transformar desafios em soluções.
Servir como síndico não é apenas administrar; é dedicar-se ao equilíbrio, à harmonia e ao respeito dentro de um espaço compartilhado. É também uma verdadeira missão de empatia e compromisso — e, acima de tudo, é valorizar os funcionários e colaboradores.
Uma boa gestão não se mede apenas pelas contas equilibradas, mas pelo respeito àqueles que garantem, diariamente, que tudo esteja limpo, bonito, seguro e bem administrado. Respeitá-los e valorizá-los é reconhecer o esforço e a dedicação que colocam em cada detalhe, muitas vezes invisível aos olhos dos moradores.
Quando há respeito, há compromisso. E, quando há valorização, há motivação para oferecer sempre o melhor. Afinal, um condomínio não é feito apenas de paredes e regras, mas de pessoas que o tornam um lar melhor para todos.
“Dificuldades com recrutamento, alta rotatividade e encargos trabalhistas sobrecarregam os condomínios. A terceirização elimina essas barreiras, oferecendo equipes treinadas, gestão eficiente e menos preocupações."
(Patricia Leite, diretora de atendimento, Tecx Facilities)
PRÓXIMA EDIÇÃO: AVCB, EQUIPAMENTOS: PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS
Foto Jonas via IA
ÁGUA: CAUSAS INIMAGINÁVEIS POR TRÁS DO CONSUMO ELEVADO
Por Renato Luiz Moreira
Renato Luiz Moreira é engenheiro e consultor técnico condominial
O ALTO consumo de água em áreas comuns e vazamentos invisíveis são grandes vilões das contas condominiais. Em um condomínio novo, me deparei com a seguinte situação: aumento expressivo de consumo, na ordem de 20% a 30%, sem causa aparente. Ao analisar o projeto hidráulico, observei que havia uma tubulação enterrada no jardim para rega com água de chuva, cujo reservatório era reabastecido indiretamente pela água da concessionária e o sistema de pressurização funcionava direto, mesmo sem haver consumo. Esse problema oculto havia rendido meses de prejuízo acumulado. Fontes comuns de vazamentos são tubos pressurizados que se rompem por estarem ligados a bombas que ligam e desligam com muita frequência e devido à alta pressão, tipicamente causada por superdimensionamento. A solução é investir em bombas melhor dimensionadas, prevenindo o liga e desliga constante. Em tubulações enterradas, qualquer movimentação do solo por falha na compactação pode rompê-las. Fique de olho. Para o consumo geral em torneiras o melhor são os dispositivos de fechamento automático de boa qualidade. Vistoria em caixas acopladas com frequência ajudam a evitar falhas dos mecanismos. Mas se na área comum é difícil encontrar a origem de alto consumo, quando se trata dos apartamentos a causa é invisível. Uma das fontes é a pressão.
Andares com maior pressão de água têm maior propensão a apresentar maiores
"É recomendável que o condomínio sempre opte por empresas que atuem com foco em inovação e qualidade, e que, assim, possam oferecer soluções em hidráulica predial que garantam eficiência, segurança e durabilidade ao serviço executado."
(Mário S. Ferro, gerente comercial, Enginstal)
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vazões em chuveiros, pias, tanques e lavatórios. Testei mais de 100 chuveiros em um mesmo condomínio. Os resultados apontaram vazões de 9,5 até 23,5 litros por minuto, uma variação de 147% de um apartamento para outro, sendo que quase 90% dos chuveiros eram do mesmo modelo e apresentavam vazões muito diferentes. O motivo da diferença é a pressão. Na cozinha, as torneiras surpreenderam negativamente: 44% apresentaram vazão acima de 8 litros por minuto e quase metade passou dos 10 litros por minuto, valor superior ao de vários chuveiros.
Uma das ações nesse condomínio foi a troca das válvulas redutoras de pressão, que estavam deterioradas por falha na manutenção. O resultado imediato foi uma redução da ordem de 20% no consumo dos apartamentos, cerca de R$ 5.800,00 em setembro de 2023. Eu não esperava um percentual tão significativo, mas o resultado foi coerente, pois, em alguns andares, havia o dobro da pressão-limite estabelecida em norma. O condomínio convivia com a situação havia pelo menos seis anos, desperdiçando dinheiro. Fica o questionamento: será que é alto o investimento em uma consultoria hidráulica especializada? Basta fazer as contas.
Deixo aqui algumas dicas técnicas que podem ser úteis:
1. Síndico, tenha sempre em mente auditar o projeto e a instalação em busca da origem de falhas;
2. Primeira lei do uso racional de água: conforto e economia são pontos opostos de uma mesma linha. É preciso optar;
3. Restritores de vazão (pequenos anéis que controlam a quantidade de saída de água) são ótimos, mas cuidado: restritores para chuveiros e torneiras são diferentes. Então, não erre e escolha aqueles originais ou próprios para cada uso;
4. Uma restrição muito grande pode deixá-lo frustrado com o chuveiro. Há kits com vários restritores (disponíveis no mercado) para teste. Se não der certo, busque um chuveiro com vazão mais baixa — e, ainda assim, pode ser necessário usar o restritor;
5. Torneiras de pia com monocomando possuem passagens pequenas. Fale com a assistência técnica do fabricante sobre restritores;
6. Não deixe a torneira aberta à toa e evite o acúmulo de água e louça na pia. Isso espalha gordura, dificulta a limpeza e consome mais água;
7. Cada minuto a menos no banho representa menos custo. Se for com aquecedor a gás, você economiza em dobro: água e gás.
E não se esqueça de que uma hidráulica saudável é fundamental para o sucesso no uso racional.
"Economize água — um recurso finito que o ser humano ainda não conseguiu criar." (Mauro Imoto, proprietário, Shop Service)
PRÓXIMA EDIÇÃO: ACESSÓRIOS, KIT ENXOVAL E PRODUTOS DE LIMPEZA
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CENTRO DE MEDIÇÃO ENTRADA DE ENERGIA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS MANUTENÇÃO PREDIAL: PREVENTIVA E PREDIATIVA QUADRO DE AUTOMAÇÃO DE BOMBAS ALERME DE INCÊNDIO