Saiba+ - Setembro de 2013

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Desde 2006

30 de Setembro de 2013

Divulgação

MĂĄrcio Silva: “Considero a )LORVRÂż D ClĂ­nica uma nova forma de ver o ser humanoâ€? PĂĄg. 4

)DFXOGDGH GH -RUQDOLVPR 3XF &DPSLQDV

Falta de manutenção coloca acervo de museus campineiros em risco AndrÊ Montejano

Redação da TVB: como na pesquisa que mapeia a atuação dos jornalistas em todo o Brasil, a maioria Ê mulher, mas não estå na direção

O Palåcio dos Azulejos, onde funciona o Museu de Imagem e Som (MIS), Ê um dos prÊdios históricos que sofrem com a falta de atenção e investimento. O Museu da Cidade (Muci) estå em situação semelhante. Påg. 8

ConvĂŞnios diagnosticam, mas Novos esportes radicais fazem sucesso entre os brasileiros nĂŁo tratam distĂşrbios de sono

Blogs

3URÂż VVLRQDLV GH GLIH rentes ĂĄreas, como o Os distĂşrbios do sono sĂŁo perigosos, mas hĂĄ tratamento. chef Alexsander Guerra 2 SUREHPD p TXH R DOWR FXVWR GRV HTXLSDPHQWRV QHFHVVi PĂĄg. 7 (foto) transformam blogs rios impede a maioria de se tratar. HP IRQWH GH UHQGD H WUD balham em casa. PĂĄg. 3 Arquivo Pessoal

Bruno Accorsi

Pipoqueira completa 40 anos de atuação na PUC-Campinas

Marlene Aparecida Batista ĂŠ a comerciante mais antiga GD SUDoD GH DOLPHQWDomR GD 38& &DPSLQDV +i DQRV ela trabalha vendendo pipoca no campus. PĂĄg. 6

CrĂ´nica:

“Eu nĂŁo sou de ninguĂŠm, eu sou de todo mundo...â€?

Viaduto Cury: Acidentes e camelôs são os problemas Praticante de Slackline treina equilíbrio e concentração

O slackline e o drift trike apareceram hå pouco tempo no %UDVLO H MD VmR PRGD (P &DPSLQDV RV DGHSWRV VH UH~ QHP HP SRQWRV FRPR D 8QLYHUVLGDGH (VWDGXDO GH &DP Påg. 2 pinas (Unicamp) e a praça Arautos da Paz. Påg. 5


30 de setembro de 2013

Pågina 2 Rà PIDAS PUC-Campinas realiza mostra de profissþes A PUC-Campinas realiza, entre os dias 3 e 5 de outubro, a 2ª Mostra de profissþes, no estacionamento do Shopping Iguatemi Campinas. O evento, que recebeu mais de 5 mil estudantes em sua primeira edição, realizada em 2012, tem como objetivo auxiliar os jovens na escolha da carreira. Para isso, serão disponibilizados mais de 40 stands de Cursos de Graduação e Pós-Graduação oferecidos pela universidade, onde alunos e professores poderão orientar e esclarecer dúvidas dos estudantes sobre cada profissão. O evento Ê gratuito e alunos de escolas públicas e privadas estão convidados a participar.

CARTA AO LEITOR

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sta edição do Saiba +, produzida por alunos da turma 42 de jornalismo da PontifĂ­cia Universidade CatĂłlica de Campinas (PUC- Campinas), tem como destaque a segunda reportagem da sĂŠrie “Campinas 240 Anosâ€?, que começou a ser publicada na HGLomR DQWHULRU GR MRUQDO $ UHSRUWDJHP PRVWUD R DWXDO HVWDGR GRV PXVHXV GD FLGDGH Entre as outras reportagens, na editoria de esporte, o Saiba + apresenta ao leitor o trike e o slackline, modalidades que crescem no Brasil e chamam atenção por suas peculiaULGDGHV 1D HGLWRULD GH VD~GH D UHSRUWDJHP DOHUWD TXH D IDFLOLGDGH HP GRUPLU SRGH VHU XP VLQWRPD GH DOJXP GLVW~UELR GR VRQR R TXDO SRGH JHUDU ULVFRV JUDYtVVLPRV $LQGD QD PHVPD HGLWRULD XPD HQWUHYLVWD FRP 0iUFLR -RVp $QGUDGH GD 6LOYD ÂżOyVRIR FOtQLFR H H[ YLFH SUHVLGHQWH GD $VVRFLDomR 1DFLRQDO GH )LOyVRIRV &OtQLFRV $QÂżF HVFODUHFH R FRQFHLWR GH ÂżORVRÂżD FOLQLFD (VWD HGLomR WDPEpP FRQWD FRP XPD UHSRUWDJHP VREUH Marlene Aparecida Batista, dona de um quiosque de pipoca, que ĂŠ a mais antiga comerFLDQWH GD SUDoD GH DOLPHQWDomR GD 38& &DPSLQDV $OpP GLVVR R Saiba + mostra como SURÂżVVLRQDLV GH YDULDV iUHDV FRQVHJXHP ID]HU GH EORJV IRQWH GH GLQKHLUR %RD /HLWXUD

Espaço para arte contemporânea Ê inaugurado

CRÔNICA

O Espaço Fernandes Naday de Arte Contemporânea de Campinas tem, como sua primeira exposição, o trabalho “Polimorfos e sequentesâ€?, de Sylvia Furegatti. A mostra ĂŠ composta por objetos, desenhos, e uma instalação artĂ­stica. A exposição ficarĂĄ aberta ao pĂşblico de 23 de setembro a 8 de novembro de 2013, de segunda a sexta feira, das 14h Ă s 18h. O Espaço Fernandes Naday se localiza na rua Antonio Lapa, 1.180, no bairro do CambuĂ­, em Campinas.

“Eu sou de ninguĂŠm, eu sou de todo mundo...â€?

'LYXOJDomR

Obra de Sylvia Furegatti que compĂľe a mostra

Caminhada contra obesidade serå dia 13/10 No dia 13 de outubro de 2013 serå realizada a VI Caminhada de Prevenção à Obesidade. O evento terå início no portão 1 da Lagoa do Taquaral, em Campinas, às 8h, e Ê uma iniciativa do Grupo Multidisciplinar de Preparo para Cirurgia Bariåtrica do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Na ocasião, os interessados poderão, tambÊm, se inscrever para o programa de cirurgia bariåtrica do HC, alÊm de fazer teste de glicemia, orientação nutricional, e cålculo do índice de massa corpórea.

SAIBA + Jornal laboratório produzido por alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-CampiQDV &HQWUR GH &RPXQLFDomR H /LQJXDJHP &/& 'LUHWRU 5RJpULR ( 5 %D]L 'LUHWRUD $GMXQWD 0DXUD 3DGXOD 'LUHWRU GD )DFXOGDGH /LQGROIR $OH[DQGUH GH 6RX]D 7LUDJHP PLO ,PSUHVVmR *Ui¿FD H (GLWRUD = Professor responsåvel: )DELDQR 2UPDQH]H 0WE Editor: Bruno Accorsi Diagramação: AndrÊ Montejano e Bruno Machado

LARA HUTTEMBERGUE ESTUDANTE DE JORNALISMO

T

oda aquela conquista do anos 30 e 60, do homem apaixonado, bem vestido e perfumado, que gastava horas em baixo da sacada da mulher mais cobiçada da cidadezinha, OHYDQGR FRP HOH Ă€RUHV H o texto decorado para falar de amor, pelo visto sĂł existe na memĂłria dos ÂżOPHV e WRGR XP URPDQtismo, tudo uma projeção para as mulheres sonhadoras que ainda estĂŁo se adaptando Ă fase do “sou independente de homens e IDoR R TXH EHP HQWHQGR´ E elas dançam atĂŠ o chĂŁo na balada, enchem a cara no bar e disparam beijos nos rapazes que acabaram GH FRQKHFHU QD IHVWD Mas e aquela histĂłria de vĂŠu e grinalda, vestido branco, encontros na quermesse, meu primeiro namorado e Ăşnico marido, atĂŠ que a morte os seSDUH 2QGH IRL SDUDU" 2 que aconteceu com os plaQRV GR FDVDO R DPRU ÂżHO R PHGR GH HQFDOKDU" e evidente que elas estejam cada vez mais bem resolvidas, sĂŁo independentes, OLQGDV SURÂżVVLRQDLV GH DOJXPD iUHD H GHÂżQLWLYDmente homens na vida dessas mulheres sĂŁo um capricho, uma carĂŞncia ou XP VHQWLPHQWR H[WUD Mas e os homens nessa DJLWDomR" $SDUHQWHPHQWH QDGD PDX 3RU PDLV TXH muitas mulheres nĂŁo tenham o tempo totalmente reservado a eles, em questĂľes domĂŠsticas, maternas e Ă­ntimas, muitas mulheres conseguem administrar R WHPSR PHVPR DVVLP Quanto Ă s solteiras, o homem nĂŁo precisa ensaiar a serenata na janela ou escrever o soneto, porque, de fato, poesia ĂŠ um agrado jV PDLV FKHJDGDV 'L]HU “vocĂŞ ĂŠ maravilhosaâ€?, “estava te olhando desde que

HX FKHJXHL´ p R VXÂżFLHQte para progredir uma boa comunicação, um beijo, uma noite, um atĂŠ mais, 2 ou 8 anos de namoro, RX FDVDPHQWR 0DV p GLItFLO $ FDPLQKDGD p ORQJD e os relacionamentos nĂŁo se conservam mais como DQWHV 0DV R TXH SRGHULD VHU D FDXVD GLVVR" 6HULD D predisposição dos homens ou a independĂŞncia das PXOKHUHV" ( SRU TXH RV relacionamentos tendem a esfriar com muito mais faFLOLGDGH TXH DQWLJDPHQWH" %DXPDQ H[SOLFD 2 QRPH p ÂłDPRU OtTXLGR´ 4XDQGR R DPRU QmR p um “objeto encontradoâ€?, mas um produto que requer esforço e boa vontaGH 1yV EXVFDPRV R RXWUR por horror Ă solidĂŁo, mas esse outro se mantĂŠm a uma distância que permiWD D SUiWLFD GH OLEHUGDGH Hoje o tempo ĂŠ curto, a comunicação ĂŠ bem mais explorada e a liberdade GH H[SUHVVmR WDPEpP $V pessoas nĂŁo tĂŞm mais disposição de focar em um Ăşnico individuo, conhecĂŞ -lo e viver a maior parte do tempo com ele, sendo que todo mundo tem um conteĂşdo a oferecer em toGRV RV DVSHFWRV 2 WHPSR limita os casais a conviver menos pessoalmente, o que resulta em desentenGLPHQWR &RP LVVR QyV os modernos, quebramos o acordo de “atĂŠ que a morte QRV VHSDUH ´ Hoje, dizer eu te amo ĂŠ epidĂŞmico, estamos caminhando para uma sociedade em que todo mundo distribui frases apaixonaGDV FRPR iJXD 0DV DLQGD existe uma falta que bate e pode ser satisfeita por uma grande quantidade de poucas parcerias em detriPHQWR GD TXDOLGDGH e DVsim que funciona, ĂŠ este o Ă€X[R KRMH R DPRU p LVWR


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TECNOLOGIA

Blogs se transformam em profissĂŁo Profissionais de diversas ĂĄreas ganham dinheiro com postagens na internet Arquivo Pessoal

Amanda Leal

Sete dicas para fazer um blog de sucesso

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o Brasil, segundo dados do Ibope/NetRatings, que mede a audiĂŞncia em sites da internet, existem cerca de 100 milhĂľes de blogs em funcionamento. De acordo com o mesmo ranking, quase metade dos internautas brasileiros acessa esse tipo de site. Assim, ser blogueiro se tornou proÂż VVmR H DWp XP QHJyFLR OX crativo para muita gente. Priscila Paes, de 24 anos, escreve o blog Passando Blush, que virou mania entre as meninas que querem Âż FDU SRU GHQWUR GDV QRYL dades sobre maquiagem, moda e cuidados com o cabelo. Tudo começou em vĂ­deos tutoriais no Youtube, site de compartilhamento de vĂ­deos, mas o que começou sem querer acabou virando a fonte de renda da blogueira, formada em publicidade. “Criei o blog em janeiro de 2010. Poucos meses depois, decidi largar meu emprego para poder me dedicar totalmente ao blog e transformĂĄ-lo na PLQKD SURÂż VVmR 6mR WUrV anos e meio me dedicando 100% a eleâ€?, conta Priscila. 1D LQWHUQHW WDPEpP ID zem sucesso os blogs de gastronomia. Cuecas na Cozinha p UHIHUrQFLD QD iUHD e completou seis anos em maio, sendo um dos blogs mais antigos ainda em atividade na internet. Escrito pelo empresĂĄrio Alessander Guerra, de 35 anos, o blog WDPEpP JHUD UHQGD D HOH

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Encontrar um as- e para isso você deverå sunto que você gos- WDPEpP FRQWUDWDU XP te. O melhor a fazer serviço de hospedagem. p HVFROKHU XP WHPD TXH goste, assim sempre esAprender o båsitarå motivado para esFR VREUH +70/ crever. Trabalhar com blogs e sites requer um mínimo Pesquisar constan- de conhecimento da lintemente sobre o JXDJHP +70/ 2 UHFR tema. Para manter seu PHQGDGR p ID]HU FXUVRV EORJ DWXDOL]DGR p SUHFL ou procurar saber mais so fazer muita pesquisa sobre esta årea. sobre o tema que você escreve. Você deve estar Relacione-se bem. sempre informado dos Utilize das redes assuntos que envolvem as características do sociais para se relacionar com os seguidores. blog. Twitter, Instagram e Facebook são as ferramenSer diferente dos tas mais utilizadas para demais com algu- divulgação dos trabamas novidades. Para se OKRV 3DUWLFLSH WDPEpP destacar dos demais, de outros blogs, mas p SUHFLVR HVWDU VHPSUH evite fazer propaganda com conteúdos novos. neles e, quando postar, 1mR SODJLDU p HVVHQFLDO escreva algo com contepara conseguir credibi- údo de qualidade. lidade.

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Blogueira Priscila Paes acompanha pĂĄgina pelo telefone

Quem olha de fora pode pensar que a vida de blogueiUR p IiFLO PDV *XHUUD H 3ULV cila, que tĂŞm, cada um, uma PpGLD GH PLOKmR H DFHVVRV mensais, contam que trabalham cerca de 14 horas por dia. “O leitor sabe quando vocĂŞ faz por dinheiro. Tem TXH OHYDU D VpULR FRPR TXDO TXHU RXWUD SURÂż VVmR WUDED lhar todos os dias, estudar sobre o assunto, ler muito outros blogs e livros, se dedicar mesmoâ€?, conta PrisciOD 3DUD *XHUUD D HVWUDWpJLD QmR p GLIHUHQWH Âł/HYDU D Vp ULR SRUTXH p SURÂż VVmR FRPR qualquer outra, com todas as exigĂŞncias que uma pessoa competente deve ter em reODomR D VXD SURÂż VVmR H FRP /XQD *DUFLD XP FRPSOLFDGRU R HVWDEH lecimento chamado internet nĂŁo fecha as portas nunca.â€? A renda dos blogueiros vem em forma de patrocĂ­nios, vindos de marcas de PDTXLDJHP FRVPpWLFRV esmaltes e salĂľes de beleza, no caso de Priscila, e, para Guerra, lojas de viagem, DGHJDV HPSyULRV UHVWDXUDQ Guerra tem blog hĂĄ 6 anos WHV FDUW}HV GH FUpGLWR H FDU Âł$OpP GRV DQXQFLDQWHV SHOR ros, jĂĄ que o pĂşblico alvo do blog eu me tornei escritor de HPSUHViULR p GDV FODVVHV $ H livros, palestrante e desen- B. Priscila conseguiu recenvolvo linha de produtos com temente vender espaço em a marca Cuecas na Cozi- seu blog para a Petrobras, nha.â€? Entre os produtos es- que publicou uma campatĂŁo canecas e kits culinĂĄrios. nha de incentivo a mulheres

ao volante. “Se eu gostar da marca e for compatĂ­vel com meu pĂşblico, eu acho vĂĄlido vender o espaçoâ€?. Passo a passo Ricardo Wargas, gerente da Unidade de Inovação e acesso Ă Tecnologia do Sebrae/RJ, explica que, para quem quer se aventurar “nesse mundoâ€?, o importanWH p IRFDU HP XP QLFKR HV SHFtÂż FR H GHVHQYROYHU XPD linguagem mais informal do que site institucional de empresas. “Quando falamos em fonte de renda, devemos apenas nos atentar para fazer D FRLVD FHUWD FRP SURÂż VVLR nalismo. Existem algumas maneiras de ganhar dinheiro com blog como programa de DÂż OLDGRV YHQGD GLUHWD GH LQ foprodutos, venda de espaço publicitĂĄrio, entre outros.â€? Segundo Wargas, para um blog pessoal, nĂŁo hĂĄ necessidade de investimento, mas, para quem busca um DVSHFWR SURÂż VVLRQDO R LQ vestimento serĂĄ inevitĂĄvel. “Depois de algum tempo, o blog acaba pagando os SUySULRV FXVWRV GH PDQX tenção. Mas isso nĂŁo acontece do dia para a noite, por isso, o blogueiro terĂĄ invesWLPHQWRV SUySULRV DUFDQGR no inĂ­cio de suas atividaGHV SURÂż VVLRQDLV´ H[SOLFD

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Testar todas as ferramentas para blog antes de iniciar. Antes de dar os primeiros passos na construção de seu EORJ p QHFHVViULR WHVWDU as diversas ferramentas. 'HSRLV R FHUWR p HVFR lher em qual plataforma irå desevolvê-lo. Um EORJ SUR¿ VVLRQDO JHUDO mente usa o WordPress

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Ser constante na manutenção do blog. Ele não pode ser esquecido. A publicação diariamente faz com que os leitores o acessem mais vezes, dando maior YLVLELOLGDGH $OpP GH QRYRV SRVWV p QHFHVVi rio que atualize sempre todos os recursos oferecidos pela plataforma.

www.passandoblush.com.br


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ENTREVISTA

8P JULWR SHOD ÂżORVRÂżD FOtQLFD 5HĂ€H[}HV VDHP GRV OLYURV SDUD VH WRUQDU DOWHUQDWLYD WHUDSrXWLFD j UHVROXomR GH SUREOHPDV SHVVRDLV Fernanda Farrenkopf

A

nsiedade, estresse, melancolia, medo. O sĂŠculo XVIII se foi, mas algumas das caracterĂ­sticas do chamado “Mal do SĂŠculoâ€? continuam. Tanto quanto o fĂ­sico, o psicolĂłgico tambĂŠm deve ser cuidado. Em busca de melhorar a qualidade de vida, algumas pessoas buscam por tratamentos com psiFyORJRV RXWUDV FRP ÂżOyVRIRV FOtQLFRV 0DV DÂżQDO R TXH p ÂżORVRÂżD FOtQLFD" $ prĂĄtica surgida no Brasil no ÂżP GRV DQRV Âłp SDUWH GD ÂżORVRÂżD GLUHFLRQDGD DR trato com as questĂľes existenciais da pessoaâ€?, como DÂżUPD R HQWUHYLVWDGR 0iUcio JosĂŠ Andrade da Silva, ÂżOyVRIR FOtQLFR H H[ YLce-presidente da Associação Nacional de FilĂłsofos &OtQLFRV $QÂżF &RQÂżUD 2 TXH p D ÂżORVRÂżD FOtQLFD" &RQVLGHUR D ÂżORVRÂżD FOtQLca uma nova forma de ver o ser humano. A humanidade, durante sua histĂłria, criou fĂłrmulas, mĂŠtodos para abordar, compreender e lidar com suas questĂľes H SUREOHPDV $ ÂżORVRÂżD em sua origem, sempre EXVFRX UHĂ€HWLU VREUH DV questĂľes do cotidiano. A ÂżORVRÂżD FOtQLFD p SDUWH GD ÂżORVRÂżD GLUHFLRQDGD ao trato com as questĂľes existenciais da pessoa. A ÂżORVRÂżD FOtQLFD IRL LQWURduzida no Brasil por LĂşcio Packter que, com formação na ĂĄrea mĂŠdica, estava incomodado com o sofrimento das pessoas diante das limitaçþes causadas por tantas questĂľes encontradas na ĂĄrea hospitalar. Ele constatou que muitos desses problemas eram de ordem existencial e nĂŁo mĂŠdica. A busca por uma resposta a esses problemas existenciais o levou, na dĂŠFDGD GH D FRQKHFHU na Europa, vĂĄrias formas de terapias, entre elas a ÂżORVRÂżD SUiWLFD XP PRYLPHQWR GD ÂżORVRÂżD FXMR REMHWLYR HUD WUD]HU D UHĂ€H[mR ÂżORVyÂżFD GH YROWD DRV problemas existenciais. De volta ao Brasil, retomou

citar a prĂĄtica clĂ­nica. HĂĄ, DVVLP GRLV WLSRV GH FHUWLÂżFDo}HV R FHUWLÂżFDGR Âł$´ H R FHUWLÂżFDGR Âł%´ ,VVR SRUque hĂĄ dois momentos na IRUPDomR GR ÂżOyVRIR FOtQLco. No primeiro, o bĂĄsico, daĂ­ o “Bâ€?, o estudante tem acesso Ă parte do instruPHQWDO GD ÂżORVRÂżD FOtQLFD A essa formação, todos os possuidores de um certiÂżFDGR GH JUDGXDomR WrP 2 TXH GLIHUH QR WUDWD- acesso. O segundo moPHQWR UHDOL]DGR SHOD mento ĂŠ o avançado, “Aâ€?, que apenas os formados ILORVRILD FOtQLFD HP HP ÂżORVRÂżD SRGHP IUHUHODomR j SVLFRORJLD" Basicamente, a diferen- quentar. Nesta etapa, sĂŁo ça estĂĄ no mĂŠtodo. Na realizados os estĂĄgios. filosofia clĂ­nica, trabalhamos com a histĂłria $ SDUWLU GD OHLWXUD GR OLde vida da pessoa rela- YUR Âł3URSHGrXWLFD´ GH tada o mĂĄximo possĂ­vel /XFLR 3DFNWHU p SRVVtYHO dentro de uma crono- SHUFHEHU TXH RV SULQFtlogia e evitando-se os SLRV GD ÂżORVRÂżD FOtQLFD chamados saltos lĂłgi- VmR OHYDQWDGRV D SDUWLU GH FRV RX VHMD D PXGDQoD FLWDo}HV GH GLIHUHQWHV Âżde assunto. Outra carac- OyVRIRV 8WLOL]DU DOJXPDV terĂ­stica, esperamos que FLWDo}HV HP YH] GD REUD o partilhante - como LQWHLUD QmR SRGH OHYDU D chamamos quem nos XPD GHVFRQWH[WXDOL]DomR procura para partilhar RX DWp PHVPR D HTXtYRsua vida - se expresse. FRV GH LQWHUSUHWDomR GDV NĂŁo sei quem ĂŠ aquela LGHLDV GRV ÂżOyVRIRV" pessoa que adentra mi- LĂşcio utilizou parte dos nha sala, como rotulĂĄ sistemas formulados pelos -la, visto que cada um, ÂżOyVRIRV TXH LQWHUHVVDYDP em relação com o que Ă estruturação teĂłrica da lhe cerca, se constituiu ÂżORVRÂżD FOtQLFD 'HVVD como um ser Ăşnico, forma, para entendermos singular. Um conceito o que ĂŠ historicidade, nemais complexo para ex- cessitamos do que Hegel plicar ĂŠ que, para a filo- e Dilthey pensaram, e nĂŁo sofia clĂ­nica, nĂŁo exis- todo o sistema hegeliano. te a questĂŁo da cura e, Assim, para compreender portanto, da doença, do melhor como a pessoa via normal versus patolĂłgi- o mundo, buscamos auco. Existe a pessoa e a [tOLR HP SDUWH GD ÂżORVRforma que ela se consti- ÂżD GH 3URWiJRUDV TXDQGR tuiu em sua relação com nos fala que “o homem ĂŠ o mundo. O tempo ideal a medida de todas as coide tratamento depen- VDV´ RX VHMD HOH PHQVXUD de do partilhante, visto o mundo por meio das rĂŠguas que possui. TambĂŠm que ele ĂŠ Ăşnico. nos apoiamos na releitura 2 TXH p SUHFLVR SDUD que Schopenhauer faz de XPD SHVVRD VH WRUQDU XP 3URWiJRUDV DR DÂżUPDU TXH o mundo ĂŠ minha repreÂżOyVRIR FOtQLFR" 3DUD VHU ÂżOyVRIR FOtQLFR D sentação. Ao analisarmos JUDGXDomR HP ÂżORVRÂżD HP o discurso do partilhante, uma instituição de Ensino AristĂłteles e Wittgenstein Superior reconhecida pelo YrP HP QRVVR DX[tOLR MinistĂŠrio da Educação ĂŠ necessĂĄria. As pessoas sem 3DFNWHU GHÂżQH RV ÂłH[DJUDGXDomR HP ÂżORVRÂżD SR- PHV FDWHJRULDLV´ FRPR D dem frequentar o curso, DQiOLVH GD KLVWyULD GR VXmas receberĂŁo a titulação MHLWR (VVH SURFHGLPHQWR GH HVSHFLDOLVWD HP ÂżORVRÂżD QmR WHP UHODomR FRP D clĂ­nica, sem poder de exer- SURSRVWD GH DQDPQHVH GD

Pedro de Freitas Jr.

suas pesquisas em clĂ­nica, utilizando uma espĂŠcie de anamnese. Com as respostas obtidas procura enconWUDU QD ÂżORVRÂżD SHQVDGRres que haviam abordado tais questĂľes. Esse procedimento o levou a idenWLÂżFDU TXHVW}HV FRPXQV independente dos contextos culturais dos quais as pessoas advinham.

MĂĄrcio Silva ministrando palestra sobre filosofia clĂ­nica

SVLFDQiOLVH" 2V H[DPHV FDWHJRULDV WrP D ÂżQDOLGDGH GH VLWXDU H[LVtencialmente a pessoa em cada momento de seu relato de vida. Eles fundamentam-se nos escrito de AristĂłteles e Kant. Assim temos o ‘assunto’, que indica por que a pessoa proFXURX R ÂżOyVRIR FOtQLFR e com que, verdadeiramente, devemos nos ocupar. O segundo tĂłpico a ser analisado ĂŠ a ‘circunstância’, tudo o que estĂĄ ligado ao relato da pessoa e que nĂŁo ID] SDUWH GH VXD VXEMHWLvidade, como o contexto social. AĂ­, vem o ‘lugar’. (VSHFLÂżFDPHQWH YDPRV analisar como a pessoa se sente e pensa a propĂłsito do ambiente em que estĂĄ LQVHULGD 1D VHTXrQFLD IRcamos o ‘tempo’, quando nos interessa saber como a pessoa se relaciona com o tempo convencionado, REMHWLYR R DÂż[DGR QR UHOyJLR H R WHPSR VXEMHWLYR GD SUySULD SHVVRD 3RU ÂżP analisamos a ‘relação’, o comportar-se de determinada maneira. Acho que os exames categoriais se diferenciam da anamnese da psicanĂĄlise, que ĂŠ baseada, salve engano, em uma entrevista com a pessoa. Na ÂżORVRÂżD FOtQLFD HX LGHQWLÂżFR HVVDV FDWHJRULDV QR relato que a pessoa me faz.

7RGD OLQKD GH LQWHUYHQomR SVLFROyJLFD WHP XPD ÂżORVRÂżD TXH D VXVWHQWH 4XDO D GLIHUHQoD GH WHU XPD ÂżORVRÂżD TXH VXVWHQWH XPD WHRULD GH LQWHUYHQomR SVLFROyJLFD H HQWHQGHU D ÂżORVRÂżD FRPR D SUySULD LQWHUYHQomR" 2 PpWRGR 1D ÂżORVRÂżD FOtnica, o que irĂĄ distingui-la GDV GHPDLV H HQWHQGr OD como uma intervenção teUDSrXWLFD GLVWLQWD p R VHX instrumental teĂłrico e sua prĂĄtica clĂ­nica. 3DUD D ÂżORVRÂżD FOtQLFD QmR H[LVWH QRUPDO [ SDWROyJLFR ( QR FDVR SRU H[HPSOR GH XPD SHVVRD VHU SVLFRSDWD SVLFRVVRFLDO FRPR R WUDWDPHQWR p IHLWR" Como eu saberei se essa pessoa ĂŠ ou nĂŁo ĂŠ possuidora desses rĂłtulos e de tantos outros que o “psiFRORJrV´ URWXOD D VRFLHGDGH" $WUDYpV GD KLVWyULD GH vida. NĂŁo negamos que esses casos existam. Por exemplo, uma pessoa idenWLÂżFDGD GHSRLV GH DQiOLVHV sĂŠrias, como possuidora de um problema psĂ­quico, se ela quiser, poderĂĄ fazer um WUDEDOKR FRQMXQWR FRP XP ÂżOyVRIR FOtQLFR &ROHJDV trabalham em hospitais psiquiĂĄtricos, participando de equipes multidisciplinares.


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Modalidades radicais ganham adeptos no Brasil Slackline e drift

Fotos: Divulgação

ESPORTE

Slackline e drift trike FRQTXLVWDP MRYHQV H FDPLQKDP j SURÂż VVLRQDOL]DomR

Waterline Ê uma variação do slackline: equilíbrio e concentração na fita suspensa sobre a ågua Bruno Accorsi

P

ara muita gente os termos slackline e drift trike SRXFR VLJQL¿ FDULDP Mas a verdade Ê que essas palavras dão nome a dois esportes radicais em DVFHQVmR QR %UDVLO 2 slackline YHP VH ¿ UPDQGR QR País jå faz um tempo e o drift trike, que chegou hå pouco, tambÊm conquista VHX HVSDoR $ FDGD SHUtR do, os caçadores de aventura, encontram novas pråticas e, no momento, essas duas ganham adeptos em WRGDV DV UHJL}HV GR %UDVLO $ SURYD GHVVH FUHVFL mento Ê o fato de que surJHP OLJDV SUR¿ VVLRQDLV campeonatos e a procura por informaçþes sobre as modalidades não para de FUHVFHU 3DUD VH WHU XPD ideia, a procura pelos termos, no Google, de acordo com o próprio site, cresce nos últimos anos e atingiu o pico de consultas HP 2 %UDVLO DSDUHFH como um dos países que mais originaram pesquiVDV 2 slackline chegou de leve nos anos 1990, principalmente em regiþes litorâneas, mas hoje Ê praticado das metrópoles DR LQWHULRU $SHVDU GH DV sustar algumas pessoas, e necessitar de tÊcnicas esSHFL¿ FDV SDUD D SUiWLFD R slackline Ê um esporte de IiFLO DFHVVR %DVWD WHU RV equipamentos em mão, ¿ WD H FDWUDFD H GRLV SRQWRV

HP TXH SRVVDP VHU Âż [DGDV DV H[WUHPLGDGHV GD Âż WD Em Campinas, a prova do crescimento desse esporte estĂĄ no nĂşmero de praticantes que se reĂşnem em ORFDLV FRP D SUDoD $UDX tos da Paz, no Taquaral, e no campus da Universidade Estadual de Campinas 8QLFDPS Pessoas de qualquer idade podem praticĂĄ-lo, mas, de qualquer maneira, ĂŠ preciso buscar alguma orientação ou referĂŞncia antes de se aventurar na FRUGD 2 XQLYHUVLWiULR $LUm Bernardi, de 20 anos, ĂŠ iniciante no slack, e, antes de FRQKHFr OR HUD VHGHQWiULR “Foi um esporte com que eu me dei muito bem jĂĄ de LQtFLR´ 2 HQJHQKHLUR GH VRI tware Lucas Lima, de 24 anos, pratica skate H DÂż UPD que seu desempenho no shape depois do slackline PHOKRURX Âł$MXGD GHPDLV Desde que comecei a praticar, me sinto muito mais FRQÂż DQWH HP FLPD GR ORQJ (skate de maiores proporçþes) SULQFLSDOPHQWH 0H meto a descer qualquer ladeira com a certeza de que nĂŁo vou cairâ€? ( [ L V W H P

praticantes ĂŠ por locais bastante Ă­ngremes e com muitas curvas, para que SRVVDP GHUUDSDU H H[SOR rar melhor as possibilidaGHV GH PDQREUDV H JLURV Pelas suas caracterĂ­sticas, o drift trike ĂŠ bastante praticado em cidades com JUDQGHV ODGHLUDV Muitos dos praticantes conhecem o esporte pela internet, e recorrem Ă s poucas opçþes do mercaGR e R FDVR GR HVWXGDQ te de publicidade Marco )UHLUH GH DQRV Âł&R nheci o trike pela internet, Drif trike 2 drift trike ĂŠ um espor- pesquisei, e achei uma emWH PXLWR UHFHQWH 6XUJLX QD SUHVD HP 6mR 3DXOR TXH Nova Zelândia por volta ID] &RPHFHL D SUDWLFDU Ki de 2008 e jĂĄ se espalhou WUrV PHVHV H PDQGR EHP ´ Quem quiser comprar SHOR %UDVLO 2 SULQFtSLR do esporte lembra bastan- um trike vai gastar por volte um carrinho de rolimĂŁ ta de R$ 500,00, mas uma e sua aparĂŞncia remete ao das vantagens do esporte velotrol, ou triciclo para ĂŠ a possibilidade de consFULDQoDV 0DV QR FDVR R truir um com suas prĂłprias “brinquedoâ€? faz sucesso mĂŁos, jĂĄ que os materiais tanto entre crianças quanto utilizados sĂŁo facilmente entre adolescentes e adul- encontrados e o processo GH PRQWDJHP p VLPSOHV WRV 2 REMHWLYR p 6mR XWLOL]DGRV JDUIR DUR descer ladeiras em alta veloe guidĂŁo de bicicleta BMX na parte dianteira, enquanFLGDGH $ to o chassi pode ser monprefetado a partir de um quadro, rĂŞncia tamdos algumas modalidades variantes do slackline. No trickline, sĂŁo feitas manoEUDV HP FLPD GD Âż WD R highline ĂŠ feito em grandes alturas, o longline entre grandes distâncias e o waWHUOLQH VREUH D iJXD 7RGDV VHJXHP D OLQKD GD Âż WD H GD catraca, o que muda ĂŠ o obMHWLYR H R ORFDO 2 slackline estĂĄ sempre sugerindo novas possibilidades, como o yogaline, que consiste na aplicação de movimentos GH \RJD

O estudante Marco Freire pratica drift trike em Itupeva nos seus momentos de lazer

bÊm de bicicleta, ou algum RXWUR WLSR GH EDUUD GH HL[R Jå na traseira são utilizadas duas rodas de menores proporçþes, rodas de kart ou atÊ mesmo canos PVC moldados no formato adeTXDGR 2 HQJHQKHLUR DPELHQ tal Renato Tortelli, de 26 DQRV p DSDL[RQDGR SRU HV portes radicais e, em 2011, ao ver o drift trike em um programa de TV, resolYHX WHQWDU FRQVWUXLU XP ³4XDQGR YL DTXLOR ¿ TXHL maluco, parei para prestar atenção nas peças do negócio e percebi que talvez eu conseguisse montar um SDUHFLGR H FRQVHJXL´ Na internet, principalmente no Youtube, Ê possível encontrar diversos tutoriais que ensinam a montar um trike 0HVPR com a evolução do esporte no país, o drift trike ainda caminha em direção a um PDLRU UHFRQKHFLPHQWR $LQGD QmR H[LVWHP PXLWDV competiçþes da modalidade e a maioria das que H[LVWHP VmR RUJDQL]DGDV GH IRUPD LQGHSHQGHQWH Mas jå Ê possível encontrar pessoas empenhadas HP SUR¿ VVLRQDOL]DU R HV SRUWH (P DEULO GHVWH DQR foi fundada a Liga Paulista de Drift Trike (LPDT), que estå promovendo o Primeiro Campeonato Paulista de Drift Trike $ SULPHLUD HWD pa do evento foi realizada HP $UXMi UHJLmR PHWURSR OLWDQD GH 6mR 3DXOR


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30 de Setembro de 2013 PERFIL

40 anos de pipocas e quitutes Marlene Aparecida Batista ĂŠ a comerciante mais antiga da praça de alimentação da PUC-Campinas seu carrinho ao lado da lanFKRQHWH TXH DWp ÂżFDuem ĂŠ aluno, funcio- va instalada no prĂŠdio H3, nĂĄrio ou professor da onde hoje funciona um xĂŠPontifĂ­cia Universidade Ca- rox. Pouco tempo depois, a tĂłlica de Campinas (PUC- lanchonete mudou de dono Campinas) certamente jĂĄ e ela deixou de pagar a taxa, comprou pipoca na praça de uma vez que, naquela ĂŠpoalimentação do Campus 1. ca, nĂŁo havia contrato forPor trĂĄs de cada pacote ven- mal para atuar no campus. EntĂŁo com 18 anos, Mardido ao cliente estĂĄ a histĂłria de uma mulher que faz a lene jĂĄ era casada quando mesma atividade na univer- assumiu totalmente os nesidade hĂĄ 40 anos, sustentou gĂłcios do pai na universiGRLV ÂżOKRV H UHDOL]RX VRQKRV dade. Por causa disso, ela conseguia estabilizar seus com esse trabalho. Nascida em IcĂŠm (a 408 horĂĄrios e manter mais de km de Campinas), Marlene um carrinho funcionando Aparecida Batista veio para em outro lugar. “Meu pai Campinas aos 15 anos. Seu preferia que eu trabalhasse pai era segurança e entrou na PUC pois era mais seguno ramo de pipocas quando UR GR TXH ÂżFDU QXP FDUULQKR chegaram Ă cidade. Os ne- na ruaâ€?, conta. (P 0DUOHQH ÂżFRX gĂłcios deram tĂŁo certo que, em pouco tempo, ele jĂĄ pos- JUiYLGD GH VHX SULPHLUR ÂżsuĂ­a seis carrinhos que ven- lho, FĂĄbio, e trabalhou dudiam o quitute instalados em rante toda sua gestação. "Eu alguns pontos, como na La- fui trabalhar atĂŠ o Ăşltimo dia goa do Taquaral, no colĂŠgio de gravidez, levava comiEvolução, no Bosque dos go a sacola da maternidade JequitibĂĄs e num cinema do caso chegasse a hora de ele FHQWUR GD FLGDGH 1RV ÂżQDLV QDVFHU DÂżUPD &RP R VHde semana, tambĂŠm alugava JXQGR ÂżOKR )HUQDQGR HP o equipamento para festas e 1980, foi a mesma rotina. Os dois meninos tiveram eventos. Aos 17 anos, Marlene sua infância inteira na PUC, começou a trabalhar com ajudando a mĂŁe e sendo pao pai em um carrinho nos paricados por alunos e proarredores do Campus 1, na fessores. Durante seu trajeto como Avenida Ana Maria SilvesWUH $GDGH RQGH KRMH ÂżFDP vendedora de pipoca, Maros bares. ApĂłs um ano e lene arrumou outros emmeio trabalhando na rua, pregos no horĂĄrio em que o dono de uma cantina da nĂŁo estava na universidade. universidade convidou para Trabalhou como promotora que os dois começassem a de vendas, vendedora e cotrabalhar na parte interna do zinheira. Com essa expericampus, pagando uma pe- ĂŞncia, em 1991, montou, em parceria com uma amiga, quena taxa para ele. Durante 6 anos, Marle- sua prĂłpria rotisseria. "Minha amiga me disse ne manteve o acordo com o dono da cantina e instalou que ela entraria com o di-

Ayla Kimura

Ayla Kimura

Q

É com bom humor que Marlene vende sua pipoca na PUC

nheiro e eu com o que sabia de culinĂĄria." A Rotisseria Capellette, como foi nomeada, era localizada na Avenida Andrade Neves, no Castelo, e funcionou durante 9 anos com a ajuda de seus ÂżOKRV VXD LUPm H PDLV WUrV funcionĂĄrios. Marlene dividia seu tempo trabalhando na parte da manhĂŁ na Capellette e na parte da noite no seu carrinho de pipoca. Com o tempo, quem passou a comandar os negĂłcios da SLSRFD IRL R ÂżOKR PDLV QRYR "Fernando era meu braço direito, ele me ajudava em tudoâ€?. Quando Fernando completou 18 anos, o menino decidiu seguir seus sonhos e foi para os Estados Unidos Ă procura de trabalho. Isso GLÂżFXOWRX D URWLQD GD SLSRqueira, acostumada com a Acervo Pessoal

Marlene com seus dois filhos, FĂĄbio e Fernando, na PUC-Campinas em 1983

ajuda do caçula. A saĂşde, nessa ĂŠpoca, nĂŁo estava tĂŁo boa e, tambĂŠm por isso, ela optou por fechar a rotisseria e se dedicar exclusivamente ao carrinho de pipoca. AtĂŠ entĂŁo, ela sĂł ia Ă PUC Ă noite, mas passou a fazer suas vendas tambĂŠm no perĂ­odo matutino. “Deu certo. EstĂĄ dando atĂŠ hojeâ€?, diz. No perĂ­odo de fĂŠrias da universidade, Marlene nĂŁo ÂżFD SDUDGD (OD LD YLVLWDU R ÂżOKR QRV (VWDGRV 8QLGRV H alĂŠm de conhecer novos lugares, tambĂŠm aproveitava para trabalhar em empregos temporĂĄrios como arrumadeira, garçonete e faxineira. Em 2005, a PUC inaugurou a praça de alimentação e a pipoqueira adquiriu um novo carrinho para começar no novo ambiente. AtĂŠ entĂŁo, a pipoca era feita numa panela simples, TXH ÂżFDYD QR FDUULQKR MXQWR com um botijĂŁo de gĂĄs. Algo bem artesanal. Mas, na praça, as regras de segurança passaram a ser mais rĂ­gidas. A administração exigiu que o gĂĄs fosse trocado por uma mĂĄquina elĂŠtrica, semelhante Ă s utilizadas nos cinemas. Marlene montou um quiosque, onde vende pipoca e outras guloseimas como chocolates e doces caseiros. A primeira mĂĄquina foi enYLDGD SHOR ÂżOKR GRV (VWDGRV Unidos. Os doces ajudaram

a completar as vendas, mas hoje sĂŁo responsĂĄveis pela maior parte do lucro. Pipoca mesmo jĂĄ nĂŁo vende como antigamente, ainda mais no perĂ­odo da manhĂŁ e nos dias de calor. Sabor A pipoca de Marlene tem um sabor peculiar. No balFmR ÂżFD XP YLGUR GR PRlho que ĂŠ a marca registrada do quitute. Herança do pai, todo cliente cativo sabe que esse ĂŠ um dos atrativos, um tanto picante, um tanto cĂ­trico, disponĂ­vel para temperar a pipoca quentinha. A universitĂĄria Ana VitĂłria BenoWL DÂżUPD TXH R PROKR Gi XP toque especial. Ela, inclusive, jĂĄ tentou imitĂĄ-lo, mas o sabor nĂŁo agradou tanto. “O Ăşnico problema ĂŠ que a pipoqueira chega muito tarde, quase com o intervalo acabandoâ€?, diz a estudante do matutino. Marlene diz que o horĂĄrio ĂŠ determinado pela distância que precisa percorrer. Como mora em Hortolândia, gasta pelo menos uma hora para chegar ao Campus. FamĂ­lia Depois de jĂĄ ter criado dois ÂżOKRV 0DUOHQH DJRUD WHP a missĂŁo de criar a pequena Ana JĂşlha, de 3 anos. "A Ana JĂşlha nasceu de outra barriga, mas era pra ser miQKD ÂżOKD PHVPR $ PHQLQD ĂŠ neta biolĂłgica de seu atual marido, porĂŠm os pais a abandonaram quando tinha menos de um ano. Desde entĂŁo, ela mora com o casal, que a adotou legalmente. Marlene jĂĄ ĂŠ chamada de “mamĂŁeâ€? pela garota. Antes de vir para a universidade, ela tambĂŠm precisa deixĂĄ-la na escola. Quem mais ajuda a comerciante atualmente ĂŠ seu sobrinho Gustavo, de 17 anos. Ele trabalha com a tia desde 2008. Fernando continua nos Estados Unidos; FĂĄbio trabalha na ĂĄrea de marketing em Campinas. O "Cantinho da Pipoca" jĂĄ evoluiu, mas ainda hĂĄ novidades por vir. A pipoca doce estĂĄ no projeto e a mĂĄquina de cartĂŁo de crĂŠdito tambĂŠm deve chegar em breve.


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30 de agosto de 2013

SAĂšDE

Dormir fåcil pode ser problema grave Distúrbios causam sonolência, cochilo ou noites turbulentas; tratamento Ê inacessível para a maioria Divulgação

Carol Estevam

V

ocê tem grandes chances de cochilar assistindo à televisão, no trânsito como passageiro, sentado quieto no cinema ou teatro, conversando com alguÊm ou atÊ mesmo lendo? Pode parecer que você tem facilidade para dormir, mas, na verdade, o que pode existir Ê um problema com o seu sono. Essas são algumas das características dos chamados distúrbios do sono, tratados por pneumologistas, neurologistas e otorrinolaringologistas. Essa facilidade para dormir pode vir acompanhada, durante à noite, de outros sintomas que indicam problemas mais sÊrios. Roncar Ê um deles. Hå ainda a Síndrome das Pernas Inquietas, que ocorre quando a pessoa movimenta excessivamente os membros inferiores antes de dormir, o que impede o início do sono e acaba acarretando tambÊm insônia. O sonambulismo, que normalmente ocorre na infância, se manifesta quando a criança fala, senta e anda pelo quarto ou outros ambientes da casa. Jå o bruxismo Ê caracterizado por ranger os dentes durante o período do sono e a narcolepsia Ê a sonolência diurna, que ainda estå sendo estudada, embora jå se estime que haja 1 caso em cada 2 mil pessoas. Mais do que um problema para quem dorme com você, roncar Ê um problema para sua saúde. A qualidade do sono cai, acorda-se muito à noite, pode causar dor de cabeça, nariz obstruído

O uso da CPAP (mĂĄscara) ĂŠ essencial para o tratamento, porĂŠm ĂŠ inacessivel Ă maioria, inclusive, em convĂŞnios

e sudorese em excesso. A apneia Ê caracterizada por pausas respiratórias que duram mais de dez segundos e são consideradas fora do normal quando ultrapassam cinco manifestaçþes por hora de sono. De acordo com pesquisas do Instituto do Sono de São Paulo, 30% dos homens e 40% das mulheres roncam rotineiramente. No Brasil, estima-se que 20 milhþes de pessoas ronquem, sendo que 6 milhþes delas apresentam problemas respiratórios durante o sono. O dado alarmante Ê que, provavelmente, 20 mil brasileiros morram por ano devido a complicaçþes cardiovasculares desencadeadas pelos distúrbios respiratórios do sono. O excesso de peso tambÊm estå ligado ao ronco, e a

pneumologista Lia Bittencout do Instituto do sono da Unifesp (Universidade Federal de SĂŁo Paulo): “A maioria dos pacientes com apneia tem a garganta (faringe) estreitada e com um formato mais arredondado, devido ao acĂşmulo de gordura na regiĂŁo e Ă posição da mandĂ­bula e do maxilar, que se projetam para trĂĄs.â€? Para detectar a doença, existe um exame chamado SROLVVRQRJUDÂż D TXH GHWHF ta os diversos distĂşrbios que podem ocorrer durante a noite. Nele, ĂŠ avaliado o padrĂŁo do sono do paciente, por meio de sensores, a atividade elĂŠtrica cerebral, o movimento dos olhos, a atividade dos mĂşsculos, a IUHTXrQFLD FDUGtDFD R Ă€ X xo e esforço respiratĂłrio, a oxigenação do sangue, o ronco e a posição corpĂłrea.

ConvĂŞnio dĂĄ diagnĂłstico, mas nĂŁo garante terapia

O

caminho entre achar que ronca e saber que realmente tem apneia do sono, pode ser atÊ considerado råpido se a pessoa tem convênio mÊdico. O aposentado Jair Zaccarias, de 65 anos, sempre soube que roncava e percebia que havia perdido a qualidade do seu sono. Então, foi atÊ o mÊdico otorrinolaringologista Júlio CÊsar Berselli e obteve uma guia para realizar, pelo convênio, o exame GH SROLVVRQRJUD¿ D (QWUH receber a guia e ir atÊ o Instituto do Sono de Sorocaba realizar o exame, passaram-se em torno de 20 dias. Por sorte, o convênio não fez nenhuma objeção. Após o diagnóstico de apneia, começou a segunda batalha. Como adquirir a CPAP (em inglês, a sigla para

Contiunous Positive Airway Pressure), ou seja, um equipamento com o qual precisarĂĄ dormir para o resto da vida para nĂŁo roncar. A mĂĄquina ĂŠ essencial ao tratamento, mas o grande problema para a maioria das pessoas ĂŠ que uma CPAP mais simples custa entre R$ 800,00 e R$ 1,6 mil. Esse valor nĂŁo dĂĄ direito Ă mĂĄscara tambĂŠm necessĂĄria para o ajuste do equipamento nem ao XPLGLÂż FDGRU TXH ID] D mĂĄquina funcionar adequadamente. Com esses acessĂłrios, o custo chega a R$ 1,5 mil. Os convĂŞnios, segundo a Associação Nacional de SaĂşde (ANS), nĂŁo sĂŁo obrigados a custear o equipamento. HĂĄ ainda a possibilidade de aluguel, por R$ 200,00 mensais, sem direito Ă mĂĄscara, de uso pessoal e custa, pelo menos, R$ 300,00. “Seria importante que os convĂŞnios auxiliassem na compra. NĂŁo adianta nada dar o diagnĂłstico e nĂŁo possibilitar o tratamentoâ€?, DÂż UPD =DFFDULDV


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30 de Setembro de 2013

CULTURA

História em perigo Situação do MIS e do Museu da Cidade colocam memória e atividades culturais em risco Paulo Orlando

ConstruĂ­do em 1878, o PalĂĄcio dos Azulejos, no Cento, intimida com suas paredes ruĂ­das e pichadas, mas ĂŠ nesse edifĂ­cio de aspecto carcomido pelo tempo, que estĂĄ um acervo museolĂłgico com enorme importância para o patrimĂ´nio histĂłrico e cultural de Campinas, o Museu de Imagem e Som (MIS). Esse patrimĂ´nio pĂşblico tĂŁo mal guardado, ĂŠ constantemente ameaçado por falta de condiçþes de armazenamento e conservação de seu acervo, imprescindĂ­veis para manter sua qualidade. Desde 1990, o controle operacional do edifĂ­cio passou Ă Secretaria Municipal da Cultura e Turismo, que, surpreendentemente, investe menos no museu do que as iniciativas dos prĂłprios frequentadores, como o “Amigos do MISâ€?, grupo que fomenta atividades dentro do espaço e chega D FRQWULEXLU Âż QDQFHLUDPHQ te, com doaçþes, para sua preservação. Em 2004, a Petrobras patrocinou o projeto de revitalização do edifĂ­cio, mas, em menos de dez anos, jĂĄ se vĂŞ uma estĂŠtica mais desgastada. O diretor municipal de Cultura, Gabriel Rapassi, garante que o projeto de revitalização do espaço nĂŁo terminou e jĂĄ apresenta substanciais melhorias na cobertura, vedação das ĂĄguas, caxilharia, fachada e, principalmente, nos azulejos portugueses no piso superior, que acabaram “batizandoâ€? o prĂŠdio. Campinas conta atualmente com outros cinco museus pertencentes Ă SecretĂĄria Municipal de Cultura de Campinas, mas, infelizmente, o descaso da prefeitura nĂŁo se resume

HĂĄ dez anos o Museu da Imagem e Som nĂŁo recebe reparos em sua estrutura

comparece a essas mostras FLQHPDWRJUiÂż FDV p MRYHP e extremamente engajado em debater as questĂľes leYDQWDGDV SHORV Âż OPHV H[L bidos: â€œĂ€s vezes, a pessoa vem aqui e nĂŁo sabe qual ĂŠ R Âż OPH TXH YDL VHU H[LELGR mas sabe que sempre tem XP Âż OPH LQWHUHVVDQWH H XP debate positivo pra todos no Âż QDO´ GL] AlĂŠm de acumular todas essas funçþes, o museu ainda disponibiliza exposiçþes, FXUVRV H RÂż FLQDV JUDWXLWDV FRP SURÂż VVLRQDLV GDV DUWHV plĂĄsticas, cinema e mĂşsica. O museu conta com a ajuda de doaçþes livres, anĂşncios SXEOLFLWiULRV HP VHX VLWH RÂż cial e um conselho de cultura local, recĂŠm-formado com a intenção de proteger 1DV SDUHGHV GR 0,6 DV LQÂż OWUDo}HV H D IDOWD GH PDQXWHQomR VmR DPHDoDV YLVtYHLV a integridade de seu funa um sĂł ambiente. O Mu- pertencentes ao Muci, onde QHPDWRJUiÂż FD GH GHVWDTXH cionamento. O sociĂłlogo seu Da Cidade (Muci), por nĂŁo estĂĄ em exposição, no nacional. “Como frequenta- Rodrigo França sintetiza o exemplo, nĂŁo recebe nenhu- Museu UniversitĂĄrio da dora, vejo a localização do carinho que os frequentadoma intervenção parar repa- PontifĂ­cia Universidade de MIS no PalĂĄcio dos Azule- res nutrem pelo museu: “O rar sua infraestrutura desde Campinas (PUC-Campi- jos como um alento cultural MIS deve continuar a fazer o inĂ­cio dos anos 1990. O nas) e no Museu Municipal acessĂ­vel a todo transeunte histĂłria junto aos grupos HVSDoR FRQWD FRP LQÂż OWUD Elizabeth Aytai, em Monte de um regiĂŁo tĂŁo ĂĄrida cul- e entidades que se reunem çþes, problemas estruturais Mor, na RegiĂŁo Metropoli- turalmenteâ€?, explica Izide e se utilizam de seus espae rede elĂŠtrica comprometi- tana de Campinas (RMC), Elias. ços e estrutura. Sem verbas, Quem entra no MIS tem isso jĂĄ acontece. Imagina se da, deixando em risco mais fundado pelo antropĂłlogo. SĂ­mbolo da modernida- a grata surpresa de se depa- houvesse um mĂ­nimo de inde 6 mil peças que fazem parte da histĂłria de Cam- de de Campinas no sĂŠculo rar com um enorme acervo vestimentos!â€? pinas, itens como objetos 19, o PalĂĄcio dos Azulejos de fotos, cartazes, livros e Outro campineiro que indĂ­genas e mĂłveis encon- foi residĂŞncia de grandes uma discoteca com incrĂ­- se encantava com a estrutram-se embalados com barĂľes do cafĂŠ atĂŠ 1908, veis 30 mil LPs. O gramofo- tura neoclĂĄssica do edifĂ­cio plĂĄstico bolha e papel. Um quando se tornou sede da ne na mesa de cabeceira do era o prefeito assassinado pequeno acervo de poltro- Prefeitura. Em 1972, o Pa- museu toca vinis rarĂ­ssimos AntĂ´nio da Costa Santos, o nas da 1ÂŞ Câmara Muni- lĂĄcio dos JequitibĂĄs, atual de Noel Rosa, Adoniran Toninho (1952-2001). Com cipal permanece entre os sede do Poder Executivo, Barbosa e Dorival Caymmi, formação em arquitetura, tiobjetos em risco. O Museu foi inaugurado e, trĂŞs anos alguns deles, peças Ăşnicas. nha como projeto transferir da Cidade possui tambĂŠm, depois, o prĂŠdio centenĂĄrio 2V FLQpÂż ORV WDPEpP WrP o gabinete do prefeito do em risco, peças do acervo na Rua Regente FeijĂł, pas- seu espaço no museu, que 4° andar do PalĂĄcio dos JeVHPSUH H[LEH Âż OPHV HP SH quitibĂĄs para o PalĂĄcio dos do antropĂłlogo e etnĂłgra- sou a abrigar o MIS. Toda a concepção do lĂ­cula, muitas vezes sugeri- Azulejos. fo DesidĂŠrio Aytai (19051988), hĂşngaro radicado no museu foi idealizada a partir dos pelos prĂłprios frequenToninho dizia que lhe Brasil que, ao lado de Dar- de um grupo de fotĂłgrafos, tadores. Na tela, obras que agradava o fato de que, no cy Ribeiro (1922-1997), foi cineastas e cineclubistas saem do circuito hollywoo- prĂŠdio da rua Regente FeijĂł, responsĂĄvel por uma sĂŠrie da regiĂŁo, com o objetivo diano, propondo debates no R JDELQHWH Âż FDULD D SRXFRV de expediçþes e pesquisas principal de difundir, pre- Âż P GH VXDV VHVV}HV HQWUH RV metros do chĂŁo, uma relasobre os costumes indĂ­- servar e produzir o conte- espectadores. Orestes Tole- ção simbĂłlica que levaria o genas no Brasil. Parte de Ăşdo audiovisual da cidade do, professor de histĂłria e prefeito para mais prĂłximo suas pesquisas estĂŁo repre- que, atĂŠ os anos 1950, teve, IXQFLRQiULR GR PXVHX DÂż U da população e sua função sentadas em materiais hoje inclusive, uma produção ci- ma que 80% do pĂşblico que pĂşblica. Fotos: AndrĂŠ Montejano


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