Saiba+ - Edição Junho de 2014 (Copa)

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Curiosidades

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24 de junho de 2014

Baixas temperaturas fazem aumentar a procura pelo reconfortante cafezinho Proprietário do Café Regina, o mais tradicional da cidade, estima aumento de ate 30% nas vendas Foto: Reprodução

Por Mayara Dias

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om a chegada do inverno no dia 21 de Junho, as lanchonetes e cafeterias da cidade começam a se preparar para aumentar o trabalho no atendimento de clientes que pedem um ‘cafezinho’ ao longo do dia. O consumo da bebida quente nessa época do ano pode chegar a 30% a mais que em outras estações, estima Jorge Vaz, proprietário do Café Regina, em Campinas (SP), o estabelecimento mais tradicional do ramo e considerado o ponto de encontro de profissionais liberais e uma espécie de “Boca Maldita” da cidade. “Diariamente, em outras épocas que não o inverno, vendemos cerca de mil xícaras com café, e com a chegada da estação esse número pode ultrapassar a marca de 1300 xícaras por dia, principalmente em dias nublados, com chuva fina, propício para uma xícara de café”, afirma dono da cafeteria, que diz ainda que os preferidos dos clientes são com conhaque ou licor. Nos anos 1980, a procura era maior, porque a concorrência também não era tão grande, “mas a saída nessa época do ano ainda aumenta”, lembra Jorge que ainda diz que o consumo de cappuccinos, chocolates quentes e xícaras de chá também crescem com a estação mais fria do ano.

42 nomes da velha e nova escola falam sobre temas como a atual relação do rap com a mídia e a aceitação do estilo como musica popular brasileira

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Uma das tradições da cafeteria é o café feito no coador de pano, segundo Jorge as xícaras de café expresso saem menos de 80 por dia, enquanto que os cafezinhos de coador cerca de 1.000 são consumidos por dia. A explicação da preferência é o processo. “Nós aqui no Café Regina aumentamos a qualidade do café cuidando para escaldar os utensílios usados para ele sair sempre quente, a

No inverno, o estabelecimento chega a vender 1300 xícaras de café por dia

uma temperatura de 96 a 98 graus, nós investimos em uma máquina norte-americana e por isso as pessoas têm essa preferência”, afirma. Em 1984 Jorge Vaz passou a comandar a administração do Café Regina quando comprou dos antigos donos, e no dia 20 de setembro deste ano ele completará 30 anos a frente da cafeteria, e como de costume esse ano também terá uma comemo-

ração, porém, ainda não foi definida qual atividade será feita, mas a ideia é preservar a interação com o cliente. O Café Regina foi fundado em 1952. O nome deriva de um prédio que existiu no local onde ele está instalado. Ao longo de várias décadas, abrigou políticos e empresários e muitas decisões foram tomadas em seus balcões. Consta no histórico político da cidade que a

candidatura a prefeito de Orestes Quércia, em 1968, saiu de uma reunião em seu recinto. Quércia, posteriormente, foi senador e governador paulista. Para se esquentar nesse inverno já sabe aonde chegar: Rua Barão de Jaguara, 1302, Centro de Campinas. A cafeteria fica aberta de segunda a sábado, das 6h às 22h15 e aos domingos e feriados das 8h às 22h.

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Documentário propõe discussões sobre o rap nacional Por Bruno Garcez

Um café no coador, por favor!

Cultura

24 de junho de 2014

ançado no primeiro semestre deste ano, com exibição exclusiva para festivais, o documentário O Rap Pelo Rap, dirigido por Pedro Henrique Fávero, tem como proposta colocar em pauta discussões que assombram o rap nacional. Para isso, depois de um ano de trabalho, foram reunidos depoimentos de mais de quarenta nomes que transitam pela cena Hip Hop, entre eles alguns bastante expressivos, como KL Jay, Criolo, Daniel Ganjaman, Sandrão, Kamau, De Leve, Dexter e GOG. O Rap Pelo Rap é fruto do trabalho de conclusão de curso de Pedro, formado em Rádio e TV pela UNESP, e a produção foi completamente independente. Porém as limitações técnicas e os poucos anos de experiência não atrapalharam o andamento das filmagens, até porque, segundo o diretor, as pes-

soas envolvidas com o rap são bastante acessíveis e dispostas a colaborar. “Incrível como os MCs, DJs e produtores que eu conheci são humildes. Não digo mais humildes do que os artistas em geral, mas sim mais do que as pessoas em geral.” Agora recém-formado, o diretor viu no TCC a possibilidade de trabalhar com um produto que permite maior liberdade de criação em seu desenvolvimento, oportunidade encontrada com mais dificuldade no mercado de trabalho. A escolha também teve uma motivação pessoal, já que há alguns anos ele está diretamente envolvido com a cultura hip hop. Além de ser fã de rap, Pedro é baterista e já participou de diversos projetos musicais, inclusive fazendo raps e participando de rodas de improviso. “Na época estava gostando muito de rap, participando de diversos shows, rodas de rima, de improviso... Cada vez escutando, estudando o gênero, me envolvendo Foto: divulgação

mesmo no rap.” O conhecimento e vivencia do diretor foram essenciais para o resultado final da produção. O único lamento de Pedro em relação ao conteúdo foi a impossibilidade de entrevistar outros nomes importantes como Emicida, Mano Brown, Black Alien, entre outros. Ele também gostaria de ter entrevistado mais mulheres da cena. As representantes dessa ala do rap presentes no documentário são Karol Conka e Lívia Cruz. Através dos temas discutidos, o documentário tenta traçar um panorama das contradições e dogmas presentes no meio do rap. “Creio que ele é um importante registro das muitas ideias de figuras importantes do rap nacional e levanta questões a meu ver pertinentes e mal resolvidas dentro do rap nacional hoje”. Entre estas questões Pedro cita “a relação rap e mídia, diferenças entre rap novo e antigo, preconceito dentro e fora do rap, a difícil aceitação do rap como música popular brasileira, entre outros”. O documentário já foi exibido no , nas edições de São Paulo e Salvador, de-

Shaolin, um dos entrevistados do documentário

Foto: divulgação

pois de ser escolhido para integrar o seleto grupo de 23 produções participantes. Por enquanto, a íntegra não está disponível na internet, nem sendo comercializada, pois os festivais exigem que o material seja inédito. O lançamento na rede e em DVD está previsto para 2015, pois além da exclusividade exigida pelos festivais, ainda estão em busca de um patrocínio para lançar o material físico a preço acessível. Mas na página do facebook do

filme são divulgados teasers e extras, além de uma série semanal, que será lançada em breve. A divulgação bem pensada do material tem causado muita expectativa na internet. Um dos teasers, que conta com uma declaração do rapper Neto, já tem por volta de dez mil visualizações. As páginas oficiais onde este material e mais informações podem se encontrados são www. youtube.com/orappelorap e www.facebook.com/orappelorap.

Foto: Nathália Lopes Foto: divulgação

O documentário foi apresentado Festival Internacional de Documentário Musical

Show de Helião, um dos personagens do documentário


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