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Programa ‘Tartatuga Viva’ resgata, reabilita e devolve animais ao oceano em Angra
Nos últimos anos, 160 tartarugas foram encontradas mortas, principalmente por ingestão de lixo
Angra dos Reis
Uma parceria entre a Eletronuclear e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) garantiu que as tartarugas Loirinha e Paçoquinha recebessem tratamento médico adequado e fossem devolvidas a seu habitat natural após um longo período de convalescença.
A primeira a ser localizada foi Loirinha. A tartaruga, que passou cerca de três meses sob os cuidados de profissionais do projeto, foi resgatada boiando e não conseguia se alimentar sozinha, pois havia ingerido grande quantidade de lixo. O material foi completamente eliminado, graças ao tratamento que recebeu, e agora ela está saudável.
Paçoca também pôde voltar ao mar recuperada, nesta quinta-feira (22) . Ela permaneceu menos de um mês com a equipe para tratamento de uma infecção que provavelmente causou baixa mobilidade. De acordo com a Eletronuclear, as tartarugas receberam todos os cuidados necessários para que pudessem retornar ao habitat natural: medicações, vitaminas, alimentação adequada por sonda, por introdução direta e indireta, e uma série de exames foram necessários para identificar e tratar os problemas de saúde dos animais. “De 2021 a 2030 existe uma agenda global em prol da conservação e o uso sustentável dos oceanos. O ‘Tartaruga Viva’ é alinhado totalmente a esse objetivo. Para isso, contamos com o comprometimento da equipe e o apoio da Eletronuclear, que abraçou a causa e demonstra uma preocupação genuína com a biodiversidade local”, contou o coordenador do programa e diretor da faculdade de oceanografia da
Tartarugas passaram algumas semanas se recuperando
Uerj, Marcos Bastos. Segundo Bastos, todo o tratamento foi realizado pela equipe de especialistas da Uerj, formada por veterinários, biólogos e técnicos em biologia, além de estagiários, que trabalharam para garantir o bem-estar e sobrevivência dos animais. Para finalizar a missão, entretanto, foi preciso aguardar as condições ideais do mar, além de outras precauções e protocolos de segurança para soltura das tartarugas. “Para nós é uma felicidade enorme realizar essa soltura. Loirinha e Paçoca chegaram muito debilitadas. Graças a nossa equipe, que trabalhou incansavelmente, as tartarugas estão bem. Se pensarmos que a cada mil tartarugas, apenas uma chega a fase de reprodução para manter a espécie ocorrendo, entendemos a importância da recuperação das duas”, celebrou a coordenadora do programa, Mônica Dias.
Lixo N O Comida
Loirinha e Paçoca foram encontradas na região da Piraquara de Fora, em Angra dos Reis, por colaboradores da Eletronuclear que acionaram o programa. Pertencentes à espécie Caretta e com cerca de 15 a 20 anos de idade, as tartarugas, agora recuperadas, chamam atenção para a responsabilidade de todos em proteger e cuidar do meio ambiente.
“As tartarugas marinhas não sabem distinguir o lixo da comida, então se alimentam de tudo que estiver boiando. Infelizmente, nossos mares estão cheios de plásticos. Assim como a Loirinha, cerca de 80% das tartarugas che- gam ao programa mortas ou defecando lixo”, explicou a bióloga do programa, Naiara Tessaro. Além da poluição dos oceanos, a interação com resíduos de pesca e o atropelamento por embarcações também colocam em risco a proteção dos animais. Por isso, é possível encontrar tartarugas mortas ou vivas, boiando e encalhadas na praia. Nessas situações, é preciso acionar ajuda especializada, como o programa ‘Tartaruga Viva’, que conta com o apoio da população através do telefone 0800-204-4041.
‘TARTARUGA VIVA’
O projeto realiza o monitoramento dessas populações marinhas na área de influência das usinas nucleares de Angra dos Reis, na Baía de Ilha Grande. Além do